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NUTRIÇÃO

FUNCIONAL E
FITOTERAPIA

Daniela Aguirre

Luciana de
Souza
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

S719n Souza, Luciana de.


Nutrição funcional e fitoterapia / Luciana de Souza,
Daniela Graciela Aguirre Martínez. – Porto Alegre :
SAGAH, 2017.
243 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-128-0

1. Nutrição funcional. 2. Fitoterapia. I. Martínez,


Daniela Graciela Aguirre. II. Título.
CDU 613.2+615.322

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094

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UNIDADE 2
Sistema digestório e
nutrição funcional:
principais patologias
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever o sistema digestório e suas principais funções.


 Relacionar os alimentos funcionais e seus efeitos em algumas doenças
gastrintestinais.
 Aplicar o conhecimento sobre os compostos dos alimentos funcionais
nas diferentes patologias do sistema digestório.

Introdução
As doenças gastrintestinais são um problema que acomete o ser humano,
e algumas delas são muito frequentes. Essas patologias são acompanhadas
de uma série de alterações e distúrbios como diarreia, vômito e depleção
do estado nutricional, o que pode levar o indivíduo à desnutrição. Você
sabia que a desnutrição pode causar sérias consequências na saúde
do homem e diversas complicações na recuperação das patologias?
A anorexia, por exemplo, é uma consequência da característica dessas
patologias, pois afeta o canal alimentar, impedindo a nutrição adequada
do indivíduo.
Outros exemplos podem ser identificados na disfagia, em tumores,
estenoses, candidíase, doenças gástricas e intestinais e nos sintomas que
acompanham as patologias. Nessas situações, são necessárias restrições
dietéticas que mudam as características físicas, químicas e de tempera-
tura dos alimentos. Em algumas situações, é preciso administração de

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terapia nutricional enteral ou parenteral, não atingindo as necessidades


nutricionais adequadas.
Os alimentos funcionais são de grande utilidade como auxílio na
recuperação e diminuição do risco de doenças gastrintestinais. Essas
doenças afetam uma parcela significativa da população, e a nutrição tem
importante papel no tratamento de tais enfermidades.
Para compreender qualquer processo, você deve, primeiro, compre-
ender o sistema digestório, que inicia na boca e termina no ânus. Neste
capítulo, você vai analisar o funcionamento básico do trato digestivo,
relacionando os alimentos funcionais às doenças gastrintestinais.

Sistema digestório
Para que o organismo funcione adequadamente, as células precisam receber
elementos essenciais. Para isso, os nutrientes devem ser captados pelas células
através da transformação de moléculas complexas em outras mais simples,
que possam ser absorvidas e utilizadas pelo organismo.
O sistema digestório é o sistema pelo qual é feita a passagem do alimento
e a transformação em partículas menores para a distribuição no organismo.
Esse sistema pode ser dividido em tubo digestório e glândulas anexas, que
seriam órgãos e glândulas secretoras de substâncias digestivas.
O processo envolve, basicamente, as etapas de ingestão, digestão, absorção,
transporte e excreção, nas quais ocorrem diversos processos bioquímicos.
Todo esse sistema, além de tornar os nutrientes absorvíveis e distribui-los pelo
corpo, fornece proteção através da formação da barreira intestinal composta
por microrganismos, promovendo a permeabilidade adequada e o desenvol-
vimento de uma parte importante do sistema imunológico.
As partes que compõem o sistema digestório são boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino (duodeno, jejuno, íleo) e intestino grosso (ceco, colo, reto
e ânus).

Ingestão

Boca

Na boca, após a refeição, já se inicia o processo de degradação das moléculas


encontradas nos alimentos para posterior digestão e absorção, que ocorrem

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através da mastigação e da mistura do alimento com a saliva. Enzimas como


a amilase salivar ou a ptialina contribuem para a degradação dos amidos.

Esôfago

O esôfago é o tubo que transporta alimentos para o estômago.

Digestão e absorção

Estômago

No estômago são secretados muco e ácido clorídrico, sendo produzidos o fator


intrínseco e outras enzimas que degradam algumas proteínas e lipídios em
partículas menores. O ácido clorídrico é muito importante, pois torna o pH
do estômago adequado para as ações enzimáticas que promovem a degradação
parcial de moléculas de gordura e proteínas.

