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TRAUMA, SEPSE E QUEIMADURAS Prof.

Fernanda Osso
fernandaosso@nutmed.com.br

Eventos como traumas, sepse (infecção), queimaduras,


cirurgias de grande porte, geram um estresse no organismo cortisol, sendo a magnitude desta resposta hormonal
que deflagra uma resposta sistêmica, com alterações proporcional à gravidade da lesão. Além disso, ocorre
fisiológicas e metabólicas similares em todos os casos, aumento do consumo de oxigênio (VO2) pela maior oxidação
podendo levar ao choque e suas conseqüências. Esta dos substratos energéticos, gerando aumento também da
resposta tem a intenção de preservar algumas funções demanda de trabalho respiratório para eliminar o CO2
fundamentais tais como: volemia, débito cardíaco, produzido em maior quantidade, podendo precipitar uma
oxigenação tecidual e finalmente oferta e utilização de insuficiência respiratória aguda.
substratos. Entretanto, ela não ocorre igualmente em todos A nutrição nesta fase será de extrema importância
os indivíduos, sendo a sua variabilidade dependente de visto que o organismo estará em franco catabolismo, devido
fatores como: à presença de um fenômeno chamado Síndrome da
 Idade do paciente resposta inflamatória sistêmica.
 Estado anterior de saúde Ajnda dentro da fase de fluxo, ocorre a fase
 Doenças preexistente adaptativa, onde predomina o anabolismo, em função da
 Tipo de infecção redução gradual da resposta hormonal e do
 Presença de síndrome de disfunção de múltiplos hipermetabolismo. È justamente nesta fase que há um
órgãos potencial para recuperação da proteína corporal.
Esta resposta metabólica ao estresse orgânico pode ser
dividida em duas fases: SÍNDROME DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SIRS)
1. Fase Inicial (Ebb, hipofluxo)
A SIRS é a terminologia preferida para descrever a
 Ocorre imediatamente após a lesão inflamação disseminada que pode ocorrer no paciente
criticamente enfermo (pancreatite, isquemia, queimaduras,
volemia; oxigenação tecidual; débito cardíaco e trauma múltiplo, choque hemorrágico e lesão orgânica
consumo de oxigênio; da temperatura corporal e do imunologicamente mediada), sendo diagnosticada de acordo
gasto energético. com os critérios abaixo:
- temperatura > 38 ou < 36ºC
- FC > 90 bpm
- FR > 20 irpm
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA - leucócitos > 12.000 ou < 4.000 ou > 10% bastões

Para que o paciente seja considerado com SIRS, é


DIETA ZERO necessário que estejam presentes 2 ou mais dos critérios
acima.
A instabilidade hemodinâmica compreende uma CONTRA-
INDICAÇÃO absoluta de nutrição por qualquer via. A SIRS pode ser dividida em duas vias, uma hormonal
(homônios contra-reguladores) e outra mediada por células
(citocinas).
2. Fase de Fluxo (flow)
1.Via Hormonal (neuroendócrina)
Esta fase ocorre logo após a ressuscitação de líquidos e em
oposto ao que se observa na fase inicial, aqui se inicia o Ocorre elevação dos hormônios contra-reguladores, o que
marcante hipercatabolismo característico do doente orienta o metabolismo no sentido catabólico, conforme
criticamente enfermo, em função da presença de: descrito abaixo:

 GLUCAGON  estimula gliconeogênese, a captura de


aminoácidos vindos principalmente da degradação
do débito cardíaco (hiperdinamismo) e muscular, ureiagênese e o catabolismo protéico
consumo de oxigênio; temperatura (proteólise)
corporal ; gasto energético e catabolismo
protéico.  CORTISOL  é liberado pelo córtex adrenal em
resposta ao estímulo do hormônio adrenocorticotrópico
(ACTH), e intensifica a degradação do músculo
esquelético (proteólise) e promove o uso hepático de
RESTAURAÇÃO DO TRANSPORTE DE aminoácidos para gliconeogênese e síntese de
OXIGENIO proteínas de fase aguda.
Nesta fase, como a restauração do fluxo sanguíneo e da  CATECOLAMINAS  estimula a lipólise, gerando
oferta de oxigênio. Pode-se pensar em iniciar a nutrição. elevação das concentrações séricas de ácidos graxos
livres.
Fisiologicamente, ocorre um aumento marcante na
produção de glicose, liberação de ácidos graxos livres, Além dos hormônios contra-reguladores, também ocorre
níveis circulantes de insulina, catecolaminas, glucagon e estímulo para maior liberação de aldosterona e hormônio
antidiurético, ambos com a intenção de preservar a volemia
através da maior retenção de sódio e água.

