Você está na página 1de 85

61 MAPAS MENTAIS DE

BIOQUÍMICA
e metabolismo
dos nutrientes

PROF. LUAN LISBOA


Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
61 MAPAS MENTAIS

BIOQUÍMICA
APRESENTAÇÃO e metabolismo
Bem-vindo ao universo da bioquímica descomplicada! Este eBook foi cuidadosamente elaborado para nutricionistas e estudantes de nutrição
que buscam uma compreensão clara e eficiente do complexo mundo da bioquímica e do metabolismo dos nutrientes.

"61 Mapas Mentais de Bioquímica" é uma ferramenta de aprendizado que transforma os conceitos-chave da bioquímica em mapas mentais
visualmente atraentes e fáceis de entender. Cada mapa foi desenhado para facilitar o aprendizado e compreensão dos tópicos mais importantes
da bioquímica e metabolismo dos nutriente.

Este eBook é ideal para você, nutricionista ou estudante de nutrição, que deseja fortalecer seu conhecimento em bioquímica de uma maneira
mais interativa e menos intimidadora. Seja você um iniciante buscando fundamentos sólidos ou um profissional experiente procurando uma
revisão eficaz.

Nosso objetivo é proporcionar uma jornada de aprendizado que vá além da memorização. Queremos que você realmente entenda e aplique os
conceitos de bioquímica na prática nutricional. Por isso, dividimos o conteúdo em módulos temáticos, abrangendo desde carboidratos, proteínas
e lipídios até bioenergética, água, vitaminas e minerais.

Cada módulo é composto por mapas mentais detalhados, cobrindo tópicos como digestão e absorção, metabolismo, controle hormonal, e muito
mais. Com esta abordagem, você terá uma visão completa e integrada da bioquímica, essencial para a excelência na área da nutrição.

Prepare-se para transformar a maneira como você aprende e aplica a bioquímica. Com "61 Mapas Mentais de Bioquímica", você está a um passo
de aprofundar seu conhecimento, aumentar sua confiança e ter mai segurança com a bioquímica dos nutrientes. Mergulhe nessa experiência de
aprendizado e veja a bioquímica sob uma nova perspectiva!

Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820


LUAN LISBOA
Professor Luan Lisboa é graduado em
Nutrição e pós-graduado em Nutrição Clínica
e esportiva. Experiência de mais de 10 anos
em atendimento em consultório com foco em
atletas desportistas, experiência como
professor da graduação em nutrição e cursos
de pós graduação por 9 anos.

Atualmente ministra cursos presenciais e


online na área da Nutrição Esportiva e
Bioquímica aplicada à nutrição, tendo mais
de 5000 alunos pelo Brasil e outros países.
Divulga conteúdos para profissionais e
estudantes de nutrição no perfil no instagram
@prof.luanlisboa e no canal do Youtube
youtube.com/luanlisboa

Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820


ÍNDICE
01 Carboidratos 03 Lipídios 07 Vitaminas Hidrossolúveis
01 Visão geral 6 25 Visão geral 32 43 Vitamina C 54
02 O que são carboidratos 7 26 O que são lipídios 33 44 Vitamina B1 55
03 Digestão e absorção 8 27 Digestão e absorção de lipídios 34 45 Vitamina B2 56
04 Conceito de índice e carga glicêmica 9 28 Metabolismo das lipoproteínas 35 46 Vitamina B3 57
05 Absorção celular de glicose 10 29 Biossíntese de ácidos graxos 36 47 Vitamina B5 58
06 Glicogênese 11 30 Lipólise e oxidação 37 48 Vitamina B6 59
07 Glicogenólise 12 31 Produção de corpos cetônicos 38 49 Vitamina B7 60
08 Glicólise 13 50 Vitamina B9 61

04 Bioenergética
09 Gliconeogênese 14 51 Vitamina B12 62
10 Via das pentoses fosfato
08 Minerais
15
11 Metabolismo da galactose 16 32 Visão geral 40
12 Metabolismo da frutose 17 33 Sistema ATP-CP 41
52 Ferro 64
13 Controle hormonal da glicose 18 34 Ciclo de Krebs 42
53 Cálcio 65
35 Fosforilação oxidativa 43
54 Zinco
02 Proteínas
66
55 Selênio

05 Água
67
56 Magnésio 68
14 Visão geral 20 57 Cromo 69
15 O que são proteínas 21 36 Propriedades e ionização da água 45 58 Iodo 70
16 Digestão e absorção 22 37 Sistema tampão 46 59 Sódio 71
17 Valor biológico das proteínas 23 38 Funções corporais da água 47 60 Potássio 72
18 Turnover proteico 24 61 Fósforo 73
19 Síntese de proteínas 25
06 Vitaminas Lipossolúveis
BÔNUS
20 Catabolismo de proteínas 26
21 Enzimas 27
22 Oxidação dos aminoácidos 28
62 Fibras solúveis 75
23 Ciclo da ureia 29 39 Vitamina A 49
63 Fibras insolúveis 76
24 Biossíntese de aminoácidos 30 40 Vitamina D 50
64 Metabolismo dos polifenóis 77
41 Vitamina E 51
65 Metabolismo dos Aminoácidos sulfurados 78
42 Vitamina K 52
66 Metabolismo dos Aminoácidos aromáticos 79
67 Metabolismo dos Aminoácidos de cadeia ramificada 80
68 Metabolismo dos Ácidos graxos de cadeia curta 81
69 Metabolismo dos Ácidos graxos saturados 82
70 Metabolismo dos Ácidos graxos trans 83

Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820


METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
Descubra a bioquímica e o metabolismo dos carboidratos,
desde sua estrutura básica até o complexo metabolismo.
Explore a digestão, absorção, e o impacto dos índices
glicêmicos, além de vias metabólicas cruciais como
glicogênese, glicogenólise, e muito mais.

5
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
01 - VISÃO GERAL DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
O que são: Carboidratos são moléculas formadas O glicogênio muscular só fornece glicose para o
por carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo próprio músculo, enquanto o glicogênio hepático
classificadas desde unidades menores chamadas fornece glicose para manutenção da glicemia em
monossacarídeos até polissacarídeos (conjunto de momentos de baixa disponibilidade
monossacarídeos)

Músculo Fígado

Classificação VISÃO VISÃO


GERALVia DODO
das
GERAL METABOLISMO
pentoses
METABOLISMO
Quantidade de carbonos:
fosfato
DOS CARBODIRATOS
DOS CARBOIDRATOS
Pentoses: Ribose e desoxirribose
Hexoses: Glicose, frutose e galactose

Quantidade de unidades Via das pentoses


Galactose
Monossacarídeo (unidade): Glicose, frutose e
galactose
Dissacarídeo: Maltose (Glicose + Glicose), Lactose Tecido adiposo
Frutose Glicogênio
(Glicose + Galactose) e Sacarose (Glicose + Frutose)
Oligossacarídeo: Oligofrutose (fibra alimentar)
Polissacarídeo: Amido e glicogênio GLICOSE DENTRO
DA CÉLULA
O glicogênio é sintetizado
principalmente no fígado e
músculo com gasto de ATP
Gliconeogênese Glicólise
Será que vou
engordar? Acetil-CoA Ácido graxo
Glicemia
Pão Piruvato Lipogênese
de novo

A síntese de gordura a partir do carboidrato se dá


Cetoácidos pelo acúmulo de acetil-CoA no citosol da célula via
NH Acetil-CoA transferência de citrato. Mas isso não quer dizer que
Lactato
o “carboidrato engorda”. A intensidade dessa via só
Glicerol aumentará de forma clinicamente relevante quando
houver um balanço energético positivo (excesso
Aminoácidos calórico)

O amido ingerido deverá ser digerido por A síntese de glicose (gliconeogênese) pode
amilases e dissacaridases para posterior ocorrer a partir de três substratos precursores
absorção intestinal de glicose – Aminoácidos, lactato e glicerol. Os
aminoácidos são os que mais contribuem para
essa via
Cadeia transportadora de elétrons

6
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
02 - O QUE SÃO CARBOIDRATOS
Carboidratos são moléculas formadas por Funções
carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo • Quantidade de carbonos:
- Energia: Substrato para síntese de ATP.
classificadas desde unidades menores - DNA e RNA: Compõe os ácidos nucleicos na Pentoses: Ribose e desoxirribose
chamadas monossacarídeos até polissacarídeos forma de desoxirribose e ribose. Hexoses: Glicose, frutose e galactose
(conjunto de monossacarídeos). - Síntese de aminoácidos.
- Fibras: Auxilia no funcionamento intestinal. • Quantidade de monossacarídeos

Monossacarídeo (unidade): Glicose, frutose e galactose


Oligossacarídeo: Maltose (Glicose + Glicose)
Lactose (Glicose + Galactose)
O QUE SÃO OS CARBOIDRATOS Sacarose (Glicose + Frutose)
Oligofrutose (fibra alimentar)
Como o próprio nome já informa. Carboidratos são
moléculas de carbono hidratadas. Podemos Polissacarídeo: Amido e glicogênio
representa-los através da seguinte fórmula:
(CH2O)n

As moléculas de carboidrato podem estabelecer


ligações químicas com outros carboidratos. Essas
ligações são chamadas de glicosídicas.

Maltose Sacarose Lactose

Carboidratos simples e complexos

Simples: São carboidratos na forma de mono (glicose, Mel Frutas


Glicose Glicose Glicose Frutose Glicose Galactose
frutose) e dissacarídeos (sacarose, lactose). Alimentos
como frutas, mel e cana de açúcar contém
carboidratos simples.
Amido

Complexos: São carboidratos formados por vários


Pão Aipim
monossacarídeos em uma molécula grande e
complexa. Alimentos como o pão, tapioca e aipim
contém carboidratos complexos. Glicose

7
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
03 - DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS CARBOIDRATOS

A digestão dos carboidratos possui o objetivo de


Fontes alimentares transformar moléculas complexas em compostos mais
simples que possam ser absorvidos eficientemente para o
organismo.

Digestão mecânica: Consiste no ato mecânico de mastigação e


mistura do bolo alimentar no intestino, facilitando a digestão
química.
Digestão química: Consiste na “quebra” das ligações
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS químicas por meio de ação enzimática.
CARBOIDRATOS
Amido
As glândulas salivares produzem e secretam a
amilase salivar, responsável pelo início da
digestão química do amido
A mastigação inicia a digestão mecânica do
Amilopectina Amilose
alimento fonte de carboidrato. A amilase salivar
inicia a digestão química do amido,
“quebrando” as ligações α-1,4.
Ligação
Duodeno: A digestão química do amido e demais A digestão do amido é reduzida no
α-1,6
moléculas menores (dextrinas limite, maltose, estômago, tendo em vista a inativação
isomaltase e maltotriose) da amilase no ambiente ácido.
Ligação
Glicose
α-1,4 As sacaridases da borda em escova dos enterócitos
Ligação terminarão de digerir as moléculas menores em
α-1,4 monossacarídeos livres para absorção.
O pâncreas possui a função de produzir e
Amilopectina consiste em polímero de glicose contendo secretar amilase pancreática.
ramificações com ligações α-1,6 e ligações α-1,4
Amilose consiste polímero de glicose linear contento
apenas ligações α-1,4. Açúcar Leite

Dextrina Lactose Absorção


Maltose Sacarose
Enterócito

Glicose Glicose Glicose Frutose Glicose Galactose Galactose


GLUT2
SGLT1
Enzima: Maltase Enzima: Sacarase Enzima: Lactase
Enzima: Desramificadora Glicose Glicose
Na+ GLUT2
GLUT5 Frutose
Frutose

8
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
04 - CONCEITO DE ÍNDICE E CARGA GLICÊMICA
Índice glicêmico Carga glicêmica

O que é: Consiste em uma ferramenta usada para O que é: Consiste na avaliação do impacto glicêmico
investigar a capacidade de um alimento testado em através do produto entre o IG e a quantidade do
aumentar a glicemia pós-prandial quando comparado CONCEITO DE ÍNDICE carboidrato disponível em uma determinada porção
a um alimento padronizado (glicose ou pão branco) E CARGA GLICÊMICA do alimento

Fórmula
Compreendendo o índice glicêmico

• O índice glicêmico é calculado através da área sob a curva


CG = IG x teor de CHO disponível na porção / 100g
do alimento testado em relação a um padrão (glicose ou
pão branco). Classificação do IG

• Metodologia dos estudos: Baixa: < ou igual a 10


- Selecionar uma amostra Média: 11 – 19
Alta: > ou igual a 20
- Avaliar a glicemia em períodos até 120 minutos após ingestão
- Calcular a média do índice glicêmico obtido após 2-3 sessões
de teste
O uso da carga glicêmica é mais interessante na escolha do
alimento do que a análise isolada do IG. No exemplo abaixo
Classificação do IG podemos ver que dois alimentos com diferentes IG podem ser
ofertados para apresentar uma mesma carga glicêmica:
Em relação a glicose:
Baixo: < 55 Médio: 56 – 69 Alto: > 70
Em relação ao pão branco:
Baixo: < 75 Médio: 76 – 94 Alto: > 95 Pão francês – IG: 70
Quantidade de carboidrato a ser ofertado: 15g
Quantidade de pão necessária: ½ metade de um pão
O IG apresenta grande variabilidade intra e CG = 70 x 15g / 100 = 10
interindividual. Na imagem ao lado
podemos perceber a curva glicêmica de 4 Maçã – IG: 40
indivíduos após o consumo de pão branco Quantidade de carboidrato a ser ofertado: 25g
Quantidade da maçã necessária: 160g (1 UND)
CG = 40 x 25g / 100 = 10

9
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
05 - ABSORÇÃO CELULAR DE GLICOSE
Após digestão e absorção intestinal, a glicose sanguínea A absorção celular de glicose se dá por
deverá ser absorvida pelas células nos tecidos corporais. transportadores especializados chamados de GLUTs:
Alguns tecidos e células do corpo são dependentes
exclusivos de glicose (hemácias e cérebro). Enquanto  GLUT1: Hemácias, rins e cérebro (alta afinidade)
outros não.  GLUT2: Fígado, Células β, rins e intestino (baixa
afinidade)
 GLUT3: Neurônios (alta afinidade)
 GLUT4: Músculo e tecido adiposo (média
afinidade)

ABSORÇÃO CELULAR
DA GLICOSE A maioria dos tecidos apresentam em
sua membrana os GLUTs, alguns
dependem da ação de um hormônio,
a insulina, para expressarem e
começarem a captar glicose.
O GLUT 4, presente no músculo e
tecido adiposo é dependente da ação
da insulina.

Captação e transferência
4.) eficiente de glicose para
dentro da célula *Resistência à insulina

Como o próprio nome informa, essa é uma situação


onde a célula torna-se resistente a ação do
hormônio insulina. Em outras palavras, ela se liga ao
A resistência à insulina* geralmente receptor, mas não gera um sinal intracelular.
acontece quando ocorre uma
Sinais associados a inflamação e estresse oxidativo
fosforilação em resíduos SERINA, são os principais responsáveis pela resistência à
inativando o sinal da insulina na célula insulina, aumentando a fosforilação dos resíduos
serina e inibindo o sinal intracelular.

Geração de um Translocação e liberação do


A ligação da insulina com seu
sinal intracelular 3.) GLUT4 presentes nas vesículas
1.) receptor induzirá sua ativação de armazenamento
por uma auto fosforilação em IRS-1/PKB
resíduos de TIROSINA
Após ativação do receptor. Será
2.) gerado um sinal intracelular que
permitirá a ativação e translocação
do transportador de insulina (GLUT4)
para a membrana da célula

10
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
06 - GLICOGÊNESE
Como seu próprio nome já informa, a A glicogênese irá ser estimulada nos momentos
glicogênese consiste em uma via de síntese em que houver disponibilidade de glicose para
(anabolismo) do glicogênio a partir da síntese. Isso acontece principalmente quando
incorporação da glicose em uma molécula ingerimos uma refeição com quantidade Tanto o fígado quanto o músculo
pré-formada. adequada de carboidrato.
sintetizam glicogênio, permitindo
Qual a importância da glicogênese? armazenamento adequado de
glicose.
- Armazenamento de glicose para uso em
momentos de maior necessidade,
permitindo manutenção da glicemia. GLICOGÊNESE
Músculo Fígado

Pra onde será


que vai o
carboidrato
desse pão?

2.) Síntese da cadeia pré-formada

1.) Preparação da glicose A glicogênio sintase realiza a função de


incorporar a UDP-Glicose a cadeia pré- Glicogenina
formada de glicogênio para que seja
construída uma cadeia com uma molécula
de glicose a mais. Nesse processo, ocorrerá

3.)
Incorporação da glicose

A glicose é fosforilada de forma inicial no


carbono 6 com gasto de 1 ATP. Glicogênio A origem da cadeia inicial de glicogênio pré-
Posteriormente, o fosfato é transferido ao formada ocorre pela ação da proteína
Glicogênio GLICOGENINA. Sua função consiste em
carbono 1 para que a glicose 1 fosfato possa
reagir com o UTP, iniciando sua UDP- incorporar as primeiras moléculas de glicose para
Glicose posterior ação da glicogênio sintase
preparação
para a incorporação ao glicogênio
UDP

11
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
07 - GLICOGENÓLISE

A glicogenólise irá ser estimulada nos momentos


em que houver baixa disponibilidade de glicose
A glicogenólise consiste em uma via de
no sangue. Estado de jejum ou exercício físico A degradação do glicogênio ocorre tanto
degradação (catabolismo) do glicogênio para
são situações que estimulam essa via metabólica. no músculo quanto no fígado.
disponibilização de glicose. Portanto, sua função
O glicogênio muscular fornece glicose
é oposta à da glicogênese (síntese de
para uso no próprio músculo como fonte
glicogênio).
de energia.
Qual a importância da glicogenólise? O glicogênio hepático fornece glicose
para manutenção da glicemia.
- Manutenção da glicemia GLICOGENÓLISE
- Fornecimento de glicose para suprir a Músculo Fígado
demanda energética em tecidos
dependentes (nervoso e hemácias) e no
exercício físico. Eu te avisei que
era pra
ressintetizar seu
glicogênio!’

Sangue
Glicemia

Glicose
1.) Degradação do glicogênio 2.) Desramificação Glicose 6
fosfatase

A glicogênio fosforilase “quebra” Glicose 6 fosfato


ligações α-1,4 do glicogênio,
liberando glicose.
Fosfoglicomutase
Sua atuação ocorre até que um
Glicose 1 fosfato
valor de 4 resíduos de glicose
próximos da ramificação (observar A enzima desramificadora transfere o grupo de
a imagem à esquerda) três glicoses para extremidade da outra cadeia e
“quebra” a ligação α-1,6 responsável pela
ramificação. Isso permite o desmonte adequado
molécula para que a glicogênio fosforilase
continue atuando até que não sobre mais glicose
disponível.

12
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
08- GLICÓLISE
Qual a importância da glicólise?
Consiste em uma via linear com grande
fluxo de carbonos, responsável pela - Produção rápida de ATP sem dependência do
oxidação inicial da glicose em piruvato. oxigênio.
- Local de destino dos compostos de outras vias
metabólicas.
- Oxidação inicial da glicose.
GLICÓLISE
Fase de preparação Fase de pagamento

(1) Glicose (2) Gliceraldeído 3 fosfato


1.) AT O objetivo da fase de preparação 2 Pi
Hexoquinase consiste em preparar os primeiros 2 Gliceraldeído 3-P- 6.)
A desidrogenase

D
intermediários da via para que as 2 NADH +
(1) Glicose 6 reações posteriores se tornem (2) 1,3
energeticamente favoráveis. É como
2.) Fosfo -hex ose - se a gente gastasse dinheiro (ATP) 2
isomerase Fosfoglicerato-
2 quinase 7.)