O estômago deixa o quimo propício, alcançando uma consistência adequada


para possibilitar a passagem para o intestino. O estômago, com toda a sua
ação enzimática e secretória, atua como barreira de bactérias. Apesar disso,
muitas ainda passam para o intestino.

Quimo é o nome dado ao alimento quando este passa do estômago para o intestino.

Intestino

O alimento transformado em quimo chega ao intestino, local onde sofrera


inúmeras modificações. O intestino tem vários compartimentos, sendo que
em cada um deles, diversas substâncias serão digeridas e absorvidas, como
minerais, vitaminas e outras.
O fígado e o pâncreas secretam substâncias através dos ductos que che-
gam ao duodeno, produzindo enzimas digestivas e sais emulsificadores das
gorduras. Na região do intestino grosso, no colo, são absorvidos os eletrólitos

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e alguns poucos nutrientes. Alguns carboidratos e fibras que chegam até o


colo sofrem fermentação e produzem ácidos graxos de cadeia curta, o que
serve de alimento para a microflora intestinal benéfica.
As células intestinais são chamadas de enterócitos. Através das paredes
das células da mucosa intestinal, ocorre a passagem dos nutrientes já digeridos
para a corrente sanguínea e linfática.

Transporte e excreção

Após seu transporte, os nutrientes serão captados pelas células correspondentes


e metabolizados. Os produtos tóxicos residuais do metabolismo e algumas
substâncias não absorvidas devem ser excretadas através de diferentes sistemas.
O sistema que mais predomina é o intestino grosso, em que esses nutrientes
não absorvidos são transformados em bolo fecal. Outros sistemas são fígado,
rins, sistema urinário e pulmão.

Doenças gastrintestinais – possível associação


de alimentos funcionais como parte da
dietoterapia de algumas patologias

Refluxo gastresofágico, gastrite e úlceras


gastrintestinais
A gastrite é a inflamação do epitélio que recobre o estômago, a mucosa
gástrica. É provocada, entre outros fatores, por estresse, cigarro, álcool ou
medicamentos (CUPPARI, 2014).
A úlcera gástrica é a erosão do epitélio, formando uma ferida na parede
gástrica. Pode ser causada pela bactéria Helicobacter pylori ou por medica-
mentos (anti-inflamatórios não hormonais), causando irritação no estômago.
Os alimentos e o estresse podem piorar o estado de uma úlcera (FEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA, 2017).
O refluxo gastresofágico ocorre devido ao refluxo dos ácidos gástricos,
o que produz inflamação no esôfago. Somente as paredes do estômago têm
capacidade de suportar o efeito dos ácidos produzidos nele; por esse motivo,
ocorrendo refluxo, sente-se queimação e ardência no esôfago. Pode ser provo-
cado por hérnia de hiato, controle da pressão do esfíncter inadequada, pressão
intra-abdominal ou alimentos como café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas,
tomate, frituras ou frutas ácidas. Isso varia entre os indivíduos, apesar de alguns

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desses alimentos diminuírem a pressão do esfíncter e produzirem irritação da


mucosa. Algumas recomendações colaboram na diminuição do refluxo, como
não ingerir líquidos durante as refeições, não deitar após a refeição, comer
devagar e evitar os alimentos aqui citados (CUPPARI, 2014).
Confira algumas recomendações dietéticas para evitar o agravo das doen-
ças citadas:

 Evitar longos períodos em jejum.


 Consumir alimentos “ricos em fibras alimentares (vegetais em geral):
a fibra apresenta efeitos benéficos – age como tampão, reduz a con-
centração de ácidos biliares no estômago e diminui o tempo de trânsito
intestinal, o que leva a menor distensão” (CUPPARI, 2014, p. 305).
 Evitar bebidas alcoólicas, pois são irritantes gastrintestinais, assim como
o café, que aumenta o ácido gástrico, produzindo irritação (CUPPARI,
2014).
 Evitar chocolate, refrigerantes à base de cola e pimenta vermelha.
 Mastigar a comida muito bem e devagar, de preferência em ambientes
tranquilos (CUPPARI, 2014).

