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SUMÁRIO

Autor 1

Introdução 2

O Modelo Cognitivo 3

Bases Filosóficas 7

Pesquisas Científicas e a Eficácia Da Abordagem 10

Diferenciais e Princípios Da Tcc 14

Crenças Centrais 23

Ciclos De Manutenção Da Dor 27

Como a TCC atua? 33

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Autor

Diego Falco – Psicólogo especialista em Terapia


Cognitivo-Comportamental (CRP 06/122081) e
Co-Fundador da Falco & Ricci Qualidade de vida –
empresa que busca ajudar as pessoas a obter uma
melhor qualidade de vida através de psicoterapia, cursos,
palestras, postagens em blogs e vídeos.

É também desenvolvedor do 1º Canal Brasileiro de


Qualidade de vida desenvolvido por psicólogos
(Youtube.com/@terapiacognitivaonline) com mais de 1.000 vídeos de
Orientação, Informações e Dicas para psicólogos, estudantes de psicologia e
pessoas que querem melhorar a sua qualidade de vida. Hoje conta com mais de
300 mil inscritos.

Em 2018, criou o perfil no Instagram @terapiacognitivaonline onde tem um


contato com a comunidade fazendo postagens reflexivas, tirando dúvidas e
divulgando materiais e cursos de sua autoria para estudantes e profissionais de
psicologia. Hoje conta com mais de 100 mil seguidores.

É também Autor Best-Seller na Amazon com o livro “Essencial da Terapia


Cognitivo-Comportamental” e conta com mais de 2.500 alunos em seus Cursos
Online.

Você pode conferir mais detalhes em www.diegofalco.com.br.

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Introdução

Quando comecei meu canal no youtube em 2015 não tinha a intenção de falar
sobre minha linha de psicoterapia, mas eventualmente resolvi fazer uma série de
vídeos sobre a Terapia Cognitiva. Depois de feito isso, as visualizações começaram
aumentar significativamente e percebi como os estudantes e profissionais de
psicologia estavam muito interessados nesta excelente linha de terapia.

É uma teoria relativamente nova no país e apesar de apresentar ótimos


resultados, ser muito estudada e pesquisada, é pouquíssima discutida nas
universidades. Foi então que eu decidi continuar esse projeto de divulgação da
Terapia Cognitivo-Comportamental através de meus e-books, conteúdo em vídeo,
palestras e cursos.

Tudo na intenção de aumentar o conhecimento das pessoas na Terapia


Cognitiva. Este e-book gratuito está na sua segunda versão e pretendo atualizá-lo
com conhecimentos que adquiri ao longo dos 5 anos desde que lancei a primeira
versão.

Espero que goste e que ele seja uma boa introdução à Terapia
Cognitivo-Comportamental e que se interesse pela teoria e cogite aprofundar seus
estudos.

Boa leitura! ;)

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O Modelo Cognitivo

Pegando o nome da teoria, podemos já saber como ela trabalha. Cognitivo


vem de cognição (ex: pensamentos, ideias, crenças) e comportamental de
comportamento.

Se pudermos falar de maneira bem simples, ela é uma terapia que estuda as
cognições dos indivíduos e seus efeitos nas emoções, respostas fisiológicas e
comportamentos. Principalmente emoções e respostas fisiológicas que causam
grande sofrimento no indivíduo e comportamentos que mantém ele no seu
problema, na sua dor ou pioram o seu problema, pioram a sua dor.

Ao mesmo tempo, a intervenção da terapia cognitiva é feita justamente nas


cognições, e reações emocionais, fisiológicas e nos comportamentos. Em alguns
casos, intervenções ambientais, que estariam no nível situacional, também podem
ser trabalhadas, como retirar doces do ambiente de alguém que está de dieta.

Para ser um pouco mais específico, a Terapia Cognitivo-Comportamental


(TCC) é definida como uma psicoterapia que é baseada no Modelo Cognitivo.

Basicamente ele nos mostra que a maneira que as pessoas percebem,


interpretam as situações e eventos da vida está mais relacionada com suas reações
emocionais e comportamentais do que a situação em si.

