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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 INFECTOLOGIA ......................................................................................... 5

3 ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES ............................................................... 5

3.1 Conceitos fundamentais ....................................................................... 6

3.2 Fontes .................................................................................................. 6

3.3 Hospedeiros ......................................................................................... 6

3.4 Recomendações de precaução para o pessoal hospitalar ................. 12

4 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE EM


UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ...................................................................... 12

5 HIV/AIDS................................................................................................... 14

5.1 Terapia antirretroviral ......................................................................... 16

6 HEPATITES VIRAIS ................................................................................. 17

6.1 Hepatite A........................................................................................... 19

6.2 Hepatite B........................................................................................... 19

6.3 Hepatite C .......................................................................................... 20

Tratamento para hepatite C ........................................................................ 21

Complicações da hepatite C ....................................................................... 21

6.4 Hepatite D (Delta) ............................................................................... 21

6.5 Hepatite E........................................................................................... 22

7 INFECÇÃO URINÁRIA ............................................................................. 25

8 INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA .............................. 28

9 TUBERCULOSE ....................................................................................... 30

9.1 Epidemiologia ..................................................................................... 32

9.2 Transmissão ....................................................................................... 33

9.3 Quadro clínico e diagnóstico .............................................................. 34

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9.4 Isolamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de tuberculose
............................................................................................................35

10 SARAMPO ............................................................................................. 37

10.1 Manifestações clínicas .................................................................... 38

11 VARICELA ............................................................................................. 39

11.1 Tratamento da varicela.................................................................... 41

12 ORIENTAÇÕES DE CUIDADOS NO ATENDIMENTO DE PACIENTES


COM SUSPEITA OU CONFIRMAÇÃO DE INFLUENZA A (H1N1) .......................... 42

12.1 Orientações gerais .......................................................................... 43

12.2 Medidas de precaução para o transporte de pacientes suspeitos de


infecção por influenza A/H1N1 .............................................................................. 43

13 COVID-19 .............................................................................................. 46

13.1 Fisiopatologia da Doença ................................................................ 47

13.2 Transporte do paciente intra-hospitalar e o Controle de Visitas ...... 49

13.3 Medidas de Isolamento ................................................................... 50

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INFECTOLOGIA

Fonte: clinicaredemaissaude.com.br

A infectologia é a especialidade clínica mais comum e não depende de


qualquer campo orgânico, mas estimula o raciocínio clínico, geralmente envolve a
integração da fisiopatologia de vários tecidos e sistemas. Seu treino envolvendo o
desafio de encontrar patógenos, a possibilidade de diagnóstico Precisão do estado
de infecção e compreensão do paciente sobre o tratamento geralmente leva à cura.
Doenças endêmicas, surtos, epidemias, doenças infecciosas Emergência e
reaparecimento são questões atuais, indicando a necessidade por infectologistas,
desde aqueles que trabalham com doenças comunitárias até aqueles coopere com
o Departamento de Medicina Intensiva.

3 ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES

Um dos principais riscos em hospitais é a disseminação de bactérias e outros


microrganismos entre pacientes colonizados / infectados para pacientes suscetíveis
e profissionais de saúde. O isolamento de pacientes com doenças infecciosas é
muito antigo (século XVIII). Os pacientes são isolados em seus próprios hospitais
(por exemplo, hospitais de doenças infecciosas, hospitais de tuberculose). À medida
que novas doenças e fontes de infecção continuam a ser descobertas, as
recomendações sobre isolamento e medidas preventivas são dinâmicas.

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3.1 Conceitos fundamentais

A propagação de uma infecção requer três elementos (SILVA, 2012):


1. Fonte de microorganismos (agente infectante)
2. Hospedeiro suscetível
3. Meios de transmissão do microorganismo.
Como não é possível, maioria das vezes, interferir nos dois primeiros fatores,
cabe então atuar nos mecanismos de transmissão

3.2 Fontes

Pacientes, profissionais de saúde e visitantes ocasionais. Eles incluem


pessoas com doenças agudas, pessoas no período de incubação da doença,
portadores crônicos de patógenos infecciosos e pessoas que são colonizadas por
patógenos infecciosos, mas não apresentam doenças óbvias. (EBSERH, 2020).

3.3 Hospedeiros

A resistência a microorganismos patogênicos varia de pessoa a pessoa.


Fatores como: idade, doença de base, uso de antibióticos, corticosteróides e
imunossupressores e procedimentos invasivos, entre outros, podem tornar os
hospedeiros mais suscetíveis a infecções (BRASIL, 2006).

Transmissão (BRASIL, 2006):

1. CONTATO
Direto: Superfície corporal (transferência física inter-humana)
Indireto: objetos contaminados (instrumentos, agulhas, curativos, luvas).

2. GOTÍCULAS (PERDIGOTOS)
Ocorre quando perdigotos contaminados são impelidos a uma distância de até
1 metro através do ar e são depositados na conjuntiva, mucosa nasal, boca ou pele
íntegra, produzindo colonização. Os perdigotos são gerados através da fala, espirro,
tosse e na realização de procedimentos como aspiração e broncoscopia (EBSERH,
2020).

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3. AEROSSÓIS

Ocorre pela transmissão de pequenas partículas (5 mícrons ou menores)


contendo patógenos infecciosos. Essas partículas estão suspensas no ar e podem
ser amplamente disseminadas pelas correntes de ar e inaladas por indivíduos
suscetíveis (EBSERH, 2020).

4. VEÍCULO COMUM

Ocorre por itens contaminados: comida, água, medicamentos, aparelhos e


equipamentos (EBSERH, 2020).

5. VETOR

Ocorre quando vetores como mosquitos, moscas, ratos ou outros insetos


transmitem microorganismos (EBSERH, 2020).

Definições

ISOLAMENTO: Técnica utilizada para prevenir a transmissão de


microorganismos a partir de pacientes infectados ou colonizados para outros
pacientes, profissionais de saúde e visitantes. Os tipos de isolamento são baseados
no conhecimento da forma de transmissão do microorganismo (EBSERH, 2020).

PRECAUÇÕES: Aplicação de técnicas em qualquer paciente hospitalizado,


independente do isolamento físico ou como complemento deste, visando
especificamente bloquear a transmissão de microorganismos (EBSERH, 2020).

Precaução padrão

É a mais importante e está designada para o cuidado de todos os pacientes.


São planejadas para, qualquer que seja o diagnóstico do paciente, reduzir o risco de
transmissão de microorganismos através do sangue e de outros fluídos corpóreos,
secreções e excreções, exceto suor, independente de haver sangue visível ou não
(EBSERH, 2020).

Paramentação:

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Luvas: todas às vezes que houver manipulação de sangue, fluídos corpóreos,
secreções e excreções (exceto suor). Deve ser considerada como barreira protetora
auxiliar, não substituindo a necessidade da lavagem das mãos.
Avental: quando possibilidade de contaminação através de respingo de fluidos
corpóreos. Deve ser preferencialmente impermeável.
MÁSCARA/ÓCULOS: para proteger mucosas em caso de respingo de fluidos
corpóreos.

Lavagem das mãos: Obrigatório antes e após a manipulação de pacientes e


imediatamente após a retirada de luvas. Entre procedimentos no mesmo paciente
quando houver risco de infecção cruzada de diferentes sítios anatômicos. Em locais
em que o acesso a pias é limitado à lavagem pode ser substituída por fricção com
álcool 70% glicerinado (2%) por 30 segundos. Em áreas/unidades com altas taxas de
microorganismos resistentes a antibióticos (Gram negativos multiresistentes e
enterococos resistentes à vancomicina) recomenda-se o uso de antissépticos
(clorexidina) (EBSERH, 2020).

Objetivos: Impedir a contaminação de profissionais de saúde por patógenos


(bactérias, vírus, fungos) que possam estar presentes em sangue, fluídos corpóreos
e secreções, diminuindo assim o risco de infecção para estes profissionais e para os
pacientes por eles assistidos (EBSERH, 2020).

Duração
Todo o período da hospitalização.
Observações:
São considerados fluídos corpóreos – liquor, líquido pleural, líquido aminiótico,
líquido sinovial, sêmen, secreção vaginal, etc. São consideradas secreções/excreções
– urina, fezes pús, escarro, feridas exsudativas, secreções de dreno, etc.

Precaução respiratória - por aerossóis


Além das medidas de PRECAUÇÃO PADRÃO, recomenda-se (EBSERH,
2020):

Quarto privativo: Internação quarto privativo com pressão negativa em relação


à área adjacente, manter portas fechadas. Filtragem de ar do quarto de alta eficiência
– filtro HEPA (“high-efficiency particulate air”).

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Máscara: Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95), de
uso obrigatório toda vez que entrar no quarto. Quando o paciente tiver que sair do
quarto (para exames complementares, por exemplo) deverá usar máscara cirúrgica.

Objetivo: Impedir a propagação de doenças transmissíveis por secreções


aerossolizadas (partículas < 5 μm) (EBSERH, 2020).

Indicações (EBSERH, 2020).:


 Varicela (incluindo Herpes zoster disseminado) - manter o isolamento até
todas as lesões estejam em fase de crosta.
 Sarampo - durante toda a internação. Indivíduos susceptíveis a sarampo e
varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita destas infecções.
Indivíduos susceptíveis à varicela também apresentam risco de desenvolver varicela
quando expostos a pacientes com lesões por H. zoster devendo evitar contato.
 TBC pulmonar ou laríngea (confirmada ou suspeita) - O isolamento pode ser
suspenso quando o paciente estiver recebendo terapêutica adequada, com três (3)
baciloscopias consecutivamente negativas, desde que coletadas em dias diferentes
ou se a tuberculose for excluída do diagnóstico.

Precaução respiratória – perdigotos


Quarto privativo: Quando não houver vagas, fique internado no mesmo quarto
que o paciente infectado com o mesmo microrganismo, e observe a distância entre
os pacientes de pelo menos um metro. Nenhuma circulação de ar ou ventilação
especial é necessária. Mantenha a porta do quarto fechada.
Máscara: Contanto que a distância do paciente seja inferior a um metro, tanto
os profissionais de saúde quanto os visitantes devem usar procedimentos cirúrgicos
padrão. Paciente deve usar máscara ao ser transportado.
Objetivo: Previne a propagação de doenças transmitidas por gotículas
maiores que 5μm que são eliminadas ao falar, tossir, espirrar, falar e realizar vários
procedimentos.
 Difteria - até completar antibioticoterapia e cultura negativa.
 Coqueluche - até 5 dias após o início da terapêutica específica.
 Rubéola - até 7 dias após o início da exantema.
 Caxumba – até 9 dias após início do edema da parótida.

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 Infecção por estreptococo grupo A (faringite, pneumonia e escarlatina) em
crianças pequenas – por 24 horas.
 Sepse, meningite, pneumonia ou epiglotite por Haemophylus Influenzae
(suspeita ou confirmada) em crianças – até 24 horas
 Após o início da terapêutica antibiótica específica.
 Infecções Meningocócicas (suspeitas ou confirmadas) até 24 horas após o
início da terapêutica especifica. Outras infecções virais: adenovirus, influenza,
parvovirus B19 – durante internação.

