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1. Introdução........................................................................................................................ 2
2. Localização e dimensionamento............................................................................. 2
3. Zonas do ambiente cirúrgico.................................................................................... 4
4. Equipe cirúrgica............................................................................................................. 5
5. Paramentação cirúrgica.............................................................................................. 6
6. Mesa instrumental.......................................................................................................10
7. Instrumentais cirúrgicos ...........................................................................................11
10. Referências ................................................................................................................24
CENTRO CIRÚRGICO 3
1. INTRODUÇÃO 2. LOCALIZAÇÃO E
DIMENSIONAMENTO
O Centro Cirúrgico pode ser defini-
do como o local onde são realizados O Centro Cirúrgico deve estar situado
os procedimentos anestésico-cirúr- próxima aos locais cuja demanda de
gicos. Frequentemente, também é o pacientes é maior e aos locais forne-
ambiente em que ocorre a recupe- cedores de seus principais insumos e
ração anestésica e pós-operatória serviços. Na prática, deverá estar si-
imediata. É na sala cirúrgica onde tuado em áreas adjacentes às Unida-
efetivamente se consuma o ato ope- des de Emergência, Internação e Tra-
ratório, mas além do conjunto de tamento Intensivo, Banco de Sangue
salas cirúrgicas, o centro cirúrgico é e Centro de material e Esterilização.
formado também por diversas salas Preferencialmente, deve localizar-se
de suporte projetadas e construídas em andares superiores, ao abrigo da
de forma a assegurar as condições poluição aérea e sonora.
de logística, equipamentos, assep- O porte do centro cirúrgico é direta-
sia, funcionalidade, conforto, eficiên- mente relacionado ao porte da ins-
cia e segurança necessárias para a tituição hospitalar. De acordo com
execução das operações de diferen- as normas de 1995 do Ministério
tes níveis de complexidade. da Saúde, pode-se estabelecer, em
hospitais gerais, a relação de 2 salas
cirúrgicas para os primeiros 50 leitos
e para cada 50 leitos adicionais ou
fração – ou para cada 15 leitos ci-
rúrgicos –, uma outra sala deverá ser
acrescida. Para estabelecimentos
especializados (cardiologia, cirurgia
e outros) deve ser feito um cálculo
específico.
Embora essas normas tenham gran-
de utilidade para a estruturação bási-
ca de um hospital, o número de salas
cirúrgicas deve ser estabelecido indi-
vidualmente de acordo com as carac-
terísticas peculiares de cada institui-
Fonte: Desenhado por macrovector / Freepik
ção e da sua clientela.
CENTRO CIRÚRGICO 4
ZONA DE PROTEÇÃO
Consiste nos locais destinados à en-
trada ou saída de pessoal ou material
no centro cirúrgico. Tem como objeti-
vo proteger o ambiente cirúrgico con-
tra a entrada de objetos e materiais
contaminados e evitar a dissemina-
ção de germes a partir dessas mes-
mas fontes. É composta por: vestiário, Fonte: Desenhado por macrovector / Freepik
NA PRÁTICA!
Passo-a-passo:
1. Abrir a torneira e enxaguar as mãos, antebraços e cotovelos;
2. Recolher, com as mãos em concha, o antisséptico (PVPI a 10% ou Clorexidina a 4%) e
espalhar nas mãos, antebraços e cotovelos. No caso de esponjas impregnadas com o
antisséptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes;
3. Iniciar sequência de escovação em uma das mãos seguindo a ordem: pontas dos de-
dos e unhas → regiões interdigitais → palma da mão → dorso da mão;
4. Repetir o passo 3 na outra mão;
5. Escovar 20 vezes a face flexora e depois mais 20 vezes a face extensora de um an-
tebraço;
6. Repetir o passo 5 no outro antebraço;
7. Finalizada a escovação, despeje a escova no lavabo;
8. Enxague os dedos, depois as mãos, deixando que a água caia por último nos ante-
braços que devem estar afastados do tronco, de forma que a água escorra para os
cotovelos, procurando manter as mãos em plano mais elevado;
9. Feche a torneira com o cotovelo, joelho, pé ou apenas se afaste, a depender do me-
canismo de acionamento da torneira do lavabo em questão.
10. Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimentos compressi-
vos, iniciando pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos, atentando para
utilizar as diferentes dobras da toalha/compressa para regiões distintas.