Então, as cognições do indivíduo influenciam em suas respostas e


dependendo dessas respostas, ele pode se manter em seu problema ou transtorno.
Ou como já disse, pode piorá-los. Saindo de um ciclo de manutenção da dor para
uma espiral de sofrimento.

Trabalhamos então em cima do modelo cognitivo fazendo o paciente enxergar


as situações mais claramente ou de forma mais funcional. Ajudamos na

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identificação, nomeação, avaliação e no desenvolvimento de uma resposta mais
funcional aos seus pensamentos automáticos disfuncionais.

Na TCC utilizamos várias técnicas diferentes, desde técnicas cognitivas e


comportamentais, até técnicas de outras linhas terapêuticas que funcionam no
modelo cognitivo do paciente como intervenções da terapia de aceitação e
compromisso, terapia comportamental dialética, terapia cognitiva baseada em
mindfulness e outras.

Muitas pessoas sabem da eficácia da TCC e aí começam a procurar as


técnicas para aplicarem em sua prática clínica ou se autoaplicarem. Porém, uma
coisa que preciso falar é que isso não funciona, pelo menos, não funciona da melhor
maneira possível.

Imagine que você tem um carro que está quebrado, mas não tem nenhuma
noção de mecânica. Se você tem a ferramenta necessária para arrumar esse carro,
você vai conseguir fazer isso? Ou você primeiro tem que saber como arrumar o
carro, para não piorar ainda mais as coisas?

Assim, considero que a TCC é a mesma coisa, você pode saber todas as
técnicas do mundo, mas se você não souber como usá-las, ou o motivo delas serem
eficazes, quando utilizá-las e como adaptá-las para seu paciente, não adianta de
nada. Então, antes de buscar técnicas sem parar, busque aprender a teoria e
desenvolver um raciocínio clínico com base no modelo cognitivo.

Se você estiver com essa mentalidade, meu conteúdo te ajudará muito. Mas
se o seu objetivo é só reproduzir técnicas, não será tão benéfico para você e para
seus pacientes.

Voltando ao Modelo Cognitivo…

Então, as cognições do indivíduo influenciam em suas respostas, e


dependendo dessas respostas, elas podem gerar ou manter seu problema ou

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transtorno. Consequentemente, depois do transtorno ou problema existir na vida do
indivíduo, suas cognições e respostas podem piorá-los.

O Modelo Cognitivo é representado por:

Situação

Pensamentos Automáticos

Reações (Emoção, Comportamento, Resposta Fisiológica)

Esse diagrama nos mostra que quando estamos com uma emoção negativa
muito forte, como a tristeza, ansiedade ou raiva exagerada, ou ainda quando temos
um comportamento disfuncional como uma reação agressiva, um isolamento ou
evitação de certas situações, essas reações não são causadas pela situação ou
evento que estamos vivenciando.

Apesar de termos o costume de dizer que ficamos de um modo X ou Y por


conta da situação Z ou N, na realidade, o modelo cognitivo nos mostra que o que
causa nossas reações são as nossas interpretações das situações e eventos.

Então, dependendo de como eu ver, de como eu interpretar, por exemplo, ser


ignorado por um amigo na rua, posso ter uma reação bem diferente da sua e às
vezes uma reação bem mais disfuncional, mesmo se você também tenha sido
ignorado na rua por um amigo. Essas interpretações são chamadas de
Pensamentos Automáticos.

Esses pensamentos são involuntários, rápidos e muitas vezes não nos damos
conta deles. Eles podem vir em formas de frases como “não vou conseguir fazer

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isso” ou imagens como imaginar as pessoas da sala rindo da sua cara. São
justamente esses pensamentos, que causam na gente, nossas Reações.

Quando as pessoas estão com dificuldades psicológicas, elas frequentemente


não veem as situações claramente. Assim, acabam tendo Pensamentos
Automáticos Disfuncionais. Com Pensamentos Disfuncionais, as reações serão
sempre, também, disfuncionais. Causando sofrimento emocional, comportamentos
que mantêm ou pioram o problema e prejuízos em uma ou várias áreas da vida
(profissional, pessoal e social).