Doenças inflamatórias intestinais e demais patologias


intestinais
As doenças inflamatórias intestinais são caracterizadas por um processo
inflamatório crônico no trato gastrintestinal. A doença de Crohn e a retoco-
lite ulcerativa são exemplos desse tipo de doença. Nessas situações, ocorre
desequilíbrio da microbiota e resposta imunoinflamatória, provocando má
absorção de nutrientes, alergias alimentares, produção de secreção em excesso,
alterações do trânsito gastrintestinal e obstruções. A doença de Crohn e a
retocolite ulcerativa causam distúrbios como diarreias, dores abdominais,
sangramento, náuseas, vômitos, anorexia e febre.

As formas mais comuns de doenças inflamatórias intestinais são a doença de Crohn


e retocolite ulcerativa.

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A etiologia das doenças inflamatórias intestinais é desconhecida, mas


fatores genéticos, desequilíbrio da microbiota, permeabilidade intestinal e
imunidade inata, assim como fatores ambientais (bactérias, vírus), podem ser
considerados causadores das doenças inflamatórias intestinais.
A doença de Crohn é uma condição inflamatória que pode atingir qualquer
parte do tubo digestivo. Sua causa é desconhecida, mas é atribuída ao fator
genético, a hábitos de vida e influências emocionais e ambientais (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL; ASSOCIA-
ÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA, 2011). É considerada uma doença
que não tem cura específica, podendo manifestar-se e não apresentar sintomas.
Essa patologia causa diarreia, dor abdominal, anorexia, inflamações na boca
e febre (SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLOPROCTOLOGÍA, 2009).

De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e a


Associação Brasileira de Nutrologia (2011), “a mortalidade da DC [doença de Crohn] está
associada à desnutrição proteico-calórica ao lado do desequilíbrio hidroeletrolítico”.

A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória crônica que afeta desde


o colo até o reto, podendo atingir somente uma das partes mencionadas ou
ambas. Os sintomas são manifestados por diarreias e fezes sanguinolentas,
o que provoca anemia e febre. Em casos de insucesso do controle da doença,
a intervenção cirurgia é realizada para evitar maiores complicações, como
o câncer (SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLOPROCTOLOGÍA, 2009).

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A síndrome do intestino irritável é um distúrbio intestinal funcional comum, caracteri-


zado por desconforto abdominal recorrente e função intestinal anormal. O desconforto
costuma iniciar após a alimentação e desaparece após a evacuação. Os sintomas
podem incluir cólicas, náuseas, distensão abdominal, gases, constipação, diarreia e
uma sensação de evaporação incompleta. A síndrome pode estar associada a graus
variados de depressão ou ansiedade.
Estudos demonstram que cerca de 20% das pessoas apresentam a síndrome em
algum momento da vida, com predominância entre as mulheres, sobretudo jovens.
Já foi conhecida como indigestão, diarreia nervosa, colite espástica, colite nervosa e
neurose intestinal. Não existem anormalidades estruturais como, infecção ou úlceras,
por isso é chamada de “funcional”, e não evolui para qualquer tipo de doença orgânica
ao longo da vida.

A diarreia é caracterizada pela persistência de evacuações semipastosas


ou líquidas mais de três vezes ao dia. Durante esse desequilíbrio da flora
intestinal, uma quantidade aumentada de líquidos não é absorvida e ocorre
perda de água e eletrólitos. Pode ser causada por má absorção de nutrientes,
presença de bactérias ou vírus e doenças intestinais. É necessária a hidratação
adequada para repor os líquidos perdidos e também de eletrólitos. Para isso, o
sujeito deve fazer uso de soro, soro caseiro ou água de coco. Evitar laticínios
para não ocorrer intolerâncias que provoquem mais complicações, já que o
desequilíbrio entérico diminui o nível de lactase. A diarreia causa fortes dores
abdominais e desidratação e, se não controlada, pode ocasionar complicações
sistêmicas, levando o paciente a óbito (CUPPARI, 2014).
Todas essas considerações mostram o quanto são necessários o cuidado
e a proteção do intestino. Isso se faz com uma dieta de qualidade, e alguns
alimentos funcionais podem ser utilizados para evitar o quadro de diarreia
ou melhorá-lo, caso esteja presente.

