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RASTREAMENTO NUTRICIONAL Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br

RATREAMENTO NUTRICIONAL paciente em risco nutricional para avaliações nutricionais


mais sensíveis que possam classificar seu estado
O risco aumentado de morbidade e mortalidade é nutricional e direcionar o planejamento da terapia
medido pelo risco nutricional, que é avaliado por nutricional.
questionário incluindo perguntas sobre o estado nutricional
atual e gravidade de doença. Dados objetivos de triagem: altura, peso corporal
atual e habitual, alteração de peso nos últimos 3 a 6
Variáveis avaliadas: IMC, percentual de perda de peso meses, doença e presença de comorbidade.
(ocorrido nos últimos 3 e 6 meses) e ingestão de
alimentos na semana anterior à admissão do hospital. Triagem tem como objetivo detectar o Risco
Nutricional, permitindo o estabelecimento de cuidados
O IMC não detecta o percentual de perda de peso nutricionais adequados e acompanhamento nutricional
corporal e não prediz isoladamente risco nutricional. pelo nutricionista impedem a desnutrição.
Perda de peso maior que 2% em uma semana pode ser
considerada grave, mesmo em indivíduos com IMC normal Para escolha da ferramenta de triagem deve-se
ou em excesso de peso. considerar:

CLASSIFICAÇÃO DO IMC PARA ADULTOS Se houve validação previa na população a que se
destina;
IMC (kg/m²) Classificação Escolha da ferramenta que se destina ao publico em que
<16,0 Magreza grau III será aplicada;
16,0 a 16,9 Magreza grau II Treinamento da equipe multiprofissional;
17 a 18,4 Magreza grau I Preferência por ferramenta de triagem de baixo custo e
18,5 a 24,9 Peso Normal de rápida aplicação;
25,0 a 26,9 Sobrepeso grau I
Capacidade em detectar percentual de perda de peso,
27,0 a 29,9 Sobrepeso grau II
(pré-obesidade) baixo peso corpóreo e sobrepeso, inclusão de doentes
30,0 a 34,9 Obesidade grau I com distúrbios de fluidos e que não possam ser pesados
35,0 a 39,9 Obesidade grau II ou medidos.
40,0 a 49,9 Obesidade grau III (mórbida)
≤50,0 Obesidade grau IV (extrema) A triagem permite selecionar indivíduos a serem
submetidos a avaliação nutricional (completa e detalhada).
CLASSIFICAÇÃO DA PERDA DE PESO PONDERAL
CONFORME O PERÍODO FERRAMENTAS DE TRIAGEM NUTRICIONAL

PERÍODO PERDA MODERADA (%) PERDA GRAVE (%) A.MUST (FERRAMENTA UNIVERSAL DE TRIAGEM DE
1 semana <2% >2% DESNUTRIÇÃO)
1 mês <5% >5%
3 meses <7,5% >7,5% Pode ser aplicada em diferentes pacientes adultos,
6 meses <10% >10% como idosos, cirúrgicos, ortopédicos, em cuidados
intensivos, podendo ser adaptada até mesmo em
HISTÓRICO DE RASTREAMENTO NUTRICIONAL gestantes e lactantes.

Em 1993, a BAPEN formou um conselho composto Recomendada para uso na nutrição clínica e em
por nutricionista e enfermagem, com o objetivo de prevenir saúde pública.
a incidência de úlceras de pressão em pacientes
hospitalizados. Conforme pontuação, o paciente receberia Variáveis: IMC; percentual de perda de peso de 3 a 6
suplementos alimentares a fim de impedir o risco de meses e interrupção da ingestão alimentar. Não leva em
desnutrição. conta o estresse metabólico.

A definição de rastreamento nutricional ou triagem Vantagem: rápida e engloba todos os pacientes.


baseia-se na seleção prévia e encaminhamento do

MUST – Malnutrition universal screening tool


IMC (kg/m2) Perda de peso 3-6 meses Efeito da doença
0 = >20,0 0 = <5% Adicionar dois pontos se houve ou há
1 = 18,5 – 20,0 1 = 5 – 10% possibilidade de ausência de ingestão
2 = <18,5 2 = >10% alimentar por >5 dias.
Somar todos os pontos =
Risco de desnutrição e guias para manejo
0 = baixo risco 1 = risco médio >2 = alto risco
Cuidados clínicos de rotina Observar Tratar
Repetir a triagem em: Hospital e casas de repouso – Informar o nutricionista e a equipe de
Hospital – semanal documentar ingestão alimentar e hídrica terapia nutricional
Casas de repouso – mensal por 3 dias Repetir avaliação semanalmente
Comunidade – anual (grupos Comunidade – documentar ingestão
especiais, como idosos >75 anos) alimentar e hídrica pelo menos a cada 2
– 3 meses

1
Todas as categorias de risco:
Tratar a condição associada e fornecer ajuda e aconselhamento dietético nas escolhas alimentares;
Registrar categorias de risco de desnutrição;
Registrar necessidade de dieta especial e seguir a política alimentar local.

Obesidade: Registrar presença de obesidade e condições associadas.

B.NRS 2002 (TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL) NRS 2002: Triagem Inicial para Pacientes Hospitalares

Foi desenvolvida para uso hospitalar. Utiliza as A NRS 2002 faz quatro perguntas pré-avaliação
variáveis: IMC, percentual de perda de peso, apetite, relacionadas a pacientes adultos:
habilidade na ingestão e absorção de alimentos e doença.
Idade acima de 70 anos é risco adicional. 1.O índice de massa corporal (IMC) do paciente é menor
que 20,5kg/m2?
A ESPEN recomenda o protocolo NRS 2002 para
detectar a presença e o risco de se desenvolver 2.O paciente perdeu peso nos últimos três meses?
desnutrição no ambiente hospitalar.
3.O paciente teve uma redução na ingestão alimentar na
Este protocolo contém componentes do Método última semana?
Universal de Avaliação de Desnutrição (MUST, na sigla em
inglês) subdivididos em uma classificação de gravidade da 4.O paciente está gravemente doente (por exemplo, em
doença, um ajuste da idade (se igual ou maior que 70 terapia intensiva)?
anos), e inclui todas as possíveis categorias de pacientes
em um hospital. Se a resposta for “Sim” para uma das perguntas
durante a pré-avaliação, deve-se realizar a avaliação final.
Se a resposta for “Não” para todas as perguntas, o
paciente deve ser reavaliado em intervalos semanais para
que o estado nutricional seja monitorado.

NRS 2002: Triagem Final para Pacientes Hospitalares

SITUAÇÃO NUTRICIONAL GRAVIDADE DA DOENÇA


COMPROMETIDA (AUMENTO NAS NECESSIDADES)

2
Após a avaliação final, é dada uma nota de avaliação para identificar um estado nutricional potencialmente
prejudicado e a gravidade da doença:

Pontuação ≥3: o paciente está em risco nutricional e um plano de cuidado é iniciado.


Pontuação <3: reavaliar paciente semanalmente.

Se o paciente realizará grande cirurgia, um plano de cuidado nutricional deve ser considerado para evitar estado
de risco associado.

C.MNA-SF (MINI AVALIAÇÀO NUTRICIONAL REDUZIDA) triagem e avaliação nutricional, fornecendo informações
necessárias à terapia nutricional.
Desenvolvida inicialmente para idosos, mas atualmente
é amplamente utilizada em adultos. Preenche critérios de Assim como a MUST, considera o IMC isoladamente
como fator de risco nutricional.

MINI AVALIAÇÀO NUTRICIONAL REDUZIDA – MNA-SF


Item Questionamento Pontuação
A A ingestão de alimentos diminuiu nos últimos 3 meses devido à falta de apetite, problemas
digestivos, dificuldade de mastigação ou deglutição?

Escore
0 = redução severa na ingestão de alimentos
1 = redução moderada na ingestão de alimentos
2 = não houve redução na ingestão de alimentos
B Perda de peso involuntária nos últimos 3 meses?

Escore
0 = perda de peso superior a 3 kg (6,6 libras)
1 = não sabe
2 = perda de peso entre 1 e 3 kg (2,2 e 6,6 libras)
3 = nenhuma perda de peso
C Mobilidade?

Escore
0 = preso à cama ou à cadeira
1 = pode sair da cama/cadeira, mas não sai
2 = sai
D Sofreu estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses?

Escore
0 = sim
2 = não
E Problemas neuropsicológicos?

Escore
0 = demência severa ou depressão
1 = demência leve
2 = sem problemas psicológicos
F Índice de Massa Corporal (IMC)?

Escore
0 = IMC menor do que 19
1 = IMC 19 até menos do que 21
2 = IMC 21 até menos do que 23
3 = IMC 23 ou maior
Pontuação total da triagem (máximo de 14 pontos)

12 pontos ou mais: Normal, não está em risco. Não precisa de avaliação complementar.
11 pontos ou abaixo: possível desnutrição.

D.MST (FERRAMENTA DE TRIAGEM DE Pode ser respondida pelo paciente ou pelo seu
DESNUTRIÇÃO) acompanhante, se torna inespecífica e pouco abrangente
quanto à doença e estado geral do paciente.
Foi desenvolvida para adultos em sua admissão
hospitalar. Utiliza dados subjetivos de perda de peso,
alteração na ingestão alimentar e apetite, não sendo
necessárias medidas objetivas.

