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1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3
10 QUEIMADURAS .............................................................................................................. 52
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 69
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA1
Fonte: rduirapuru.com.br
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Fonte: portalenf.com
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3 AVALIAÇÃO DA DOR NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA
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A definição de dor contempla a complexidade da sua mensuração: dor é uma
experiência individual e subjetiva modulada por fatores fisiológicos, psicológicos e
ambientais. Assim, a mensuração da dor sempre será baseada no auto relato do
paciente. Outro aspecto importante ressaltado por esta definição refere-se ao fato de
que fatores psicológicos e sociais podem, de fato, exacerbar a percepção da dor.
Sendo assim, ao identificar a presença de um fator psicológico ou social como agra-
vante potencial da dor, o médico não deve automaticamente rotular a dor do pacien-
te como de origem psicogênica e desconsiderá-la.
A dor é sempre uma experiência total e não é difícil perceber como sensações
de medo, insegurança e ansiedade, através de mecanismos fisiológicos envolvendo
o sistema nervoso central e a secreção de substâncias neuroendócrinas são capa-
zes de intensificar a experiência álgica. A identificação de fatores psicossociais en-
quanto exacerbadores da dor deve alertar o profissional da saúde acerca da maior
complexidade do caso, que requer para o tratamento sintomático abordagem sensí-
vel e posterior encaminhamento para serviço especializado.
A mensuração da intensidade é sempre uma medida subjetiva, porém, de
grande importância. A partir desta pode-se estabelecer um acompanhamento evolu-
tivo do quadro doloroso e avaliar criticamente o sucesso das terapias introduzidas.
Os instrumentos para avaliação da dor podem ser divididos em unidimensio-
nais (envolvem as escalas analógica visual, numérica verbal e adjetival) e multidi-
mensionais (como o questionário de McGill e todos os seus derivados). Nas escalas
multidimensionais ocorre a avaliação das dimensões psicológicas e sociais da dor,
entretanto, costumam requerer um tempo maior para seu preenchimento.
Nos serviços de urgência e emergência utilizam-se basicamente as escalas
unidimensionais, devido a sua maior praticidade e rapidez de aplicação. Todavia,
deve-se ter em mente que estas escalas apresentam limitações, principalmente no
que diz respeito a pacientes com baixo grau de instrução, além de pacientes nos
extremos de idade ou com déficit cognitivo importante.
2. Via oral: Sempre que possível, os analgésicos devem ser administrados pe-
la via oral. Deve-se evitar a via intramuscular por ser uma via dolorosa e estar mais
relacionada a complicações de absorção errática.
3. Intervalos fixos: Os analgésicos devem ser administrados em intervalos re-
gulares. A dose subsequente precisa ser administrada antes que o efeito da dose
anterior tenha terminado e estar adequada à dor do paciente, ou seja, inicia-se com
doses pequenas, que são aumentadas progressivamente até o alívio satisfatório da
dor. Alguns pacientes usuários crônicos de opioides necessitam além das doses re-
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gulares, doses de resgate para as dores incidentais ou súbitas. As doses de resgate
usualmente correspondem de 10 a 30% da dose total diária estabelecida após ao
menos 24 horas de uso regular (período em que se estabelece um nível sérico está-
vel para a maioria dos opioides).
4. Individualização: Não existem doses padronizadas para os opioides. A do-
se correta é a que causa alívio da dor com o mínimo de efeitos colaterais. Os AINES
e os opioides fracos, entretanto, apresentam efeito teto, ou seja, dose diária máxima
recomendada, acima da qual não há efeito analgésico adicional, mas apenas efeitos
colaterais em excesso.
Fonte: drogariaminasbrasil.com.br
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A dipirona é um analgésico não opioide com propriedades analgésicas, antipi-
réticas e antiespasmódicas aliadas a um baixo perfil de efeitos adversos. Possui me-
canismos de ação semelhante ao paracetamol, inibindo fracamente a síntese de
prostaglandinas na periferia, e por ação direta sobre a substância cinzenta peria-
quedutal (COX-3). A dipirona, entretanto, não está associada ao mesmo risco de
hepatotoxicidade do paracetamol. O risco de agranulocitose vem sendo desmistifi-
cado e atualmente é considerado como extremamente pequeno, variando de 0,2 a 2
casos por milhão de pessoas ao ano. Sendo assim, pode-se afirmar que a dipirona
se constitui em uma opção analgésica segura e eficaz, ocupando lugar de destaque
no primeiro degrau da escada analgésica da Organização Mundial de Saúde.
São vários os efeitos colaterais associados ao uso dos opioides. Alguns efei-
tos adversos, como constipação, náusea e sedação são bastante comuns. Outros
como prurido, mioclonias, disfunção cognitiva, delírio, retenção urinária e hiperalge-
sia são menos frequentes e correlacionam-se diretamente com a presença de fato-
res de risco individuais, como idade avançada, déficit cognitivo prévio, desidratação
e presença de insuficiência renal. Por outro lado, a presença de alergia verdadeira e
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depressão respiratória (com exceção nos casos de franca overdose) é extremamen-
te rara.
