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GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. Toda a sardinha é um animal marítimo. Todo o salmão é um animal marítimo. Logo, todo o animal
marítimo é sardinha. Estamos perante um:
A. silogismo válido;
B. silogismo inválido;
C. falso silogismo;
D. silogismo condicional.
1.2. O seguinte silogismo pertence à segunda figura:
A. Todos os criminosos são sancionados. Ora, os ladrões são criminosos. Logo, os ladrões são
sancionados.
B. Os irlandeses não são ingleses. ingleses são indivíduos naturais de Inglaterra. Assim, alguns
indivíduos naturais de Inglaterra não são irlandeses.
C. Alguns pintores são expressionistas. Todos pintores são artistas. Logo, alguns artistas são
expressionistas.
D. Os avaros não são generosos. Os beneficentes são generosos. Portanto, os beneficentes não são
avaros.
1.3. A seguinte alínea contém a definição correta da falácia das premissas exclusivas:
A. Ocorre quando o termo menor se encontra distribuído na conclusão e não na premissa menor.
B. Acontece quando se extrai uma conclusão de duas premissas negativas.
C. Ocorre quando o termo maior se encontra distribuído na conclusão e não na premissa maior.
D. Dá-se quando o silogismo não respeita a regra que determina que o silogismo tem três e só três
termos.
1.4. É o conjunto de seres, objetos, membros que são abrangidos por um conceito/termo. Esta
definição refere-se:
A. à extensão;
B. à compreensão;
C. à intensão;
D. ao quantificador existencial.
85 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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GRUPO II
1. Coloque na forma canónica as seguintes proposições:
a) Nem todos os arquitetos são criadores.
b) Quem se deita cedo e cedo se levanta é saudável.
c) Há indivíduos cuja única ocupação é simplesmente roubar.
d) Ser voluntário é dedicar-se aos outros.
2. Refira quais os termos que se encontram distribuídos e quais os que não se encontram distribuídos
nas seguintes proposições:
a) Alguns doces não são açucarados.
b) Alguma energia é renovável.
c) Todos os bombeiros são benfeitores.
d) Nenhum eletrodoméstico é máquina industrial.
6. Avalie os silogismos que se seguem. Se algum deles for inválido, justifique a sua invalidade. a) Os
catalães são espanhóis.
Alguns espanhóis são independentistas. Logo,
os catalães são independentistas.
b) As ruas não são quarteirões. As
estradas não são ruas.
Logo, as estradas não são quarteirões.
7. Partindo dos termos indicados, apresente um exemplo de silogismo categórico inválido em que seja
cometida a falácia da ilícita maior:
Testes de avaliação e sugestões de resposta 86
9. Construa, para a proposição a seguir expressa, os dois modos válidos do silogismo disjuntivo
(disjunção exclusiva):
Ou ignoras os sintomas ou vais ao médico.
Testes
4. ............................................................. 20
pontos
5. ............................................................. 15
pontos
6. ............................................................. 20
pontos
7. ............................................................. 15
pontos
8. ............................................................. 20
pontos
9. ............................................................. 20 pontos
10.
10.1. ........................................................ 10 pontos
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1.
87 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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CORREÇÃO DO TESTE DE 4.
a) Os homens dedicados à causa pública não são
AVALIAÇÃO N.º 2 simples argumentadores.
GRUPO I
b) Algumas bebidas são descafeinadas.
1.
5. O termo menor, «instrumentos musicais», está
1.1. C distribuído na conclusão mas não o está na respetiva
1.2. D premissa, violando-se assim a regra que determina que
1.3. B qualquer termo distribuído na conclusão tem de o estar
1.4. A também na premissa de que é parte integrante. Por
esse motivo, a conclusão acaba também por não seguir
GRUPO II
a parte mais fraca (a premissa menor).
1.
6.
a) Alguns arquitetos não são criadores.
a) Inválido. O termo médio não está distribuído
b) Todos os que se deitam cedo e cedo se pelo menos uma vez. Além disso, a conclusão teria de
levantam são saudáveis. ser particular, seguindo a parte mais fraca.
c) Alguns indivíduos são ladrões a tempo inteiro. b) Inválido. Com duas premissas negativas, nada
d) Todos os voluntários são dedicados aos outros. se poderá concluir.
2. 7.
a) Encontra-se distribuído o termo Todos os alemães são terráqueos.
«açucarados»; o termo «doces» não se encontra Nenhum inglês é alemão.
distribuído. Logo, nenhum inglês é terráqueo.
b) Nenhum dos termos – «energia» e 8.
«renovável» – se encontra distribuído. a) Válido. Modus ponens.
c) Encontra-se distribuído o termo b) Inválido. Falácia da negação do antecedente.
«bombeiros»; o termo «benfeitores» não se
9. Modus ponendo tollens: Ou ignoras os sintomas ou
encontra distribuído.
vais ao médico. Ignoras os sintomas. Logo, não vais
d) Ambos os termos – «eletrodoméstico» e ao médico.
«máquina industrial» – se encontram distribuídos. Modus tollendo ponens: Ou ignoras os sintomas ou
3. vais ao médico. Não ignoras os sintomas. Logo, vais
a) Termo maior: «maus criadores»; termo menor: ao médico.
«arquitetos»; termo médio: «imaginadores 10.
consequentes». 10.1. O silogismo é inválido porque, uma vez que
Modo: EAE. estamos perante uma disjunção que não é completa
Figura: 2.ª. (disjunção inclusiva), a afirmação de uma das
b) Termo maior: «gatos»; termo menor: alternativas não implica a negação da outra.
«vertebrados»; termo médio: «felinos». 10.2. És arquiteto ou poeta.
Modo: AAI. Não és arquiteto.
Figura: 4.ª. Logo, és poeta.
C. complexa;
D. imperativa.
1.2. O operador «ou» é um operador:
A. singular;
B. unário;
C. monádico;
D. binário.
1.3. A condicional é falsa se o antecedente:
A. for verdadeiro e o consequente também;
B. for falso e o consequente também;
C. for verdadeiro e o consequente for falso;
D. for falso e o consequente for verdadeiro.
1.4. À proposição (ou proposições) sobre a qual (ou sobre as quais) um operador incide chama-se:
A. âmbito de um operador;
B. operador principal; C. função de um operador;
D. tautologia.
GRUPO II
1. Refira quais das proposições a seguir expressas são proposições simples e quais as complexas,
justificando:
a) Se corro, então tornar-me-ei um grande atleta.
b) Os computadores não são realidades simples.
c) O conhecimento é uma crença verdadeira justificada.
d) Eu trabalho.
e) Maria é cozinheira ou agricultora.
Testes
f) Chove e está frio.
g) Picasso não é um músico.
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NCON11LP
89 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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2. Formalize as proposições a seguir indicadas, apresentando a sua expressão canónica e a respetiva
interpretação:
a) Tanto as árvores como as grutas são protetoras.
b) Ou Deus existe ou o Universo é uma sombra errante.
c) Não ter talento artístico é condição suficiente para eu não ser pintor, se, e só se, os dicionários
fornecem definições corretas.
4. Refira, usando uma tabela de verdade, se as seguintes proposições são ou não logicamente
equivalentes. Justifique.
– Se gosto de futebol, então tenho um clube.
– Não gosto de futebol ou tenho um clube.
COTAÇÕES 1. ............................................................. 30
pontos
GRUPO I
2.
1.
a) ............................................................. 10
1.1. .......................................................... 5
pontos
pontos
1.2. .......................................................... 5 b) ............................................................. 10
pontos pontos
1.3. .......................................................... 5 c) ............................................................. 10
pontos pontos
1.4. .......................................................... 5 3.
pontos a) ............................................................. 15 pontos
GRUPO II
Testes de avaliação e sugestões de resposta 90
b) ............................................................. 15 pontos 3
4. ............................................................. 20 a)
pontos P Q (ÿ P ⁄ ÿ Q) ´ ÿ (ÿ P ⁄ ÿ Q)
5. V V FFFFVFFF FVVFFFV
5.1. .......................................................... 30 pontos V F V VVFFFVVF
5.2. .......................................................... 15 pontos F V VV V VV VF V
6. ............................................................. 25 pontos F F
TOTAL ..................................................... 200
pontos
CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO
N.º 3 Conting
GRUPO I ência.
b)
1.