3
FERRAMENTA DE TRIAGEM DE DESNUTRIÇÃO
Você perdeu peso recentemente não intencionalmente?
Não 0
Sim 2
Se sim, quantos kg você perdeu?
1–5 1
6 – 10 2
11 – 15 3
>15 4
Não sabe ao certo 2
Você vem comendo menos devido à diminuição do apetite?
Não 0
Sim 1
TOTAL DE PONTOS
Pontuação total de 2 ou mais: paciente em risco de desnutrição

E.URS (ÍNDICE DE RISCO DE DESNUTRIÇÃO): exames que talvez não estejam disponíveis no prontuário
do paciente ou de difícil realização pela necessidade de
Objetiva identificar pacientes cirúrgicos em risco de recursos específicos.
desnutrição no momento de sua admissão. Conta com

URS - ÍNDICE DE RISCO DE DESNUTRIÇÃO


Peso na admissão: Dieta especial:

Perda de peso (PP) não intencional


Peso aceitável Apetite Idade
Não houve mudança = 0
Não houve mudança no peso = 0 15 – 55 = 0
Peso normal = 0 Melhora – mais de 3 refeições/dia = 1
0 – 3kg de PP = 1 65 – 74 = 1
Baixo peso = 1 Diminuindo – despreza metade das
3 – 6kg de PP= 2 75 – 84 = 2
Caquético = 2 refeições = 2
>6kg de PP = 3 84+ = 3
Sem apetite – recusa comida = 3
Capacidade de se alimentar Função intestinal Condição médica
Come sozinho = 0 Normal = 0 Sem fator estresse = 0
Necessita de ajuda = 1 Constipação = 1 Pequena cirurgia ou infecção (leucócitos 11 – 14) = 1
Dificuldade de mastigar ou Náusea = 2 Doença crônica ou grande cirurgia, fraturas, infecções,
engolir ou infecção bucal = 2 Diarreia ou vômito ocasional = 3 úlceras de pressão ou doença inflamatória intestinal
Incapaz de comer por via Diarréia ou vômito frequente = 4 ativa = 2
oral = 3 Lesões múltiplas; fraturas ou queimaduras múltiplas;
sepse grave; carcionoma; malignidade;
quimio/radioterapia; má absorção ativa = 3
Pontuação total:
Risco Pontuação Ação
Baixo 0–4 Checar peso duas vezes por semana
Dar suporte às refeições se necessário
Tratar problemas, como constipação
Moderado 5–8 Checar peso duas vezes por semana
Encorajar alimentação e bebidas
Monitorar comidas e bebidas
Substituir refeições perdidas com suplementos
Repetir triagem após 1 semana
Informar nutricionista se não houver melhora
Alto 9 – 21 Informar a equipe de terapia nutricional

F.NRS (PONTUAÇÃO DE RISCO NUTRICIONAL)

Foi desenvolvida para determinar o risco nutricional de pacientes hospitalizados. Utiliza critérios de perda de peso dos
últimos 3 meses, IMC, ingestão alimentar (apetite e capacidade de se alimentar) e estresse metabólico de doença.

PONTUAÇÃO DE RISCO NUTRICIONAL


Perda de peso nos últimos 3 meses (não intencional)
Sem perda 0
Perda de até 3kg 1
Perda de 3 – 6kg 2
Perda maior que 6kg 3
IMC (kg/m2)
20 ou + 0
18 ou 19 1
15 a 17 2
Menor que 15 3
4
Apetite
Apetite bom, + que 3 refeições/dia 0
Apetite ruim, ingestão baixa, menos da ½ das refeições 2
Sem apetite, incapacidade de se alimentar pela via oral 3
Capacidade de comer e reter alimentos
Sem dificuldade, independente, sem diarreia ou vômito 0
Dificuldade para manipular comida, vômito, regurgitação e diarreia leve 1
Dificuldade de deglutir, consistência especial, não come sozinho, diarreia ou vômito moderados 2
Incapaz de comer pela via oral, incapaz de deglutir, má-absorção, diarreia ou vômito graves 3
Fator de estresse
Sem fator de estresse 0
Leve – cirurgia menor, infecção leve 1
Moderado – doença crônica, AVC, escara, infecção, cirurgia maior 2
Grave – sepse, câncer, queimado, trauma, escaras múltiplas 3
TOTAL
≤ 3 = Baixo risco; 4 a 5 = risco moderado; ≥6 = alto risco

G.NSI DETERMINE – IDOSOS Não envolve dados laboratoriais ou antropométricos.

Desenvolvida com o objetivo de melhorar a qualidade


de vida e promover saúde.

DETERMINE – INICIATIVA DE TRIAGEM NUTRICIONAL


QUESTÒES RESPOSTAS
AFIRMATIVAS
(pontos)
Você tem alguma doença que o fez mudar o tipo/quantidade de alimentos que consome? 2
Você consome menos que duas refeições por dia? 3
Você bebe três ou mais doses de cerveja, licor ou vinho quase todos os dias? 2
Você consome poucas frutas, legumes, verduras ou produtos lácteos? 2
Você tem problemas bucais que dificultam sua alimentação? 2
Você nem sempre tem dinheiro suficiente para comprar os alimentos que necessita? 4
Você come sozinho nas maiorias das vezes? 1
Você usa três ou mais medicamentos diferentes prescritos ou por conta própria ao dia? 1
Você ganhou ou perdeu cerca de 4,5kg nos últimos 6 meses, involuntariamente? 2
Você nem sempre tem condições físicas para fazer compras, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho? 2

PONTUAÇÀO
0 – 2 – BOM! - Revisar em 6 meses.
3 – 5 – RISCO NUTRICIONAL MODERADO! – Verifique o que você pode fazer para melhorar seus hábitos alimentares e seu
estilo de vida.
6 ou mais - RISCO NUTRICIONAL ALTO! – Procure ajude de um médico ou nutricionista.

H.NRI (ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL) – PACIENTES I.NNST (FERRAMENTA DE TRIAGEM NUTRICIONAL DE


CIRÚRGICOS E CLINICOS ENFERMAGEM) – IDOSOS

Aplica valores de albumina sérica e percentual de Foi desenvolvida para ser aplicada por enfermeiros na
perda de peso em uma equação de risco nutricional. primeira semana de internação de idosos.
Validada para pacientes idosos cirúrgicos, e pacientes
clínicos e cirúrgicos em geral. Considera variáveis de peso, apetite, ingestão de
alimentos e líquidos e condição clinica.
NRI = 1,519 x albumina + 0,417 x (peso atual/peso
usual) x 100

Escore NRI:
>100 = sem risco;
100 – 97,5 = limite;
97,5 – 83,5 = risco leve;
<83,5 = risco grave

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FERRAMENTA DE TRIAGEM NUTRICIONAL DA ENFERMAGEM
Pontuação 0 1 2 3 Soma
Peso Estável Perda recente Sobrepeso, Perda de 3,3 a 6,7 kg
<3,3 kg desnutrido
Apetite Bom Reduzido Ruim Pouco ou nenhum
Ingestão alimentar ≥3 refeições/dia Pula refeições Come pouco, Esquece refeições,
deixa comida o necessita de estímulo
prato
Ingestão hídrica ≥8 copos/dia 6 a 7 copos/dia 4 a 5 copos/dia ≤3 copos/dia
Capacidade para Come sozinho Sem dentes, come Dificuldade de Prejuízo ao mastigar,
comer devagar mastigar, deglutir deglutir, não come
e preparo de sozinho
refeições
Condição clinica Condição que não Infecções Desordem Câncer, sepse, fratura,
interrompam dieta repetidas, gastrintestinais, úlcera por pressão (> 2)
náuseas obstipação,
diarreia, tremor
Total:
Resultado superior a 7 pontos – encaminhar ao nutricionista!

J.NRAS (ESCALA DE AVALIAÇÃO DO RISCO cognitivos ou emocionais, medicações, habito de fumar ou


NUTRICIONAL) – IDOSOS bebida alcoólica e situação social.

A escala consiste de avaliação de desordens GI, O escore máximo determinante do risco nutricional é
doenças crônicas, mobilidade, alterações de peso 12 pontos.
corporal, apetite, dificuldade de alimentação, problemas

NRAS
PERGUNTAS SIM NÃO
1.Apresenta desordem gastrintestinal?
2.Apresenta dor causada por doença crônica?
3.Apresenta problemas de deglutição?
4.Apresenta dificuldade para cortar alimentos?
5.Apresenta alguma desordem de marcha?
6.Apresenta perda de peso inesperada (>5 kg em 6 meses)?
7.Apresenta redução ou alteração de apetite?
8.Apresenta má higiene oral ou dificuldade de mastigação?
9.Toma 5 ou mais comprimidos/dia ou bebe (drinques/dia +3 ou 1) ou fuma (+ 10 cigarros/dia)?
10.Apresenta prejuízo cognitivo ou mental?
11.Apresenta evidência de doença depressiva?
12.Sofre de isolamento social?
Total de respostas SIM:
Resultado superior a 12 pontos – encaminhar ao nutricionista!

K.SRM (MODELO SIMPLIFICADO DE DESNUTRIÇÃO) A utilização da IL-6 não é obrigatória caso não esteja
disponível como rotina de coleta hospitalar. A presença
Facilmente aplicado e menos propenso a erro quando desse exame não é determinante do sucesso de aplicação
comparada com a Mini Avaliação Nutricional original. da NUTRIC.

SRM = IMC + 15 x Perda de peso – 10 x cirurgia – 6 x M. STRONG KIDS


perda de apetite
O teste para triagem de risco nutricional e crescimento
Valores para cada situação: STRONG KIDS foi desenvolvido para ser aplicado em
Perda de peso (sim = 0; não = 1) crianças e adolescentes hospitalizados. Recomenda-se
Cirurgia recente (sim = 1; não = 2) sua aplicação em crianças de 1 a 18 anos de idades,
admitidas em hospital para internação, pronto-socorro ou
Perda de apetite (sim = 1; não = 2)
tratamento intensivo por mais de três dias consecutivos.
SRM <35  risco de desnutrição Não contempla obesidade e transgressão da dieta e
não apresenta aplicabilidade para recém-nascido. É
L. NUTRIC (RISCO NUTRICIONAL DE DOENTES considerado um bom instrumento para avaliar risco de
GRAVES) desnutrição, além de ser muito sensível.
O teste NUTRIC foi desenvolvido em pacientes graves Para diagnosticar a condição nutricional dos pacientes,
em UTI. Os instrumentos que compõem estes testes são o teste reúne questões sobre avaliação nutricional
específicos para triagem de pacientes em UTI, como subjetiva, alto risco da doença, ingestão nutricional e perda
índices de diagnóstico e estado geral, número de co- de peso.
morbidades associadas e dias de permanência em UTI.
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STRONG KIDS
PERGUNTAS SIM NÃO
1.Avaliação nutricional subjetiva: a criança parece ter déficit nutricional ou desnutrição? 1 ponto 0 ponto
Ex.: redução da gordura subcutânea e/ou da massa muscular, face emagrecida, outro
sinal.
2.Doença (com alto risco nutricional) ou cirurgia de grande porte? 2 pontos 0 ponto
Ex.: anorexia nervosa, fibrose cística, AIDS, pancreatite, doença muscular, baixo peso
para idade, prematuridade (usar idade corrigida até o 6º mês), doença cardíaca, doença
renal ou doença hepática, displasia broncopulmonar (até 2 anos), queimaduras, doença
inflamatória intestinal, síndrome do intestino curto, doença metabólica, doença celíaca,
câncer, trauma, deficiência mental/paralisia cerebral, pré ou pós-operatório de cirurgia
de grande porte.
3.Ingestão nutricional e/ou perdas nos últimos dias? 1 ponto 0 ponto
Ex.: diarreia (>5x/dia), dificuldade de se alimentar em decorrência de dor, vômitos
(>3x/dia), intervenção nutricional prévia, diminuição da ingestão alimentar (não
considerar jejum para procedimento ou cirurgia)
4.Refere perda de peso ou ganho insuficiente nas últimas semanas ou meses? 1 ponto 0 ponto
Ex.: perda de peso (para crianças > 1 ano) ou não ganho de peso (crianças < 1 ano).