Sedação: presente na maioria dos pacientes, especialmente após a dose ini-
cial. Esse efeito adverso resolve-se geralmente em 3 a 4 dias pelo mecanismo de
tolerância.
Constipação: efeito adverso praticamente universal. O efeito dos opioides no
plexo mioentérico causa redução na propulsão das fezes e aumento do tempo de
transito intestinal, causando aumento da absorção hídrica e consequente resseca-
mento das fezes. Este mecanismo associado a outros fatores comuns em pacientes
oncológicos como fraqueza, diminuição da ingesta e mobilidade reduzida entre ou-
tros, pode tornar a constipação um grande problema. Para a constipação não existe
tolerância. O tratamento deve ser preventivo e todos os pacientes em uso de opioi-
des devem receber laxativo estimulante como senna ou bisacodil associado a laxati-
vo osmótico como a lactulose ou leite de magnésia
Náusea e vômito: aproximadamente 70% da população pode desenvolver
náusea relacionada ao uso de opioide, particularmente no início do uso. Novamente,
a abordagem deve ser preventiva. Pacientes orientados sobre a possibilidade de
náusea geralmente toleram melhor e tem menor solicitação de antieméticos. Antie-
méticos que agem em receptores dopaminérgicos (como o haloperidol, clorpromazi-
na e metoclopramida) são mais efetivos que agentes anti-histamínicos como o dime-
nidrato. A náusea e vômito prolongados são raros, geralmente o sintoma regride
após alguns dias, podendo recorrer após aumento da dose. Em pacientes com náu-
sea e vômito refratários pode-se optar pela via parenteral ou transdérmica de admi-
nistração ou adotar doses menores com titulação lenta e gradual.
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Desenvolvida por Teasdale e Jennett em 1974, na Universidade de Glasgow,
foi criada para padronizar as observações clínicas de adultos com TCE (Traumatis-
mo Cranio-Encefálico) em estado grave, com alterações da consciência. A escala
tinha o objetivo de minimizar a variação entre observadores, permitir estudos compa-
rativos sobre diferentes condutas e ter um guia para estimar prognóstico. Em1976,
foi revisada com a adição de um sexto valor na resposta motora.
A ECG proporciona uma abordagem padronizada e universal para monitorar e
avaliar os achados da avaliação neurológica. É um instrumento clínico com grande
valor preditivo e sensibilidade para avaliar pacientes com alterações do nível de
consciência em serviços de emergência. Na atualidade, é utilizada mundialmente
para a avaliação do nível de consciência, auxilia na determinação da gravidade do
trauma, na interpretação do estado clínico e prognóstico do paciente e nas pesqui-
sas clínicas de enfermagem.
A ECG avalia a reatividade do paciente mediante a observação de três parâ-
metros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal.
A aplicação da ECG é aparentemente simples e deve ser feita com base no
exame do paciente 6 horas após o trauma. O intervalo de 6 horas foi recomendado
por seus autores, tendo em vista que durante as primeiras horas pós-trauma muitos
pacientes são sedados para serem intubados, ou para alívio da dor, o que pode in-
terferir na pontuação obtida e na avaliação global do nível de consciência.
Em 2018 houve a alteração da ECG a qual foi sistematizada em quatro pas-
sos.
1. Verifique: fatores que interferem com a comunicação, capacidade de
resposta e outras lesões.
2. Observe: a abertura ocular, o conteúdo do discurso e os movimentos
hemicorpos direito e esquerdo.
3. Estimule: estimulação sonora: ordem em tom de voz normal ou em
voz alta. Estimulação física: pressão na extremidade dos dedos, trapé-
zio ou incisura supraorbitária.
4. Pontue: de acordo com a melhor resposta observada.
Ressalta-se que alguns fatores podem interferir no resultado como:
Fatores pré-existentes: linguagem ou diferenças culturais, déficit inte-
lectual ou neurológico, perda auditiva ou impedimento de fala.
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Efeitos do tratamento atual: intubação ou traqueostomia, sedação.
Efeitos de outras lesões ou lesões: fratura orbital/craniana, disfasia
ou hemiplegia, dano na medula espinhal.
Fonte: enfermeiroaprendiz.com.br
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Os pacientes com TCE moderado, que representa aproximadamente 75% dos
TCE, obedecem a ordens simples, porém estão confusos ou sonolentos, podendo
apresentar déficit neurológico focal como hemiparesia. Cerca de 10% a 20% dos
pacientes com TCE moderado evoluem para coma e devem ser tratados como po-
tencial TCE grave.
A evolução após o TCE está intimamente relacionada com a identificação
precoce e precisa dos pacientes de alto risco, no entanto a avaliação do nível de
consciência realizada por diferentes examinadores pode estabelecer um julgamento
pessoal, difícil de ser controlado.
Pesquisas internacionais compararam a interação dos escores da ECG reali-
zada por diversos especialistas do setor de emergência. Os resultados mostraram
que grandes divergências são frequentes no que se refere à paridade dos escores.