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2.Via mediada por células (imunobiológica)
ciclooxigenase ácido araquidônico lipoxigenase
Em resposta ao dano tecidual, infecção, inflamação e à
substâncias químicas, as células fagocíticas liberam as
citocinas pró-inflamatórias, que de maneira geral, estimulam
a captura hepática de aminoácidos e síntese protéica, tromboxano prostaglandinas leucotrienos
aceleram a quebra muscular e a gliconeogênese. As
principais citocinas envolvidas neste processo são:
agregação e aderência de
Vasoconstrição polimorfonucleares
 Fator de necrose tumoral (TNF): É o principal permeabilidade vascular
Agregação plaquetária
responsável pela redistribuição dos substratos
energéticos, além de promover redução da
contratilidade cardíaca, aumento da atividade da medula
óssea e anorexia. Seus principais efeitos metabólicos Fig.1: Síntese e função dos mediadores eicosanóides
são:
- estimula os hormônios do estresse (catecolaminas,  Fração C3 do complemento:
glucagon e cortisol) - estimulam síntese de TNF e IL-1
- mobiliza lipídeos do tecido adiposo e inibe síntese de - induzem a síntese de eicosanóides
enzimas lipogênicas - danificam o endotélio pulmonar
- acelera glicogenólise muscular -  vasodilatação e permeabilidade vascular
- aumento do catabolismo protéico muscular com liberação
de aminoácidos
- aumenta a lipogênese hepática
- provoca febre por estimular a liberação de prostaglandina Quadro 1: Resumo das características do estado
E2 (PGE2) e Interleucina -1(IL-1), ambas com efeito no hipermetabólico no paciente crítico
centro termoregulador.
 Aumento da oxidação de substratos
- estimula a síntese de proteínas de fase aguda pelo fígado
 O grau de hipermetabolismo é proporcional à
(tab. 1)
gravidade da lesão
 O aumento do GEB é generalizado e envolve todos os
Tab. 1: Funções das proteínas de fase aguda
tecidos
PTN de fase aguda Função
 O aumento da TMB de cada tecido não é proporcional
C3 do complemento Função imunológica à elevação do seu fluxo sanguíneo
opsonização/ ativação do  O hipermetabolismo está relacionado à ativação
PTN C reativa complemento/ fagocitose neuroendócrina, citocinas e alterações da
a -1 antitripsina Atividade antiprotease termoregulação ( da produção e perda de calor)
a- 2 macroglobulina
fribrinogênio Coagulação
Ceruloplasmina Neutralização de radicais livres
a -2 macroglobulina de O2
ALTERAÇÃO NO METABOLISMO DOS
MACRONUTRIENTES NO PACIENTE
 Interleucina – 1 (IL-1): age sinergicamente ao TNF, CRÍTICO
aumentando muitos dos seus efeitos.
- provova febre + anorexia + sonolência + depressão de  Proteínas
vários sistemas enzimáticos Após o estresse orgânico, a produção de energia se
- estimula a IL-6, síntese de proteínas de fase aguda além torna cada vez mais dependente da proteína, ou melhor da
de promover intenso extravasamento de líquido proteólise muscular. Os aminoácidos gliconeogênicos
intravascular, contribuinte importante para o edema advindos da degradação muscular irão servir de substrato
freqüentemente observado nesses pacientes. para gliconeogênese e para síntese de proteínas de fase
aguda. Os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina,
 Interleucina-6 (IL-6): estimula várias funções dos isoleucina e valina) servirão de energia principalmente para
linfócitos e a síntese de proteínas de fase aguda o músculo.
Em função dessa proteólise intensa, ocorre balanço
 PAF (fator de ativação plaquetária): Não é uma nitrogenado negativo e maiores perdas urinárias de potássio,
citocina e sim um mediador eicosanóide, sintetizado fósforo e magnésio, que irão perdurar até que o estresse
pelas células endoteliais, plaquetas e células seja aliviado.
imunológicas.
- provoca hipotensão  carboidratos
- aumenta permeabilidade dos capilares pulmonares A hiperglicemia é característica marcante do paciente
- aumenta síntese de produtos da via da ciclo e crítico e ocorre pela elevação dos hormônios contra-
lipooxigenase ( Fig.1) reguladores (cortisol, glucagon e catecolaminas) que são
- estimula produção de TNF e tem sua síntese hiperglicemiantes, além de maior produção de glicose a
estimulada por ele. partir da gliconeogênese acelerada. É importante ressaltar
que apesar da produção de glicose estar ocorrendo em larga
 Eicosanóides: São produtos do metabolismo do ácido escala, a utilização pelo organismo é limitada devido à
araquidonico, derivado dos fosfolipídios das membranas menor capacidade de oxidação gerada pelo estresse.
celulares. Produzem vários efeitos fisiopatológicos (ver
Fig. 1) e são estimulados por TNF e IL-1.
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 lipídios

A elevação das catecolaminas associada à elevação da No jejum as alterações metabólicas são facilmente
relação glucagon/insulina gera lipólise acelerada com revertidas com administração de nutrientes
liberação de ácidos graxos livres, que podem ser utilizados
para formação de cetonas (fonte de energia) ou para
ressintetizar triglicerídeos.
x
ESTRESSE
Os ácidos graxos livres são o substrato energético - ↑ taxa metabólica
preferencial para o músculo esquelético - ↑ gliconeogenêse a partir de AA, superior a do jejum e
não é suprimida com oferta de glicose, ou seja, ao
contrário do jejum, não ocorre adaptação para poupar
(Chemin 10) Tem sido encontrados valores reduzidos de proteínas.
LDL-C, HDL-col e colesterol total em pacientes críticos, o - lipólise acelerada
que se correlaciona com evolução clínica desfavorável. - balanço nitrogenado negativo persistente
No estresse as alterações metabólicas NÃO são
(Dan 09) O pico de TNF estimula a síntese hepática de TG e facilmente revertidas com administração de nutrientes
lipoproteínas, além de inibir a lipase lipoprotéica sistêmica.
Com isso elevam-se os níveis de lipoproteínas e TG.
ATENÇÃO!! ISSO SOBRE AS LIPOPTNS É O CONTRÁRIO RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O
DO QUE A CHEMIN DIZ!! (Dan 2009)
PACIENTE CRÍTICO
Tab. 2: Resumo das alterações metabólicas no estresse
Tratamento Médico
 tratar a causa do hipermetabolismo
 fisioterapia
 exercício