Precauções de contato
São indicados para pacientes com infecções microbianas
epidemiologicamente importantes ou colonizações transmitidas por contato direto
(pele a pele) ou indireto (contato com superfícies ambientais ou itens utilizados pelo
paciente).
Luvas – Deve ser usado ao entrar no quarto e removido antes de sair. Depois
de tirar as luvas, você deve lavar bem as mãos imediatamente para evitar a
recontaminação antes de sair da sala.
Avental – limpo, não estéril, deve ser usado quando houver risco aumentado
de contato com material potencialmente infeccioso, por exemplo: pacientes com
diarréia, incontinência fecal, ileostomia, colostomia, feridas com drenagem não
contida de secreção. O avental deve ser retirado entes da saída do quarto, evitando
contaminação da própria roupa.
Lavagem das mãos. Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso
de antissépticos quando indicado.

Observações (EBSERH, 2020):


 O transporte do paciente para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo
possível. As precauções devem ser mantidas quando o paciente for transportado.
 Os itens que paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser
submetidas à limpeza diária.
 Equipamentos de cuidado ao paciente como termômetro, estetoscópio e
esfigmomanômetro, sempre que possível, devem ser de uso exclusivo. Quando não
for possível, é recomendada a desinfecção após o uso ente um paciente e outro.
Indicações:

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 Rubéola congênita - sempre que a criança for internada durante o primeiro
ano de vida, exceto se cultura urina e nasofaringe negativa após os 3 meses de idade.
 Conjuntivite viral hemorrágica - durante internação.
 Celulite, abscessos e úlceras que não podem ser cobertos ou cuja drenagem
não pode ser contida - durante internação.
 Infecção ou colonização por bactérias multi-resistentes em trato GI,
respiratório e tegumento (pele, feridas, queimaduras) - até término da
antibioticoterapia e cultura negativa.
 Furunculose (estafilocócica) em crianças pequenas – durante internação
 Diarréias infecciosas (virais ou bacterianas) em pacientes incontinentes ou
em uso de fralda – durante internação.
 Hepatite A em pacientes incontinentes ou em uso de fralda.
 Herpes simples muco-cutâneo disseminado – durante internação.
 Herpes simples neonatal - apenas quando RN de mãe com lesões ativas e
bolsa rota >4-6 horas, durante internação.
 Herpes zoster localizado em paciente imunocomprometido ou disseminado -
durante internação
 Impetigo - até 24h após início tratamento eficaz.
 Ectoparasitoses (escabiose, pediculose) - até 24h após início tratamento
eficaz.
 Grandes lesões de pele (feridas ou queimaduras) causadas por S. aureus -
durante internação.
 Grandes lesões de pele (feridas ou queimaduras) causadas por
Estreptococos beta hemolíticos do grupo A - até 24h após início de antibioticoterapia
eficaz.
 Doenças febris hemorrágicas
 Infecções respiratórias virais, principalmente laringo-traqueíte e bronquiolite,
em lactentes e crianças pequenas – durante internação.
 Doenças com exantema vesicular, nas quais a probabilidade de varicela for
grande – manter precauções até que todas as lesões estejam em fase de crosta.
Paciente vindo de outra Instituição com sete ou mais dias internação e que vai
para a UTI – adotam-se precauções de contato até os resultados de swabs de
vigilância mostrarem-se negativos.

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3.4 Recomendações de precaução para o pessoal hospitalar

No caso de um dos funcionários apresentar alguma doença infecciosa ou ser


exposto a alguma delas devem ser observadas algumas precauções para que ele não
seja o transmissor da doença (EBSERH, 2020).
1- Se estiver com diarréia:
 Lavar as mãos cuidadosamente após usar o banheiro e antes de manuseio e
pacientes ou equipamentos.
 Evitar trabalhar com crianças menores de dois anos.
2- Se estiver com resfriado:
 Lavar as mãos cuidadosamente.
 Usar luvas e máscara para contato direto com crianças menores de (2) anos.
 Evitar contato com recém-nascidos, imunodeficientes e portadores de
cardiopatias congênitas.
3- Se estiver com herpes labial:
 Lavar as mãos.
 Usar máscaras.
 Evitar contato com recém-nascidos, queimados e imunodeficientes.
4- Se for exposto a sangue através de contato com mucosas, olho e pele:
 Comunicar a CCIH/SCIH ou Serviço de Saúde Ocupacional para verificar a
necessidade de profilaxia para Hepatite B e HIV.

4 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE EM UNIDADES


DE TERAPIA INTENSIVA

Uma infecção nosocomial, também chamada “infecção adquirida no hospital”,


“infecção hospitalar” ou “Infecção Relacionada a Assistência em Saúde (IRAS)”, é
definida, de acordo com a Portaria nº 2.616 do Ministério da Saúde do Brasil, como
aquela que se surge após 72 horas de internação, ou antes, desde que relacionada a
procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos realizados com o paciente, assim como
após a alta hospitalar ou infecções ocupacionais nos profissionais de saúde
(ARAÚJO, 2018)

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Fonte: uniaoquimicaconecta.com.br

As infecções nosocomiais constituem um grave problema de saúde pública


mundial e estima-se que, no mundo, quase meio milhão de casos de infecções
nosocomiais ocorrem a cada ano nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). No Brasil
as IRAS apresentam taxas de incidência de 22,8% quando comparado aos países
desenvolvidos europeus cujas taxas são menores que 9% (COELHO et al., 2011;
COSTA et al., 2020).

A causa deve estar nas várias intervenções diagnósticas ou terapêuticas


invasivas, tais como o uso frequente de um amplo espectro de antibióticos,
presença de doenças subjacentes e ventilação mecânica, cateterismo
venoso central, monitoramento invasivo de pressão e cateterismo urinário,
bem como internações mais longas e o uso contínuo de desinfetantes e
antissépticos, como o álcool em gel. (DERELI et al., 2013; REIS et al., 2011).

Com esses procedimentos, o paciente internado vive em constante exposição


à sua própria microbiota e a do ambiente hospitalar. A maioria das vezes eles são
acometidos por diversas complicações do processo hospitalar, como doenças agudas
ou até mesmo complicações de doenças crônicas, nas quais as mais comuns
são as infecções hospitalares (MOREIRA e SOUZA, 2016; HESPANHOL et al., 2019).
Outro potencial reservatório de microrganismos, não menos importante, são
os jalecos utilizados pelos profissionais de saúde em geral. Esse Equipamento de
Proteção Individual (EPI), que tem função primordial de proteger o profissional, se
contaminado, pode tornar-se veículo de disseminação de microrganismos
sensíveis e resistentes (MODESTO e FERREIRA, 2019).
Diversos são os organismos relacionados a contaminações em ambientes
hospitalares e processos de Infecções Relacionados à Assistência à Saúde, no

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entanto, os principais patógenos incluem Staphylococcus aureus resistente à
oxacilina (ORSA), Enterococcus sp. resistente à vancomicina (VRE) e, mais
recentemente, enterobactérias produtoras de Beta Lactamase de Espectro
Estendido (ESBL) e Acinetobacter baumannii resistente à antibióticos
carbapenêmicos (ROCHA et al., 2015; BORDIGNON e LIMA, 2017).

5 HIV/AIDS

Fonte: 5aessence.com.br

O vírus HIV é membro do gênero Lentivirus, da família Retroviridae. É


responsável por grande morbimortalidade, associada em grande número dos casos à
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (MORAES; OLIVEIRA; COSTA,
2014).
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (Aids) são temas discutidos, mundialmente, cuja gênese apresenta
transformações epidemiológicas ascendentes que requer um aprofundamento nos
aspectos sociodemográficos, políticos, éticos, culturais, psicossociais e de saúde.
Desde o início da década de 80, no século XX, a identificação do HIV/Aids, constitui
um desafio para a comunidade científica global, pois é considerado um problema de
saúde pública, de grande magnitude e caráter pandêmico que envolve diversos atores
sociais, atingindo os indivíduos sem distinção social, econômica, racial, cultural ou
política (PERUCCHI et al., 2011).

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No início da década de 1980, a epidemia causada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) /síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) trouxe
à tona e atualizou antigas representações sociais vinculadas às doenças
infectocontagiosas: mal, horror, definhamento, contaminação, desordem,
transgressão e morte (WILSON D, WHITESIDE, 2016). Desde então, em todo o
mundo, 32 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à aids e, em 2018,
estimava-se que havia 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), sendo
a maioria adultos (36,2 milhões) (JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME, 2019).
Nesse panorama, destaca-se a incidência desigual do HIV/aids entre regiões e países,
o que requer atenção para dificuldades estruturais (educação, economia, custos,
estigma, sistema de saúde, etc.) que não são mitigadas apenas pelo sistema de saúde
(MCGRATH et al., 2014; SANGARAMOORTHY, 2018). Calcula-se que, em 2018, do
total de PVHA no mundo, apenas 23,3 milhões tinham acesso à terapia antirretroviral
(TARV) (JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME, 2019).
Diante dos anos de história do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e após
a transformação da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) de doença
aguda e fatal e crônica, sustenta-se a necessidade de ir além da terapêutica
medicamentosa combinada, ultrapassando a barreira simplória da ausência
sintomática, chegando ao bem-estar propriamente dito, que resvala nos
determinantes e condicionantes da Saúde e da QV. Estudos têm apontado fatores
específicos de repercussão na QV das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA),
entre eles: o estigma, o acesso à assistência nos serviços de saúde, as
relações com os profissionais de saúde, o trabalho e os vínculos empregatícios,
a vivência da sexualidade, as alterações corporais, a percepção da autoimagem, o
suporte social e as relações familiares (COSTA, et al., 2015).
Alguns estudos sugerem que a contaminação, o reconhecimento do HIV
e da morbimortalidade implicada à doença é, por si só, um fator preditivo
negativo na Quedos indivíduos. Outros evidenciam discursos emotivos, repletos de
tristeza e revolta, sobre o fastígio da entrega do resultado, que estabelece um divisor
de águas entre uma vida supostamente saudável, tranquila e feliz, para uma
nova realidade; ressignificando de modo positivo os acontecimentos pré-revelação e
de modo negativo os acontecimentos pós-revelação (CATUNDA et al., 2016;
FERNANDES et al., 2017).

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5.1 Terapia antirretroviral

Apesar de inúmeros relatos datados de 1975, foi catalogado o primeiro caso de


depressão imunológica aguda apenas em 1981 pelo Centers for Disease Control and
Prevention (CDC) nos Estados Unidos, com identificação processada em 1982, sendo
seu agente etiológico o retrovírus, pertencente aos lentivírus. Neste ínterim, o vírus
recebeu a denominação "Wrath of God" (WOG) ou ira de Deus em português
(PASCHOAL; SANTO; GOMES, 2014)
Segundo Paschoal; Santo e Gomes, (2014) o novo vírus não demora a receber
o nome HTLV-III pelas características de sua constituição estrutural e biologia, como
o fato de ser linfotrópico, e, em 1986, a comunidade científica aceita a nomenclatura
final de Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV). O HIV foi alvo de intenso
preconceito pelo fato de os primeiros casos terem sido identificados em grupos
homossexuais masculinos, os quais tinham seu comportamento sexual julgado e
considerado, na época, promíscuo pela sociedade.

