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FACULDADE DE BIOMEDICINA
JATAÍ
2022
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ALESSANDRE OLIVEIRA MESQUITA
PAULA RAQUEL
QUEILA BORILLE CARRIJO
SARAH BIANCA FERNANDES
JATAÍ
2022
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SUMÁRIO
Resumo .............................................................................................................. 03
1.0 Função Hepática ......................................................................................... 04
2.0 Regulação do metabolismo de nutrientes ............................................... 05
2.1 Metabolismo da bilirrubina ....................................................................... 05
2.2 Metabolismo de xenobióticos .................................................................. 05
2.3 Formação e secreção da bile ................................................................... 06
2.4 Regulação da glicose ............................................................................... 06
3.0 Doenças hepáticas ................................................................................. 07
3.1 Hepatite Viral ............................................................................................. 08
3.2 Doenças hepática gordurosa .................................................................. 08
3.3 Doenças hepática genéticas ................................................................... 09
3.4 Câncer de fígado ...................................................................................... 09
4.0 Cirrose e Insuficiência hepática .............................................................. 10
5.0 Biomarcadores de função hepática ........................................................ 11
6.0 Tratamento e prevenção ........................................................................... 14
7.0 Considerações finais ................................................................................. 16
Referências bibliográficas .............................................................................. 17
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RESUMO
O fígado é um grande órgão maciço, e seu suprimento sanguíneo é feito por duas
vias, pela artéria hepática e pela veia porta. Sendo assim o fígado é extremamente
vascularizado, o que lhe permite realizar diversas funções vitais. Destaca-se a
regulação de nutrientes, síntese proteica e de outras moléculas, conjugação e
excreção de diversos compostos, armazenamento de substâncias, função endócrina,
função imunológica, formação e excreção da bile.
Como consequência, é um dos órgãos quem tem seu funcionamento prejudicado,
devido a infecções por alguns tipos de vírus, bactérias, em resposta ao sistema
imunológico, além do consumo abusivo de álcool, drogas ou medicamentos. Caso
este órgão perca sua função, e os cuidado necessários não sejam tomados, com o
tempo pode apresentar distúrbios hepáticos graves.
Os testes de função hepática são exames de sangue usados para ajudar a
diagnosticar e monitorar doenças ou danos hepáticos. Os testes medem os níveis de
certas enzimas e proteínas no sangue. Alguns desses testes medem o quão bem o
fígado está desempenhando suas funções normais de produzir proteína e limpar a
bilirrubina, um produto residual do sangue. Outros testes de função hepática medem
enzimas que as células hepáticas liberam em resposta a danos ou doenças. Os
biomarcadores utilizados como triagem básica de disfunção hepática são: AST
(aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase), ou TGO
(transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica pirúvica),
Fosfatase alcalina. GGT (Gama glutamil transpeptidase) e Bilirrubinas (direta, indireta
e total).
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1.0 FUNÇÃO HEPÁTICA
O fígado é um órgão vital no corpo humano, desempenhando um papel
importante na sobrevivência humana. Este órgão é responsável por uma série de
funções que ajudam a apoiar o metabolismo, imunidade, digestão, desintoxicação, e
armazenamento de vitaminas entre outras funções. Compreende cerca de 2% do peso
corporal de um adulto. O fígado é um órgão único devido ao seu duplo suprimento de
sangue da veia porta (aproximadamente 75%) e da artéria hepática
(aproximadamente 25%). (Freitas, A. C. T. 2001).
A unidade funcional do fígado é o lóbulo. Cada lóbulo é hexagonal e uma tríade
portal (veia porta, artéria hepática, ducto biliar) fica em cada canto do hexágono. A
fundação do lóbulo é composta de hepatócitos, que possuem membranas apicais e
basolaterais fisiologicamente distintas. Com base na função e perfusão, os
hepatócitos são divididos em 3 zonas. (Freitas, A. C. T. 2001).