Tratamento Nutricional

Avaliação Nutricional
Os métodos tradicionais de avaliação do estado
nutricional estão limitados no paciente crítico, conforme
explicado abaixo:

 histórico alimentar  paciente normalmente incapaz de


responder às perguntas
 peso  está superestimado devido ao edema que
freqüentemente está presente
 antropometria  acesso difícil, também é mascarada
pelo edema além de não detectar alterações agudas.
 Albumina pré-albumina,transferrina e PTN ligadora do
retinol  níveis reduzidos pelo estresse, já que são
todas proteínas de fase aguda negativa, não refletem
bem o estado nutricional neste momento.
 Índice creatinina/altura  os resultados finais estão
INANIÇÃO (JEJUM) X ESTRESSE comprometidos pelo grau do estresse, além de
Freqüentemente se compara a resposta metabólica do situações como dieta usada (conteúdo protéico) e
jejum com aquela observada no estresse, em função das presença de doença renal.
vias neuroendócrinas envolvidas serem as mesmas, porém  Imunidade celular e testes de hipersensibilidade
com algumas diferenças qualitativas e quantitativas, cutânea  No paciente crítico, a utilização destes testes
conforme demonstrado abaixo. que avaliam a competência imunológica está limitada
por inúmeros estados patológicos, como infecção,
câncer, radioterapia, quimioterapia, queimaduras e uso
de drogas associadas com anergia como corticóides e
JEJUM imunossupressores.
Inicial: - consumo das reservas de glicogênio (esgota em  Teste de função muscular  este teste consiste na
aproximadamente 24h) avaliação da força muscular (diretamente relacionada
- ↓ taxa metabólica ao bom estado nutricional) através de um dinamômetro
- glicose a partir de gliconeogênese (alanina, apertado pela mão do paciente. Entretanto, para
lactato e glicerol) para fornecer principalmente ao cérebro realização deste teste o estado de consciência do
paciente é determinante. È sabido que alguns fatores
Tardio (fase de adaptação): metabólicos freqüentemente presentes no paciente
- maior utilização de lipídios como fonte crítico interferem no teste, como é o caso da
energética para poupar a proteína hipercapnia, hipoxia, sedativos e enfermidades
- ↑ gliconeogênese a partir de lactato e glicerol e ↓ intrínsecas musculares.
utilização de AA, para poupar a proteína
- SNC passa a usar corpos cetônicos
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Portanto, diante das dificuldades, é fundamental que a uma quantidade elevada de energia, podendo gerar efeitos
decisão seja tomada com base no julgamento clínico, sendo indesejáveis como:
a capacidade de prever quando o paciente irá retomar a via  hiperglicemia que gera > susceptibilidade à infecção e
oral, um componente chave desse processo possibilidade de coma não cetótico.
 uremia
Em geral, a avaliação deve focar:  hiperosmolaridade plasmática
 desidratação
 estado nutricional pré-internação ou pré-lesão   produção de CO2
 presença de disfunção orgânica (avalia-se pela  esteatose hepática
glicemia, balanço eletrolítico e ácido-base, parâmetros  síndrome da realimentação, explicada abaixo (Fig.3)
ventilatórios)
 estado de consciência
 melhora da infecção (se presente) e da disfunção
orgânica
 necessidade de suporte nutricional inicial
 opções possíveis para o acesso nutricional enteral ou
parenteral

Os dados laboratoriais para esses pacientes não servem


para determinar o estado nutricional, mas sim para planejar
a prescrição nutricional.

Fig.3: fisiopatologia da síndrome de realimentação


Metas do suporte nutricional
 prevenção ou correção de deficiências nutricionais
específicas
 fornecimento de calorias adequadas Recomendação:
 fornecer calorias adequadas para atingir as
necessidades - 25 a 30 Kcal/ Kg/dia (fórmula de bolso da ASPEN)
 controlar líquidos e eletrólitos para manutenção do - 20 a 25 kcal/hg/dia na fase aguda INICIAL (Dan,09)
débito urinário e homeostase normal.
Deve-se ter atenção com pacientes sedados em
Iniciando o suporte nutricional ventilação mecânica, pois tanto a fórmula de bolso da
ASPEN, quanto o cálculo por HB, podem superestimar as
A primeira medida a ser tomada com um paciente crítico, necessidades, tendo em vista que esses pacientes
antes de se pensar em nutrir, é a ressuscitação de líquidos, apresentam até 30% da redução das necessidades, mesmo
tendo em vista a importante vasodilatação + extravasamento na presença de sepse. (Dan 2009) Por outro lado,
do líquido intravascular causados pela inflamação. fisioterapia + desmame da prótese pode aumentá-lo em até
O suporte nutricional só deve ser iniciado quando o 72%.
paciente estiver estável hemodinamicamente, o que pode Apesar de podermos estimar as necessidades desses
ser observado por: pacientes pelos métodos citados acima, o método preferido
 funções vitais estabilizadas (padrão ouro) é a calorimetria indireta, salvo em condições
 equilíbrio hidroeletrolítico como presença de dreno no tórax, acidose e oxigenoterapia,
 equilíbrio ácido-base que podem produzir resultados inválidos.
 perfusão tecidual adequada, para permitir o
transporte de oxigênio e nutrientes que serão
ofertados
É de suma importância que o profissional entenda que o Lipídios
suporte nutricional sozinho não é capaz de eliminar a
resposta metabólica, de forma que não se pode esperar - previnem deficiência de ácidos graxos essenciais
ganho de peso e de massa corporal magra até que o
estresse orgânico seja eliminado. - ajudam a atingir as elevadas necessidades energéticas,
principalmente nos pacientes intolerantes à glicose.
Determinando a necessidade de Nutrientes - no caso da emulsão lipídica de nutrição parenteral, deve-se
monitorar cuidadosamente os pacientes visto que os lipídios
Energia possuem ação imunomoduladora, sendo os ácidos graxos
da família N-3 (linolênico) antiinflamatórios ( TNF, IL-1 e
Sabe-se que há uma aumento das necessidades PGE2) e os da família N-6 (linoleico), pró-inflamatórios.
energéticas nos diversos tipos de trauma: (Dan)