Na década de 90, a terapêutica para o HIV, baseada no TARV (terapia


antirretroviral), surge como opção à monoterapia centrada na Zidovudina. A
morbimortalidade, após a utilização do tratamento em questão, apresentou
decréscimo considerável, representando, se não a cura, uma perspectiva
completamente diferente no cenário epidemiológico (PASCHOAL; SANTO;
GOMES, 2014)

Porém, nem todos os aspectos são favoráveis nesta seara, e a adesão ao


tratamento tem se mostrado difícil, devido às condições de toxicidade e interação dos
medicamentos. A não adesão ao tratamento poderá proporcionar o surgimento de
cepas virais resistentes à terapia antirretroviral, diminuindo a sobrevida do paciente e
se tornando uma preocupação extra para os organismos de saúde internacionais
(BAZIN, GASPAR, SILVA, 2014).
Em 1996, a intervenção clínica sofreria uma revolução, com a implantação da
Terapia Antirretroviral de Alta Eficácia (HAART). O HAART, é a combinação dos
inibidores de protease e transcriptase reversa, perfazendo ao menos três drogas
antirretrovirais (ARV), e representa na atualidade a forma mais eficaz na redução da
carga viral plasmática de RNA-HIV-1 para níveis indetectáveis (Bazin, Gaspar, Silva,
2014).
Os esquemas terapêuticos utilizados seguem algoritmo baseado em condições
clínicas e laboratoriais, encontrando-se normatizado pelo Ministério da Saúde e

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divulgado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas para Adultos Vivendo com HIV. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) estimou, em 2002, que, em todo o mundo, 6 milhões de pessoas
necessitariam de Terapia Antirretroviral (TARV), sendo que somente 230.000 tiveram
acesso ao coquetel (BAZIN, GASPAR, SILVA, 2014).
Os Antirretrovirais (ARV) dividem-se em quatro grupos:
1. Inibidores da transcriptase reversa: São exemplos neste grupo, fármacos
pertencentes à lista de medicamentos essenciais (LME), a zidovudina (AZT), a
didanosina, a estavudina, a lamivudina, o abacavir. Além destes, temos a nevirapina,
o efavirenz. Este grupo de ARV se subdivide em três elementos: inibidores
nucleosídicos da transcriptase reversa (INTR), inibidores não nucleosídicos da
transcriptase reversa (INNTR); inibidores nucleotídicos da transcriptase reversa
(BRASIL, 2013).
2. Inibidores de protease: São exemplos neste grupo, o Saquinavir, o Ritonavir,
a Indinavir, o Nelfinavir e o Lopinavir.
3. Inibidores de integrase: O único exemplar é o Raltegravir.
4. Inibidores de fusão: O único exemplar é o Enfuvirtida.
O mecanismo de atuação em conjunto dos antirretrovirais reside no fato de
bloquearem a atuação de enzimas fundamentais na replicação, e, portanto, na
propagação do vírus no interior das células do hospedeiro (BRASIL, 2013).

6 HEPATITES VIRAIS

Fonte: navegantes.sc.gov.br

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A história das hepatites virais remonta milênios, tendo as últimas décadas sido
marcadas por notáveis conquistas relacionadas à prevenção e ao controle da doença.
Estão entre elas a identificação dos agentes causadores, o desenvolvimento de testes
laboratoriais com alta especificidade, o rastreamento dos portadores e a implantação
de vacinas protetoras (BRASIL, 2015). São doenças causadas por diferentes agentes
etiológicos, que têm em comum o tropismo pelo fígado. Apresentam, portanto, várias
semelhanças no tocante à apresentação clínico-laboratorial, com diferenças em
termos de epidemiologia e evolução (GOMES et al., 2012).
Cinco espécies virais são responsáveis pela maior parte dos episódios de
hepatite aguda e de hepatite crônica: vírus da hepatite A (HAV), vírus da hepatite B
(HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite D (HDV) – viroide defeituoso
revestido pelo antígeno da hepatite B, e vírus da hepatite E (HEV). Outros vírus, tais
como os da família Herpesviridae (citomegalovírus humano, Epstein-Barr e herpes
simples) e o parvovírus B19, também, podem causar hepatite, porém em menor escala
(GOLDMAN; SCHAFER, 2014)
As elevadas taxas de incidência e prevalência, no caso das hepatites A e E,
correlacionam-se com as condições sanitárias, tendo em vista a principal via de
transmissão a fecal-oral, e isso contribui para a predominância significativa dessas
formas de hepatite em países em desenvolvimento. Por outro lado, no que diz respeito
às hepatites B, C e D, os grupos de risco são definidos pelo comportamento individual
e social, sendo eles: profissionais da área da saúde, homossexuais masculinos,
usuários de drogas intravenosas, profissionais do sexo e pacientes em hemodiálise.
Isso explica, em parte, a distribuição epidemiológica mais homogênea desses tipos
de hepatite (SILVA et al., 2012)
A Organização Panamericana de Saúde estima que, no Brasil, ocorram
atualmente cerca de 130 novos casos de hepatite A por 100.000 habitantes, sendo
essa a principal causa de hepatite viral no mundo. Estima-se que no país existam
cerca de dois milhões de portadores crônicos do HBV, com maior prevalência nas
regiões norte e nordeste. Em relação ao HCV, evidências sugerem a prevalência entre
1% e 3% da população brasileira. Segundo dados do Centers for Disease Control and
Prevention (CDC), as hepatites B e C são as principais causas de câncer de fígado e
de indicação do transplante hepático (GOMES et al., 2012).
A região amazônica ocidental apresenta uma das maiores incidências do HDV
no mundo e, no Acre, a prevalência do anticorpo anti-delta é de 1,3% da população.

18
Apesar de o Brasil apresentar condições sanitárias favoráveis às epidemias do HEV,
nenhuma foi descrita ainda. Alguns casos isolados já foram notificados (BRASIL,
2016). Foi implantado, pelo Ministério da Saúde, em 2002, o Programa Nacional de
Hepatites Virais, objetivando aprimorar ações de controle e prevenção das hepatites
(BRASIL, 2015). Trata-se de doenças incluídas na lista nacional de doenças de
notificação compulsória (BRASIL, 2016).

6.1 Hepatite A

É uma doença viral aguda de grupo de transmissão fecal-oral (em que está o
HAV). Tem seu mecanismo de transmissão ligado a condições de saneamento básico,
higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. As transmissões percutâneas
(inoculação acidental) ou parental (transfusão) do vírus A são muito raras. Áreas que
ainda não dispõem de saneamento básico e tratamento de esgoto adequado também
deixam as pessoas mais vulneráveis à infecção pelo vírus da hepatite A. Geralmente,
a infecção é benigna em crianças e mais grave em adultos. Contudo, podem ocorrer
formas fulminantes da doença, capazes de causar morte ou desencadear doença
autoimune grave (ABCMED, 2015).
O Ministério da Saúde incluiu a vacina da hepatite A no calendário vacinal
infantil, a qual está disponível para crianças menores de 5 anos. Além das crianças,
há indicação de vacinação para grupos específicos (ABCMED, 2015).

6.2 Hepatite B

É uma doença sexualmente transmissível, sendo a via sexual a mais relevante


para a transmissão da hepatite B. Todavia, também pode ser transmitida por meio do
compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, colocação de piercing,
procedimentos de tatuagem e manicure/pedicure com materiais não esterilizados,
compartilhamento de utensílios e objetos de higiene contaminados com sangue
(escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar), acupuntura, procedimentos
médico-odontológicos, transfusão de sangue, hemoderivados e hemodiálise, sem as
adequadas normas de biossegurança. Além do sangue, outros líquidos orgânicos,
como sêmen e secreção vaginal, podem constituir fontes de infecção (BRASIL, 2020).

19
A transmissão vertical do vírus da hepatite B, que se dá quando acontece a
transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto, pode ocorrer pela
exposição do recém-nascido ao sangue. Por isso, é importante que todas as gestantes
da comunidade façam o teste para hepatite B. Caso seja diagnosticada a infecção, o
SUS dispõe de métodos para evitar a transmissão para o bebê. A gestante com
hepatite B precisa ser assistida pela equipe de saúde para receber todas as
orientações necessárias acerca do parto e aleitamento materno (BRASIL, 2020).

6.3 Hepatite C

É uma patologia infecciosa viral, contagiosa, devido ao vírus da hepatite C –


HCV, antigamente definido por hepatite não A não B, sendo representado por 90%
dos casos de hepatites adquiridos via transfusão sanguínea. Podendo o portador
apresentar ou não sinais e sintomas da doença. Existe duas formas da patologia a
aguda e a crônica. No entanto, a média é de 80% dos portadores evoluem para
cronicidade e 20% desenvolve somente a fase aguda realizando o tratamento no início
da infecção (BRASIL, 2005).
Conforme Varaldo (2003) a evolução da doença depende de cada organismo e
também do tempo em que ocorreu a infecção, sabendo o tempo o médico tem a
possibilidade de esquematizar um tratamento o mais rápido possível após sua
detecção. O diagnóstico da hepatite C é obtido através de teste rápido, testagens de
amostras de sangue total, soro, plasma ou fluído oral para detectar o vírus da hepatite
C (BRASIL, 2015).
Segundo Brasil (2013) as maiores taxas do HVC no nosso país são registradas
no Sudeste, e em seguida na região Sul, sendo a maioria dos casos com pessoas
com mais de 40 anos e atingido também em sua maioria o sexo masculino, tendo
predominância as seguintes vias de transmissão: transfusão sanguínea, compartilhar
objetos perfuro cortantes sem esterilizar, e uso de drogas.
De acordo com Brasil (2011) em torno de 3% da população mundial são
portadoras do HCV, sendo este dado mais por volta de 170 milhões de pessoas com
a fase crônica e com chance de desencadear as complicações da patologia.

20
Tratamento para hepatite C
De acordo com Brasil (2015) existem critérios para o início do tratamento da
hepatite C na sua fase assintomática, sintomática e aguda. Segundo Nettina (2011) o
tratamento da hepatite C é obrigatório seu monitoramento, contendo hemograma
completo, provas de função hepática e também carga viral do HCV no decorrer do
tratamento, sendo utilizado medicações de ação prolongada os interferons injetáveis
no tratamento do vírus, como peginterferon alfa-2a (Pegasys), juntamente com
ribavirina antiviral oral (Virazole), podendo levar a um resultado sustentável de níveis
virais não detectáveis em média de 41 a 50% dos genótipos 1 e já nas pessoas com
genótipos 2 e 3 é de 70 a 80%. É de extrema relevância que o atendimento na atenção
básica com o portador do vírus seja orientado com medidas simples, como a proibição
de ingesta álcool, diminuindo a probabilidade da evolução de cirrose ou câncer no
fígado, podendo assim modificar ou desacelerar o curso natural da patologia (BRASIL,
2006).

Complicações da hepatite C
De acordo com OMS (2014) no período da fase crônica da hepatite C os
infectados podem apresentar na maioria dos casos cirrose hepática ou câncer no
fígado, também é relatado que em média 300 mil a 500 mil pessoas morrem por ano
de doenças hepáticas ligadas a hepatite C.
Segundo Nettina (2011) a cirrose hepática é uma patologia crônica que é
definida pela fibrose tecidual, à proporção que o tecido necrótico é trocado por tecido
fibrótico as estruturas do fígado são modificadas, e assim prejudicando o mesmo e
podendo levar a uma insuficiência hepática e hipertensão portal. Conforme o Instituto
Nacional do Câncer – INCA (2016) o carcinoma hepatocelular é um tumor maligno
primário, teve origem no fígado, que ocorre com mais frequência, sendo mais de 80%
dos casos.