P Q (ÿ P Ÿ ÿ Q) Æ ÿ P
1.1. B; 1.2. D; 1.3. C; 1.4. A.
V V F F F V F
GRUPO II
V F F F V V F
1. São proposições simples as expressas nas seguintes F V V F F V V
alíneas: c) e d). São proposições complexas as F F V V V V V
expressas nas seguintes alíneas: a), b), e), f) e g).
Aquelas são simples porque não contêm qualquer
operador. Estas são complexas porque contêm
operadores.
2. Tautologia.
a) 4.
Expressão canónica Interpretação Formalização
P Q (P Æ Q) ´ (ÿ P ⁄ Q)
As árvores são P: As árvores são
V V V
protetoras e as protetoras. Q:
grutas são As grutas são PŸQ V F V
protetoras. protetoras. F V FV
F F F
V
FF
V V VV
b) V V VV
Expressão canónica Interpretação Formalização
Testes
Ou Deus existe ou o P: Deus existe. Q: O
Universo é uma Universo é uma P⁄Q
sombra errante. sombra errante.
São proposições equivalentes, porque a fórmula em
causa é tautológica.
5.
5.1.
c)
a)
Expressão canónica Interpretação Formalização
Interpretação Formalização
Se não tenho talento P: Tenho talento
artístico. P: Vou à feira. PÆQ
artístico, então não
sou pintor, se, e só Q: Compro sapatos. P
Q: Sou pintor.
se, os dicionários (ÿ P Æ ÿ Q) ´ R \Q
R: Os dicionários
fornecem definições
corretas. fornecem definições
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corretas.
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P Q P Æ Q, P |=
Q
NCON11LP
91 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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V V VVV FVF P: A noite é tempestuosa. P Æ Q
V F VFV Q: Fico confuso. ÿP\ÿ
F V V F F Q
F F
P Q P Æ Q, ÿ P |= ÿ
Q)
O argumento é válido.
V V VFF FFV VV
b)
V F F
Interpretação Formalização
F V V V V
P: Acredito em ti. P⁄Qÿ
F F
Q: Sou inteligente. P
\Q
O argumento é inválido.
5.2.
P Q P ⁄ Q, ÿ P |= Q
a) Modus ponens.
V V VFV VFF V
b) Silogismo disjuntivo.
V F VV
F V c) Falácia da negação do antecedente.
F V F
F F 6. Silogismo hipotético.
(P Ÿ Q) Æ R
RÆS
\ (P Ÿ Q) Æ S
O argumento é
válido. c) AÆB
Interpretação Formalização BÆC
\AÆC
Argumentação e retórica
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. No âmbito da argumentação, é legítimo afirmar que:
A. a opinião do orador é sempre indubitável;
B. o auditório pode ser individual ou coletivo;
C. o orador apresenta uma tese a favor da qual o auditório irá argumentar;
D. o contexto de receção é irrelevante na adesão à tese e aos argumentos do orador.
1.2. O pathos:
A. diz respeito ao auditório, a quem o orador quer convencer a aderir à(s) sua(s) ideia(s);
B. reporta-se ao discurso, aos argumentos apresentados em defesa de uma determinada tese;
Testes de avaliação e sugestões de resposta 92
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GRUPO II
1. «A sociedade atual, caracterizada por uma importância crescente da comunicação, favorece um
regresso da argumentação, e a emergência de uma nova retórica. Estes modos de expressão
encontram lugar privilegiado na vida socioeconómica e política; considera-se doravante que a
ciência não explica tudo e regressa-se ao debate, à confrontação, ou seja, à “concorrência” entre
ideias que tornam necessário o recurso à argumentação.»
R. e J. Simonet (1990), L’Argumentation. Stratégie et Tactiques, Paris, Éd. D’Organisation, p.
14.
2. «Numa demonstração tudo é dado. (...) Na argumentação, pelo contrário, as premissas são instáveis.
À medida que se vai argumentando, elas podem enriquecer-se; mas estas são sempre precárias, a
intensidade com que lhes aderimos modifica-se. A ordem dos argumentos é pois ditada, em grande
parte, pelo desejo de destacar novas premissas, de distinguir alguns elementos e de obter certos
compromissos da parte do interlocutor.»
Chaïm Perelman e L. Olbrechts-Tyteca (1983), Traité de l’Argumentation, 4.ª éd., Bruxelles,
Editions de l’Université de Bruxelles, p. 65.
4. «Aristóteles, pai fundador [da retórica] (...) compreende o que mais ninguém depois dele percebe: o
ethos, o pathos e o logos estão em pé de igualdade na relação retórica.»
Michel Meyer et al. (1999), História da Retórica, Lisboa, Temas e Debates, p. 266.
Mostre, com base nesta afirmação, a importância do ethos, do pathos e do logos no âmbito da
relação retórica.
GRUPO III
1. Esclareça o significado de cada um dos seguintes argumentos informais:
Testes
a) Argumento indutivo, por generalização.
b) Argumento indutivo, por previsão.
c) Argumento por analogia.
d) Argumento de autoridade.
d) Os animais merecem ser respeitados. Logo, todos os animais são merecedores de respeito.
Petiçao de principio
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CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 4 estão, como se afirma no texto, «em pé de igualdade».
Relativamente ao ethos, podemos dizer que um dos
GRUPO I
aspetos que nos levam a confiar no discurso de alguém e
1. que se traduz numa disponibilidade para ouvir e para
1.1. B aderir aos argumentos que nos são propostos é o carácter
1.2. A do orador, associado à sua credibilidade.
1.3. A
1.4. C NCON11LP_F07
Testes
Naquela estabelece-se, sob a forma do cálculo – o cálculo mostrar que um determinado resultado indesejável
lógico-formal –, uma relação constringente e incontornável inevitavelmente se seguirá. Neste caso, o que se perceciona
entre as premissas e a conclusão, nesta há tão-só a adesão é a intenção de alguém provar que não se deve ajudar
do auditório, a tentativa de «obter certos compromissos da ninguém, tomando como premissa os riscos associados a
parte do interlocutor», o que obriga a um esforço de uma pequena ajuda, e estendendo esse exemplo
permanente adaptação do retor aos seus ouvintes. indefinidamente, de um modo “escorregadio”, a universos
3. Os objetos de acordo são premissas admitidas cada vez maiores.
pelo auditório, podendo consistir em crenças, valores, b) Falácia ad hominem. Nesta falácia, tal como em
verdades, factos, presunções, etc. Fazendo parte da qualquer outra do mesmo tipo, é a pessoa que o pronuncia
opinião do auditório, os objetos de acordo encontram-se e não o argumento pronunciado que é alvo de objeção.
pressupostos durante o ato argumentativo. A opinião Neste caso, é o político que está em causa e não as
pública é o conjunto de pensamentos, conceitos e propostas – que são o que, na circunstância em questão, se
representações gerais dos cidadãos sobre as questões de pretende avaliar.
interesse coletivo. c) Falácia do falso dilema. Esta falácia consiste em
4. Para Michel Meyer – tal como para Aristóteles –, reduzir as opções possíveis a apenas duas, ignorando-se as
o ethos, o pathos e o logos são, na relação retórica, restantes alternativas. Trata-se, portanto, de extrair uma
inseparáveis e constitutivos. Nela, todos estes elementos conclusão a partir de uma disjunção falsa. É o que se passa
Testes de avaliação e sugestões de resposta 96
neste caso: «Ou o mundo surgiu por acaso ou resultou de d) Petição de princípio. Trata-se de um argumento
um Criador inteligente» constitui uma disjunção falsa já que circular no qual se toma por já provado o que ainda carece
há mais alternativas possíveis – o mundo existir desde de prova. Neste exemplo é isso que se verifica, pois a
sempre, ter sido criado por uma equipa de deuses, etc. conclusão – «Todos os animais são merecedores de
respeito» – é antecipadamente usada como premissa – «Os
animais merecem ser respeitados».