Lesões ósseas:  10 a 20% do GEB


Trauma com infecção:  20 a 60% do GEB
Queimaduras extensas :  40 a 100% do GEB

Entretanto, apesar das necessidades estarem elevadas,


deve-se evitar dietas hipercalóricas, pois o organismo
estressado é incapaz de metabolizar de forma adequada

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Proteínas Os benefícios incluem:

- observa-se redução dos níveis séricos de AACR, de forma - prevenção da atrofia de mucosa  previne translocação
que soluções enriquecidas com eles resultam em melhor bacteriana
retenção nitrogenada. - atenuação do hipercatabolismo
- melhor controle glicêmico comparada à NP
- a oferta de proteína não altera o estado catabólico, porém - custo menor comparada à NP
diminui o balanço nitrogenado negativo por fornecer - Preserva a síntese de Ig A e a resistência bacteriana.
substrato para o fígado sintetizar PTN de fase aguda que - diminui a intensidade das SIRS e morbidade infecciosa
conseqüentemente reduz o uso dos aminoácidos vindos da e/ou séptica nos estados de agressão.(Dan 2009)
degradação muscular. - atenua e/ou modula a produção de proteínas de fase
aguda, propiciando um ambiente inflamatório menos
- glutamina: está intimamente relacionado à preservação da agressivo.(Dan 2009)
integridade da mucosa intestinal e à imunocompetência.
Entretanto, está contra-indicada em pacientes hepatopatas
(é amoniogênica) e nefropatas (ocorre  do seu Observa -se na figura 4, que a peristalse do intestino
metabolismo nos túbulos renais). delgado é a primeira a retornar. Portanto, para que se possa
fazer uma terapia nutricional precoce e bem sucedida
Dose recomendada: 0,5g/kg peso/dia nesses pacientes de pós-operatório, pode ser necessária a
passagem de uma sonda entérica.
- Arginina: reduz a excreção nitrogenada, aumenta síntese
protéica, melhora função imunológica e cicatrização.
Acredita-se que esses efeitos sejam conseqüência do
estímulo da arginina para síntese e hormônio do crescimento
(GH), insulina e prolactina.

Dose de arginina: 2% do VET ou 30g/dia

Micronutrientes
Fig 4: tempos de retorno de peristalse após laparotomia
- Não há diretrizes específicas para o paciente
crítico,entretanto sabe-se que as necessidades são maiores - É importante frisar que a alimentação no intestino delgado
em função do  das perdas urinárias e cutâneas, menor pode ser usualmente usada, mesmo na presença de atonia
absorção intestinal e concentração alterada das proteínas gástrica e íleo colônico (paresia do cólon). A presença de
carreadoras. ruídos intestinais à ausculta e/ou eliminação de flatos NÃO
são necessários para iniciar a alimentação, especialmente
- pode haver maior necessidade de complexo B, se for pós-pilórica.
especialmente tiamina e niacina pela maior ingestão calórica
e hipermetabolismo. - Caso não seja suficiente para atingir as necessidades
sozinha, a nutrição enteral não deve ser substituída pela
- o catabolismo muscular leva a perdas de potássio, nutrição parenteral, mas esta deve entrar como coadjuvante,
magnésio, fósforo e zinco. tendo em vista os benefícios para barreira mucosa gerados
pela nutrição enteral.
Escolhendo a via de Nutrição

Segundo a ASPEN, 2009 a alimentação deve ser iniciada  Nutrição Parenteral


nas 1ªas 24 -48h da admissão na UTI e o VET deve ser
atingido nas 48 a72h seguintes. Está indicada quando não é possível usar o TGI ou
concomitante à nutrição enteral, caso o VET não seja
 Via oral atingido em 7-10 dias.

Apesar de ser sempre a primeira escolha, por ser a via mais Sinais de intolerância à nutrição parenteral:
fisiológica, normalmente não é possível nos pacientes
críticos em função de: - hiperglicemia
- intubação orotraqueal para ventilação mecânica - hiperosmolaridade plasmática
- comprometimento na mastigação e/ou deglutição
- anorexia, induzida por medicações e pelo próprio estresse Quando for retornar para via oral, a outra via só deve ser
orgânico retirada se o paciente for capaz de ingerir 2/3 a 3/4 das suas
necessidades.
Além disso, ainda que esses pacientes consigam ingerir por
via oral, freqüentemente a quantidade ingerida não
consegue suprir as necessidades. Selecionando a Fórmula
 Via Enteral  Escolha é de acordo com necessidade de líquidos,
energia, nutrientes e função intestinal.
Está indicada quando houver uma previsão de não utilização
da via oral por período prolongado

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 A maioria dos pacientes tolera as dietas poliméricas Uso do Hormônio de crescimento (GH)
padrão, porém alguns podem fazer intolerância devido
ao maior teor de lipídio. Nesses casos, deve-se optar  Sua administração em pacientes com trauma,
por fórmulas enriquecidas com TCM. apresentando deficiência dele, mostrou melhora no
metabolismo de proteína (melhorou balanço
 As formulas específicas para paciente crítico são nitrogenado) e lipídios.
hiperproteicas e ricas em AACR, glutamina e arginina.
 GH + suporte nutricional = poupa proteína e intensifica
 Observa-se melhor efeito dos imunomoduladores recuperação frente ao catabolismo.
(arginina, glutamina, W-3) no trauma grave, queimadura
e cirurgia grande, especialmente se os pacientes forem  Um estudo multicêntrico (realizado em vários hospitais)
desnutridos. Doses de 3 a 5g são usualmente europeu sugere que o uso de GH em pacientes críticos
preconizadas na literatura. está associado a uma mortalidade 2x maior.

 Nos pacientes sépticos essas fórmulas com w-3 podem  pacientes sépticos que receberam GH apresentaram
ser prejudiciais maior dificuldade no controle glicêmico e e maior
mortalidade (Chemin)

Efeitos colaterais do uso do GH: hiperglicemia, resistência à


Recomendações ESPEN Guidelines 2006 (Dan 2009) insulina e retenção suave de sódio.

