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Prof.

Fernanda Osso
TRAUMA, SEPSE E QUEIMADURAS fernandaosso@nutmed.com.br

Eventos como traumas, sepse (infecção), queimaduras, cortisol, sendo a magnitude desta resposta hormonal
cirurgias de grande porte, geram um estresse no organismo proporcional à gravidade da lesão. Além disso, ocorre
que deflagra uma resposta sistêmica, com alterações aumento do consumo de oxigênio (VO2) pela maior oxidação
fisiológicas e metabólicas similares em todos os casos, dos substratos energéticos, gerando aumento também da
podendo levar ao choque e suas conseqüências. Esta demanda de trabalho respiratório para eliminar o CO2
resposta tem a intenção de preservar algumas funções produzido em maior quantidade, podendo precipitar uma
fundamentais tais como: volemia, débito cardíaco, insuficiência respiratória aguda.
oxigenação tecidual e finalmente oferta e utilização de A nutrição nesta fase será de extrema importância
substratos. Entretanto, ela não ocorre igualmente em todos visto que o organismo estará em franco catabolismo, devido
os indivíduos, sendo a sua variabilidade dependente de à presença de um fenômeno chamado Síndrome da
fatores como: resposta inflamatória sistêmica.
 Idade do paciente Ainda dentro da fase de fluxo, ocorre a fase
 Estado anterior de saúde adaptativa, onde predomina o anabolismo, em função da
 Doenças preexistentes redução gradual da resposta hormonal e do
 Tipo de infecção hipermetabolismo. É justamente nesta fase que há um
 Presença de síndrome de disfunção de múltiplos potencial para recuperação da proteína corporal.
órgãos
Esta resposta metabólica ao estresse orgânico pode ser SÍNDROME DA RESPOSTA
dividida em duas fases: INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SIRS)
1. Fase Inicial (Ebb, hipofluxo ou refluxo) A SIRS é a terminologia preferida para descrever a
inflamação disseminada que pode ocorrer no paciente
 Ocorre imediatamente após a lesão criticamente enfermo (pancreatite, isquemia, queimaduras,
trauma múltiplo, choque hemorrágico e lesão orgânica
volemia; oxigenação tecidual; débito cardíaco e imunologicamente mediada), sendo diagnosticada de acordo
consumo de oxigênio; da temperatura corporal e do com os critérios abaixo:
gasto energético.
- temperatura > 38 ou < 36ºC
- FC > 90 bpm
- FR > 20 irpm
- leucócitos > 12.000 ou < 4.000 ou > 10% bastões (na
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA krause 2010/13 a nomenclatura não é “bastões” e sim
“bandas”)

DIETA ZERO Para que o paciente seja considerado com SIRS, é


necessário que estejam presentes 2 ou mais dos critérios
A instabilidade hemodinâmica compreende uma acima.
CONTRAINDICAÇÃO absoluta de nutrição por qualquer via.
A SIRS pode ser dividida em duas vias, uma hormonal
(hormônios contrarreguladores) e outra mediada por células
2. Fase de Fluxo (flow) (citocinas).

Esta fase ocorre logo após a ressuscitação de líquidos e 1. Via Hormonal (neuroendócrina)
em oposto ao que se observa na fase inicial, aqui se inicia o
marcante hipercatabolismo característico do doente Ocorre elevação dos hormônios contrarreguladores, o
criticamente enfermo, em função da presença de: que orienta o metabolismo no sentido catabólico, conforme
descrito abaixo:

 GLUCAGON  estimula gliconeogênese, a captura de


Do débito cardíaco (hiperdinamismo) e aminoácidos vindos principalmente da degradação
consumo de oxigênio; temperatura corporal; muscular, ureiagênese e o catabolismo protéico
gasto energético e catabolismo protéico. (proteólise)

 CORTISOL  é liberado pelo córtex adrenal em


resposta ao estímulo do hormônio adrenocorticotrópico
RESTAURAÇÃO DO TRANSPORTE DE (ACTH), e intensifica a degradação do músculo
OXIGÊNIO esquelético (proteólise) e promove o uso hepático de
aminoácidos para gliconeogênese e síntese de
Nesta fase, como a restauração do fluxo sanguíneo e da proteínas de fase aguda.
oferta de oxigênio. Pode-se pensar em iniciar a nutrição.
 CATECOLAMINAS  estimula a lipólise, gerando
Fisiologicamente, ocorre um aumento marcante na elevação das concentrações séricas de ácidos graxos
produção de glicose, liberação de ácidos graxos livres, livres.
níveis circulantes de insulina, catecolaminas, glucagon e
Além dos hormônios contrarreguladores, também ocorre
estímulo para maior liberação de aldosterona e hormônio
antidiurético, ambos com a intenção de preservar a volemia
através da maior retenção de sódio e água.
1
2. Via mediada por células (imunobiológica)  Eicosanóides: São produtos do metabolismo do ácido
araquidônico, derivado dos fosfolipídios das membranas
Em resposta ao dano tecidual, infecção, inflamação e à celulares. Produzem vários efeitos fisiopatológicos (ver
substâncias químicas, as células fagocíticas liberam as Fig. 1) e são estimulados por TNF e IL-1.
citocinas pró-inflamatórias, que de maneira geral, estimulam
a captura hepática de aminoácidos e síntese protéica, ciclooxigenase ácido araquidônico lipoxigenase
aceleram a quebra muscular e a gliconeogênese. As
principais citocinas envolvidas neste processo são:

tromboxano prostaglandinas leucotrienos


 Fator de necrose tumoral (TNF): É o principal
responsável pela redistribuição dos substratos
energéticos, além de promover redução da agregação e aderência de
contratilidade cardíaca, aumento da atividade da medula Vasoconstrição polimorfonucleares
óssea e anorexia. Seus principais efeitos metabólicos Agregação plaquetária permeabilidade vascular
são: Fig.1: Síntese e função dos mediadores eicosanóides
- estimula os hormônios do estresse (catecolaminas,
glucagon e cortisol).  Fração C3 do complemento:
- mobiliza lipídeos do tecido adiposo e inibe síntese de - estimulam síntese de TNF e IL-1
enzimas lipogênicas. - induzem a síntese de eicosanóides
- acelera glicogenólise muscular. - danificam o endotélio pulmonar
- aumento do catabolismo protéico muscular com liberação -  vasodilatação e permeabilidade vascular
de aminoácidos.
- aumenta a lipogênese hepática.
- provoca febre por estimular a liberação de prostaglandina
E2 (PGE2) e Interleucina -1(IL-1), ambas com efeito no Quadro 1: Resumo das características do estado
centro termoregulador. hipermetabólico no paciente crítico
- estimula a síntese de proteínas de fase aguda pelo fígado
 Aumento da oxidação de substratos
(tab. 1)
 O grau de hipermetabolismo é proporcional à
gravidade da lesão
Tab. 1: Funções das proteínas de fase aguda
 O aumento do GEB é generalizado e envolve todos os
PTN de fase aguda Função
tecidos
C3 do complemento Função imunológica  O aumento da TMB de cada tecido não é proporcional
Opsonização/ ativação do à elevação do seu fluxo sanguíneo
PTN C reativa complemento/ fagocitose  O hipermetabolismo está relacionado à ativação
a -1 antitripsina Atividade antiprotease neuroendócrina, citocinas e alterações da
a- 2 macroglobulina termorregulação ( da produção e perda de calor)
fibrinogênio Coagulação
Ceruloplasmina Neutralização de radicais livres SÍNDROME DE DISFUNÇÃO DE
a -2 macroglobulina de O2
MÚLTIPLOS ÓRGÃOS (SDMO)
Uma complicação comum da SIRS é o desenvolvimento
 Interleucina – 1 (IL-1): age sinergicamente ao TNF,
da síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO), que
aumentando muitos dos seus efeitos:
geralmente começa com insuficiência pulmonar e é seguida
pela insuficiência do fígado, podendo ainda, ocorrerem
- provoca febre + anorexia + sonolência + depressão de
alterações do sistema nervoso central a qualquer momento.
vários sistemas enzimáticos.
Os pacientes com SRIS + SDMO apresentam
- estimula a IL-6, síntese de proteínas de fase aguda além
hipermetabolismo, alto débito cardíaco com baixo consumo
de promover intenso extravasamento de líquido
de oxigênio, acidemia láctica, edema maciço e redução das
intravascular, contribuinte importante para o edema
proteínas plasmáticas.
freqüentemente observado nesses pacientes.
Muitas hipóteses têm sido propostas para o
desenvolvimento da SDMO (mediada pela produção
 Interleucina-6 (IL-6): estimula várias funções dos
excessiva de citocinas pró-inflamatórias e outros mediadores
linfócitos e a síntese de proteínas de fase aguda.
da inflamação), dentre elas a hipótese do intestino descrita
 Níveis muito elevados de IL-6
abaixo.
correlacionam-se mais positivamente
com mortalidade do que os níveis de
Papel do intestino (barreira mucosa) na SDMO
TNF-alfa (projeto diretrizes 2011).
A hipótese do intestino sugere que o gatilho que deflagra
a SDMO, seja a ruptura da função da barreira intestinal
 PAF (fator de ativação plaquetária): Não é uma
(barreira mucosa), favorecendo a translocação de bactérias
citocina e sim um mediador eicosanóide, sintetizado
que irão para linfonodos mesentéricos, fígado e outros
pelas células endoteliais, plaquetas e células
órgãos. Esta “quebra” da barreira mucosa se dá pela
imunológicas.
disfunção imunológica do sistema digestivo (Fig.2).
- provoca hipotensão
A preocupação maior com a questão da barreira mucosa
- aumenta permeabilidade dos capilares pulmonares
no paciente crítico se justifica pela presença de numerosas
- aumenta síntese de produtos da via da ciclo e
condições capazes de reduzir a defesa do trato
lipooxigenase ( Fig.1)
gastrointestinal, tais como:
- estimula produção de TNF e tem sua síntese
estimulada por ele.
2
 Desnutrição → torna o intestino mais suscetível a ALTERAÇÃO NO METABOLISMO DOS
endotoxina.
 Hipotensão e choque → levam a hipoperfusão da região MACRONUTRIENTES NO PACIENTE
intestinal, favorecendo a quebra da barreira mucosa. CRÍTICO
 Íleo paralítico (ausência de peristalse nessa região) →
leva a estase do conteúdo intestinal, favorecendo o  Proteínas
crescimento bacteriano e possível translocação. Após o estresse orgânico, a produção de energia se
 Sepse. torna cada vez mais dependente da proteína, ou melhor da
 Quimio e radioterapia. proteólise muscular. Os aminoácidos gliconeogênicos
 Enterites e diarreia. advindos da degradação muscular irão servir de substrato
 Medidas iatrogênicas (dano causado pela equipe de para gliconeogênese e para síntese de proteínas de fase
saúde) → drogas que alteram secreção salivar, gástrica aguda. Os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina,
e biliopancreática, alcalinização do estômago pelo uso isoleucina e valina) servirão de energia principalmente para
excessivo de antiácidos, suspensão da alimentação o músculo.
oral, etc. Em função dessa proteólise intensa, ocorre balanço
nitrogenado negativo e maiores perdas urinárias de potássio,
fósforo e magnésio, que irão perdurar até que o estresse
seja aliviado.

 Carboidratos
A hiperglicemia é característica marcante do paciente
crítico e ocorre pela elevação dos hormônios
contrarreguladores (cortisol, glucagon e catecolaminas) que
são hiperglicemiantes, além de maior produção de glicose a
partir da gliconeogênese acelerada. É importante ressaltar
que apesar da produção de glicose estar ocorrendo em larga
escala, a utilização pelo organismo é limitada devido à
menor capacidade de oxidação gerada pelo estresse, sendo
a capacidade oxidativa máxima de 5 a 7 mg/kg/min.

 Lipídios
Fig. 2: Vias intestinais de permeação e translocação A elevação das catecolaminas associada à elevação da
relação glucagon/insulina gera lipólise acelerada com
liberação de ácidos graxos livres, que podem ser utilizados
para formação de cetonas (fonte de energia) ou para
Acredita-se que a terapia Nutricional enteral restaure a ressintetizar triglicerídeos.
função intestinal por:
 prevenir a atrofia da mucosa intestinal e Os ácidos graxos livres são o substrato energético
conseqüentemente a translocação bacteriana. preferencial para o músculo esquelético.
 Modulação das respostas imunológicas esplênicas
 Estimula oxigenação e suprimento sanguíneo para
mucosa Tem sido encontrados valores reduzidos de LDL-c, HDL-c e
colesterol total em pacientes críticos, o que se correlaciona
Papel da glutamina na SDMO com evolução clínica desfavorável (Chemin).

A glutamina é o aminoácido mais abundante do


organismo e em situações de estresse metabólico, acorre
redução dos seus níveis séricos (sinal característico da
doença grave) devido à rápida captação e utilização pelo O pico de TNF estimula a síntese hepática de TG e
enterócito, uma vez que a glutamina é o aminoácido mais lipoproteínas, além de inibir a lipase lipoprotéica sistêmica.
importante para o metabolismo das células da mucosa Com isso elevam-se os níveis de lipoproteínas e TG.
intestinal. Desta forma a glutamina exerce importante papel ATENÇÃO!! ISSO SOBRE AS LIPOPTNS É O CONTRÁRIO
na manutenção da integridade da barreira mucosa. DO QUE A CHEMIN DIZ!! (Dan 2009).

A mucosa íntegra e o sistema imune bem funcionante, são


necessários no cumprimento da função de barreira contra
germes e toxinas.

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Tab.3: comparação do metabolismo no jejum e estresse
Tab. 2: Resumo das alterações metabólicas no estresse

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O


PACIENTE CRÍTICO

Tratamento Médico
INANIÇÃO (JEJUM) X ESTRESSE  Tratar a causa do hipermetabolismo
Freqüentemente se compara a resposta metabólica do  Fisioterapia
jejum com aquela observada no estresse, em função das  Exercício
vias neuroendócrinas envolvidas serem as mesmas, porém
com algumas diferenças qualitativas e quantitativas, Tratamento Nutricional
conforme demonstrado abaixo.