(1) Frutose 6 fosfato A primeira oxidação, responsável pela


(2) 3-Fosfoglicerato
oxidação inicial da glicose, permite a
AT formação de 2 NADH que poderão ser
3.) Fosfoglicerato-
A Fosfofrutoquinase-1 usados para produzir ATP na cadeia mutase 8.)
D
(1) Frutose 1,6 Apenas a 1º, 3º e 10º reações da
(2) 2-Fosfoglicerato
glicólise são irreversíveis. Ou seja, será
necessário utilizar outras enzimas ou
4.) Aldolase 9.)
outro caminho bioquímico para Enolase
2 H2O

(1) Gliceraldeído 3 fosfato + (1) Di- (2) Fosfoenolpiruvato

Triose-fosfato- 2
5.) Piruvato quinase
10.)
isomerase
SALDO 2

(2) Gliceraldeído 3 2 ATP


(2) Pruvato
2 NADH

13
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
09- GLICONEOGÊNESE

A gliconeogênese ocorre Devemos considerar que existem tecidos do


Consiste em uma via linear capaz de produzir principalmente no fígado e rim, nosso organismo que utilizam prioritariamente
glicose a partir de outros compostos do nosso mas a contribuição hepática é glicose como fonte de energia. Por isso, nunca
metabolismo. Isso é crucial para manter a mais relevante. poderá faltar glicose.
disponibilidade de glicose adequada para as Uso diário de glicose:
células e tecidos que à utilizam de forma 1. Sistema nervoso (~120 g/dia)
2. Hemácias

GLICONEOGÊNESE
Situações práticas que podem aumentar a
gliconeogênese: Cérebro Hemácia
1. Jejum
2. Exercício físico
Glicose
3. Diabetes Mellitus
4. Dieta cetogênica
Glicose 6

A gliconeogênese e a geração de corpos Glicose 6


cetônicos são respostas bioquímicas a falta de
glicose no corpo. O nosso cérebro poderá se Frutose 1,6
adaptar para usar também os corpos cetônicos, Como podemos ver, na
de modo a diminuir o gasto de aminoácidos na gliconeogênese utilizamos enzimas
gliconeogênese (poupar proteínas)
Frutose 1,6
diferentes para contornar a 1º, 3º e
Mesmas
10º reações irreversíveis da glicólise
reações da
glicólise
Carro Carro flex
Fosfoenolpiruvato
PEP Carboxiquinase
Oxaloacetato
Piruvato carboxilase

Piruvato
Glicose Corpos Glicose NH
cetônic Lactato
Aminoácidos Glicerol
Aminoácidos
Aminoácidos
Ureia

14
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
10- VIA DAS PENTOSES FOSFATO
Qual a importância da via das pentoses?
Assim como a glicólise, a via das pentoses - Produção de NADPH, coenzima necessária
fosfato também consiste em uma via oxidativa para as reações de síntese dos ácidos graxos e
(retirada de elétrons). No entanto, seu objetivo colesterol. Além da reciclagem de glutationa
bioquímico não é produzir ATP. Mas sim, (função antioxidante)
sintetizar NADPH e ribose 5 fosfato - Síntese de ribose 5 fosfato, importante para a
síntese de síntese de nucleotídeos (RNA e DNA)

VIA DAS PENTOSES


FOSFATO

Fase não-oxidativa

Fase oxidativa

Xilulose 5
Frutose 6 fosfato
+
2 NADP+
2 NADPH
Glicose 6 fosfato Ribulose 5 fosfato

Gliceraldeído 3 fosfato

Ribose 5 fosfato

A fase oxidativa é responsável pela grande produção A fase não-oxidativa é caracterizada pela síntese de xilulose 5
de NADPH. fosfato e ribose 5 fosfato. Este último é precursor de
Tecidos como fígado, tecido adiposo e glândulas nucleotídeos (RNA e DNA), sendo essencial ao crescimento e
mamárias apresentam intensa atividade nessa via, desenvolvimento celular.
tendo em vista a importância do NADPH para síntese Uma série de outros açúcares são produzidos até a formação
de ácidos graxos e colesterol de frutose 6 fosfato e gliceraldeído 3 fosfato. Como ambos
fazem parte da glicólise, podem voltar a ser glicose novamente.

15
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
11- METABOLISMO DA GALACTOSE

Lactase
Galactose consiste em um carboidrato + H2O
contendo seis carbonos na molécula (hexose).
Sendo obtida através da digestão da lactose
encontrada no leite e seus derivados Lactose Galactose Glicose

METABOLISMO DA A glicose e galactose são considerados


Sabia que a GALACTOSE epímeros, ou seja, possuem a mesma
galactose quantidade de carbono, hidrogênio e
vem da oxigênio, mas diferem em apenas um átomo
de carbono na molécula.
A galactose é obtida pela alimentação através
Leite da ingestão da lactose presente nos laticínios.
Importante deixar claro que a intolerância à Galactose
lactose é uma anormalidade relacionada ao
comprometimento da digestão da lactose. ATP Galactoquinase
Lactose Absorção Sem relação direta com a galactose.
(Glicose + Galactose)
Enterócito
Circulação Fígado Galactose 1
Lactase UDP-
sanguínea
Galactose fosfato
Glicose 1 uridil transferase
GLUT2
Glicose SGLT1
Galactose
UDP-Galactose
Galactose
Na+ GLUT2 Epimerase
Frutose
Frutose
GLUT5

UDP-Glicose
Lúmen
intestinal Como podemos ver, o metabolismo da Fosfoglicomutase
galactose no fígado pode gerar glicose 6
fosfato. Como este último é um intermediário
da glicólise, poderá seguir dois destinos: Glicose 6 fosfato
1. Síntese de glicose (gliconeogênese)
2. Síntese de piruvato para obtenção de
ATP Glicose 6 fosfato é um
intermediário da glicólise

16
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
12 - METABOLISMO DA FRUTOSE
A frutose consiste em um carboidrato A frutose pode seguir 4 destinos
contendo 6 carbonos (hexose). Sendo metabólicos principais:
encontrada nas frutas e vegetais, açúcar,
mel e adicionada aos alimentos 1. Conversão em glicose
industrializados 2. Síntese de gordura
3. Conversão em lactato
Frutose dos alimentos 4. Formação de ATP (CO2 e H2O)

METABOLISMO
DA FRUTOSE
= Frutose
A síntese de gordura a partir da frutose AT
parece ser mais fácil quando comparada a Frutoquinase
As frutas e vegetais diferem dos industrializados A
glicose. Isso provavelmente está relacionado
açucarados em qualidade e quantidade. Sabemos a falta de controle inibitório na via da frutose, D
que as frutas e sucos in natura possuem fibras, gerando excesso de acetil-CoA.
micronutrientes e compostos bioativos. Frutose 1 fosfato
Na via da glicose (glicólise), o excesso de
O consumo médio de frutose a partir das frutas é acetil-CoA pode inibir uma enzima da via
4,34 g/dia. Enquanto a partir dos industrializados Frutose 1 fosfato
(fosfofrutoquinase-1), diminuindo o fluxo de aldolase
é 100 a 150 g/dia carbono
Absorção
Enterócito
Fígado
Gliceraldeído + Diidroxiacetona
Lúmen Circulação
intestinal Triose
sanguínea
quinase

Gliceraldeído 3 fosfato Glicerol 3 fosfato

GLUT5 GLUT2

Frutose Frutose
Piruvato
O excesso de frutose pode aumentar a Triacilglicerol
síntese de ácido graxo em decorrência
(gordura)
do acúmulo de acetil-CoA. No entanto,
isso só irá ocorrer se quantidades Acetil-CoA
elevadas (alimentos industrializados)
forem ingeridas
Ácido graxo

17
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
13 - CONTROLE HORMONAL DO METABOLISMO DA GLICOSE

O metabolismo dos carboidratos é constantemente Insulina: Consiste em um hormônio produzido pelas células β do pâncreas com
orquestrado por dois hormônios secretados pelo pâncreas. A principal função de aumentar a captação de glicose pelos tecidos corporais.
insulina e o glucagon possuem um objetivo em comum: Glucagon: Consiste em um hormônio produzido pelas células α do pâncreas
Garantir a regulação corporal do metabolismo dos com principal função de estimular vias metabólicas capazes de aumentar os
carboidratos e energético. níveis glicêmicos.

CONTROLE HORMONAL DO
METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

O aumento da glicemia e, até mesmo, aminoácidos


A diminuição da glicemia pode estimular a secreção
podem estimular a secreção de insulina pelas Estado Jejum de glucagon por meio das células α no pâncreas.
células β do pâncreas. Permitindo que a insulina
alimentado Assim como a insulina, o glucagon age para regular
possa regular o metabolismo dos carboidratos e
o metabolismo, mas através de funções contrárias.
demais nutrientes.

Glicemia elevada Glicemia baixa


A insulina exerce ação em diversos órgãos e tecidos: O glucagon exerce ação em diversos órgãos e tecidos:

No fígado: Estimula a síntese de glicogênio, síntese de No fígado: Estimula a síntese de glicose


gorduras e inibição da gliconeogênese, afinal, seria (gliconeogênese), corpos cetônicos e a degradação do
desnecessário produzir glicose quando a glicogênio (glicogenólise). Inibe a síntese de
disponibilidade glicêmica está elevada. glicogênio (glicogênese) e de gordura (lipogênese).
No tecido adiposo: Estimula lipólise dos triglicerídeos.
No músculo: Ocorre estímulo a síntese de glicogênio
(glicogênio) e proteínas. Além da inibição da
degradação do glicogênio (glicogenólise).

No tecido adiposo: Estimula a síntese e


armazenamento de gordura (lipogênese), inibindo a O glucagon e a insulina funcionam como sensores no
lipólise dos triglicerídeos. metabolismo dos carboidratos. Logo, devemos
Músculo Fígado Tecido adiposo compreender que suas ações irão depender do
ambiente metabólico gerado a partir das mudanças
diárias na disponibilidade de carboidratos.

Apesar da insulina estimular a síntese de gordura, é


um grande erro associar a estimulação da insulina
como sinônimo de acúmulo de gordura corporal.
Este último depende do excesso de calorias
mantidas por um longo período.

18
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
METABOLISMO DAS PROTEÍNAS
Aprofunde-se no mundo das proteínas, abordando sua
composição, digestão, e absorção. Entenda o valor biológico
das proteínas, o turnover proteico, e os processos de síntese e
catabolismo, essenciais para a nutrição e saúde.

19
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
14 - VISÃO GERAL DAS PROTEÍNAS

São moléculas necessárias para a vida. Existem Classificação


O que são: Proteínas são macromoléculas milhares de proteínas no organismo, desempenhando
(polipeptídeos) formadas por blocos ou unidades • Quantidade de aminoácidos:
funções específicas para manter o funcionamento
menores chamadas aminoácidos. bioquímico adequado. Dipeptídeo: 2 AA
Proteína Tripeptídeo: 3 AA
Aminoácidos Tetrapeptídeo: 4 AA
Oligopeptíde: Até 30 AA
Polipeptídeo: > 30 AA
VISÃO GERAL DAS PROTEÍNAS
• Estrutura espacial

Primária: Linear
Secundária: α-hélice e folhas-β
Terciária: Dobramento
Quaternária: Conjunto de cadeias polipeptídicas
Você consome
Proteínas
proteína
adequadamente?
Anabolismo Catabolismo
A síntese e degradação de proteínas irá Ureia
depender da necessidade celular no Ácidos graxos
Aminoácidos
momento. O meio externo é determinante
para que a célula sintetizar ou não novas
Lipogênese
proteínas. Desaminação
Cetoácidos de novo

1.)
NH3
As proteínas da dieta são digeridas Transaminação
inicialmente no estômago pela AA glicogênicos AA cetogênicos
Proteínas ação da pepsina. Cetoácidos
Síntese
2.) Piruvato Acetil-CoA
Os polipeptídeos gerados
continuarão a ser digeridos Glicose
pela tripsina e quimiotripsina Gliconeogênese
Polipeptídeo
pancreática até obtenção de di
Dipeptídeo e tripeptídeos menores. Além Os aminoácidos podem ser glicogênicos (formam
3.) dos aminoácidos livres. A glicose produzida poderá abastecer
a glicemia em situações de baixa glicose) ou cetogênicos (formam acetil-CoA).
Os aminoácidos absorvidos serão disponibilidade de glicose Os glicogênicos contribuem significativamente
transportados principalmente ao Aminoácidos para síntese de glicose (gliconeogênese)
fígado pela circulação portal-
hepática

20
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
15 - O QUE SÃO AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

As proteínas são moléculas complexas formadas por Proteína significa primeira substância fundamental: Funções das proteínas
aminoácidos. Protos (grego) = Primeiro • Estrutural (Colágeno e queratina)
Essas unidades menores (aminoácidos) são Ina = Substância fundamental • Transporte de oxigênio (Hemoglobina e
organizadas em formas diferentes para conferir a mioglobina)
composição específica de cada proteína. • Sistema imune (anticorpos ou
imunoglobulinas)
• Sistema endócrino (hormônios)
O QUE SÃO AMINOÁCIDOS • Produção de energia (citocromo C)
• Enzimática (pepsina e demais enzimas)
E PROTEÍNAS
Os aminoácidos são formados por três grupos:
1. Grupo amino: Grupamento que contém
nitrogênio na forma (NH2).
2. Grupo carboxila
3. Cadeia lateral: Grupamento específico de cada As proteínas basicamente consistem em
aminoácido. Os aminoácidos podem se ligar uns com os outros através grandes moléculas formadas por aminoácidos.
de ligações peptídicas. Semelhante a um muro formado por blocos
Como podemos ver na imagem abaixo, essas ligações menores
ocorrem através da reação entre o nitrogênio do grupo
Estrutura do aminoácido amino de um aminoácido com o carbono do grupo carboxila
do outro aminoácido. Proteína

Aminoácido

Grupo amino Grupo


carboxila
Carbono α

Ligação peptídica

Cadeia lateral
Aminoácidos essenciais, não-essenciais e
condicionalmente essenciais Estrutura espacial das proteínas
O que diferencia cada aminoácido? Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura
Essencial: Consiste em aminoácidos que nosso organismo não primária secundária terciária quaternária
pode sintetizar. Por isso, é essencial obter através da
Os aminoácidos se diferenciam através das
alimentação.
diferentes cadeias laterais. Cada aminoácido possui
Não-essencial: Consiste em aminoácidos que nosso organismo
a sua cadeia lateral, permitindo que desempenham
pode sintetizar.
diferentes funções para a proteína formada.
Condicionalmente essencial: Consiste em aminoácidos que
podem se tornar essenciais em determinadas condições
específicas. Resíduos de α hélice Cadeia Polipeptídios
aminoácidos polipeptídica agregados

21
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
16 - DIGESTÃO E ABSORÇÃO DAS PROTEÍNAS

A desnaturação das proteínas consiste Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura


apenas em um processo de primária secundária terciária quaternária
A digestão das proteínas consiste em um conjunto de
eventos mecânicos (mastigação) e químicos (enzimas) descaracterização da sua estrutura espacial
que resultam na ”quebra” das ligações peptídicas até obtenção final da estrutura primária
entre os aminoácidos presentes em uma determinada
estrutura proteica.

Resíduos de Cadeia Conjunto de


α-Hélice
aminoácidos polipeptídica polipeptídeos

DIGESTÃO E ABSORÇÃO As proteínas são organizadas em quatro estruturas espaciais


DAS PROTEÍNAS diferentes:

Primária: Estrutura linear com apenas ligações peptídicas entre os


1.) aminoácidos.
Secundária: Estrutura enovelada contendo ligações fracas adicionais
A mastigação inicia o processo de digestão entre os aminoácidos.
e mistura mecânica do alimento contendo Terciária: Estrutura enovelada com presença de dobramentos.
proteína Quaternária: Conjunto de polipeptídeos contendo dobramentos.

2.)
O pH ácido estômago inicia a digestão A absorção de tri e dipeptídeos é mediada por
química das proteínas promovendo transportador dependente de íons H+.
sua desnaturação, além de permitir a A bomba de Na+ e K+ gera um gradiente de concentração
3.) conversão do pepsinogênio em de Na+ que também contribui para a geração do
O pâncreas pode secretar zimogênios pepsina, responsável pela “quebra” gradiente de concentração de H+ via transportador de
inativos que serão convertidos nas das ligações peptídicas entre os Na+ e H+.
proteases ativas: Tripsina, aminoácidos, formando
quimiotripsina, carboxipeptidases e oligopeptídeos 6.) Enterócito
elastase que continuam a digestão das Bomba de
Membrana Membrana
proteínas no intestino. Na+ e K+
luminal basolateral
Transportador
4.) de Na+ e H+

Oligopeptidases presentes na borda em Lúmen


Sangue
escova dos enterócitos terminam de digerir intestinal
os oligopeptídeos em tri e dipeptídeos,
gerando aminoácidos livres. 5.) Dipeptídeos
Absorção de tripeptídeo, dipeptídeo e Tripeptídeos
aminoácidos livres pela membrana luminal

22
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
17 - VALOR BIOLÓGICO DAS PROTEÍNAS

A quantidade de aminoácidos essenciais e o nível de Classificação


digestibilidade são os dois principais fatores que • Completas: São proteínas que possuem todos
Quanto maior a quantidade de aminoácidos determinam a qualidade das proteínas os aminoácidos essenciais para nosso
essenciais, maior o valor biológico das proteínas. organismo.
• Parcialmente completas: São proteínas que
contém quantidade mínima de aminoácidos
essenciais.
A digestibilidade de uma proteína consiste na VALOR BIOLÓGICO DAS • Incompletas: São proteínas que não possuem
capacidade de uma proteína oferecer aminoácidos aminoácidos essenciais em quantidades
disponíveis para uso nos tecidos após o processo de
PROTEÍNAS mínimas necessárias para o funcionamento do
digestão e absorção. organismo em longo prazo.

Fontes de proteína vegetal Fontes de proteína animal

A maioria das proteínas animais fornecem grande


As proteínas vegetais podem apresentar uma quantidade
quantidade de aminoácidos essenciais. Por isso, geralmente
menor de aminoácidos essenciais quando comparada as
são classificadas como proteínas completas.
proteínas de origem animal. Por isso, geralmente são
classificadas como proteínas parcialmente completas,
apesar de que é importante evitar a generalização.
Calculando a qualidade de uma
proteína (PDCAAS)

O que é desnaturação 1. Passo: Determinar o score do aminoácido


Apesar das diferenças na qualidade das proteínas
individuais de origem animal e vegetal, nosso objetivo limitante da proteína (quantidade de aminoácido
Desnaturação de uma proteína consiste no desdobramento em mg por grama de proteína dividido pela
principal é avaliar a capacidade geral de uma dieta ofertar
ou transformação da proteína de volta a estrutura linear, proteínas. Pensando através dessa perspectiva, as dietas recomendação da OMS)
ocasionando perda de sua função. 2. Passo: Calcular o PDCAAS: Devemos multiplicar o
veganas quando bem planejadas podem oferecer
quantidades ideais de proteínas para nosso organismo valor do score acima pelo valor da digestibilidade
O aquecimento da proteína pode provocar sua da proteína.
desnaturação, facilitando o processo digestivo.