Indicações de NE
 Para todos os pacientes em que não se espera
uma dieta oral completa no prazo de 3 dias. RECOMENDAÇÕES E CONSIDERAÇÕES
 Pacientes críticos, hemodinâmicamente estáveis, ESPECÍFICAS
com TGI funcionante iniciar precocemente (<24h).
 A NE deve ser ajustada de acordo com o QUEIMADURAS
curso/progressão da doença.
 Não existe diferença significativa na eficácia de 1. Repleção de líquidos e eletrólitos
alimentação jejunal versus gástrica em pacientes
críticos.
- As 1as 24 – 48h do paciente queimado são dedicadas à
 Utilizar agentes de motilidade em casos de
reposição hidroeletrolítica
intolerância, como resíduo gástrico elevado.
 Preferir NE em detrimento da NP sempre que
- metade do volume calculado para as 1as 24h deve ser dado
possível.
nas primeiras 8h, pois este é o período de maior
 Pacientes com grave desnutrição deverão receber
extravasamento do intravascular.
NE até um total de 25 – 30 Kcal/Kg/dia. Se NE não
alcançar necessidades, complementar com NP
- ocorre perda evaporativa de água pelas feridas abertas,
que pode ser estimada em 2 a 3,1ml/ Kg peso/ dia/
Indicação de Dietas Imunomoduladores
superfície corporal queimada (SCQ). Quanto maior for a
 Pacientes com sepse leve podem receber dieta
ferida, maior serão as perdas tanto de líquidos quanto de
com arginina, nucleotídeos e AG w-3, porém
proteínas.
nenhum benefício foi observado com esses
nutrientes na sepse grave, onde as fórmulas
- além do peso corporal, o sódio e osmolaridade séricas são
imunomoduladoras podem ser prejudiciais.
usados para avaliar a hidratação
 Pacientes tramatizados
 Pacientes de UTI que não conseguem tolerar mais
- é essencial oferecer líquidos e eletrólitos o mais breve
de 700ml de dieta/dia não devem receber dieta
possível
imunomoduladora.
 Glutamina pode ser adicionada à formula padrão
enteral para pacientes queimados e com trauma. Fórmula de Parkland (mais usada atualmente)

Monitorização do suporte Nutricional Necessidade de líquidos (ml) = 4 x peso(kg) x % SCQ

 a análise dos gases respiratórios é importante pois uma


elevação de CO2 sugere hiperalimentação 2. Terapia Nutricional
 hiperglicemia, alterações séricas de fósforo, magnésio e
potássio e esteatose hepática também relacionam-se  É importante para cicatrização das feridas, que
com hipernutrição ocorrerão apenas na fase anabólica
 avaliação do balanço nitrogenado a cada 5-7dias, pode  Deve ser iniciada logo após a ressuscitação estar
ser útil para ajustar a oferta protéica. completa
 função hepática deve ser avaliada semanalmente  A terapia nutricional enteral dentro de 4 a 12h diminui o
 vitaminas e elementos traço não requerem avaliação hipercatabolismo, a liberação de hormônios do estresse
contínua. Apenas em pacientes com internação e a perda de peso, reduzindo a permanência hospitalar
prolongada, a vitamina K e complexo B devem ser  A colocação de sondas nasoenterais durante a cirurgia
repostos intramuscular, de acordo com protocolo são benéficas pois minimizam o tempo que o paciente
individual. fica sem nutrir.
 Queimaduras de face: As queimaduras de 3º grau com
necrose seca de lábios impedem a sua movimentação.

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Na fase de enxertia, a possibilidade de contaminação de
áreas próximas à boca são contra-indicação para via 
oral. Nas queimaduras elétricas pode haver dificuldade Pacientes com SCQ > 20% necessitam de nutrição enteral
de ingestão e deglutição por lesões na língua. ou parenteral

3. Cálculo das necessidades


TRAUMA
Calorias
Energia
(Dan 2009)
 As necessidades variam de acordo com a SCQ, porém - 25 – 30 Kcal/Kg/dia
uma vez que a SCQ exceder 50 a 60% ocorrem - 20 Kcal/Kg/dia para Obesos
aumentos mínimos na TMB
 A carga calórica máxima que o corpo pode tolerar é de Proteínas
2 x GEB
 A meta em pacientes com sobrepeso é a manutenção (Dan)
do peso até que a cicatrização esteja completa
- 1,5 a 2,0g/kg/dia ou 15 – 20% VET
 A calorimetria indireta é o melhor método para estimar a
- relação Kcal/g N = 150:1
necessidade energética no paciente obeso
Nutrição enteral
Fórmulas para adultos
- curreri = [25 x peso(kg)] + 40 x %SCQ (Dan 2009)
- Gastrostomias e jejunostomias serão indicadas nos
traumas graves de face e mandíbula, nos ferimentos de
ATENÇÃO: o máximo de %SCQ para aplicar na fórmula é esôfago ou mesmo em lesões extensas do duodeno.
50% - Benefícios no início precoce: 12 – 18 h de pós-operatório.
- volume inicial – 15ml/h no primeiro dia até chegar a 50ml /h
- ireton Jones: 1.784 – 11(idade) + 5 (peso) + 244 (sexo [ H em 72h.
= 1 e M = 0]) + 239 (trauma [ presente = 1 e ausente = 0]) + - observar distensão abdominal 8 horas após o início da TN.
804 (queimadura [ presente = 1 e ausente = 0]).
Nutrição Parenteral
É conveniente o reajuste das necessidades estimadas por - indicação: repouso do TGI, íleo adinâmico, fístulas de alto
fórmula a intervalos periódicos de 2 semanas. débito, peritonite, pancreatite traumática
- evolução para VET pleno em 36 – 48 h