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1.6. A manipulação caracteriza-se pela:
A. prática do discurso que tem como finalidade a livre adesão do auditório à tese que o orador
pretende que seja acolhida por aquele;
B. prática abusiva do discurso – abusiva na medida em que obriga o recetor a aderir a uma
dada mensagem (que um dado emissor deseja impor);
C. prática do discurso que tem como finalidade a adesão do auditório a uma tese oculta;
D. prática abusiva do discurso que visa retirar a liberdade ao orador de modo a que ele não
possa defender a tese em que realmente acredita.
1.7. A retórica que corresponde a um uso ilegítimo do discurso, porque visa enganar, iludir e
manipular o interlocutor, recebe a designação de:
A. retórica branca;
B. retórica manipuladora;
C. retórica negra;
D. retórica persuasiva.
1.8. A racionalidade argumentativa implica:
A. o reconhecimento do pluralismo que a racionalidade encerra, aliado ao reconhecimento de
que se pode dizer/conhecer o real de diferentes maneiras.
B. o reconhecimento de uma verdade e de uma realidade unívocas;
C. a afirmação de uma verdade única, aliada a uma atitude dogmática;
D. a afirmação de uma única realidade, aliada a uma atitude crítica.
GRUPO II
1. Refira a que se deve a visão depreciativa a que os sofistas começaram por estar associados.
2. «A retórica, ao que me parece, é uma prática estranha à arte, mas exige uma alma dotada de
imaginação, de ousadia e, naturalmente apta para o trato com as pessoas. (...) Não sei se entenderás
bem a minha resposta: na minha opinião, a retórica é como o simulacro de uma parte da política.»
Platão (1997), Górgias, Lisboa, Lisboa Editora, p.
Testes
69. Critique a retórica dos sofistas à luz da perspetiva presente neste excerto.
GRUPO III
1. «Proteger a liberdade de expressão é indispensável, mas proteger a liberdade de receção é-o
também, e na mesma medida.»
Philippe Breton (2001), A Palavra Manipulada, Lisboa, Editorial Caminho, p. 209.
Explique esta afirmação, clarificando as duas formas de liberdade nela referidas.
2. «A filosofia, mais do que encontrar-se ligada à posse da verdade, associa-se à crença na verdade e à
aspiração de tornar a verdade, em que o filósofo crê, admitida por outras pessoas, e,
eventualmente, por todas as pessoas (...). Ora, esta admissão, esta tentativa de fazer admitir certas
teses, só pode ser realizada através de meios argumentativos.»
Rui Alexandre Grácio (1999), “Introdução à Tradução Portuguesa”, in C.
Perelman, O Império Retórico, Porto, Edições ASA, p. 10.
Testes de avaliação e sugestões de resposta 98
COTAÇÕES .
3
GRUPO I
.
1.
1.1. .......................................................... 5
A
pontos 1.2. ..........................................................
.
5 pontos
1.3. .......................................................... 5 1
pontos 1.4. .......................................................... .
5 pontos 4
1.5. .......................................................... 5 .
pontos 1.6. ..........................................................
5 pontos D
1.7. .......................................................... 5 .
pontos
1.8. .......................................................... 5 1
pontos .
5
GRUPO II
.
1. ......................................................
....... 30 pontos
2. ...................................................... A
....... 30 pontos .
3. ............................................................. 30
pontos 1.6. B.
GRUPO III 1.7. C.
1. ............................................................. 35 1.8. A.
pontos GRUPO II
2. ............................................................. 35 1. Os sofistas eram professores itinerantes que
pontos se dedicavam ao ensino dos jovens cidadãos
TOTAL ..................................................... 200 mediante uma remuneração. Dominavam a arte
pontos de persuadir pela palavra e eram dotados de
habilidade linguística e de estilo eloquente,
CORREÇÃO DO TESTE DE surpreendendo pela sua vasta erudição e pelos
AVALIAÇÃO N.º 5 seus discursos expressivos.
GRUPO I Enquanto professores, os sofistas centravam
o seu ensino mais na forma do que no
1.
conteúdo, ensinando, por isso, a técnica do
1.1. B. discurso, a arte de fazer triunfar um discurso
1 em função da conveniência de cada um.
. Sócrates, Platão e seus discípulos não podiam
2 aceitar este relativismo da verdade, esta
. valorização da retórica como arte do discurso
persuasivo em detrimento da sabedoria. Este
aspeto, aliado ao facto de os sofistas se
D
fazerem pagar pelos seus serviços, originou
.
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empírica, destinada a produzir uma certa dada mensagem (que um dado emissor deseja
espécie de agrado no auditório. Com efeito, impor). Essa manipulação pode assumir a forma
no diálogo «Górgias» de Platão, Sócrates, de manipulação dos afetos, centrada no apelo à
para além de tecer críticas aos sofistas, define emoção e aos sentimentos do recetor, e de
a retórica como uma atividade empírica, que manipulação cognitiva, que opera por falsificação
visa apenas o agradável, o prazer, uma prática do conteúdo do discurso.
que serve de simulacro à política, 2. A argumentação é fundamental para a
confrontando o discurso como instrumento atividade filosófica, que procura uma visão
de poder, próprio dos sofistas, com o discurso integrada do real, uma compreensão da realidade
como instrumento de verdade, próprio dos no seu todo, do ser, dedicando-se à busca da
filósofos. É neste diálogo que Sócrates alerta verdade. As teorias filosóficas estão,
Polo para o contraste metodológico entre ele frequentemente, dependentes das suas perguntas
e os sofistas: enquanto os sofistas se e respostas. A filosofia socrático-platónica, por
refugiam na eloquência de longos discursos, exemplo, exigia encontrar a Verdade – única,
Sócrates prefere o diálogo, a metodologia de absoluta e universal, capaz de dizer uma realidade
pergunta-resposta. absoluta, perfeita e imutável – e, por isso,
3. Enquanto os sofistas são professores criticava fortemente a retórica sofística, por esta
itinerantes que se fazem pagar pelos seus dar espaço ao subjetivismo e ao relativismo.
serviços, os filósofos, de acordo com Sócrates Reconhece-se, contudo, que a diversidade dos
e Platão, são amantes, desinteressados, do discursos, quer estejamos a falar de sistemas
saber. Por oposição a um discurso centrado filosóficos, quer nos estejamos a referir ao
na forma, na técnica e na eficácia, próprio conhecimento científico, à religião ou à política,
dos sofistas, os filósofos preferem centrar o reflete a riqueza de perspetivas e leituras que
discurso no conteúdo, na sabedoria e na podemos fazer da realidade. Nesse sentido, a razão
procura da verdade absoluta. Por último, ao não é mais entendida como a faculdade humana
contrário dos sofistas, que entendem a detentora de conhecimentos definitivos e unívocos,
verdade à medida das circunstâncias mas como faculdade humana plural, portadora de
individuais e baseiam o discurso em opiniões conhecimentos plurívocos e o mais próximos possível
e aparências, os filósofos entendem a da verdade. Portanto, emerge uma nova conceção da
verdade como existente em si, baseando o racionalidade – uma racionalidade argumentativa.
discurso na Verdade e no Bem. Muito embora a argumentação pressuponha a
GRUPO III existência de diferentes teses e, também, a
possibilidade da contradição, não quer isto dizer, no
1. Nas democracias atuais, a liberdade de
entanto, que com o novo modelo de racionalidade se
expressão é considerada um direito
caia num relativismo puro ou que se negue o esforço
fundamental que não pode ser posto em causa.
de universalidade dos nossos conhecimentos acerca
Contudo, para além da liberdade de expressão
do real. Pelo contrário, isso significa o
de um dado orador, é igualmente necessário
reconhecimento do pluralismo que a racionalidade
que o auditório a que ele se dirige seja também
encerra, isto é, o reconhecimento de que se pode
livre, ou seja, é também necessário garantir a
dizer/conhecer o real de diferentes maneiras. Impõe-
liberdade de um dado recetor. Tal exigência
se, por isso, para o filósofo de hoje, a afirmação de
pode parecer, à primeira vista, despropositada
uma (ou várias) verdade(s) possível(eis), aliada(s) a
porque partimos sempre do princípio de que o
uma atitude crítica, de abertura e questionamento
recetor tem liberdade de aceitar, ou não, a
face ao real. Para a filosofia contemporânea, a busca
tese. Tal problema não se colocaria se o orador,
da verdade não é mais incompatível com a retórica;
no decurso do processo argumentativo, apenas
pelo contrário, há quem afirme poder encontrar nesta
visasse a persuasão do auditório, ou seja, levar
o método da filosofia. Daí que a filosofia, «mais do
o auditório a mudar de ideias, mas
que encontrar-se ligada à posse da verdade», se
pressupondo a sua livre adesão à tese que o
associe «à crença na verdade e à aspiração de tornar
orador pretende que seja acolhida por aquele.