Escore e sugestão de intervenção conforme resultado do STRONG KIDS


Escore Risco Intervenção
1.Consultar médico e nutricionista para diagnóstico nutricional completo
4–5 Alto 2.Orientação nutricional individualizada e seguimento
3.Iniciar suplementação oral até a conclusão do diagnóstico nutricional
1.Consultar o médico para diagnóstico completo
2.Considerar intervenção nutricional
1–3 Médio
3.Checar peso 2x/semana
4.Reavaliar risco nutricional semanalmente
1.Checar peso regularmente
0 Baixo
2.Reavaliar o risco em 1 semana

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Prof. José Aroldo Filho
goncalvesfilho@nutmed.com.br

A.INQUÉRITOS ALIMENTARES - desinteresse pelos aspectos da própria alimentação;


- falta de tempo e atenção ao responder o inquérito;
Os inquéritos dietéticos podem ser destinados a todos - baixa escolaridade.
os estágios de vida, devendo ser consideradas as
especificidades de cada paciente. Dentre os principais A escolha de determinado inquérito alimentar deve
empecilhos encontrados para a avaliação do consumo levar em consideração os seguintes aspectos:
alimentar, destacam-se: - gênero e idade do paciente;
- nível socioeconômico;
- falta de conhecimento sobre os alimentos e as - tempo disponível para aplicação do método;
medidas normalmente utilizadas para o consumo desses; - estado clínico do paciente (ambulatorial, consultório
- inexperiência com o preparo de alimentos; ou internação);
- pouca familiaridade com os ingredientes de - variabilidade do consumo alimentar.
preparações que incluem diversos alimentos;

Tabela 1: Situações específicas do cliente que devem ser consideradas na escolha e aplicação de um método de
avaliação de consumo alimentar.

Obesos tendem a subestimar o consumo de alimentos


Objetivo da avaliação do consumo alimentar  calóricos
avaliação de consumo habitual ou atual. Mulheres subrelatam mais que homens
Consumo habitual  questionário de frequência de Idosos apresentam lapso de memória
consumo ou diário habitual; As pessoas tendem a oferecer respostas mais
Consumo atual  recordatório de 24h ou registro aceitáveis socialmente
alimentar de 3 dias;
Os alimentos mais sub-relatados são os ricos em
Observar a relação entre dieta e doença 
carboidratos e gorduras.
questionário de frequência de consumo alimentar.

Métodos quantitativos: como o nome sugere se


prestam a avaliar a QUANTIDADE de calorias, macro e
micronutrientes (recordatório de 24h e registro alimentar)

Métodos qualitativos: objetivam avaliar não a


quantidade especificamente, mas a qualidade e freqüência
dos alimentos consumidos (freqüência alimentar e
anamnese)

Distorções no auto-relato do consumo alimentar


(subrelato):

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Tabela 2: Principais cuidados que devem ser tomados durante a aplicação de um inquérito alimentar.

MÉTODOS RETROSPECTIVOS em unidades de tempo,(diário, semanal, mensal, quinzenal


ou anual).
A.1 RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE 24H
A porção do alimento utilizada pode ser padronizada
Método rápido, fácil de ser administrado e de baixo (mais comum) ou em aberto. A porção e a freqüência
custo. Objetiva quantificar o consumo de todos os permitem a estimativa da ingestão de nutrientes ou o
ALIMENTOS E BEBIDAS nas últimas 24h. consumo de alimentos específicos. Ë um método de baixo
custo e rápido.
Não reflete a ingestão habitual ou as diferenças entre
dias de semana e dias de final de semana se realizado É um excelente método para obtenção de padrões de
apenas 1 vez. Para se obter um consumo habitual ingestão ou para identificação de consumo de nutrientes
recomenda-se: ou alimento específico além de fornecer resultados
padronizados. Pode ocorrer superestimação de consumo
Para indivíduos: pelo menos 2 recordatórios 24h ou tédio (listas muito grandes > 100 alimentos) ou
(incluindo 1 dia de final de semana) subestimação (se os alimentos de consumo habitual não
Para grupos: 2 vezes em um período de 6 meses a 1 estiverem na lista ou se a lista for muito pequena <50
ano. alimentos).
A precisão do método é maior quando:
Recomenda-se iniciar o questionário da última refeição perguntas foram feitas separadas de cada alimento
para primeira. selecionado;
alimentos do mesmo tipo forem agrupados;
Um único recordatório pode ser utilizado para nenhuma das formas sobre adição mostrou maior
estimativa média da ingestão de nutrientes de grupos, mas precisão (adição de açúcar ao café, por exemplo).
não de indivíduos.
ATENÇÃO: Seu uso não é recomendado para avaliar a
Depende da memória do entrevistado, ocorrendo sub- adequação de ingestão de NUTRIENTES de indivíduos ou
relatos de ingestão, em especial de lanches e bebidas. grupos, já que a lista por ser pré-definida, pode não
Fatores que se apresentam associados com sub-relato de contemplar todos os alimentos ingeridos pelo
consumo: massa corporal, sexo, qualidade social indivíduo/grupo.
desejada, restrição alimentar, nível educacional,
percepção do estado de saúde, raça e etnia. HISTÓRIA ALIMENTAR

A.2 QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA DE Associa vários métodos incluindo recordatório de 24h e


CONSUMO ALIMENTAR (QFCA) QFCA associado a outras informações como preferências,
hábitos, aversões, intolerâncias, crenças e tabus, apetite,
Permite obter estimativas de ingestão usual. Consistem padrão das refeições e hábitos de atividade física,
em listas de alimentos (100 a 150 ítens) ou grupos para os condição socioeconômica, mudanças recentes de peso,
quais o entrevistado (auto-administrado) ou o entrevistador uso de medicamentos/suplementos, sintomas no TGI e
deve anotar a freqüência com que o alimento é consumido saúde oral e dental.

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MÉTODOS PROSPECTIVOS principalmente sobre o modo de preparo dos alimentos e
medidas caseiras utilizadas.
A.4 REGISTRO ALIMENTAR
A.5 REGISTRO ALIMENTAR PESADO (PESAGEM
Consiste no registro diário de todos os ALIMENTOS E DIRETA)
BEBIDAS ao longo do dia, realizado pelo próprio avaliado
ou representante por 1 a 7 dias. Recomenda-se a Semelhante ao registro alimentar, entretanto tem-se a
utilização de 3 dias alternados incluindo um dia de final de pesagem direta dos alimentos e gêneros. Fornece
semana. Períodos maiores que sete dias podem informações bastante precisas. É considerado o método
comprometer a aderência e a fidedignidade dos dados. de maior precisão se comparado ao registro alimentar
estimado, mas requer treinamento, esforço e muita
Desde que aplicado várias vezes é o método de vontade de colaboração, fatores que fazem com que
escolha para estimar a ingestão inadequada de nutrientes seja pouco utilizado. Uma das limitações é a tendência
por indivíduos ou grupos. Requer a participação ativa do a se modificar os hábitos alimentares, diminuindo o
entrevistado que, obrigatoriamente deve saber ler e consumo de alimentos para simplificar o registro.
escrever. Requer tempo e treinamento do entrevistado,

Tabela 3: VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS INQUÉRITOS

B.ANTROPOMETRIA - baixo custo;


- maior cobertura populacional e reprodutibilidade;
Método diagnóstico que se fundamenta na investigação - níveis adequados de sensibilidade e especificidade.
das variações nas dimensões físicas e na composição do
corpo humano, visando à predição do estado nutricional Medidas mais utilizadas: peso, estatura (comprimento
e/ou doenças nutricionais, de acordo com a natureza e ou altura), perímetro cefálico, perímetro braquial e medidas
gravidade. de segmentos corporais (em indivíduos com limitações
físicas).
Vantagens:
- simplicidades do uso de instrumentos; Essas medidas permitem a construção de índices
- facilidade e rapidez da coleta e interpretação dos antropométricos:
dados; - estatura para idade (E/I);
- facilidade de padronização da técnica; - peso para a idade (P/I);
- não-invasiva; - peso para a estatura (P/E ou P/A);
- boa aceitabilidade; - perímetro cefálico para a idade; e
- aplicabilidade nos ciclos de vida; -perímetro braquial para a idade.

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peso para a estatura, sendo consideradas desnutridas
A partir dos índices antropométricos são construídos graves aquelas situadas três desvios-padrão abaixo do
indicadores, definindo-se níveis de corte que permitam percentil 50.
situar o indivíduo dentro de uma faixa aceita como normal,
de acordo com a referência de crescimento utilizada.

CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA PELA OMS – ESCORE


Z
Essa medida é mais precisa, pois leva em
Por essa classificação, são consideradas desnutridas consideração medidas de tendência central e de dispersão
ou obesas as crianças que estiverem dois desvios-padrão das população.
acima ou abaixo do percentil 50 (mediana) para o índice

Classificação do estado nutricional para crianças e adolescentes de acordo com os pontos de corte da OMS.