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Alimentos funcionais nas doenças


gastrintestinais
Vamos relembrar o que são os alimentos funcionais?

Podemos descrevê-los como alimentos que têm substâncias e nutrientes com


atividade biológica, com efeitos fisiológicos ou psicológicos e capacidade
de promover benefícios à saúde do indivíduo (MAIA; SANTOS, 2006). Al-
guns alimentos são considerados funcionais e auxiliares no tratamento e na
diminuição de risco de doenças que se manifestam no trato gastrintestinal.

Probióticos
Os probióticos são microrganismos vivos que influenciam de forma benéfica
a saúde intestinal, melhorando a digestibilidade da lactose, reduzindo níveis de
colesterol, fortalecendo a imunidade intestinal e contribuindo com a atividade
anticarcinogênica.

Abacaxi
O abacaxi tem bromelina na sua composição. Essa substância é uma enzima
digestiva, recomendada para melhorar o processo de digestão. O abacaxi pode
ser consumido antes ou após as refeições. Conforme explicam Oliveira, Silva
e Dall’Alba (2016), a bromelina pode impedir a adesão de Escherichia coli na
mucosa do intestino. O maior teor de bromelina se encontra no talo da fruta.

Ácidos graxos poli-insaturados ômega 3


Os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 têm ação anti-inflamatória, po-
dendo auxiliar nos processos inflamatórios intestinais de doenças como Crohn
e retocolite ulcerativa. Alguns estudos ainda são controversos, mas outros
mostram efeitos positivos (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Aveia
Fonte de betaglucana, a aveia melhora o funcionamento intestinal e pode
promover o crescimento de bactérias benéficas do intestino. Serve como uma
excelente fonte alimentar para a manutenção da saúde intestinal. sendo maior

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a concentração no farelo do que em flocos (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA,


2016).

Cúrcuma (curcumina)
Pesquisas têm evidenciado o efeito anti-inflamatório da cúrcuma e alguns
processos anticancerígenos em doenças gastrintestinais. Foi realizado um
estudo com pacientes que realizaram a administração de dosagens específicas
de curcumina. Nessa pesquisa, foi possível observar resposta positiva referente
à inflamação e diminuição de diarreia e cólicas intestinais (OLIVEIRA;
SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Gengibre
Segundo Oliveira, Silva e Dall’Alba (2016), o gengibre é um alimento fonte
de tiamina, magnésio, potássio e ferro. Geralmente, é utilizado para o alívio
de vômitos e náuseas. Estudos mostram que seu consumo é bastante efetivo e
seguro para a melhora desses distúrbios (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA,
2016).

Polifenóis
Os polifenóis têm sido associados a efeitos benéficos em doenças gastrintes-
tinais, como as doenças inflamatórias intestinais, através da proteção do dano
oxidativo produzido pelas células intestinais. Os polifenóis apresentam efeitos
antioxidantes e anti-inflamatórios que podem ser utilizados nas patologias
intestinais. Apesar de alguns estudos já terem sido realizados, precisam ser
elaboradas mais pesquisas para verificar a dose necessária como estimu-
lante de melhora nas doenças inflamatórias intestinais (OLIVEIRA; SILVA;
DALL’ALBA, 2016).

Semente de abóbora
A semente de abóbora apresenta elevado teor de fibras, carotenoides, ácidos
graxos poli-insaturados e antioxidantes (como zeaxantina e luteína), capazes de
produzir efeitos positivos na redução de risco de doenças que possam atingir
o trato intestinal. A semente de abóbora pode ser consumida em forma de
óleos e farinhas (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

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Semente de linhaça
A linhaça tem benefícios anticancerígenos de mama e colo e diminui o trânsito
intestinal devido a seu teor de lignanas, fibras solúveis e compostos fenólicos,
assim como ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 (OLIVEIRA; SILVA;
DALL’ALBA, 2016).

Chia
A chia tem uma composição nutricional parecida com a da linhaça. É muito
consumida em alguns países e é rica em fibras e ácido alfalinolênico (OLI-
VEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Semente de mamão papaia


A semente de mamão papaia, conforme sugerido por Oliveira, Silva e Dall’Alba
(2016), pode ser utilizada na saúde pública por ser um alimento de baixo custo
com propriedades anti-helmínticas e antiparasitárias.