Avaliação Nutricional:
JEJUM Os métodos tradicionais de avaliação do estado
Inicial: - consumo das reservas de glicogênio (esgota em nutricional estão limitados no paciente crítico, conforme
aproximadamente 24h) explicado abaixo:
- ↓ taxa metabólica
- glicose a partir de gliconeogênese (alanina,  histórico alimentar  paciente normalmente incapaz de
lactato e glicerol) para fornecer principalmente ao cérebro. responder às perguntas
 peso  está superestimado devido ao edema que
Tardio (fase de adaptação): freqüentemente está presente
- maior utilização de lipídios como fonte  antropometria  acesso difícil, também é mascarada
energética para poupar a proteína pelo edema além de não detectar alterações agudas.
- ↑ gliconeogênese a partir de lactato e glicerol e ↓  Albumina pré-albumina, transferrina e PTN ligadora do
utilização de AA, para poupar a proteína. retinol  níveis reduzidos pelo estresse, já que são
- SNC passa a usar corpos cetônicos. todas proteínas de fase aguda negativa, não refletem
bem o estado nutricional neste momento.
 Índice creatinina/altura  os resultados finais estão
No jejum as alterações metabólicas são facilmente comprometidos pelo grau do estresse, além de
revertidas com administração de nutrientes situações como dieta usada (conteúdo protéico) e
presença de doença renal.
x  Imunidade celular e testes de hipersensibilidade
cutânea  No paciente crítico, a utilização destes testes
ESTRESSE que avaliam a competência imunológica está limitada
- ↑ taxa metabólica. por inúmeros estados patológicos, como infecção,
- ↑ gliconeogenêse a partir de AA, superior a do jejum e câncer, radioterapia, quimioterapia, queimaduras e uso
não é suprimida com oferta de glicose, ou seja, ao de drogas associadas com anergia como corticóides e
contrário do jejum, não ocorre adaptação para poupar imunossupressores.
proteínas.  Teste de função muscular  este teste consiste na
- lipólise acelerada. avaliação da força muscular (diretamente relacionada
- balanço nitrogenado negativo persistente. ao bom estado nutricional) através de um dinamômetro
apertado pela mão do paciente. Entretanto, para
No estresse as alterações metabólicas NÃO são realização deste teste o estado de consciência do
facilmente revertidas com administração de nutrientes paciente é determinante. È sabido que alguns fatores
metabólicos freqüentemente presentes no paciente
A tabela 3 sintetiza as principais diferenças metabólicas crítico interferem no teste, como é o caso da
entre uma situação de jejum e uma condição de estresse hipercapnia, hipoxia, sedativos e enfermidades
metabólico, no caso, a sepse. intrínsecas musculares.

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 > 120 para minimizar risco de hipoglicemia e < 150 para
Portanto, diante das dificuldades, é fundamental que a reduzir risco de infecções (Dan 09)
decisão seja tomada com base no julgamento clínico, sendo
a capacidade de prever quando o paciente irá retomar a via Iniciando o suporte nutricional
oral, um componente chave desse processo
A primeira medida a ser tomada com um paciente crítico,
Em geral, a avaliação deve focar: antes de se pensar em nutrir, é a ressuscitação de líquidos,
tendo em vista a importante vasodilatação + extravasamento
 estado nutricional pré-internação ou pré-lesão. do líquido intravascular causados pela inflamação.
 presença de disfunção orgânica (avalia-se pela O suporte nutricional só deve ser iniciado quando o
glicemia, balanço eletrolítico e ácido-base, parâmetros paciente estiver estável hemodinamicamente, o que pode
ventilatórios). ser observado por:
 estado de consciência.  funções vitais estabilizadas
 melhora da infecção (se presente) e da disfunção  equilíbrio hidroeletrolítico
orgânica.  equilíbrio ácido-base
 necessidade de suporte nutricional inicial  perfusão tecidual adequada, para permitir o
 opções possíveis para o acesso nutricional enteral ou transporte de oxigênio e nutrientes que serão
parenteral. ofertados
 nível de estresse orgânico, que varia de 0 a 3, obtido É de suma importância que o profissional entenda que o
pelos seguintes parâmetros: suporte nutricional sozinho não é capaz de eliminar a
resposta metabólica, de forma que não se pode esperar
(Cupparis) ganho de peso e de massa corporal magra até que o
Nível de 0 1 2 3 estresse orgânico seja eliminado.
estresse
Quadro clínico JEJUM ELETIVO TRAUMA SEPSE Determinando a necessidade de Nutrientes
N2 urinário <5 5 – 10 10 – 15 > 15 Energia
Consumo de 90 ± 10 130 ± 10 150 ± 20 180 ± 20
O2 Sabe-se que há uma aumento das necessidades
glicemia 100 ± 20 150 ± 25 150 ± 25 250 ± 50 energéticas nos diversos tipos de trauma: (Cuppari + Dan)
Lactato sérico 10 ± 5 120 ± 20 120 ± 20 250 ± 50
Relação Lesões ósseas:  10 a 20% do GEB
glucagon/ 2 ± 0,5 2,5 ± 0,8 3 ± 0,7 8 ± 1,5 Trauma com infecção:  20 a 60% do GEB
insulina Queimaduras extensas:  40 a 100% do GEB

Entretanto, apesar das necessidades estarem elevadas,


Os dados laboratoriais para esses pacientes não servem deve-se evitar dietas hipercalóricas, pois o organismo
para determinar o estado nutricional, mas sim para planejar estressado é incapaz de metabolizar de forma adequada
a prescrição nutricional. uma quantidade elevada de energia, podendo gerar efeitos
indesejáveis como:
 hiperglicemia que gera > susceptibilidade à infecção e
(projeto Diretrizes 2011) possibilidade de coma não cetótico.
 uremia
 ASG tem sido utilizada como ferramenta para avaliação  hiperosmolaridade plasmática
e quantificação do estado nutricional  desidratação
 história de perda de peso recente e durante a estada no   produção de CO2
hospital  esteatose hepática
 quantidade de dieta efetivamente ingerida  síndrome da realimentação, explicada abaixo (Fig.3)
(administrada)
 o grau de catabolismo
 tempo para o início da TN
 baixa tolerabilidade e (ou) absorção de nutrientes
devem ser considerados.

