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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

FACULDADE DE BIOMEDICINA

SARAH BIANCA FERNANDES

PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA, FISIOPATOLOGIA E


ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL.

JATAÍ

2022
SARAH BIANCA FERNANDES

PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA, FISIOPATOLOGIA E


ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL.

Prof. Tharlley Rodrigo Eugênio Duarte.


Unidade curricular: Análises metabólicas e
perfusionais.

JATAÍ
2022
RESUMO

O objetivo da presente pesquisa é analisar o papel metabólico do fígado e os


distúrbios hepáticos. O fígado é um grande órgão maciço, e seu suprimento sanguíneo
é feito por duas vias, pela artéria hepática e pela veia porta. Toda a circulação
sanguínea do trato digestivo drena em direção à veia porta, de forma que nenhum
nutriente ou substância ingerida consiga chegar ao resto do organismo sem antes
passar pelo fígado. Este processo é de suma importância, pois é o fígado quem
controlam de qual forma as substâncias que são absorvidas em todo intestino vão
entrar na circulação sistêmica. O fígado é extremamente vascularizado, o que lhe
permite realizar diversas funções vitais. Destaca-se a regulação de nutrientes, síntese
proteica e de outras moléculas, conjugação e excreção de diversos compostos,
armazenamento de substâncias, função endócrina, função imunológica, formação e
excreção da bile.
Como consequência, é um dos órgãos quem tem seu funcionamento
prejudicado, devido a infecções por alguns tipos de vírus, bactérias, em resposta ao
sistema imunológico, além do abuso do consumo de álcool, drogas ou medicamentos.
Caso este órgão perca sua função e os cuidado necessários não sejam tomados, com
o tempo pode apresentar distúrbios hepáticos graves. Na avaliação de uma possível
patologia hepática, é necessário pesquisar a existência de fatores de risco para
doença hepática, e o estudo laboratorial, como testes serológicos da função hepática.
Os biomarcadores utilizados como triagem básica de disfunção hepática são AST ou
TGO, ALT ou TGP, GGT, FA, albumina, bilirrubina e plaquetas.

Palavras-chave: Função hepática. Metabolismo hepático. Fígado. Patologia


hepática. Testes serológicos. Biomarcadores.
SUMÁRIO

1. FUNÇÃO HEPÁTICA .................................. Erro! Indicador não definido.


2. REGULAÇÃO DO METABOLISMO DE NUTRIENTES ....................... 10
2.1. METABOLISMO DA BILIRRUBINA ................................................................ 12

2,2 METABOLISMO DE XENOBIÓTICOS ................ Erro! Indicador não definido.

2,3 FORMAÇÃO E SECREÇÃO DA BILE.................... Erro! Indicador não definido.


2.4 REGULAÇÃO DA GLICOSE ..................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................. Erro! Indicador não definido.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 15
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1 FUNÇÃO HEPÁTICA

O fígado é um órgão vital no corpo humano. Desempenha um papel importante


na sobrevivência humana. Este órgão é responsável por uma série de funções que
ajudam a apoiar o metabolismo, imunidade, digestão, desintoxicação,
armazenamento de vitaminas entre outras funções. Compreende cerca de 2% do peso
corporal de um adulto. O fígado é um órgão único devido ao seu duplo suprimento de
sangue da veia porta (aproximadamente 75%) e da artéria hepática
(aproximadamente 25%).
A unidade funcional do fígado é o lóbulo. Cada lóbulo é hexagonal e uma tríade
portal (veia porta, artéria hepática, ducto biliar) fica em cada canto do hexágono. A
fundação do lóbulo é composta de hepatócitos, que possuem membranas apicais e
basolaterais fisiologicamente distintas. Com base na função e perfusão, os
hepatócitos são divididos em 3 zonas.
A zona I é considerada a região periportal dos hepatócitos e é a melhor
perfundida e a primeira a regenerar devido à sua proximidade com o sangue e
nutrientes oxigenados. Devido à sua alta perfusão, a zona I desempenha um grande
papel nos metabolismos oxidativos, como beta-oxidação, gliconeogênese, formação
de bile, formação de colesterol e catabolismo de aminoácidos.
A zona II é definida como a região pericentral dos hepatócitos e a zona II fica
entre as zonas I e III.
A zona III tem a menor perfusão devido à sua distância da tríade portal.
Desempenha o maior papel na desintoxicação, biotransformação de drogas, cetogên
ese, glicólise, lipogênese, síntese de glicogênio e formação de glutamina.
O fluxo biliar é ainda facilitado pelo canal biliar, que é formado por membranas
apicais de hepatócitos vizinhos. Devido aos arranjos tridimensionais dos hepatócitos,
os canalículos formam uma rede, que ajuda a aumentar a área superficial do fluxo. É
importante reconhecer que a bile e o sangue fluem em direções opostas entre si.
O fígado desempenha um papel em quase todos os órgãos do corpo. Ele
interage com os sistemas endócrino e gastrointestinal, ajudando na digestão e
metabolismo. O fígado é o local de armazenamento para vitaminas lipossolúveis e lida
com a homeostase do colesterol. Armazena ferro e cobre. Desempenha um papel na
hematologia com fator de coagulação e síntese de proteínas.
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O fígado também desempenha um papel na quebra da heme em bilirrubina não