Rowley e Fielding perceberam que profissionais mais experientes fizeram medições
mais precisas. O estudo concluiu que o grupo experiente e bem treinado pode usar a
ECG com nível extremamente alto de confiabilidade e precisão. Os autores reco-
mendaram treinamento e uso contínuo da escala para garantir a confiabilidade e
precisão esperadas.
Apesar de ser amplamente utilizada, a ECG apresenta falhas ou limitações,
entre elas a impossibilidade de avaliar a pontuação verbal em paciente intubado ou
afásico, e exclui a avaliação dos reflexos do tronco cerebral. Segundo Fischer et al.,
a escala possui confiabilidade interavaliador inconsistente. Para Muniz et al., a maior
dificuldade é diferenciar os itens padrão flexor, retirada inespecífica e localiza estí-
mulos, durante a avaliação da resposta motora.
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Fonte: interfisio.com.br
Fonte: megaarquivo.wordpress.com
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Todos os pacientes com suspeita de AVE devem ter a triagem priorizada e
serem encaminhados diretamente à sala de emergência, independente da severida-
de dos déficits. A avaliação inicial hospitalar se inicia com o ABCDE e estabilização
clínica.
Cerca de 85% dos AVE são isquêmicos, em torno 10% devido à hemorragia
subaracnóidea, cada tipo com suas particularidades e etiologias, diagnóstico e tra-
tamento.
A história clínica é crucial na avaliação de uma suspeita de AVE, sendo ne-
cessário o horário do início dos sintomas, ou quando foi visto a última vez em seu
estado de saúde usual em pacientes que não consigam estabelecer um horário defi-
nido. A história deve ser obtida não somente com o paciente, mas também com fa-
miliares ou pessoas que presenciaram o evento quando possível.
Antecedentes pessoais e fatores de risco devem ser avaliados, assim com
medicações e drogas em uso, traumatismos recentes, crises convulsivas ou cirurgi-
as. Entre os fatores de risco destacam-se: AVE anterior, idade avançada, história
familiar de AVE, alcoolismo, sexo masculino, hipertensão, tabagismo, hipercolestero-
lemia, diabetes e alguns tipos de drogas.
Os sintomas iniciais ocorrem subitamente. Geralmente incluem dormência,
fraqueza ou paralisia dos membros contralaterais e da face; afasia; confusão; distúr-
bios visuais em um ou ambos os olhos (p. ex., cegueira monocular transitória); tontu-
ra ou perda de equilíbrio e de coordenação e cefaleia.
Outras manifestações, mais do que os déficits neurológicos, geralmente suge-
rem o tipo de AVC. Por exemplo, cefaleia grave e súbita pode resultar de hemorragia
subaracnóidea. O comprometimento de consciência ou coma acompanhados com
frequência de cefaleia, náuseas e vômito sugere aumento de pressão intracraniana
que pode ocorrer 48 a 72 h após grandes AVC isquêmicos e precocemente em mui-
tos AVC hemorrágicos; pode ocorrer herniação cerebral fatal.
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O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem,
como tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clíni-
ca, ou seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes
exames demonstram a localização e o tamanho da hemorragia.
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão,
da localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirur-
gicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.
O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em al-
guns casos, coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que au-
menta por conta do inchaço do cérebro após o sangramento. Em algumas situações,
o tratamento cirúrgico é decidido por esta medida e não realizado logo na entrada do
paciente no hospital, principalmente porque alguns têm um novo sangramento pou-
cas horas depois do primeiro.
O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial, complica-
ções como crises convulsivas e infecções.
O cliente deve receber monitorização contínua, 02 suplementar se Sp 02 <
92%, controle glicêmico entre 80 – 140 mg/dl, controle da temperatura < 37,5°C, cor-
reção dos distúrbios metabólicos, controle da PA, analgesia e sedação se necessá-
rio, cabeceira elevada 30°, profilaxia para TVP a partir de 2 – 4 dias, o profissional
médico deverá avaliar a necessidade de monitoramento da pressão intracraniana e
terapias para a sua redução, os clientes sintomáticos devem receber medicações
anticonvulsivantes.
A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é
uma parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente, so-
mente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico.
Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisiote-
rapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um plano terapêutico
individualizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a qualidade de vida
do paciente.
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6 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
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Com o objetivo de reverter este colapso foi desenvolvido o método de Res-
suscitação Cardiopulmonar (RCP) que se refere às tentativas de recuperar a circula-
ção espontânea, sendo sua aplicação universal (o que independe da causa base da
PCR), com atualizações protocolares sistemáticas.
3. Avaliar ventilação:
Padrão ventilatório;
Simetria torácica;
Frequência respiratória;
Considerar a administração de O 2.
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4. Avaliar estado circulatório:
Presença de hemorragias externas de natureza não traumática;
Pulsos periféricos ou centrais: frequência, ritmo, amplitude, simetria;
Tempo de enchimento capilar;
Pele: coloração e temperatura;
Na presença de sangramento ativo, considerar compressão direta, se
possível.