6.4 Hepatite D (Delta)

É importante entender que só terão hepatite D aquelas pessoas que já estão


infectadas pelo vírus da hepatite B. Dessa forma, a transmissão da hepatite Delta é
igual à do vírus B, ou seja, por meio do contato com sangue ou outros líquidos
orgânicos, como sêmen e secreção vaginal contaminados. No Brasil, essa infecção

21
tem grande importância na Região Amazônica; entretanto, com as migrações
constantes no país, além maior da facilidade de as pessoas viajarem, é possível
encontrar casos de hepatite D em outras regiões do Brasil (BRASIL, 2020).
Por se tratar de um vírus que infecta apenas os portadores de hepatite B, a
vacina para o vírus B também protege da infecção pelo vírus D (Delta).

6.5 Hepatite E

A transmissão da hepatite E assemelha-se à da hepatite A, ou seja, se dá pela


via fecal-oral, ocorrendo principalmente por meio de água e alimentos contaminados
por fezes humanas ou de animais. Além disso, a transmissão pode acontecer pelo
consumo de carne suína mal cozida ou crua. A disseminação da hepatite E está
relacionada à infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições
de higiene praticadas. No Brasil, é uma infecção de baixa ocorrência, sendo mais
comumente encontrada em países da Ásia e a África (BRASIL, 2020).

Sintomas
As hepatites virais podem não apresentar sinais e sintomas. Porém, quando
aparecem, estes podem se manifestar com (BRASIL, 2020).:
 Febre;
 Vômitos;
 Fraqueza (fadiga);
 Mal-estar;
 Dor abdominal;
 Enjoo/náuseas;
 Perda de apetite;
 Urina escura (“cor de coca-cola”);
 Icterícia (olhos e pele amarelados);
 Fezes esbranquiçadas (como massa de vidraceiro).

A infecção pelos vírus A e E das hepatites pode ser evitada com as seguintes
precauções (BRASIL, 2020):
 Lavar as mãos depois de ir ao banheiro, após trocar fraldas das crianças e
antes de comer ou preparar alimentos;

22
 Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos,
frutos do mar e carne suína; Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e
mamadeiras;
 Orientar as pessoas nas creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e
instituições fechadas quanto à importância da adoção de medidas rigorosas de
higiene, como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de
sódio a 2,5% ou água sanitária;
 Evitar a construção de fossas sépticas próximas a poços e nascentes de rios,
a fim de não comprometer o lençol d’água que alimenta fontes de consumo de água;
 Respeitar a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca,
e de 45 metros para os demais focos de contaminação, como: chiqueiros, estábulos,
valões, galerias de infiltração e outros;
 Não tomar banho ou brincar perto de valões, chafarizes, enchentes ou
próximo a locais em que haja esgoto a céu aberto;

Para evitar a infecção pelas hepatites B, C e D, orientar as pessoas a adotarem


as seguintes precauções (BRASIL, 2020):
 Realizar o esquema completo da vacina contra a hepatite B, que geralmente
é feito com a aplicação de três doses no intervalo de 0, 1 e 6 meses. As pessoas que
apresentam a documentação com esquema incompleto podem completar o esquema
já iniciado;
 Evitar contato com sangue e outros fluidos contaminados;
 Usar camisinha em todas as relações sexuais;
 Exigir material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos e
odontológicos, e na realização de acupuntura;
 Exigir material esterilizado ou descartável nas barbearias e nos salões de
manicure/pedicure. Para evitar o uso compartilhado de material perfurocortante, o
ideal é que cada pessoa leve o seu kit com: tesoura, alicate, cortador de unha, lixa de
unha, lixa de pé, empurrador/espátula, escova e toalha;
 Procurar estúdios de tatuagem e estabelecimentos de estética que sigam as
normas de segurança;
 Exigir material esterilizado ou descartável para realização de tatuagens e
colocação de piercings e brincos;

23
 Exigir que o estabelecimento tome o necessário cuidado para que as tintas
não estejam contaminadas. Para isso, existem técnicas de utilização individual de
tintas;
 Não compartilhar escova de dente, lâminas de barbear ou de depilar, ou
qualquer objeto perfurocortante;
 Não compartilhar objetos para o uso de drogas (agulhas, seringas, cachimbos
ou canudos);
 Buscar atendimento médico ao apresentar qualquer sinal ou sintoma da
doença, ou em caso de exposição a alguma situação de transmissão das hepatites
virais.
Tratamento da hepatite aguda
Ainda que as hepatites B, C e D possam se manifestar de forma aguda, há
maior relevância de casos agudos quando se trata de infecções pelos vírus A e E. O
uso de medicamentos para vômitos e febre pode ser realizado quando recomendado
pelo médico. Entretanto, faz-se necessária a máxima atenção quanto às medicações
utilizadas. Os medicamentos não devem ser administrados sem recomendação
médica, para não agravar o dano no fígado. O repouso é considerado uma medida
adequada. Como norma geral, recomenda-se que seja orientado pelo médico, pois o
tempo de repouso depende de exames que mostrem a melhoria do dano no fígado,
liberando-se progressivamente o paciente para retorno às atividades cotidianas
(BRASIL, 2020).
A dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular; porém, seu
maior benefício decorre do fato de ser mais agradável para a pessoa que apresenta
perda de apetite. De forma prática, recomenda-se que a dieta seja definida em
conjunto com a própria pessoa, de acordo com a sua aceitação alimentar. A única
restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por seis meses
no mínimo e, preferencialmente, por um ano. Nas hepatites agudas, o
acompanhamento clínico é fundamental e os intervalos das consultas devem ser
definidos pelo médico (BRASIL, 2020).

Tratamento da hepatite crônica


É importante que, na Atenção Primária, os profissionais estejam atentos para
identificar possíveis portadores de hepatites crônicas, com destaque para a infecção
pelos vírus B, C e D. O diagnóstico precoce minimiza as chances de progressão de

24
hepatite crônica para cirrose ou câncer de fígado. A decisão para o tratamento
depende da análise do estado geral do paciente e de exames específicos, com base
em protocolos clínicos publicados pelo Ministério da Saúde. Para as hepatites B e D,
está prevista a oferta de medicamentos de uso crônico no SUS, que podem controlar
essas infecções, diminuindo as chances de evolução para cirrose e câncer (BRASIL,
2020).
Geralmente, o tratamento dessas hepatites é feito na Atenção Especializada.
Dessa forma, quando os casos forem identificados na Atenção Primária, deve-se
proceder ao encaminhamento para os serviços adequados. No que se refere à
hepatite C, o SUS disponibiliza medicamentos de última geração, que curam mais de
95% dos casos. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de a infecção
não evoluir para cirrose e câncer. Nos últimos anos, os medicamentos utilizados para
tratar a hepatite C tiveram avanços significativos, tornando-se muito mais seguros e
eficazes, com expressiva redução na duração do tratamento. Essa evolução permite
que os pacientes que não apresentam complicações possam ser tratados pelos
profissionais da Atenção Primária à Saúde (BRASIL, 2020).

7 INFECÇÃO URINÁRIA

Fonte: escolakids.uol.com.br

A infecção do Trato Urinário (ITU) está entre as doenças infecciosas de


maior prevalência no mundo perdendo apenas para as respiratórias, e envolve
todas as faixas etárias. As ITU’s podem ser definidas como uma infecção

25
causada por agentes patogênicos ou não, que geram, por consequência,
um intenso processo inflamatório (COSTA et al., 2010; BRASIL, 2017).
Alguns fatores podem estar relacionados com a origem da ITU, como o
comprimento da uretra a vida sexualmente ativa, o uso de contraceptivo e
espermicida, a menopausa (alterações hormonais), bloqueio o trato urinário (pedra
nos rins e aumento da próstata), alguma deficiência no sistema imunológico ou
a utilização de cateter ou sonda, assim como a deficiência de higiene dos pacientes
com ITU, as falhas relacionadas à prescrição de antibióticos e a interrupção do
tratamento, colaboram com a recorrência da mesma (PESSOA DE ASSIS et al.,
2019).
A infecção urinária pode ser assintomática ou sintomática, e dentre os
sintomas mais comuns podem ser citados: ardência forte ao urinar, frequência
elevada de micções, urina de cor escura podendo vir acompanhada de sangue e/ou
odor forte, dor pélvica e dor no reto variando de acordo com o tipo de infecção
(LIMA; ASSIS; CUSTÓDEO, 2013).
As infecções urinárias podem ser divididas em: infecções graves/altas e
não complicadas ou infecções baixas. As infecções altas apresentam maior risco de
falha terapêutica, ocorrem na parte superior do trato urinário, como a pielonefrite.
As cistites, não causam danos tão severos, pois estão associadas ao trato
urinário inferior, demostrando assim menor risco (MATA et al., 2005 apud PESSOA
DE ASSIS et al., 2019).
As infecções urinárias podem ser agrupadas em quatro entidades clínicas,
sendo inter-relacionadas, de acordo com a localização da infecção em bacteriúria
assintomática (urina), uretrite (infecção na uretra), cistite (infecção na bexiga) e
pielonefrite (infecção nos rins) (COSTA et al., 2010).As ITUs quando alcançam um
estágio avançando podem resultar na perda da função renal, trazendo
sequelas permanentes, assim como aumentam os riscos a partos prematuros
(BERALDO-MASSOL et al., 2012; SILVA, 2012).
Dentre as complicações há de se destacar a septicemia que ocorre
principalmente idosos e crianças, podendo estar associada a várias condições clínicas
como bacteriúria assintomática, cistite, pielonefrite, prostatite, abscesso renal e peri-
renal (PESSOA DE ASSIS et al., 2019).
O diagnóstico pode ser confirmado somente através da urocultura,
considerada padrão ouro. Entretanto em muitos casos os médicos não solicitam

26
a urocultura assim como o teste de sensibilidade aos antimicrobianos, e
prescrevem a antibioticoterapia a partir dos exames clínicos e dos resultados da
urinálise, pela interpretação dos elementos anormais e sedimentos (EAS)
(SOARES; NISHI; WAGNER, 2006; BRASIL, 2017).
As infecções urinárias são causadas por diversos microorganismos tais como
fungos e bactérias, porém os mais prevalentes são as bactérias Gram negativas,
sendo a Escherichia coli o microorganismo invasor mais comum, sendo isolada em
cerca de 70 a 90% das infecções agudas de origem bacteriana. Porém, outras também
podem estar associadas às ITUs, destacando-se Pseudomonas sp., Proteus
sp., Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp., Streptococcus sp., e Proteus
sp., e Staphylococcus saprophyticus, sendo esta última a segunda causa mais
frequente desta infecção (PESSOA DE ASSIS et al., 2019).
A Escherichia coli é uma bactéria que é prevalente na microbiota
intestinal, podendo também colonizar a mucosa genital. Em determinadas
situações pode penetrar no sistema urinário, através do canal uretral, aderir
e colonizar a mucosa urogenital (utilizando fímbrias e adesinas). Ela é capaz de
resistir à eliminação pelo fluxo urinário causando uma bacteriúria acentuada
(FERNANDES et al., 2015).
Os principais antibióticos de origem natural utilizados para tratamento
clinico, são classificados em β-lactâmicos, Tretraciclinas aminoglicosideos,
macrolideos, peptídicos, cíclicos, estreptograminas entre outros. Para os de origem
sintética podem-se apontar os sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas. Cada
composto possui mecanismo de ação distinto, atuando em diversas etapas da
replicação ou na estrutura bacteriana (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).