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B.1 PESO

- medida facilmente obtida; Classificação da gravidade da perda de peso


- muito eficaz; relativa ao tempo.
- medida de adequação nutricional mais sensível que a Tempo Perda significativa Perda de
altura; de peso % peso grave %
- reflete a ingestão nutricional recente. 1 semana 1-2 >2
1 mês <5 >5
Tipos de Peso em avaliação nutricional:
3 meses <7,5 > 7,5
6 meses <10 > 10
Peso atual (PA)  encontrado no momento da
avaliação; Deve ser avaliado em uma balança
O peso mínimo para sobrevivência é 48 a 55% do peso
antropométrica, em geral pela manhã após esvaziamento da
habitual. Pacientes com peso de 85 a 90% do peso habitual
bexiga. Deve ser realizado com roupas de hospital ou
possuem desnutrição leve; com peso entre 75 e 84%
comuns, nesse caso desconta-se o peso delas.
desnutrição moderada e pacientes com peso <74% possuem
desnutrição grave.
Peso Usual (PU)  considerado normal, quando o
indivíduo está hígido e mantendo suas atividades usuais;
Percentual de adequação do peso atual em relação ao
Deve ser considerado como referência na impossibilidade de
ideal
medir o atual.
% de adequação de peso = peso atual x 100
Peso Ideal (PI)  calculado de acordo com o sexo, peso ideal
altura e estrutura óssea do indivíduo e obtido através de
tabelas da Metropolitan Life Insurance Company. Classificação do estado nutricional segundo o
percentual do peso ideal
Peso ajustado (PAj)  valor de peso corrigido para Percentual (%) Classificação
determinação da necessidade energética e de nutrientes
<70,0 Desnutrição grave
quanod o IMC>30 kg/m².
70,1 – 80,0 Desnutrição moderada
PAj = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual 80,1 – 90,0 Desnutrição leve
90,1 – 110 Eutrófico
GRAVIDADE DE PERDA DE PESO 110,1 – 120,0 Sobrepeso
>120,0 Obesidade
A gravidade da perda de peso pode ser avaliada de
acordo com Blackburn et al. (1977) em que o percentual de SITUAÇÕES ESPECIAIS
perda de peso é comparado ao tempo em que ocorreu essa
alteração ponderal. Existem situações especiais onde deve ser realizado o
ajuste de peso. Um exemplo é para indivíduos amputados,
% de perda de peso = peso usual - atual x 100 que devemos considerar a parte amputada (% amputação)
peso usual

12
no cálculo do peso corpóreo corrigido, conforme figura mergulhador em pessoas muito obesas para evitar flutuação.
abaixo: Temperatura da água de 27 a 32ºC. Anota-se a temperatura
da água. Após submersão interrompe-se a respiração por 5
a 10 segundos em expiração máxima forçada. Repete-se de
8 a 12 vezes o procedimento, com média das três pesagens
semelhantes.

Desvantagens: erros no procedimento, alterações na


hidratação e peso corporal, como no período pré-menstrual,
horário do dia, prática de atividade física, doenças e
medicamento sem uso, aversão à imersão em água e
alterações de densidade.

- Pletismografia por deslocamento de ar (BOD POD):

Considera mais acessível que a hidrodensitometria.


Estão relacionados ao volume e pressão na câmara, antes e
depois da entrada do indivíduo. Sua validação ainda
apresenta contradições.

B.2 ALTURA

Métodos de verificação:
- direto o indivíduo deve ficar de pé, descalço, com
Fig 1.: Percentual de amputação calcanhares juntos, costas retas e braços estendidos ao
longo do corpo. Deve inspirar profundamente e neste
Para pacientes acamados, na impossibilidade de momento o examinador baixar a haste do estadiômetro.
verificação do peso e na ausência de cama-balança, estima- - indiretos  envergadura do braço, altura deitado
se o peso corpóreo de acordo com o preconizado por (recumbente), altura do joelho são opções para aqueles que
Chumlea (1985): não conseguem ficar de pé, como indivíduos com escoliose,
paralisia cerebral, distrofia muscular, contraturas ou
Peso corpóreo de acordo com o preconizado por paralisias.
Chumlea
Fórmula para estimar a altura a partir da altura do
joelho
Homem = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) +
(0,37 x PCSE) – 81,69] Homem Mulher
64,19 - (0,04 x idade) + 84,88 - (0,24 x idade) +
Mulher = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 (2,02 x altura do joelho) (1,83 x altura do joelho)
x PCSE) – 62,35]
ESTIMATIVA DA ESTATURA EM CRIANÇAS E
Onde: ADOLESCENTES COM LIMITAÇÕES FÍSICAS
CP= circunferência da panturrilha (cm)
AJ= altura do joelho Existe a estimativa de altura de crianças e adolescentes
CB= circunferência do braço (cm) com limitações físicas  uso das medidas de membros
PCSE= prega cutânea subescapular (mm) superiores (CSB), do membro inferior a partir do joelho (CJ)
e do comprimento tibial (CT).
Em pacientes edemaciados, deve-se descontar do Estimativa de altura em crianças e adolescentes com
peso atual valor referente a água acumulada de acordo com limitações físicas segundo CHEMIN & MURA.
o grau a localização do edema, conforme a tabela abaixo:
MEDIDA ESTATURA DP (cm)
Desconto em kg de massa corpórea por retenção DO ESTIMADA (cm)
hídrica SEGMENTO
CSB E = (4,35 X CSB) + +1,7
Grau de Local Quantidade 21,8
edema atingindo em kg a ser CT E = (3,26 X CT) + 30,8 +1,4
subtraído
CJ E = (2,69 X CJ) + 24,2 +1,1
+ Tornozelo 1 kg
++ Joelho 3-4 kg B. 3 IMC
+++ Raiz da coxa 5-6 kg
++++ Anasarca 10-12 kg Nos últimos anos tem sido bastante utilizado o IMC como
critério de diagnóstico nutricional. Seu uso tem sido
MÉTODOS ESPECÍFICOS PARA AVALIAÇÃO DE observado em todas as faixas etárias dos distintos ciclos de
MASSA CORPÓREA TOTAL vida, da infância à senilidade, com exceção nos menores de
2 anos. È um indicador de estado nutricional atual.
- Pesagem hidrostática (princípio de Arquimedes) ou
hidrodensitometria: Vantagens:
- não-invasivo;
É baseada na força do empuxo e considera padrão-ouro - fácil obtenção;
para pesagem. Está relacionada à diferença entre o peso - boa precisão e confiabilidade;
corporal fora e submerso. Deve ser colocado cinto de
13
- alta correlação com estatura, DCT, DCSE, DCSI e
somatório das dobras, área de gordura braquial e CB. Em relação à circunferência de cintura, a OMS
recomenda os seguintes pontos de corte:
IMC = Peso corporal (kg)
Altura2 (m2) Classificação de risco de complicações metabólicas
associadas à circunferência abdominal
O IMC ou índice de Quetelet será classificado da Sem Risco Alto
seguinte forma: risco moderado risco
Desnutrição Grave = IMC< 16; ♂ <94 cm 94 a 102 cm >102 cm
Desnutrição Moderada = IMC entre 16|– 16,99; ♀ <80 cm 80 a 88 cm >88 cm
Desnutrição Leve = IMC entre 17|– 18,49.
Adequado = IMC entre 18,5 |– 24,99; Circunferência de panturrilha (CP)
Sobrepeso = IMC entre 25,0 |– 29,99;
Obesidade leve = IMC entre 30,0 |– 34,99; É uma medida corporal recomendada pela OMS para o
Obesidade moderada = IMC entre 35,0 |– 39,99; diagnóstico nutricional de desnutrição entre gestantes e
Obesidade grave = IMC ≥40,0. idosos.

Classificação de IMC em idosos As vantagens estão associadas às condições onde não é


IMC (Kg/m2) CLASSIFICAÇÃO possível a obtenção das variáveis peso e altura.
<22 Magreza
22 – 27 Área Muscular do Braço (AMB)
Eutrofia
>27 Excesso de peso
Apresenta maiores mudanças com a idade do que CMB
B. 4 ÍNDICES DERIVADOS DE CIRCUNFERÊNCIAS Crianças:
AMB = [(CB) – (3,1416 x DCT )]²
Circunferência braquial (CB) 4 x 3,1416
Bom indicador de desnutrição atual, por expressar a Homens:
massa muscular do braço e que está relacionada com a AMB = [(CB) – (3,1416 x DCT )]² - 10 xm²
massa muscular total. 4 x 3,1416
Grande limitação do uso da CB  padrões de referência Mulheres:
e pontos de corte específicos e sensíveis para os distintos AMB = [(CB) – (3,1416 x DCT )]² - 6,5 xm²
grupos etários e sexos. 4 x 3,1416
Guia para interpretação dos parâmetros do braço Área adiposa do braço (AAB)
Percen Tecido adiposo Tecido
til muscular AB (mm²) = /4 x d²  d = CB (mm)/ 
<5 Magro/baixa reserva
5 a 15 Abaixo da média AAB (mm²) = AB - AMB
16 a 85 Média
86 a 95 Acima da média B.5 DOBRAS CUTÂNEAS
≥95 Excesso de gordura Boa nutrição
Técnica para aferição de dobras cutâneas:
Circunferência muscular do braço (CMB)
1. Mensurar a dobra com o paciente de pé, com braços
É um índice antropométrico derivado das medidas relaxados e estendidos ao longo do corpo.
corporais CB e dobra cutânea tricipital (DCT). Expressa a 2. Padronizar o lado que será utilizado para modificação
quantidade de massa muscular do braço e uma aproximação e mantê-lo nas demais medições.
a massa muscular total. Outros índices seriam a área 3. Identificar, medir e marcar o local DOC. Segurar
muscular do braço e área adiposa do braço. firmemente a dobre, entre o polegar e o indicador da mão
esquerda, 1 cm acima do local a ser medido.
CMB = CB – (DCT x 0,314) 4. Destacar a dobra de modo a assegurar que o tecido
muscular não tenha sido pinçado.
Circunferência de cintura (CC) e relação cintura-quadril 5. Colocar as hastes do adipômetro perpendiculares à
(RCQ) dobra e soltar a pressão das hastes lentamente.
6. Manter a dobra pressionada durante a aferição
Essas medidas possibilitam estimativas do acúmulo de 7. Tomar as medições de DOC 4 segundos após a
gordura abdominal, a qual está relacionada à quantidade de pressão ter sido aplicada.
tecido adiposo visceral e intra-abdominal. Está associada ao 8. Abrir as hastes do adipômetro para removê-lo do local
aumento do risco de doenças associadas à obesidade (DCV, e fechá-lo lentamente para prevenir danos.
dislipidemias, HAS, DM2 etc). 9. Tomar no mínimo 2 medidas para cada local. Se os
valores diferirem em mais de 10% realizar medidas
RCQ Risco de patologias e adicionais. Deve-se calcular a média aritmética dos
diagnóstico resultados obtidos.
♂>1,0 Obesidade androide e risco de 10. No caso de aferições de dobras em diferentes
♀>0,85 DCV locais, sugere-se realizar as medidas de forma rotativa, em
♂<0,85 Distribuição de gordura ginóide e vez de leituras consecutivas em cada local.
♀<0,75 risco de doenças osteoarticulares