conjugada e a conjuga. Ele desempenha um papel no metabolismo do hormônio
sexual e produz proteínas portadoras que são importantes na reprodução e
desenvolvimento. Este órgão também é importante no sistema imunológico do corpo,
devido as suas células de Kupffer, que são responsáveis por filtrar material
desnecessário ou patológico da circulação. E as suas células Ito, que servem como
armazenamento de gordura, como a vitamina A. No ambiente certo, elas também
podem servir como miofibroblastos e ajudar na regeneração do fígado.

2. REGULAÇÃO DO METABOLISMO DE NUTRIENTES

O fígado desempenha um papel essencial no metabolismo e tem um papel


importante em preservar e regular os níveis de lipídios, glicose no corpo. Entre as
funções importantes desempenhadas pelo fígado está manutenção dos níveis de
glicose no sangue através das seguintes vias: glicólise, glicogênese, glicogênese,
gliconeogênese. Este órgão metaboliza compostos benéficos e prejudiciais e
compostos endógenos e exógenos. As suas funções metabólicas são: Metabolismo
de carboidratos, metabolismo de lipídios e ácidos graxos, metabolismo de proteínas e
aminoácidos e metabolismo de drogas. Os processos fundamentais envolvidos nestes
metabolismos são revistos para o fígado normal e doente.

2.1. METABOLISMO DA BILIRRUBINA

O fígado desempenha um papel significativo na quebra da heme. A hemólise


ocorre em vários locais do corpo, incluindo fígado, baço e medula óssea. O heme é
dividido em biliverdina, que é então reduzida a bilirrubina não conjugada. O fígado
recebe bilirrubina não conjugada ligada à albumina da circulação.
A bilirrubina não conjugada sofre conjugação através do sistema de difosfato
de uridina glucuronilltransferase (UGT), um processo de fase II, para se tornar
hidrofílica. A bilirrubina recém conjugada é então secretada via canal biliar para a bile
ou pequenas quantidades se dissolvem no sangue, onde é filtrada para excreção
pelos rins.
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A maioria da bilirrubina conjugada entra na bile e é excretada com a bile nas


fezes, pois não é absorvível pela parede intestinal. Alguma bilirrubina é convertida em
urobilinogênio ou bilirrubina não conjugada por bactérias intestinais para reabsorção
e para passar por circulação entero-hepática.

2.2. METABOLISMO DE XENOBIÓTICOS

Outra função crítica do fígado é o metabolismo ou a desintoxicação de


xenobióticos. O fígado usa lisossomas para algumas dessas substâncias, mas uma
das principais vias de metabolismo e desintoxicação é através da biotransformação.
O fígado funciona para transformar xenobióticos principalmente convertendo-os de
uma forma lipofílica para uma forma hidrofílica através de 2 reações: fase I e fase II.
Estas reações ocorrem principalmente no retículo endoplasmático liso dos
hepatócitos. As reações de fase I criam um soluto mais hidrofílico via oxidação,
redução e hidrólise usando principalmente a família de enzimas citocromo P450
(CYP450). O produto da fase I tem uma espécie de oxigênio que reage melhor com
enzimas envolvidas com reações de fase II. As reações de fase II conjugam os
metabólitos criados na fase I para torná-los mais hidrofílicos para secreção no sangue
ou na bile. Existem três caminhos principais para a conjugação realizada em reações
de fase II: conjugação com glucuronato, glutationa ou sulfato.
A conjugação ao glucuronato, como com a bilirrubina, ocorre no retículo
endoplasmático liso. Substâncias submetidas à conjugação de sulfatos, como álcoois,
geralmente são feitas no citosol devido à localização das enzimas necessárias. A
maior parte da conjugação da glutationa ocorre no citosol, com uma minoria ocorrendo
nas mitocôndrias. Outros órgãos, como o rim e o intestino, podem ajudar no
metabolismo das drogas. Vários fatores, como idade, sexo, interações
medicamentosas, diabetes, gravidez, doença hepática ou renal, inflamação ou
genética, afetam o metabolismo das drogas.

