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DIREITOS AUTORAIS
CBI of Miami 2
Técnicas Comportamentais em Terapia Cognitivo
Comportamental com Crianças e Adolescentes
Veruska Santos
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15h Fazer os
deveres
16h Tênis h:7 TV/ vídeo Tênis h:7 TV/vídeo Curso de
p:8 game p:10 p:8 game p:10 desenho
p:10
17h banho banho
18h Estudar Estudar Estudar Estudar Estudar
19h missa
20h
21h
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O treinamento em relaxamento é muito usado para manejar ansiedade e
para aumentar foco e atenção. Podemos ensinar em sessão e prescrever como
tarefa de casa o relaxamento para produzir um estado de calma mental e física.
Existem diversos roteiros de relaxamento muscular, alguns terapeutas leem
esses roteiros em sessão para os pacientes ou gravam suas vozes fazendo
essa leitura em sessão para que posteriormente os pacientes repitam em casa.
A parada de pensamento ou Pare é proposta para interromper um
pensamento intrusivo negativo e o substituir por outros mais adaptativos. É
muito utilizado no TOC, no pânico ou em fobias e a ideia é assim que
reconhecemos um pensamento recorrente que desejamos interromper dar um
comando em voz alta a si mesmo:” pare” ou “pare já com isso!” evocando
imediatamente uma imagem mental que pode ser o sinal vermelho ou a
imagem da placa PARE de trânsito ou outra imagem que signifique PARE.
Mude a imagem de um sinal de pare para uma cena agradável ou relaxante ou
se distraia se engajando em uma atividade de leitura ou outra qualquer que
você coloque foco atencional. Devemos ensaiar durante a sessão.
A distração é outra estratégia muito utilizada nos tratamentos em TCC. É
usada para diminuir o impacto de pensamentos intrusivos ou de preocupações.
As distrações normalmente utilizadas são ler, ir ao cinema, envolver-se
em um hobby ou trabalho manual, socializar-se com amigos, usar a Internet.
Importante que o terapeuta observe se a distração não está sendo usada para
evitação de situações temidas ou evitações emocionais. A distração deve
reduzir a ansiedade e dessa forma facilitar a participação de exposições e
enfrentamento de situações estressantes.
Retreinamento em respiração é uma estratégia usada muito no pânico e
na ansiedade para enfrentamento onde ensinamos o paciente a aumentar o
ritmo da respiração para que o mesmo consiga interromper e/ou impedir a
hiperventilação tão comum em estados de ansiedade. Respirar lentamente é o
movimento contrário a hiperventilação e quando o paciente faz com atenção
plena e treina isso ele fica bem regulação e confiante para as exposições.
Descatastrofização é uma estratégia para lidarmos com previsões
catastróficas dos ansiosos. Consiste em fazer uma previsão da probabilidade
de ocorrer um evento; avaliar as evidências a favor e contra essa
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probabilidade; revisar a lista de evidências; avaliar a percepção de controle de
0 a 10, criar um plano de ação; desenvolver um plano para lidar com a
catástrofe; reavaliar a percepção da probabilidade (compare com a inicial) da
catástrofe e fazer uma análise.
As exposições são estratégias comportamentais importantíssimas nos
tratamentos em TCC. Podem ser graduais ou dessensibilização sistemática,
onde criamos uma hierarquia de situações para as exposições organizando da
menos ansiogênica à mais ansiogênica até o paciente conseguir passo a passo
lidar com sua ansiedade. A exposição pode ser em imagem mental onde
geramos imagens e reproduzimos cenas que representem as situações
temidas levando em conta todos os aspectos sensoriais e mentalmente
realizamos a exposição. Como o cérebro não distingue o que é real do que nós
imaginamos essa técnica apresenta excelentes resultados. (Esse é o princípio
das exposições em realidade virtual onde recriamos a situação temida em
ambiente virtual e através do senso de imersão/ presença o paciente faz a
exposição) A exposição pode ser ao vivo onde o estímulo temido é confrontado
presencialmente. Em todas as formas de exposição devemos preparar o
paciente treinando técnicas de manejo da ansiedade como respiração ou
relaxamentos; encorajar os pacientes a seguirem se expondo para
confrontarem seus medos; fornecer psicoeducação continuada sobre as
etapas, o que está acontecendo e como funciona a exposição; promover as
reestruturações das cognições catastróficas e dar feedback construtivo.
As estratégias de recompensas ou reforços positivos são muito
utilizadas com crianças e acontecem após os pacientes terem se exposto ou
para incentivar comportamentos adaptativos. Professores, pais e parentes
podem e devem fazer o reforço positivo orientado pela realização de
comportamentos desejados ou exposições a situações temidas mas a
recompensa deve ser compatível a realização isso significa que recompensas
menores como comidas podem ser etapas iniciais desse processo as maiores
envolvem comprar algo especial, fazer algum programa específico e até
viagens podem ser planejadas em função dos pacientes terem conquistado
algum objetivo bem difícil para ele. A economia de fichas é um exemplo de
reforço positivo onde a cada comportamento alvo alcançado a criança recebe
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uma ficha ou figurinha ou carimbo para após algum tempo trocar por uma
recompensa previamente acordada.
A maioria das técnicas comportamentais são ensinadas e praticadas em
terapia para que a criança coloque em prática em seu dia a dia e juntamente
com as estratégias cognitivas representam uma boa parte do tratamento em
TCC para crianças e adolescentes.
Referências Bibliográficas
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