Proteína da clara do ovo


desnaturada

Score Digestibilidade

23
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
18 - TURNOVER PROTEICO

Parte dos aminoácidos ingeridos pela dieta serão Intestino Fígado


Consiste no processo de renovação de proteínas através retidos em órgãos com alta atividade de
da geração de um “pool” (conjunto) de aminoácidos regeneração celular (intestino e fígado).
provenientes da (1.) degradação de proteínas Permitindo que uma pequena parte de fato
endógenas, alimentação e síntese de novos aminoácidos atinja outros tecidos corporais (músculos).

TURNOVER PROTEICO
Degradação de
Ingestão dietética
(-) Catabolismo (+) proteínas endógenas

“Pool” de aminoácidos
(+) (-)
Anabolismo Anabolismo
A ingestão excessiva de proteínas pela dieta pode
aumentar a síntese de ureia pela desaminação dos
aminoácidos adicionais que não serão aproveitados O anabolismo está associado com a existência de um
pelo organismo (lembrem que nós não armazenamos balanço nitrogenado positivo. Permitindo que a
aminoácidos). síntese de proteínas seja maior que sua degradação.

O catabolismo proteico consiste no processo inverso.


Ocorre quando existe um balanço nitrogenado
Ureia negativo. Permitindo que a síntese de proteínas seja
menor que sua degradação. Por isso, perder massa
muscular é caracterizada como uma situação
catabólica e de risco a saúde.
Cerca de 50% da ureia filtrada nos rins serão
excretadas na urina.

Síntese de aminoácidos

24
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
19 - SÍNTESE DE PROTEÍNAS
O DNA é composto por nucleotídeos que contém
bases nitrogenadas combinadas especificamente
A síntese de proteínas acontece a partir de uma ordem de em pares por meio de pontes de hidrogênio.
aminoácidos organizadas previamente pelo código Como podemos ver:
genético estruturado em nosso DNA na forma de um gene 1. Adenina se combina com timina
2. Guanina se combina com citosina
Pontes de hidrogênio
SÍNTESE DE
PROTEÍNAS

A expressão dos genes para a síntese de Após a expressão do gene será necessário que o Citosina Guanina
uma proteína irá depender das RNA mensageiro possa ser mantido estabilizado
para que ocorra a fase de tradução pelo RNA Adenina Timina
necessidades celulares, tipo de célula e
interação com o ambiente externo. transportador, permitindo a síntese proteica na
presença de aminoácidos e ATP

Transcrição Tradução Função celular

DNA RNA mensageiro RNA transportador


Proteína Função específica
Aminoácido
Bases nitrogenadas
Proteína estrutural
4 ATP
Par de bases Hormônio
Códon
Proteína de transporte
Códon consiste em um código de
três bases nitrogenadas onde um Após a síntese da cadeia
polipeptídica, a proteína poderá
aminoácido específico irá se ligar Proteínas contráteis
Hélices de açúcar fosfato para a síntese da proteína se dobrar até atingir a estrutura
(actina e miosina)
que desempenhe sua função

25
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
20 -DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS
Em nosso organismo, existe dois sistemas celulares
A degradação de proteínas consiste em um processo de responsáveis pela degradação de proteínas:
hidrolise ou “quebra” das ligações peptídicas que ligam
cada aminoácido de uma determinada proteína. 1. Sistema lisossomal (não dependente de ATP)
2. Sistema ubiquitina proteassoma (dependente
de ATP)
CATABOLISMO PROTEICO

A degradações de proteínas ocorrerá de acordo com


a necessidade celular para garantia de sua
homeostase em curto e longo prazo.
Função desnecessária: Quando um músculo é Degradação associada a desnutrição: Nesse
imobilizado, as proteínas miofibrilares podem caso, a degradação proteica é induzida pela alta
ser degradadas por se tornarem desnecessárias demanda energética para síntese de ATP e
Danos a estrutura: Quando uma proteína sofre garantia da sobrevivência
um dano capaz de afetar sua estrutura e função,
Sistema lisossomals a melhor opção para a célula é iniciar sua
Ubiquitina proteassoma
degradação e ressintetizá-la
Meio extracelular
Proteína
Partícula proteica exógena
exocitose de
resíduos

O sistema lisossomal será utilizado quando a


célula necessitar degradar uma proteína
exógena (obtida do meio extracelular).

O sistema ubiquitina proteassoma será Unidades regulatórias


utilizado quando a célula necessitar degradar
Proteassoma
uma proteína endógena (produzida e utilizada
na própria célula). Unidade catalítica
(proteasoma 20S)

Peptídeos e aminoácidos

26
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
21 - ENZIMAS
As enzimas aumentam a velocidade das reações através
da diminuição na energia de ativação necessária para
que uma determinada reação ocorra. Isso é crucial para Como aumentamos a velocidade de uma reação?
que a célula possa se reorganizar bioquimicamente.
1. Aumento da concentração do substrato
As enzimas são proteínas essenciais a vida. Sua (reagente): Aumentar a quantidade do reagente
principal função é catalisar diversas reações químicas pode contribuir para aumento da
dentro de nossas células. velocidade da reação que forma o produto.
Sem as enzimas, tais reações poderiam demorar 2. Aumento da temperatura: Contribui para
longos períodos para acontecerem, sendo ENZIMAS aumentar a energia até o ponto necessário a
biologicamente inviável para manutenção da vida. ocorrência da reação
3. Diminuir a energia de ativação: Diminuir a energia
de ativação necessária para que a
reação aconteça.

Especificidade Complexo
enzima-substrato Energia de ativação
As enzimas se ligam especificamente aos (ES)
substratos utilizados na reação química. Isso As enzimas atuam diminuindo a energia de
permite que apenas as moléculas reagentes ativação das reações químicas. Esse é o
específicas sejam utilizadas na reação, mecanismo pelo qual as enzimas podem
garantindo maior eficiência. agir para acelerar as velocidades das
Enzima (E) milhares de reações que acontecem nas
Enzima (E) Substratos (S) céculas.
Produtos (P)

E+S ES E+P
Equilíbrio
Ambiente ideal
A formação do produto é dependente do equilíbrio
existente entre a concentração da enzima (E) e As enzimas atuam em um ambiente ideal específico para cada classe enzimática. O pH e a
substrato (S) com o complexo (ES). Sendo assim, o temperatura são os dois principais determinantes desse ambiente.
aumento da concentração de substrato pode Cada enzima atua em uma faixa de pH e temperatura que não prejudique sua estrutura e
induzir o fluxo da reação para formação dos função.
produtos. Exemplo: A pepsina é uma enzima proteolítica que pode atuar no pH ácido do estômago,
enquanto a glicoquinase atua no hepatócito em pH celular mais próximo do neutro.

26 27
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
22 - OXIDAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS

O grupo amino retirado do aminoácido


A oxidação de aminoácidos consiste em um poderá ser utilizado para a síntese de Os aminoácidos são oxidados principalmente em duas
processo caracterizado pela retirada do grupo outros compostos contendo nitrogênio situações fisiológicas comuns:
amino dos aminoácidos (desaminação ou ou seguir para o ciclo da ureia para 1. Suprir necessidades energéticas: Produção de
transaminação) com posterior oxidação de cada posterior excreção através dos rins ATP
cetoácido em seus respectivos intermediários 2. Produção de glicose.

OXIDAÇÃO DOS
1º Passo: Transporte de aminoácido AMINOÁCIDOS
Cada aminoácido quando oxidado poderá seguir seus
Demais tecidos
destinos metabólicos.
Músculo
O grupo amino dos aminoácidos
Alguns aminoácidos poderão gerar intermediários
corporais é transportado ao
fígado na forma de alanina e capazes de originar glicose (aminoácidos glicogênicos).
glutamina Outros, por sua vez, poderão gerar acetil-CoA e corpos
cetônicos (aminoácidos cetogênicos).

Aminoácidos da
Destino metabólico dos aminoácidos
dieta
No fígado, os aminoácidos captados doam
o seu grupo amino para formação do
glutamato a partir de α-Cetoglutarato.
O glutamato é o principal doador de
grupo amino e íon amônia para a síntese
de ureia
Alanina

Ureia e íon amônia são as principais


formas de eliminação de nitrogênio do
nosso organismo através dos rins

Glicose
Glutamina

Síntese de ureia

28
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
23 - CICLO DE UREIA
Consiste em uma via bioquímica cíclica
especializada na produção de ureia a partir do íon A ureia consiste em uma molécula utilizada como
amônia obtido a partir da desaminação dos forma de excretar nitrogênio do organismo
aminoácidos através dos rins.
CICLO DA UREIA
Glutamina Glutamato

Etapas do ciclo da ureia


1.)
O glutamato possui uma função
O ciclo da ureia inicia dentro da mitocôndria
central no ciclo da ureia. Sua
através da reação entre o carbamoil-fosfato e a
função principal é fornecer
ornitina, formando o composto citrulina.
grupo amino para formação do
aspartato e liberação de íon
amônia para início do ciclo e 2a.)
síntese de ureia Após sair da mitocôndria, a citrulina se combina
com o ATP para formar o intermediário citrulil-
AMP. Permitindo uma reação posterior com o
aspartato

2b.)
Cerca de 50% da ureia filtrada nos O aspartato se combina com o intermediário-
rins é excretada na urina. Sendo citrulil com liberação do AMP no meio,
assim, consiste no principal garantindo a síntese de arginino-succinato
mecanismo de eliminação do
nitrogênio corporal.
3.)
Excreção renal
Arginino succinato é clivado (separado) em
duas moléculas: Fumarato e Arginina.

4.)
Arginina sofre uma hidrólise (adição de H2O),
permitindo a formação de ureia e ornitina.
Esta última deve retornar a mitocôndria para
reiniciar o ciclo.

29
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
24 -BIOSSÍNTESE DE AMINOÁCIDOS
Aminoácidos não-essenciais: Consiste em aminoácidos que nosso organismo é capaz de
A biossíntese de todos os aminoácidos ocorre a partir do produzir.
esqueleto de carbono da glicose.
Aminoácidos essenciais: Consiste em aminoácidos que nosso organismo não é capaz de
As plantas são capazes de produzir os aminoácidos
essenciais consumidos pelos animais para que seja produzir. Sendo necessária sua obtenção através da alimentação. Podemos destacar 9
possível a síntese de suas proteínas. tipos: Leucina, isoleucina, valina, triptofano, fenilalanina, metionina, lisina, histidina e
treonina.

Eu produzo e forneço BIOSSÍNTESE DE


proteínas contendo Histidina
aminoácidos essenciais Eu obtenho os
AMINOÁCIDOS
aminoácidos dos vegetais
e produzo proteínas de Glicose Ribose 5 fosfato
alto valor biológico

Glicose 6 fosfato

O esqueleto de carbono dos Serina


aminoácidos são quase que
totalmente derivados a partir 3-fosfoglicerato
da glicose Glicina
Fluxo dos aminoácidos Cisteína
essenciais Fosfoenolpiruvato
Triptofano
Fenilalanina
Nós obtemos Alanina Tirosina
Piruvato
aminoácidos tanto Valina
das proteínas vegetais Isoleucina
quanto animais Leucina

Aspartato
Ciclo de Krebs Glutamato

Oxaloacetato α-cetoglutarato

Asparagina
Por serem de alto valor biológico, as proteínas animais Metionina Glutamina
fornecem o maior fluxo de obtenção dos aminoácidos Treonina Prolina
essenciais Lisina Arginina

30
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
METABOLISMO DOS LIPÍDIOS
Explore o metabolismo dos lipídios, desde a digestão até a
absorção e transporte no corpo. Aprenda sobre o
metabolismo das lipoproteínas, a biossíntese de ácidos
graxos, e os processos de lipólise e oxidação.

31
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
25 -VISÃO GERAL DO METABOLISMO LIPÍDICO
O que são: Lipídeos são substâncias com Os lipídeos podem ser armazenados
Classificação características hidrofóbicas (insolúveis em água) eficientemente no tecido adiposo na forma de
constituídas por átomos de carbono, hidrogênio e triglicerídeos (TG). Garantindo uma grande
• Lipídeos simples: Composto exclusivamente lipídico oxigênio. reserva de energia para nosso corpo
(Exemplo: Ácidos graxos e triglicerídeos
Tecido adiposo
• Lipídeos compostos: Contém outra molécula não
lipídica (Exemplo: fosfolipídio e lipoproteína) Triglicerídeo
VISÃO GERAL DO
• Lipídeos derivados: Substância derivada a partir de
METABOLISMO LIPÍDICO
um lipídeo (Exemplo: Vitamina D).

Esteroides: Substâncias derivadas do colesterol



(Exemplo: Hormônios – Testosterona e estrógeno)
A lipólise consiste na “quebra” das
ligações do triglicerídeo, permitindo a Lipólise
liberação de ácido graxo livre do
tecido adiposo para o sangue. Ácidos graxos
Lipídeos da Glicerol
Será que tem dieta
diferença?

Oleaginosas Glicose Aminoácidos +


Hambúrguer

Lipogênese
Quilomícrons de novo
Ácido graxo
Insaturado saturado

Tecidos Os ácidos graxos são inicialmente


Acetil-CoA oxidados na mitocôndria através da β-
corporais
Apenas ligações oxidação.
Insaturação simples
Quilomícrons
(ligação dupla) Nessa via, o acido graxo é oxidado em
Remanescentes
acetil-CoA para obtenção final de ATP
As gorduras podem ser divididas em: na cadeia transportadora de elétrons.

Saturada: Apresenta ácidos graxos com apenas


ligações simples na molécula. Fígado
Insaturada: Apresenta ácidos graxos com ligações IDL
duplas (insaturação) na molécula. Cadeia transportadora de elétrons
1 insaturação: Gordura monoinsaturada
>1 Insaturação: Gordura poli-insaturada VLDL LDL ATP

32
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
26 -O QUE SÃO LIPÍDIOS

Os ácidos graxos são os lipídios utilizados como fonte de nergia


Os lipídios (lipos, em grego, significa gordura)
constituem uma classe de compostos caracterizados pelo nosso organismo e podem ser classificados de diferentes
por sua alta solubilidade em solventes orgânicos e por formas:
serem praticamente insolúveis em água. Quanto ao tipo de ligação química entre os carbonos (saturada ou
insaturada)
Quanto ao cumprimento da cadeia de carbono (cadeia curta - 2 a
4 carbonos, média - 6 a 10 carbonos e longa - 12 ou mais)
Quanto ao local da dupla ligação (ômega 3, 6 e 9)
O QUE SÃO LIPÍDIOS

Apresentam estrutura bastante variada e exercem diversas


funções biológicas, como reservas de energia e componentes
de membranas e outras estruturas celulares; eles próprios ou
seus derivados têm também função de vitaminas e hormônios.

Os insaturados podem ser classificados em


monoinsaturados (com apenas uma dupla ligação ou
Os lipídios são os principais
poliinsaturado (com mais de duas duplas ligações)
constituintes da membranacelular

Os lipídios mais abundantes na natureza são os triacilgliceróis (também denominados


triglicerídios ou triglicérides), constituídos por três moléculas de ácidos graxos
esterificadas a uma molécula de glicerol

As gorduras animais e os óleos vegetais são misturas


de triacilgliceróis, que diferem na sua composição
em ácidos graxos.
A molécula de coleterol também faz
parte da estrutura da membrana celular, Os das gorduras animais são ricos em ácidos graxos
além de ser precurssora de hormônios saturados, o que atribui a esses lipídios uma
(como a testosterona, estradial, cortisol consistência sólida à temperatura ambiente; os de
e aldosterona) e da vitamina D origem vegetal, ricos em ácidos graxos insaturados,
são líquidos.

33
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
27 -DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS LIPÍDIOS
Cada tipo de lipídio sofre a ação específica de um tipo de
A digestão dos lipídios da dieta ocorre através da
enzima lipolítica durante o processo digestivo. Segue
eficiente ação das enzimas lipolíticas presentes em
abaixo os principais lipídios ingeridos em nossa dieta:
nosso trato gastrointestinal. Antes de tudo, os lipídios
devem ser solubilizados no nosso intestino Fosfolipídios
Triglicerídeo Colesterol esterificado

DIGESTÃO E ABSORÇÃO
DOS LIPÍDIOS
Lipases Colesterol esterase Fosfolipase

Para que ocorra a digestão eficiente dos lipídios, a bile é Triglicerídeos: São hidrolisados pelas lipases em ácidos graxos
secretada na porção inicial do intestino (duodeno) com livres e glicerol.
o objetivo de solubilizar as gorduras através da Colesterol esterificado: É digerido pela colesterol esterase em
formação de micelas. Isso torna possível a ação
colesterol livre e ácido graxo.
enzimática.
Fosfolipídios: São digeridos em ácidos graxos e lisofosfoacilglicerol
Lado Lado
hidrofóbico hidrofílico
Gorduras
ingeridas da
dieta

3.) Após ação enzimática, os lipídios obtidos


Sais biliares são absorvidos pela membrana luminal
dos enterócitos intestinais

4.) Posterior a absorção, ocorrerá novamente a


formação de triglicerídeos, colesterol esterificado
Intestino
delgado
e fosfolipídios dentro do enterócito
1.) Os sais biliares são liberados no duodeno para
emulsificar (solubilizar) os lipídios da dieta, Mucosa
formando milhares de pequenas micelas intestinal
5.) Por fim, essas moléculas formadas serão
incorporadas juntamente com vitaminas
lipossolúveis em lipoproteínas chamadas
2.) As enzimas lipolíticas atuam nas micelas quilomícrons (QM) para subsequente absorção
contendo seus respectivos substratos via sistema linfático e circulação sanguínea.
lipídicos para iniciar a digestão química
Quilomícron

34
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
28 - METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS

O que são: Lipoproteínas são moléculas contendo A densidade das lipoproteínas é determinada Tipos de lipoproteínas:
lipídios e proteínas responsáveis por solubilizar e pelo conteúdo de lipídios e proteínas.
1. Quilomícrons
transportar os lipídios na corrente sanguínea em Quanto maior os lipídios e menor for as
2. VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa
direção aos órgãos e tecidos. proteínas, menor será a densidade.
3. IDL (lipoproteína de densidade intermediária)
4. LDL (lipoproteína de baixa densidade)
5. HDL (lipoproteína de alta densidade)

METABOLISMO DAS Apoproteínas Fosfolipídios

Via exógena LIPOPROTEÍNAS Triglicerídeos


Colesterol
1.) Colesterol
Os lipídios obtidos pela dieta devem ser digeridos esterificado
e absorvidos com posterior organização em
lipoproteínas chamadas quilomícrons (QM). Sua
função é realizar o transporte sanguíneo de Via endógena
Lipídios da dieta gordura a partir do intestino Estrutura da lipoproteína
7.) 4.)
HDL realiza o transporte reverso de As VLDL são produzidas pelo fígado. 5.)
colesterol dos tecidos corporais em Assim como os QM, são ricas em As VLDL são convertidas em IDL e,
direção ao fígado triglicerídeos e abastecem os
HDL posteriormente, em LDL
tecidos corporais pela ação da
Intestino
enzima LPL
Mucosa intestinal
Fígado

VLDL LPL IDL LDL

Quilomícron LPL 3.)


