Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contextuais
Psicoterapia Analítico
Funcional (FAP)
A nomenclatura “Terapias Contextuais” era inexistente em na época da minha
graduação
O termo “Terapia Comportamental”era utilizado até então, mas já não cumpria mais a
sua função;
• Mas já existia dois termos-chave nas discussões clínicas dos
terapeutas: análise funcional e relação terapêutica.
• Todos os textos assumiam um formato mais ou menos parecido com esse:
apresentava o problema a ser tratado, ressaltava a necessidade de realização de
uma análise funcional do comportamento em questão estabelecida no contexto
de uma relação terapêutica;
• Em certo momento, os terapeutas brasileiros optaram pela utilização da
expressão “Terapia Analítico-Comportamental (Borges e Cassas, 2012);
• Leonardi (2015) realizou ponderações relevantes a respeito de qual seria o lugar
ocupado pela prática realizada sob essa nomenclatura no contexto do cenário
internacional e indicou a ausência da utilização do termo “terapia analítico-
comportamental” em outros países;
• No entanto, atualmente, vimos a ascensão do termo “Terapias Contextuais”;
• Já discutia a melhor nomenclatura a ser adotada pelos analistas do
comportamento brasileiros para se referirem à sua prática clínica;
• A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) e a Terapia de Aceitação e
Compromisso (ACT) já estavam tomando “mais espaço”;
• No entanto, a impressão era a de que o meio comportamental tratava tais
modelos como meros “coadjuvantes”, ou simples “técnicas”;
• Com o passar do tempo o interesse no Brasil pelas terapias pautadas na
análise do comportamento foi crescendo e ganhando corpo, ao passo que a
“terapia analítico-comportamental” também continuava a ocupar o seu
espaço;
Pode ser MUITI DIFICIL para um behaviorista radical “de carteirinha” digerir o
modelo da ACT, por exemplo, tanto é que algumas publicações se dedicam a
explicitar as relações possíveis entre essa abordagem e o behaviorismo radical;
2ª onda. As
comportamentais em abordar os eventos privados,
especialmente na clínica comportamental da época;
terapias
Importante salientar que o “comportamental” da sigla TCC
está relacionado a algumas técnicas herdadas das terapias
cognitivas e
cognitivo-
de modificação de comportamento, no entanto a
epistemologia cognitiva é oposta à epistemologia
comportamental, de forma que a formulação de caso,
comportamenta
objetivos terapêuticos, desfechos e até mesmo técnicas de
uma e de outra são muitas vezes incongruentes;
is (TCC)
É um é um dos modelos com maior corpo de
evidências no campo das terapias;
3ª onda. Terapias comportamentais contextuais
01 02 03
Em um esforço para retomar Esta nova formulação de O foco permanece na
conceitos básicos da análise do
comportamento de Skinner linguagem, a Teoria das função dos
voltados à prática clínica, Hayes Molduras Relacionais comportamentos, sendo
se volta ao modelo operante, (RFT), passa a coexistir um modelo
ampliando conceitos do
comportamento verbal para
com os outros ambientalista e
acessar alguns processos construtos do construtivista de
linguísticos amplamente pela Behaviorismo Radical; repertório;
ciência cognitiva
3ª onda. Terapias comportamentais
contextuais
No entanto, estas dissonâncias são importantes no campo da prática e da pesquisa, visto que a
variabilidade de intervenções e terminologias é o que mantém o campo vivo para novas aplicações e
tecnologias.
PODE-SE ESPECULAR QUE NO FUTURO DAS TERAPIAS COMPORTAMENTAIS SE DEVA BUSCAR MAIS
APROXIMAÇÕES QUE DISTANCIAMENTOS, DE FORMA QUE UM DOS PONTOS CRUCIAIS DAS TERAPIAS
COMPORTAMENTAIS SE MANTENHA PRESENTE: OS ESTUDOS CONSTANTES EM BUSCA DE EVIDÊNCIA.
Psicoterapia Analítica
Funcional (FAP)
• O paciente já estava vindo à terapia já há algumas semanas, nunca faltava, ou se
era preciso, avisava com antecedência.
• Porém, ao final da sessão, sempre me deixava com uma sensação vazia e um
pensamento… “o que eu fiz por ele na sessão e, na verdade, o que ele precisa de
mim?”
• Abordei esse tema diversas vezes durante as sessões, tentando entender o
motivo que o fez procurar terapia. A resposta era evasiva e geralmente na direção
de “sempre gostei de fazer terapia, me faz bem ter ajuda para pensar sobre mim”,
e outras vezes envolvia “bom, minha mãe é a razão de eu fazer terapia”, mas
minhas inúmeras tentativas de aprofundar o tema eram em vão.
• As questões trazidas sempre pareciam ser irrelevantes pra ele. Era difícil definir
uma queixa e a sensação era de que ele tratava a terapia como um hobby e não
algo que de fato importasse ou fosse necessário.
• Depois de algumas semanas nessa situação, o cliente começou a trazer relatos de assuntos
“mais pesados”, envolvendo outras pessoas, nunca ele mesmo. E ao mesmo tempo, relatava
essas histórias como sendo banais, apesar de envolver temas como doenças graves de
familiares próximos, relações incestuosas entre conhecidos e agressões físicas.
• Tudo para ele parecia normal, corriqueiro e nada o surpreendia ou chocava. Ao ser
questionado sobre isso, ele me contou que não era assim no passado. Antigamente era
explosivo, “perdia o controle” e agia de forma bastante dramática em situações banais e hoje
em dia, depois de muita terapia, havia aprendido a “ser mais calmo”. “Ser mais calmo” era
importante para o cliente, pois quando “explodia” recebia fortes críticas de sua mãe.
• O caso foi ficando mais claro e percebi que a hipótese que vinha se formando em minha
cabeça fazia sentido. Aparentemente, na tentativa de se controlar e não “explodir”, o cliente
mantinha-se afastado de suas emoções, assim como de vínculos mais próximos que
pudessem suscitar a falta de controle que ele tentava evitar. O cliente fazia isso em seu dia-a-
dia e fazia isso comigo em sessão.
• A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) tem o objetivo
de trabalhar as dificuldades do cliente que ocorrem na
própria relação terapêutica. Para isso, tem seu foco na
análise dos comportamentos do cliente que ocorrem
dentro da sessão, definindo-os como Comportamentos
Clinicamente Relevantes (CCR).
• A FAP foi desenvolvida baseada nos princípios do behaviorismo radical e é
considerada uma das terapias de Terceira Onda, juntamente com a Terapia de
Aceitação e Compromisso (ACT) e a Terapia Comportamental Dialética (DBT);
• Interpretar funcionalmente é uma estratégia que torna mais evidente ao cliente as variáveis
que controlam seu comportamento.
• Então, na medida em que o terapeuta analisa uma contingência com o cliente, ele se torna
mais consciente do que controla seu comportamento e, assim, há uma probabilidade maior de
que ele identifique comportamentos alternativos a serem emitidos em sua vida.
• Sugere-se, também, que o terapeuta tenha um foco maior em ensinar o cliente a analisar o
próprio comportamento, ao invés de fornecer as análises prontas, a fim de torna-lo mais
autônomo nas análises dos seus comportamentos e, assim, possa identificar mais facilmente
comportamentos alternativos com probabilidade maior de reforço (Villas-Bôas, Meyer,
Kanter & Callaghan, 2015).