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Dobra triciptal (DCT)  mais usada na prática clínica, Desidratação ↑ Sepse ↓
pois a região do tríceps é a mais representativa da gordura
corporal subcutânea. Deve ser medida no ponto médio entre
Caquexia ↑ Infecção ↓
o acrômio e olecrano, na parte posterior do braço. Aplicabilidade: o método não é indicado para avaliar
Dobra biciptal (DCT)  Deve ser medida 1 cm acima do composição corporal nas seguintes situações:
local marcado para DCT, na parte anterior do braço. - vigência de alterações metabólicas e estados críticos;
- presença de doença degenerativa;
Dobra do peitoral (DCP)  Deve ser medido 1 cm
- presença de quadro inflamatório;
abaixo da dobra axilar.
- indivíduos em crescimento.
Dobra abdominal (DCA)  medida 3cm lateral e 1cm
inferior à cicatriz umbilical
Realização da BIA:
Dobra subescapular (DCSE)  É medida logo abaixo
do ângulo inferior da escápula. - evitar ingestão de alimentos e bebidas 4h antes
Dobra supra-ilíaca (DCSI)  logo acima da crista ilíaca - não fazer exercício físico 12h antes
em diagonal - urinar 30min antes
Dobra coxa (DCC)  medida na parte anterior da coxa, - não consumir álcool 24h ante
no ponto médio entre linha inguinal e borda proximal da - não usar diuréticos por 7 dias antes.
patela, com a perna levemente flexionada e relaxada.
Condições ideais para avaliação de BIA:
A precisão das dobras diminui com o aumento da - Jejum absoluto >8h;
obesidade. - Esvaziar a bexiga antes do exame;
- ausência de atividade física por pelo menos 8h;
Aplicabilidade Dobras - anotar horário de avaliação;
Usada em equações de - anotar ciclo menstrual;
predição de gordura DCC, DCB, DCP - temperatura ambiente;
corporal - higienização de pelo com álcool.
Indicador de % gordura
corporal DCT, DCSE, DCSI OBS.: eletrodos colocados nos mesmos lados e sempre
Acompanhamento de nos mesmos pontos
perda de peso DCA
Existem condições clínicas que algumas considerações
B.7 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) devem ser observadas:
- Insuficiência cardíaca: edema interfere na avaliação;
Definições: - Insuficiência hepática: ascite/edema interferem na
- BIA – mede passagem de corrente elétrica de baixa avaliação;
intensidade (800NA), freqüência fixa (50kHz) determinando - Insuficiência renal: edema/alterações hidroeletrolíticas
valores de resistência (R), reactância (Xc) e impedância (Z). interferem na avaliação – a avaliação deve ser realizada 20
– 30min após diálise.
- Resistência: sofre influência da água corporal total,
gordura corporal e massa magra. C. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG)
- Reactância: é a fonte de oposição ao fluxo elétrico.
Método simples, de baixo custo e com boa
Ângulo de fase = Arco tangente [Xc /R] x [180/π] reprodutibilidade e confiabilidade, inicialmente desenvolvido
para avaliação do estado nutricional de paciente
Varia de 5º. a 15º. Quando aumentado é sinal de boa hospitalizado no pré-operatório e que vem sendo utilizado
saúde e a Xc é alta, quando diminuído associa-se a em diversas condições clínicas.
existência ou agravamento de doença e a Xc é baixa
(ASSOCIA-SE COM MORTE CELULAR). Considera-se a história clínica e o exame físico,
contemplando:
Principais fatores que alteram os valores de resistência e
reactância - Alteração no peso corporal: o percentual de perda de
Resistência (R): peso nos 6 meses precedentes é caracterizado como suave
 Grau de hidratação (quanto maior, menor a (<5%), moderado (5-10%) e grave (>10%). Questiona-se
resistência); também a perda de peso nas últimas 2 semanas;
 Gordura corporal (quanto maior, maior a - Alteração na ingestão alimentar: avalia-se tanto a
resistência); duração quanto o tipo de modificação, que pode ser
 Tecido muscular (quanto maior, menor a qualitativa ou quantitativa;
resistência). - Presença de sintomas gastrointestinais: anorexia,
náusea, vômitos, diarréia, que somente serão significativos
Reactância (Xc): caso ocorram por mais de 2 semanas;
 Celularidade e integridade de membrana - Capacidade funcional: relata alterações nas atividades
celular (quanto maior a integridade celular, maior a diárias, que devem ser avaliadas por sua duração e pelo
reactância). Indica a quantidade de massa intracelular ou grau de comprometimento da atividade física;
celular corporal. - Demandas metabólicas: doenças de alto estresse
Alterações em variáveis de BIA. (queimaduras, sepse e neoplasias)
CONDIÇÕES R CONDIÇÕES Xc - No exame físico: avaliar perda de gordura subcutânea,
Atrofia muscular ↑ Crescimento celular ↑ perda de massa muscular, presença de edema e ascite, dor
óssea e fraturas e alterações da pele.
Hipertrofia
muscular
↓ Gestação ↑
Obesidade ↑ Inflamação ↓ De posse destas informações na história e no exame
físico, os pacientes são classificados como: (A) – bem
Edema ↓ Lesão celular ↓
15
nutrido, (B) – desnutrido moderadamente ou com suspeita e operatórias. Assim, a ASG seria um instrumento tanto para
(C)- gravemente desnutrido. o prognóstico quanto para o diagnóstico, através do qual se
demonstrou maior número de complicações e mortalidade e
Segundo Detsky, a ASG no pré-operatório foi o melhor custos hospitalares associados aos pacientes identificados
índice de prognóstico para complicações infecciosas pós- como desnutridos graves.

16
D.AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO Valor Interpretação
Normal 4,0 – 6,0 g/dl
Depleção leve 2,8 – 3,5 g/dl
D.1Linfocitometria global ou contagem total de
Depleção 2,1 – 2,7 g/dl
linfócitos periféricos (CTLP) - indicador de mecanismo
moderada
de defesa celular
Depleção grave <2,1 g/dl
Contra-indicado para pacientes em uso de esteróides,
RT, QT ou doença autoimune.  Transferrina

CTL = leucócitos x % linfócitos Proteína de síntese hepática relacionada com o


100 transporte sérico de ferro;
Mais sensível nos casos de desnutrição aguda e no
< 800/ mm³: depleção grave controle de intervenções dietoterápicas do que a albumina;
Aumenta: carência de ferro, gravidez, fase precoce das
Valor mínimo aceitável: >1200/mm³ hepatites agudas e por perdas hemáticas crônicas;
Moderamente reduzido: 1200 – 1800/mm³ Reduz: várias anemias, nas infecções crônicas,
doenças hepáticas crônicas, nas neoplasias e na sobrecarga
D.2 Testes de hipersensibilidade cutânea tardia (HCT de ferro. Nestes casos, não deve ser utilizada para avaliação
ou RHR) nutricional.

- Injeção de antígenos de memória - tuberculina (PPD), Valor Interpretação


estreptoquinase-estreptodornase (SK/ SD), tricofitina e Normal 250-300mg/dl
candidina e leitura em 24-48 horas Depleção 150-200 mg/dl
leve
Interpretação Depleção 100-150 mg/dl
>5mm de enduração- RESPOSTA POSITIVA (alguns moderada
autores recomendam que só aceitem resposta positiva Depleção <100 mg/dl
quando a enduração supera 10mm) grave

< 5mm de enduração- depleção grave  Transtiretina ou Pré-albumina

Obs.: como sofre influencia da doença de base, constitui Transporta a tiroxina;


parâmetro questionável para a avaliação do estado Sintetizada no fígado e com níveis de reserva muito
nutricional. pequenas no organismo
Diminui rapidamente quando a ingestão de calorias e/ou
- Anergia cutânea total = sem resposta imunológica, proteínas é insuficiente. É um indicador sensível de
frequente em desnutridos grave. deficiência protéica e retorna rapidamente seus níveis
quando a terapia nutricional é adequada.
E.EXAMES LABORATORIAIS EMPREGADOS NA Infecções, traumatismo - quando há demanda súbita de
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL síntese protéica, deprimem-se os níveis séricos pré-
albumina;
Proteínas do Plasma - a avaliação da síntese É melhor indicador de estado de proteína visceral e
protéica ou da “reserva” protéica visceral é realizada através balanço nitrogenado positivo do que a albumina ou a
desta dosagem. transferrina

 Albumina Valor Interpretação


Normal 19 - 43 mg/dl
O uso da albumina total na avaliação do estado Depleção 10-15 mg/dl
nutricional é questionável, pois sua produção hepática pode leve
ser influenciada por inúmeros fatores adicionais ao estado Depleção 5-10 mg/dl
nutricional, como função hepática, perda de proteínas, moderada
hidratação prejudicada com grande troca de fluídos, infecção Depleção <5 mg/dl
e inflamação. Porém, a albumina sérica é um excelente fator grave
prognóstico em várias situações clínicas, pois a baixa 
concentração de albumina sérica está relacionada com  Proteína transportadora de retinol
aumento da morbimortalidade em várias condições clínicas
como doença crítica, renais, linfoma, HIV entre outras. Proteína específica para o transporte da vitamina A do
tecido hepático para outros tecidos-alvo de seu papel
O uso da albumina na avaliação nutricional baseia-se na fisiológico
sua correlação com mudanças na circunferência muscular Metabolizada pelo rim;
braquial, na facilidade de dosagem e no baixo custo. Elevada nas nefropatias;
Baixas concentrações: pacientes com fibrose cística,
Baixas concentrações de albumina não estão desordens hepáticas, hipertireoidismo e deficiência de zinco.
envolvidas a gênese da desnutrição protéico-calórica, Vida média = 10 a 12 horas - reflete melhor as
podendo apenas indicar que a ingestão dietética de alterações agudas na desnutrição protéica.
proteínas não está adequada para manter a síntese protéica. Valores normais: 3 a 5mg/dl. Valores abaixo de 3mg/dl
podem ser indicativos de desnutrição.