Normalmente, não estamos acostumados a identificar nossos pensamentos.


Quando percebemos que algo está acontecendo, nós percebemos mudanças em
nosso humor, em nosso corpo (reações fisiológicas) e comportamento.

Na TCC, o paciente é treinado a identificar os pensamentos que aparecem na


sua mente antes das suas reações, avaliar esses pensamentos e a respondê-los de
maneira mais funcional, e assim, ter reações mais funcionais e saudáveis.

Um objetivo comum da TCC é que o paciente aprenda em terapia a lidar com


suas dificuldades e pensamentos disfuncionais e leve isso para vida após o
tratamento. Se tornando assim seu próprio terapeuta.

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Bases Filosóficas

Quando vamos bem a fundo, encontramos dados que demonstram que as


amplas bases filosóficas da TCC incluem as filosofias de Heráclito, Estoicismo,
Epicureísmo, Hedonismo, Budismo, Taoísmo, Existencialismo, filosofia Iogue,
Baruch Spinoza e Immanuel Kant. Aqui quero falar sobre a influência que a TCC
teve das tradições filosóficas estóica, budista, taoísta e existencialista.

Albert Ellis, criador da TREC (Terapia Racional Emotiva Comportamental), faz


referência a Epicteto como a principal influência para o desenvolvimento da TCC.

O estoicismo foi por muito tempo a filosofia de vida dominante, principalmente


durante o império romano. Ele influenciou grandes pensadores, bem aqueles que
gostamos de usar frases como Thomas Jefferson e George Washington. Junto com
eles, os fundadores da TCC, também foram influenciados.

A TCC, ao invés de se preocupar excessivamente com o passado, se


preocupa mais com o que estamos fazendo no agora, com nossos pensamentos e
comportamentos. Pois, nós não podemos controlar muita coisa em nossa vida, mas
como lidamos com nossos pensamentos e quais comportamentos temos frente a
qualquer situação, estão sob nosso controle.

Na filosofia estóica, essa também é a linha de pensamento principal.

Muitos filósofos da antiguidade se interessavam mais pela busca da lógica e


sentido das coisas do que pela prática. A maioria dos estóicos já estava mais
interessada em aplicar as ideias no seu dia a dia.

Assim como no estoicismo, nós da Terapia Cognitivo-Comportamental não


queremos apenas catalogar as coisas que acontecem em nossa mente. Não somos
bibliotecários. Nós queremos aplicar as ideias em nossa rotina, sair da teoria para a

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prática. Ao invés de sermos bibliotecários, somos guerreiros da nossa vida,
buscando mudanças.

Algum(a) psicólogo(a) guerreiro(a) aí? -> Essa é para quem me acompanha


nos meus eventos e lives.

Outra parte interessante do estoicismo é a procura por uma boa relação com
sua ALMA, com seu EU INTERIOR. Deste modo, na terapia
cognitivo-comportamental, principalmente quando trazemos a parte da aceitação,
trabalhamos muito essa questão de ter uma melhor relação com nossos
pensamentos, emoções, sentimentos e sensações.

Pois, quando paramos de lutar com nossos pensamentos e emoções e


aceitamos a sua presença, podemos agir para alterar nosso foco e ter
comportamentos mais funcionais que nos trazem uma melhor qualidade de vida. Ao
mesmo tempo, agradamos nosso eu virtuoso, a nossa melhor versão, o eu que
queremos ser.

Concomitantemente, no estoicismo procuramos fazer nosso melhor,


independente do resultado. A partir disso, a parte comportamental da TCC aparece.
Através dos experimentos comportamentais, nós estimulamos nossos pacientes a
terem comportamentos que eles temem, que eles evitam, sem ligar para o
resultado, mas com a sua tarefa.

Isso ajuda o paciente a não se envolver tanto com seus pensamentos sobre o
resultado, focar no que ele pode controlar, que é o comportamento, ir em busca do
que ele deseja, atingir sua melhor versão e aceitar qualquer resultado que apareça.

