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A partir da leitura do material da unidade 2 e do texto abaixo, assista ao vídeo que simula
uma sessão de TCC com Paulo Knapp e o personagem Dorian Gray (oscar Wilde),
ocorrido no Congresso de Cérebro e Comportamento, em Gramado, 2009. Assista em
https://www.youtube.com/watch?v=yHKfSQIhg2E (introdução),
https://www.youtube.com/watch?v=b9MBAnvkxOw&t=12s (somente TCC) ou
https://www.youtube.com/watch?v=xpvWBW4857Y&t=13s (Completo TCC e Psicanálise)
Hoje vamos falar a respeito dos 10 princípios da Terapia Cognitiva, conforme descritos por
Judith Beck, filha do criador desta abordagem e também terapeuta cognitiva, no livro:
“Terapia Cognitiva: Teoria e Prática”. Ao longo do texto, vou citar cada um dos princípios,
de acordo com a renomada autora e comentar com minhas palavras o significado de cada
um deles.
Em outras palavras, a avaliação psicológica feita pelo terapeuta cognitivo está sempre em
processo, sempre acontecendo, e evoluindo de acordo com as sessões. Ou seja, não há
uma formulação única e definitiva, uma forma fechada de ver o paciente como sendo X ou
como tendo o comportamento Y. A avaliação é constantemente revisada, levando-se em
conta, também, as mudanças que vão ocorrendo ao longo do tempo, com a sequência
das sessões.
Isto significa que o terapeuta vai buscar criar um clima de confiança, para que o paciente
se sinta livre para se abrir e contar o que for necessário durante as consultas. Com isso, a
empatia, a atenção e o respeito verdadeiro por parte do terapeuta são fundamentais para
que as sessões possam fluir a contento. Com a experiência de mais de cinco décadas, a
abordagem da terapia cognitiva afirma que, enquanto alguns pacientes tem facilidade de
confiar, outros podem apresentar extrema dificuldade, o que torna as sessões não
somente mais lentas, mas faz com que a aliança terapêutica segura exija uma
preocupação maior.
Em cada sessão, o terapeuta e o paciente estão com colaboração e isto quer dizer que
ambos decidem o conteúdo que será trabalhado, o número de sessões semanais que é
ideal para a eficácia do tratamento, se é adequado ou não uma determinada “tarefa de
casa” a ser realizada pelo paciente. Portanto, o terapeuta tem uma participação ativa no
processo da terapia, propondo o seguimento das próximas consultas, bem como o
resumo final em cada uma delas. Enfim, há sempre o encorajamento de que as consultas
sejam em mútuo acordo, com o objetivo último de dar cada vez mais autonomia para
quem buscou o tratamento.
Portanto, há uma orientação a ser buscada no consultório para cada um, há um foco, um
objetivo, uma meta (ou várias). Com isso, o terapeuta pode se organizar para utilizar as
melhores estratégias para resolver os problemas, ajudando o paciente a mudar de
pensamento e agir de formas mais funcionais.
Se em todas as hipóteses, o único tempo que temos disponível para mudar é o presente,
há uma grande ênfase sobre o momento atual, enfrentamento da realidade como ela é, e
não como é imaginada ou temida.
Apenas pelo fato de ter o seu centro no presente, já pode-se notar (com algumas
sessões) uma grande mudança por parte do paciente. Afinal, ficar preso no passado não
ajuda ninguém, nem ficar temendo mil situações que não aconteceram e provavelmente
não vão acontecer.
Entretanto, é importante deixar claro que a terapia cognitiva não desconsidera a história
de vida do paciente, mas enfatiza o presente pois quer provocar mudanças aqui-e-agora.
O passado é trazido em três situações típicas: quando o paciente tem grande interesse
nele; quando o foco no presente não provoca mudanças significativas ou quando há a
necessidade de entender a relação de causas e efeitos entre o passado e o presente.
Princípio 6: A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio
terapeuta e enfatiza prevenção da recaída
Dependendo de cada caso, o terapeuta vai também dar um suporte educativo sobre o
problema que está sendo enfrentado no momento. Por exemplo, se o paciente tem um
determinado transtorno ou um sintoma específico, cabe ao terapeuta informar ao paciente
sobre o seu significado, sobre a natureza do transtorno ou sintoma, sobre o caminho a ser
trilhado e sobre possíveis dificuldades (como recaídas no comportamento anterior) que
podem ocorrer após o final da terapia.
Apesar disso, como na psicologia sempre lidamos com o indivíduo, é possível que, em
alguns casos, o tempo seja aumentado a fim de tratar mais a fundo os padrões mentais
rígidos e fixos mais complexos.
Por exemplo, com o tempo, o paciente consegue notar que está se sentindo pra baixo por
causa de um problema que não está conseguindo resolver. Ele conseguirá descrever o
problema, avaliar o pensamento que está por trás de sua dificuldade e propor alternativas
ou saídas práticas para solucioná-lo, ainda que esteja sozinho ou não esteja tendo mais
auxílio profissional.
Princípio 10: A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar
pensamento, humor e comportamento
O terapeuta cognitivo tem à sua disposição centenas de técnicas para serem utilizadas
em cada caso como, por exemplo, o questionamento socrático, descoberta orientada,
técnicas de outras abordagem como as usadas na terapia comportamental ou mesmo a
gestalt, tendo, claro, por base sempre o modelo cognitivo.