a verdade, em que o filósofo crê, admitida por outras
Todavia, nem sempre o orador permite essa
pessoas, e, eventualmente, por todas as pessoas». Tal
liberdade do auditório, sobretudo quando
admissão, como se refere no texto, «só pode ser
impõe, com recurso à manipulação, a sua tese.
realizada através de meios argumentativos», isto é, os
O discurso é manipulador quando
abusivamente obriga o recetor a aderir a uma
Testes de avaliação e sugestões de resposta 100
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TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 6
A. universais e necessários;
B. sintéticos a posteriori;
C. contingentes e a priori;
D. universais e contingentes.
1.7. A seguinte frase expressa um juízo analítico: A. A Joana é bela.
B. Os cães ladram.
C. Estou triste.
D. Os solteiros não são casados.
1.8. «As vacas poluem a atmosfera.» Estamos perante um juízo:
A. a priori;
B. a posteriori;
C. sintético a priori; D. analítico a posteriori.
GRUPO II
1. Relacione os seguintes conceitos: «experiência», «saber que», «saber-fazer» e «conhecimento
por contacto».
3. «TEETETO – Sócrates, fiquei agora a pensar numa coisa que tinha esquecido e que ouvi alguém
dizer: que o saber é opinião verdadeira acompanhada de explicação e que a opinião carente de
explicação se encontra à margem do saber.»
Platão (2005), Teeteto ou Da Ciência, 2.ª ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, p. 302.
Refira de que modo E. Gettier contestou a ideia de que o conhecimento equivale à «opinião
verdadeira acompanhada de explicação».
4. Mostre qual a diferença estabelecida por Kant entre juízos sintéticos e juízos analíticos,
salientando em que medida as verdades dos primeiros podem ser conhecidas a partir de duas
fontes distintas.
GRUPO I pontos
1.2. .......................................................... 7,5
NCON11LP
1.
NCON11LP
103 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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pontos 1.3. C
1.3. .......................................................... 7,5 1.4. B
pontos 1.5. B
1.4. .......................................................... 7,5 1.6. A
pontos 1.7. D
1.5. .......................................................... 7,5 1.8. B
pontos GRUPO II
1.6. .......................................................... 7,5 1. Enquanto «ser-no-mundo», o ser humano encontra-
pontos se exposto a uma pluralidade de experiências. A
1.7. .......................................................... 7,5 pontos experiência pode ser definida como a apreensão, por
parte de um sujeito, de uma realidade, um modo de
1.8. .......................................................... 7,5 pontos
fazer, uma maneira de viver, etc., constituindo, em
GRUPO II muitos casos, um modo de conhecer algo
1. ............................................................. 35 imediatamente antes de todo o juízo que se formula
pontos 2. ............................................................. sobre aquilo que se apreende. Ora, o conhecimento
35 pontos pode encontrar-se ligado de um modo direto e
3. ............................................................. 35 imediato à experiência ou pode ser baseado em
pontos juízos ou proposições. Ligados mais diretamente à
4. ............................................................. 35 pontos experiência encontram-se o saber-fazer, isto é, o
conhecimento prático ou conhecimento de
TOTAL ..................................................... 200 pontos
atividades, associado à capacidade, aptidão ou
TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 6 competência para fazer alguma coisa, e o
GRUPO I conhecimento por contacto, que se verifica sempre
1. que há uma apreensão direta de alguma realidade,
seja de pessoas, lugares ou estados mentais. Por sua
1.1. A
vez, o saber que não se encontra tão diretamente
1.2. D ligado à experiência, embora esteja obviamente
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. De acordo com os racionalistas, o modelo do conhecimento ou do saber é a:
A. experiência;
B. matemática;
C. indução;
D. dedução a posteriori.
Testes de avaliação e sugestões de resposta 104
1.2. O conceito de «dogmatismo» enquanto confiança de que a razão pode atingir a certeza e a
verdade opõe-se ao conceito de:
A. realismo;
B. ceticismo;
C. criticismo;
D. otimismo racionalista.
1.3. Uma das regras do método cartesiano é a regra da análise. Esta regra estabelece:
A. que nada deve ser aceite como sendo verdade sem que se apresente com clareza e distinção;
B. a necessidade de se conduzir, com ordem, o pensamento, partindo sempre das ideias mais
simples para as mais complexas;
C. que se deve sempre rever cautelosamente o trabalho efetuado, de modo a nada omitir;
D. a obrigatoriedade de dividir as dificuldades por partes, para melhor as resolver.
1.4. Em relação às regras do método cartesiano, podemos dizer que elas:
A. permitem guiar a razão na procura da verdade;
B. apenas se aplicam aos conhecimentos matemáticos;
C. variam em função dos vários domínios do saber;
D. resultam da necessidade de confirmar os conhecimentos veiculados pela tradição.
1.5. A ideia de «carro» é, de acordo com a classificação de Descartes, uma ideia:
A. factícia;
B. inata;
C. C. imaginária;
D. adventícia.
1.6. O cogito de Descartes apresenta as seguintes características:
A. é uma certeza inabalável; obtém-se por dedução;
B. é um princípio evidente; obtém-se por intuição;
C. é uma crença fundacional; obtém-se a posteriori;
D. não é uma crença fundacional; obtém-se a priori.
1.7. Na filosofia de Hume, as relações de ideias são proposições analíticas e necessárias. Esta
afirmação é:
A. falsa, porque todas as ideias derivam da experiência;
B. verdadeira, porque as relações de ideias se referem a factos concretos e necessários;
C. falsa, porque o conhecimento é constituído apenas por proposições contingentes;
D. verdadeira, porque as relações de ideias se descobrem pelo pensamento e se baseiam no
princípio da não contradição.
1.8. Segundo David Hume:
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B. as ideias complexas, referindo-se muitas vezes a realidades que não existem, não resultam de
impressões;
C. as ideias são imagens enfraquecidas de impressões; D. as impressões são imagens
enfraquecidas de ideias.
GRUPO II
1. Refira em que medida se pode afirmar que o dogmatismo ingénuo não ocorre na filosofia.
3. «Locke é o autor do texto “canónico” do empirismo. A alma, escreve ele, é uma tábua rasa, uma
página branca sem caracteres. (…) O empirismo clássico recusa, pois, as ideias inatas de que falava
Descartes.»
AAVV (1999), Dicionário Prático de Filosofia, 2.ª ed., Lisboa, Terramar, p. 113.
Diferencie, com base neste excerto, as perspetivas de Descartes e de Locke relativamente à origem
do conhecimento.
GRUPO III
1. «A faculdade de conhecer que ele [Deus] nos deu, a que chamamos luz natural, nunca apreende
nenhum objeto que não seja verdadeiro no que ela apreende, isto é, no que ela conhece clara e
distintamente; pois teríamos razão para acreditar que Deus seria enganador, se no-la tivesse dado
de tal modo que tomássemos o falso pelo verdadeiro, quando a usássemos bem.»
Descartes (2005), Princípios da Filosofia, Porto, Areal Editores, p.
70. Relacione as ideias do texto com o significado de Deus na edificação do sistema do saber.
2. «Atrever-me-ei a afirmar, como uma proposição geral que não admite exceção, que o
conhecimento desta relação [a relação de causa e efeito] não é, em circunstância alguma, obtido
por raciocínios a priori, mas deriva inteiramente da experiência, ao descobrirmos que alguns
objetos particulares se combinam constantemente uns com os outros.»
David Hume (1989), Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, p. 33.