Ademais, não podemos esquecer também de falar da influência de Sócrates,


que traz o nome para a principal técnica da terapia cognitivo-comportamental, o
método socrático ou questionamento socrático.

O método foi formado da ideia de que seres humanos possuem uma


informação inicial sobre tudo em suas mentes e, através do método socrático, não

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se ensina algo novo a uma pessoa, mas ajuda-se a encontrar esse algo novamente.
Ou seja, seria revelar o conhecimento existente que está oculto ou esquecido de
uma pessoa.

Enfim, o método socrático é definido por Beck e Dozois (2011) como “um
método de descoberta guiada onde o terapeuta faz uma série de perguntas
cuidadosamente sequenciadas, para ajudar na definição de problemas, auxiliar na
identificação de pensamentos e crenças, examinar o significado de eventos, ou
avaliar as ramificações de pensamentos, ou comportamentos particulares”.

Deste modo, é considerado por muitos, o principal pilar da terapia cognitivo


comportamental, por isso, muitas vezes, nem é considerado uma técnica, já que
fazemos o uso dele durante todo o processo terapêutico.

Assim, a ideia por trás do questionamento socrático é trazer à tona o que o


paciente está pensando e direcionar esse pensamento para algo mais funcional, ao
invés de o terapeuta dizer o que ele acredita que o paciente está pensando.

Um mantra comum de ser usado por terapeutas cognitivos, para estarem


sempre cientes de utilizar o questionamento socrático nas sessões é: “pergunte,
não fale”

Para resumir então, a Terapia Cognitivo-Comportamental desenvolve duas


ideias estoicas centrais. A primeira é que a nossa crença sobre a nossa situação é a
responsável pelo nosso estado psicológico. A segunda é que temos que fazer o que
podemos, mas se a situação estiver além do nosso controle, é melhor aceitar a
realidade. Na pior das hipóteses, nossa crença sobre a situação que nos
encontramos, permanece sob nosso controle, podemos, no mínimo, escolher como
ver nossa situação.

Há também influências do Budismo, Taoísmo e Existencialismo.

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Pesquisas Científicas e a Eficácia Da Abordagem

A TCC tem se mostrado efetiva em mais de 2.000 pesquisas publicadas e


atualmente é considerada “padrão ouro” de psicoterapia. Ela se demonstrou eficaz
com um número considerável de transtornos como os Transtornos Depressivos,
Transtornos da Ansiedade como Ansiedade Generalizada, Ansiedade Social, Fobias
Específicas e Transtorno de Pânico, Transtorno de Estresse Pós-Traumático,
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Alimentares como Anorexia,
Bulimia e Compulsão Alimentar.

Ela também é uma das terapias de escolha para Transtorno Bipolar,


Transtornos de Personalidade, uso e abuso de Substâncias, e problemas médicos
com componentes psicológicos, como dor crônica e enxaqueca. É efetiva também
no combate de problemas de relacionamentos amorosos, sociais, familiares e do
trabalho.

Consegue também ajudar pacientes com dificuldade de foco, que buscam um


maior desenvolvimento pessoal e autoconhecimento.

Diversas pesquisas mostram que o uso combinado de TCC com medicação é


o ideal para vários transtornos, pois ajuda na melhora mais rápida e numa melhor
manutenção da melhora depois do fim do tratamento.

Apenas a medicação apresenta melhora, mas com baixa manutenção com o


fim do tratamento. Apenas a TCC, apresenta uma melhora mais demorada do que a
combinada (TCC e Medicação), mas ela apresenta uma melhora com uma maior
manutenção após o fim do tratamento.

A terapia cognitiva é mais eficiente na manutenção dos ganhos terapêuticos,


depois do fim do tratamento, pois os pacientes aprendem habilidades que
continuam a utilizar, mesmo após terminarem seu tratamento.

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Há problemas que não são curáveis, como doenças terminais, mesmo assim,
nesses casos, a terapia cognitiva pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
Ela faz isso através da aceitação e do combate aos pensamentos e
comportamentos disfuncionais que causam ainda mais sofrimento e/ou prejuízos.