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Verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. Na ausência
de pulso, iniciar RCP com compressões torácicas eficientes e
seguir Protocolo de PCR e
Manter atenção para a ocorrência de PCR
Se pulso ausente:
Iniciar RCP com compressões torácicas eficientes e seguir Pro-
tocolo de PCR.
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6.4 Atualização das diretrizes da American Heart Association - AHA para res-
suscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência -
2018
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O uso rotineiro de magnésio para parada cardíaca não é recomendado
em pacientes adultos. O magnésio pode ser considerado para torsades
de pointes (ou seja, TV polimórfica associada ao intervalo QT longo). A
redação desta recomendação é consistente com as Diretrizes de 2010
da AHA.
Uso de drogas antiarrítmicas imediatamente após o retorno da circula-
ção espontânea (RCE) após parada cardíaca em adultos
Não há evidência suficiente para apoiar ou refutar o uso rotineiro de um
betabloqueador no início (na primeira hora) após o RCE.
Não há evidências suficientes para apoiar ou refutar o uso rotineiro de
lidocaína no início (na primeira hora) após o RCE.
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traindicações, o uso profilático de lidocaína pode ser considerado em circunstâncias
específicas (como durante o transporte de serviços médicos emergenciais) quando o
tratamento de FV / TVP recorrente pode se mostrar desafiador (Classe IIb, LOE C-
LD).
2015 (Antiga): Não há evidências suficientes para apoiar o uso rotineiro de li-
docaína após parada cardíaca. No entanto, a iniciação ou continuação da lidocaína
pode ser considerada imediatamente após o RCE de parada cardíaca devido a FV /
TVP (Classe IIb, LOE C-LD).
Motivo: O sumário de 2018 CoSTR e a revisão sistemática consideraram o
uso de drogas antiarrítmicas profiláticas imediatamente (na primeira hora) após o
RCE. Embora nenhum novo estudo tenha sido revisado para esse tópico, o grupo de
escrita reconheceu que, embora haja evidências insuficientes para apoiar o uso roti-
neiro de lidocaína, há situações em que a recorrência de FV / TVP seria logistica-
mente desafiadora de gerenciar (por exemplo, durante emergências médicas trans-
porte de serviços); em tais situações, a administração de lidocaína pode ser conside-
rada.
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base de Captisol com lidocaína ou placebo para pacientes com FV / TVP refratá-
ria. Embora os estudos disponíveis não demonstrem uma melhora na sobrevida à
alta hospitalar (ou sobrevida neurologicamente intacta à alta) associada a qualquer
dos medicamentos, o RCE foi maior nos pacientes que receberam lidocaína em
comparação ao placebo, e a sobrevida até a admissão hospitalar foi maior com os
dois medicamentos.
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7 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Fonte: t1.uc.ltmcdn.com
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A dor torácica é o sinal principal de um IAM, ela é tipicamente de pressão, la-
cerante ou compressiva, em regiões precordial, retroesternal ou epigástrica, que po-
de irradiar-se para o braço esquerdo ambos os braços e maxila inferior, queixas atí-
picas como dor epigástrica, indigestão, entre outras são frequentemente observadas
em pacientes idosos, diabéticos, mulheres, jovens, portadores de insuficiência renal
crônica e demência.
Para firmar o diagnóstico faz-se necessário analisar o eletrocardiograma, en-
zimas cardíacas, radiografia de tórax, hemograma, glicemia, ureia e creatinina.
Terapia de suporte:
Oxigenioterapia 2 a 4 L/minuto por cateter nasal, recomendada principalmente
se a saturação arterial de oxigênio for < 90%, podendo manter mesmo sem hipoxe-
mia por até 2-3 horas ou até omitida, instalação de monitor cardíaco e acesso veno-
so. Deve-se verificar os sinais vitais frequentemente, o estado neurológico e a dor.
Terapia medicamentosa:
Morfina 1-5 mg IV se não melhorar com nitrato. Pode repetir em 5-30 minutos.
Nitrato sublingual (0,4 mg nitroglicerina ou 5 mg de isossorbida), máximo de 3
comprimidos em intervalos de 5 minutos. Contraindicações: bradicardia, hipotensão
arterial e uso prévio de sildenafil e outros inibidores de fosfodiesterase nas últimas
24 horas.
AAS 200 – 300 mg macerado por via sublingual. Contraindicação: hipersensi-
bilidade à droga, úlcera péptica grave, hepatopatia grave.
Clopidogrel 300 mg de ataque e 75 mg/dia. Pacientes acima de 75 anos não
devem receber dose de ataque.
Heparina não fracionada bolus de 60 UI/kg IV, máximo 4000 UI, em bomba de
infusão contínua IV 12 UI/kg/h, máximo de 1000 UI/h conforme prescrição médica.
