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Segundo a Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, considera-se ambiente

“o espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de


determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas,
podendo ser uma sala ou uma área”.

Define “área” como um “ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das
faces.
• Áreas críticas: locais onde se realizam procedimentos invasivos, ou manipulam-
se produtos e materiais com alto risco de contaminação.

• Áreas semicríticas: locais onde se realizam procedimentos de baixo risco de


infecção
ou de contaminação.

• Áreas não críticas: locais onde não se realizam procedimentos de risco de


infecção ou
de contaminação.
• As áreas não críticas exigem limpeza constante, enquanto que as áreas
críticas e semicríticas exigem limpeza e desinfecção constantes.

• Os equipamentos e mobiliários pertencentes às áreas críticas requerem


cuidados frequentes de limpeza e desinfecção, porque são os que mais se
contaminam e que mais facilmente podem transmitir doenças.
pisos, tampos, peitoris e demais superfícies localizados nessas áreas,
também merecem limpeza frequente e cuidadosa, porque acumulam
resíduos contaminados resultantes da atividade humana.
Artigos críticos: “materiais utilizados em procedimentos de alto
risco para desenvolvimento de infecções ou que penetram em
tecido conjuntivo ou ósseo (áreas corporais desprovidas de flora
própria).

Requerem esterilização para uso (ex.:


pinças, instrumentos de corte ou pontiagudos, cinzel, raspador,
alavancas, broca cirúrgica, instrumentos endodônticos e outros)”.
• Artigos semicríticos: “materiais que entram em contato com as membranas
mucosas íntegras e pele não íntegra.

Requerem a desinfecção de alto ou médio nível ou a esterilização para uso (p.


ex.: espelhos clínicos, outros)”.
Artigos não críticos: “materiais utilizados em procedimentos com
baixíssimo risco
de desenvolvimento de infecção associada ou que entram em
contato apenas com
pele íntegra.

Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível,


dependendo do risco de transmissão secundária de micro-
organismos de importância epidemiológica (p. ex.: superfícies do
equipo odontológico)”.
A Resolução - RDC nº 15, de 15 de março de 2012, classificou os
produtos para saúde, de acordo com suas necessidades de
processamento.

Define processamento como o “conjunto de ações relacionadas à


pré-limpeza, recepção, limpeza, secagem, avaliação da integridade
e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou esterilização,
armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras”.
Os produtos podem ser, segundo a Resolução – RDC nº 15:

Produtos para saúde críticos: “são produtos para a saúde


utilizados em procedimentos invasivos com penetração de pele e
mucosas adjacentes, tecidos
subepteliais e sistema vascular, incluindo também todos os
produtos para saúde que estejam diretamente conectados com
esses sistemas”; devem ser submetidos ao processo de
esterilização, após a limpeza e demais etapas do processo.
Os produtos podem ser, segundo a Resolução – RDC nº 15:

Produtos para saúde semicríticos: “produtos que entram em


contato com pele não íntegra ou mucosas íntegras colonizadas”;
devem ser submetidos, no mínimo, a desinfecção de alto nível,
após limpeza.
Os produtos podem ser, segundo a Resolução – RDC nº 15:

Produtos para saúde não críticos: “produtos que entram em


contato com pele íntegra ou não entram em contato com o
paciente”; devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de
limpeza.
Para produtos ou artigos críticos e semicríticos, a esterilização
deveria ser o único método aceito.

Ressalta-se o fato de que, para os semicríticos, quando esses não


puderem ser esterilizados por autoclave (pois isso danificaria o
produto, por exemplo) ou óxido de etileno, aceita-se a desinfeção
de alto nível.
Procedimento crítico: todo procedimento em que haja presença
de sangue, pus ou matéria contaminada pela perda de
continuidade do tecido.
Procedimento semicrítico: todo procedimento em que exista a
presença de secreção orgânica (saliva), sem perda de
continuidade do tecido.
Procedimento não crítico: todo procedimento em que não haja a
presença de sangue, pus ou outras secreções orgânicas, inclusive
saliva.
Procedimentos críticos: são aqueles em que há penetração no
sistema vascular.
Ex.: Cirurgias, Punção venosa, Cateterismo vesical.