Relacione a afirmação segundo a qual o conhecimento da ligação de causa e efeito não é obtido
por raciocínios a priori com a ideia de conexão necessária.
3. «[O ceticismo de Descartes e outros] recomenda uma dúvida universal, não só de todas as nossas
opiniões e princípio anteriores, mas também das nossas próprias faculdades, de cuja veracidade,
dizem eles, nos devemos assegurar mediante uma cadeia de raciocínio, deduzida de algum
princípio original que, possivelmente, não pode ser falaz ou enganador. Mas, não existe um tal
princípio original, que tenha uma prerrogativa sobre os outros, que são autoevidentes e
convincentes.»
David Hume (1989), Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, pp. 143-144.
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do conhecimento, partindo-se do pressuposto de 1. De acordo com o texto, a faculdade de
que o sujeito apreende efetivamente o objeto. Ao conhecer (a razão ou luz natural), tendo-nos sido dada
não se aperceber do carácter relacional do por Deus, que não é enganador, «nunca apreende
conhecimento, o dogmático não coloca em nenhum objeto que não seja verdadeiro (…) no que
dúvida a sua possibilidade, acreditando que os ela conhece clara e distintamente». Desde que bem
objetos nos são dados diretamente e de um usada, a razão pode alcançar conhecimentos
modo absoluto, tal como são em si mesmos. Ora, evidentes. Deus, sendo o criador da faculdade de
isto não acontece na filosofia, porque todo o conhecer, é também o princípio do ser e do
filósofo procede a um exame crítico daquilo que conhecimento em geral, garantindo a verdade
lhe é fornecido pelos sentidos, colocando a objetiva das ideias claras e distintas.
pergunta acerca do ser verdadeiro das coisas. Criador das verdades eternas, origem do ser e
2. Há diversas aceções para o termo fundamento da certeza, Deus garante a adequação
«dogmatismo». O dogmatismo opõe-se ao entre o pensamento evidente e a realidade. Ao
ceticismo enquanto se refere à perspetiva que, legitimar o valor da ciência, Deus confere solidez ao
depositando confiança na razão, considera que é sistema do saber e objetividade ao conhecimento.
possível chegar à certeza e à verdade, traduzindo 2. Escreve Hume que o conhecimento da
um otimismo racionalista. Trata-se, portanto, de relação de causa e efeito «não é, em circunstância
uma perspetiva que responde afirmativamente à alguma, obtido por raciocínios a priori, mas deriva
questão de saber se o conhecimento é possível. inteiramente da experiência». É perante a constatação
Já o ceticismo, na sua forma radical ou absoluta – de que determinados objetos se combinam entre si,
o ceticismo pirrónico –, nega tal possibilidade. ou de que entre dois fenómenos se verificou sempre
3. Descartes foi um filósofo racionalista, o uma conjunção constante (um deles ocorreu sempre a
que significa que considerava a razão a principal seguir ao outro), que concluímos ser um a causa e
fonte do conhecimento – o conhecimento outro o efeito, tomando assim conhecimento da
universal e necessário. Ele defendia que a razão relação de causalidade. Ora, essa conjunção constante
possui em si ideias inatas. Estas ideias, sendo entre fenómenos não nos pode levar a concluir que
claras e distintas, foram postas por Deus no entre eles haja uma conexão necessária (embora seja
espírito humano. Intuindo-as e raciocinando desse modo que a relação de causa e efeito é
dedutivamente a partir delas, é possível chegar geralmente entendida), tanto mais que não dispomos
ao conhecimento de toda a realidade. de qualquer impressão relativa à ideia de conexão
Locke, por sua vez, foi um filósofo empirista. Para necessária entre fenómenos.
ele, a experiência é a fonte principal do 3. Descartes e Hume são ambos
conhecimento, não havendo ideias, conhecimentos fundacionalistas. Mas divergem no fundamento que
ou princípios inatos. O entendimento assemelha-se adotam para o conhecimento. Hume encontra na
a «uma tábua rasa», a «uma página branca sem experiência o fundamento do conhecimento. Como
caracteres», onde a experiência irá «escrever». É na tal, na sua perspetiva, o conhecimento apoia-se em
Testes
experiência – seja a experiência externa crenças básicas inseparáveis das impressões dos
(sensação), pela qual se captam os objetos sentidos, que são «autoevidentes e convincentes»: as
exteriores e sensíveis, seja a experiência interna crenças básicas são as crenças de que se está a ter
(reflexão), pela qual se captam as operações determinadas experiências. Para Descartes, ao invés,
internas da mente – que se encontram o o fundamento do conhecimento tem de ser
fundamento e os limites do conhecimento. procurado na razão. Descartes descobre-o no cogito,
Segundo este filósofo, o conhecimento é limitado primeira verdade, o «princípio original» a que Hume
pela experiência em termos da sua extensão e da se refere, assim como noutras ideias claras e distintas
sua certeza. da razão.
GRUPO III Todavia, este fundamento do conhecimento depende
daquele que é o princípio de toda a realidade: Deus.
Testes de avaliação e sugestões de resposta 108
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109 Testes de avaliação e sugestões de resposta
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Testes de avaliação e sugestões de resposta 110
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. Qual das seguintes questões não constitui um problema da epistemologia (ou filosofia da
ciência)?
A. O que é a ciência?
B. Em que consiste a teoria científica da evolução por seleção natural?
C. Como progride a ciência?
D. Que significa o conceito de «objetividade científica»?
1.2. A atitude do cientista é essencialmente:
A. problematizadora, racional e dogmática;
B. problematizadora, racional e crítica;
C. problematizadora, racional e acrítica; D. problematizadora, racional e superficial.
1.3. O conhecimento científico é:
A. subjetivo;
B. imetódico e assistemático; C. explicativo;
D. superficial.
1.4. O conhecimento científico procura ser objetivo porque:
A. se encontra sujeito a correções e a alterações;
B. se mantém como aceitável até surgir outra teoria mais eficaz e mais próxima da verdade;
C. tem em atenção o facto, excluindo as apreciações subjetivas;
D. visa ordenar a diversidade empírica.
1.5. O problema da demarcação pode ser formulado na seguinte questão:
A. O que distingue a investigação nas ciências, como a biologia e a física, da investigação noutras
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C. A clonagem humana é eticamente legítima?
D. O que distingue as teorias científicas das que não são científicas?
1.6. Segundo o critério da falsificabilidade, o enunciado «A carne de ave não contribui para o
aumento do nível de “mau” colesterol» é científico porque:
A. pode ser confirmado por um conjunto finito de observações;
B. é passível de ser refutado;
C. pode confirmar-se a sua veracidade com uma única observação;
D. só pode ser confirmado, não é passível de ser refutado.
1.7. Considere as proposições abaixo expostas. Selecione, depois, a alternativa que
corretamente se lhes adequa.
1. Todos os metais oxidam.
2. Na sétima dimensão, alguns metais oxidam.
3. Este metal oxida.
4. Nenhum metal oxida.
A. só as proposições 1, 3 e 4 são falsificáveis;
B. só as proposições 2 e 4 são falsificáveis; C. só as proposições 1 e 2 são falsificáveis;
D. só as proposições 3 e 4 são falsificáveis.
1.8. Na conceção indutivista do método científico:
A. as teorias científicas surgem, por indução, a partir de factos e de observações;
B. as teorias científicas surgem, por dedução, a partir de factos e de observações;
C. as teorias científicas são propostas, por indução, sem ser necessário recorrer aos factos e
observações simples;
D. as teorias científicas são propostas, por dedução, sem ser necessário recorrer aos factos e
observações simples.
GRUPO II
Testes
1. «O pensamento científico está no prolongamento do pensamento comum: é um aperfeiçoamento e
um crescimento deste.»
M. Gex (1964), Élements des Philosophie des Sciences, Neuchâtel, Éditions du Griffon, p. 18.
Qual dos autores estudados – Karl Popper e Gaston Bachelard – poderia subscrever esta
afirmação? Justifique a sua resposta.
2. «Por não ser explicativo, o senso comum é absolutamente desnecessário.» Concorda com esta
afirmação? Justifique e elabore um comentário, tendo em conta as características do senso comum.