2.3 FORMAÇÃO E SECREÇÃO DA BILE

A bile é um fluido importante, pois ajuda a excretar material não excretado pelos
rins e ajuda na absorção e digestão de lipídios através da secreção de sais biliares e
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ácidos. A bile é produzida por hepatócitos e é composta principalmente de água,


eletrólitos, sais biliares, ácidos biliares, colesterol, pigmento biliar, bilirrubina
fosfolípidos, além de outras substâncias. A bile é secretada dos hepatócitos para o
canal biliar, onde passa por ductos menores para os ductos maiores, acabando no
duodeno ou sendo armazenada na vesícula biliar para armazenamento. Após a
secreção da bile no duodeno, sofre circulação entero-hepática, onde executa seu
trabalho no intestino, e os componentes biliares que não são excretados são
reciclados por conversão em ácidos biliares por bactérias intestinais para reutilização.

2.4. REGULAÇÃO DA GLICOSE

A glicose é uma fonte de energia vital para as células e os níveis na corrente


sanguínea devem permanecer constantes. O fígado ajuda a manter os níveis de
glicose no sangue em resposta aos hormônios pancreáticos insulina e glucagon. Após
uma refeição, a glicose entra no fígado e os níveis de glicose no sangue aumentam.
Este excesso de glicose é tratado pela glicogênese na qual o fígado converte a glicose
em glicogênio para armazenamento. A glicose que não é armazenada é usada para
produzir energia por um processo chamado glicólise. Isso ocorre em todas as células
do corpo.
Sua função metabólica é controlada por insulina e outros hormônios
metabólicos. A glicose é convertida em piruvato através da glicólise no citoplasma, e
o piruvato é posteriormente oxidado nas mitocôndrias para gerar ATP através do ciclo
de Krebs e fosforilação oxidativa. No estado alimentado, produtos glicolíticos são
usados para sintetizar ácidos graxos através da lipogênese de novo. Ácidos graxos
de cadeia longa são incorporados fosfolipídios ou ésteres de colesterol em
hepatócitos. Esses lipídios complexos são armazenados em gotículas lipídicas e
estruturas de membrana, ou secretados na circulação como partículas de
lipoproteínas de baixa densidade.
No estado de jejum, o fígado segrega glicose através da glicogenólise e da
gliconeogênese. Durante o jejum prolongado, a gliconeogênese hepática é a principal
fonte de produção endógena de glicose. O jejum também promove a lipólise no tecido
adiposo, resultando na liberação de ácidos graxos não esterificados que são
convertidos em corpos cetónicos nas mitocôndrias hepáticas através da β-oxidação e
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cetogênese. Os corpos cetónicos fornecem um combustível metabólico para os


tecidos extra-hepáticos.
O fígado tem funções metabólicas tão importantes que, se prejudicadas,
resultarão em muitas doenças hepáticas e podem progredir para condições mais
perigosas, como fibrose hepática ou cirrose.
3. DOENÇAS HEPÁTICAS

Doenças hepáticas podem prejudicar a função fígado, encontrar a causa e a


extensão do dano hepático é importante para orientar o tratamento. Existem muitos
tipos de doença hepática que pode ser causada por um vírus, danos de medicamentos
ou produtos químicos, obesidade, diabetes ou ataque ao próprio sistema imunológico.
Muitas doenças comuns do fígado podem fazer com que o órgão se torne inflamado.
Essa inflamação pode evoluir para cicatrizes ou cirrose. As doenças que são
mais comuns no fígado são: hepatites por vírus (A, B, C, D, E), doença hepática
alcoólica, esteatose hepática, hepatite autoimune e hepatite medicamentosa, cirrose
e insuficiência hepática.