A zona I é considerada a região periportal dos hepatócitos e é a melhor
perfundida e a primeira a regenerar devido à sua proximidade com o sangue e
nutrientes oxigenados. Devido à sua alta perfusão, a zona I desempenha um grande
papel nos metabolismos oxidativos, como beta-oxidação, gliconeogênese, formação
de bile, formação de colesterol e catabolismo de aminoácidos. A zona II é definida
como a região pericentral dos hepatócitos ficando entre as zonas I e III. (Freitas, A. C.
T. 2001).
A zona III tem a menor perfusão devido à sua distância da tríade portal.
Desempenha o maior papel na desintoxicação, biotransformação de drogas,
cetogênese, glicólise, lipogênese, síntese de glicogênio e formação de glutamina.
(Freitas, A. C. T. 2001).
O fluxo biliar é ainda facilitado pelo canal biliar, que é formado por membranas
apicais de hepatócitos vizinhos. Devido aos arranjos tridimensionais dos hepatócitos,
os canalículos formam uma rede, que ajuda a aumentar a área superficial do fluxo. É
importante reconhecer que a bile e o sangue fluem em direções opostas entre si.
(Schinoni, M.I 2008).
O fígado desempenha um papel em quase todos os órgãos do corpo. Ele
interage com os sistemas endócrino e gastrointestinal, ajudando na digestão e
metabolismo. O fígado é o local de armazenamento de vitaminas lipossolúveis e lida
com a homeostase do colesterol. Armazena ferro e cobre. Desempenha um papel na
hematologia com fator de coagulação e síntese de proteínas. (Schinoni, M.I 2008).
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O fígado também desempenha um papel na quebra da heme em bilirrubina não
conjugada e a conjugada. Ele desempenha um papel no metabolismo do hormônio
sexual e produz proteínas portadoras que são importantes na reprodução e
desenvolvimento. Este órgão também é importante no sistema imunológico do corpo,
devido as suas células de Kupffer, que são responsáveis por filtrar material
desnecessário ou patológico da circulação. E as suas células Ito, que servem como
armazenamento de gordura, como a vitamina A, no ambiente certo, elas também
podem servir como miofibroblastos e ajudam na regeneração do fígado. (Schinoni, M.I
2008).
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As bactérias presentes metabolizam a maior parte da bilirrubina em
urobilinogênio e estercobilina. A estercobilina é excretada nas fezes (fazendo com que
as fezes fiquem marrons) e o urobilinogênio é reabsorvido e excretado na urina. A
bilirrubina conjugada restante é desconjugada e entra novamente na circulação portal
para ser novamente captada pelos hepatócitos (circulação entero-hepática). No
laboratório, a bilirrubina conjugada e a bilirrubina não conjugada são relatadas como
frações diretas e indiretas, respectivamente. (Brites D, Tiribelli C. 2001.)
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Ela é composta principalmente de água, eletrólitos, sais biliares, ácidos biliares,
colesterol, pigmento biliar, bilirrubina fosfolípidos, além de outras substâncias.
(Coelho, J. C. U., 2009).
A bile tem cinco funções principais: Auxilia na digestão de gordura através da
emulsificação de gordura, absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis, excreção
de bilirrubina e excesso de colesterol, fornece um fluido alcalino no duodeno para
neutralizar o pH ácido do quimo que vem do estômago e fornece atividade bactericida
contra microrganismos presentes no alimento ingerido. (Silva, A. R. S., & Tvares, M.
L. B. 2004).
Patologias do trato biliar pode alterar a sua função, e resultar em uma
diminuição na absorção de gordura e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Podendo
causar também a colestase. A colestase ocorre sempre que há secreção biliar
prejudicada dos hepatócitos ou obstrução do fluxo biliar. A obstrução pode ser devido
a cálculos biliares (mais comum) ou qualquer outra causa patológica. Uma vez que a
colestase ocorre, a bilirrubina começa a se acumular no corpo, resultando em
descoloração amarelada da esclera e da pele. É importante compreender a
fisiopatologia da icterícia e como a bile é sintetizada e secretada é essencial para fazer
um diagnóstico adequado e, portanto, fornecer o tratamento adequado. (Coelho, J. C.
U., 2009).
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vômitos, febre, dor abdominal, e em estágios avançados pode levar a uma
insuficiência hepática. (Ferreira, C. T., & Silveira, T. R. D. 2004).