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), como captopril,
enalapril, lisinopril e ramipril, frequentemente são prescritos após um ataque cardía-
co. Eles ajudam a prevenir a morte e o desenvolvimento de insuficiência cardíaca,
particularmente em pessoas que tiveram um ataque cardíaco fulminante ou com in-
suficiência cardíaca.
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8 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE)
Fonte: 1.bp.blogspot.com
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8.1 Tratamento
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resultados dos exames neurológicos normais, esses pacientes podem ter alta do
hospital.
A lesão é moderada em 10% dos pacientes que tem TCE e se apresentam no
departamento de emergência. Eles normalmente não requerem intubação e ventila-
ção mecânica (ao menos que outras lesões se apresentem) ou monitoramento de
PIC. No entanto, como a piora é possível, esses pacientes devem ser internados e
observados mesmo se a TC for normal.
A lesão é grave em 10% dos pacientes que tem TCE e se apresentam no de-
partamento de emergência. Eles são internados na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Como os reflexos protetores da passagem do ar estão normalmente deficien-
tes e a PIC está aumentada, eles são entubados com sonda traqueal enquanto me-
didas são tomadas para evitar aumento da PIC. O monitoramento cuidadoso é feito
de forma contínua com o uso de ECG e resposta pupilar; TC é repetida, particular-
mente se houver aumento inexplicável de PIC.
Fonte: slideshare.net
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Ventilação mecânica;
Monitoramento de PIC e PPC;
Sedação contínua conforme necessário;
Manutenção da euvolemia e osmolaridade sérica de 295 a 320
mOsm/kg.
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sanguínea real, ao menos nas primeiras 24 horas (devido à hemoconcentração as-
sociada).
Fonte: www.enfermeiroaprendiz.com.br
9.5 Epistaxe
Epistaxe (do grego, epi = sobre e stag = gotejar) é uma alteração da hemos-
tasia nasal. Trata-se da mais frequente urgência Otorrinolaringológica apresentando
prevalência entre 10% e 12%. Estima-se que cerca de 60% das pessoas no mundo
apresentaram ou apresentarão epistaxe ao menos uma vez na vida, sendo que a
grande maioria dos episódios é autolimitada, não necessitando intervenção médica.
Apenas 6% dos episódios de epistaxe necessitam auxílio médico para conter o san-
gramento e, destes, somente 1% necessita internação hospitalar. Mesmo assim,
cerca de 4% dos casos atendidos em serviços de alta complexidade de urgência e
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emergência são epistaxes, representando a principal causa de sangramento e um
dos dez diagnósticos mais comuns em urgência e emergência otorrinolaringológica.
A vascularização nasal tem como principais características o suprimento de
dois sistemas vasculares (carotídeo externo e interno) e as múltiplas anastomoses
existentes entre estes sistemas na mucosa nasal.
O sistema da artéria carótida externa é o principal responsável pelo fluxo san-
guíneo no nariz, via artéria maxilar, que entra na fossa pterigopalatina e termina co-
mo artéria esfenopalatina, e da artéria facial, que dá o ramo labial superior que pe-
netra na cavidade nasal e se distribui na parte anterior do nariz.
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade e localização do san-
gramento. Mas a experiência do médico é fundamental na tomada de conduta, prin-
cipalmente nos casos mais graves. O ABC básico é sempre a avaliação inicial. Ga-
rantir a via aérea com intubação orotraqueal ou traqueostomia pode ser necessário
nos casos de choque hemorrágico. Oxigenação é importante principalmente nos
cardiopatas. Acesso venoso calibroso é fundamental nos pacientes com sangramen-
to ativo intenso. Ao puncionar a veia, colhe-se sangue para hemograma, coagulo-
grama e tipagem sanguínea e se inicia hidratação vigorosa quando há repercussão
hemodinâmica.
Sempre que possível, manter o paciente sentado, para evitar deglutição de
coágulos. Aspiração nasal cuidadosa dos coágulos melhora bastante a visualização
da cavidade nasal, mas é fundamental a utilização de cotonoides embebidos em so-
luções tópicas vasoconstritoras (adrenalina 1:100.000, fenilefrina 1% ou oximetazoli-
na 0,05%) associadas a anestésicos (lidocaína 2% ou neotutocaína 2%). O paciente
com epistaxe costuma estar extremamente ansioso, com hipertensão arterial secun-
dária à ansiedade, o que piora o sangramento. Manter a calma e tentar acalmar o
paciente são ações necessárias. Compressas geladas sobre o dorso nasal auxiliam,
pois têm efeito vasoconstritor. Compressão digital com o polegar e o indicador se
constitui na primeira medida a ser tomada, enquanto outras medidas são prepara-
das. Ao menos cinco minutos de compressão devem ser efetuadas para tentativa de
hemostasia.
A cauterização nasal pode ser usada para tratamento de sangramentos ante-
riores quando o ponto de sangramento é visível pela rinoscopia anterior. Porém, com
o uso do endoscópio nasal, sangramentos posteriores também podem ser aborda-
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dos com a cauterização. A cauterização pode ser química, com ácido tricloroacético
ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou bipolar. E sempre se faz
necessário o uso das soluções anestésicas-vasoconstritoras.
Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com
O abdome pode ser lesionado em muitos tipos de trauma; a lesão pode ser
confinada ao abdome ou acompanhada de trauma grave em vários sistemas. A natu-
reza e gravidade das lesões abdominais variam amplamente, dependendo do meca-
nismo e das forças envolvidas; assim, generalizações acerca da mortalidade e da
necessidade de reparo cirúrgico tendem a ser equivocadas.
As lesões são, em geral, classificadas pelo tipo de estrutura que é danificada:
Parede abdominal;
Órgãos sólidos (fígado, baço, pâncreas, rins);
Cavidades (estômago, intestino delgado, cólon, ureter, bexiga);
Vascularidade.
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O trauma abdominal também é, tipicamente, classificado de acordo com o
mecanismo de lesão:
Rombas;
Penetrantes.
Traumas rombos podem envolver um golpe direto (p. ex., chute), um impacto
com um objeto (p. ex., queda de bicicleta) ou desaceleração súbita (p. ex., queda de
altura, acidente de carro). O baço é o órgão mais frequentemente lesionado, seguido
do fígado e de cavidades (tipicamente o intestino delgado).
Lesões penetrantes podem ou não penetrar no peritônio e, se o fizerem, po-
dem não causar lesão ao órgão. Ferimentos por faca são menos propensos que fe-
rimentos a bala a lesionar estruturas intra-abdominais; em ambos, qualquer estrutura
pode ser afetada Ferimentos penetrantes no tórax inferior podem atravessar o dia-
fragma e lesar estruturas abdominais.
Trauma rombo ou penetrante pode lacerar ou romper estruturas intra-
abdominais. Lesões rombas podem, alternativamente, causar apenas um hematoma
em um órgão sólido ou na parede de uma cavidade.
Lacerações sangram imediatamente. Hemorragia decorrente de lesão de ór-
gão sólido de baixo grau, pequena laceração vascular ou laceração de cavidade
costuma ser de baixo volume, com consequências psicológicas mínimas. Lesões
mais sérias podem causar hemorragia massiva com choque, acidose e coagulopatia.
A hemorragia é interna (exceto para quantidades relativamente pequenas de hemor-
ragia externa decorrentes de alguns traumas penetrantes). A hemorragia interna po-
de ser intra ou retroperitoneal.
A laceração ou ruptura de uma cavidade permite que conteúdos gástricos, in-
testinais ou vesicais penetrem na cavidade peritoneal, causando peritonite.
Complicações:
Hematomas tipicamente se resolvem espontaneamente no decorrer de dias a
meses, dependendo do tamanho e da localização. Hematomas esplênicos e, menos
frequentemente, hepáticos podem romper-se, em geral nos primeiros dias após a
lesão (embora, às vezes, até meses mais tarde), às vezes causando, mais tarde,
hemorragia significativa. Hematomas de parede intestinal às vezes são perfurados,
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tipicamente após 48 a 72 horas da lesão, liberando conteúdo intestinal e provocando
peritonite, mas sem ocasionar hemorragia significativa. Hematomas de parede intes-
tinal raramente provocam compressão intestinal, em geral meses a anos mais tarde,
embora haja relatos de casos de constipação intestinal tão cedo quanto 2 semanas
após trauma rombo.
Abscesso intra-abdominal costuma resultar de perfuração de cavidade inde-
tectada, mas pode ser uma complicação de laparotomia. A frequência de formação
de abscesso varia de 0 após laparotomias não terapêuticas a até 10% depois de
laparotomias terapêuticas, embora possa atingir 50% após cirurgia para reparar gra-
ves lacerações hepáticas.
Extravasamento biliar e/ou biloma é uma complicação rara de lesão hepática
e ainda menos frequente de lesão do ducto biliar. A bile pode ser excretada da su-
perfície ferida de uma lesão do fígado ou de um ducto biliar lesionado. Ela pode dis-
seminar-se pela cavidade peritoneal ou emparedar-se em uma coleção líquida distin-
ta, o biloma. O extravasamento biliar pode provocar dor, uma resposta inflamatória
sistêmica e/ou hiperbilirrubinemia.
Geralmente há dor abdominal; contudo, a dor costuma ser branda e facilmen-
te disfarçada por lesões mais dolorosas (p. ex., fraturas) e alteração dos sentidos (p.
ex., devido a lesão cerebral, abuso de substâncias, choque). A dor decorrente de
lesão esplênica às vezes irradia para o ombro esquerdo. A dor provocada por perfu-
ração do intestino delgado costuma ser inicialmente mínima, mas piora gradativa-
mente ao longo das primeiras horas. Pacientes com lesão renal podem observar
hematúria.
Ao exame, os sinais vitais podem mostrar evidência de hipovolemia (taquicar-
dia) ou choque (p. ex., cor escura, diaforese, alteração dos sentidos, hipotensão).