Metas do suporte nutricional


 prevenção ou correção de deficiências nutricionais
específicas
 fornecimento de calorias adequadas
 fornecer calorias adequadas para atingir as
necessidades
 controlar líquidos e eletrólitos para manutenção do
débito urinário e homeostase normal.
Fig.3: fisiopatologia da síndrome de realimentação
 (Krause 2010) Manter glicemia < 110mg/dl  reduz
morbimortalidade
 (krause 2013) o controle mais moderado (150-
180mg/dl), em vez de controle apertado (80-
110mg/dl)está associado a resultados positivos
 (Proj Diretrizes 2011) manter a glicemia abaixo de 180
mg% (projeto diretrizes 2001 + Cuppari 2014)
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Recomendação: - no caso de nutrição parenteral, deve-se iniciar com baixa
(Cuppari) infusão de dextrose.
- nível de estresse > 1  25 a 30 Kcal/ Kg/dia (fórmula de
bolso da ASPEN) Lipídios
- nível de estresse = 0  30 – 35 kcal/kg/dia (Cuppari)
- Harris Benedict: GEB X 1,3 (Krause) - 15 a 40% do VET (Krause)
GEB x fator atividade (FA) x fator estresse - 30 a 50% do VET (Cuppari)
(FE) x fator térmico (FT) – (Cuppari)
- nível de estresse = 0  25% do VET (Cuppari)
(Cuppari) - nível de estresse > 1  < 30% do VET
FA FE FT
Fratura de ossos
longos 1,15 – 1,3 38ºC = 1,1 ATENÇÃO: a Cuppari no mesmo capítulo sugere duas
39ºC = 1,2 recomendações diferentes, como mostrado acima.
Peritonite/sepse 40ºC = 1,3
Acamado = 1,2 1,1 – 1,3
Deambula = 1,3 41ºC = 1,4 - previnem deficiência de ácidos graxos essenciais
trauma múltiplo
1,2 – 1,4 aumenta 0,1 - ajudam a atingir as elevadas necessidades energéticas,
para cada ºC principalmente nos pacientes intolerantes à glicose.
queimadura*
1,2 – 2,0 - no caso da emulsão lipídica de nutrição parenteral, deve-se
monitorar cuidadosamente os pacientes visto que os lipídios
SDMO possuem ação imunomoduladora, sendo os ácidos graxos
1,2 – 1,4 da família N-3 (linolênico) antiinflamatórios ( TNF, IL-1 e
*única condição que o fator estresse pode chegar a PGE2) e os da família N-6 (linoleico), pró-inflamatórios.
dobrar o GEB
(Dan 09)
(Krause 2010) - Excesso no aporte de lipídios pode ser imunossupressor e
- Não obeso: 25 a 30 Kcal/ Kg/dia (ASPEN 02) perpetuador da resposta inflamatória.
- Obeso: 18 a 20 Kcal/kg/dia
- O uso de óleo de peixe por via enteral ou parenteral está
(Krause 2013) obesos: 14-18kcal/kg/peso ATUAL ou 22 associado às melhores repostas imune, metabólica e
kcal/kg/peso IDEAL hipertérmica, com diminuição da resposta inflamatória, pela
menor produção de eicosanóides pró-inflamatórios.
(Dan 09 + projeto diretrizes 2011)
- 20 – 25 Kcal/Kg/dia na fase aguda/inicial
Proteínas
- 25 – 30 Kcal/Kg/dia na fase de recuperação (após 4 a 7
dias) ou para pacientes com grave desnutrição. Autor Valor em g Kcal n protéica / % do
g N2 VET
- IMC > 30 kg/m2 = 12 e 20 kcal/kg/dia (projeto diretrizes) Krause 2010 Cerca de 2 Não há Não há
Krause 2013 1,2 – 2,0 Não há Não há
Deve-se ter atenção com pacientes sedados em + Proj
ventilação mecânica, pois tanto a fórmula de bolso da Diretrizes
ASPEN, quanto o cálculo por HB, podem superestimar as Cuppari 1,2 – 2,0 80 – 100:1 15 - 20
necessidades, tendo em vista que esses pacientes
apresentam até 30% da redução das necessidades, mesmo
na presença de sepse. (Dan 2009) Por outro lado, - (projeto diretrizes 2011) A oferta deve ser > 2 g/kg/dia em
fisioterapia + desmame da prótese pode aumentá-lo em até uso de diálise, queimados e fístulas.
72%.
Apesar de podermos estimar as necessidades desses - observa-se redução dos níveis séricos de AACR, de forma
pacientes pelos métodos citados acima, o método preferido que soluções enriquecidas com eles resultam em melhor
(padrão ouro) é a calorimetria indireta, salvo em condições retenção nitrogenada.
como presença de dreno no tórax, acidose e oxigenoterapia,
que podem produzir resultados inválidos. - a oferta de proteína não altera o estado catabólico, porém
diminui o balanço nitrogenado negativo por fornecer
Carboidratos substrato para o fígado sintetizar PTN de fase aguda que
conseqüentemente reduz o uso dos aminoácidos vindos da
- 60 a 70% do VET (Krause) degradação muscular.

- nível de estresse = 0  60% do VET (Cuppari) Aminoácidos condicionalmente essenciais: Glutamina e


- nível de estresse > 1  50% do VET Arginina

- a taxa máxima de oxidação é: Glutamina  torna-se essencial durante o estresse, quando


 5 a 7 mg/kg/min (Krause 2010/13) o suprimento endógeno não alcança a demanda
 4mg/kg/min (Dan 2009) exarcebada.

- 7,2g/Kg/dia

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Recomendação: Os benefícios incluem:

(Dan) 1,5 a 2 ml/Kg de peso atual/dia, no máximo. Essa - prevenção da atrofia de mucosa  previne translocação
quantidade não deve ser somada e contada como proteína bacteriana.
total administrada, uma vez que é somente um AA e não - atenuação do hipercatabolismo.
uma proteína completa. - melhor controle glicêmico comparada à NP.
- custo menor comparada à NP.
(projeto diretrizes + Cuppari 2014) Recomenda-se o uso de - preserva a síntese de Ig A e a resistência bacteriana.
glutamina via enteral a pacientes traumatizados ou - diminui a intensidade das SIRS e morbidade infecciosa
queimados, na dose de 0,5 a 0,7 g/kg/dia. Glutamina por via e/ou séptica nos estados de agressão (Dan 2009).
parenteral está recomendada na dose de 0,3 a 0,5 g/kg/dia - atenua e/ou modula a produção de proteínas de fase
nos pacientes com indicação de nutrição parenteral. aguda, propiciando um ambiente inflamatório menos
agressivo (Dan 2009).
Arginina  Estímulo ao sistema imune e à cicatrização de
feridas. A via metabólica quantitativamente mais importante Observa-se na figura 4, que a peristalse do intestino
no consumo de arginina é sua conversão em uréia e ornitina delgado é a primeira a retornar. Portanto, para que se possa
no fígado, como um componente do ciclo da uréia. fazer uma terapia nutricional precoce e bem sucedida
 nesses pacientes de pós-operatório, pode ser necessária a
Recomendação: em torno de 500mg/Kg/dia ou 25 a 30g/dia passagem de uma sonda entérica.

ATENÇÃO!! Diretrizes atuais CONTRAINDICAM o seu uso


na sepse grave devido a falta de uniformidade dos estudos
sobre o efeito da sua administração exógena.

Micronutrientes

- Não há diretrizes específicas para o paciente crítico,


entretanto sabe-se que as necessidades são maiores em
função do  das perdas urinárias e cutâneas, menor Fig 4: tempos de retorno de peristalse após laparotomia
absorção intestinal e concentração alterada das proteínas
carreadoras. - É importante frisar que a alimentação no intestino delgado
pode ser usualmente usada, mesmo na presença de atonia
- Pode haver maior necessidade de complexo B, gástrica e íleo colônico (paresia do cólon). A presença de
especialmente tiamina e niacina pela maior ingestão calórica ruídos intestinais à ausculta e/ou eliminação de flatos NÃO
e hipermetabolismo. são necessários para iniciar a alimentação, especialmente
se for pós-pilórica.
- O catabolismo muscular leva a perdas de potássio,
magnésio, fósforo e zinco. - Caso não seja suficiente para atingir as necessidades
sozinha, a nutrição enteral não deve ser substituída pela
Escolhendo a via de Nutrição nutrição parenteral, mas esta deve entrar como coadjuvante,
tendo em vista os benefícios para barreira mucosa gerados
(Krause 2013) Segundo a ASPEN, 2009 a alimentação deve pela nutrição enteral.
ser iniciada nas 1ªas 24 -48h da admissão na UTI e o VET
devem ser atingidos nas 48 a72h seguintes. Sinais de intolerância à nutrição enteral:

 Via oral - presença de diarréia


- presença de distensão abdominal
Apesar de ser sempre a primeira escolha, por ser a via - resíduo gástrico > 200ml a cada 4h (krauses) ou em 2
mais fisiológica, normalmente não é possível nos pacientes medidas consecutivas, segundo Cuppari 2014.
críticos em função de:
A tolerância à NE é definida pelo alcance de 90% das
- intubação orotraqueal para ventilação mecânica. necessidades estimadas, por tempo > 48h, sem nenhuma
- comprometimento na mastigação e/ou deglutição. disfunção gastrointestinal (resíduo gástrico aumentado,
- anorexia, induzida por medicações e pelo próprio estresse vômitos, diarréia e distensão abdominal).
orgânico.

Além disso, ainda que esses pacientes consigam ingerir (Krause 2013) Posicionamento no intestino delgado é
por via oral, freqüentemente a quantidade ingerida não indicado quando resíduo gástrico > 250 ml.
consegue suprir as necessidades.