27
8 INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA

Fonte: pt.nextews.com

Pseudomonas aeruginosa é um bacilo gram-negativa aeróbica (ROCHA et al.,


2019). Apesar da sua ampla distribuição no ambiente, esta raramente coloniza seres
humanos. Em contrapartida, a chance de colonização aumenta consideravelmente em
pacientes hospitalizados. Sendo assim, esta bactéria é considerada um patógeno
oportunista, o qual mais de 70% das infecções por P. aeruginosa ocorrem com
infecções nosocomiais ou associadas à saúde (TUO; GORTZ; ROCHA, 2012),
sobretudo em pacientes queimados imunossuprimidos, pessoas com fibrose cística e
usuários de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (OSSA-GIRALDO, 2014).
A P. aeruginosa pode causar pneumonia, infecções do trato urinário, e
bacteremias, bem como alta morbidade e mortalidade em pacientes com fibrose
cística, em detrimento de infecções crônicas que acarretam danos ao nível pulmonar
e insuficiência respiratória (OCHOA et al., 2013).
A importância clínica da infecção por P. aeruginosa caracteriza-se pela
expressão de múltipla resistência a antibacterianos associada a uma difícil
erradicação da doença, com elevados índices de morbidade e mortalidade. Esse
microrganismo pode apresentar resistência natural ou adquirida (NEVES et al., 2011).
Dessa forma, a resistência intrínseca tem maior expressão de resistência aos agentes
antimicrobianos devido à redução da permeabilidade de sua membrana externa, à
expressão constitutiva de várias bombas de ejeção e à produção de enzimas que

28
inativam antibióticos (LUJAN ROCA, 2014) e a capacidade de adquirir resistência por
mutação e transferência horizontal (FARHAN et al., 2019).
Cortes e colaboradores (2009) observaram que o ambiente hospitalar é
propício para a aquisição de infecções bacterianas, e que pacientes submetidos à
ventilação mecânica desenvolveram infecções hospitalares, como por P. aeruginosa,
por exemplo, além disso, as cepas isoladas apresentaram resistência aos antibióticos.
Hoang e colaboradores (2018) obtiveram uma observação similar, em sua
avaliação de pacientes recém hospitalizados, estes adquiriram infecção por P.
aeruginosa em 70% dos casos através da ventilação mecânica e 90% dos casos
através da ventilação na admissão. A colonização apresentou-se significativamente
crescente com a prescrição de antibiótico inativo caracterizado como fator de risco
juntamente com a contaminação da água da torneira do quarto dos pacientes, assim
como o transporte e procedimentos invasivos.
Gonçalves e colaboradores (2017) relataram que as infecções hospitalares
causadas por P. aeroginosa eram resistentes a carbapenem. Dos fatores de riscos
apresentados, a ventilação mecânica está classificada como o principal, em seguida,
instrumentos de manuseio no paciente como tubos entéricos e nasogástricos, seguido
de terapia inadequada e bacteremia primária com foco desconhecido. Valderrama e
colaboradores (2016) em busca da determinação dos fatores de risco para bacteremia
causada por P. aeruginosa de cepas resistentes ao carbapenem, em pacientes
hospitalizados, definiu-os de acordo com a significância estatística encontrada, sendo
os mais relevantes: internação, tempo de uso de antibióticos, uso prévio de
meropenem, ciprofloxacino ou cefepime, cirurgia, nutrição prévia e parenteral.
Outros fatores de riscos também foram pesquisados em trabalhos como de
Harris e colaboradores (2017), que em concordância com outras literaturas, averiguou
o aumento da idade como um fator de risco, o que pode ser biologicamente justificado
pela fragilidade do indivíduo colocando-o em exposição a diversas infecções. No
entanto, para a análise dos fatores de riscos que envolvem anemia e doenças
neurológicas apesar de serem relevantes para aquisição de infecções por P.
aeruginosa, não houve relatos que esclarecessem a relação dos mesmos.
Para Tuon, Gortz e Rocha (2012) não houve diferença significativa em relação
ao aumento da idade com infecções, bem como, o tempo de internação do paciente.
Verifica-se que doenças hematológicas são importantes na aquisição de infecções por
P. aeruginosa, bem como maior permanência no hospital antes da administração de

29
carbapenem, neutropenia persistente durante o tratamento, uso de
imunossupressores e colonização prévia por microrganismos (LEE, et al., 2016).

9 TUBERCULOSE

Fonte: glbimg.com

A tuberculose é uma das doenças mais antigas da humanidade. O


Mycobacterium tem origem estimada em 150 milhões de anos, tendo provavelmente,
durante o período de contato humano, matado mais pessoas do que qualquer outro
microrganismo patogênico. Há registros da doença em múmias egípcias, em trechos
de livros hebraicos bíblicos, em antigos escritos chineses, e em estudos de Hipócrates
na Grécia antiga, revelando a presença letal do patógeno nas principais civilizações.
A tuberculose, em seus primórdios, deve ter atingido inicialmente animais, através de
uma variante que antecedeu o Mycobaterium bovis. A zoonose provavelmente se
disseminou pelo consumo humano de carne ou leite contaminado. Aos poucos, novas
linhagens mutantes, de localização pulmonar e melhor transmissão aerógena,
associada a uma menor virulência, facilitando a disseminação do patógeno,
conseguiram firmar-se como parasitas importantes da espécie humana (VERONESI;
FOCACCIA, 2010).
A disseminação da doença pelas Américas decorreu do contato com
navegantes europeus, na época das grandes navegações. A prova bacteriológica
mais antiga sobre a presença do patógeno nas Américas remonta a 1.100 AC, em
uma índia inca, possuidora de sinais clínicos e bacilos preservados em seu corpo

30
mumificado pelas condições ambientais onde havia sido sepultada. Muito embora o
M. tuberculosis e o M. bovis já existissem entre os povos pré-colombianos, foi o
contato prolongado com exploradores europeus o fator disseminador da doença.
Entretanto, somente mais tarde, no século XX, com a urbanização experimentada
pelos países americanos, é que realmente houve a explosão epidêmica da
tuberculose em todo o continente, inclusive no Brasil (KOZAKEVICH; SILVA, 2016).
A tuberculose é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, que compromete principalmente os pulmões, podendo, entretanto,
manifestar-se clinicamente de inúmeras maneiras e em diversos órgãos. O agente é
uma forma de transição entre eubactérias e actinomicetos, sendo constituído por
bacilos imóveis, não capsulados, não esporulados, e não formadores de colônias, de
dimensões variando entre 0,2 e 0,6 por 1 a 10 micras. Formam agrupamentos
característicos de ramos alongados e tortuosos, conhecidos como cordas,
característica importante para a visualização e diferenciação do bacilo em análises
microscópicas (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
Apresenta um tempo de geração variando de três horas, para espécies de
crescimento rápido, e 18 horas para espécies de crescimento lento, característica
devida ao alto teor de lipídios presente em suas cápsulas. O patógeno cresce
lentamente, tendo seu metabolismo voltado especialmente para a construção da
cápusla que o protege de agentes químicos, podendo sobreviver durante semanas ou
meses sobre objetos inanimados. Entretanto, é facilmente destruído por agentes
físicos como calor, e raios ultravioleta dos raios solares e de radiações ionizantes. Sua
resistência à dessecação, à ação de álcool, ácidos e antimicrobianos, se estabelece
em virtude da constituição de sua parede, organizada por ácidos micólicos e lipídios,
formando uma barreira hidrofóbica resistente. Por outro lado, a presença de alto teor
lipídico da membrana, proporciona efeitos biológicos importantes, tais como a
propriedade do patógeno na indução da formação de granulomas nos tecidos
infectados (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
De metabolismo aeróbico, tem tempo de duplicação em 18 a 48 horas, sendo
um parasita intracelular facultativo, com preferência pela infecção de macrófagos.
Pode permanecer em estado de dormência sem se dividir, dificultando a erradicação
da doença e propiciando, clinicamente, a recidiva de infecções antigas subclínicas.
Considerado como o protótipo do M. tuberculosis complex, o M. tuberculosis
faz parte de uma família composta ainda pelo M. bovis, M. microti, M. africanum e M.

31
canetti, fenotipicamente e genotipicamente similares, compartilhando cerca de 99%
de seus genes, e marcados pela presença nos genomas do fragmento IS6110
(VERONESI; FOCACCIA, 2010). Outras espécies de micobactérias, não pertencentes
ao complexo do M. tuberculosis, são responsáveis por 10 a 30% das linhagens
isoladas em laboratório, constituindo um grupo extremamente heterogêneo e de difícil
caracterização, com diferentes níveis de patogenicidade, sendo as linhagens mais
importantes constituídas pelo M. leprae, M. avium, M. kansassi, M. gordonae, M.
fortuitum, M. chelonae, M. kansasii e M. scrofulaceum (VERONESI; FOCACCIA,
2010).
M. tuberculosis não é encontrado livre na natureza, sendo transmitido
principalmente por via aerógena. Sua infecção possui baixa morbidade, o que, aliado
a seu crescimento lento, proporciona uma manifestação patológica de curso lento e
crônico em indivíduos de baixa imunidade. Tem preferência pela colonização dos
pulmões, já que sendo um aeróbico estrito encontra neste órgão melhores condições
de crescimento e transmissão. Durante a infecção, o bacilo é exposto a diversos
contextos ambientais, dependendo do estágio e da severidade da doença, possuindo
a capacidade de sobreviver em situações extremamente hostis para outras bactérias,
como dentro do fagossomo de macrófagos (VERONESI; FOCACCIA, 2010).

9.1 Epidemiologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população


mundial esteja infectada pelo M. tuberculosis. Neste contexto, 8 a 10 milhões
desenvolverão a doença durante a vida, sendo que cerca da metade apresentará
formas contagiantes. O número de novos casos é estimado em cerca de 8,7 milhões,
sendo 80% concentrado em 22 países subdesenvolvidos, dentre eles o Brasil. O
quadro completa-se com três milhões de óbitos conhecidos e determinados,
anualmente, levando a OMS a estabelecer o cenário da tuberculose mundial em 1993
como de emergência global, sendo considerado um “desastre da saúde pública”
(BRASIL, 2008).
As principais causas de morte no mundo, atualmente, no grupo etário de 15 a
44 anos são, entre os homens, os acidentes de trânsito, em primeiro lugar, seguidos
pela tuberculose, violência e suicídio. Entre as mulheres, a tuberculose está em
primeiro lugar, matando mais que suicídio, guerras e hemorragias pós-parto. Em

32
países em desenvolvimento, a tuberculose mata mais que todas as outras doenças
infectocontagiosas juntas, incluindo a Aids. Tudo isso se agrava ainda mais pela
perspectiva de que, caso o cenário mundial da doença não se reverta, teme-se que
até 2020, um bilhão de pessoas sejam infectadas, 200 milhões adoeçam, e 35 milhões
possam morrer em decorrência da doença (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
No Brasil, o Ministério da Saúde estima anualmente uma prevalência de 58
casos/100.000 habitantes, com cerca de 111.000 casos novos, um coeficiente de
incidência de 47,2/100.000 e 6.000 óbitos, com maior concentração entre as faixas
etárias entre 20 e 49 anos. Esses números variam de acordo com os diferentes
estados da União, onde os valores de incidências varim de 29,6/100.000 na região
Centro-Oeste, para 53,1/100.000 nas regiões Nordeste e Sudeste. Nesse cenário, ao
considerar os números de taxa de incidência por 100.000 habitantes, o Brasil
encontra-se ranqueado na 92º posição mundial, entretanto, há uma clara tendência
de diminuição dos níveis de incidência no país durante o decorrer destas últimas
décadas, com queda dos números de 53/100.000 em 1990 para 48/100.000 no ano
de 2002. (VERONESI; FOCACCIA, 2010).