3.1 HEPATITE VIRAL

A hepatite viral é uma inflamação do fígado causado por um de três formas de


vírus, A, B ou C. Hepatite A: Esta infecção é geralmente causada consumindo
alimentos ou água contaminados. Esta forma de hepatite A geralmente desaparece
sem problemas duradouros dentro de seis meses e não leva a uma infecção crônica.
Normalmente, não é contraído por mais de uma vez, pois se cria uma imunidade após
a primeira infecção. E também existe uma vacina para prevenir a contaminação. Essa
hepatite pode desencadear uma icterícia, apresentando sintomas de cansaço,
vômitos, febre, dor abdominal, e em estágios avançados pode levar a uma
insuficiência hepática.
Hepatite B: Este vírus é transmitido através do sangue e nas secreções. Esse
vírus desencadeia uma reação imune, causando Inflamação de baixo nível e dano ao
fígado. É normalmente tratada com sucesso com as medicamentações orais que têm
poucos efeitos colaterais ou injeções. Em muitos casos, a hepatite B pode evoluir para
uma infecção crônica, que pode levar a doenças hepáticas mais graves. Este vírus
altera funções do fígado e pode provocar sintomas agudos, como febre, enjoos,
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vômitos e olhos e pele amarelados. A hepatite B é mais grave do que a hepatite A,


pois ela pode rapidamente desenvolver para uma hepatite crônica ou fulminante.
Hepatite C: A Propagação é feita através do contato com sangue infectado. A
infecção por Hepatite C pode ser muito grave. Mas, geralmente as pessoas infectadas
não apresentam sintomas e o vírus pode permanecer no fígado por anos e não é
descoberto, até que muito dano ao órgão é feito. A hepatite se torna crônica em pelo
menos 75% dos casos confirmados, sendo ela mais grave que a hepatite B. No
entanto, muitos pacientes podem desenvolver uma infecção crônica. Uma biopsia
hepática pode determinar a extensão da lesão e danos ao fígado. Tratamento inclui
medicamentos antivirais e ribavirina, para limitar o dano hepático.

3.2 DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA

A doença hepática gordurosa é um acúmulo excessivo de gordura no fígado.


Esta condição é mais comum em pessoas com sobrepeso, diabético ou tem síndrome
metabólica. Caso a hepatite não estiver relacionada ao consumo de álcool, é
conhecido como esteatose hepática não alcoólica. Caso contrário, é conhecida como
doença hepática alcoólica. O excesso de gordura hepática pode levar à lesão
inflamatória nos hepatócitos. progredindo para fibrose ou cirrose em 20% dos
pacientes. Consequentemente apresentará função hepática alterada. O tratamento
para essa hepatite inclui perda de peso, exercício, controle de diabetes, regulação
pressão arterial e colesterol, limitando ou eliminando o consumo de álcool e não fumar.

3.3 DOENÇAS HEPÁTICAS GENÉTICAS


Hemocromatose Hereditária - A doença hepática genética mais comum em
adultos. A hemocromatose é uma doença hereditária caracterizada pelo acúmulo
excessivo de ferro em vários órgãos. Também é caracterizada por vários sintomas
que estão relacionados à mudança na cor do sangue da pessoa. Esses sintomas
incluem perda excessiva de cabelo, destruição periodontal, alterações na
pigmentação da pele e dor nas articulações. A condição é causada por um excesso
de ferro no fígado.
Pessoas com hemocromatose têm maior chance de desenvolver outras
condições médicas. Por exemplo, pessoas com hemocromatose têm maior chance de
desenvolver diabetes, insuficiência cardíaca, cirrose e câncer de fígado. Tratamentos
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específicos e eficazes estão disponíveis. O Transplante de fígado pode ser necessário


em alguns desses pacientes. A hemocromatose é uma condição com risco de vida
que pode afetar qualquer pessoa devido à sua disposição genética.
Doença de Wilson: Uma doença genética rara que causa acúmulo excessivo
de cobre no fígado e no cérebro. O tratamento é gerenciado por um hepatologista e
neurologista e inclui medicação oral, que se liga ao cobre para removê-lo do corpo. A
terapia é continuada para impedir sua reaccumulação.

3.4 CÂNCER DE FÍGADO

O câncer de fígado é diagnosticado e tratado por uma equipe multidisciplinar.