2.) Após a digestão, o QM formado no
enterócito transporta os lipídios
A vesícula biliar libera os sais biliares no
no sangue e transfere para os 6.)
intestino para que a gordura da dieta
tecidos corporais após ação da
possa ser solubilizada e digerida por Tecidos corporais O LDL possui a função de realizar o
LPL. Os QM remanescentes são
ação das enzimas lipolíticas transporte de colesterol aos tecidos
destinados ao fígado
corporais. Devemos lembrar que o colesterol
é importante para muitas funções celulares
Tecidos corporais

35
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
29 -BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Os ácidos graxos são produzidos principalmente no
A síntese de ácidos graxos geralmente ocorre a partir fígado a partir do acúmulo celular do acetil e malonil-
do excesso de carboidrato, mas também através das CoA.
proteínas. Situações caracterizadas por excesso Fígado
calórico geralmente aumentam a síntese de ácidos
graxos

BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS

Você sabia que podemos A síntese de ácidos graxos ocorre a partir da incorporação
produzir gordura a partir
de carboidrato?
Ainda bem que de grupos de dois carbonos através de um complexo
minhas calorias chamado sintase de ácido graxo. Inicialmente o acetil-
estão ajustadas
CoA é incorporado, depois apenas o malonil-CoA é
HS-CoA Acetil
utilizado.

Malonil-CoA Malonil
Acetil-CoA

Citrato CO2

Oxaloacetato (2) NADPH


Acetil
(2) NADP+ H2O

Malato
Glicose Repetição das
etapas
Piruvato (4C) Butirato

Butiril-CoA
Citrato Malato
O excesso de ATP induz inibição do Acetil-CoA
ciclo de Krebs e acúmulo de acetil- Ciclo de Krebs Oxaloacetato O grupo acetil e o malonil devem inicialmente ser
CoA na mitocôndria. A transferência incorporado a proteína carreadora de acila (ACP).
de acetil-CoA para o citosol se dá Oxaloacetato Posteriormente, uma série de reações de
ATP/ADP
através da saída de citrato. Este descarboxilação, oxidação e desidratação
último é novamente convertido em finalizam a formação do ácido graxo com adição
acetil-CoA no citosol de dois carbonos a mais
Mitocôndria

36
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
30 - LIPÓLISE E OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
O que é lipólise O que é oxidação
Consiste apenas na “quebra” das ligações dos Consiste no processo essencial de retirada de elétrons
triglicerídeos armazenados no tecido adiposo. Esse do ácido graxo para que seja possível a produção de
processo é importante para a disponibilização dos ATP. A oxidação ocorre na mitocôndria da célula que
ácidos graxos para o sangue. necessita de energia.

LIPÓLISE E OXIDAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
1.) 3.)
2.)
Inicialmente, um sinal deve ser gerado para que a A PKA fosforila e inibe a perilipina. Isso permite que o A lipase de diglicerídeo e a LHS finalizam a liberação
célula inicie a lipólise dos triglicerídeos armazenados. a proteína CGI possa ativar a primeira enzima da dos ácidos graxos livres. Ao atingir o sangue, devem
A adrenalina é um hormônio com capacidade de lipólise: A lipase de triglicerídeo. ser transportados pela proteína albumina até o
estimular esse processo por meio da ativação da PKA. A PKA pode ativar diretamente a LHS. músculo que irá oxidá-lo para produção de ATP.

Adipócito
Sangue Célula muscular
Adrenalina

Carnitina
CoA
(+) Fosforilação e Acil-CoA
inibição da perilipina graxo

P
PKA
Acil-carnitina ATP + H2O
P Acil-CoA
P graxo
(+) 4.)
Carnitina
Na célula muscular, o ácido graxo é
transportado para mitocôndria por meio da
Ácidos graxos carnitina. Dentro da matriz mitocondrial
livres Albumina ocorrerá a beta-oxidação e demais vias
resultantes na síntese de ATP.

37
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
31 - PRODUÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS

Os corpos cetônicos são substratos produzidos em situações Existem três tipos de corpos cetônicos produzidos na
metabólicas caracterizadas pela baixa disponibilidade de glicose. cetogênse:
Isso é extremamente importante, pois permite que os órgãos e 1. Acetoacetato
tecidos corporais tenham acesso a mais um substrato energético 2. β-Hidroxibutirato
3. Acetona

Local de produção: Fígado

PRODUÇÃO DE CORPOS
CETÔNICOS
Acetoacetato Acetona

Passo a passo
1.)
A produção inicia pelo acúmulo de acetil-CoA dentro β-Hidroxibutirato
da mitocôndria. Nesse momento, dois grupos acetil
provenientes de dois acetil-CoA se ligam para
formação do acetoacetil-CoA

Aproveitamento
2.) energético
Mais um grupo acetil se liga ao acetoacetil-CoA para
que seja formado o composto HMG-CoA.

5.)
3.) O β-Hidroxibutirato e acetoacetato podem ser
utilizados como fonte de energia nos tecidos
O HMG-CoA sofre uma divisão (clivagem) da
corporais para produção de ATP
molécula, liberando acetil-CoA e formando o primeiro
corpo cetônico: Acetoacetato.
6.)
O processo de utilização dos corpos cetônicos se dá
4.) pela conversão direta do acetoacetato em
O acetoacetato pode seguir dois destinos: 1.) Quando acetoacetil-CoA, permitindo que esse último possa
descarboxilado (perda de carbono) é convertido na gerar novamente duas moléculas de acetil-CoA.
acetona. 2.) Quando for reduzido (receber elétrons), Grande parte da acetona parece se volatilizar na
será convertido em β-Hidroxibutirato. respiração. Conferindo um hálito característico de
cetose

38
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
METABOLISMO ENERGÉTICO
Mergulhe na bioenergética, compreendendo como o corpo
gera energia. Este módulo cobre o sistema ATP-CP, o Ciclo de
Krebs, e a fosforilação oxidativa, fundamentais para o
entendimento da bioquímica energética.

39
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
32 - VISÃO GERAL
O que significam os termos oxidação e redução?
O metabolismo energético é composto por Existem três etapas para produção de ATP a partir da
• Oxidação consiste na retirada de elétrons de
vias integradas que possuem uma função em oxidação dos macronutrientes:
uma molécula.
comum: Produção de ATP a partir da oxidação • Redução consiste na captação ou acepção de 1. Oxidação inicial da glicose (glicólise),
da glicose, aminoácidos e ácidos graxos. elétrons por uma molécula. ácidos graxos (β-oxidação) e aminoácidos
com produção de acetil-CoA.
2. Oxidação da acetil-CoA no ciclo de Krebs.
3. Cadeia transportadora de elétrons
Vias do GERAL
VISÃO metabolismo energético
DO METABOLISMO
ENERGÉTICO
A 1ª etapa do metabolismo energético oxidativo
consiste na retirada de elétrons da glicose, O fluxo das vias metabólicas ao lado é influenciado pela
ácidos graxos e aminoácidos para a síntese do disponibilidade de ATP e de macronutrientes.
composto de dois carbonos chamado acetil-CoA.
Quanto menor a disponibilidade de ATP, maior o fluxo de
reações para sua síntese.
Quanto maior a disponibilidade de glicose, ácido graxo ou
Os elétrons retirados dessa oxidação inicial são aminoácidos, maior será suas respectivas reações
captados e transportados pelas coenzimas NAD+ e oxidativas. Por isso, aumentamos a oxidação de gordura
FAD+, formando NADH e FADH2, respectivamente. quando consumimos dieta cetogênica (rica em gordura)

Na 2ª etapa, o acetil-CoA continua sendo oxidado


A via da creatina fosfato consiste em uma via anaeróbica
em uma via cíclica conhecida como ciclo de Krebs.
com rápida capacidade de sintetizar ATP. Por isso, é
O principal objetivo aqui também consiste na
extremamente importante para fornecer ATP suficiente
extração de elétrons para formação do NADH e
em exercícios de força e potência.
FADH2.

Via da creatina fosfato


Na 3ª etapa, o NADH e FADH2 irão doar os elétrons Creatina
que foram obtidos para que seja possível a síntese fosfato ADP
de grande quantidade de ATP na cadeia
transportadora de elétrons. Nesse processo, o
Contração
oxigênio (O2) será o aceptor final de elétrons. ATP CK CK muscular
Sendo assim um processo aeróbico de
aproveitamento energético.
Creatina ATP

40
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
33 - SISTEMA ATP-CP

O sistema ATP-CP é a via mais simples de


ressíntese de ATP. Com a apenas uma
reação, um 1 mol de cretina é capaz de VIA DA CREATINA FOSFATO
ressintetizar 1 mol de ATP

O principal papel metabólico da creatina é combinar-se


com um grupo fosforil (Pi) para formar PCr por meio da
As concentrações de Cr e PCr estão diretamente relacionadas com os
reação enzimática da creatina quinase (CK)
tipos de fibras musculares, observando-se maiores concentrações
nas fibras de contração rápida (IIa e IIb) em relação às fibras de
contração lenta

Creatina
fosfato ADP A creatina, um membro da família dos fosfagênios da
guanidina, é um composto de aminoácido não proteico
de ocorrência natural, sintetizad a partir da glicina,
Contração arginina com participação da metionina.
ATP CK CK muscular

Creatina ATP

Quantidade armazenada de creatina é um fator limitante do


desempenho físico em exercícios de alta intensidade e curta
duração. Aumento dos estoques por meio da suplementação de
creatinapode potencializar a ressíntese de ATP em até 30 % A creatina é excretada na forma de creatinina. A ceatina
e a creatina fosfato sofrem reações irreversíveis de
cilcização e desidratação. É são excretadas pelos rins

41
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
34 - CICLO DE KREBS
O ciclo de Krebs não serve apenas para o processo de produção de ATP.
É uma série de reações químicas que ocorrem na Muitos compostos podem ser produzidos a partir de intermediários do
matriz mitocondrial. O nome é devido bioquímico ciclo de Krebs, por isso ele é chamado de uma via “anfibólica. Ou seja,
alemão Hans Adolf Krebs, que descreveu pela que serve a processos catabólicos e anabólicos
primeira vez em 1938. Também é chamado de clico
do ácido cítrico ou do ácido tricarboxílico.

CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

O ciclo de Krebs representa, principalmente, o segundo grande O NADH e FADH2 são utilizados na cadeia transportadora de elétrons para gerar
estágio da respiração celular. É importante para oxidação do energia. Então, basicamente, o ciclo de Krebs tem papel crucial na geração de
acetil-CoA proveniente dos carboidratos, proteínas e lipídios energia através dos nutrientes da dieta. A energia dos nutrientes é conservada
gerando moléculas como NADH e FADH2. Dois carbonos em forma de ATP
entram (acetil-CoA) e dois carbonos saem (CO2).

A energia da oxidação do acetil-CoA no ciclo de Krebs é


conservada nos transportadores de elétrons reduzidos NADH e
FADH2. São compostos (derivados da vitamina B3 – NADH e da
A energia é armazenada de forma eficiente na forma de 3 NADHs, 1 vitamina B2 – FADH2) encontrado nas células de todos os seres
FADH2 e 1 GTP. A energia que antes estava no amido, que foi digerido vivos e usados como "transportador de elétrons" nas reações
a glicose, que foi oxidada a acetil-CoA, que foi oxidada a CO2 metabólicas de oxirredução

42
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
35 - FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

A fosforilação oxidativa representa o estágio final da


Acontece num conjunto de proteínas e
respiração celular. É meio pelo qual acontece a FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA transportadores móveis de elétrons
maior parte da produção de ATP no organismo
chamados de cadeia transportadora de
elétrons localizada na membrana interna da
mitocôndria

Componentes da cadeia transportadora de elétrons

Os elétrons dos NADHs e FADH2 ativam as


proteínas da cadeia transportadora de elétrons
e favorecem a passagem de prótons de
hidrogênio da matriz mitocondrial para o
espaço intermembranas

O oxigênio funciona como um aceptor final de elétrons, ligando-


se a hidrogênio e formanda a molécula de água (H2O)

NADH e FADH2 são moléculas ricas em energia pois


possuem elétrons com alto potencial de transferência.
Quando estes elétrons são doados ao oxigênio (ao fina da
cadeia), uma significativa quantidade de energia é liberada
para formação de ATP

A ATP sintase, um grande complexo enzimático ao final da cadeia


catalisa a formação de ATP a partir de ADP e Pi acompanhando o
fluxo de prótons (H+) do espaço intermembrana para a matriz. A ATP
sintase é a que transforma aenergia cinetica do fluxo de H+ em
energia química (ATP)

Complexo proteico ATP sintase ao


final da cadeia

43
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
ÁGUA
Entenda a importância da água no corpo humano, suas
propriedades, ionização, e o papel dos sistemas tampão. Este
módulo destaca a relevância da água em diversas funções
corporais.

44
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
36 - PROPRIEDADES E IONIZAÇÃO DA ÁGUA

A molécula de água possui uma característica Em uma solução, pequena quantidade das moléculas
importante na solubilização de outras moléculas de água pode se dissociar no meio. Os produtos
polares em uma solução. Ou seja, moléculas que obtidos a partir dessa dissociação consiste nos íons
possuem cargas elétricas positivas ou negativas (polos). positivos H+ e negativos OH- (hidroxila).

Ionização da água

PROPRIEDADES E IONIZAÇÃO
DA ÁGUA

Como podemos ver no exemplo abaixo, a característica da água


permite reação químicas com a grande maioria das moléculas e
eletrólitos presentes dentro e fora das células.
Concentração de H+ (pH)

Exemplo: Solubilização da água com cloreto de sódio (sal)

+ + Apesar da água conseguir se dissociar em íons H+, devemos


lembrar que nosso organismo possui eficientes sistemas de
tamponamento corporal. Por isso, considerando o pH corporal
(7,4). A ingestão de água com pH de 6,0 não possui a
capacidade de aumentar a acidez do organismo.
A capacidade da água de reagir com eletrólitos através de
ligações iônicas permite que cada compartimento celular
regule a osmolaridade de acordo com sua composição de
eletrólitos. Como a água pode se mover livremente entre o A água apresenta grande versatilidade nos tipos de ligações químicas a serem
meio intra e extracelular, a mudança da osmolaridade em um realizadas. No exemplo acima, podemos perceber a ligação do tipo iônica
compartimento pode influenciar no outro. estabelecida entre a água e os eletrólitos (Cl- e Na+). Outro tipo de ligação
também comum em nossa bioquímica é a ligação ou pintes de hidrogênio (ligação
presente entre as bases nitrogenada e aminoácidos que compõe as proteínas).

45
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
37 - SISTEMA TAMPÃO E CONTROLE DE ÁCIDO-BASE
Sistema tampão consiste em uma substância, órgão ou
O sistema tampão corporal é baseado na Segue abaixo os principais sistemas tampões do nosso
sistema que possui a função de amenizar variações no
interação de substâncias químicas e órgãos. organismo:
pH.
Isso permite um eficiente controle do pH no
Em nosso organismo, o objetivo do sistema tampão é organismo Intracelular:
prevenir variação do pH dentro das células e no sangue.
• Fosfato

SISTEMA TAMPÃO E
• Carnosina
CONTROLE ÁCIDO-BASE
Segue abaixo a interação entre o nosso
tampão sanguíneo (bicarbonato) e os órgãos
(rins e pulmão) no controle do pH

Como podemos observar, o aumento dos níveis de • Proteínas (aminoácidos tamponantes)


• Adição de H+ (ácido)
H+ induz aumento sanguíneo de CO2 em

Ácido carbônico decorrência do equilíbrio existente entre o


Bicarbonato Água Grupo amino Grupo carboxila
bicarbonato, ácido carbônico, CO2 e água (H2O). O
H+ elevado pode ser excretado pelos rins e o CO2
expirado através dos pulmões.

Cadeia lateral
Maior exigência do sistema
Sanguíneo:
respiratório
• Fosfato
A adição de OH- (base) irá induzir uma diminuição
dos níveis de H+ no sangue. Em decorrência
• Adição de OH- (base) disso, o sistema tampão sanguíneo irá se
comportar para formar e dissociar o ácido
carbono em bicarbonato e H+ (observar a direção
da seta no esquema a esquerda).

Menor exigência do sistema


respiratório

46
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
38 - FUNÇÕES CORPORAIS DA ÁGUA

A água (H2O) consiste em um composto essencial a A necessidade hídrica deve ser ofertada A água possui características químicas extremamente
vida. Suas inúmeras funções no organismo permite em torno de 30 – 35 mL/dia. No entanto, importantes para o organismo vivo. Sendo seu ponto
o desempenho da capacidade em garantir a essa oferta pode variar de acordo com o de ebulição: 100ºC e fusão: 0ºC, apresenta-se na
homeostase corporal. clima e dia a dia do indivíduo. forma líquida em temperatura ambiente.

FUNÇÕES CORPORAIS
Exemplo: Indivíduo de 70 kg DA ÁGUA

A maior parte da água corporal encontra-se dentro


das células ou meio intracelular (~60%). O restante
compõe o líquido extracelular, intersticial e
plasma. (verificar na imagem ao lado)

A água possui a capacidade de transitar livremente


pela membrana das células. Isso permite que as
células troquem conteúdo hídrico com o meio
A quantidade de líquido corporal é determinada pelo extracelular em um processo conhecido como
balanço hídrico. osmose. A direção do fluxo de água será
determinada pela nível de osmolaridade dos dois
Balanço hídrico = Ganho hídrico – Perda hídrica compartimentos (intra ou extracelular).
Podemos ganhar água principalmente através da
ingestão diária. Mas também podemos sintetizar água
após a metabolização dos substratos energéticos no
processo de síntese do ATP. Principais funções da água
As perdas acontecem através da pele, pulmão • Transporte de substâncias no meio intra e extracelular.
(respiração), suor, fezes e, principalmente, urina. Este • Controle da temperatura corporal (suor)
último possui a capacidade de regular o balanço • Excreção de substâncias indesejáveis (urina)
hídrico em função da auto regulação renal. • Manutenção da osmolaridade e pH.

47
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
Descubra o papel vital das vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)
no corpo humano. Aprenda sobre suas funções, metabolismo,
e importância na nutrição e saúde.

48
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
39 - METABOLISMO DA VITAMINA A

Existem diversas formas de vitamina A:


Vitamina A precursora: All-trans-retinol
Formas ativas: 11-cis-retinal (visão) e all-trans-ácido retinóico Estrutura molecular
O que é: Vitamina lipossolúvel com atividade funcional
Forma de armazenamento: Ésteres de retinila
associada a visão e expressão de genes importantes 1. Anel de β-ionona
Provitamina A: β-caroteno e outros carotenoides
para o sistema imunológico, desenvolvimento 2. Cadeia lateral de polieno conjugado
embrionário e regeneração celular 3. Grupo funcional terminal

Digestão e absorção intestinal


METABOLISMO DA
VITAMINA A
Local de absorção: Duodeno e jejuno

Por ser uma vitamina lipossolúvel, a digestão e absorção


é dependente da digestão de gordura da dieta. Funções
Os ésteres de retinila (ER) encontrados em alimentos de
origem animal devem ser organizados em micelas para Visão: A forma ativa 11-cis-retinal pode auxiliar na visão
posterior ação das hidrolases, liberando retinol livre através da formação de um pigmento captador de fótons
para absorção. A absorção de vitamina A não parece ser regulada chamado rodopsina. Após captação da luz, um sinal neural
pelo estado nutricional do organismo. Por isso, é enviado para o cérebro.
O β-caroteno deve ser clivado em retinol livre após
existe um risco de Hipervitaminose quando a Expressão de genes: A forma ativa all-trans-ácido retinóico
absorção pelo enterócito
ingestão é muito elevada (suplementação auxilia na expressão de genes que modulam o sistema
excessiva). imunológico, regeneração celular e desenvolvimento
embrionário.