Vegetais crucíferos
Alguns vegetais crucíferos importantes são o brócolis, a couve-de-bruxelas,
a couve-flor, a couve-manteiga e o repolho. São ricos em folato, vitamina C,
tocoferóis e carotenoides, de acordo com Oliveira, Silva e Dall’Alba (2016).
Sobre as funções atribuídas a esses alimentos, encontram-se estudos com
resultados que apontam redução de risco de câncer colorretal, destoxificação
hepática, eliminação de substâncias carcinogênicas e prevenção no desenvol-
vimento de câncer gástrico.
A pesar de algumas evidências encontradas, sugerem-se ainda maiores
investigações e estudos clínicos para confirmar o efeito terapêutico desses
alimentos nas doenças gastrintestinais (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA,
2016).

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Taninos
Algumas pesquisas mostram o efeito cicatrizante, anti-helmíntico e antiulce-
rogênico dos taninos. Sugere-se que o tanino encontrado em plantas e frutos,
como o caju, tem a capacidade de interferir beneficamente em processos
inflamatórios, em queimaduras e feridas. Apresentam também atividade
antioxidante (HOLNIK et al., 2015).
Os taninos têm despertado interesse para utilização no tratamento de
ulceras gástricas e duodenais, no tratamento da candidíase e nas gastrites
(GASTEJON, 2011). São substâncias com capacidade antioxidante, ajudando
no processo de cura de lesões ulcerativas, já que os radicais livres têm grande
capacidade de formação de lesões.
A atividade antimicrobiana dos taninos tem sido muito evidenciada, mas
mais investigações devem ser realizadas referentes aos demais efeitos atribuídos
(GASTEJON, 2011).

1. Sobre as doenças inflamatórias 2. A doença de Crohn, assim


intestinais, assinale a como outras doenças crônicas
alternativa correta. intestinais, tem locais de
a) São causadas por diarreia maior manifestação. Assinale a
recorrente e alimentação alternativa que é característica
desequilibrada. da doença de Crohn.
b) Correspondem à inflamação da a) Analise a imagem.
mucosa que recobre o estômago,
podendo causar ferimentos.
c) São doenças crônicas que
atingem o trato gastrintestinal
e envolvem fatores genéticos,
ambientais, imunes e da
microbiota intestinal.
d) As respostas A e B estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas
está correta.

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b) Analise a imagem. b) Aveia, banana verde, banana,


mamão, fontes de ômega 3,
ovo cozido, frutos do mar.
c) Probióticos, ácidos graxos
poli-insaturados ômega 3,
aveia, cúrcuma, chia, fibras.
d) A opção C está correta.
e) As opções A e C estão corretas.
4. Assinale qual alimento funcional
pode ser utilizado para amenizar
sintomas como vômitos,
náuseas ou indigestão.
a) Leite, maçã e gengibre.
c) Analise a imagem. b) Café, gengibre e abacaxi.
c) Gengibre e abacaxi.
d) Nenhuma alternativa está correta.
e) Todas as alternativas
estão corretas.
5. Em qual órgão acontecem
os processos de digestão,
absorção e transporte?
a) No pâncreas e no fígado.
d) Todas as alternativas b) Na boca, no estômago
estão corretas. e no intestino.
e) Nenhuma alternativa está correta. c) No colo.
3. São alimentos funcionais que d) No estômago, no intestino
podem ser utilizados em patologias e nas glândulas anexas.
e distúrbios intestinais: e) Na boca, no intestino e
a) Aveia, banana verde, banana, nas glândulas anexas.
mamão, fontes de ômega
3, AGCC, glutamina.

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tais.ufg.br/up/67/o/semi2011_Fernanda_Castejon_1c.pdf>. Acesso em: 20 maio 2017.
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Leituras recomendadas
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TEIXEIRA, J. B. Conceitos em fitoterapia: uma revisão da literatura: abacaxi/bromelina.
[201-?]. Disponível em: <http://www.ufjf.br/proplamed/atividades/fitoterapia/2157-2/>.
Acesso em: 20 maio 2017.

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