Como com todo o câncer, o diagnóstico adiantado é essencial. Pacientes com certas
doenças hepáticas são suscetíveis ao câncer de fígado e deve ser examinado
regularmente. O câncer mais comum é hepatocarcinoma, que se origina nos
hepatócitos, que são as células funcionais do fígado, causando dano celular
irreversível.
O outro é o Colangiocarcinoma, caracterizado por um tumor maligno, surgindo
nos ductos biliares, principal via de secreção do fígado. É importante estabelecer um
diagnostico e um prognostico, para encontrar a causa e a extensão do dano hepático,
é para orientar o tratamento.

4. CIRROSE E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

A cirrose é quando o tecido cicatricial substitui o tecido saudável do fígado. Isso


impede que o fígado funcione normalmente. A cirrose é uma doença hepática de longo
prazo, ou seja, crônica. Com essa doença os danos ao fígado aumentam com o
tempo. Quando o paciente obtém um diagnóstico de cirrose, o tecido cicatricial retarda
o fluxo de sangue através do fígado. Com o tempo, o fígado não pode trabalhar da
maneira que deveria, e em casos graves, o fígado fica tão danificado que parar de
funcionar, perdendo sua função hepatocelular. Isso é chamado de insuficiência
hepática.
O fígado ajuda muito na manutenção da homeostase metabólica, processando
aminoácidos dietéticos, carboidratos, lipídios e vitaminas, metabolizando colesterol e
toxinas, produzindo fatores de coagulação e armazenando glicogênio. A lesão do
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parênquima hepático associada a um influxo de células inflamatórias agudas ou


crônicas é denominada hepatite. A cirrose refere-se a uma condição nodular
progressiva, difusa, fibrosa, que perturba toda a arquitetura normal do fígado.
Qualquer inflamação ou infecção crônica ao fígado pode causar progressão
para insuficiência renal. Neste caso 80 a 90 por cento do parênquima hepática deve
ser destruída antes que se manifeste clinicamente, e elas geralmente estão
relacionadas à função hepática prejudicada ou à ruptura de suas células funcionais.
As causas mais comuns de cirrose que pode levar a insuficiência hepática são:
Hepatites, abuso de álcool, doença hepática gordurosa não alcoólica.
Outras causas menos comuns são: Doenças autoimunes, onde o sistema de
combate a infecções do corpo (sistema imunológico) ataca o tecido saudável, tubos
bloqueados ou danificados, que são responsáveis pelo transporte da bile do fígado
para o intestino, e também o uso de certos medicamentos.
A cirrose e a insuficiência hepática crônica são as principais causas de
morbidade e mortalidade, com a maioria dos casos evitáveis atribuídos ao consumo
excessivo de álcool, hepatite viral ou doença hepática gordurosa não alcoólica.
E muitas vezes é uma doença indolente a maioria dos pacientes permanece
assintomáticos até o seu diagnóstico. O diagnóstico da cirrose e insuficiência hepática
pode ser feito através da biopsia hepática, avaliação serológica.

5. BIOMARCADORES DE FUNÇÃO HEPÁTICA

Na prática clínica, um dos principais métodos de diagnóstico de doenças


hepáticas é o uso de testes de função hepática. Os testes de função hepática são
exames de sangue usados para investigar suspeitas de doenças hepáticas, para
monitorar a atividade do fígado ou como exames de rotina. Os testes de função
hepática compreendem um conjunto de marcadores bioquímicos que estão envolvidos
nas diversas funções e atividades metabólicas do fígado. Em caso de disfunção
hepática devido a uma doença ou lesão externa, os níveis dos marcadores
bioquímicos se alteram. Podem ajudar a diagnosticar doenças hepáticas.
Os principais marcadores bioquímicos em um painel de testes de função
hepática são os seguintes: Bilirrubina sérica, bilirrubina é um composto amarelado
encontrado na corrente sanguínea. É formado após a quebra dos glóbulos vermelhos
(heme). O fígado desempenha um papel crucial no metabolismo da bilirrubina,
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portanto, anormalidades nos níveis séricos de bilirrubina podem indicar disfunção