9.2 Transmissão

A fonte da infecção habitual tem origem no indivíduo com a forma pulmonar da


tuberculose. A capacidade do bacilo de ser transmitido para outra pessoa é
consequência do estado bacilífero do caso índice, e da intensidade do contato em
termos de proximidade, tempo, continuidade da exposição, e do contexto favorável do
ambiente onde ele ocorre. Estima-se, por exemplo, que o tempo de exposição
necessário para uma infecção bem sucedida seja entre 100 e 200 horas, dependendo
da intensidade e da proximidade do contato (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
Calcula-se que durante um ano, em uma comunidade, uma fonte de infecção
poderá infectar em média até 15 pessoas. A fala, o espirro, e principalmente a tosse,
lançam no ar gotículas contaminadas denominadas gotículas de Flügge. As mais
pesadas se depositam rapidamente no ambiente, enquanto as mais leves
permanecem em suspensão no ar. Somente as gotículas desidratadas, com diâmetro
de até 5 micra, contendo 1 a 2 bacilos em suspensão, podem atingir os bronquíolos e
alvéolos pulmonares, iniciando assim o processo infeccioso. As partículas infectantes
são denominadas núcleos de Weels. As partículas médias são, em sua maioria,

33
retidas pela mucosa do trato respiratório superior e removidas dos brônquios através
do mecanismo muco-ciliar. Os bacilos assim removidos são deglutidos, inativados
pelo suco gástrico e eliminados nas fezes. Já as partículas menores alcançam os
alvéolos, onde o germe se implanta. Os patógenos depositados no ambiente
normalmente se dispersam em aerossóis, não desempenhando papel importante na
transmissão da doença (BRAUNWALD et al., 2013).
As características da tosse e do indivíduo que expectora, interferem nas
relações de comunicabilidade do bacilo entre o foco de transmissão, e o contato
exposto. Pacientes apresentando melhor estado geral e nutricional tendem a
apresentar tosse mais vigorosa, com maior poder de dispersão de partículas
bacilíferas de maior capacidade de transmissão. A transmissão também é influenciada
pelas propriedades físico-químicas da expectoração, tais como espessura e
aderência. Ainda nesse contexto, observa-se que a vigência de tratamento interfere
no contágio. Caso o paciente não apresente história de tratamento anterior ou outros
riscos conhecidos de resistência, considera-se que após 15 dias de tratamento,
havendo melhora do quadro clínico, o paciente passa a ser considerado como não
infectante. Entretanto, visto a existência de bacilos resistentes às drogas de primeira
escolha, é recomendado que a não infectividade do paciente em tratamento seja
comprovada pelo status de paucibacilífero através da baciloscopia negativa do
escarro (BRASIL, 2011).

9.3 Quadro clínico e diagnóstico

A tuberculose normalmente se apresenta como uma doença de curso


subagudo ou crônico, proporcionando manifestações de sintomatologia indolente, de
intensidade crescente, com períodos de remissão e bem estar. Logo, é comum a
demora na procura por assistência médica, com 66% dos acometidos levando uma
média de três meses para entrarem em contato com algum serviço de saúde. Dentre
a diversidade sintomatológica que pode ser manifestada durante a infecção, certos
sinais e sintomas são mais comumente referidos pelo paciente, e observado pelos
cuidadores. Logo, quadros envolvendo tosse, hemoptise, dispneia, dor torácica,
rouquidão, febre, sudorese, perda ponderal, são parte importante e clássica da imensa
gama de manifestações possíveis. É fundamental lembrar, entretanto, que pode existir
ampla sintomatologia inespecífica da doença, dependente do órgão acometido pelo

34
bacilo. A tosse está presente em praticamente todos os pacientes, resultando do
estímulo inflamatório alveolar ou comprometimento granulomatoso das vias aéreas.
Inicialmente apresenta-se como tosse seca, evoluindo para produtiva com
expectoração mucosa ou purulenta, geralmente em pequena quantidade, e
ocasionalmente associada à hemoptise. É fundamental suspeitar do diagnóstico da
tuberculose em pacientes que apresentarem tosse produtiva persistente por período
maior que três semanas. (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
A hemoptise não é uma sintomatologia obrigatoriamente presente, podendo se
manifestar como estrias sanguíneas misturadas ao escarro (hemoptoicos) ou como
hemoptise maciça, geralmente rara e associada à existência de aneurismas de
Rasmussen. É possível, por outro lado, que a hemoptise ocorra até mesmo em
pequenas lesões, podendo eventualmente ser a sintomatologia de deflagração da
doença, durante a formação das cavidades parenquimatosas (VERONESI;
FOCACCIA, 2010).
A dispneia também é uma sintomatologia pouco comum, devido a aspectos
específicos da fisiopatologia da ação do Mycobacterium no parênquima pulmonar. A
destruição difusa do tecido pulmonar pelo processo inflamatório, envolvendo o
ambiente alveolar e a vascularização adjacente, não provoca mudanças expressivas
na relação de ventilação/perfusão local. A situação já toma outra configuração em
inúmeros outros contextos específicos no desenvolvimento da doença. Atelectasias,
grandes cavitações, o padrão miliar, as lesões de grande acometimento inflamatório
agudo, o desenvolvimento de pneumotórax, derrame pleural, e as lesões avançadas
da doença, em consequência ao padrão fibrótico restritivo estabelecido, estabelecem
a dispneia como manifestação importante do quadro (VERONESI; FOCACCIA, 2010).
A dor torácica está relacionada ao acometimento pleural. Pode ocorrer já no
início do adoecimento do indivíduo, devido à proximidade do alvéolo, sítio inicial de
acometimento infeccioso, à superfície pleural.

9.4 Isolamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de tuberculose

Nos casos de suspeita de tuberculose:

 Tosse com expectoração há 3 semanas ou mais, ou

35
 Tosse produtiva há menos de 3 semanas porém com outros sintomas
compatíveis e/ou história de contato domiciliar, ou
 Quadro atípico em portador de imunodeficiência (AIDS, neoplasia, diabetes,
etilismo).

Conduta:

 Precaução com aerossóis;


 Pesquisa e cultura de BAAR no escarro ou suco gástrico (03 amostras em
dias diferentes);
 Se a baciloscopia (03 amostras) for negativa, suspender o isolamento;
 Quando em tratamento, suspender o isolamento após 3 amostras de BAAR –
pesquisa direta - forem negativas e colhidas após 2 semanas de tratamento
específico.

Medidas (vide quadro de precauções com aerossóis):

 O paciente deve usar máscara cirúrgica para sair do quarto para exames;
 O funcionário deve usar máscara N95 para entrar no quarto de isolamento;
 Fazer coorte ou quarto individual se não houver suspeita de tuberculose
multirresistente, se paciente com tuberculose multirresistente quarto individual.

Visitantes e acompanhantes:

 Usar máscara cirúrgica;


 Recomenda-se a proibição da presença de acompanhantes de pacientes
bacilíferos;
 A visita é restrita aos horários do serviço, sendo liberada nas situações
especiais, as quais devem ser discutidas com a equipe de saúde e o SCIH.29
 A presença de acompanhantes de pacientes bacilíferos serão definidos com
a equipe interdisciplinar (enfermagem, serviço social, médico) e o SCIH,
considerando-se riscos e gravidade do paciente.

36
10 SARAMPO

Fonte: googleusercontent.com

O sarampo é uma doença febril exantematosa aguda, altamente transmissível,


causada por vírus da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus. É uma das
infecções clássicas da infância, de distribuição global, sem predileção por raça ou
gênero. O vírus do sarampo tem oito classes (A-H), que podem ser subdivididas em
24 genótipos. A distribuição de cada genótipo é contínua e geograficamente modelada
(OPAS, 2019).
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por secreções nasofaríngeas
expelidas na fala, tosse, espirro ou respiração. O vírus pode ser transmitido quatro a
seis dias antes ou quatro dias depois do surgimento do exantema. Embora possa
acometer recém-nascidos de mães suscetíveis, o sarampo é relativamente raro nos
primeiros seis meses, graças à transferência transplacentária de anticorpos maternos
(BRASIL, 2017).
O sarampo representa uma importante causa de hospitalização, morbidade e
mortalidade na infância; o desfecho fatal está intimamente relacionado com grau de
desenvolvimento socioeconômico dos indivíduos afetados, padrões de higiene,
nutrição e cuidados de saúde apropriados. Um problema mundial decisivo na
eliminação dessa doença é a inabilidade de imunizar a população inteira. Portanto,
indivíduos que são suscetíveis ao vírus podem transmitir a doença e causar um surto
regional (BRASIL, 2017).

37
Desde o advento da vacinação, a doença tem-se tornado rara na América do
Norte e em muitos países desenvolvidos. De modo geral, o número de casos
reportados de sarampo diminuiu de 146 casos por milhão em 2000 para 36 casos por
milhão em 2015. Nos EUA, a incidência anual de sarampo foi 2,06 e 0,08 por milhão
de habitantes em 2001 e 2015, respectivamente. Atualmente, o sarampo em países
desenvolvidos é principalmente resultado de casos importados de lugares onde a
doença é endêmica e quase exclusivamente em indivíduos que não são vacinados ou
que têm um esquema de vacinação incompleto. Por exemplo, houve um surto de
sarampo em Okinawa, Japão, em março de 2018. Acredita-se que o vírus tenha
entrado no território japonês por intermédio de imigrantes tailandeses (BRASIL, 2014).

10.1 Manifestações clínicas

O sarampo tem fases distintas: a de incubação, a prodrômica e a exantemática.


Sua transmissão é possível cinco dias antes e quatro dias depois do surgimento do
exantema, e mais de 90% das pessoas expostas desenvolverão a doença. A fase de
incubação dura 10-14 dias e é geralmente assintomática, quando há viremia após
transmissão respiratória, seguida de replicação viral. A fase prodrômica dura 2-8 dias,
com a presença de sintomas não específicos, como febre, mal-estar, tosse, coriza e
conjuntivite. Em alguns pacientes, os sinais de Koplik aparecem 24-48 horas antes do
surgimento do exantema (MOSS, 2017).
O exantema maculopapular emerge na fase exantemática, inicialmente na face,
espalhando-se para o tronco e extremidades 3-4 dias após o início da febre, com
duração de cerca de três dias. A melhora clínica ocorre em aproximadamente uma
semana em casos não complicados. Crianças com imunodeficiências celulares, como
os portadores de vírus da imunodeficiência humana (HIV), podem não desenvolver o
exantema característico, ou este pode aparecer com atraso (WHO, 2017).
O sarampo pode apresentar complicações comuns, principalmente pneumonia
primária ou secundária, especialmente em jovens malnutridos e imunocomprometidos
e em crianças com deficiência de vitamina A. Outras complicações são otite média,
ceratoconjuntivite e diarreia (MOSS, 2017).
Como forma de complicação mais rara e mais séria, temos a encefalomielite
aguda disseminada, na qual o paciente pode apresentar febre, dor de cabeça, ataxia
e convulsões com evidências nas imagens de ressonância magnética (RM),

38
mostrando lesões na substância branca, às vezes tálamo, gânglios da base e tronco
encefálico. Outra complicação é a panencefalite subaguda esclerosante, que pode
ocorrer meses ou anos depois do quadro inicial de sarampo, com piora progressiva
das funções motora e cognitiva, convulsões e até morte. Em indivíduos
imunocomprometidos, uma complicação rara que pode ocorrer é a encefalite de
corpos de inclusão por sarampo, na qual o paciente pode se apresentar com estado
mental alterado, convulsões, epilepsia focal, perda auditiva, cegueira momentânea,
além de progredir para coma e morte (GRIFFIN, 2014).
A definição clínica de sarampo (exantema maculopapular, febre, associada a
coriza, conjuntivite ou tosse) apresenta alta sensibilidade (entre 75% e 90%), mas
possui baixo valor preditivo quando a incidência do sarampo é baixa, indicando a
importância de métodos que confirmem um caso quando não há muitos novos casos
(MOSS, 2017).