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9.7 Trauma penetrante
Fonte: 4.bp.blogspot.com
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ratória de determinados pacientes com lesão apenas de órgão sólido (tipicamente o
fígado) realizam TC de pacientes estáveis com ferimentos de arma de fogo. A explo-
ração local de ferimentos não costuma ser feita para ferimentos de arma de fogo.
Trauma rombo: a maioria dos pacientes com múltiplos traumas e/ou alteração
de sentidos devem realizar exame do abdome, bem como pacientes com achados
ao exame. Tipicamente, os médicos utilizam ultrassonografia, TC ou, às vezes, am-
bos.
Os pacientes recebem reanimação por líquidos conforme o necessário. Al-
guns pacientes hemodinamicamente instáveis são levados para laparotomia explora-
tória imediata, conforme descrito anteriormente. Para a maioria dos pacientes que
não necessitam de cirurgia imediata, mas que têm lesões intra-abdominais identifi-
cadas durante exame de imagem, opções de controle incluem observação, emboli-
zação angiográfica e, com menos frequência, intervenção cirúrgica. Antibióticos pro-
filáticos não são indicados quando os pacientes são abordados sem cirurgia. Contu-
do, antibióticos costumam ser administrados antes de intervenção cirúrgica quando
os pacientes desenvolvem uma indicação para cirurgia.
Observação (incluindo em UTI) é, muitas vezes, apropriada para pacientes
hemodinamicamente estáveis com lesões de órgãos sólidos, muitas das quais se
curam espontaneamente. Pacientes com líquidos livres vistos durante TC, mas sem
lesão orgânica específica identificada, podem também ser observados, dados que
não apresentam sinais peritoneais. No entanto, líquido livre sem evidência de lesão
de órgão sólido é também o achado radiográfico mais frequente em lesões viscerais,
embora esse achado tenha baixa especificidade.
Como a observação não é apropriada para perfuração de víscera (os pacien-
tes tipicamente desenvolvem sepse em decorrência de peritonite), os médicos de-
vem ter um limiar mais baixo para exploração cirúrgica quando os pacientes com
líquido livre isolado pioram ou não melhoram durante o período de observação.
Durante a observação, os pacientes são examinados várias vezes ao dia (de
preferência pelo mesmo examinador), e realiza-se hemograma completo, em geral a
cada 4 a 6 horas. A avaliação busca identificar hemorragia e peritonite.
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10 QUEIMADURAS
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10.1 Etiologia das queimaduras
Fonte: staging.picsolution.com
Fonte: dicasparacura.blogspot.com
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Queimaduras elétricas: São causadas pela transformação da energia em calor, os
efeitos variam dependendo do tipo da voltagem e amperagem da corrente, podendo
ocorrer alterações que produzem distúrbios: respiratórios, circulatórios e do SNC. As
queimaduras são invariavelmente graves (em alguns casos o tecido gorduroso,
músculos e até ossos podem ser comprometidos), podendo resultar até mesmo em
morte no local do acidente.
Fonte: g1.globo.com
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Fonte: colourbox.com
As queimaduras mais comuns, são aquelas causadas por líquidos aquecidos
(água, leite, café, gorduras quentes) – queimaduras térmicas - geralmente em casa
e na cozinha. E as crianças, infelizmente são as maiores vítimas desse tipo de aci-
dente.
Em segundo lugar estão os acidentes com álcool, sempre graves e importan-
tes e acontecem, geralmente nas churrasqueiras, fogueiras, acampamentos etc.
Entretanto a mais invasiva é a elétrica, que representa a forma mais agressi-
va de trauma, e tem como característica um ponto de entrada e outro de saída, afe-
tando diversas estruturas no corpo, tais como: nervos, vasos, músculos, pele, ten-
dões e ossos, sendo frequentes as amputações em sua decorrência.
Fonte: essaseoutras.com.br
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Fonte:sbqueimaduras.org.br
Fonte: saudecominteligencia.com.br
As queimaduras de segundo grau, também denominadas queimaduras de es-
pessura parcial, são aquelas que envolvem a epiderme e porções variadas da derme
subjacente.
Essas queimaduras podem ainda ser classificadas como superficiais ou pro-
fundas. Estas queimaduras são observadas como bolhas ou áreas desnudas, com
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aparência brilhante ou base úmida. Devido à sobrevida de resquícios de derme, es-
tas queimaduras tendem a cicatrizar em duas a três semanas.
As queimaduras de espessura parcial, a zona de necrose envolve toda a epi-
derme e várias profundidades da derme superficial. Caso estas lesões não sejam
bem cuidadas, a zona de estase pode progredir para necrose, aumentando o tama-
nho da queimadura e, talvez, convertendo-a numa queimadura de terceiro grau.
Queimaduras de segundo grau profundas podem requerer tratamento cirúrgi-
co.
Fonte: concursosdasaude.com.br
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As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruí-
dos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais
que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes.