Nestes procedimentos os cuidados com a esterilização do


instrumental, a desinfecção do consultório, preparo do paciente e
da equipe devem ser máximos.
Procedimentos semicríticos: são aqueles que entram em contato com
secreções orgânicas (saliva) sem invadir o sistema vascular.
Ex.: Manipulação de cateteres.

O instrumental deve estar previamente esterilizado ou desinfetado, o


consultório limpo e desinfetado e a equipe preparada, para evitar
infecções cruzadas pela presença das secreções orgânicas sobre o
equipamento, bancada, instrumental.
Procedimentos não críticos: são aqueles quando não há
penetração no sistema
vascular e não entram em contato com as secreções orgânicas.
Durante o processamento, deve-se evitar o cruzamento de artigos
não processados
(sujos), com artigos desinfetados ou esterilizados (limpos),
recomendando-se o seguinte fluxo:
CME

Definida como uma área responsável pela limpeza e processamento de


artigos e instrumentais médico-hospitalares;

Ou seja, na CME, realizam-se o controle, preparo a esterilização e a


distribuição dos materiais hospitalares.
CME - objetivos
• Manter a segurança da esterilização como
garantia de bom atendimento aos
pacientes/clientes;
• Fornecer material esterilizado para todo
hospital;
• Promover a interação entre áreas do expurgo e
do preparo e montagem de instrumental;
• Prover materiais e equipamentos que atendam
às necessidades do trabalho no serviço;
CME

• Recursos humanos:
• Enfermeiro
• Técnico de enfermagem
• Auxiliar de enfermagem
• Serviços de apoio
(administrativo e de
serviços gerais)
CME

O CME pode ser caracterizado em três


tipos:

• CME descentralizada- é aquela em que


cada setor prepara seu material
(lavagem, secagem e
acondicionamento). Foi um tipo de
serviço usado até o final da década de
40, hoje é pouco utilizada, por
possibilitar que haja uma
descontinuidade das normas e rotinas
para o preparo do material.
CME

• CME semi centralizada- podemos ter setores que preparam seu


material (lavagem, secagem e acondicionamento), havendo
também na CME o preparo dos mesmos.
• Este tipo de organização teve início na década de 50, mas
também é pouco utilizada, por possibilitar que haja uma
descontinuidade das normas e rotinas para preparo do material.
CME
CME centralizada- é o tipo de
organização mais comum, os materiais
do hospital são processados no mesmo
local, ou seja, os materiais são
preparados (lavados, secados,
revisados, embalados), esterilizados,
distribuídos e controlados quantitativa
e qualitativamente na CME.
CME
• Uma CME deve conter alguns setores
como:
● Expurgo

● Sala de preparo dos materiais

● Sala de preparo de instrumentais

cirúrgicos.
● Esterilização

● Distribuição de materiais esterilizados


CME

Expurgo

• Responsável por receber, conferir, lavar e secar os


materiais provenientes do Centro Cirúrgico e
Unidades de Internação.

• É necessário que os profissionais que atuem nesta


área do setor utilizem EPIs, para se protegerem de
possíveis contaminações com fluidos corpóreos.
CME
Conforme essa classificação, os materiais são recebidos, seguem
para uma desinfecção prévia com soluções desinfectantes e
desincrostantes, o próximo passo é realizar uma conferência do
material; na sequência, uma lavagem rigorosa, a qual pode ser:
CME

• Lavagem manual- feita pelo


profissional, em pias com cúpulas
de profundidade adequada para
imersão do material, a água deve
ser fria e quente e os instrumentais
devem ser ensaboados e
enxaguados. Para lavagem do
instrumental, são necessários
escovas de vários tamanhos
permitindo a limpeza do material
externa e internamente.
CME

• Lavagem mecânica- feita com lavadoras


ultrassônicas que realizam a lavagem
dos instrumentais através da vibração do
som adicionado com a solução
desencrostante, promove a limpeza mais
eficaz e com maior segurança para o
profissional.
CME
• Sala de acondicionamento de materiais

Área destinada para preparo e


acondicionamento de materiais. São
utilizadas invólucros especiais que permitem
a passagem do agente esterilizante e impede
a passagem de microrganismos.