Hepatite B: Este vírus é transmitido através do sangue e nas secreções. Esse
vírus desencadeia uma reação imune, causando Inflamação de baixo nível e dano ao
fígado. É normalmente tratada com sucesso com as medicamentações orais que têm
poucos efeitos colaterais ou injeções. Em muitos casos, a hepatite B pode evoluir para
uma infecção crônica, que pode levar a doenças hepáticas mais graves. Este vírus
altera funções do fígado e pode provocar sintomas agudos, como febre, enjoos,
vômitos e olhos e pele amarelados. A hepatite B é mais grave do que a hepatite A,
pois ela pode rapidamente desenvolver para uma hepatite crônica ou fulminante.
(Ferreira, C. T., & Silveira, T. R. D. 2004).
Hepatite C: A Propagação é feita através do contato com sangue infectado. A
infecção por Hepatite C pode ser muito grave. Mas, geralmente as pessoas infectadas
não apresentam sintomas e o vírus pode permanecer no fígado por anos e não é
descoberto, até que muito dano ao órgão é feito. A hepatite se torna crônica em pelo
menos 75% dos casos confirmados, sendo ela mais grave que a hepatite B. No
entanto, muitos pacientes podem desenvolver uma infecção crônica. Uma biopsia
hepática pode determinar a extensão da lesão e danos ao fígado. Tratamento inclui
medicamentos antivirais e ribavirina, para limitar o dano hepático. (Ferreira, C. T., &
Silveira, T. R. D. 2004).
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elevado, as pessoas com esses diagnósticos devem fazer um ultrassom a cada seis
meses para verificar se há sinais de câncer. (Guimarães, R. M 2015)
Quando o câncer de fígado se desenvolve, geralmente não causa sintomas
próprios, conforme vai progredindo, pode exacerbar as complicações da cirrose ou
causar sintomas como dor, sensação de saciedade rapidamente e icterícia. Algumas
pessoas com câncer de fígado por cirrose são tratadas com um transplante de fígado,
que remove o câncer. As pessoas que podem ser candidatas a um transplante de
fígado, se com pequenos cânceres que não se espalharam para fora do fígado.
(Guimarães, R. M 2015)
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O uso excessivo de certas drogas ou toxinas, e o uso de outros medicamentos,
incluindo certos antibióticos, antidepressivos, medicamentos anticonvulsivos,
hormônios artificiais e medicamentos antifúngicos e ervas. Também pode ser causada
por distúrbios metabólicos ou vasculares, como doença de Wilson e hepatite
autoimune. (Alberto, Leticia Drumond. 2015).
Qualquer inflamação ou infecção crônica ao fígado pode causar progressão
para insuficiência renal. Neste caso 80 a 90 por cento do parênquima hepática deve
ser destruída antes que se manifeste clinicamente, e elas geralmente estão
relacionadas à função hepática prejudicada ou à ruptura de suas células funcionais.
As causas mais comuns de cirrose que pode levar a insuficiência hepática são:
Hepatites, abuso de álcool, doença hepática gordurosa não alcoólica. Outras causas
menos comuns são: Doenças autoimunes, onde o sistema de combate a infecções do
corpo (sistema imunológico) ataca o tecido saudável, tubos bloqueados ou
danificados, que são responsáveis pelo transporte da bile do fígado para o intestino,
e também o uso de certos medicamentos. (Alberto, Leticia Drumond. 2015).
A cirrose e a insuficiência hepática crônica são as principais causas de
mortalidade, com a maioria dos casos evitáveis atribuídos ao consumo excessivo de
álcool, hepatite viral ou doença hepática gordurosa não alcoólica. E muitas vezes é
uma doença indolente a maioria dos pacientes permanece assintomáticos até o seu
diagnóstico. O diagnóstico da cirrose e insuficiência hepática pode ser feito através
da biopsia hepática ou avaliação serológica. (Alberto, S., Pires 2009).
A insuficiência hepática pode afetar muitos dos órgãos corpo. Podendo causar
complicações como infecção, deficiências eletrolíticas e sangramento. Sem
tratamento, tanto a insuficiência hepática aguda quanto a crônica podem
eventualmente resultar em morte. (Alberto, S., Pires 2009).