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Características e pontos de corte e proteínas plasmáticas segundo CHEMIN & MURA.
Proteína Meia-vida Uso clínico Limitações
Albumina 18 – 20 dias Prognóstico de Grau de hidratação, inflamação, doença
desnutrição renal ou hepática.
Transferrina 8 – 9 dias Nenhum Hidratação, inflamação, doença hepática,
alteração no metabolismo de ferro.
Pré-albumina 2 dias Prognóstico de Hidratação, inflamação, doença renal ou
monitoração nutricional hepática, uso de corticoide.
Proteína C 8 – 12h Prognóstico indicador de Reagente de fase aguda. Serve de contra-
reativa infecção bacteriana e prova para as demais proteínas plasmáticas.
resposta inflamatória Não tem valor no diagnóstico nutricional.
Fibronectina 12h Monitoração nutricional Inflamação. Valor de referencia não
estabelecido.
Proteína ligada 4 – 24h Monitoração nutricional Hidratação, inflamação, doença renal ou
ao retinol hepática, deficiência de vitamina A e zinco.

Avaliação do compartimento protéico somático Negativo  catabolismo

a. Índice creatinina-altura - Limitações do BN:

- Utilizada para medir a massa magra corporal ou tecido Poderá ocorrer coleta de urina de 24h incompleta
metabolicamente ativo dos pacientes, acreditando-se que a subestimando o nitrogênio urinário e o catabolismo e o
excreção urinária. catabolismo protéico, por isso, torna-se necessária a coleta
de 3 dias consecutivos, fazendo a média dos valores a fim
- Maior parte da creatinina está armazenada no músculo de minimizar o problema.
sob a forma de creatina-fosfato, constituindo um depósito
energético solicitado durante a gliconeogênese e cujo Doenças – a Insuficiência renal pode promover retenção
produto de degredação é a creatinina de uréia e subestimar o nitrogênio urinário e o catabolismo
protéico; as hepatopatias graves podem promover prejuízo
- Considerando-se que a creatinina é 100% excretada na na transformação de amônia em uréia, subestimando as
urina, a medição de creatinina excretada na urina de 24h (de perdas de nitrogênio; a doenças intestinais inflamatórias
3 dias consecutivos) reflete diretamente a concentração de podem provocar perdas intestinais de nitrogênio por mal
creatinina corporal total e, indiretamente a massa muscular absorção, presença de fístulas intestinais e/ou enteropatia
total provocam perda de proteína; os casos de acidose
metabólica a medida que provocam aumento da excreção de
- Atenção: esta medida só é válida se a função renal amônia, com consequente diminuição do percentual de
estiver preservada nitrogênio urinário, produzem subestimação do BN.

- Excreção média para o sexo feminino me 18 mg/kg e c.Dosagem de Urinária de 3-Metil-Histidina


para o sexo masculino 23 mg/kg
A 3-metil-histidina é um aminoácido liberado da actina e
ICA = Volume urinário 24h x [Creatinina urinária] miosina do músculo esquelético, não é reutilizada, sendo
Excreção de creatinina esperada na urina 24h excretada inteiramente na urina.

Valor Interpretação Consequentemente, a determinação de 3-metil-histidina


Normal >80% na urina de 24 horas aproxima-se do turnover muscular total
Depleção leve 60 – 80% durante o período de coleta. Para realização deste teste o
Depleção 40 – 60% paciente deve receber dieta sem carne por 24-48 horas.
moderada
Depleção grave <40% d.Dosagem de Somatomedina C (IGF1)

Valores menores de 60% apontam depleção grave de Mediador da ação do hormônio do crescimento utilizado
massa muscular. como indicador do estado nutricional protéico.

b.Balanço Nitrogenado (BN)

- Pode avaliar a necessidade de aumento de oferta


energética e avaliar a conduta nutricional empregada

- Convém avaliar se o paciente não tem doença renal


nem perdas anormais de nitrogênio como nos quadros de
queimaduras e fístula.

BN= g proteína ingerida/ 6,25 - (Uréia Urinária +4)/2,14

- Classificação do BN e sua associação metabólica:


Positivo  anabolismo
Igual a zero  equilíbrio
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DIETAS HOSPITALARES Prof. José Aroldo Filho
goncalvesfilho@nutmed.com.br

DIETAS HOSPITALARES POR VIA ORAL (TIPOS E INDICAÇÕES)

DIETA NORMAL/GERAL

Tipo Características Indicações


Dieta normal/geral Conhecida também como dieta geral ou livre, a dieta Pacientes com ausência de alterações
caracteriza-se pela consistência normal e quantidade metabólicas importantes ou que não
suficiente de energia, proteína, carboidratos, lipídios, estejam em risco nutricional, portanto,
vitaminas, minerais, entre outros nutrientes, com a não necessitam de modificações
finalidade de manutenção da saúde e estado nutricional dietéticas específicas.
adequado.

Fracionamento: 5-6 refeições/da


Valor calórico: 2.000-2.200 kcal/dia
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta normal/geral Todos os alimentos recomendados em uma alimentação Nenhum, no entanto, visando a
saudável. Deve-se considerar os hábitos alimentares alimentação saudável, sugere-se
quando houver possibilidade. moderar a ingestão de alimentos
/preparações ricas em gordura, sal e
açúcar simples.

DIETA BRANDA

Tipo Características Indicações


Dieta branda Dieta com valo nutricional similar à dieta normal, Pacientes no pré e pós-operatórios
caracteriza-se, principalmente pela atenuação da textura imediatos de diversos procedimentos
através do processo de cocção das fibras e verduras/ cirúrgicos (exceto de cirurgias do
legumes/ frutas e tecidos conectivo das carnes, com sistema digestório para qual é indicada
finalidade de facilitar o trabalho digestivo (mastigação/ apenas no pós-operatório tardio),
deglutição/digestão/absorção). afecções gástricas (úlceras e gastrites)
e dificuldades em outras funções
Fracionamento: 5-6 refeições digestivas. Utilizadas na transição entre
Valor calórico: 1.800-2.200 kcal/dia dieta pastosa e a normal.
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta Branda Pães, bisnagas, biscoito (sem recheio), bolos simples e Pães, biscoito e massas feitos com
massas feitos com farinha refinadas; farinha integral, e biscoitos com
Legumes e verduras cozidos no forno, em água, vapor recheio/amanteigados;
ou refogados; Legumes, verduras, frutas cruas.
Cerais cozidos; Exceção: mamão, banana e era.
Caldo de leguminosas; Brócolis, couve-flor, couve-de-
Frutas cozidas, assadas, sem casca, sucos (coados) e bruxelas, rabanete, repolho crus ou
compotas. cozidos;
Frutas cruas: bem maduras e sem casca, de preferência Grãos das leguminosas;
ao mamão, banana e pera; Queijos gordurosos e/ou salgados,
Leite e derivados são permitidos, no caso dos queijos, como provolone, parmesão,
preferir os com pouco sal e gordura; gorgonzola;
Carnes frescas cozidas, assadas e grelhadas; Carnes enlatadas, empanadas e
Ovos cozidos, mexidos e omeletes; embutidos;
Gorduras e açúcares, sem excesso. Ovos fritos
Frituras em geral.

19
DIETA PASTOSA

Tipo Características Indicações


Dieta pastosa Proporciona repouso digestivo e fornece quantidade Pacientes com dificuldade de
adequada de nutrientes semelhante à dieta branda. A mastigação e deglutição, principalmente
textura, porém, é menos sólida. Normalmente, os pacientes idosos (ausência de próteses
alimentos/preparações apresentam-se na forma de purês, dentárias), portadores de doenças
cremes, papas e carnes subdividas (moídas, trituradas, crônicas (insuficiência cardíaca e
desfiadas) e suflês. respiratória). Utilizada na transição
entre dieta leve e a branda.
Fracionamento: 5-6 refeições
Valor calórico: 1.800-2.200 kcal/dia
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta Pastosa Pães macios, bisnagas, biscoitos (sem recheio), torradas, Pães, biscoito e massas feitos com
bolo simples e mingaus; feitos com farinha refinada. farinha integral e biscoitos com recheio/
Legumes cozidos, suflês e em purês; amanteigados;
Caldo de leguminosas; Legumes e frutas cruas;
Frutas cozidas, em purês e sucos. Verduras cruas ou cozidas;
Leite, iogurtes e queijos cremosos. Iogurte com pedaços de frutas e quijos
Arroz papa; duros;
Carnes moídas ou desfiadas; Frutas com polpas duras (laranja, uva,
Ovo cozido, mexidos e omeletes; abacaxi, tangerina, caqui chocolate),
Sopas (macarrão/canja/creme de legumes); que impossibilitam o preparo de purês;
Óleos e gorduras, sem excesso. Sementes e frutas oleaginosas;
Sobremesas como pudim, manjar, flan, cremes, doce em Carnes com pedaços grandes,
pasta, gelatina, geleias e sorvete simples. enlatadas, empanadas, duras,
crocantes;
Ovos fritos;
Frituras em geral.

DIETA LEVE

Tipo Características Indicações


Dieta leve Conhecida também como semilíquida, caracteriza-se pelas Pacientes com função gastrointestinal
preparações de consistência espessada (presença de moderadamente reduzida, intolerância
farináceos ou espessantes artificiais), constituídas de aos alimentos sólidos devido à
líquidos e alimentos semissólidos, cujos pedaços dificuldade de mastigação e deglutição,
encontram-se em emulsão ou suspensão. Permite repouso e evolução de pós-operatório. Utilizada
digestivo, porém apresenta valor nutricional reduzido na transição entre dieta liquida e a
quando comparada às dietas anteriores. Recomenda-se pastosa.
acompanhar o paciente, e, se necessário, orientar
suplementação.