11. Tomar cuidado para, durante a lavagem das mãos e até estar completamente para-
mentado, manter sempre as mãos em um nível acima dos cotovelos.
CENTRO CIRÚRGICO 8
1º Desinquinação
4º Entrar na sala de cirurgia
com mãos elevadas
Punhos e
antebraços
2º Molhar esponja
ESCOVAÇÃO DAS
Dorsos
MÃOS E ANTEBRAÇOS
Ensaboar mãos
e antebraços
As luvas estéreis devem ser colocadas atentando para tocar com a mão apenas
a parte interna da luva (que irá ficar em contato com a sua pele), o tecido da par-
te externa será apenas tocado pela parte externa da outra luva, como mostram
as imagens.
NA PRÁTICA!
Passo-a-passo colocação das luvas estéreis:
1. Abrir o estojo sem tocar as luvas e verificar se estão corretamente posicionadas, ou
seja, se não estão trocadas de posição (Imagens A e B).
2. Segurar com uma das mãos a superfície interna rebatida de uma das luvas, localizar
e direcionar corretamente os dedos e introduzir completamente a respectiva mão,
com cuidado para não tocar com sua face externa na outra mão ainda não calçada
(Imagens C e D).
3. Pegar a luva restante pela sua porção externa, logo abaixo da dobra rebatida, pela
sua face palmar e calçar a mesma pela técnica anterior (Imagem E).
4. Com a mão contrária, rebater uma das luvas pelo lado externo até a metade da mão
e apoiá-la sobre o 3° e 4° quirodáctilos flexionados e então posicionar o punho do
avental sob o 3° e 4° (Imagens F e G).
5. Finalizar o processo fazendo o mesmo com a luva oposta (Imagens H e I).
CENTRO CIRÚRGICO 10
Fluxograma paramentação
SE LIGA: A disposição dos materiais na mesa obedece a seguinte ordem: tipo, curvatu-
ra e tamanho. Ex. Metzembaum (curva – reta – tamanho [menor- maior]) depois Mayo.
Lembrar que a curvatura é para baixo e a parte funcional voltada para o instrumentador.
INSTRUMENTADOR
• Tesouras
Função: seccionar, dissecar, divul-
sionar e desbridar tecidos. Cortar
fios e gaze.
Tipos de pontas das tesouras: re-
tas (utilizadas em superfície e corte
de fios); curvas (para profundida-
de – maior visibilidade – preferên-
cia dos cirurgiões); agudas (cortes
precisos e delicados – NÃO USAR
EM CAVIDADES); e rombas (uso
Figura 4: Cabos e lâminas de bisturi.
em cavidades).
Fonte: Google Imagens.
CENTRO CIRÚRGICO 12
Figura 5: tesoura Mayo curva (2); tesoura Mayo reta (3); tesoura para fios (4); e tesoura Metzenbaum (5).
Fonte: Cirino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora Sarvier, 2006.
para baixo e a parte funcional vol- Empunhadura: feita com a mão não
tada para o instrumentador. dominante como se fosse um lápis.
Entrega da tesoura: segura a te- Utilizam-se três dedos: o dedo pole-
soura pela parte funcional, com os gar e o dedo médio servem de apoio,
anéis para fora da mão. Mão do e o dedo indicador faz a abertura e fe-
instrumentador em pronação; cur- chamento da pinça.
vatura da tesoura voltada para pal- Arrumação na mesa: “uma dentro
ma da mão. da outra” – dente de rato e depois
anatômica. Pode-se também arrumar
uma pinça do lado da outra, colocan-
2º QUADRANTE
do primeiramente as dente de rato
(traumáticas) por ordem de tamanho
Preensão: Pinças de dissecção (menor para maior) e posteriormente
as anatômicas (atraumáticas) por or-
Função: Preensão - consiste em
dem de tamanho (menor para maior).
agarrar e manipular tecidos.
As pontas das pinças apontam para o
Tipos de pinças de dissecção: instrumentador.