Dentro do enterócito, o retinol livre é novamente Os níveis plasmáticos de retinol ou RBP4


esterificado em ER para incorporação nos quilomícrons. só diminuem quando as reservas do
Através dessa lipoproteína, a vitamina A é transportada fígado estão quase totalmente
pela corrente sanguínea até atingir os tecidos ou, o que depletadas. Podem ser utilizados como
é mais comum, serem captadas pelo fígado via avaliação bioquímica do estado
quilomícrons remanescentes nutricional de vitamina A. Com exceção,
na presença de infecção ou desnutrição.

No fígado, o retinol sofrerá hidrólise. Podendo seguir


três destinos:
1. Esterificado para armazenamento em células
Após liberação no sangue. O complexo
estreladas.
retinol/RBP4/TTR é captado pelos órgãos
2. Liberados na corrente sanguínea ligados a
através da Stra6. Podendo ser esterificada
RBP4/TTR
para armazenamento ou convertida em
3. Excretados na bile
uma das formas ativas (ex. ácido retinóico)

49
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
40 - METABOLISMO DA VITAMINA D
Existem diversas formas de vitamina D:
Vitamina D2: Sintética e prevalente em alimentos vegetais.
Estrutura molecular
Vitamina D3: Produzida através da pela através dos raios
O que é: Vitamina lipossolúvel com atividade associada solares UVB. 1. Vitamina D3
a melhora do metabolismo ósseo e funções extra 25(OH) Vit. D3: Obtida após a primeira hidroxilação (forma 2. 25(OH) Vit. D3
esqueléticas. prevalente no sangue). 3. 1,25(OH)2 Vit. D3
1,25(OH)2 Vit. D3: Forma biologicamente ativa, obtida após a
Seu principal mecanismo de ação se dá através do segunda hidroxilação.
controle da expressão gênica.

Digestão e absorção intestinal


METABOLISMO DA
Local de absorção: Intestino delgado VITAMINA D
A vitamina D que é ingerida através da dieta, por ser
uma vitamina lipossolúvel, seguirá o mecanismo de
absorção e transporte das gorduras da dieta. Sendo Deficiência
incorporadas aos quilomícrons e transportadas no
sangue. O estado de vitamina D é avaliado através dos níveis plasmáticos
de 25(OH) Vit. D3 (<20 ng/mL).
Produção de vitamina D A prevalência de deficiência é maior nas populações que vivem em
regiões com menor exposição aos raios UVB, além dos povos
Local de produção: Pele descendentes de africanos e asiáticos.
O principal achado clínico associado é a ocorrência de raquitismo Funções da vitamina D
A vitamina D é produzida inicialmente através da e doenças ósseas associadas a desmineralização óssea (osteopenia A funções podem ser divididas em funções calcêmicas e
conversão do precursor 7-deidrocolesterol a pré- e osteoporose). não calcêmicas:
vitamina D3 após exposição aos raios solares UVB.
Pré-vitamina D3 é convertida em Vitamina D3 por uma Calcêmicas: Melhora da absorção intestinal de cálcio e
reação não-enzimática, sendo liberada na corrente fósforo e mineralização óssea.
sanguínea.
Não calcêmicas: Atua melhorando a diferenciação celular e
inibindo a proliferação.
Pele Melhora da função imunológica através da diminuição da
reatividade de células imunes, sendo estudada na
prevenção de doenças auto-imunes (DM tipo 1, psoríase e
Fígado
artrite reumatóide.
Parece interferir na melhora da força muscular esquelética.
O transporte plasmático da
vitamina D3 produzida na pele é Rins
realizado pela proteína de ligação
da vitamina D (DBP).

50
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
41 - METABOLISMO DA VITAMINA E
Estrutura molecular
De modo geral, a vitamina E pode ser organizada em 4
formas (α, β, γ, ômega) de tocoferóis ou tocotrienóis. 1. Anel de cromanol
O que é: Vitamina lipossolúvel com atividade 2. Cadeia lateral
Os α-tocoferóis consistem na forma ativa preferencialmente Tocoferóis: Possuem cadeia lateral saturada
importante atividade antioxidante, prevenindo danos
utilizada pelo organismo.
causados por espécies reativas de oxigênio nos lipídeos, Tocotrienóis: Possuem cadeia lateral insaturada
proteínas e ácidos nucleicos essenciais para
funcionamento normal das células.

Digestão e absorção intestinal


METABOLISMO DA VITAMINA
Local de absorção: Intestino delgado E (Α-TOCOFEROL)
Por ser uma vitamina lipossolúvel, a digestão e absorção
é dependente da digestão de gordura da dieta.
Após formação das micelas, a vitamina E é absorvida de
forma passiva para incorporação nos quilomícrons. Função antioxidante:
Os quilomícrons são liberados para o sistema linfático e, A principal função da vitamina E é prevenir a geração de Os tocoferóis possuem grupos funcionais na cadeia lateral
posteriormente, para o sangue disponibilizando α- peróxidos lipídicos a partir dos danos gerados por radicais nas posições 2, 4 e 8.
tocoferol aos tecidos e fígado. livres. O tocoferol transfere elétrons para um peróxido Os tocotrienóis possui grupo funcional na posição 2.
lipídico que foi oxidado. Após a transferência o tocoferol vira Os respectivos grupos funcionais para cada forma (α, β, γ,
radical tocoferil que pode ser regenerado posteriormente em ômega) encontram-se ao lado direito da figura
tocoferol.

No fígado, as formas de vitamina E aproveitadas ou Doação de elétrons


excretadas são selecionadas pela proteína
transportadora de α-tocoferol (α -TTP) ou pela
Citocromo P450.
α -TTP possui preferência de ligação ao α-tocoferol.
Citocromo P450 possui maior preferência pelas formas
Como podemos perceber, o α-tocoferol consiste na forma
não-α-tocoferol, aumentando sua conversão para
preferencialmente preservada para o organismo. Sua
CEHCs , excretadas na urina.
dosagem plasmática pode ser utilizada para investigar o
estado nutricional da vitamina E em casos de suspeita de
deficiência (< 12 μmol/L indica insuficiência da vitamina).

A vitamina E é liberada pelo fígado principalmente na forma Se o paciente apresentar níveis elevados de lipídeos
de 2R-α-tocoferol através das lipoproteínas de muito baixa plasmáticos (colesterol e TG), será necessário dividir o α-
densidade (VLDL), podendo ser transferida para outras tocoferol pela soma do colesterol + TG para identificar uma
lipoproteínas (LDL ou HDL) antes de chegar aos tecidos. medida mais precisa. (< 1,1 μmol de α-tocoferol/g de lipídeos
pode indicar insuficiência da vitamina)

51
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
42 - METABOLISMO DA VITAMINA K
Existem diversas formas de vitamina K:
O que é: Vitamina lipossolúvel com atividade funcional Estrutura molecular
Vitamina K1 (filoquinona): Principal forma dietética
associada a ativação dos fatores de coagulação Vitamina K2 (menaquinona): Produzida por bactérias 1. Contém unidades isoprenóides na
necessária para formação do coágulo anaeróbias no intestino grosso. cadeia lateral
Vitamina K3 (menadiona): Forma sintética. Pode ser convertida As menaquinonas possuem diversas unidades
em menaquinona-4.
isoprenóides insaturadas. A filoquinona é
saturada
Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Intestino delgado e, provavelmente, METABOLISMO DA Exemplo


intestino grosso
VITAMINA K
Por ser uma vitamina lipossolúvel, a digestão e absorção é
dependente da digestão de gordura da dieta.
A filoquinona é a principal forma de vitamina K obtida
através da dieta. Sendo absorvida de forma passiva e Função primária: Coagulação
incorporada aos quilomícrons para absorção via sistema
A vitamina K (filoquinona e menaquinona) atua através da
linfático e, posteriormente, circulação sanguínea.
ativação dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K
(fator XII, IX, X e protrobina). Permitindo assim a conversão do
fibrinogênio em uma rede de fibrina insolúvel (coágulo)

Existe pouca evidência que demonstre os mecanismos


moleculares associados ao transporte, captação e A vitamina K age como cofator enzimático da enzima γ-glutamil
secreção de vitamina K nos enterócitos e no fígado carboxilase para conversão de grupos glutamil em ácido γ-
carboxiglutâmico.
CM: Quilomícron nascente Esses resíduos estão presentes nos fatores de coagulação,
CR: Quilomícron remanescente
MK-7: Menaquinona-7 sendo ativados através da ligação com íons Ca2+
K1: Filoquinona

Os casos de deficiência de vitamina K em adultos são


relativamente raros.
A dosagem plasmática da vitamina não é confiável para
avaliação do estado nutricional. Em vez disso, pode ser
utilizado o tempo de protrombina como parâmetro indireto,
juntamente com sintomas (exemplo: Sangramentos)

52
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
Entenda a importância da água no corpo humano, suas
propriedades, ionização, e o papel dos sistemas tampão. Este
módulo destaca a relevância da água em diversas funções
corporais.

53
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
43 - METABOLISMO DA VITAMINA C

Pode existir em três formas principais: Estrutura molecular


- Ácido ascórbico: Forma mais reduzida Ascorbato pode doar o elétron presente no
1.
- Ascorbato: Parcialmente reduzida grupo hidroxila do anel
- Ácido deidroascórbico: Forma oxidada 2. Ácido deidroascorbico é obtido após a perda
O que é: Vitamina hidrossolúvel com atividade
O ascorbato e o ácido deidroascorbico são as formas do elétron (oxidação) do ascorbato, portanto,
antioxidante in vitro e in vivo. Tanto no meio intracelular
presentes no organismo é a forma oxidada da vitamina C
quanto extracelular
A vitamina C faz parte do sistema de defesa antioxidante
obtido através da dieta, tendo em vista a nossa
incapacidade em produzi-la

METABOLISMO DA
VITAMINA C
Digestão e absorção intestinal
Funções
Local de absorção: Intestino delgado
Antioxidante: Doa elétrons para inativar e prevenir os
A vitamina C é absorvida principalmente na forma de danos causados pelas espécies reativas de oxigênio.
ascorbato e, em menor quantidade, como ácido Enzimática: A vitamina C serve como cofator
deidroascórbico. enzimático para a correta ação de enzimas diversas do
O ascorbato é absorvido na membrana luminal do metabolismo. Seu mecanismo de ação também
enterócito através do transportado de vitamina C ocorre através da doação de elétrons.
dependente de sódio (SVCT1). O mecanismo de absorção
para o sangue ainda não foi totalmente compreendido.
O ácido deidroascorbico é absorvido na membrana O processo de reciclagem do ácido deidroascórbico
luminal através do GLUT 1 e 3, sendo convertido em oxidado gerado após os elétrons doados pelo ascorbato
ascorbato dentro do enterócito ou absorvido diretamente ocorre principalmente nos eritrócitos. Sendo assim, os
para o sangue através do GLUT 1 e 2. eritrócitos funcionam como a usina que mantém a
função antioxidante da vitamina C presente no corpo

O sistema nervoso central possui grande


quantidade de ascorbato para prevenir os danos
No organismo, a vitamina C encontra-se associados ao estresse oxidativo nos neurônios.
principalmente na forma reduzida (ascorbato), Nos momentos de deficiência, os outros tecidos
podendo doar elétrons para inativar ou prevenir a corporais fornecem o máximo de vitamina C
oxidação de substâncias importantes do possível para manter as atividades cerebrais.
organismo

54
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
44 - METABOLISMO DA VITAMINA B1
A tiamina geralmente está presente nos tecidos e no Estrutura molecular
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator sangue na forma fosforilada (difosfato e trifosfato de
enzimático em reações do metabolismo da glicose, via tiamina). 1. Anel de pirimidina
das pentoses fosfato e produção de energia. Além de A forma livre da tiamina geralmente é excretada na 2. Grupo tiazol
estar presente nas membranas de neurônios do urina. 3. Grupos fosfato
sistema nervoso. A quantidade de fosfato ligados a tamina, determina
seu nome (di ou trifosfato de tiamina) e sua função.

METABOLISMO DA
VITAMINA B1 (TIAMINA)
Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Intestino delgado


Deficiência
A tiamina é absorvida pela membrana luminal do
Beribéri: Comprometimento de funções sensitivas,
enterócito através de transporte ativo saturável (até 2 motoras e reflexas do sistema nervoso. Podendo conter
μmol/L) ou transporte passivo quando ingerida em presença de edema (Beribéri úmido)
grandes quantidades pela dieta.
Encefalopatia de Wernicke: Alteração neuropsiquiátrica
Antes de ser absorvida, a tiamina sofre ação de
contendo paralisias oculares, nistagmo e ataxia de
fosfatases intestinais para que possa ser absorvida na
marcha.
forma livre.

Lúmen intestinal

A melhor forma de avaliar o estado


nutricional da tiamina é através da
avaliação da atividade da transcetolase in
vitro

Após sua absorção ocorrer, pode ser fosforilada e absorvida pela


membrana basolateral para o sangue através do transportador Nos tecidos a tiamina deve ser fosforilada A transcetolase (via das pentoses fosfato),
dependente de Na+ e K+. em difosfato e trifosfato de tiamina para piruvato desidrogenase e α-cetoglutarato
que possa exercer sua ação como cofator desidrogenase (metabolismo energético)
A tiamina monofosfato é transportada na corrente sanguínea
enzimático em reações de transferência são enzimas dependentes da tiamina para
pela albumina até sua absorção nos tecidos. A tiamina livre
de carbonos que manutenção do metabolismo.
poderá ser absorvida pelos tecidos ou excretada na urina

55
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
45 - METABOLISMO DA VITAMINA B2
Estrutura molecular
A riboflavina exerce sua função no organismo através
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator das suas formas ativas: Flavina adeninadinucleotídeo 1. Riboflavina
enzimático em reações dependentes de flavoproteínas (FAD) e flavina mononucleotídeo (FMN). 2. Flavina adeninadinucleotídeo (FAD)
importantes para o metabolismo energético, 3. Flavina mononucleotídeo (FMN)
funcionamento antioxidante e apoptose celular.

METABOLISMO DA VITAMINA
B2 (RIBOFLAVINA)
Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Intestino delgado e grosso

A riboflavina pode ser obtida através da dieta ou A deficiência de riboflavina geralmente ocorre por
sintetizada pelas bactérias da microbiota intestinal. menor capacidade de ingestão ou absorção:
A forma dietética encontra-se como FAD ou FMN, Sinais clínicos leves: Queda de cabelo, inflamação - A riboflavina possui apenas o anel de isoaloxazina e a cadeia
devendo ser hidrolisada pela fosfatase alcalina
da pele e dor de garganta. lateral.
intestinal para absorção na sua forma livre.
Sinais clínicos graves: Anemia, língua inchada e - FMN consiste na riboflavina fosforilada após ação da flavoquinase
Riboflavina livre é absorvida na membrana luminal pelo
comprometimento da função nervosa - FAD consiste na FMN ligada a adenina após ação da enzima FAD
transportador RFVT3. Posteriormente atingindo o
sintetase.
sangue pelos transportadores RFVT1 e 2.

Após absorção, será transportada no sangue em Funções da riboflavina


sua forma livre através da albumina plasmática.
A formação das formas ativas acontece nas Função redox: Tanto flavina dinucleotídeo (FAD) quanto flavina
células-alvo em que a riboflavina exerce função. mononucleotídeo (FMN) atuam em reações de transferência de elétrons
alternando moléculas entres seus estados de oxidação e redução.

Função do FADH2 no metabolismo energético

Segue abaixo algumas vias e funções metabólicas que dependem


de FAD e FMN:
1. Metabolismo energético
2. Oxidação de ácidos graxos de ácidos graxos
3. Ação antioxidante (glutationa redutase)
4. Apoptose celular (fator indutor de apoptose)

56
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
46 - METABOLISMO DA VITAMINA B3
Estrutura molecular
O termo niacina é somente utilizado para designar os
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator precursores das suas formas ativas NAD+ e NADP+: 1. Anel de piridina: Consiste em uma estrutura
enzimático em reações de oxidação e redução de 1. Ácido nicotínico comum presente no ácido nicotínico e
moléculas inseridas no metabolismo. 2. Nicotinamida nicotinamida.
NAD+ e NADP+ consistem nas formas ativas utilizadas 3. Aminoácido triptofano 2. NAD+ e NADP+ contém tanto adenina quanto
como cofator enzimático das reações. nicotinamida na molécula. A única diferença
consiste na adição de outro grupo fosfato no
NADP+

METABOLISMO DA
VITAMINA B3 (NIACINA)

Digestão e absorção intestinal


A deficiência de niacina é conhecida como
Local de absorção: Estômago e intestino delgado pelagra em razão das alterações na pele
causadas pela sua falta. Podem ocorrer:
Ácido nicotínico e nicotinamida podem ser absorvidos
por: 1. Dermatite sensível a luz solar.
1. Difusão facilitada dependente de sódio 2. Demência
2. Transporte passivo quando as quantidades 3. Diarreia
ingeridas são elevadas (suplementação).

Se a niacina for ingerida na forma de NAD+ e NADP+, Funções da niacina


estas devem ser hidrolisadas em nicotinamida antes de
serem absorvidas. Função redox: Tanto NAD+ quanto NADP+ podem atuar em
A absorção de ácido nicotínico pode diminuir caso reações químicas que alternam moléculas entre seu estados
esteja ligado a estrutura que impedem sua absorção. de oxidação e redução. Para isso, é necessário que ambos os
Alguns alimentos como milho possuem baixa cofatores recebam e liberem elétrons das moléculas
biodisponibilidade de niacina. envolvidas nessas reações.

O que é: Tanto ácido nicotínico quanto niacina podem ser


Segue abaixo algumas vias e funções metabólicas que
transportados para o fígado pela circulação portal-
dependem de NAD+ e NADP+:
hepática. No fígado, ácido nicotínico é convertido NAD e,
1. Metabolismo energético
posteriormente, em nicotinamida para liberação na
2. Síntese de ácidos graxos
circulação sanguínea. (Observe os esquemas de reações na
3. Ação antioxidante (glutationa redutase)
imagem)
4. Estabilização do DNA

57
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
47 - METABOLISMO DA VITAMINA B5

Forma ativa:
O que é: Vitamina hidrossolúvel com atividade - Coenzima A consiste na forma ativa do ácido pantotênico Estrutura molecular
funcional associada ao metabolismo energético (β- dentro das células. Desempenhando funções no
oxidação, ciclo de Krebs, síntese de moléculas metabolismo celular como cofator enzimático em vias 1. Coenzima A
(colesterol, ácidos graxos e corpos cetônicos) e demais metabólicas. 2. Ácido pantotênico
reações dependentes da coenzima A (CoA). 3. Panteteína

METABOLISMO DA VITAMINA
Digestão e absorção intestinal B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO)
Local de absorção: Intestino delgado e grosso

Ácido pantotênico pode ser absorvido (1.) através da


hidrolise da Coenzima A no lúmen intestinal ou (2.) após a Deficiência de ácido pantotênico
síntese da vitamina pela ação de bactérias presentes no
A deficiência é rara, sendo os principais sintomas:
intestino grosso.
Absorção pela membrana luminal pode ocorrer por Lúmen intestinal 1. Irritabilidade e agitação
absorção passiva ou por transporte ativo saturável, 2. Parestesia de mãos e pés
mediado pelo transportador multivitamínico dependente 3. Distúrbios do sono e gastrintestinal
de sódio (SMVT). Funções da coenzima A
Atualmente não se compreende como ocorre o transporte Atua em reações importantes do metabolismo,
de ácido pantotênico pela membrana basolateral até a facilitando a ocorrência de reações que seriam
circulação portal-hepático. termodinamicamente desfavoráveis, caso a CoA não
Células dos tecidos atuasse.