Fracionamento: 5-6 refeições


Valor calórico: 1.300-1.500 kcal/dia
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta Leve Água, chás e café com açúcar, água de coco, sucos de Preparações feitas com cereais
frutas coados; integrais;
Grãos e farinhas de cereais refinados cozidos em sopas Biscoitos recheados e amanteigados;
ou mingaus (farinha, trigo, amido de milho, fécula de Frutas inteiras com casca e semente;
batata etc), utilizados como espessantes. Legumes e verduras crus;
Pão sem casca e biscoitos (sem cheiro); Sementes e frutas oleaginosas;
Leite, iogurte, creme de leite, queijos cremosos; Grãos de leguminosas;
Purês de legumes; Alimentos enlatados e embutidos;
Verduras cozidas e liquidificadas; Frituras em geral;
Sopas espessadas, liquidificadas ou sopas-creme;
Caldo de leguminosas;
Frutas cozidas, cruas (sem casca) em papa ou
liquidificadas;
Carnes cozidas e cortadas em pequenos pedaços, purês
ou caldos;
Ovos cozidos;
Óleos, gorduras e açúcar, sem excesso;
Sobremesas como pudim, manjar, fan, cremes, sorvetes
e gelatinas.

20
DIETA LÍQUIDA

Tipo Características Indicações


Dieta liquida Conhecida também como dieta liquida completa. A dieta Pacientes no pós-operatório de cirurgias
apresenta todos os alimentos/preparações na forma na boca, plástica de face e pescoço
liquida e é prescrita para os pacientes que necessitam de entre outras evoluções de pós-
mínimo esforço digestivo e pouco resíduo. Devido ao valor operatórios, fratura de mandíbula,
nutricional reduzido, geralmente além das necessidades estreitamento esofágico e intolerância
dos pacientes, deve-se oferecer suplementos alimentares aos alimentos sólidos.
com intuito de melhorar o aporte energético, proteico,
vitamínico e de minerais, e evoluir o mais breve a dieta via *Atenção ao risco de bronco aspiração
oral. Caso não seja possível, recomenda-se a terapia em pacientes com disfagia. Neste caso,
nutricional. utilizar espessante.

Fracionamento: a cada 2 horas em ou intervalo menor.


Aconselha-se o controle do volume da dieta para evitar
distensão abdominal.
Valo calórico: 750-1.500 kcal/dia.
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta liquida Papa ou farinhas de cerais refinados e cozidos podem Alimentos/preparações de
ser adicionados às bases liquidas; consistência mais, sólida como:
Caldos, sopas liquidificadas e peneiradas de legumes, Pães e biscoitos;
verduras, ovos e Farelo, farinhas integrais e grãos de
Carnes cerais;
Leite, bebidas lácteas, iogurte, queijos cremosos, creme Legumes/verduras crus e inteiros;
de leite e suplementos alimentares à base de leite; Carnes em pedaços e embutidos;
Sobremesa como pudim, manjar, flan, cremes e Queijos duros;
gelatinas; Frutas inteiras.
Óleos, gorduras e açúcar, sem excesso;
Água, chás e café, água de coco, sucos de frutas
coados, bebidas não gaseificadas.

DIETA LÍQUIDA RESTRITA

Tipo Características Indicações


Dieta liquida restrita Conhecida também como cristalina ou de líquidos claros. Pacientes no pré-operatório de cirurgias
Caracteriza-se pela presença de água, líquidos límpidos e do cólon, pós-operatório imediato e
carboidratos, com a finalidade de hidratação e a mínima evolução da terapia nutricional –
formação de resíduos, proporcionando o máximo repouso redução da nutrição parenteral e
do sistema digestivo. Além disso, devido ao baixo valor introdução da via oral.
nutricional, a dieta deve ser evoluída o quanto antes, caso
não seja possível via oral, recomenda-se a terapia
nutricional.

Fracionamento: a cada 2 horas em ou intervalo menor.


Aconselha-se o controle do volume da dieta para evitar
distensão abdominal.
Valo calórico: 375-600 kcal/dia.
Alimentos recomendados Alimentos evitados
Dieta liquida restrita Água, chás e café descafeinado, açúcar, água de coco, Qualquer alimento/preparação de
sucos de frutas coados, caldos coados de consistência sólida ou mais espessa, e
legumes/verduras/carnes, gelatinas, bebidas isotônicos e que não esteja entres os alimentos da
picolés à base de sucos de frutas. lista de recomendados.

DIETA ZERO

Tipo Características Indicações


Dieta zero Conhecida também como jejum, caracteriza-se pela Pacientes no pré e pós-operatórios ou
ausência da ingestão de alimetnos por via oral. preparo de exames agendados, que
exijam tal procedimento. Deve-se
Valor calórico: 0 Kcal (por via oral) conhecer/controlar a duração exata do
tempo de jejum, evitando que o
paciente permaneça com dieta zero
além do necessário.

21
EXERCÍCIOS DE RASTREAMENTO E AVALIAÇÃO (A)No sangue, em jejum
NUTRICIONAL (B)Na primeira urina do dia
(C)Na urina de 8 horas
1) A avaliação subjetiva global é feita por meio da (D)Na urina de 24 horas
aplicação de um questionário em que contam anamnese e
exame físico. A anamnese contempla o seguinte dado: 9)Na Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG)
(Residência HUPE) adaptada de Detsky e cols.(1987), bastante utilizada no
(A) porcentagem de perda de peso Brasil, a perda de peso investigada é considerada
(B) registro alimentar de 24h significativa quando for, nos últimos 6 meses, maior que:
(C) IMC (NutMed)
(D) balanço nitrogenado (A) 2%
(E) relação peso-altura (B) 5%
(C) 8%
2) A avaliação retrospectiva do consumo de alimentos (D) 10%
através do questionário de freqüência de consumo
alimentar tem como principal desvantagem: (Residência 10)Um paciente foi atendido num hospital publico no
HUPE - 2004) município de Teresina com diagnóstico de hipertensão
(A) gerar resultados padronizados arterial. Na avaliação clinica, foi detectada a presença de
(B) requer nutricionista treinado edema nos membros inferiores. Os parâmetros
(C) depender da memória do entrevistado antropométricos que você utilizaria na avaliação deste
(D) não fornecer informações quantitativas paciente são: (NutMed)
(A) peso atual e circunferência da cintura;
3) A avaliação bioquímica pode ser utilizada na (B) peso usual e área gordurosa do braço;
determinação da reserva protéica corporal. (C) peso ideal e circunferência da coxa;
Alto conteúdo de triptofano e meia vida de dois dias são (D) circunferência braquial e circunferência do quadril;
características de seguinte proteína visceral: (Residência (E) área muscular do braço e prega cutânea da
HUPE - 2003) panturrilha.
(A) albumina
(B) transferrina 11) Qual a proteína a seguir tem menor tempo de vida
(C) pré-albumina média ? (Nutmed)
(D) proteína ligada ao retinol (A) albumina
(B) pré-albumina
4) A OMS recomenda a avaliação da desnutrição da (C) proteína transportadora de retinol
criança através dos seguintes indicadores peso/idade; (D) transferrina
altura/idade e peso/altura.
O ponto de corte, em escore Z, que classifica as formas 12) Considera-se para a realização da ANSG (Avaliação
moderada e leve de desnutrição é: (Residência HUPE - Nutricional Subjetiva Global) (NutMed)
2002) (A) alteração no peso do paciente e dobras cutâneas
(A) -1,0 (B) alteração na ingestão alimentar e balanço nitrogenado
(B) -1,5 (C) capacidade funcional física e sintomas gastrointestinais
(C) -2,0 (D) exame físico e balanço nitrogenado
(D) -2,5
13) A perda de peso considerada como significância clínica
5) A ASG é feita por meio da aplicação de um questionário corresponde a: (Nutmed)
em que consta anamnese clínica, alimentar e exame físico. (A) 5% em 1 mês
Considera-se fator de risco para desnutrição perda (B) >7% em 6 meses
ponderal involuntária na seguinte situação: (Residência (C) 10% em 1 ano
HUPE) (D) 5% em 3 meses
(A) >5% PI, com ganho nas últimas duas semanas
(B) >10% do peso habitual em 6 meses 14) Deficiências calóricas e protéicas podem levar à perda
(C) <5% do peso habitual em 6 meses de peso, refletindo mudanças na massa corporal magra e
(D) >10% do peso ideal em 24 meses gorda. Para discriminar mudanças nestes dois
(E) <5% do peso ideal em 6 meses compartimentos são utilizadas, respectivamente, as
seguintes medidas: (Nutmed)
6) Na avaliação nutricional por impedância bioelétrica, os (A) peso e altura
valores de reatância são indicadores: (Residência HUPE - (B) peso e circunferência muscular do braço
2004) (C) peso e índice creatinina-altura
(A) massa corporal total (D) índice creatinina-altura e pregas cutâneas
(B) tecido adiposo
(C) massa magra 15) A precisão das medidas de espessura e pregas
(D) tecido ósseo cutâneas: (NutMed)
(A) diminui com diminuição da obesidade
7)Dentre as medidas de prega cutânea, as que podem (B) aumenta com a diminuição da obesidade
conjuntamente definir gordura corporal são: (NutMed) (C) aumenta com o aumento da obesidade
(A) Biciptal, triciptal, subescapular, supra-ilíaca (D) diminui com o aumento da obesidade
(B) Panturilha, subescapular, supra-ilíaca, supra-umbilical
(C) Biciptal, supra-umbilical, panturilha, coxa 16) Amaro tem 66 anos, diagnóstico confirmado de cirrose
(D) Subescapular, supra-umbilical, biciptal, coxa hepática e reinterna na enfermaria de clínica médica com
febre e dor abdominal de forte intensidade, acompanhada
8)Para a determinação do índice creatinina-altura em de vômitos, colúria e acolia fecal. Relata início de dor
avaliação nutricional determina-se a eliminação de epigástrica há 15 dias. Apresenta no exame clínico:
creatinina: (NutMed) icterícia, edema de membros inferiores e ascite. Você é o