• Pinça de dissecção do tipo ana- Entrega das pinças de dissecção:
tômico ou sem dente. Chamada Ambas são passadas para o cirurgião
de pinça atraumática. Possui es- fechadas. O cabo da pinça na passa-
trias transversais na parte interna gem fica voltado para o cirurgião e as
das pontas (face preensora). Pon- hastes para o instrumentador.
tas lisas. Usada para preensão de
Solicitação das pinças de dissecção:
tecidos delicados, vasos, paredes
de vasos, etc. • Anatômica: dedos polegar e in-
dicador repetem movimentos de
• Pinça de dissecção do tipo den-
aproximação e separação. Demais
te de rato. Chamada de pinça
dedos ficam semifletidos.
traumática. Possui dente em sua
ponta. Usada para manipulação • Dente de rato: Polegar e indicador
de tecidos mais resistentes (pele e fletidos formando um círculo.
aponeurose).
3º QUADRANTE
4º QUADRANTE
Figura 10: Pinça Kocher.
Fonte: Google Imagens. Exposição: Afastadores
• Rochester: São pinças robustas, Os afastadores são os instrumen-
longas, com estrias transversais tos que conferem ao cirurgião uma
em toda a sua face de preensão. melhor visão do campo operatório,
expondo-o, afastando as bordas de
incisão e estruturas vizinhas. Quan-
Empunhadura e Passagem das pin- do bem manipulados facilitam mui-
ças hemostáticas: Sua arrumação, to o ato operatório. Os afastadores
empunhadura e passagem seguem possuem formas e tamanhos varia-
as mesmas regras das tesouras. dos e sua escolha depende da ne-
• O fechamento da cremalheira se cessidade cirúrgica (espessura do
dá por aproximação das argolas tecido a ser operado, local, profun-
entre si. Para abertura da crema- didade). Eles são divididos em dois
lheira, deve-se desengrenar os tipos principais:
dentes com um leve movimento 1. Afastadores dinâmicos ou ma-
de aproximação das argolas entre nuais: são aqueles que exigem um
si, liberando os dentes, seguido de manuseio (tração) contínuo. Per-
movimento de afastamento entre mitem mudança de posição a todo
as duas cremalheiras, conseguin- o momento.
do-se assim abrir a pinça.
• Farabeuf: é o afastador di-
nâmico mais usado, em ge-
Solicitação pinça hemostática: cru- ral aos pares. Possui lâminas
za-se o 2º e 3º quirodáctilo da mão na extremidade em forma de
direita em supinação. C e difere no tamanho, largu-
A entrega é feita com a curvatura vol- ra e curvatura das lâminas de
tada para a região palmar. acordo com a necessidade ci-
CENTRO CIRÚRGICO 16
Especiais
Os instrumentos que compõem esse
quadrante dependem da especialida-
de cirúrgica: gastrointestinal, neuro-
lógica, torácica, urogenital, oftálmica,
ortopédica, cardiovascular, ginecoló-
Figura 21: Afastador de Finochietto.
gico-obstétrica, neurológica e otorri-
Fonte: Google Imagens.
nolaringológica. Sua arrumação, em-
• Balfour: Composto pela jun- punhadura e passagem ao cirurgião
ção da válvula supra-púbica e seguem as mesmas regras que as
Gosset. Sua finalidade é am- vistas para as tesouras.
pliar a exposição cirúrgica do Cirurgia gastrintestinal:
afastador Gosset.
• Kocher: apresenta estrias trans-
versais em toda sua face preenso-
ra e dentes na ponta. Pinça intes-
tinal usada em estômago e alças
intestinais para hemostasia, apre-
sentação de bordas e evitar saída
de conteúdo intestinal.
Cirurgia ginecológico-obstétrica:
• Cureta: Instrumento utilizado em
curetagem útero-vaginal e em ci-
Figura 28: Pinça Duval.
rurgias ortopédicas.
Fonte: Google Imagens.
Síntese Exposição
Bisturis e tesouras
2º Preensão
Pinças de dissecção
3º Hemostasia
Pinças hemostáticas
4º Exposição
Afastadores
5º Especiais
Porta-agulhas,
6º Síntese agulhas e fios
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cirino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora: Sarvier, 2006.
GOFFI, Fábio S. et al; Técnica Cirúrgica – Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas
da cirurgia. Editora: Atheneu, 4ª edição, 2007.
Silva DC; Alvim NAT. Ambiente do Centro Cirúrgico e os elementos que o integram:
implicações para os cuidados de enfermagem. Rev Bras Enferm, Brasília, 2010. Maio Jun;
63(3): 427-34.
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