A TCC é considerada uma abordagem confiável de primeira linha para


transtornos de ansiedade e é a primeira abordagem a ser considerada para o
tratamento de transtornos de ansiedade (Hofmann et al., 2012). Enquanto a maioria
dos estudos usa uma população adulta, a TCC também demonstrou melhorar
substancialmente os sintomas de transtornos de ansiedade em crianças e
adolescentes, onde a melhora foi mantida quando medida dois anos após o término
do tratamento (Ishikawa, Okajima, Matsuoka, & Sakano, 2007).

No outro extremo do espectro etário, uma revisão de pesquisas que


examinaram estudos em que a idade média dos pacientes era de pelo menos 60,
descobriu que a TCC também é eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade
em adultos mais velhos (Hendriks, Oude Voshaar, Keijsers, Hoogduin, & van
Balkom, 2008). Os estudos examinaram o uso da TCC em contextos reais e
descobriram que ela é um tratamento eficaz. (Stewart & Chambless, 2009).

Já quando se concentra em transtornos de ansiedade específicos, as


pesquisas descobriram que a TCC também é um tratamento eficaz para o
transtorno do pânico, com algumas pesquisas sugerindo que pode ser superior à
medicação (Mitte, 2005). A TCC demonstrou ainda resultar em um grande grau de
melhora do transtorno de ansiedade generalizada (Cuijpers et al., 2014), além de
reduzir o mais proeminente sintoma de preocupação do transtorno (Hanrahan, Field,
Jones, & Davey, 2013).

Pesquisas também descobriram que a TCC é altamente eficaz no tratamento


da fobia social (Powers, Sigmarsson & Emmelkamp, ​2008), com pacientes
experimentando melhores resultados após o tratamento ser interrompido em

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comparação com pacientes que receberam apenas medicação (Fedoroff & Taylor,
2001).

Para o transtorno de estresse pós-traumático, a TCC envolvendo exposição a


estímulos relacionados ao trauma, como exposição imaginária à memória
traumática e exposição in-vivo a estímulos relacionados ao trauma no ambiente, tem
se mostrado eficaz e superior a tratamentos que não são focados no trauma como
aconselhamento não-diretivo e psicoterapia psicodinâmica (Bisson & Andrew, 2008).

Além disso, pesquisas descobriram que a TCC leva a uma melhora


significativa em fobias específicas, com tratamento envolvendo exposição in vivo,
levando a uma melhora maior do que a exposição imaginária ou de realidade virtual
(Wolitzky-Taylor, Horowitz, Powers, & Telch, 2008). Ademais, a TCC que se
concentra em exercícios de exposição, evitando que os pacientes usem
compulsões, provou ser um tratamento altamente eficaz para o transtorno
obsessivo-compulsivo (Olatunji, Davis, Powers, & Smits, 2013).

Quando o assunto é recaída, a TCC apresenta a menor taxa, provavelmente


por ser uma terapia que busca ensinar ao paciente técnicas e maneiras mais
funcionais de enfrentar a vida. Quando o paciente aprende as habilidades, ele pode
levá-las para toda vida, diminuindo sua recaída. Enquanto que na medicação
ansiolítica, podemos ver uma alta taxa de recaída, isso, provavelmente, pelo fato do
paciente não melhorar de verdade.

É muito comum, no tratamento para transtornos de ansiedade, pacientes


desenvolverem uma dependência aos medicamentos ansiolíticos, e não estou nem
falando de uma dependência química, mas psicológica. Eles utilizam a medicação
para enfrentar seus problemas e medos, e não aprendem as habilidades
necessárias para o enfrentamento, então, não descobrem sua real capacidade de
superação. Com isso, ao ser retirado a medicação, eles perdem a sua arma contra a
ansiedade.

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Portanto, como podemos ter uma resposta igual, ou melhor, com a terapia
cognitiva, isso nos mostra que o uso da medicação não se faz necessário, mas,
como mostrado também, o uso combinado, pode funcionar mais para casos mais
graves onde as intervenções da terapia podem não conseguir nem mesmo serem
praticadas, sendo prejudicadas pelo intenso sofrimento emocional que a medicação
poderia ajudar a sanar.