22
nutricionista responsável pela clínica. Dentre os ( ) O estado nutricional pode ser avaliado apenas pelo
parâmetros abaixo relacionados aqueles que podem ser IMC uma vez que este índice possui alta correlação com a
utilizados de forma confiável e segura para avaliação do quantidade de gordura corporal.
estado nutricional de Amaro são (Residência HUPE 2008): ( ) os valores médios de IMC para homens e mulheres
(A) albumina e índice creatinina/altura são, respectivamente, 20, e 22,0lg/m2.
(B) CTL e transferrina
(C) IMC e BIA (A)V; V; F; F
(D) DCT e CMB (B)V; V; V; F
(C)V ; V; V; V
17) Classifique, em ordem decrescente, os indicadores (D)V; F; V; F
para análise de proteína visceral, considerando os de (E)V; F; F; F
maior precisão (EAOT 2002).
(A) Pré-albumina, albumina, transferrina. 23)Coloque V ou F nas afirmativas abaixo, em relação aos
(B) Albumina, fibronectina, pré-albumina. métodos de Avaliação Nutricional, assinalando a seguir
(C) Proteína carreadora de retinol, transferrina, albumina. a opção correta (CSM 2004).
(D) Transferrina, proteína carreadora do retinol, ( ) DC podem ser úteis para avaliar mudanças a longo
somatomedina. prazo nas reservas de tecido adiposo subcutâneo em
pacientes que recebem Terapia Nutricional.
18) Assinale a alternativa que apresenta o método ( ) a utilização de DC é bastante confiável como método
antropométrico utilizado para obter uma mensuração de Avaliação Nutricional em pacientes graves internados
da quantidade e da taxa de variação da proteína em CTI.
muscular esquelética (EAOT 2003) ( ) a albumina sérica é padrão-ouro em pacientes
(A) Medida de pregas cutâneas. politrauma (na primeira semana do trauma) uma vez que
(B) Medidas musculares dos membros. possui meia vida de 20 dias.
(C) Índice de massa corporal. ( ) os testes cutâneos permitem avaliar a imunidade
(D) Peso e altura. celular por meio da hipersensibildade cutânea tardia à
antígenos específicos.
19) O Índice de Quetelet, ou Índice de Massa Corporal
(IMC), é um método simples de se mensurar e se (A)V; F; F; V
classificar a obesidade. Considerando-se o estado (B)V; V; F; V
nutricional de um indivíduo adulto com IMC de 29 kg/m2, é (C)F; V; V; V
CORRETO afirmar que seu estado nutricional é de (EAOT (D)F; F; V; V
2006) (E)F; F; F; V
(A) desnutrição moderada.
(B) eutrofia. 24)Assinale a opção que apresenta o parâmetro
(C) obesidade mórbida. antropométrico mais utilizado para avaliação da
(D) sobrepeso, ou pré-obesidade. depleção de massa magra. (CSM 2005).
(A)DCT
20) A obesidade mórbida é o estado de adiposidade no (B)BN
qual o peso corporal está acima do peso ideal, na (C)Proteínas totais e frações
porcentagem de (EAOT 2007) (D)CB
(A) 70%. (E)CMB
(B) 80%.
(C) 90%. 25) O principal fator que altera o valor da reactância no
(D) 100%. método de bioimpedância elétrica (BIA) é o (a)
(Residência HUPE 2009):
21) O IMC (índice de massa corporal) é uma forma útil e
muito prática de avaliar a obesidade, contudo tem o (A) tipo de tecido muscular
inconveniente de não distinguir o aumento de gordura ou (B) nível de hidratação e eletrólitos
músculo. Segundo os critérios da OMS (Organização (C) localização da gordura corporal
Mundial da Saúde) em relação à classificação da (D) integridade das membranas celulares
obesidade e risco de co-morbidade, para um adulto com
menos de 40 anos com um IMC de 56,09 podemos 26) A proteína sérica de vida média curta que é um bom
classificá-lo como (EAOT 2008): indicador de restrição protéica ou energética é a
(A) pré-obeso e com risco de co-morbidade moderado. (INCA 2009):
(B) obeso classe II com um risco de co-morbidade severo. (A)Pré-albumina
(C) obeso classe III com um risco de co-morbidade muito (B)Albumina
severo. (C)Caseína
(D) obeso Classe I, com um risco de co-morbidade
(D)Transferrina
aumentado.

22)Coloque V ou F nas afirmativas abaixo, em relação ao 27)Considerando os parâmetros bioquímicos na Avaliação


IMC, assinalando a seguir a opção correta (CSM Nutricional, assinale verdadeiro (V) ou falso(F) para as
2004). assertivas abaixo (INCA 2009):
( ) Indivíduos com grande quantidade de massa muscular
e baixo percentual de gordura podem apresentar IMC ( )A pré-albumina que possui vida média curta é um
acima da faixa da normalidade e serem classificados, índice bastante sensível para identificação da restrição
erroneamente, como obesos. proteica ou energética
( ) pacientes com IMC < 18,5 são classificados como ( )A dosagem da creatinina urinária de 24 horas identifica
desnutridos graves e possuem alto risco de co- as concentrações da massa muscular do organismo
morbidades. ( ) A albuminemia com valores entre 3-3,5g/dl indica
depleção moderada

23
( ) A contagem total de linfócitos auxilia a identificação de (E)Grave, entre 70-80%
alterações nutricionais
32) (FIOCRUZ 2010) Na classificação da desnutrição
Assinale a alternativa CORRETA: moderada, segundo o Ministério da Saúde- 2005, o
(A)V, F, V, F peso/estatura e a estatura/idade devem ser,
(B)F, V, V, F respectativamente:
(C)V, V, F, V (A) maior ou igual a -3 e menor ou igual a -2
(emagrecimento moderado) e maior ou igual a -3 e menor
(D)F, F, F, V
ou igual a -2 (déficit linear moderado).
(B) menor -3 (emagrecimento moderado) e menor -3
28) Os índices mais utilizados na avaliação (déficit linear moderado).
antropométrica de adultos são: (UFRJ 2009) (C) maior ou igual a -4 e menor ou igual a -2
(A) Peso, dobras cutâneas e Relação Cintura Quadril (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -2 e menor
(RCQ); ou igual a -1 (déficit linear moderado).
(B) Índice de Massa Corporal (IMC) e Dobra Cutânea (D) maior ou igual a -2 e menor ou igual a -1
Suprailíaca; (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -2 e menor
(C) Dobra Cutânea Tricipital, circunferência do braço e ou igual a -1 (déficit linear moderado).
circunferência da cintura; (E) maior ou igual a -3 e menor ou igual a -2
(D) Dobra Cutânea Tricipital e Dobra Cutânea Suprailíaca; (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -4 e menor
(E) Índice de Massa Corporal (IMC); Circunferência da ou igual a -3 (déficit linear moderado).
Cintura e Relação Cintura-Quadril (RCQ).
33) (Residência HUPE 2011) Em rotina de avaliação
29) (Residência UFF – 2010) A doença ou lesão pode nutricional em pré-operatório pode ser utilizada a BIA e
levar à rápida deterioração do estado nutricional. Para sabe-se que neste método de avaliação, existe associação
avaliá-lo, é necessário observar mudanças nos índices entre valores das medidas de reactância com o
antropométricos, na história dietética e nos marcadores comprometimento da função celular e que a medida de
laboratoriais. Quanto aos marcadores laboratoriais, é resistência varia inversamente com a quantidade de:
correto afirmar: (A)Massa celular e gordura
(A) O balanço de nitrogênio é a única medida bioquímica (B)Gordura e eletrólitos
que reflete tanto o pool de proteínas somáticas quanto (C)Tecido ósseo e água
viscerais. Para indivíduos saudáveis, esse balanço é (D)Água e eletrólitos
próximo de zero.
(B) O nível alto de proteína C-reativa é utilizado como 34) (EAOT 2010) É a medida do tamanho corporal e de
marcador para iniciar Terapia Nutricional mais intensa no suas proporções. Trata-se de um dos indicadores diretos
paciente internado. do estado nutricional, sendo as medidas mais utilizadas
(C) A albumina é a proteína plasmática mais abundante e nesta avaliação: o peso, a estatura, as pregas cutâneas
um ótimo marcador do estado nutricional. Seus valores se (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca) e as
elevam após uma semana de dieta hipercalórica e circunferências (braço, cintura e quadril). Considerando a
hiperproteica. avaliação do estado nutricional, assinale a única alternativa
(D) O ferro sérico é um teste relativamente fácil de correta, correspondente ao método de avaliação citado na
executar e, por isso, é um ótimo indicador do estado de descrição acima.
ferro, cuja variação diária é pequena. (A) Exame físico.
(B) Avaliação global subjetiva.
30) (Residência UFF – 2010) O estado nutricional reflete o (C) Composição corporal.
grau com que as necessidades fisiológicas de nutrientes (D) Antropometria.
estão sendo atendidas. A respeito da avaliação nutricional
dos adultos, marque a opção correta. 33)A circunferência muscular do braço é a medida do
(A) A medida de circunferência da panturilha pode ser seguinte compartimento corporal (CEPERJ 2011):
usada sozinha para estimar o peso ideal nos idosos. (A) adiposo
(B) A área muscular do braço é uma boa indicação da (B) proteico somático
massa corporal magra e, dessa forma, de massa protéica (C) proteico visceral
esquelética de um indivíduo. (D) proteico adiposo
C) A quantidade de gordura avaliada a partir de pregas
cutâneas pode se alterar no intervalo de uma semana.
1–A 2–D 3–C 4–C 5–B
(D) É considerada como perda de peso grave quando
6–C 7–A 8–D 9–D 10 –B
superior a 3% no período de um mês.
11 – C 12 – C 13 – A 14 – D 15 - D
31) (IABAS 2010) O ICA reflete a massa muscular 16 - D 17 – C 18 – B 19 – D 20 – D
corporal, sendo usado com marcador de depleção: 21 – C 22 – E 23 – A 24 – E 25 – D
(A)Leve, entre 50-75% 26 – A 27 - C 28 - E 29 – A 30 – B
(B)Leve, entre 45-65% 31 – D 32 – A 33 – D 34 – D 35 – B
(C)Moderada, entre 30-55%
(D)Moderada, entre 60-80%

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