Sangue CoA

Eritrócitos
Os eritrócitos possuem uma função extremamente
importante no transporte de ácido pantotênico,
captando a maioria da vitamina que é absorvida no
intestino. Dentro dos tecidos, o ácido pantotênico transportado
Uma pequena parte é transportada na circulação pelos eritrócitos devem ser rapidamente convertidos
sanguínea em sua forma livre. em sua forma ativa (coenzima A) para posterior
utilização como cofator enzimático em reações
dentro e fora da mitocôndria.

58
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
48 - METABOLISMO DA VITAMINA B6

A vitamina B6 desempenha sua função através de duas Estrutura molecular


formas metabolicamente ativas:
1. Anel de piridina: Consiste em uma estrutura
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator 1. Piridoxal fosfato: Recebe grupos amino, comum presente na piridoxina (forma inativa),
enzimático em reações de transaminação,
formando a piridoxamina fosfato piridoxal e piridoxamina (formas ativas).
glicogenólise e transferência de grupos de 1 carbono
2. Piridoxamina fosfato: Doa grupos amino, 2. Grupo R: Estrutura que diferencia cada uma das
entre moléculas. Necessárias para o metabolismo dos
formando piridoxal fosfato novamente. três formas da vitamina.
aminoácidos e síntese de neurotransmissores.

METABOLISMO DA VITAMINA
B6 (PIRIDOXINA)

Digestão e absorção intestinal


Deficiência
Local de absorção: Intestino delgado e grosso
Casos de deficiência de vitamina B6 são relativamente
1. As formas da vitamina B6 podem ser digeridas e raros. Os principais sintomas são:
absorvidas no intestino delgado ou produzidas 1. Anemia
pela microbiota com posterior absorção no 2. Dermatite seborreica
intestino grosso. 3. Convulsão, depressão e confusão
2. Piridoxina, piridoxal e piridoxamina fosfato É necessário que as formas ativas contenham o grupo
precisam perder seu grupo fosfato fosfato ligado para que exercer suas ações
(desfosforilação) para conseguirem ser Degradação do glicogênio metabólicas
absorvidas pela membrana luminal dos
enterócitos por transporte passivo.
3. Assim que entram na célula, podem ser
novamente fosforiladas ou podem ser liberadas O piridoxal fosfato exerce sua função nos tecidos principalmente por ser um
para circulação sanguínea. cofator enzimático especializado em receber os grupos amino de um
aminoácido doador e transferindo através da piridoxamina para uma
molécula aceptora, transferindo moléculas de 1 carbono e atuando na
degradação do glicogênio (glicogenólise) por ação como cofator da enzima
glicogênio fosforilase.

A maioria da vitamina B6 presente no sangue encontra-se


na forma de piridoxal ou piridoxal fosfato, sendo
transportada através da albumina.
Uma rede de enzimas irão atuar para garantir que as demais
formas da vitamina sejam convertidas em piridoxal fosfato
para posterior liberação aos tecidos

59
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
49 - METABOLISMO DA BIOTINA
A biotina não é organizada em diferentes formas ativas. Estrutura molecular
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator
Sua ação se dá pela conversão da biotina livre em uma forma 1. Anel com grupo ureido e enxofre
enzimático em reações de enzimas carboxilases.
ligada a carboxilase que irá utilizá-la como cofator da reação 2. Cadeia lateral de ácido valérico
Na bioquímica, existem 5 carboxilases conhecidas que na transferência do carbono para um substrato específico
são dependentes da biotina:

- Acetil-CoA Carboxilase I e II
- Piruvato Carboxilase
- Metilcrotonil-CoA Carboxilase
- Propionil-CoA Carboxilase METABOLISMO DA BIOTINA

Digestão e absorção intestinal Deficiência de biotina

Local de absorção: Intestino delgado e grosso De forma geral, a deficiência de biotina é incomum na população. No entanto, podem existir condições
associadas a deficiência nutricional:
A biotina ingerida geralmente encontra-se ligada a - Dieta crônica contendo ovo cru
proteínas. Após ação das proteases e peptidases, a - Anormalidades absortivas intestinais
biotina é liberada na forma de biocitina. - Nutrição parenteral sem suplementação
A enzima biotinidase hidrolisa a biocitina em biotina
livre disponível para absorção. Sinais clínicos: Dermatite periorificial, conjuntivite, pele escamosa, letargia e depressão
Biotina livre é absorvida na membrana luminal do
enterócito através do transportador multivitamínico Funções biotina
dependente de sódio (SMVT). Após absorção pela membrana basolateral, Como relatado inicialmente, a biotina é cofator enzimático
a maioria da biotina será transportada no das enzimas carboxilases presentes em vias metabólicas
sangue em sua forma livre até ser específicas no citosol e nas mitocôndrias.
transportada ao fígado e tecidos extra-
Segue abaixo as enzimas e as suas respectivas vias
hepáticos pelo mesmo transportador
metabólicas que atuam para manutenção do metabolismo:
SMVT.

60
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
50 - METABOLISMO DA VITAMINA B9

Diferença entre ácido fólico e folato


Estrutura molecular
O que é: Vitamina hidrossolúvel com importante função
no crescimento e desenvolvimento celular. Sendo Ácido fólico consiste na forma sintética da vitamina B9, com Folato pode ser organizado em cinco formas com
necessária para o funcionamento de diversas enzimas molécula bioquimicamente mais reduzida que o folato. capacidade de carregar grupos de 1 carbono:
do metabolismo (Exemplo: Metionina sintase). Folato compreende as formas da vitamina B9 presentes 1. N10-Formil tetra-hidrofolato
endogenamente no organismo.
O folato é utilizado como cofator enzimático na sua 2. N5-Formil tetra-hidrofolato
forma de polipeptídeos de glutamato em reações de 3. N5, N10-Metenil tetra hidrofolato
transferências de grupos contendo um carbono para 4. N5, N10-metileno tetra hidrofolato
substratos de reações específicos. 5. N5-Metil tetra hidrofolato

METABOLISMO DO
ÁCIDO FÓLICO Ácido fólico

Digestão e absorção intestinal


Deficiência de folato
Folato pode ser absorvido através de formas provenientes
Pode gerar complicações sérias no desenvolvimento fetal e associadas
da dieta ou produzidos pelo próprio microbioma intestinal.
ao risco de doenças:
Antes de ser absorvido, o folato dietético na forma de
1. Defeitos no tubo neural
polipeptídeos de glutamato deve ser hidrolisado em
2. Aumento de homocisteína (fator de risco para doenças
monoglutamato de folato pela enzima y-glutamato
cardiovasculares)
hidrolase.
3. Anemia megaloblástica
Monoglutamato de folato pode ser absorvido na 4. Depressão, demência e alzheimer
membrana luminal do enterócito via transportador de
folato acoplado a próton (PCFT).
Funções da folato

O folato é cofator enzimático de importantes enzimas no


Lúmen intestinal metabolismo. Atuando nas reações de transferência de
monocarbonos para substratos envolvidos na síntese de DNA
e no metabolismo dos aminoácidos.
Por ser importante na síntese de nucleotídeos (DNA e RNA), a
falta do folato compromete o desenvolvimento fetal durante
Sangue a gestação e pode levar a anemia caracterizada pela falta de
maturação dos eritrócitos, causando acúmulo de eritrócitos
imaturos e disfuncionais (megaloblastos).
A homocisteína poderá se acumular no sangue na falta de
O folato é absorvido na forma reduzida de N5-Metil tetra-
folato em decorrência da importância dessa vitamina para a
hidrofolato e circula no sangue ligado a proteína albumina em
função da metionina sintase. Enzima que converte
direção ao fígado ou tecidos extra-hepáticos.
homocisteína em metionina
O folato que deixa os tecidos extra-hepáticos é transportado no
sangue até o fígado pela proteína ligadora de folato

61
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
51- METABOLISMO DA VITAMINA B12
Estrutura molecular
O que é: Vitamina hidrossolúvel utilizada como cofator O termo cobalamina designa a estrutura inativa da
enzimático em duas reações conhecidas no vitamina. As formas ativas consiste: O tipo de grupo que se liga a posição X da molécula de
metabolismo. 1. Metilcobalamina (cofator da metionina sintase) cobalamina determina qual seu nome e cofator específico.
1. Reação de conversão da homocisteína em 2. Desoxiadenosilcobalamina (cofator da 1. Metil (metilcobalamina)
metionina catalisada pela metionina sintase. metilmalonil-CoA mutase)
2. 5´desoxiadenosina (desoxiadenosilcobalamina)
2. Reação de converção do L-Metilmalonil-CoA em 3. Cianeto (cianocobalamina)
Succinil-CoA catalisada pela metilmalonil-CoA 4. Hidroxila (hidroxicobalamina)
mutase

METABOLISMO DA VITAMINA
Digestão e absorção intestinal B12 (COBALAMINA)
Local de absorção: Intestino delgado (íleo)

A cobalamina dietética geralmente encontra-se A deficiência de cobalamina pode causar alterações


ligada a proteínas. Por isso, deve ser digerida antes neurológicas irreversíveis (propriocepção alterada,
por enzimas proteolíticas para ser liberada parestesia, espasmos) e hematológicas (anemia
livremente. megaloblástica).
Após a digestão proteolítica, deve se ligar a um Os sinais clínicos podem surgir após 2 à 8 anos (ou até Funções da cobalamina
transportador chamado fator intrínseco produzido mais).
pelas células parietais do estômago para ser Cofator enzimático de duas reações essenciais dependentes da
absorvida de forma eficiente. presença da vitamina no organismo.
Após ligação do complexo cobalamina-FI ao seu 1. A reação da metionina sintase previne acúmulo de
transportados de membrana. A cobalamina é No sangue, a cobalamina é transportada pela TC-I e homocisteína e garante síntese adequada de DNA.
liberada e transportada no enterócito através da II. No entanto, apenas a TC-II possui receptores 2. A reação da metilmalonil-CoA mutase garante um destino
transcobalamina-I (TC-I), sendo liberada no sangue. para transferência da cobalamina aos tecidos extra- metabólico adequado ao L-Metilmalonil-CoA
intestinais

Reações da cobalamina

62
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
MINERAIS
Entenda a importância da água no corpo humano, suas
propriedades, ionização, e o papel dos sistemas tampão. Este
módulo destaca a relevância da água em diversas funções
corporais.

63
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
52 - METABOLISMO DO FERRO
Funções do ferro no organismo:
1. Transporte de oxigênio para os tecidos através do O ferro consiste em um metal de transição na
O que é: Ferro consiste em um metal de transição que pode ser grupo heme da hemoglobina e mioglobina. tabela periódica.
encontrado em dois estados de oxidação em nosso organismo. 2. Síntese de ATP através de proteínas Heme da cadeia Número atômico: 26
Ferroso (Fe2+) e férrico (Fe3+). transportadora de elétrons
Forma encontrada no organismo:
Em sua forma orgânica, o ferro encontra-se aderido em um 3. Cofator enzimático de enzimas
- Inorgânica: Ferroso (Fe2+) e férrico (Fe3+)
grupamento heme (ferro heme). - Orgânica: Ferro heme

Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Duodeno e jejuno


METABOLISMO DO FERRO
O ferro heme é mais biodisponível e absorvido por uma
via independente (HCP1) do ferro não-heme.
O ferro não-heme (Fe3+) deve ser reduzido a (Fe2+)
através de uma ferroredutase chamada citocromo B
Hepcidina
duodenal (DcytB) antes de ser absorvido pelo
transportador DMT1 na borda do enterócito. Hepcidina consiste na proteína que regula a disponibilidade de
ferro no organismo diminuindo a expressão da ferroportina
(diminui o efluxo de ferro das células).
Situações como excesso de ferro ou inflamação elevada
podem aumentar a expressão de hepcidina, diminuindo a
disponibilidade de ferro.
Dentro do enterócito o ferro heme é liberado do grupo heme
através da ação da HO-1 aderindo ao pool de ferro livre A anemia da doença crônica é gerada por esse mecanismo de
intracelular. regulação negativa exercido pela hepcidina
O ferro intracelular poderá se ligar a ferritina ou ser liberado
para ser absorvido através da ação da ferroportina e de uma
ferroxidase responsável pela reconversão de (Fe2+) em (Fe3+) Célula hepática
para transporte sanguíneo aderido a transferrina.
A dosagem plasmática da ferritina e a saturação
da transferrina são utilizados para avaliar o
estado de ferro do organismo.
Ferritina é um indicador de armazenamento de
ferro. Enquanto a saturação da transferrina nos
mostra a disponibilidade de ferro transportado
no sangue para uso no organismo

A transferrina transporta ferro para os tecidos e ao fígado para


que possa ser armazenado. As concentrações de ferritina
plasmática se elevam em condições
O fígado armazena o excesso de ferro através da ferritina. Em inflamatórias. Impedindo seu uso
momentos de necessidade, o ferro armazenado poderá ser para investigação do estado de ferro
Vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro utilizado para as funções características do organismo. corporal
não-heme doando elétrons para a ferroredutase

64
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
53 - METABOLISMO DO CÁLCIO

Cerca de 99% da carga corporal de cálcio está nos


O que é: O cálcio é um metal alcalino-terroso com ossos e dentes. O soro e as células representam
A homeostase do cálcio sérico é mantida
número atômico 20 e peso atômico 40 0,1 por cento e 1 por cento, respectivamente. O
dissolvendo o cálcio da matriz óssea
O Ca2 + divalente é a forma iônica dominante, osso, portanto, é um importante repositório de (reabsorção) em resposta a níveis séricos
propriedade que compartilha com Mg2 + e Zn2 + cálcio corporal baixos ou fixando cálcio na matriz
(reabsorção) quando os níveis estão altos.

Digestão e absorção intestinal Função do cálcio no organismo


Quase todo o cálcio ingerido na dieta está preso em METABOLISMO DO
uma matriz alimentar composta de proteínas, CÁLCIO Estrutural:
carboidratos complexos e complexos de polifosfato.
Formação dos ossos e dentes
As amilases salivares combinadas com a mastigação e
as amilases pancreáticas auxiliam na liberação parcial Metabólicas:
de cálcio dos amidos. Regulador e co-fator de enzimas (via
Como avaliar a deficiência de cálcio glicolítica , contração muscular, kinases).
As proteases no estômago e duodeno hidrolisam
proteínas e no processo, liberam o cálcio como íons Apesar de variações consideráveis na ingestão, absorção e excreção Papel na cascata de coagulação sanguínea
livres, interrompendo os locais de ligação do cálcio na de cálcio, a concentração sanguínea permanece notavelmente
proteína. constante. Níveis sanguíneos geralmente não refletem o estado
Osso
nutricional em relação ao cálcio. O uso da densidade mineral óssea
A acidez moderadamente forte do suco gástrico (pH
também apresenta algumas limitações, pois pode variar em 10% na
1,7) também ajuda a dissociar o Ca2 + dos peptídeos e
população, e sua diminuição é detectada somente após uma O paratohormônio (PTH) promove e a cálcio removido
torna os sais de cálcio, como o fosfato de cálcio calcitonina inibe a liberação de Ca no
deficiência crônica. A avaliação do cálcio iônico, paratohormônio e do sangue pelos
sange pelos osteoclastos
vitamina D podem ser utilizados juntamente com a avaliação dietética osteoblastos
Apenas cerca de um terço do cálcio da dieta é absorvido. de cálcio para avaliar o estando nutricional desse mineral
O PTH promove Cálcio não
Os mecanismos de absorção do cálcio são:
reabsorção de absorvido nas
Transporte ativo – baixas concentrações luminais de cálcio da urina ingestão de Ca
cálcio; fezes
Transferência Passiva – altas concentrações luminais
de cálcio
Rim
O mecanismo de transporte ativo é controlado pela ação
do calcitriol (forma ativa da vitamina D).
O calcitriol aumenta a captura de cálcio na borda em
Perda de
escova da célula da mucosa intestinal PTH promove intestino
cálcio na Vitamina D promove
delgado
a ativação da a absorção de cálcio
urina
vitamina D

65
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
54 - METABOLISMO DO ZINCO
A maioria do conteúdo de zinco corporal encontra-se nos
Zinco é classificado no grupo dos metais de transição
tecidos. Uma pequena parte é encontrada no plasma ligado a
na tabela periódica:
albumina ou livremente disponível.
O que é: Zinco consiste em um metal de transição Número atômico: 30
amplamente distribuído no organismo. Sua biodisponibilidade é influenciada pela dieta, sendo mais Encontra-se presente no organismo na forma de um
aproveitado através do consumo de alimentos de origem cátion Zn2+ com facilidade em captar elétrons.
Desempenha função celular de caráter estrutural, catalítica
animal.
e regulatória que interferem no crescimento e
desenvolvimento do indivíduo. Distribuição eletrônica do zinco

METABOLISMO DO ZINCO
Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Intestino delgado Função do zinco

O zinco obtido pela dieta geralmente encontra-se ligado 1. Estrutural: Zinco pode formar complexos
a moléculas orgânicas (proteínas e carboidratos). Para Deficiência de zinco chamados “fingers” de zinco nas estruturas de
ser absorvido deve ser antes liberado por ação proteínas celulares, conferindo função específica
enzimática e solubilizado no lúmen intestinal. Dieta vegana estrita, má absorção, alcoolismo crônico para cada molécula proteca.
Em sua forma livre (Zn2+), pode ser absorvido por e outros desfechos que afetam absorção e perda do 2. Reguladora: Regula atividade de moléculas
transporte ativo através do transportador ZIP4 ou por zinco corporal podem gerar deficiência: através do mecanismo de
difusão passiva. fosforilação/desfosforilação. Além de
Sinais clínicos: Dermatite, retardo no crescimento,
Transportadores de zinco realizam seu transporte no sinalizadores celulares conhecidos como STAT,
hipogonadismo e comprometimento imune.
enterócito até que ser exportado para o meio NFAT e CREBP.
extracelular pelo transportador ZnT1 3. Catalítica: Pode melhorar a atividade de enzimas
importantes para a célula (RNA polimerases).
Outros exemplos são a fosfatase alcalina e
anidrase carbônica.