Nesta área, o material é separado, passa por


nova revisão para só a seguir ser
acondicionado. O tipo de acondicionamento
depende da composição do material e tempo
que será utilizado.
CME
• Acondicionamento
Sinônimo de embrulhar, embalar, empacotar,
proteger, ou seja, o material deve ser embalado
de forma que fique protegido, seguro, sem
oferecer riscos de contaminação.
• As recomendações são:
• Ser apropriado para o método de
esterilização
• Proporcionar selagem adequada
• Proporcionar barreira microbiana adequada
• Acondicionamento-
Recomendações
• Ser compatível e resistente às
condições físicas do processo
esterilização (unidade, tempo)
• Permitir a adequada remoção
do ar
CME • Possibilitar a penetração e
remoção de agente
esterilizante
• Proteger o conteúdo do pacote
de danos físicos
• Ser flexível, livre de furos e de
ingredientes tóxicos
• Acondicionamento- Recomendações
• Resistir a punções e rasgos
• Apresentar custo-benefício positivo
• Deve preservar a esterilidade do material até o
CME momento do uso
• Ser isenta de ingredientes tóxicos
• Ter imprimido o indicador químico de processo
• Ser impermeável a líquidos
• Ser de fácil obtenção de mercado
• Atender a legislação sanitária pertinente e vigente
CME

• Tipos de acondicionamento
• Reutilizável- tecido de algodão; estojo metálico, vidro
refratário e contêiner rígido.
CME
• Após o acondicionamento do material, este deve ser
identificado, sendo da seguinte maneira:
● Conteúdo do pacote

● Método de esterilização

● Data de esterilização e validade

● Nome do preparador do material

● N° do lote
CME

• Sala de Esterilização

• Responsável pela esterilização


dos materiais. Nesta área deve
haver um local apropriado
destinado a instalação dos
equipamentos utilizados para
esterilização de materiais pelos
métodos físicos e químicos.
TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO POR AGENTES FÍSICOS

• Esterilização por vapor


saturado sob pressão:
• Realizado em autoclaves,
ocorrendo uma transferência
do calor latente do vapor
para os artigos, o qual
promove a morte microbiana
pelo aqueciemnto rápido e
coagulção de proteínas.
TIPOS DE AUTOCLAVES

• Autoclave gravitacional:
• Remoção do ar por gravidade, o ar
frio (mais denso) tende a sair por um
ralo na parte infeior da câmara.

• Autoclave pré vácuo:


• Remoção do ar através de bombas
de vácio, podendo ser num únio
pulso (alto vácuo) ou por meio de
seguidas injeções e retiradas rápidas
de vapor (pulso pressurizado).
ESTERELIZAÇÃO POR CALOR SECO
● Realizado em uma estufa ocorrendo uma transferência do calor
para artigos, promovendo a morte microbiana.
DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL
ESTÉRIL
● Local destinado a estocagem de material estéril. No geral é composto por
prateleiras que devem estar alocadas em distâncias recomendadas da
parede de fundo, do teto, do chão, mantendo os materiais livres de poeiras,
enfim livres de risco de contaminação.

● Objetivo: distribuição de materiais esterelizados para as Unidades de Centro


Cirúrgico, unidades de internação, UTI e demais setores hospitalar.
O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de
monitoramento físico, químico e biológico.

O monitoramento biológico deve ser registrado, juntamente com


a data da esterilização, lote, validade e equipamento utilizado.
Consiste na observação e registro dos dados colhidos nos
mostradores dos equipamentos, como a leitura da temperatura,
da pressão e do tempo em todos os ciclos de esterilização.
É realizado com o uso de indicadores químicos que avaliam o
ciclo de esterilização, pela mudança de cor, na presença da
temperatura, tempo e vapor saturado,
conforme o indicador utilizado.

Podem ser usados indicadores de processo, teste Bowie-Dick, de


parâmetro simples, multiparamétrico, integrador e emuladores.

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