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Diferenciais e Princípios da TCC

A psicologia abrange inúmeras teorias e formas de terapia, cada uma delas


com suas peculiaridades, sendo bastante distintas nas suas bases teóricas, na
visão de como o paciente funciona e de como lidar com seus transtornos e
dificuldades. A Terapia Cognitiva é uma dessas teorias.

Vamos então aos princípios da TCC.

Princípio nº 1: Os planos de tratamento na TCC estão baseados em uma


conceitualização cognitiva em desenvolvimento contínuo. Essa conceituação ou
conceitualização é desenvolvida com as informações coletadas durante as sessões
de avaliação, na identificação de modelos cognitivos do paciente, de ciclos de
manutenção da dor dele e na prática das estratégias durante o tratamento.

Podemos também incorporar à conceituação os pontos fortes, as qualidades


positivas e os recursos do paciente. Depois de desenvolvida com hipóteses,
continuamos aprimorando a conceituação durante o processo de terapia à medida
que coletamos informações adicionais. Mesmo que ela seja algo que pode demorar
para “ficar pronta”, vamos utilizá-la como um mapa para planejar o tratamento e
entender o paciente.

A conceituação cognitiva e os planos de tratamento são considerados


diferenciais significativos da TCC. Aqui, vemos cada paciente como único, com uma
individualidade cognitiva própria, por conta disso, montamos uma conceituação para
cada caso. Isso ajuda o terapeuta e o próprio paciente a entenderem o seu
funcionamento (por que ele pensa, sente e age de determinada maneira e o que ele
pode estar fazendo que está atrapalhando sua melhora ou piorando sua condição).
Com a Conceituação, sabemos também onde, quando e como trabalhar.

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Princípio nº 2: A TCC requer uma relação terapêutica sólida. A aliança
terapêutica é o início de todo tratamento bem-sucedido em qualquer linha
terapêutica, mas na terapia cognitiva ela ganha um espaço ainda mais especial.
Sem uma boa relação terapêutica os questionamentos podem não acontecer da
melhor maneira, o paciente pode hesitar em responder o que pensa, em dar
feedbacks e consequentemente, o tratamento será afetado. Uma boa relação,
fugindo da imagem de psicólogo sisudo pode ser o fator determinante para um bom
trabalho na Terapia Cognitivo-Comportamental.

Os pacientes podem variar no grau em que são capazes de desenvolver uma


boa relação terapêutica, já que alguns podem não ir com a sua cara logo no
primeiro encontro, e mesmo com muita dedicação de nossa parte, essa relação
pode não melhorar.

Mesmo assim, ser o mais rogeriano possível, focando no paciente, tomar


decisões colaborativas sobre o tratamento, dar justificativas para as intervenções,
usar autoexposição, realizar boas psicoeducações, pedir feedback durante e no final
das sessões, analisar o progresso do tratamento nas avaliações periódicas e
trabalhar duro para atingir as metas definidas, tudo isso vai ajudar muito no
desenvolvimento e fortalecimento de uma boa relação terapêutica.

Com uma aliança sólida, vocês maximizam o tempo utilizado para ajudar os
pacientes a resolverem os obstáculos do presente e do futuro.

Durante todo o tratamento você desenvolverá a relação terapêutica para


envolver os pacientes de modo que vocês trabalhem efetivamente como uma
equipe. Você usará a relação para fornecer e reforçar as evidências de que as
crenças negativas dos pacientes são imprecisas e que há crenças mais válidas.
Casos mais difíceis como pacientes com transtornos da personalidade, requerem
uma ênfase muito maior na relação terapêutica e em estratégias avançadas para
forjar uma boa aliança de trabalho.

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Princípio nº 3: A TCC monitora continuamente o progresso do paciente. Esse
monitoramento melhora os resultados de maneira significativa já que quando
pacientes e terapeutas recebem feedback sobre como os pacientes estão
progredindo, eles conseguem perceber seu progresso, reconhecer o que estão
fazendo que poderia ser melhorado e o que está dando certo.