 Via Enteral Atenção: Risco de broncoaspiração ou intolerância gástrica


(distensão, refluxo, gastroparesia) podem utilizar
Está indicada quando houver uma previsão de não utilização preferencialmente a via pós-pilórica quando disponível.
da via oral por período prolongado. Embora não haja evidência convincente que este
procedimento reduza a incidência de broncoaspiração,
parece adequado evitar a distensão gástrica nestes casos.
(Projeto Diretrizes 2011)

7
Diretrizes da ASPEN (2002) para paciente Crítico (Krause
(Cuppari 2014) Após liberada a dieta oral, a via enteral 2010 | Krause 2013 não aborda)
somente deve ser suspensa caso o paciente consiga ingerir
60 a 70% das necessidades pela V.O.

 Nutrição Parenteral

Está indicada quando não é possível usar o TGI ou


concomitante à nutrição enteral, (Krause 2010) caso o VET
não seja atingido em 7-10 dias (Krause 2013).

Sinais de intolerância à nutrição parenteral:

- hiperglicemia
- hiperosmolaridade plasmática

Quando for retornar para via oral, a outra via só deve ser
retirada se o paciente for capaz de ingerir 2/3 a 3/4 das suas
necessidades.

Selecionando a Fórmula Recomendações ESPEN Guidelines 2006 (Dan 2009)

 Escolha é de acordo com necessidade de líquidos, Indicações de NE


energia, nutrientes e função intestinal.  Para todos os pacientes em que não se espera
uma dieta oral completa no prazo de 3 dias.
 A maioria dos pacientes tolera as dietas poliméricas  Pacientes críticos, hemodinamicamente estáveis,
padrão, porém alguns podem fazer intolerância devido com TGI funcionante iniciar precocemente (<24h).
ao maior teor de lipídio. Nesses casos, deve-se optar  A NE deve ser ajustada de acordo com o
por fórmulas enriquecidas com TCM. curso/progressão da doença.
 Não existe diferença significativa na eficácia de
 Não há vantagem da posição de sonda pós-pilórica em alimentação jejunal versus gástrica em pacientes
relação à gástrica para a oferta de nutrientes ao críticos.
paciente grave (projeto diretrizes 2011).  Utilizar agentes de motilidade em casos de
intolerância, como resíduo gástrico elevado.
 Recomenda-se o uso dietas oligoméricas para  Preferir NE em detrimento da NP sempre que
pacientes graves, somente quando houver intolerância à possível.
fórmulas poliméricas (projeto diretrizes 2011).  Pacientes com grave desnutrição deverão receber
NE até um total de 25 – 30 Kcal/Kg/dia. Se NE não
 As fórmulas específicas para paciente crítico são alcançar necessidades, complementar com NP.
hiperproteicas e ricas em AACR, glutamina e arginina.
Indicação de Dietas Imunomoduladores
 Observa-se melhor efeito dos imunomoduladores
(arginina, glutamina, W-3) no trauma grave, queimadura  Pacientes com sepse leve podem receber dieta
e cirurgia grande, especialmente se os pacientes forem com arginina, nucleotídeos e AG w-3, porém
desnutridos. Doses de 3 a 5g são usualmente nenhum benefício foi observado com esses
preconizadas na literatura. nutrientes na sepse grave, onde as fórmulas
imunomoduladoras podem ser prejudiciais.
 Nos pacientes sépticos há suspeita de que essas  Pacientes traumatizados.
fórmulas com w-3 possam ser prejudiciais.  Pacientes de UTI que não conseguem tolerar mais
de 700ml de dieta/dia não devem receber dieta
imunomoduladora.
 Fórmulas com fibras ajudam a manter a integridade  Glutamina pode ser adicionada à formula padrão
colônica, já que elas são fermentadas pelas bactérias enteral para pacientes queimados e com trauma.
intestinais a ácidos graxos de cadeia curta (propionato,
acetato e butirato).
Monitorização do suporte Nutricional
 (Krause 2013) Fibras insolúveis devem ser evitadas em
paciente crítico, ao passo que as solúveis são benéficas  A análise dos gases respiratórios é importante, pois
para os pacientes estáveis que desenvolvem diarreia. uma elevação de CO2 sugere hiperalimentação.
Pacientes com alto risco de isquemia intestinal NÃO  Hiperglicemia, alterações séricas de fósforo, magnésio e
DEVEM RECEBER FIBRAS. potássio e esteatose hepática também se relacionam
com hipernutrição.
 Avaliação do balanço nitrogenado a cada 5-7dias pode
ser útil para ajustar a oferta protéica. Azotemia
(elevação da uréia e creatinina séricas) excessiva é
indicação para redução da oferta protéica. O balanço
nitrogenado < 100mg/dl é bem tolerado. A Interpretação
do catabolismo protéico pode ser avaliada pela
8
excreção de N2 obtida pelo balanço nitrogenado, - É essencial oferecer líquidos e eletrólitos o mais breve
conforme já mostrado no quadro de nível de estresse e possível.
revisado abaixo:
N excretado até 5* ou 6#g = catabolismo normal Fórmula de Parkland (mais usada atualmente)
N excretado de 5* ou 6 # – 10* ou 12 #g = catabolismo suave
ou moderado (nível 1 de estresse) Necessidade de líquidos (ml) = 4 x peso (kg) x % SCQ
N excretado 10* ou 12# – 15* ou 18#g = catabolismo
moderado a aumentado (nível 2 de estresse)
N excretado > 15* ou 18#g = catabolismo grave (nível 3 de 2. Terapia Nutricional
estresse)
 É importante para cicatrização das feridas, que
* valores da Krause ocorrerão apenas na fase anabólica.
# valores da CuppariS  Deve ser iniciada logo após a ressuscitação estar
completa.
 Níveis de triglicerídeos até 500mg/dl são aceitáveis.  A terapia nutricional enteral dentro de 4 a 12h diminui o
 Função hepática deve ser avaliada semanalmente. hipercatabolismo, a liberação de hormônios do estresse
 Vitaminas e elementos traço não requerem avaliação e a perda de peso, reduzindo a permanência hospitalar
contínua. Apenas em pacientes com internação  A colocação de sondas nasoenterais durante a cirurgia
prolongada, a vitamina K e complexo B devem ser são benéficas, pois minimizam o tempo que o paciente
repostos intramuscular, de acordo com protocolo fica sem nutrir.
individual.  Queimaduras de face: As queimaduras de 3º grau com
necrose seca de lábios impedem a sua movimentação.
Uso do Hormônio de crescimento (GH) Na fase de enxertia, a possibilidade de contaminação de
(Krause 2010 + chemin | krause 2013 não mais aborda) áreas próximas à boca é contraindicação para via oral.
Nas queimaduras elétricas pode haver dificuldade de
 Sua administração em pacientes com trauma, ingestão e deglutição por lesões na língua.
apresentando deficiência dele, mostrou melhora no
metabolismo de proteína (melhorou balanço 3. Cálculo das necessidades
nitrogenado) e lipídios.
Energia
 GH + suporte nutricional = poupa proteína e intensifica
recuperação frente ao catabolismo.  As necessidades variam de acordo com a SCQ, porém
uma vez que a SCQ exceder 50 a 60% ocorrem
 Um estudo multicêntrico (realizado em vários hospitais) aumentos mínimos na TMB.
europeu sugere que o uso de GH em pacientes críticos  A carga calórica máxima que o corpo pode tolerar é de
está associado a uma mortalidade 2x maior. 2 x GEB.
 A meta em pacientes com sobrepeso é a manutenção
 Pacientes sépticos que receberam GH apresentaram do peso até que a cicatrização esteja completa.
maior dificuldade no controle glicêmico e maior  A calorimetria indireta é o melhor método para estimar a
mortalidade (Chemin). necessidade energética no paciente obeso.