Micronutrientes
Fórmulas para Pediatria - VIT B (tiamina, niacina) → importante para metabolismo de
glicose
 Fórmula de Galveston: 1800 Kcal/m2 + 2200 Kcal/m2 de - K, Mg, P, Zn → perdas devido à degradação da massa
queimadura muscular
- suplementar VIT C e Zn
 Fórmula de Mayes(para crianças < 3 anos): 108 + (68 x
peso em Kg) + 3,9 x %SCQ
SEPSE
 definição de sepse: Resposta sistêmica à infecção
Podem ser necessárias calorias adicionais na presença de definida pela presença de dois ou mais sintomas que
febre, sepse, trauma múltiplo ou cirurgia para adultos e compõem a SRIS. (Chemin)
crianças.
 definição de choque séptico: Ocorre aumento na
produção de óxido nítrico na sepse (vasodilatador
Proteínas potente) que como conseqüência ocorre hipotensão
arterial que leva a hipoperfusão tecidual.(Chemin)
- até 2g/kg/dia ou 15g N2 / m2 de superfície corporal/dia
(Dan) (Dan 2009)
- kcal n protéica/g N < 150:1
- AACR parece não ter efeito benéfico nesses doentes No planejamento da terapia nutricional (TN) na sepse está
- arginina melhora cicatrização estabelecido que essa se iniciará o mais precocemente
possível, a partir de 12 até no máx. 72h após o estímulo
Carboidrato nociceptivo.
A orientação atual da TN no paciente séptico e
- 30 – 40 kcal/kg/dia ou 60% VCT (Dan) hipermetabólico se norteia em:
- máximo 5 a 7mg/kg/min (Dan) o Fase inicial: Manutenção da integridade da mucosa do
TGI.
Lipídio o Fase Intermediária: Nutrir adequadamente o tubo
digestivo.
- 20 – 30% VET (Dan) o Fase tardia: Equilíbrio do processo catabólico com
administração do aporte protéico-calórico que não
incremente o hipermetabolismo vigente.

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Na vigência da sepse o endotélio sofre alterações, que Carboidrato
envolvem propriedades pró-coagulantes e pró-adesivas, - a taxa máxima de oxidação de glicose é 4mg/kg/min (Dan
aumento da sua permeabilidade e alterações das 2009)
propriedades vasomotoras. Paralelamente, as alterações do - manter glicemia > 120mg% e < 150mg% (Dan 2009)
epitélio intestinal levam à ativação da virulência dos
patógenos oportunísticos e à perda da função de barreira da Micronutrientes
mucosa intestinal, essa última causando a manutenção de
um ciclo vicioso na sepse grave, onde a facilidade de (Dan 2009)
translocação bacteriana pode promover sucessivas Vitamina C, E, beta caroteno e selênio: Apesar do efeito
infecções e novos quadros sépticos. antioxidante já conhecidos sobre estes nutrientes, o uso
desses em situações como a sepse não mostrou efeito
Um estudo caracterizou os principais fatores GI para a antiflamatório significativo, logo não existe evidência
manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal: consistente para a utilização de antioxidantes na sepse

Fatores estimulantes: Barreira ácida gástrica, válvula íleo a – cetoglutarato ornitina


cecal, ação de limpeza da motilidade intestina e muco, IgA,
produtos do metabolismo bacteriano (ac. Láctico) e sais - melhora do balanço nitrogenado e níveis de pré - albumina
biliares. na dose de 20 – 25g/dia.
Fatores inibidores: Agentes neutralizantes da acidez
gástrica (omeprazol), aminas vasopressoras, opiáceos Dieta imunomoduladora (Chemin 2010)
(reduz motilidade) e nutrientes via parenteral ou nutrientes
de absorção jejuno-ileal (dieta oligomonoméricas). Citado um trabalho onde os autores encontraram diversos
benefícios com a utilização de dieta imunomoduladora em
Calorias pacientes SÉPTICOS GRAVES, incluindo menor
mortalidade. ATENÇÃO pois a fórmula imunomoduladora
- 25-30 kcal/kg/dia (peso atual, exceto em obeso) (Chemin + usada NÃO possuía arginina mas somente suplementação
Dan 2009) com W-3. Lembre-se que a arginina é contra-indicada em
sepse grave.
-25 a 30 Kcal/Kg/dia na fase de recuperação (Dan 2009)
NPT na sepse
- HB x 1,2 (Chemin) - não existe relato de maior incidência de sepse de cateter
neste estado clínico
- a concentração final na solução de glicose não deve
Proteínas exceder 15%
- (Dan 2009) kcal/g N2 = 80 a 100 - autores recomendam oferta de 1 a 2,5 vezes as
- (Dan 2009) 1,3 a 1,5g de ptns/Kg peso usual/dia + 30g necessidades recomendadas de Vit A, complexo B, vit C, K,
Glutamina/dia Mg, Ca, PO4, Fe, Zn e Cu.
- (Chemin)giram em torno de 1,2 a 1,5g/kg/dia mesmo em
insuficiência renal, onde não deve-se reduzir a oferta mas TNE na sepse (Chemin)
sim iniciar diálise.
- pode ser administrada por sondas posicionadas no
(Dan 2009) estômago, pós pilóricas e pós-Treitz
- A glutamina e arginina tornam-se AA condicionalmente
essenciais na sepse, já que o suprimento endógeno não Atenção: As Chemins dizem que pós-treitz significa
atinge a demanda. Ambos devem ser administrados na dose posicionamento em 3ª e 4ª porção duodenal, quase jejuno.
de; Isso está errado, mas está lá assim!
(Dan 2009)
1. Arginina: 25-30g/dia por via entérica - as taxas de broncoaspiração são menores no
posicionamento pós-treitz comparado ao gástrico e pós
ATENÇÃO!! diretrizes atuais CONTRAINDICAM o uso da pilórico. Não há diferença nas taxas quando se compara os
arginina na sepse grave devido a falta de uniformidade dos dois últimos.
estudos sobre o efeito da sua administração exógena.(Dan
2009) A literatura tende a sugerir para esses pacientes com sepse
dieta contínua pós pilórica.
2. Glutamina:1,5 a 2ml/kg peso atual/dia no
máximo, por via parenteral.
 Monitoração da TN (Chemin)
Essa quantidade não deve ser somada e contada como - é praticamente impossível impedir a perda de massa
proteína total administrada, uma vez que é somente um AA magra pelos doentes enquanto houver hipermetabolismo, o
e não uma proteína completa.(Dan 2009) que torna a monitoração da eficiência da TN difícil
- prioriza-se evitar a hiperalimentação e restrição protéica
- pacientes sépticos apresentam elevação plasmática de apesar de nenhum trabalho até hoje ter mostrado redução
fenilalanina e metionina e redução de glutamina, alanina, da mortalidade com diminuição do balanço nitrogenado
glicina e treonina. negativo.
- estudos não comprovaram a eficácia da utilização dos
AACR nos sépticos.