11 VARICELA

A varicela é uma doença infecciosa muito contagiosa e de relevância mundial.


Anualmente, gera cerca de 4,2 milhões de internações por complicações graves no
mundo. No Brasil, entre 2012 e 2017, foram notificados 602.136 casos e registradas
38.612 internações relacionadas à doença, acometendo sobretudo a faixa etária de
um a quatro anos. Decorrente da infecção primária pelo vírus varicela-zóster (VVZ), a
varicela manifesta-se por lesões cutâneas e mucosas associadas a sinais e a
sintomas sistêmicos inespecíficos (BRASIL, 2019).
As lesões são pruriginosas, com distribuição centrípeta e polimorfismo regional.
Inicialmente, surgem máculas; estas se transformam em pápulas, em vesículas e,
posteriormente, em crostas. O diagnóstico é clínico (BEREZIN; FELDMAN, 2015). A
confirmação ocorre por isolamento viral em cultura ou por reação em cadeia de
polímeras (WHITLEY, 2017). Apesar de geralmente ser benigna, a varicela pode
cursar com complicações de morbidade e de mortalidade importantes. Esses casos
são mais comuns em menores de um ano de idade, desnutridos e imunodeprimidos.
(BEREZIN; FELDMAN, 2015).
A infecção secundária da pele por bactérias piogênicas (Streptococcus
pyogenes, Staphylococcus aureus) é a complicação mais observada (EUROPEAN

39
CENTRE FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2015). Esse tipo de
infecção oferece ao paciente o risco de sepse e de infecções focais, como a
pneumonia. O risco de desenvolver complicações viscerais é maior em
imunodeprimidos (30–50%), com 15% de letalidade na ausência de tratamento
(WHITLEY, 2017). Em crianças, as complicações associadas ao sistema nervoso
central (SNC) constituem a segunda maior causa de internação por varicela
(BEREZIN; FELDMAN, 2015). Outras complicações incluem: miocardite, nefrite,
artrite, síndrome de Reye, hepatite e lesões oftalmológicas (WHITLEY, 2017).
O uso de vacinas é adotado em muitos países como estratégia fundamental
para profilaxia da varicela. A vacina contra a varicela foi desenvolvida por Takahashi,
em 1974, sendo composta de vírus atenuados, feitos da cepa Oka (HIROSE et al.,
2016). A soroconversão com uma dose vacinal varia de 85 a 100% nas crianças
previamente saudáveis entre 12 meses e 12 anos (EUROPEAN CENTRE FOR
DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2015).
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI),
implantou a vacina contra a varicela no Calendário Nacional de Vacinação em
setembro de 2013. Essa vacina é utilizada, juntamente com as vacinas contra
sarampo, rubéola e caxumba, na vacina tetraviral. A criança recebe a vacina tríplice
viral (sarampo, rubéola, caxumba) aos 12 meses e a tetraviral aos 15 meses de idade.
A partir de 2018, a segunda dose da vacina contra varicela passou a ser administrada
aos quatro anos (BRASIL, 2019). Porém, durante o período avaliado neste estudo, a
vacina era disponibilizada apenas para a faixa etária de 15 a 24 meses incompletos,
em dose única (BRASIL, 2013).
A vacinação contra a varicela modificou drasticamente a epidemiologia da
infecção, reduzindo a sua incidência em comunidades sentinela (WHITLEY, 2017).
Publicações nacionais e internacionais relatam que o uso da vacina tem gerado
impacto favorável, incluindo: diminuição de internações, de desfechos graves e de
despesas hospitalares e proteção de rebanho de não imunizados. (HIROSE et al.,
2016). Em estudo realizado no Brasil, verificou-se redução de 37,9% com despesas
hospitalares após três anos da introdução da vacina e espera-se que essa economia
chegue a 80% em 30 anos (SCOTTA et al, 2018). No Brasil, apenas casos graves
internados e óbito por varicela são de notificação compulsória (BRASIL, 2019).
Portanto, os trabalhos para avaliar a variação da incidência da doença após a
introdução da vacina devem se basear principalmente em dados hospitalares.

40
11.1 Tratamento da varicela

A maioria das crianças apresenta evolução autolimitada e benigna, não


requerendo tratamento específico para a doença. O uso de antivirais como aciclovir
está indicado nos imunossuprimidos, na varicela intrauterina e nas complicações
relacionadas ao vírus, como encefalite, acometimento ocular e pneumonite. Ao longo
das últimas décadas a medicação passou a ser indicada para adolescentes e adultos
com varicela, para pacientes com dermatite crônica ou cardiopatia, para usuários de
corticosteróides inalatórios ou salicilatos e em casos secundários no domicílio, tendo
como objetivo a redução da chance de evoluir para formas graves e para evitar
complicações. Um estudo de revisão foi publicado por Klassen e colaboradores em
2005 com objetivo de avaliar a ação do aciclovir na redução dos sintomas e da
duração da varicela, além de analisar possíveis complicações da doença relacionadas
ao uso da medicação e os efeitos adversos (HIROSE, 2018).

Medidas:

 O paciente deve usar máscara cirúrgica para sair do quarto (consultório) para
exames;
 O profissional deve usar máscara PFF2 no atendimento;
 Manter o paciente em quarto (consultório) isolado, com janela aberta e porta
fechada, caso não seja possível, oferecer uma máscara cirúrgica e manter na sala de
espera o mínimo possível até resultado dos exames.
 Evitar fazer inalação em sala comum.

Visitantes e acompanhantes:

 Usar máscara cirúrgica;


A presença de acompanhantes de pacientes deve ser avaliada
individualmente, considerando-se o estado de imunização dos mesmos;
 A visita é restrita aos horários do serviço, sendo liberada nas situações
especiais, as quais devem ser discutidas com a equipe de saúde e o SCIH

41
12 ORIENTAÇÕES DE CUIDADOS NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM
SUSPEITA OU CONFIRMAÇÃO DE INFLUENZA A (H1N1)

Fonte:www.google.com.br

A influenza A é uma patologia infecciosa causada pelo vírus H1N1, causada


por uma nova combinação de genes. O novo vírus possui fragmentos do genoma
humano, de aves e de suínos, que produziram um novo vírus para o sistema
imunológico da maioria dos indivíduos e tem uma forte capacidade de se espalhar
de pessoa para pessoa. (SCOTTÁ, 2012). Uma pandemia sustentada ocorreu em
2009. Ela se espalhou rapidamente entre os humanos, representa um risco de morte
e se espalha em escala global. Os sistemas de vigilância epidemiológica do México
e da Califórnia (Estados Unidos) passaram a receber notificações de infecções
humanas por esse vírus, na época denominado "gripe suína" (LEITE; LEITÃO;
LEITE, 2013).

O papel do vírus da gripe é semelhante ao de todos os vírus: ele usa


fragilidades individuais para entrar nas células e usá-las para se reproduzir.
O vírus só está ativo quando se comunica com a célula, remove seu material
genético e estimula a proteína a produzir DNA a partir do próprio vírus. É por
isso que se espalha tão rápido (RODRIGUES et al., 2007).

A influenza A está altamente disseminada pelo mundo, e frequentemente se


espalha espontaneamente durante epidemias, e também pode levar a pandemias. A

42
infecção ocorre através das secreções do trato respiratório da pessoa infectada,
durante a fala, tosse, espirro e outros comportamentos. Segundo estimativas da
Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe A se manifesta entre 5% a 10% dos
adultos e 20% a 30% das crianças, causando grande número de pessoas infectadas
com o vírus (MARREIROS; TEIXEIRA; SILVA, 2016)

12.1 Orientações gerais

O Ministério da Saúde afirmou que, diante da gripe A, deve-se manter


vigilância e cuidado e fortalecer os hábitos de higiene, como lavar as mãos, usar
lenços descartáveis, ao espirrar ou tossir, cobrir o nariz e a boca, não compartilhar
objetos pessoais, manter um ambiente bem ventilado, evitando encontros E
ambiente fechado (BRASIL, 2015).
Uma das medidas preventivas são as vacinas, que são realizadas uma vez
por ano e são responsáveis por fornecer defesas objetivas. A composição e a
concentração do antígeno da hemaglutinina (HA) são atualizadas a cada ano, em
um escritório de epidemiologia, para direcionar os tipos e fontes de vírus que se
propagam nos hemisférios norte e sul. O Brasil prevê a vacinação para grupos
prioritários. As recomendações de vacinação de 2016 são aplicáveis a crianças de
6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, gestantes, mulheres com menos de 45 dias
pós-parto, idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde, pessoas com
doenças crônicas e sistema prisional (BRASIL, 2014).
A importância da vacina anual contra o vírus H1N1 deve ser enfatizada.
Considerando que os antígenos são específicos para cada subtipo e variável, e
porque os vírus continuam realizando rearranjos gênicos, novas cepas precisam ser
implantadas a cada ano. A capacidade dos anticorpos de neutralizar infecções virais
é considerada o principal marcador da imunidade humana (SCOTTÁ, 2012).

12.2 Medidas de precaução para o transporte de pacientes suspeitos de


infecção por influenza A/H1N1

 Evitar o transporte de pacientes suspeitos de infecção por influenza A (H1N1).


Se a saída do paciente de seu quarto/unidade de isolamento se faz necessária, este
deve utilizar máscara cirúrgica.

43
 Os profissionais envolvidos no transporte devem adotar as medidas de
precaução, inclusive com a utilização de EPI.
 Melhorar a ventilação do veículo para aumentar a troca de ar durante o
transporte. Quando possível usar veículos com compartimentos separados para o
motorista e o paciente
 Quando ocorrer contato do paciente com superfícies, elas devem ser limpas
e desinfetadas após a realização do transporte. Por exemplo, se o paciente foi
transportado em ambulância, suas partes internas devem ser limpas, utilizando
desinfetante como álcool a 70% ou hipoclorito de sódio a 1%.
 Notificar previamente o serviço de saúde para onde o paciente será
encaminhado.