Efeitos colaterais do uso do GH: hiperglicemia, resistência à Fórmulas para adultos


insulina e retenção suave de sódio. - Curreri = [25 x peso(kg)] + 40 x %SCQ
Na Krause está 24
RECOMENDAÇÕES E CONSIDERAÇÕES ATENÇÃO: o máximo de %SCQ para aplicar na fórmula é
ESPECÍFICAS 50% (Krause 2010).

QUEIMADURAS Atenção: Krause 2013 não cita Curreri

1. Repleção de líquidos e eletrólitos - Ireton Jones: 1.784 – 11(idade) + 5 (peso) + 244 (sexo [ H
= 1 e M = 0]) + 239 (trauma [ presente = 1 e ausente = 0]) +
- As 1as 24 – 48h do paciente queimado são dedicadas à 804 (queimadura [ presente = 1 e ausente = 0]).
reposição hidroeletrolítica.
É conveniente o reajuste das necessidades estimadas por
- Metade do volume calculado para as 1as 24h deve ser dado fórmula a intervalos periódicos de 2 semanas.
nas primeiras 8h, pois este é o período de maior
extravasamento do intravascular.
Fórmulas para Pediatria
- Ocorre perda evaporativa de água pelas feridas abertas,
que pode ser estimada em 2 a 3,1ml/ Kg peso/ dia/  Fórmula de Galveston: 1800 Kcal/m 2 + 2200 Kcal/m2 de
superfície corporal queimada (SCQ). Quanto maior for a queimadura
ferida, maior serão as perdas tanto de líquidos quanto de
proteínas.  Fórmula de Mayes (para crianças < 3 anos): 108 + (68 x
peso em Kg) + 3,9 x %SCQ
- Além do peso corporal, o sódio e osmolaridade séricas são
usados para avaliar a hidratação.

9
Podem ser necessárias calorias adicionais na presença de (Dan)
febre, sepse, trauma múltiplo ou cirurgia para adultos e - 1,5 a 2,0g/kg/dia ou 15 – 20% VET
crianças. - relação Kcal/g N = 150:1

Proteínas Nutrição enteral

- até 2g/kg/dia ou 15g N2 / m2 de superfície corporal/dia (Dan 2009)


(Dan) - Gastrostomias e jejunostomias serão indicadas nos
- kcal n protéica/g N < 150:1 traumas graves de face e mandíbula, nos ferimentos de
- 20 – 25% VET/dia (Krauses 2010/13) esôfago ou mesmo em lesões extensas do duodeno.
- pediatria: 2,5 – 3,0g/kg/dia - Benefícios no início precoce: 12 – 18 h de pós-operatório.
- AACR parece não ter efeito benéfico nesses doentes - Volume inicial – 15 ml/h no primeiro dia até chegar a 50 ml
- arginina melhora cicatrização /h em 72h.
- Observar distensão abdominal 8 horas após o início da TN.
Carboidrato
Nutrição Parenteral
- 30 – 40 kcal/kg/dia ou 60% VCT (Dan) - indicação: repouso do TGI, íleo adinâmico, fístulas de alto
- máximo 5 a 7mg/kg/min (Dan) débito, peritonite, pancreatite traumática.
- evolução para VET pleno em 36 – 48 h.
Lipídio
Micronutrientes
- 12 – 15% Kcal não proteicas (Krause) - VIT B (tiamina, niacina) → importante para metabolismo de
- 20 – 30% VET (Dan) glicose.
- K, Mg, P, Zn → perdas devido à degradação da massa
Micronutrientes muscular.
- Vit C (500mg/ 2x dia) - suplementar VIT C e Zn.
- Zinco (230mg) Importantes para
síntese de colágeno
- Ferro TRAUMA CEFÁLICO (Krause 2010/ 2013 não
- Vit A (5000 UI/1000kcal) menciona)
- Monitorar necessidade de suplementação de
fosfato e magnésio, pois podem estar  Energia

Pacientes com SCQ > 20% necessitam de nutrição enteral - pode ser até 40% a mais do que o calculado por HB.
ou parenteral - pacientes com morte cerebral ou sedados tem um gasto
14% menor que o previsto, em contrapartida, pacientes com
Diretrizes de cuidado nutricional para queimados uma escala de Glasgow entre 4 e 5 com freqüência
apresentam maior gasto energético.
(manter em 30 graus) - pode ser calculada por HB x 1,4.

Proteína
- 1,5 - 2,2g/kg/dia.

Atenção: É esperado um balanço nitrogenado negativo por 2


a 3 semanas independente da oferta protéica, e uma oferta
protéica superior à recomendada acima, gera maior
excreção nitrogenada.

- A administração de AACR pode normalizar o perfil de AA


plasmáticos e melhorar o balanço nitrogenado.

Micronutrientes
* - observa-se redução de complexo B, vitamina C e zinco.

Líquidos
Deve-se restringir para controlar o edema cerebral.
*úlceras de Curling: úlceras pépticas de estresse que ocorrem no
grande queimado Os pacientes com TCE capazes de ingerir por Via
oral (Escala de Glasgow > 12) podem apresentar disfagia e
alteração da velocidade de alimentação, tanto para mais ou
TRAUMA para menos.

Calorias

(Dan 2009) TRAUMA DE ABDOME ABERTO (Krause 2013)


- 25 – 30 Kcal/Kg/dia
- 20 Kcal/Kg/dia para Obesos A síndrome do compartimento abdominal ocorre
quando há aumento da pressão intra-abdominal após trauma
Proteínas abdominal. Como consequência há instabilidade

10
hemodinâmica e respiratória, renal e anormalidade - (Dan 2009) 1,3 a 1,5g de ptns/Kg peso usual/dia + 30g
neurológica. Glutamina/dia.
Tratamento médico: consiste em laparotomia - (Chemin)giram em torno de 1,2 a 1,5g/kg/dia mesmo em
descompressiva. O fechamento do abdome não é executado insuficiência renal, onde não deve-se reduzir a oferta mas
e coloca-se uma compressa temporária. Nessa situação sim iniciar diálise.
ocorre perda acentuada de líquidos e de proteína.

Conduta nutricional: uma sonda nasojejunal deve ser - A glutamina e arginina tornam-se AA condicionalmente
posicionada na cirurgia, para facilitar a terapia precoce. essenciais na sepse, já que o suprimento endógeno não
atinge a demanda. Ambos devem ser administrados na dose
SEPSE de:
 Definição de sepse: Resposta sistêmica à infecção (Krause 2010 e Dan 2009).
definida pela presença de dois ou mais sintomas que
compõem a SRIS (Chemin). 1. Arginina: 25-30g/dia por via entérica ou (Dan
 Definição de choque séptico: Ocorre aumento na 2009) 500mg/kg/dia.
produção de óxido nítrico na sepse (vasodilatador
potente) que como conseqüência ocorre hipotensão ATENÇÃO!! Diretrizes atuais CONTRAINDICAM o uso da
arterial que leva a hipoperfusão tecidual (Chemin). arginina na sepse grave devido a falta de uniformidade dos
estudos sobre o efeito da sua administração exógena.(Dan
(Dan 2009) 2009)