367
EXERCÍCIOS (A) Energia em torno de 4000 a 5000 kcal/dia, com o
objetivo de minimizar o catabolismo protéico e
prevenir a hipoglicemia
1) Quanto aos cuidados com pacientes (B) Suplementação de arginina na dose de 30% do
politraumatizados é CORRETO dizer: (Prefeitura total de energia, o que melhora a cicatrização e
Municipal de Campo de Brito - SE – Sergipe – inibe a produção de óxido nítrico prevenindo a
2005) hipotensão
(C) A necessidade protéica varia de 1,2 a 2,0 g/kg/dia
(A) Deve-se ter o cuidado de não superalimentar esses com uma relação energia não protéica/ g
pacientes. nitrogênio de 80 a 100:1
(B) A terapia nutricional, apenas a enteral excluindo a (D) A terapia nutricional parenteral é a via preferida de
parenteral, deve ser iniciada com alta velocidade. alimentação, pois previne a translocação
(C) Quando a alimentação por via oral não puder ser bacteriana e pode ser utilizada no paciente
iniciada, deve-ser ter o cuidado para não hemodinamicamente instável
interromper a nutrição enteral. (E) A terapia nutricional seja qual for só pode ser
(D) As necessidades protéicas nesses pacientes variam iniciada após estabilidade hemodinâmica que
entre 0,8 a 1,3g / kg / dia. ocorre por volta do 10ºdia de internação
(E) Na prática clínica, não pode ser utilizada a fórmula
de Harris Benedict corrigida pelos fatores de 6) A implementação da terapia nutricional enteral no
atividades, estresse e fator térmico. paciente critico deve ocorrer em curto espaço de
tempo. Para início da sua administração, é
2) Em um paciente com quadro de trauma exigência primária: (UERJ - 2002)
crânioencefálico, em sepse clínica, sob ventilação
mecânica, sedado e curarizado, como poderia estar (A) albumina sérica acima de 2mg/dl
o seu gasto energético? (Prefeitura Municipal de (B) hemoglobina acima de 10mg/dl
Cruzeiro SP - São Paulo- 2006) (C) balanço ácido – básico normal
(D) estabilidade hemodinâmica
(A) igual ou menor que o basal
(B) sempre igual ao basal 7) Em pacientes com trauma, em fase de fluxo, na
(C) sempre maior que o basal resposta aguda, observa-se: (UFRJ - 2006)
(D) maior que o GER em 30%
(E) maior que o valor da alternativa D (A) aumento de glicocorticóides
(B) diminuição da excreção de nitrogênio
3) Nos casos de queimados com mais de 20% de (C) diminuição do consumo de oxigênio
superfície corporal queimada, deve-se proceder da (D) manutenção da utilização de nutrientes
seguinte forma: (Prefeitura Municipal de Diadema - (E) predominância do anabolismo
SP - São Paulo – 1999)

(A) suspender a alimentação por via oral nas primeiras


48h e implantar a alimentação parenteral 8) Em relação aos objetivos do cuidado nutricional
(B) Após às 48h, iniciar uma dieta hipocalórica e para pacientes queimados, não se encontram:
hipoproteica (UFRJ - 2006)
(C) Após as 48h, na etapa de alimentação por via oral, a
dieta deve ser semi-líquida (A) minimizar a resposta metabólica
(D) deve ser iniciada nutrição enteral ou parenteral (B) prevenir a úlcera de Curling
(C) fornecer proteínas adequadas para o equilíbrio de
4) Um indivíduo com queimadura de 1º grau nitrogênio positivo
generalizada, em sua prescrição dietética, Não (D) fornecer calorias adequadas para evitar perda de
pode deixar de ter as seguintes recomendações: peso > 10% do peso usual
(Maricá-2003) (E) alimetação enteral não contínua