3. Esclareça as duas críticas de que foi objeto a conceção indutivista do método científico.
4. Descreva as etapas do método hipotético-dedutivo (ou conjetural).
COTAÇÕES 1.
GRUPO I
Testes de avaliação e sugestões de resposta 112
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CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 8 necessidade; mas do facto de não ser explicativo não se
depreende a falta de necessidade do conhecimento vulgar.
GRUPO I
3. Duas das críticas de que foi objeto a conceção
1.
indutivista do método são: a) a observação não é
1.1. B necessariamente o primeiro momento do método
1.2. B científico e, mesmo que o cientista a ela recorra, ela não é
1.3. C inteiramente neutra e isenta; b) o raciocínio indutivo não
1.4. C oferece a consistência lógica que as teorias científicas
reclamam.
1.5. D
Relativamente à primeira alínea, podemos dizer que a
1.6. B observação pura não existe. No mínimo, os conhecimentos
1.7. A anteriores do cientista, as teorias com que contactou,
1.8. A determinam a observação que efetuará, pelo que, partindo
GRUPO II daí, já não é da observação que parte. A sua observação é,
portanto, mediada, isto é, não neutra nem isenta. A segunda
1. Seria Karl Popper, uma vez que este defende a
crítica é de índole lógica. De facto, o raciocínio indutivo
tese continuísta na passagem do conhecimento vulgar ao
amplificante – não o enumerativo, de Aristóteles – constitui
conhecimento científico – e no texto os termos são
um salto lógico, que leva do particular ao geral. A sua
“aperfeiçoamento” e “crescimento”. Na sua perspetiva, a
validade está, portanto, comprometida. David Hume
ciência é “senso comum esclarecido” ou, por outras
afirmou, a este propósito, que a generalização indutiva é
palavras, criticado, corrigido, contestado. Para Popper, a
uma mera crença ou expectativa, fundamentada pelo hábito
criação da ciência e o seu desenvolvimento representam,
e suportada pela convicção, e não pela impressão, de que as
fundamentalmente, um processo de constante eliminação
mudanças na natureza são regulares. A veracidade das leis
de erros.
científicas, por definição universais, está, enfim,
Gaston Bachelard, pelo contrário, não poderia subscrever
comprometida pelo problema da indução.
esta afirmação porque, no seu entendimento, o senso
comum é um obstáculo epistemológico com o qual 4. A primeira etapa do método hipotético-dedutivo
importa romper para que se possa criar conhecimento (ou conjetural) consiste na formulação de uma hipótese ou
científico. A sua tese – de rutura entre os tipos de conjetura a partir de um facto-problema. Constatando-se
conhecimento em causa – não admite a existência de um que existe um problema que não encontra explicação
“conhecimento vulgar provisório”, porque o conhecimento satisfatória no contexto de uma dada teoria, formula-se
vulgar não se limita a ser provisório: o senso comum, uma hipótese ou explicação provisória para o mesmo, a
através daqueles que nele sustentam os seus pontos de qual carece ainda de comprovação empírica. Trata-se de
vista, opõe-se ativamente à construção do conhecimento um momento criativo da atividade científica, baseado
científico. fundamentalmente na intuição e na imaginação. A segunda
fase do método em análise é a da dedução das
2. Do facto de o senso comum não ser explicativo
consequências. Formulada a hipótese, são deduzidas as
não se infere que esteja, por definição, errado. Só neste
suas principais consequências, isto é, depreende-se o que
último caso é que se poderia afirmar que ele seria
poderá acontecer se a hipótese ou conjetura for
desnecessário. A experiência quotidiana também dá a
verdadeira.
conhecer a relação com o mundo, e é com base nela que se
O terceiro momento corresponde à experimentação. Testa-
fazem múltiplas opções no dia a dia que não exigem, à
se a hipótese, confronta-se a conjetura com a experiência
partida, um conhecimento muito elaborado – ou científico.
para aferir a sua veracidade. Sendo validada pela
Tal não significa, de modo algum, que se possa dispensar
experiência, a teoria é corroborada; não o sendo, a teoria é
este último, porque só ele dá a conhecer, com prova, essas
refutada, isto é, terá de ser reformulada ou, no limite,
e muitas outras opções, bem mais exigentes. Do facto de o
abandonada.
conhecimento científico ser explicativo infere-se a sua
Testes de avaliação e sugestões de resposta
114
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. Para os indutivistas, uma teoria é científica se for:
A. empiricamente verificável;
B. falsificável pelos fenómenos;
C. verificada pela hipótese;
D. refutada pela aplicação de testes experimentais.
1.2. Levantado por Hume, o problema da indução traduz-se na:
A. possibilidade de justificar as inferências indutivas;
B. impossibilidade de justificar as inferências dedutivas; C. impossibilidade de justificar as
inferências indutivas;
D. possibilidade de justificar as inferências dedutivas.
1.3. Popper pensa ter ultrapassado o problema da indução ao defender que o
desenvolvimento da ciência é independente das inferências de tipo indutivo. Esta
afirmação é:
Testes
A. verdadeira; para Popper a ciência evolui pela construção de conjeturas e refutações,
recorrendo ao raciocínio indutivo;
B. falsa; para Popper a ciência evolui pela construção de conjeturas e refutações, recorrendo
ao raciocínio dedutivo e indutivo;
C. verdadeira; para Popper a ciência evolui pela construção de conjeturas e refutações,
recorrendo ao raciocínio dedutivo;
D. falsa; para Popper a ciência evolui pela construção de conjeturas e refutações, recorrendo
ao raciocínio dedutivo e indutivo.
1.4. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as conceções indutivista e
popperiana do método das ciências (empíricas).
1. Para os indutivistas, a observação é o ponto de partida para a construção das teorias
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3. Uma das críticas levantadas a Kuhn incide sobre a questão da incomensurabilidade dos
paradigmas. Explicite-a.
«A escolha [entre paradigmas rivais] não é, nem pode ser, determinada meramente pelos
procedimentos de avaliação característicos da ciência normal, pois estes dependem, em
parte, de um paradigma específico, e esse paradigma está em causa. Quando os paradigmas
Testes
são incluídos, como devem, num debate de escolha entre paradigmas, o seu papel é
necessariamente circular. Cada grupo utiliza o seu próprio paradigma para argumentar em
defesa do próprio.»
Thomas Kuhn (2002), in Michael Ruse, O Mistério de Todos os Mistérios, V. N. Famalicão, Quasi, p. 37.
Deverá, para o efeito, atender à reflexão que cada um elaborou a respeito dos seguintes aspetos:
• Os critérios utilizados na escolha de teorias (ou paradigmas) científicas.
• O progresso da ciência. • A objetividade do conhecimento
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científico.
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117 Testes de avaliação e sugestões de resposta
COTAÇÕES .
8
GRUPO I
.
1.
1.1. .......................................................... 7,5 pontos
A
1.2. .......................................................... 7,5 pontos
1.3. .......................................................... 7,5 pontos GRUPO II
1.4. .......................................................... 7,5 pontos 1. Tradicionalmente, a racionalidade
1.5. .......................................................... 7,5 pontos científica encontrava-se associada às noções
de «objetividade», «neutralidade», «verdade
1.6. .......................................................... 7,5 pontos
certa, necessária e universal» e
NCON11LP_F08 «demonstração». As correntes positivista e
neopositivista contribuíram para essa visão
1.7. .......................................................... 7,5 pontos da ciência como o modelo único do
1.8. .......................................................... 7,5 pontos conhecimento verdadeiro e objetivo.
GRUPO II Atualmente, assistimos a uma redefinição da
1. ............................................................. racionalidade científica. Graças ao contributo
35 pontos de novas perspetivas epistemológicas, como
2. ............................................................. o falsificacionismo de Popper, as teorias
35 pontos científicas não são tidas como definitivas,
mas como modelos explicativos e provisórios
3. .............................................................
da realidade (conjeturas). A crítica é o pilar
30 pontos
central do trabalho científico e a garantia do
4. ............................................................. 40 pontos escape à posição dogmática. Ao procurar
TOTAL ..................................................... 200 pontos detetar o erro (ou ao tentar falsificar as suas
CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO teorias), o cientista garante o
aperfeiçoamento do conhecimento
N.º 9 científico, no sentido de uma tentativa de
GRUPO I aproximação à verdade.