No planejamento da terapia nutricional (TN) na 2. Glutamina: 1,5 a 2ml/kg peso atual/dia no


sepse está estabelecido que essa se iniciará o mais máximo, por via parenteral.
precocemente possível, a partir de 12 até no máx. 72h após
o estímulo nociceptivo. Essa quantidade não deve ser somada e contada como
A orientação atual da TN no paciente séptico e proteína total administrada, uma vez que é somente um AA
hipermetabólico se norteiam em: e não uma proteína completa (Dan 2009).
o Fase inicial: Manutenção da integridade da mucosa do
TGI. - Pacientes sépticos apresentam elevação plasmática de
o Fase Intermediária: Nutrir adequadamente o tubo fenilalanina e metionina e redução de glutamina, alanina,
digestivo. glicina e treonina.
o Fase tardia: Equilíbrio do processo catabólico com - Estudos não comprovaram a eficácia da utilização dos
administração do aporte protéico-calórico que não AACR nos sépticos.
incremente o hipermetabolismo vigente.
Lipídios
- 15% do VET é recomendado, ofertando-se soluções e
Na vigência da sepse o endotélio sofre alterações,
misturas nutritivas contendo TCL, TCM e W-3.
que envolvem propriedades pró-coagulantes e pró-adesivas,
aumento da sua permeabilidade e alterações das
Carboidrato
propriedades vasomotoras. Paralelamente, as alterações do
- relação entre percentual de carboidratos: lipídios, segundo
epitélio intestinal levam à ativação da virulência dos
estudos é de 70:30.
patógenos oportunísticos e à perda da função de barreira da
- a taxa máxima de oxidação de glicose é
mucosa intestinal, essa última causando a manutenção de
- infusão de glicose: máx 4mg/kg/min (Dan 2009)
um ciclo vicioso na sepse grave, onde a facilidade de
translocação bacteriana pode promover sucessivas
infecções e novos quadros sépticos. Micronutrientes
(Krause)
Um estudo caracterizou os principais fatores GI - VIT C, E e β caroteno podem ser ofertados empiricamente
para a manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal: em quantidades de 5 a 10x superiores à recomendação
diária, devido à sua importante ação antioxidante.
Fatores estimulantes: Barreira ácida gástrica, válvula íleo
cecal, ação de limpeza da motilidade intestina e muco, IgA, - VIT B1 => Por ser importante na utilização da glicose pelas
produtos do metabolismo bacteriano (ac. Láctico) e sais células e um cofator no ciclo de Krebs, deve-se ofertar a
biliares. tiamina na dose de até 50mg/dia, uma vez que suas
Fatores inibidores: Agentes neutralizantes da acidez concentrações estão, com freqüência, baixas.
gástrica (omeprazol), aminas vasopressoras, opiáceos
(reduz motilidade) e nutrientes via parenteral ou nutrientes (Dan 2009)
de absorção jejuno-ileal (dieta oligomonoméricas). - Vitamina C, E, beta caroteno e selênio: Apesar do efeito
antioxidante já conhecido sobre estes nutrientes, o uso
desses em situações como a sepse não mostrou efeito
Calorias
antiflamatório significativo, logo não existe evidência
consistente para a utilização de antioxidantes na sepse.
- 25-30 kcal/kg/dia (peso atual, exceto em obeso) (Chemin +
Krause + Dan 2009).
-25 a 30 Kcal/Kg/dia na fase de recuperação (Dan 2009) a – cetoglutarato ornitina: Melhora do balanço nitrogenado
e níveis de pré - albumina na dose de 20 – 25g/dia.
- HB x 1,2 (Chemin).
Dieta imunomoduladora (Chemin 2010)
Proteínas
- (Krause)1,2 g/kg peso pré doença/dia ou;
Citado um trabalho onde os autores encontraram
- (Krause + Dan 2009) kcal/g N2 = 80 a 100
diversos benefícios com a utilização de dieta
imunomoduladora em pacientes SÉPTICOS GRAVES,
11
incluindo menor mortalidade. ATENÇÃO, pois a fórmula o seu gasto energético? (Prefeitura Municipal de
imunomoduladora usada NÃO possuía arginina, mas Cruzeiro SP - São Paulo- 2006)
somente suplementação com W-3. Lembre-se que a arginina
é contraindicada em sepse grave. (A) igual ou menor que o basal
(B) sempre igual ao basal
(C) sempre maior que o basal
(D) maior que o GER em 30%
NPT na sepse (E) maior que o valor da alternativa D

- Não existe relato de maior incidência de sepse de cateter 3) Nos casos de queimados com mais de 20% de
neste estado clínico. superfície corporal queimada, deve-se proceder da
- a concentração final na solução de glicose não deve seguinte forma: (Prefeitura Municipal de Diadema -
exceder 15%. SP - São Paulo – 1999)
- Autores recomendam oferta de 1 a 2,5 vezes as
necessidades recomendadas de Vit A, complexo B, vit C, K, (A) suspender a alimentação por via oral nas primeiras
Mg, Ca, PO4, Fe, Zn e Cu. 48h e implantar a alimentação parenteral
(B) Após às 48h, iniciar uma dieta hipocalórica e
TNE na sepse (Chemin) hipoproteica
(C) Após as 48h, na etapa de alimentação por via oral, a
- Pode ser administrada por sondas posicionadas no dieta deve ser semi-líquida
estômago, pós-pilóricas e pós-Treitz. (D) deve ser iniciada nutrição enteral ou parenteral

Atenção: A Chemin 10 diz que pós-treitz significa 4) Um indivíduo com queimadura de 1º grau
posicionamento em 3ª e 4ª porção duodenal, quase jejuno. generalizada, em sua prescrição dietética, Não
Isso está errado, mas está lá assim! pode deixar de ter as seguintes recomendações:
(Maricá-2003)
- As taxas de bronco aspiração são menores no
posicionamento pós-treitz comparado ao gástrico e pós (A) restrição hídrica, VET adequado à idade, complexo
pilórico. Não há diferença nas taxas quando se compara os B e potássio aumentado
dois últimos. (B) aumento da ingestão hídrica e do VET, das
vitaminas do complexo B, vitaminas A, C e zinco
A literatura tende a sugerir para esses pacientes com sepse (C) restrição hídrica e de eletrólitos, VET adequado à
dieta contínua pós-pilórica. idade, complexo B aumentados e potássio e zinco
diminuídos
(D) aumento da ingestão hídrica, do VET e do zinco,
 Monitoração da TN (Chemin) complexo B e vitamina A normais
(E) aumento do VET, vitaminas A, C e complexo B,
- É praticamente impossível impedir a perda de massa porém diminuir zinco e ingestão hídrica
magra pelos doentes enquanto houver hipermetabolismo, o
que torna a monitoração da eficiência da TN difícil. 5) Assinale a alternativa correta no que se refere à
- Prioriza-se evitar a hiperalimentação e restrição protéica terapia nutricional indicada para o estresse
apesar de nenhum trabalho até hoje ter mostrado redução metabólico grave como ocorre na sepse, trauma e
da mortalidade com diminuição do balanço nitrogenado grandes cirurgias. (Secretaria Estadual de Saúde –
negativo. Acre- 2006)