(A) restrição hídrica, VET adequado à idade, complexo 9) M.C, sexo masculino, 34 anos, foi admitido na
B e potássio aumentado emergência hospitalar com queimaduras graves em
(B) aumento da ingestão hídrica e do VET, das mais de 20% da superfície corporal. Determine a
vitaminas do complexo B, vitaminas A, C e zinco necessidade protéica.(Universidade Federal de
(C) restrição hídrica e de eletrólitos, VET adequado à Santa Catarina - 2003)
idade, complexo B aumentados e potássio e zinco
diminuídos (A) 1 g/kg/dia
(D) aumento da ingestão hídrica, do VET e do zinco, (B) 1,5 g/kg/dia
complexo B e vitamina A normais (C) 2,5 g/kg/dia
(E) aumento do VET, vitaminas A, C e complexo B, (D) 2 g/kg/dia
porém diminuir zinco e ingestão hídrica
10) Assinale a alternativa incorreta quanto aos
5) Assinale a alternativa correta no que se refere à cuidados nutricionais em pacientes
terapia nutricional indicada para o estresse politraumatizados. (Universidade Federal do Paraná
metabólico grave como ocorre na sepse, trauma e - 2003)
grandes cirurgias. (Secretaria Estadual de Saúde –
Acre- 2006) (A) na pratica clinica pode ser usada a formula de
Harris Benedict, corrigida pelos fatores de
atividades, estresse e fator térmico
368
(B) deve-se ter o cuidado de não superalimentar esses (E) Tirosina
pacientes
(C) a terapia nutricional, tanto enteral quanto
parenteral, deve ser iniciada com velocidade baixa
(D) quando a alimentação por via oral puder ser 17) A terapia nutricional na sepse deve apresentar como
iniciada, deve-se ter o cuidado para não finalidade (Marinha 2009):
interromper a nutrição enteral, se o paciente não
aceitar 2/3 ou ¾ das necessidades diárias I – proteção e atenuação do hipermetabolismo presente
(E) as necessidades protéicas desses pacientes II- manutenção da integridade de mucosa gastrointestinal e
variam entre 1,2 - 2 g/kg/dia massa celular hepática, utilizando a via enteral
preferencialmente
11) São agentes antioxidantes importantes na III- manutenção da síntese de proteína de fase aguda
recuperação do paciente séptico: (Prefeitura de São IV- aporte calórico aumentado, maior que 35% do VET
José – CE – 2003)
(A) Apenas I e II verdadeiras
A) Vitamina A, cálcio, fósforo (B) Apenas I, II e III verdadeiras
B) Vitamina E e vitamina C (C) Apenas III e IV verdadeiras
C) Vitamina B1, cálcio, selênio (D) Apenas IV verdadeira
D) Vitamina B1, selênio, ferro (E) I, II, III e IV verdadeiras

12) Nos pacientes com trauma crânio-encefálico, é correto 18) Com relação às diferenças entre o catabolismo da
afirmar que (Pref. do RJ – 2008): inanição e o catabolismo relacionado ao estresse, podemos
afirmar que, em ambos os casos, ocorre: (Residência UFF
(A) a taxa metabólica basal está reduzida. 2011)
(B) a excreção urinária de nitrogênio está reduzida.
(C) o consumo de oxigênio está inalterado. (A) aumento da taxa metabólica.
(D) a taxa metabólica basal está aumentada. (B) intensa cetogênese.
(E) a síntese de proteínas de fase aguda está reduzida. (C) aumento da glicemia.
(D) predomínio da secreção do glucagon sobre a de insulina
13) O paciente séptico durante a fase hiperdinâmica,
apresenta secreção aumentada da tríade hormonal
catabólica (glucagon, catecolaminas e glicocorticóides), o 19) Com relação à nutrição de pacientes críticos ou graves,
que promove (Pref. do RJ – 2008): é correto afirmar (Residência UFF 2011):

(A) gliconeogênese (A) Ofertas superiores a 45 Kcal por Kg de peso podem


(B) lipogênese acarretar em esteatose hepática.
(C) proteogênese (B) Altas doses de glicose podem levar à reversão do quadro
(D) glicogênese catabólico.
(C) A relação quilocaloria por grama de nitrogênio deve ser
14) Na resposta aguda da fase de fluxo que ocorre após superior a 1:150.
lesão grave, predomina: (D) O aumento na relação de ácidos graxos ômega-
6/ômega-3 incrementa a resposta imune e reduz a resposta
(A) diminuição dos glicocorticóides inflamatória.
(B) aumento das catecolaminas
(C) menor produçãos das proteínas de fase aguda 20) O trato gastrointestinal desempenha papel importante na
(D) diminuição de excreção de nitrogênio resposta ao trauma. Leia as afirmativas abaixo e marque a
(E) menor consumo de oxigênio opção correta (residência INCA 2011):

15) São respostas metabólicas durante o quadro de sepse I O intestino metaboliza muito dos substratos circulantes,
(EAOT – 2008): sendo a glutamina o aminoácido mais
importante para o metabolismo das células da mucosa
(A) Anorexia; redução na produção de glicose hepática; intestinal.
aumento da captura hepática de aminoácidos.
(B) Redução da síntese de proteínas de fase aguda; II O paciente gravemente enfermo consegue maior
aumento de norepinefrina circulante; redução de ferro na fornecimento de glutamina pela maior absorção de fontes
circulação sanguínea. alimentares de glutamina além da degradação, pelo
(C) Aumento dos triglicerídios na circulação sanguínea; enterócito, de proteínas circulantes, como a albumina.
redução na produção de glicose hepática; anorexia.
(D) Aumento da glicose na circulação sanguínea; aumento III A mucosa intestinal íntegra constitui uma barreira contra a
do efluxo de aminoácidos da musculatura esquelética; entrada de microrganismos e toxinas. Algumas condições
aumento de glucagon circulante. coexistentes no paciente traumatizado reduzem a
capacidade de defesa como a sepse, desnutrição e diarreia.
16) Assinale o aminoácido considerado condicionalmente
essencial em situações de estresse metabólico (Adaptado (A) As afirmativas I, II e III estão corretas.
Marinha 2009): (B) As afirmativas I e III estão corretas.
(C) Apenas a afirmativa III está correta.
(A) Histidina (D) As afirmativas II e III estão corretas.
(B) Triptofano
(C) Glutamina
(D) Cisteína GABARITO
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1A 2A 3D
4B 5C 6D 7A
8E 9C 10E 11B
12D 13A 14B 15D

16C 17B 18D 19A


20B

370

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