Isolamento

Na atual fase a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o


Ministério da Saúde recomenda que o isolamento dos casos suspeitos, prováveis e
confirmado de infecção por Influenza A (H1N1) deve ser realizado somente nos
hospitais de referência designados pelas Secretarias Estaduais de Saúde. O
isolamento no ambiente hospitalar deve ser realizado em um quarto privativo com
vedação na porta e boa ventilação. Se houver disponibilidade no hospital, o
isolamento deve ser realizado em uma unidade de isolamento respiratório com 38
pressão negativa e filtro HEPA, conforme especificação da infraestrutura física
constante no Anexo XIV do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de
Influenza.
Os procedimentos que podem gerar aerossóis, se houver disponibilidade no
Hospital de Referência, também devem ser realizados na unidade de isolamento
respiratório com pressão negativa. O isolamento deve ser mantido até que seja
descartado o diagnóstico de Influenza A (H1N1) ou até o 10º dia após a data de início
dos sintomas, caracterizando o fim do período de transmissibilidade O quarto/unidade
de isolamento deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo isolamento de
Influenza A (H1N1), o acesso deve ser restrito aos profissionais envolvidos na
assistência do mesmo.
Também deve estar sinalizado quanto ao tipo de EPI a ser utilizado e a
higienização das mãos antes da entrada no mesmo. Imediatamente antes da porta de

44
entrada do quarto ou na antecâmara da unidade de isolamento devem ser
disponibilizados:
 Equipamentos de proteção individual (EPI)
 Mobiliário para guarda de EPI
 Condições para higienização das mãos: dispensador de preparação alcoólica
(gel ou solução a 70%), lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido, suporte
para papel toalha, papel toalha, lixeira com tampa e abertura sem contato manual.
Os profissionais envolvidos na atenção a pacientes suspeitos de infecção por
Influenza A (H1N1) devem ser capacitados quanto às medidas de precaução e
isolamento. Os hospitais devem elaborar por escrito e manter disponíveis, normas e
rotinas dos procedimentos envolvidos na atenção a pacientes suspeitos de infecção
por Influenza A (H1N1) (exemplos: fluxo dos pacientes suspeitos dentro do hospital,
procedimentos de colocação e retirada de EPI, procedimentos de remoção e
processamento de roupas, artigos e produtos utilizados no quarto/unidade de
isolamento, rotinas de limpeza do quarto/unidade de isolamento, rotinas para remoção
dos resíduos, entre outros).
Os pacientes suspeitos de infecção por Influenza A (H1N1) devem utilizar
máscara cirúrgica desde o momento em que for identificada a suspeita da infecção
até a chegada no local de isolamento.

Visitantes e acompanhantes

 Sugerimos que as visitas sejam restritas em quartos ou unidades de


isolamento de Influenza A (H1N1) (situação a ser revista de acordo com a demanda),
adequada de acordo com disponibilidade de EPIs e situação clínica do paciente. No
momento deve ser orientada de acordo com a rotina pré-estabelecida, assim como a
presença de acompanhantes.
 Visitantes e acompanhantes devem utilizar máscaras cirúrgicas e serem
orientados a higienizar as mãos

Tempo de manutenção de precaução

 Manter em precaução por gotículas por 07 dias a partir do início dos sintomas
e/ou 05 dias de terapia específica.
 Pacientes imunodeprimidos, manter em precaução por 14 dias.

45
13 COVID-19

Fonte: googleusercontent.com

Trata-se de uma doença respiratória decorrente da infecção causada pelo novo


corona vírus, posteriormente batizado de SARS-CoV-2.2 Os coronavírus (CoV) são
RNA vírus pertencentes à família Coronaviridae, formados por RNA de fita simples
positiva, contendo um nucleocapsídeo e proteínas spike ou espículas – que conferem
aparência de coroa solar (Corona em latim). Desde meados dos anos 1960, a
capacidade de CoV promover infecções respiratórias em seres humanos e em animais
é conhecida, constituindo a segunda principal causa de resfriado comum, perdendo
apenas para infecções por rinovírus. Até final do século XX, raramente estiveram
associados a doenças mais graves. Os CoV são vírus da ordem Nidovirales,
classificados em quatro gêneros: alfa, beta, gama e delta. Os corona vírus do gênero
beta são responsáveis pela maior gravidade e letalidade das infecções promovida por
CoV nas últimas duas décadas (CORMAN et al., 2018).
No início dos anos 2000 surgiram, na China, os primeiros relatos relacionando
os CoV com síndromes respiratórias graves em humanos, a exemplo da Síndrome
Respiratória Aguda Grave, que ficou conhecida pela sigla SARS (do inglês: Severe
Acute Respiratory Syndrome). O status pandêmico da COVID-19 foi reconhecido pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020 (BASTOS, 2020).
Dados epidemiológicos sugerem que cerca de 80% dos infectados pela COVID-
19 se recuperarão sem a necessidade de tratamento especial, enquanto 20% podem
desenvolver a forma grave da doença. O prognóstico mais desfavorável está

46
associado a pacientes com comorbidades prévias, a exemplo de obesos,
imunossuprimidos, cardiopatas, nefropatas, pneumopatas e idosos. Neste cenário, o
impacto da COVID-19 no Brasil pode ser particularmente desastroso, haja vista que
no país mais da metade da população (55,7%) tem excesso de peso, 12,5 milhões
são diabéticos (segundo dados da Federação Internacional de Diabetes para 2017) e
mais de 50 milhões apresentam algum tipo de doença cardiovascular (STEVENS et
al., 2018).

13.1 Fisiopatologia da Doença

Conferida como a nova pneumonia, a infecção pelo corona vírus SARS-CoV2


é altamente contagiosa e prejudicial. Segundo Yao et al. (2020), os sinais clínicos e
sintomas respiratórios são caracterizados como principal função comprometida
em pacientes graves e com possibilidade de evolução para óbito. Além disso,
conforme Meng et al. (2020), pacientes com doenças cardiovasculares, incluindo
hipertensão, têm mais probabilidade de desenvolver casos graves. Para Rogers et al.
(2020) a doença de coronavírus 2019 (Covid-19) está tipicamente associada a febre
e sintomas respiratórios.
Geralmente progride para distúrbios respiratórios graves e falência de
múltiplos órgãos, com alta taxa de mortalidade. Pacientes mais velhos ou com
comorbidades médicas correm maior risco de doença grave. Inflamação, edema
pulmonar e uma resposta imune super-reativa podem levar à hipóxia, desconforto
respiratório e danos nos pulmões. As células estromais/ células-tronco mesenquimais
(CTMs) possuem atividades imunomoduladoras potentes e abrangentes.
Vários estudos in vivo em modelos animais e modelos de pulmão humano
vivo demonstraram a impressionante capacidade do MSC de inibir danos nos
pulmões, reduzir a inflamação, atenuar as respostas imunes e ajudar na depuração
do líquido alveolar. Além disso, Rogers et al. (2020) descrevem que as CTMs
produzem moléculas antimicrobianas e reduzem a dor. Após a administração por via
intravenosa, as células viajam diretamente para os pulmões, onde a maioria é
sequestrada, um grande benefício para o tratamento de doenças pulmonares.
Recentemente, a aplicação de CTMs no contexto da doença Covid-19 em
andamento e outras doenças respiratórias virais demonstrou redução da mortalidade
dos pacientes e, em alguns casos, melhora da função pulmonar a longo prazo.

47
Células-tronco derivadas de adiposo (ASC), um tipo abundante de CTM, são
propostas como uma opção terapêutica para o tratamento de Covid-19, a fim de
reduzir a morbimortalidade. Além disso, quando comprovadamente seguro e eficaz,
os tratamentos ASC podem reduzir a demanda por recursos hospitalares críticos. O
surto em curso do Covid-19 resultou em significativos ônus para a saúde e
socioeconômicos em todo o mundo. Existe uma necessidade desesperada de
tratamentos seguros e eficazes. As terapias com base celular são uma grande
promessa para o tratamento do Covid-19 (ROGERS et al., 2020). O gene ECA2 está
presente nas células epiteliais dos rins, intestinos, vasos sanguíneos e pulmão
(SOUTH et al., 2020).
Para Huang et al. (2020), os vírus da família corona vírus possuem uma
proteína denominada proteína S, responsável pela comunicação com as células do
agente hospedeiro, como é o caso da célula epitelial pulmonar. Essas células
possuem uma alta expressão da ECA2 e reconhecem a proteína S do vírus,
permitindo o início da infecção. Ao se ligar a célula, o vírus replica poliproteínas
utilizando ribossomos das células hospedeiras, podendo a replicação entre outros
processos ocorrerem nas células epiteliais. O receptor ECA2 responsável pela
regulação da pressão arterial dentro do Sistema Renina-Angiotensina.
Um relatório feito por Wu e McGoogan (2020) baseado em 72.314 casos do
Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças indicou que pacientes portadores
de doenças crônicas como diabetes e hipertensão estão mais suscetíveis a infecção,
possivelmente causado pelo aumento da expressão do ACE2 através do up
regulation, um aumento causado por um mecanismo compensatório devido ao
uso de medicamentos inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) e dos
bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) para tratamento da hipertensão
arterial e diabetes.
De acordo com Yao et al. (2020), pode-se observar que o SARS-CoV2 adentra
no corpo através do trato respiratório através dos cílios apicais, faz ligação com o
receptor ACE2 presente nos pulmões, se replica no epitélio da mucosa do trato
respiratório e nas células epiteliais alveolares por meio dos microvilos, tendo como
consequência a danificação do epitélio da mucosa brônquica e as células
epiteliais alveolares. Entretanto, é importante pontuar que as respostas imunológicas
do hospedeiro contra o SARS-CoV2 podem também contribuir consideravelmente
para a patogênese do Covid-19.

48
Segundo Chen et al. (2020), tanto a idade avançada, quanto a menor
contagem de células T CD4 e indicadores de imunossupressão são fatores
significantes associados à admissão na UTI.
Para Qin, et al. (2020), a maioria dos casos que apresentam maior
gravidade demonstraram níveis elevados de biomarcadores. Junqueira e Carneiro
(2004) afirmam que o tecido epitelial está localizado sobre o tecido conjuntivo, cobre
e protege superfícies do corpo como no trato respiratório, digestório, urogenital,
cavidades corporais, vasos sanguíneos e linfáticos.

13.2 Transporte do paciente intra-hospitalar e o Controle de Visitas

O transporte adequado envolve o uso de EPIs limpos, com uso de máscara


N95, e apenas um, será encarregado de tocar superfícies. Para o paciente em
VM, é necessário verificar a necessidade de aspiração do tubo orotraqueal
(TOT), o cuff e a fixação do TOT, ajustar e reforçar conexões dos circuitos.
Deve-se conferir as bombas de infusão, ajustar FiO2 para 100% e conectar o VM ao
cilindro de oxigênio diretamente na válvula do próprio cilindro (KAMPF et al., 2020).
Após o transporte, o profissional deverá seguir todos os procedimentos para a
remoção dos EPIs (EBSERH, 2020).
Para pacientes adultos internados com suspeita ou confirmação de COVID-19,
visitas não são recomendadas. A equipe poderá viabilizar a visita virtual. Demais
pacientes da UTI adulto, poderão receber apenas um visitante ao dia, em horário
estipulado. Pessoas que manifestem síndromes gripais não poderão realizar
visitas e as do grupo de risco devem evitar (EBSERH, 2020).
Desafios e recomendações para prevenção de infecções:

49
Fonte: Ministério da Saúde (2020)

13.3 Medidas de Isolamento hospitalar

 O paciente deve ser mantido em isolamento respiratório para gotículas em


quarto privativo.
 O quarto deve ter a entrada sinalizada com um alerta referindo para doença
respiratória (gotículas), a fim de limitar a entrada de pacientes, visitantes e
profissionais que estejam trabalhando em outros locais do hospital.

50
 O acesso deve ser restrito aos trabalhadores da saúde envolvidos no
atendimento do indivíduo no serviço de saúde (BRASIL, 2020).

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