EXERCÍCIOS (A) Energia em torno de 4000 a 5000 kcal/dia, com o


objetivo de minimizar o catabolismo protéico e
prevenir a hipoglicemia
1) Quanto aos cuidados com pacientes (B) Suplementação de arginina na dose de 30% do
politraumatizados é CORRETO dizer: (Prefeitura total de energia, o que melhora a cicatrização e
Municipal de Campo de Brito - SE – Sergipe – inibe a produção de óxido nítrico prevenindo a
2005) hipotensão
(C) A necessidade protéica varia de 1,2 a 2,0 g/kg/dia
(A) Deve-se ter o cuidado de não superalimentar esses com uma relação energia não protéica/ g
pacientes. nitrogênio de 80 a 100:1
(B) A terapia nutricional, apenas a enteral excluindo a (D) A terapia nutricional parenteral é a via preferida de
parenteral, deve ser iniciada com alta velocidade. alimentação, pois previne a translocação
(C) Quando a alimentação por via oral não puder ser bacteriana e pode ser utilizada no paciente
iniciada, deve-ser ter o cuidado para não hemodinamicamente instável
interromper a nutrição enteral. (E) A terapia nutricional seja qual for só pode ser
(D) As necessidades protéicas nesses pacientes variam iniciada após estabilidade hemodinâmica que
entre 0,8 a 1,3g / kg / dia. ocorre por volta do 10ºdia de internação
(E) Na prática clínica, não pode ser utilizada a fórmula
de Harris Benedict corrigida pelos fatores de 6) A implementação da terapia nutricional enteral no
atividades, estresse e fator térmico. paciente critico deve ocorrer em curto espaço de
tempo. Para início da sua administração, é
2) Em um paciente com quadro de trauma exigência primária: (UERJ - 2002)
crânioencefálico, em sepse clínica, sob ventilação
mecânica, sedado e curarizado, como poderia estar (A) albumina sérica acima de 2mg/dl
(B) hemoglobina acima de 10mg/dl
12
(C) balanço ácido – básico normal (C) o consumo de oxigênio está inalterado.
(D) estabilidade hemodinâmica (D) a taxa metabólica basal está aumentada.
(E) a síntese de proteínas de fase aguda está reduzida.
7) Em pacientes com trauma, em fase de fluxo, na
resposta aguda, observa-se: (UFRJ - 2006) 13) O paciente séptico durante a fase hiperdinâmica,
apresenta secreção aumentada da tríade hormonal
(A) aumento de glicocorticóides catabólica (glucagon, catecolaminas e glicocorticóides), o
(B) diminuição da excreção de nitrogênio que promove (Pref. do RJ – 2008):
(C) diminuição do consumo de oxigênio
(D) manutenção da utilização de nutrientes (A) gliconeogênese
(E) predominância do anabolismo (B) lipogênese
(C) proteogênese
(D) glicogênese

8) Em relação aos objetivos do cuidado nutricional 14) Na resposta aguda da fase de fluxo que ocorre após
para pacientes queimados, não se encontram: lesão grave, predomina:
(UFRJ - 2006)
(A) diminuição dos glicocorticóides
(A) minimizar a resposta metabólica (B) aumento das catecolaminas
(B) prevenir a úlcera de Curling (C) menor produçãos das proteínas de fase aguda
(C) fornecer proteínas adequadas para o equilíbrio de (D) diminuição de excreção de nitrogênio
nitrogênio positivo (E) menor consumo de oxigênio
(D) fornecer calorias adequadas para evitar perda de
peso > 10% do peso usual 15) São respostas metabólicas durante o quadro de sepse
(E) alimetação enteral não contínua (EAOT – 2008):

9) M.C, sexo masculino, 34 anos, foi admitido na (A) Anorexia; redução na produção de glicose hepática;
emergência hospitalar com queimaduras graves em aumento da captura hepática de aminoácidos.
mais de 20% da superfície corporal. Determine a (B) Redução da síntese de proteínas de fase aguda;
necessidade protéica.(Universidade Federal de aumento de norepinefrina circulante; redução de ferro na
Santa Catarina - 2003) circulação sanguínea.
(C) Aumento dos triglicerídios na circulação sanguínea;
(A) 1 g/kg/dia redução na produção de glicose hepática; anorexia.
(B) 1,5 g/kg/dia (D) Aumento da glicose na circulação sanguínea; aumento
(C) 2,5 g/kg/dia do efluxo de aminoácidos da musculatura esquelética;
(D) 2 g/kg/dia aumento de glucagon circulante.

10) Assinale a alternativa incorreta quanto aos 16) Assinale o aminoácido considerado condicionalmente
cuidados nutricionais em pacientes essencial em situações de estresse metabólico (Adaptado
politraumatizados. (Universidade Federal do Paraná Marinha 2009):
- 2003)
(A) Histidina
(A) na pratica clinica pode ser usada a formula de (B) Triptofano
Harris Benedict, corrigida pelos fatores de (C) Glutamina
atividades, estresse e fator térmico (D) Cisteína
(B) deve-se ter o cuidado de não superalimentar esses (E) Tirosina
pacientes
(C) a terapia nutricional, tanto enteral quanto 17) A terapia nutricional na sepse deve apresentar como
parenteral, deve ser iniciada com velocidade baixa finalidade (Marinha 2009):
(D) quando a alimentação por via oral puder ser
iniciada, deve-se ter o cuidado para não I – proteção e atenuação do hipermetabolismo presente
interromper a nutrição enteral, se o paciente não II- manutenção da integridade de mucosa gastrointestinal e
aceitar 2/3 ou ¾ das necessidades diárias massa celular hepática, utilizando a via enteral
(E) as necessidades protéicas desses pacientes preferencialmente
variam entre 1,2 - 2 g/kg/dia III- manutenção da síntese de proteína de fase aguda
IV- aporte calórico aumentado, maior que 35% do VET
11) São agentes antioxidantes importantes na
recuperação do paciente séptico: (Prefeitura de São (A) Apenas I e II verdadeiras
José – CE – 2003) (B) Apenas I, II e III verdadeiras
(C) Apenas III e IV verdadeiras
A) Vitamina A, cálcio, fósforo (D) Apenas IV verdadeira
B) Vitamina E e vitamina C (E) I, II, III e IV verdadeiras
C) Vitamina B1, cálcio, selênio
D) Vitamina B1, selênio, ferro 18) Com relação às diferenças entre o catabolismo da
inanição e o catabolismo relacionado ao estresse, podemos
12) Nos pacientes com trauma crânio-encefálico, é correto afirmar que, em ambos os casos, ocorre: (Residência UFF
afirmar que (Pref. do RJ – 2008): 2011)

(A) a taxa metabólica basal está reduzida. (A) aumento da taxa metabólica.
(B) a excreção urinária de nitrogênio está reduzida. (B) intensa cetogênese.
13
(C) aumento da glicemia.
(D) predomínio da secreção do glucagon sobre a de insulina

19) Com relação à nutrição de pacientes críticos ou graves,


é correto afirmar (Residência UFF 2011):

(A) Ofertas superiores a 45 Kcal por Kg de peso podem


acarretar em esteatose hepática.
(B) Altas doses de glicose podem levar à reversão do quadro
catabólico.
(C) A relação quilocaloria por grama de nitrogênio deve ser
superior a 1:150.
(D) O aumento na relação de ácidos graxos ômega-
6/ômega-3 incrementa a resposta imune e reduz a resposta
inflamatória.

20) O trato gastrointestinal desempenha papel importante na


resposta ao trauma. Leia as afirmativas abaixo e marque a
opção correta (residência INCA 2011):

I O intestino metaboliza muito dos substratos circulantes,


sendo a glutamina o aminoácido mais
importante para o metabolismo das células da mucosa
intestinal.

II O paciente gravemente enfermo consegue maior


fornecimento de glutamina pela maior absorção de fontes
alimentares de glutamina além da degradação, pelo
enterócito, de proteínas circulantes, como a albumina.

III A mucosa intestinal íntegra constitui uma barreira contra a


entrada de microrganismos e toxinas. Algumas condições
coexistentes no paciente traumatizado reduzem a
capacidade de defesa como a sepse, desnutrição e diarreia.

(A) As afirmativas I, II e III estão corretas.


(B) As afirmativas I e III estão corretas.
(C) Apenas a afirmativa III está correta.
(D) As afirmativas II e III estão corretas.

GABARITO
1A 2A 3D
4B 5C 6D 7A
8E 9C 10E 11B
12D 13A 14B 15D
16C 17B 18D 19A
20B

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