Fonte: sbqueimaduras.org.br
Fonte: saudecominteligencia.com.br
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As queimaduras de terceiro grau podem apresentar diversas aparências. Com
maior frequência estes ferimentos são espessos, secos, esbranquiçados, com apa-
rência semelhante a couro, independentemente da raça ou da corda pele do indiví-
duo.
Em uma queimadura de 3º grau, a vítima geralmente queixa-se de dor nas
bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1ºgrau.
Fonte: sbqueimaduras.org.br
Em casos graves, a pele parece chamuscada, com visível trombose dos va-
sos sanguíneos. São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e de-
formantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.
Fonte: concursosdasaude.com.br
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Quarto grau
As queimaduras de quarto grau são aquelas que acometem não somente todas as
camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, os músculos, os ossos
ou os órgãos internos.
Fonte: blog.concursosdasaude.com.br
Fonte: enfermagemcomamor.com.br
Utiliza-se percentagens com a utilização da regra dos nove que permite esti-
mar a superfície corporal total queimada (SCTQ), conforme a extensão da queima-
dura. Nesse caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela
lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus).
A regra dos nove divide o corpo do adulto em doze regiões:
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Onze delas equivalem a 9% cada uma.
A última (região genital) equivale a 1%.
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Fonte: blog.concursosdasaude.com.br
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Gravidade das queimaduras
A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspec-
tos:
Grau da queimadura (3 e 4º grau).
Percentagem da superfície corporal queimada - SCTQ (>10% em cri-
ança e > 20% em adultos);
Localização da queimadura (áreas nobres);
Complicações que a acompanham;
Idade da vítima;
Enfermidades anteriores da vítima
A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, ex-
tensão e localização.
As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, qual-
quer que seja a profundidade e extensão são consideradas graves
Queimaduras térmicas:
Afastar a vítima da origem da queimadura;
Se a vítima estiver com fogo nas vestes, role-a no chão ou envolva-a em um
cobertor ou similar.
Ao utilizar extintores, verifique se é indicado para o tipo de material em com-
bustão
Abordagem primária (CABDE):
Verificar as vias aéreas, observar sinais de queimaduras na face (fuligem no
nariz, cílios chamuscados, edema nos olhos e boca), podem indicar obstrução
respiratória – queimaduras ‘internas’;
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Retirar as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada cor-
tando;
Retirar pulseiras, colares, relógios e anéis devido ao risco de interrupção da
circulação pelo edema;
Proteger os locais queimados com curativos estéreis próprios para queimadu-
ras.
Transportar para hospital especializado.
Queimadura química:
A equipe que atende deve utilizar proteção universal para não ter contato com
o agente químico;
Identificação do agente (ácido, base, composto orgânico);
Avaliar concentração, volume e duração de contato;
A lesão é progressiva. Remover roupas úmidas com o produto, cortando-as
com tesoura;
Substância em pó, remover previamente excesso com escova ou panos;
Diluição da substância pela água corrente por no mínimo de 30 minutos.
Pós (cimento, cal, soda cáustica):
Remover o conteúdo sólido da pele;
Lavar com água corrente.
Atenção: Nunca faca fricção no local;
Empregar água sobre pressão na lavagem.
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Fonte: enfermagemcomamor.com.br
Queimadura elétrica:
Definir se foi alta tensão, corrente alternada ou contínua, se houve
passagem de corrente com ponto de entrada e saída;
Avaliar traumas associados (queda de altura e outros);
Avaliar se ocorreu perda de consciência ou PCR no momento do aci-
dente;
Podem causar: Parada cardíaca > lesão de grupos musculares > libe-
ração de potássio: arritmias
Liberação de mioglobina na corrente sanguínea > tóxica aos rins.
Queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão.
Elevados índices de mortalidade;
Geralmente são de pequenas extensões, porém de grande profundida-
de;
A intensidade da queimadura dependerá do tipo de corrente, da volta-
gem e da resistência;
Afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento e desligar a
fonte de energia.
Interromper o contato da vítima com o agente agressor usando um pe-
daço de madeira seca, cinto de couro, borracha grossa ou luva de bor-
racha;
Avaliar extensão da lesão e passagem da corrente;
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Fonte: enfermagemcomamor.com.br
Fonte: enfermagemcomamor.com.br
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Queimaduras circunferenciais – observações:
Podem contrair a parede torácica (devido ao inchaço provocado cau-
sado por queimaduras) a ponto de a vítima ser incapaz de respirar;
Nos membros superiores e inferiores, criam um efeito de compressão,
que pode fazer com que haja ausência de pulsos em braços e pernas.
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BIBLIOGRAFIA
DELGADO, J. et al. Risk factors for burns in children: crowding, poverty, and
poor maternal education. Inj Prev. v. 8, n. 1, p. 38-41. 2002.
DRAGP, D.A. Kitchen scalds and thermal burns in children five years and
younger. Pediatrics. v. 115, n. 1, p. 10-6. 2005.
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HARADA, M.J.C.S. et al. Epidemiologia em crianças hospitalizadas por aciden-
tes. Folha Med. v. 119, p. 43-7. 2000.
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