hepática. Por exemplo: Altos níveis de bilirrubina sérica podem ser observados em
hepatite viral, lesão hepática tóxica e em caso de danos às células do fígado.
Alanina Amino Transferase (ALT): A ALT é uma enzima encontrada em altas
concentrações no fígado. Também é encontrado nos músculos, rins e coração, mas
em concentrações mais baixas do que no fígado. Os níveis de ALT são elevados em
caso de qualquer lesão ou doença hepática. Por exemplo: Níveis de ALT
marcadamente elevados são observados em hepatite viral, lesão hepática isquêmica
(suprimento sanguíneo insuficiente) e lesão hepática induzida por toxinas.
Aspartato aminotransferase (AST): AST é uma enzima que se encontra nas
concentrações mais elevadas no coração. Em concentrações muito mais baixas, é
encontrado no fígado, nos rins e nos músculos esqueléticos. Embora a AST seja
encontrada em baixas concentrações no fígado, ela tem importância diagnóstica na
identificação de certas doenças hepáticas, como hepatite alcoólica, condição do tipo
necrótica de células hepáticas e cirrose hepática. Em todas essas doenças, os níveis
de AST estão acima do normal.
Relação AST/ALT: Esta relação é aumentada no comprometimento progressivo
da função hepática. A relação AST/ALT também tem sensibilidade na detecção de
cirrose hepática.
Fosfatase Alcalina (ALP): ALP é uma enzima envolvida no transporte de lipídios
nos intestinos. Também é importante para a calcificação dos ossos. A elevação nos
níveis de ALP pode ser observada em cânceres metastáticos do fígado e dos
ossos. Outras doenças hepáticas, como doença hepática granulomatosa, também
podem causar elevação da ALP.
Gamma Glutamil Transferase (GGT): GGT é uma enzima encontrada nas
células do fígado e do trato biliar. Os níveis de GGT estão elevados na infecção
crônica por hepatite C, pancreatite aguda, hipertireoidismo, infarto do miocárdio e
diabetes mellitus não complicada.
α-fetoproteína (AFP): AFP é uma importante proteína sérica que é altamente
elevada em pacientes com carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) e cirrose. Um
alto nível de AFP é diretamente proporcional ao tamanho do tumor hepático.
6. TRATAMENTO E PRENVENÇÃO
Muitas doenças hepáticas têm uma longa duração, e existem poucos
tratamentos que podem alterar diretamente seu curso. Para diminuir a necessidade
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de transplante de fígado e retardar a morte, torna-se importante evitar lesões no


fígado. Os dados existentes mostram que as estratégias preventivas de evitar álcool,
vacinação contra hepatite, evitar contaminação, suplementação de ferro somente
quando a deficiência de ferro é demonstrada e dieta com baixo teor de gordura são
prudentes em pacientes com doença hepática.
Alguns cuidados básicos necessários: Evite álcool, procurar vacinas contra
hepatite A e B. Também receba vacinas anuais contra a gripe. Evite medicamentos
tóxicos para o fígado, como analgésicos de venda livre. Uma dieta com baixo teor de
gordura. Caso a cirrose venha se desenvolver, é recomendável que faça exames
anuais para acompanhar o risco de sangramento, e triagem para detectar câncer de
fígado.
Outra forma de prevenção é estar atento aos sintomas, como: Icterícia que é
acúmulo da bilirrubina, ocorrendo quando o fígado não consegue filtrar substâncias
tóxicas de forma eficaz.
Varizes hemorrágicas, doenças hepáticas podem causar coágulos ou
bloqueios ao redor do fígado, reduzindo o fluxo normal de sangue para o órgão,
vômitos de sangue e fezes com sangue são sinais comuns de sangramento de
varizes. Ascite, danos graves no fígado podem causar acúmulo de líquido no
abdômen, causando inchaço. Encefalopatia, uma consequência da doença hepática
é o seu impacto na função cerebral, causando esquecimento, confusão, mãos
trêmulas, fala arrastada e desorientação.
O fígado é extremamente vital e a prevenção e tratamento reduz a
probabilidade de um distúrbio hepático, e um desenvolvimento para uma doença
hepatocelular grave.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (São Paulo). 2015. Disponível em: Acesso


em: 03 ago. 2018.

SCHMELZER, M; CASE P; CHAPPELL, S.M; WRIGHT, K.B. Colonic cleansing 2000;


13(2):83-91.

SANTOS, J. H. Parâmetros Bioquímicos Preditivos da Síndrome Metabólica. 2016.


16

Vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-figado-tipos-de-cancer/cancer-de-
figado-o-que-e/

http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/estudos/article/view/3597

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