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ossos. Outras doenças hepáticas, como doença hepática granulomatosa, também
podem causar elevação da ALP. (De Jesus, G. C., de Sousa 2014).
Gamma Glutamil Transferase (GGT): GGT é uma enzima encontrada nas
células do fígado e do trato biliar. Os níveis de GGT estão elevados na infecção
crônica por hepatite C, pancreatite aguda, hipertireoidismo, infarto do miocárdio e
diabetes mellitus não complicada. (De Jesus, G. C., de Sousa 2014).
α-fetoproteína (AFP): AFP é uma importante proteína sérica que é altamente
elevada em pacientes com carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) e cirrose. Um
alto nível de AFP é diretamente proporcional ao tamanho do tumor hepático.
Ácido hialurônico: Os níveis séricos de Ácido hialurônico estão relacionados ao
estágio da fibrose e ao grau de necroinflamação. Níveis elevados têm sido detectados
na fibrose hepática. Tem sensibilidade e especificidade, na fibrose hepática, e
especialmente nas doenças hepáticas gordurosas não alcoólicas. (De Jesus, G. C.,
de Sousa 2014).
5' Nucleotidase (NTP): Esta é uma glicoproteína que é considerada um
marcador preciso de tumores hepáticos primários ou secundários precoces. Níveis
elevados de NTP também são encontrados na icterícia obstrutiva e doença óssea.
α-fetoproteína (AFP): AFP é uma importante proteína sérica que é altamente
elevada em pacientes com carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) e cirrose. Um
alto nível de AFP é diretamente proporcional ao tamanho do tumor hepático. (De
Jesus, G. C., de Sousa 2014).
A albumina geralmente está presente em grandes quantidades no sangue. É
usado para ligar hormônios, certos produtos químicos e drogas. A albumina também
regula a troca entre o sangue e os tecidos. Se a concentração de água nos fluidos
corporais não for a mesma das células, existe o risco de que o fluido saia das células.
O fígado monitora constantemente o nível de pressão do corpo para garantir
que ele esteja equilibrado. Se o fígado não conseguir sintetizar albumina suficiente,
pode ocorrer um acúmulo de líquido nos tecidos. Este é geralmente um sintoma
associado à cirrose descompensada, onde o líquido pode se acumular nos tornozelos,
pés ou pernas (edema) ou no abdômen (ascite). (Couto, 2008.)
Ferro: O fígado armazena e libera ferro ao redor do corpo conforme e quando
necessário. Por si só, o ferro é tóxico para as células do corpo, de modo que o corpo
o liga a uma proteína. No fígado, o ferro está ligado à proteína ferritina. (Couto, 2008.)
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Quando a doença hepática está relacionada a um aumento nas quantidades de
ferritina no fígado, pode causar danos aos tecidos e órgãos. Isso é chamado de
hemocromatose. O ferro também é essencial para a produção de hemoglobina. Isso
ajuda a transportar o oxigênio na corrente sanguínea. Se não houver ferro suficiente
para produzir hemoglobina, isso pode levar a letargia e anemia. (Couto, 2008.)
Amônia: A amônia é uma substância tóxica derivada do metabolismo de
proteínas. O fígado converte amônia em uréia, que é solúvel em água, não tóxica e
excretada pelos rins. A disfunção hepática na cirrose descompensada pode levar à
incapacidade de converter essa amônia, que então se acumula no sangue. (Santos,
J. H.)
As proteínas têm muitas funções vitais. Usada para o crescimento e
manutenção dos tecidos do corpo, como músculos, coração, rins e paredes dos vasos
sanguíneos. O fígado produz centenas de proteínas diferentes com funções
diferentes. Alguns transportam vitaminas e minerais pelo corpo. Alguns agem como
catalisadores para acelerar as reações metabólicas, regulam o padrão de todas as
diferentes atividades dentro de uma célula. Certas proteínas no sangue podem ser
elevadas à medida que o corpo combate uma infecção ou alguma outra inflamação
neste órgão, que posteriormente poderão ser utilizadas como biomarcadores. (Santos,
J. H.).
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