1. A nova racionalidade científica não se baseia
1.1. A na ideia de uma verdade absolutamente certa,
universal e necessária; apenas admite a
1
possibilidade de haver teorias mais ou menos
. verosímeis e mais ou menos plausíveis que
2 procuram explicar corretamente os factos.
.
2. Para Kuhn, o desenvolvimento da ciência
C
está dependente de um paradigma ou modelo
científico, isto é, de um conjunto de teorias,
1 factos, crenças e conhecimentos, regras,
. técnicas e valores, compartilhados e aceites
3 pela maioria dos cientistas. Dizer-se que os
. paradigmas são incomensuráveis equivale a
C afirmar que são incomparáveis e
1.4. C incompatíveis. Não se pode comparar
objetivamente aquilo que cada paradigma
1.5. A
defende, dado que eles correspondem a
1.6. D formas totalmente diferentes de explicar e
1 prever os fenómenos. Como o texto mostra, há
. termos que, quando integrados em diferentes
7 paradigmas, remetem para significados
. distintos. Dado que cada paradigma
D corresponde a um modo qualitativamente
diferente de olhar o real, a verdade que cada
um contém está circunscrita ao que nele se
1
Testes de avaliação e sugestões de resposta
118
determina. Cada paradigma é uma representação do destaca dois momentos fundamentais para explicar
real. como ela evolui: na fase da produção científica
3. Uma vez que os paradigmas são normal (ciência normal) e na das revoluções
incomensuráveis, cada paradigma representa um científicas (que permitem a mudança de
modo totalmente diferente de encarar os problemas paradigmas).
e propor as soluções. Dois paradigmas rivais são Por último, no que se refere à objetividade do
mundos diferentes em que as mesmas coisas são conhecimento científico, Popper é dela um absoluto
entendidas de modos distintos. Neste sentido, partidário. A ideia de “conhecimento sem
conhecedor” advogada por Popper é exemplificativa
não se pode aferir qual dos paradigmas em discussão
de que, na sua perspetiva, o conhecimento científico
contém mais verdade, porque esta é, em parte, inerente
não se confunde com o sujeito que o produz; é
aos paradigmas em discussão. Kuhn foi criticado por ter
independente do sujeito e do contexto – e daí a
instaurado uma visão relativista da ciência e uma perceção
relevância, como o texto sugere, da «análise lógica
que acaba por ser subjetivista da verdade.
do conhecimento científico». A validação das teorias
4. Para Popper, o critério utilizado na escolha de obedece ao critério da falsificabilidade, e este
teorias (ou, para usarmos a terminologia de Kuhn, de garante a sua cientificidade. Alicerçada na lógica, a
paradigmas) científicas é o critério da ciência pode aspirar ao rigor e à objetividade. Para
falsificabilidade. São os contraexemplos que, depois Kuhn, pelo contrário, o conhecimento depende, em
de sujeitos à experimentação e de atestada a sua parte, do sujeito – de um sujeito integrado numa
verdade, determinam a escolha de teorias rivais. comunidade científica. Além de fatores objetivos, há
Para Kuhn, o critério em causa é, em parte, interior também aspetos subjetivos que interferem na
aos paradigmas. Além de critérios objetivos como a avaliação e na decorrente escolha de teorias rivais, o
exatidão, a consistência, o alcance, a simplicidade e a que compromete a objetividade da ciência. Como
fecundidade, há aspetos de ordem psicológica que Kuhn afirma, «cada grupo utiliza o seu próprio
interferem na referida escolha. paradigma para argumentar em defesa do próprio».
Para Popper, a ciência claramente progride. As teorias Dependente de critérios subjetivos, a ciência vê
substitutas têm maior grau de correspondência à hipotecada a sua objetividade.
realidade, enquanto as teorias substituídas se encontram Apesar do exposto, para nenhum dos autores a
mais distantes dela. Para Kuhn, o progresso da ciência não ciência é um conhecimento certo e indubitável. Para
pode ser entendido da mesma maneira. Sendo os Popper, sendo a tentativa de falsificação o
paradigmas incomensuráveis, não se pode afirmar que a procedimento-base, nenhuma teoria pode ser
ciência progride no sentido de uma maior aproximação à tomada como definitiva e absolutamente certa. Para
verdade. A mudança de paradigma não significa Kuhn, sendo a mudança na ciência pautada por
necessariamente progresso cumulativo e contínuo em critérios, em parte, subjetivos, a certeza, ou
direção a um fim (a verdade). No entanto, também não indubitabilidade, não a pode caracterizar.
podemos dizer que a ciência não se desenvolve. Kuhn
A. Perelman;
NCON11LP
B. Aristóteles;
NCON11LP
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119 Testes de avaliação e sugestões de resposta
C. William James;
D. Heidegger.
1.2. As bases da teoria da verdade como consenso encontram-se em: A. Perelman, J. Habermas
e K.-O. Apel.
B. Platão, J. Habermas e K.-O. Apel.
C. Perelman, Heidegger e K.-O. Apel.
D. William James, J. Habermas e Karl Popper.
1.3. Hegel encara a verdade como:
A. coerência;
B. processo;
C. consenso;
D. perspetiva.
1.4. A transferência dos métodos de uma disciplina para outra diz respeito à:
A. interdisciplinaridade;
B. disciplinaridade; C. transdisciplinaridade;
D. pluridisciplinaridade.
1.5. A visão transdisciplinar propõe-nos que consideremos a realidade como:
A. multidimensional, estruturada num único nível;
B. unidimensional, estruturada em múltiplos níveis; C. multidimensional, estruturada em
múltiplos níveis;
D. unidimensional, estruturada num único nível.
GRUPO II
1. O conceito de «verdade» é, no domínio filosófico, um conceito unívoco? Justifique.
Testes
2. Refira a principal diferença entre a verdade como correspondência e a verdade como coerência.
e transdisciplinar.
Testes de avaliação e sugestões de resposta
120
GRUPO III
1. «Os avanços científico-técnicos verificados desde há uns decénios – muito especialmente no
domínio da genética e da fetologia – têm ampliado notavelmente o campo da bioética.»
R. Cabral (1997), “Bioética”, in AAVV, Logos – Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia,
vol. 1, Lisboa, Editorial Verbo, p. 686.
7 pontos pontos
1.4. .......................................................... GRUPO III
NCON11LP
7 pontos
NCON11LP
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121 Testes de avaliação e sugestões de resposta
1. ............................................................. 45 hoje pode não o ser amanhã), da cultura e da
pontos sociedade. Admitem-se, finalmente, graus de
TOTAL ..................................................... 200 verdade, aproximações gradativas e/ou
pontos probabilísticas.
Testes
3. Os conceitos tradicionais de «verdade» doutras disciplinas, como o direito;
e de «realidade» foram postos em causa, pois – salientar o papel da transdisciplinaridade na
contemporaneamente admite-se que a realidade compreensão do mundo atual, para a qual um
é multidimensional, está em permanente devir ou dos imperativos é a unidade do conhecimento;
mudança. Sendo assim, a própria noção de – reconhecer o significado do conhecimento
verdade, que está dependente da que se tem de complexo, aliado à ideia de realidade como um
realidade, sofre igualmente alterações. Hoje tecido complexo;
admite-se que existem várias verdades (carácter – apresentar o seu ponto de vista pessoal,
plurívoco da verdade), isto é, que não existe uma devidamente argumentado, sobre a possibilidade
verdade universal, mas sim uma verdade para de a racionalidade pluridisciplinar e
nós. Tal traduz-se no reconhecimento da transdisciplinar servir o propósito prático de
relatividade e subjetividade da verdade. Além resolução das grandes questões do nosso tempo,
disso, entende-se que a verdade está sujeita à servindo-se do exemplo de questões ligadas à
influência do tempo (aquilo que é verdadeiro bioética.
TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 11
A Filosofia na cidade
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. No contexto da democracia ateniense antiga, os cidadãos eram:
A. os homens livres e os escravos;
B. todos os homens e mulheres, livres ou não;
C. todos aqueles que se dedicavam à filosofia;
D. os homens livres, participantes nas decisões públicas da cidade;
1.2. Para os gregos:
A. o espaço público sobrepõe-se ao espaço privado;
B. o espaço público não se distingue do espaço privado;
C. o espaço privado permite ao ser humano a realização plena da sua natureza;
D. o espaço privado é mais importante que o público, porque se encontra ligado ao sustento
individual.
1.3. A tarefa da reflexão política é a de tentar conciliar as exigências pessoais e individuais com as
exigências:
A. coletivas;
B. familiares;
C. da classe social a que se pertence; D. do partido político a que se pertence.
1.4. A obra A República foi escrita por:
A. Aristóteles;
B. Hannah Arendt;
C. Platão; D. John Locke.
1.5. Equivale à condição daquele que tem liberdades públicas, gozando de certos direitos, e que, por
outro lado, cumpre os deveres sociais definidos na lei. Estamos perante a definição de:
A. tolerância;
B. cidadania;
C. igualdade;
D. obediência.
1.6. Alguém que tem uma convicção é alguém que:
A. é necessariamente intolerante;
B. segue uma ideia sabendo por que razões o faz;
C. é necessariamente tolerante;
D. segue uma ideia sem saber por que razões o faz.
GRUPO II
1. Explicite a importância do espaço público para os gregos dos séculos V e IV a. C.
2. Refira qual o problema central que subjaz às diferentes conceções políticas desenvolvidas ao longo da
história.
3. Exponha os princípios fundamentais que se encontram na base do trabalho dos filósofos e politólogos
(ocidentais) atuais.
GRUPO III
1. «Onde quer que o diálogo foi interrompido, eclodiram os conflitos – quer na esfera pública quer
privada. Onde quer que as conversações falharam, instaurou-se a repressão e imperou a lei do mais
forte, das elites e dos mais inteligentes.»
Hans Küng (1996), Projeto para uma Ética Mundial, Lisboa, Instituto Piaget, p. 186.
Desenvolva, com base na afirmação e de forma argumentada, o seguinte tema: O diálogo como via de
construção da cidadania.
Deve, para o efeito, apresentar o seu ponto de vista pessoal e os argumentos que o suportam, e ter em
conta as perspetivas de Apel, Habermas e Rawls relativas a esta temática.
Testes
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CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO N.º 11
GRUPO I liberdade e a igualdade como
1. direitos fundamentais; o
diálogo como a via razoável
1
de resolução dos problemas
.
comuns dos cidadãos.
1
. 4. Enquanto a
tolerância se traduz numa
atitude que manifesta
D posições abertas e razoáveis,
no quadro da aceitação das
1 diferenças e da promoção do
. diálogo, a intolerância
2 exprime-se numa atitude que
. manifesta posições ou
convicções dogmáticas e
fechadas, que tendem a não
A
aceitar as diferenças e a
1.3. A recusar o diálogo e o
1.4. C consenso.
1.5. B À negociação e à necessidade
1.6. B de estabelecer consensos
(próprias da tolerância), de
GRUPO II
modo a garantir a igualdade
1. Para os antigos de direitos civis e humanos,
gregos, o cidadão é aquele opõe-se, assim, a imposição
que participa nas questões de (própria da intolerância) de
interesse comum, nas uma estratégia unilateral de
decisões públicas da polis. negociação, de forma a
Para além de cumprir as suas garantir a autoridade de uma
obrigações naturais, ligadas à posição.
sua subsistência e à da sua
GRUPO III
família (espaço privado), o
cidadão é o homem livre, 1. No desenvolvimento deste
capaz de se autogovernar e tema, deverá o aluno:
de se realizar politicamente. É – apresentar o seu ponto de
no espaço público que o ser vista pessoal, devidamente
humano realiza plenamente a argumentado, acerca do
sua natureza, enquanto ser papel do diálogo na
livre, social e político. construção da cidadania,
integrando a afirmação
2. É o problema da
citada;
natureza humana. Trata-se de
– reconhecer que na «ética
saber se o ser humano é
do discurso», de Apel e
naturalmente bom e justo ou,
Habermas, se parte da ideia
pelo contrário, se a sua
de uma situação ideal de
natureza tende para o mal. O
comunicação cujos
aparecimento de diferentes
intervenientes partilham de
regimes – ditatoriais ou
iguais condições de diálogo;
democráticos – ao longo da
– relacionar a importância do
história esteve associado à
diálogo com a possibilidade
resposta a tal questão.
de estabelecer a validade de
3. Tais princípios são
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normas morais
os seguintes: a democracia (comuns);
como o regime preferível; a
NCON11LP
125 Testes de avaliação e sugestões de resposta
– salientar a defesa, por parte – compreender que, de
de Apel e Habermas, da acordo com Rawls, na base
participação dos indivíduos da estabilidade de uma
no espaço público, sem sociedade justa se
descurar o papel do Estado; encontram doutrinas
– reconhecer a importância razoáveis, orientadas para
da democracia como regime um consenso duradouro.
preferível, para Rawls;
TESTE DE AVALIAÇÃO
N.º 12
A Filosofia e o sentido
GRUPO I
1. Indique, para cada questão, a opção correta.
1.1. São estes os principais pensadores das
filosofias da existência:
A. Sartre, Descartes, Heidegger, Marx e Marcel;
B. Platão, Górgias, Mill, Camus e Marcel;
C. Sartre, Jaspers, Heidegger, Camus e Marcel;
D. Kierkegaard, Feuerbach, Camus, Locke e
Sartre.
1.2. O sentido prático é o sentido:
A. funcional;
B. incondicionado; C. absoluto;
Testes
D. divino.
1.3. A vida é-nos dada vazia. Esta afirmação
significa que a vida:
A. não tem sentido, porque é vazia;
B. é vazia, porque não tem sentido;
C. é uma tarefa e um conjunto de problemas a que
somos indiferentes;
D. é algo que recebemos e que temos de
preencher.
1.4. A obra em que Albert Camus desenvolve a
tese do absurdo da vida intitula-se:
A. A Grandeza de Sísifo;
B. O Mito de Sísifo;
Testes de avaliação e sugestões de resposta 126
GRUPO II
1. «O existencialismo pode considerar-se [uma]
reação às construções filosóficas sistemáticas
que dissolviam o homem numa série de
abstrações.»
A
lexandre Fradique Morujão (1999), “Existencialismo”,
in AAVV, Logos – Enciclopédia Luso-Brasileira de
Filosofia, vol. 2, Lisboa, Editorial Verbo, p. 396.
Explique o sentido desta afirmação.
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Refira, com base na afirmação, a importância
da memória no que se refere à nossa
responsabilidade perante o presente e o
futuro.
GRUPO III
1. Desenvolva, de forma argumentada, o
seguinte tema: O sentido da vida.
Deve, para o efeito, apresentar o seu ponto de
vista pessoal e os argumentos que o suportam
relativamente à existência ou não de sentido
na vida, e confrontar também as perspetivas
de Albert
Camus e de Susan Wolf ........................
............ 5
pontos
1.6. .........................
................................
acerca desta temática. . 5 pontos
GRUPO II
1. .................................
............................ 30
pontos
2. .................................
............................ 30
pontos
3. .................................
............................ 30
pontos
COTAÇÕES 4. .....................................
GRUPO I ........................ 30 pontos
1. GRUPO III
1.1. ....................... 1. ....................................
.............................. ......................... 50
Testes
como infinito, universal e e que o sentido da
englobante); de ser muitas existência individual se
vezes traduzido em termos de inscreve num contexto que
espaço, escapando-nos assim é, cada vez mais, um
a sua verdadeira natureza; de contexto global. Daí a
as suas partes constitutivas importância de
estarem em movimento, e de conhecermos a história da
ser apreendido quer pela humanidade, como forma
experiência vivida, quer pela de evitar, ou de ajudarmos
inteligência, o que implica a evitar, repetir os erros do
realidades diferentes e passado.
paradoxais. Por fim, é de A afirmação apresentada
salientar o facto de aquele que põe a tónica na
reflete sobre a natureza do importância e no papel da
tempo estar também memória enquanto
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