Seu transporte no sangue é realizado pela


albumina, mas uma parcela encontra-se livre no
plasma, podendo ser filtrado pelos rins,
contribuindo para controle o da homeostase

Ilustração da função estrutural por meio do


“fingers” de zinco presente nas proteínas.
Seu formato molecular se parece com um dedo
de mão

65 66
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
55 - METABOLISMO DO SELÊNIO

O que é: Selênio consiste em um mineral componente Podemos obter selênio a partir de formas orgânicas
de proteínas celulares conhecidas como (selenocisteína e selenometionina) e inorgânicas Fósforo é classificado no grupo dos não-metais, grupo
selenoproteínas. (selenato e selenito). dos calcogênios na tabela periódica.
Apenas o aminoácido selenocisteína representa a forma Número atômico: 34
Sua função depende da ação das respectivas
ativa de atuação do selênio presente nas
selenoproteínas. Podemos destacar a glutationa
selenoproteínas.
peroxidase e iodotironina deiodinases como exemplos
principais

Digestão e absorção intestinal


METABOLISMO DO SELÊNIO
Local de absorção: Intestino delgado Função do selênio
O selênio proveniente da dieta pode ser obtido de O selênio realiza suas funções através de selenoproteínas celulares
forma eficiente (50 – 100%) tanto na forma orgânica que contém selenocisteína:
(selenocisteína e selenometionina) quanto inorgânica Deficiência de selênio Glutationa peroxidase: Exerce ação antioxidante, protegendo a
(selenato e selenito). célula contra os danos gerados por radicais livres.
Formas orgânicas como a selenometionina é absorvida Sinais clínicos: Fraqueza muscular, dores articulares, unhas
Iodotironina deiodinases: Permite a conversão do T4 em T3,
por transporte ativo duplo de sódio e aminoácidos e cabelos quebradiços.
melhorando a disponibilidade de tri-iodotironina (T3).
neutros.
O selenito é absorvido via difusão passiva. GPX3, SEPP1 e níveis plasmáticos de selênio podem ser Tiorredoxina redutases: Também exerce ação antioxidante, atua na
utilizados para avaliação do estado nutricional. síntese de DNA e sinalização celular;
Deve-se considerar o selênio plasmático quando > 1 µmol/L

Mecanismo de ação da GPX

Após absorção, seu transporte no sangue é realizado


principalmente através de duas selenoproteínas:
GPx: Glutationa peroxidase
Selenoproteína P (SEPP1) e glutationa peroxidase
extracelular (GPX3)

67
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
56 - METABOLISMO DO MAGNÉSIO

Magnésio é classificado no grupo dos metais alcalinos


Por desempenhar função importante como cofator terrosos na tabela periódica.
enzimático, Mg2+ é essencial para o metabolismo Número atômico: 12
O que é: Magnésio consiste em um metal encontrado
energético (MgATP2-), glicólise, ciclo de Krebs, Presente no organismo na forma de cátions Mg2+
como cátion (Mg2+) em maior quantidade no
metabolismo dos aminoácidos, crescimento e
compartimento intracelular. Distribuição eletrônica do magnésio
desenvolvimento celular
Atua em mais de 300 reações bioquímicas essenciais
para o organismo

METABOLISMO DO MAGNÉSIO

Função do magnésio
Deficiência de magnésio pode gerar alterações:
Digestão e absorção intestinal
Por atuar como cofator enzimático em reações essenciais, o
Local de absorção: Jejuno, íleo e cólon 1. Bioquímicas: Hipocalcemia, hipocalemia e/ou magnésio é importante para:
hipomagnesemia. 1. Metabolismo energético: Forma o complexo MgATP2-
90% do Mg2+ obtido pela dieta pode ser absorvido por 2. Neuromusculares: Epilepsia, tremores e
utilizado nas reações dependentes de ATP. Além de ser
transporte passivo paracelular. Os 10% restantes são espasmos musculares.
essencial para o ciclo de Krebs
absorvidos por transporte ativo mediado pelo 3. Cardiovasculares: Arritmia e HAS
2. Metabolismo da glicose: Importante para secreção de
transportador (TRPM6).
insulina e na via glicolítica (glicólise)
3. Crescimento e desenvolvimento celular: Cofator
enzimático das RNA e DNA polimerases
4. Controle de canais iônicos: Essencial para funcionamento
da bomba de sódio e potássio

Entre os componentes dietéticos que foram


investigados para reduzir absorção de Mg2+, o zinco Complexo ATP-Magnésio
ofertado em doses elevadas (142 mg/dia) pode
interferir de forma negativa na biodisponibilidade de
magnésio.
A vitamina D pode aumentar absorção, mas de forma
menos relevante quando comparado a cálcio.

Magnésio plasmático é encontrado principalmente em


sua forma ionizada (Mg2+)

68
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
57 - METABOLISMO DO CROMO

É considerado um metal-traço por apresentar Cromo é considerado um mineral na tabela periódica,


O que é: Cromo consiste em um metal com função uma baixa disponibilidade dentro das células, podendo ser encontrado principalmente na forma
estudada na melhoria da eficiência da resposta insulínica quando comparado aos outros minerais hexavalente - Cr6+ (toxico) e trivalente – Cr3+ (menos
nos tecidos dependentes. intracelulares. toxico e prevalente nos alimentos).
Indiretamente, o cromo pode contribuir para um melhor
controle glicêmico.

METABOLISMO DO CROMO

Digestão e absorção intestinal

Local de absorção: Intestino delgado


Deficiência de cromo é relativamente rara em Função do cromo
O cromo geralmente é consumido ligado a moléculas decorrência da falta de um método padrão-ouro para
avaliação do estado nutricional. A função do cromo consiste em melhorar a eficiência das células
orgânicas presentes nos alimentos. Sua absorção é
em responder a insulina através da conversão da apocromodulina
relativamente baixa (0,5 – 2,5%), com a maioria
Sinal clínico: Hiperglicemia associada a intolerância a em sua forma ativa cromodulina.
consumida sendo perdida nas fezes.
O transporte intestinal ocorre através por difusão passiva, glicose.
sem necessidade de gasto de ATP.

Alguns fatores dietéticos podem interferir em na absorção


de cromo. O fitato parece agir de forma inibitória,
enquanto o oxalato age positivamente. A toxicidade acontece apenas na forma
hexavalente (Cr6+) de cromo, podendo gerar
hepatoxicidade.
Enterócito
Não há relatos consistentes de toxicidade associada
Cr 3+ a forma trivalente (Cr3+).

Após absorção, o cromo é transportado principalmente


(~80%) através da transferrina.
A maioria do cromo será filtrado e excretado na urina e
outra parcela poderá ser captada pelos tecidos.

Transferrina

69
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
58 - METABOLISMO DO IODO

O uso de iodo pela tireoide é intimamente regulado por


mecanismos de auto regulação da glândula e pelo eixo Iodo é classificado como não metal na tabela periódica.
hipotálamo-hipófise-tireoide. Sendo importante para Número atômico: 53
O que é: Iodo consiste em um mineral com importância adequar a produção dos hormônios tireoidianos a Presente no organismo principalmente na forma de
fundamental para o funcionamento da glândula disponibilidade de iodo no organismo iodeto.
tireoide, auxiliando na produção dos hormônios T3
(triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Distribuição eletrônica do iodo

Sua falta pode causar problemas na tireoide e no


funcionamento do organismo
METABOLISMO DO IODO

A falta de iodo no organismo pode causar Função do iodo


Digestão e absorção intestinal comprometimento na produção dos hormônios da A principal função do iodo no organismo é mediada pela
tireoide, levando a hipertrofia da glândula caracterizada função dos hormônios da tireoide:
Local de absorção: Intestino delgado
como Bócio. Em situações mais extremas, pode ocorrer rescimento e desenvolvimento do tecido nervoso no
O iodo é absorvido de forma considerável pelos o desenvolvimento de cretinismo (comprometimento
estágio de vida inicial do indivíduo (fase fetal até 3
físico e intelectual).
enterócitos intestinais na forma de iodeto. Geralmente anos).
ele encontra-se na dieta ligado a moléculas orgânicas
Controle das funções metabólicas essenciais para o
que necessitarão sofrer digestão antes de liberar iodeto
disponível para transporte intestinal funcionamento das células.
O simportador de iodeto dependente de sódio (NIS) e o Termogênese adaptativa
SMVT permitem o transporte através da membrana Vias metabólicas (lipólise e metabolismo oxidativo para
luminal, sendo posteriormente absorvidos para o síntese de ATP)
sangue.

Regulação homeostática
A disponibilidade de iodo causa alterações no organismo
para ajustar a captação e utilização do iodo para síntese do
T3 e T4.

Tireoide
Seu transporte no sangue ocorre principalmente na
forma de iodeto, sendo destinado aos tecidos
periféricos, principalmente tireoide. Ou excretado
pelo rim.

70
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
59 - METABOLISMO DO SÓDIO
O sódio é classificado como metal alcalino na tabela
O que é: O sódio consiste em um eletrólito importante periódica.
Sódio encontra-se no corpo em sua forma iônica como
para que as células e o organismo possam Número atômico: 11
cátion (Na+).
desempenhar suas funções normais: Forma iônica: Na+
Essa característica permite que possa realizar funções
1. Controle da osmolaridade extracelular importantes através de sua contribuição para geração
Distribuição eletrônica do sódio
2. Transmissão de impulsos nervosos de um gradiente eletroquímico.
3. Transporte de substâncias pela membrana
celular.

METABOLISMO DO SÓDIO

Digestão e absorção intestinal Funções do sódio

Local de absorção: Intestino delgado e grosso O sódio desempenha funções essenciais a vida, sendo
imprescindível que sua disponibilidade seja mantida de
O sódio é absorvido em uma quantidade elevada Deficiência de sódio forma constante:
(~98%), principalmente no intestino delgado através de 1. Regula a osmolaridade do líquido extracelular,
um gradiente eletroquímico e de concentração. A diminuição plasmática de sódio é conhecida como
evitando alterações no volume e
Sua absorção é constantemente acoplada ao transporte hiponatremia. Podendo ser causada por perda de Na+
funcionamento das células.
de outros nutrientes (vitaminas, glicose e aminoácidos). ou retenção excessiva de água.
2. Transporte de substâncias pela membrana
No intestino grosso, o Na+ é absorvido em menor A menor osmolaridade extracelular pode contribuir para
celular em resposta ao gradiente eletroquímico
quantidade contra um gradiente de concentração. o inchaço celular.
e de concentração.
3. Transmissão de impulsos nervosos
4. Contração muscular, sendo importante para
função cardíaca e muscular esquelética.
A ingestão de sódio deve ser restrita a valores
menores que 2,3 g. Contribuindo para uma menor Transmissão de impulso nervoso
interferência no aumento da pressão arterial,
principalmente a indivíduos sensíveis ao sódio.

Como o sódio consiste no maior eletrólito do


líquido extracelular. A avaliação dos seus níveis
O sódio é transportado livremente no sangue em sua
plasmáticos por si só já é o bastante para predizer a
forma iônica (Na+). Podendo ser posteriormente
osmolaridade e seus efeitos no compartimento de
excretado pelos rins, pele ou fezes.
líquido intracelular

71
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
60 - METABOLISMO DO POTÁSSIO

Encontra-se no organismo em sua forma iônica (Na+).


O que é: Potássio consiste em um eletrólito com função O potássio é classificado como metal alcalino pela
Juntamente com o sódio, é utilizado pela bomba de Na+
essencial ao funcionamento celular e sobrevivência do tabela periódica.
e K+ para geração de um gradiente eletroquímico
organismo, com a maioria dos estudos avaliando seu Número atômico: 19
essencial para o funcionamento do organismo em
impacto na pressão arterial: Forma iônica: Na+
diversos sistemas do corpo.

1. Controle da osmolaridade intracelular Distribuição eletrônica do potássio


2. Transmissão de impulsos nervosos
3. Transporte de substâncias pela membrana
plasmática.
METABOLISMO DO POTÁSSIO

Funções do potássio

Digestão e absorção intestinal O potássio desempenha funções essenciais a vida, sendo


imprescindível que sua disponibilidade seja mantida de forma
Local de absorção: Intestino delgado constante:
Deficiência de potássio
O potássio (K+) consumido principalmente através das 1. Regula a osmolaridade do líquido intracelular, evitando
A diminuição plasmática de potássio é conhecida como alterações no volume e funcionamento das células.
frutas e vegetais é eficientemente (90%) absorvido no
hipocalemia (<3,5 mmol/L). Podendo ser causada por 2. Transporte de substâncias pela membrana celular em
intestino delgado por mecanismo de difusão passiva.
aumento das perdas ou captação celular de K+:
resposta ao gradiente eletroquímico e de
Ainda temos pouca investigação sobre os fatores Pode ocorrer: Arritmia cardíaca, alteração na pressão
concentração.
arterial, fraqueza muscular e intolerância a glicose.
dietéticos que possam afetar a absorção e 3. Transmissão de impulsos nervosos
biodisponibilidade do potássio. 4. Contração muscular, sendo importante para função
cardíaca e pressão arterial.
Transmissão de impulso nervoso

Enterócito Após absorção, o potássio circula no sangue como


eletrólito, sendo livremente filtrado pelos rins para
controle de sua homeostase corporal.
A maioria do K+ filtrado é reabsorvido de volta ao
organismo. Por isso, os rins podem controlar o nível de
excreção do K+ de acordo com o estado do eletrólito no
organismo

72
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
61 - METABOLISMO DO FÓSFORO

Assim como ocorre com o cálcio, a maior parte do Fósforo é classificado no grupo dos não-metais, grupo
conteúdo de fósforo encontra-se no esqueleto em do nitrogênio na tabela periódica.
forma de cristais de hidroxiapatita. Número atômico: 15
O que é: Fósforo consiste em um mineral amplamente Presente no organismo principalmente na forma de
distribuído no organismo. Podendo atuar em funções Além dessa reserva corporal, o fósforo é facilmente
íons fosfato e fosfato inorgânico (Pi).
vitais para sobrevivência (aproveitamento energético, absorvido por mecanismo dependente da quantidade
manutenção do DNA e RNA, sinalização e regulação ingerida, conferindo boa disponibilidade para sua
adequação no organismo. Distribuição eletrônica do fósforo
das reações celulares).

METABOLISMO DO FÓSFORO

Digestão e absorção intestinal Função do fósforo


Local de absorção: Jejuno, íleo e cólon Fósforo pode apresentar diversas funcionalidades assumindo sua
forma como grupo fosfato:
Fósforo pode ser absorvido tanto por transporte
1. Metabolismo energético: As principais moléculas de alta
passivo quanto ativo.
Ao ser ingerido, o fósforo ligado a moléculas orgânicas Deficiência de fósforo energia (ATP, GMP, CP) das células contém grupos
deve ser digerido por fosfatases intestinais para fosfatos, servindo como alternativa para tornar reações
Em razão da alta biodisponibilidade relatada termodinamicamente favoráveis.
obtenção de sua forma livre (fosfato inorgânico).
acima. A deficiência de fósforo é relativamente 2. Síntese de DNA e RNA: Tanto DNA quanto RNA possuem
Apenas este último poderá ser absorvido.
rara. Além da ampla distribuição e quantidade um grupo fosfato em sua estrutura molecular.
A maior parte do fosfato inorgânico é absorvido por
encontrada nos alimentos, existe um sistema de 3. Sinalização celular: Moléculas que atuam nas vias de
transporte passivo dependente da sobrecarga
regulação sensível ao fósforo, garantindo sua sinalização contém grupos fosfatos, sendo indispensável
Transporte ativo ocorre no duodeno através do
homeostase no organismo. para a mudança das funções celulares (AMPc, GMPc, IP3)
transportador dependente de sódio (NPT2B).
4. Atividade enzimática: A forforilação ou desfosforilação de
enzimas pode regular sua atividade, interferindo no
metabolismo.

Após absorção, o fósforo circula no sangue


1. Paratormônio (PTH): Age aumentando a excreção renal
principalmente como fosfato inorgânico, sendo
de fosfato em situações de curto prazo.
livremente filtrado nos rins.
2. Fator de crescimento de fibroblasto 23 (FGF23): Age
A maioria do fósforo filtrado é reabsorvido (90%)
aumentando a excreção renal de fosfato em
de volta ao organismo.
situações de longo prazo.
3. Vitamina D (calcitriol): Aumenta a absorção intestinal
de fósforo, mas em grau pouco relevante.

73
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
BÔNUS!
A partir de agora você terá acesso a 09 mapas mentais adicionais:

62 Fibras solúveis
63 Fibras insolúveis
64 Metabolismo dos polifenóis
65 Metabolismo dos Aminoácidos sulfurados
66 Metabolismo dos Aminoácidos aromáticos e arginina
67 Metabolismo dos Aminoácidos de cadeia ramificada
68 Metabolismo dos Ácidos graxos de cadeia curta e média
69 Metabolismo dos Ácidos graxos saturados
70 Metabolismo dos Ácidos graxos trans

74
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
62 - METABOLISMO DAS FIBRAS SOLÚVEIS
O que é: Fibras solúveis são carboidratos não digeridos por Os alimentos abaixo são fontes conhecidamente
enzimas do trato gastrointestinal com característica de se importante de fibras solúveis que podem ser incluídos em
solubilizar em água, formando géis e conferindo nossa dieta.
viscosidade importante para conferir benefícios específicos
a saúde.
Podemos destacar as fibras: Beta glucana, psyllium, amido
resistente, inulina.
FIBRAS SOLÚVEIS
Fibras solúveis
Aveia psyllium Farinha de
banana

Os principais benefícios a saúde relacionados ao estudo


de algumas fibras solúveis consistem na melhora do
perfil lipídico, controle de saciedade, modulação da
microbiota intestinal, melhora do funcionamento
intestinal e resposta/controle glicêmico.

Resposta e controle glicêmico Melhora do perfil lipídico Mecanismo de fome/saciedade


Os dois mecanismos que relacionam as fibras solúveis Fibras solúveis como o psyllium e beta glucana são As fibras solúveis podem ser importantes para na
a melhora do metabolismo da glicose se dão por meio estudadas principalmente com relação a sua ação melhora da saciedade, evitando o consumo de
da ação direta no controle da absorção e resposta redutora de colesterol LDL. Podem ser alternativas alimentos com alta densidade calórica. Além do fato dos
glicêmica do carboidrato disponível nos alimentos ou interessantes para pacientes que apresentam elevação alimentos ricos em fibras apresentarem menos calorias,
por meio da regulação do microbioma intestinal, inicial do colesterol, mas não são submetidos a um as fibras induzem mecanismo de saciedade pelo
permitindo a produção de ácidos graxos de cadeia tratamento medicamentoso mais intensivo. aumento do volume das refeições, liberação de
curta com função benéfica local e sistêmica. Os resultados demonstram tamanhos de efeito em hormônios envolvidos na saciedade (PYY, CCK, GLP-1) e
pela possível ação na produção dos ácidos graxos de
torno de 5,3 – 5,6% na redução do colesterol total.
cadeia curta.

Alterada

Normal

75
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
63 - METABOLISMO DAS FIBRAS SOLÚVEIS
As fibras são carboidratos resistentes ao processo de
digestão química em nosso trato gastrointestinal, sendo As fibras insolúveis estão presentes nas cascas de alimentos
possivelmente fermentadas no microbioma intestinal. integrais, folhosos e sementes.

As distinções entre fibras solúveis e insolúveis se dá por Celulose, hemicelulose e lignina são as principais fibras insolúveis
meio da sua solubilidade em água. Sendo assim, um encontradas nos seguintes exemplos de fontes alimentares:
alimento rico em fibras geralmente pode apresentar os
dois tipos, diferindo na composição e quantidade.

FIBRAS INSOLÚVEIS
Fibras insolúveis
Alface e Arroz e Feijão e
folhosos cereais leguminosas

O benefício das fibras insolúveis é decorrente da


resposta gerada no TGI. Diferentemente das fibras
solúveis (formadora de géis), as insolúveis tendem a
aumentar mais o trânsito intestinal, além de conferir
maior volume ao tamanho das fezes.

