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FUNCIONAL E
FITOTERAPIA
Daniela Aguirre
Luciana de
Souza
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
ISBN 978-85-9502-128-0
Introdução
As doenças gastrintestinais são um problema que acomete o ser humano,
e algumas delas são muito frequentes. Essas patologias são acompanhadas
de uma série de alterações e distúrbios como diarreia, vômito e depleção
do estado nutricional, o que pode levar o indivíduo à desnutrição. Você
sabia que a desnutrição pode causar sérias consequências na saúde
do homem e diversas complicações na recuperação das patologias?
A anorexia, por exemplo, é uma consequência da característica dessas
patologias, pois afeta o canal alimentar, impedindo a nutrição adequada
do indivíduo.
Outros exemplos podem ser identificados na disfagia, em tumores,
estenoses, candidíase, doenças gástricas e intestinais e nos sintomas que
acompanham as patologias. Nessas situações, são necessárias restrições
dietéticas que mudam as características físicas, químicas e de tempera-
tura dos alimentos. Em algumas situações, é preciso administração de
Sistema digestório
Para que o organismo funcione adequadamente, as células precisam receber
elementos essenciais. Para isso, os nutrientes devem ser captados pelas células
através da transformação de moléculas complexas em outras mais simples,
que possam ser absorvidas e utilizadas pelo organismo.
O sistema digestório é o sistema pelo qual é feita a passagem do alimento
e a transformação em partículas menores para a distribuição no organismo.
Esse sistema pode ser dividido em tubo digestório e glândulas anexas, que
seriam órgãos e glândulas secretoras de substâncias digestivas.
O processo envolve, basicamente, as etapas de ingestão, digestão, absorção,
transporte e excreção, nas quais ocorrem diversos processos bioquímicos.
Todo esse sistema, além de tornar os nutrientes absorvíveis e distribui-los pelo
corpo, fornece proteção através da formação da barreira intestinal composta
por microrganismos, promovendo a permeabilidade adequada e o desenvol-
vimento de uma parte importante do sistema imunológico.
As partes que compõem o sistema digestório são boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino (duodeno, jejuno, íleo) e intestino grosso (ceco, colo, reto
e ânus).
Ingestão
Boca
Esôfago
Digestão e absorção
Estômago
Quimo é o nome dado ao alimento quando este passa do estômago para o intestino.
Intestino
Transporte e excreção
Probióticos
Os probióticos são microrganismos vivos que influenciam de forma benéfica
a saúde intestinal, melhorando a digestibilidade da lactose, reduzindo níveis de
colesterol, fortalecendo a imunidade intestinal e contribuindo com a atividade
anticarcinogênica.
Abacaxi
O abacaxi tem bromelina na sua composição. Essa substância é uma enzima
digestiva, recomendada para melhorar o processo de digestão. O abacaxi pode
ser consumido antes ou após as refeições. Conforme explicam Oliveira, Silva
e Dall’Alba (2016), a bromelina pode impedir a adesão de Escherichia coli na
mucosa do intestino. O maior teor de bromelina se encontra no talo da fruta.
Aveia
Fonte de betaglucana, a aveia melhora o funcionamento intestinal e pode
promover o crescimento de bactérias benéficas do intestino. Serve como uma
excelente fonte alimentar para a manutenção da saúde intestinal. sendo maior
Cúrcuma (curcumina)
Pesquisas têm evidenciado o efeito anti-inflamatório da cúrcuma e alguns
processos anticancerígenos em doenças gastrintestinais. Foi realizado um
estudo com pacientes que realizaram a administração de dosagens específicas
de curcumina. Nessa pesquisa, foi possível observar resposta positiva referente
à inflamação e diminuição de diarreia e cólicas intestinais (OLIVEIRA;
SILVA; DALL’ALBA, 2016).
Gengibre
Segundo Oliveira, Silva e Dall’Alba (2016), o gengibre é um alimento fonte
de tiamina, magnésio, potássio e ferro. Geralmente, é utilizado para o alívio
de vômitos e náuseas. Estudos mostram que seu consumo é bastante efetivo e
seguro para a melhora desses distúrbios (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA,
2016).
Polifenóis
Os polifenóis têm sido associados a efeitos benéficos em doenças gastrintes-
tinais, como as doenças inflamatórias intestinais, através da proteção do dano
oxidativo produzido pelas células intestinais. Os polifenóis apresentam efeitos
antioxidantes e anti-inflamatórios que podem ser utilizados nas patologias
intestinais. Apesar de alguns estudos já terem sido realizados, precisam ser
elaboradas mais pesquisas para verificar a dose necessária como estimu-
lante de melhora nas doenças inflamatórias intestinais (OLIVEIRA; SILVA;
DALL’ALBA, 2016).
Semente de abóbora
A semente de abóbora apresenta elevado teor de fibras, carotenoides, ácidos
graxos poli-insaturados e antioxidantes (como zeaxantina e luteína), capazes de
produzir efeitos positivos na redução de risco de doenças que possam atingir
o trato intestinal. A semente de abóbora pode ser consumida em forma de
óleos e farinhas (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).
Semente de linhaça
A linhaça tem benefícios anticancerígenos de mama e colo e diminui o trânsito
intestinal devido a seu teor de lignanas, fibras solúveis e compostos fenólicos,
assim como ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 (OLIVEIRA; SILVA;
DALL’ALBA, 2016).
Chia
A chia tem uma composição nutricional parecida com a da linhaça. É muito
consumida em alguns países e é rica em fibras e ácido alfalinolênico (OLI-
VEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).
Vegetais crucíferos
Alguns vegetais crucíferos importantes são o brócolis, a couve-de-bruxelas,
a couve-flor, a couve-manteiga e o repolho. São ricos em folato, vitamina C,
tocoferóis e carotenoides, de acordo com Oliveira, Silva e Dall’Alba (2016).
Sobre as funções atribuídas a esses alimentos, encontram-se estudos com
resultados que apontam redução de risco de câncer colorretal, destoxificação
hepática, eliminação de substâncias carcinogênicas e prevenção no desenvol-
vimento de câncer gástrico.
A pesar de algumas evidências encontradas, sugerem-se ainda maiores
investigações e estudos clínicos para confirmar o efeito terapêutico desses
alimentos nas doenças gastrintestinais (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA,
2016).
Taninos
Algumas pesquisas mostram o efeito cicatrizante, anti-helmíntico e antiulce-
rogênico dos taninos. Sugere-se que o tanino encontrado em plantas e frutos,
como o caju, tem a capacidade de interferir beneficamente em processos
inflamatórios, em queimaduras e feridas. Apresentam também atividade
antioxidante (HOLNIK et al., 2015).
Os taninos têm despertado interesse para utilização no tratamento de
ulceras gástricas e duodenais, no tratamento da candidíase e nas gastrites
(GASTEJON, 2011). São substâncias com capacidade antioxidante, ajudando
no processo de cura de lesões ulcerativas, já que os radicais livres têm grande
capacidade de formação de lesões.
A atividade antimicrobiana dos taninos tem sido muito evidenciada, mas
mais investigações devem ser realizadas referentes aos demais efeitos atribuídos
(GASTEJON, 2011).
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