Melhora da constipação Melhora em doenças


A ingestão de alimentos vegetais ricos em fibras insolúveis (juntamente com ingestão Diversas doenças e grupos populacionais específicos são acometidos por
hídrica) consiste em uma estratégia eficaz para o aumento do trânsito intestinal, distúrbios no funcionamento gastrointestinal. Doença de Parkinson,
melhorando o desconforto gerado pela constipação. diverticulite, mulheres grávidas e outros grupos específicos podem se
beneficiar pelo aumento correto do conteúdo de fibras solúveis. Sendo assim,
A prevalência de pessoas com constipação se dá pela presença de características
devemos orientar corretamente sobre o benefício geral das fibras dietéticas
como baixa ingestão de fibras e água, sendo necessário a correção pela dieta.
para população.

76
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
64 - METABOLISMO DOS POLIFENÓIS
O que são: Polifenóis consiste em um grande grupo de Os polifenóis são organizados em grupos de compostos, contendo subgrupos.
compostos presentes nas plantas contendo anel Podemos destacar: Flavonóides, ácidos fenólicos, Estilbenos e lignana, sendo os
aromático e com atividade antioxidante. flavonóides os mais estudados e presentes na dieta humana.
Esses compostos também podem ser referidos como
metabolitos secundários produzidos nas plantas como
forma de proteção.

METABOLISMO DOS
Metabolismo dos POLIFENÓIS
polifenóis
Flavonóides

Consiste no grupo de compostos fenólicos mais prevalentes Ácidos fenólicos


na dieta humana, tendo em vista a presença constante em
vegetais, frutas e leguminosas, além de chás obtidos a partir
FIBRAS INSOLÚVEIS Consiste em dois subgrupos de compostos
de plantas específicas (chá verde). Segue abaixo os principais Benefícios a saúde derivados a partir do ácido hidroxibenzóico e a
subgrupos de flavonóides estudados: partir do ácido cinâmico. Podemos destacar o
Existe uma grande discussão sobre os benefícios a saúde ácido caféico, p-cumárico, ferúlico e sinápico.
demonstrados pelos polifenóis. Para compreender melhor esse
assunto, é necessário que possamos compreender a diferença
terre desfecho clínico e substituto.
Os polifenóis apresentam resultados positivos em estudos que
avaliam desfechos substitutos como, resposta antioxidante e
anti-inflamatória, mas ainda é necessário melhores estudos para
demonstração de relevância em desfechos clínicos importantes Estilbenos
(exemplo, doença cardiovascular). Consiste em compostos contendo dois anéis
Essa discrepância acima não exclui o fato de que os compostos aromáticos ligados por uma ponte de metileno.
fenólicos bioativos devem fazer parte de uma dieta saudável. Sem dúvida, o estilbeno mais estudado consiste
Fazendo parte dos conjuntos nutrientes que compõe os no resveratrol, encontrado principalmente nas
alimentos vegetais. uvas e vinhos.

Lignanas

Consiste em um composto fenólico obtido a


partir da dimerização do ácido cinâmico.

Os flavonóides diferem um do outro pela presença de


determinados grupos moleculares em locais específicos.
Podemos observar nos exemplos acima que os principais grupos
são: Hidroxila (OH), hidrogênio (H), metóxi (OCH3) e galoil.

77
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
65 - METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS SULFURADOS
O que é: Aminoácidos sulfurados consiste naqueles Estrutura molecular da metionina e cisteína. Ambos
aminoácidos que possuem enxofre em sua estrutura. Os contendo enxofre.
dois aminoácidos essenciais que pertencem a esse grupo
consistem na metionina e na cisteína. Abordaremos a
função de cada um destes em nosso organismo.

METABOLISMO DOS
Metabolismo dos aminoácidos
AMINOÁCIDOS SULFURADOS
sulfurados (metionina e cisteína)
(METIONINA E CISTEÍNA)
Metionina Cisteína
Função da metionina

A metionina apresenta uma função essencial para a bioquímica. Através desse


aminoácido, reações que dependem da transferência de grupos metil contendo Função da cisteína
1 carbono poderão ocorrer. A cisteína desempenha sua função específica por meio da formação de dois compostos no
Sendo assim, a metionina, na forma do composto S-Adenosilmetionina, é organismo: Glutationa e taurina.
especializada em doar grupos metil para diversas reações, proporcionando Como sabemos, a glutationa é considerada um antioxidante endógeno. Sua ação ocorre por
funções diversificadas. Observe o conjunto de reações abaixo: meio da conversão e inativação da espécie reativa de oxigênio (peróxido de hidrogênio) em
água (H2O).

Enquanto a taurina, é considerado um aminoácido semi essencial com estudos relacionados a


melhora da função mitocondrial, saúde cardiovascular, musculo esquelético e sistema
respiratório. Deveremos abordar especificamente sobre esse tema em outra discussão.

A importância desse ciclo de reações não se dá somente pela transferência de A glutationa pode alternar entre dois estados redox para que seja possível sua ação
grupos metil, mas também pela capacidade do metabolismo da metionina antioxidante. Quando recebe elétron a partir do NADPH, a glutationa torna-se
contribuir para a ressíntese de tetrahidrofolato, prevenindo que a falta dessa reduzida e pronta para doar o elétron para inativar o H2O2. Após esse evento a
molécula precursora e, consequentemente, prevenindo a anemia glutationa torna-se oxidada, necessitando de mais elétrons a partir do NADPH.
megaloblástica.

78
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
66 - METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS AROMÁTICOS E ARGININA
O que são: A fenilalanina e tirosina são considerados
Estrutura molecular da fenilalanina, tirosina e
aminoácidos aromáticos em decorrência da presença de
arginina.
um anel aromático em suas moléculas.
A arginina consiste em um aminoácido precursor de óxido Anéis aromáticos
nítrico no endotélio vascular. Veremos a seguir as possíveis
funções de cada um dos três aminoácidos no organismo. METABOLISMO
MetabolismoDOS
da AMINOÁCIDOS
fenilalanina,
AROMÁTICOS
tirosina e Earginina
ARGININA

Fenilalanina Tirosina Arginina

Funções da fenilalanina e tirosina


Função da arginina
O metabolismo da fenilalanina e tirosina são interligados por meio da reação catalisada
A principal função estudada do aminoácido arginina consiste na sua capacidade de
pela fenilalanina hidroxilase. Essa reação converte a fenilalanina em tirosina por meio
servir como precursor para a síntese do vasodilatador óxido nítrico por meio da reação
de uma hidroxilação da molécula. Sendo assim, podemos dizer que a fenilalanina
catalisada pela óxido nítrico sintase (NOS). Essa é uma reação que pode acontecer
desempenha as funções da tirosina indiretamente, uma vez que ela serve como
tanto no endotélio (NOS endotelial) quanto em neurônios (NOS neuronal) e células do
precursora.
sistema imune (NOS induzível).

A tirosina consiste em um aminoácido versátil, pois pode dar origem a diversas A imagem ao lado demonstra a síntese de ON no
endotélio de um vaso sanguíneo a partir da ação da
moléculas essenciais ao funcionamento do nosso corpo, principalmente
enzima eNOS na presença de L-Arginina, NADPH e O2.
neurotransmissores e hormônios conhecidos por todos nós. Abaixo temos um resumo
O produto final dessa reação é a citrulina.
das moléculas produzidas a partir da tirosina.

Se pararmos para lembrar, a arginina também participa do ciclo da ureia e da


síntese de creatina, ambos eventos que acontecem no nosso fígado. No
entanto, apesar da grande importância da arginina na síntese desses
compostos biológicos, devemos lembrar que suplementação de L-arginina é
menos eficaz para o estímulo da síntese de oxido nítrico do que a via do
nitrato-nitrito óxido nítrico.

79
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
67 - METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA
Além de fazer parte das proteínas, os BCAAs Resumidamente, os BCAAs são metabolizados inicialmente
ganharam destaque após a descoberta do seu pelas aminotransferases de cadeia ramificada, transferindo
O que são: Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs)
metabolismo ativo no músculo esquelético, tendo o grupo amino dos aminoácidos para o α-cetoglutarato.
consistem em três aminoácidos essenciais: Leucina, valina e
em vista a maior atividade desempenhada pelas Posteriormente, cada respectivo cetoácido gerado sofrerá
isoleucina conhecidos por apresentarem uma atividade
aminotransferases de cadeia ramificada. uma descarboxilação oxidativa, dando um destino
muscular distinta dos demais aminoácidos.
metabólico aos seus esqueletos de carbono.
O metabolismo dos BCAAs consiste em duas etapas
resumidas (transaminação dos aminoácidos por meio das
aminotransferases e descarboxilação oxidativa por meio das
desidrogenases dos cetoácidos formados). METABOLISMO
Metabolismo DOS AMINOÁCIDOS
dos aminoácidos
DEde
CADEIA RAMIFICADA
cadeia ramificada

Hipóteses sobre o BCAAs no esporte

• Desempenho: Existem dois mecanismos pelo qual os BCAAs são utilizados como
aminoácidos diretamente associados ao desempenho nos treinamentos e competição.
1º Alguns autores defendem que os BCAAs são mais facilmente metabolizados no
músculo para ressíntese de ATP. 2º Os BCAAs poderiam retardar o aparecimento da Após a descarboxilação oxidativa, podemos verificar na imagem abaixo que cada um dos
“fadiga central” por meio do seu transporte na barreira hematoencefálica, competindo três cetoácidos são destinados a formação de algum composto.
com o triptofano para chegada ao sistema nervoso central. Consequentemente,
impedindo a formação da serotonina a partir desse último aminoácido. Apesar disso, Leucina -> α-cetoisocaproato
não temos boas evidências de melhora na performane a partir dos BCAAs. Isoleucina -> α-ceto-β-metilvalerato
• Hipertrofia muscular: Essa hipótese surgiu quando foi descoberta a relação entre a Valina -> α-cetoisovalerato
leucina e o início da síntese proteica muscular. No entanto, além de não podermos
extrapolar um mecanismo de síntese proteica para o desfecho hipertrofia muscular, é Por ser convertida em acetil-CoA e acetoacetato, a leucina é considerada cetogênica.
necessário que exista à disponibilidade dos demais aminoácidos essenciais para uma Isoleucina é tanto glicogênica quanto cetogênica por sua conversão a acetil-CoA e succinil-
síntese proteica sustentada. Tornando assim uma hipótese inverossímil ou irrelevante CoA. A valina é exclusivamente glicogênica, pois é convertida em succinil-CoA.
do ponto de vista clínico.

80
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
68 - METABOLISMO DOS ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA E MÉDIA
Ácidos graxos de cadeia curta e média são ácidos graxos com menor quantidade de Classificação dos ácidos graxos
carbono. Sendo assim, são metabolizados de uma forma diferente quando
Ácidos graxos de cadeia curta: Entre 2 – 6 carbonos
comparados aos ácidos graxos de cadeia longa.
Ácidos graxos de cadeia média: Entre 8 – 12 carbonos
Tanto o processo de digestão quanto absorção e uso como fonte de energia ocorrem Ácidos graxos de cadeia longa: 14 – 18 carbonos
por mecanismos alternativos. Essas características levaram alguns pesquisadores a
criarem hipóteses com bases no uso desses ácidos graxos, na área clínica ou esportiva.

Ácido acético (2C) Ácido propiônico (3C) Ácido butírico (4C)

METABOLISMO DOS ÁCIDOS


Ácidos graxos de cadeia curta e média
GRAXOS DE CADEIA CURTA E MÉDIA Ácido láurico (12C)
Ácidos graxos de cadeia curta
Os ácidos graxos de cadeia curta são produzidos a partir dos carboidratos não-
digeridos (fibras), por meio da ação das bactérias presentes na microbiota intestinal. Ácidos graxos de cadeia média
Os três ácidos graxos produzidos são: Acetato (2C), propionato (3C) e butirato (4C).
Assim como os ácidos graxos de cadeia curta, os ácidos graxos de cadeia média
A proporção molar dos ácidos graxos produzidos é influenciada pela microbiota, tipo
são absorvidos diretamente para corrente sanguínea (veia porta), seguindo um
de fibra e estilo de vida do indivíduo. No entanto, pensando em uma proporção
caminho mais rápido para sua metabolização no fígado e demais tecidos.
geral, podemos destacar um valor de 60:20:20 para acetato, propionato e butirato,
respectivamente.
A oxidação desses ácidos graxos não depende do sistema de transporte
A maior parte dos ácidos graxos de cadeia curta são utilizados como fonte de energia
mediado pela carnitina. Por isso, alguns pesquisadores estabeleceram diversas
pelos colonócitos na região distal do TGI. O conteúdo remanescente pode ser
absorvido para corrente sanguínea. hipóteses com base nesse tipo de ácido graxo.

Absorção intestinal
Ácido graxo de
cadeia curta

81
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
69 - METABOLISMO DOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS
Ácidos graxos saturados são moléculas lipídicas caracterizadas por não Na imagem abaixo podemos perceber a cadeia molecular de um ácido graxo
apresentarem insaturações em toda a cadeia de carbono. O ácido palmítico saturado. Diferentemente do ômega 3, 6 e 9, os saturados não possuem
contendo 16 carbonos consiste no ácido graxo mais conhecido na bioquímica. nenhuma ligação dupla em suas moléculas:
Apesar de toda a discussão sobre os possíveis malefícios associados ao Ácidos graxos saturados
consumo de gordura saturada, devemos compreender os mecanismos e a
quantidade de gordura saturada associada ao aumento do risco de
anormalidades clínicas.

METABOLISMO DOS ÁCIDOS


Ácidos graxos saturados
GRAXOS SATURADOS

Ácidos graxos insaturados

As principais diretrizes de saúde nacionais e internacionais prezam pela


prevenção do consumo excessivo de gordura saturada, estabelecendo Apesar do que se pensava antigamente, nos dias atuais, após novos ensaios clínicos
recomendações de ingestão com base no valor calórico total da dieta investigando os riscos associados ao consumo de gordura na dieta, a gordura saturada
consumida. passou de completa vilã para um nutriente flexível, mas não em excesso.
Muitos alimentos industrializados são fontes de gordura saturada, sendo O maior ensaio clínico investigando o assunto foi o “women´s health iniciative”. Não
estes comumente associados ao consumo excessivo dessa gordura em demonstrando uma diminuição no risco cardiovascular após a diminuição do consumo de
estudos observacionais que avaliam componentes dietéticos e risco. gordura saturada de 12% para 9% do valor calórico total.

Apesar disso, muitas diretrizes recomendam a diminuição do consumo de gorduras saturadas


para valores menores do que 10% do VET, sendo a principal justificativa a existência de
estudos que demonstram o aumento do LDL colesterol em dietas com excesso desse tipo de
gordura. Sabemos do risco já demonstrado entre LDL colesterol e doenças cardiovasculares,
devendo assim ser função do nutricionista individualizar o consumo de acordo com o risco
individual de cada paciente.

Hamburguer Carne gordurosa Manteiga

As diretrizes atuais, assim como a sociedade brasileira de cardiologia


estabelecem valores de consumo da gordura saturada de acordo com risco
e níveis de LDL colesterol. De modo geral, pacientes saudáveis de baixo
risco devem consumir menos que 10% de saturados, enquanto indivíduos
com LDL fora da meta ou em elevado risco devem consumir menos do que
7% do VET. LDL colesterol e a hipótese
da placa de ateroma
82
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
70- METABOLISMO DOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS

Ácido graxos trans consiste em um grupo de lipídios naturais ou A configuração trans ocorre quando um ácido graxo contendo insaturações
artificiais que possuem uma estrutura diferente dos demais ácidos (ligações duplas) apresenta os hidrogênios em lados opostos em
graxos com configuração cis. determinadas insaturações. Diferentemente, na configuração cis, os
hidrogênios encontram-se no mesmo lado nas insaturações do ácido graxo.
A gordura trans artificialmente obtida a partir do processo de
Hidrogênios no mesmo
biohidrogenação parcial foi associada nos estudos observacionais com
um maior risco de doenças crônicas. Além de evidências experimentais lado da ligação
demonstrando maior resposta pró inflamatória e estresse oxidativo.

Ácido graxo cis


Hidrogênios em lados
METABOLISMO DOS ÁCIDOS opostos da ligação
Ácidos graxos
GRAXOS TRANS trans

Quando falamos sobre gorduras trans devemos diferenciar as gorduras


trans de fontes naturais presentes em fontes de animais ruminantes Ácido graxo trans
(carnes, leite e derivados) dos alimentos industrializados que passaram
pelo processo de biohidrogenação parcial.
Esses ácidos graxos trans são diferentes uns dos outros pela Desfechos clínicos
localização da gordura trans e pela quantidade presente na molécula. Os ácidos graxos trans provenientes de produtos alimentícios industrializados e ultra processados
foram associados ao risco de doenças crônicas a partir da análise de estudos de caráter
observacional (doença cardiovascular e demais doenças). Esses achados foram inicialmente
Industrializados/ultra processados baseados no mecanismo proveniente dos achados em desfechos substitutos como resposta pró
inflamatória e estresse oxidativo a partir de estudos experimentais.

Atualmente, as diretrizes voltadas para o consumo de gorduras e componentes nutricionais


recomendam a exclusão completa dos ácidos graxos trans. Sendo menos flexível dos que as
diretrizes anteriores.

Alimentos não-ultra processador

83
Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820
61 MAPAS MENTAIS

BIOQUÍMICA
OBRIGADO! e metabolismo
Espero que tenha aproveitado ao máximo o nosso eBook "61 Mapas Mentais de Bioquímica". Agradecemos imensamente por embarcar
nesta jornada conosco e esperamos que os mapas mentais tenham sido uma ferramenta valiosa para aprimorar seu entendimento em
bioquímica. Mas, se você está pronto para dar um passo além e mergulhar ainda mais fundo neste fascinante mundo da bioquímica aplicada
à nutrição, temos uma proposta especial para você.

Apresentamos o curso "Bioquímica: da teoria à prescrição nutricional". Este curso é o resultado de anos de experiência, pesquisa e
dedicação. Ele foi cuidadosamente elaborado para transformar a maneira como nutricionistas e estudantes de nutrição compreendem e
aplicam a bioquímica em sua prática profissional.

No curso você verá uma abordagem parática e aplicada que vai além da teoria, ensinando como a bioquímica se aplica diretamente à
nutrição, permitindo que você faça recomendações nutricionais baseadas em ciência sólida.
Terá acesso também a uma didática Inovadora que vai tornar o aprendizado intuitivo e relevante para a prática nutricional. Você não apenas
memoriza, mas entende como os processos bioquímicos se relacionam com a saúde e a nutrição.

Prepare-se para enfrentar qualquer desafio acadêmico com confiança e construa uma base sólida para práticas clínicas informadas e seguras.
Pronto para transformar sua carreira em nutrição?

Clique no link abaixo e saiba mais sobre o curso "Bioquímica: da teoria à prescrição nutricional". Junte-se a milhares de nutricionistas e
estudantes que já estão descomplicando a bioquímica e alcançando novos patamares em suas carreiras.

QUERO SABER MAIS SOBRE O CURSO BIOQUÍMICA: DA TEORIA À PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820


PROF. LUAN LISBOA

Rua Itagi, nº 599, Ed. Mediterrâneo Trade & Medical, sala 314 , Lauro
de Freitas - Bahia, 42701-370, Brasil
instagram.com/prof.luanlisboa - contato@luanlisboa.com.br

Licensed to João Cruz - joaovictor525660fakfon@gmail.com - 066.724.625-89 - HP0699794820

Você também pode gostar