Esse processo ajuda no desenvolvimento de um maior bem-estar e na


autopercepção da melhora. Quando pensamos na alta e na melhora de longo prazo,
este processo ajudará o paciente saber o que precisa ser feito para manter seus
sintomas disfuncionais em cheque.

Princípio nº 4: A TCC é culturalmente adaptada e adapta o tratamento ao


indivíduo. É importante falar que a TCC é extremamente flexível. A conceituação, a
estrutura e afins, não são coisas fixas, podendo, e devendo, ser remodeladas
durante todo tratamento com base em novas informações e nos feedbacks do
paciente.

Judith Beck (2021) mesmo nos diz que: “A TCC tende a enfatizar a
racionalidade, o método científico e o individualismo. Pacientes de outras culturas
podem ter valores e preferências diferentes: por exemplo, raciocínio emocional,
graus variados de expressão emocional e coletivismo ou interdependência. Quando
as culturas dos pacientes diferem da sua, você poderá precisar melhorar sua
competência cultural.”

Além da individualidade Cognitiva de cada Paciente, que precisa ser


reconhecida e utilizada para adaptarmos o tratamento em TCC, segundo Judith
Beck (2021): “Pacientes com diferentes origens étnicas e culturais obtêm melhores
resultados quando seus terapeutas reconhecem a relevância das diferenças,
preferências e práticas culturais e étnicas” (Beck, 2016; Smith et al., 2011; Sue et
al., 2009).

Esta consciência é muito importante, visto que muitos de seus pacientes irão
se diferenciar de você em muitos aspectos além da cultura, como etnia, idade,

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gênero, orientação sexual, espiritualidade, religiosidade, condição socioeconômica,
visões políticas e sociais, incapacidades físicas e mentais.

Por conta disso, sempre que identificar essas diferenças, tente avaliar o
quanto isso te afeta, se pode afetar o tratamento, se é necessário você trabalhar na
sua terapia essas coisas (caso as características do paciente acionem algum
preconceito ou viés seu) e antecipe como essas diferenças podem ser relevantes
para o tratamento do paciente.

Princípio nº 5: A TCC enfatiza o positivo. Como psicoterapeuta, você


continuamente auxilia os pacientes a prestarem atenção no positivo. Queremos que
eles se engajem em atividades mais positivas e assim criem experiências nas quais
eles cheguem à conclusão de serem mais capazes do que previamente pensavam e
mais aptos a resolver problemas.

Para que isso aconteça, devemos ajudar os pacientes ativamente a


trabalharem no desenvolvimento de estados de humor e pensamento positivos,
como consequência, eles se envolverão em comportamentos mais positivos e
funcionais.

Aqui, não estou falando de focarmos em pensamentos positivos sem dados


que suportem eles. Estou falando de desenvolver a habilidade de olhar para seus
pensamentos e resgatar a realidade das coisas, que tende a ser uma realidade bem
mais positiva do que os pensamentos disfuncionais do paciente querem que ele
acredite.

Princípio nº 6: A TCC enfatiza a colaboração e a participação ativa do


terapeuta e do paciente. A colaboração ajuda no trabalho de busca das metas do
paciente como um time. Duas cabeças pensando sobre um mesmo problema e
colaborando em possíveis soluções, melhora a eficácia do tratamento e ajuda no
aprendizado do paciente para que ele se torne seu próprio terapeuta.

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Nós temos informações e estratégias que o paciente não possui e ele possui
informações extremamente relevantes para o tratamento. Para juntarmos nosso
conhecimento, a colaboração é essencial. Assim, tanto os terapeutas quanto os
pacientes são ativos nesse processo. Juntos vamos decidir o que trabalhar em cada
sessão e entre as sessões.

Como a própria Judith Beck (2021) nos diz, precisamos inicialmente sermos
mais ativos no início do tratamento, para darmos uma direção inicial de como será o
tratamento e de quais estratégias o paciente pode se engajar na sessão e como
plano de ação. Conforme o paciente vai se familiarizando com a Terapia
Cognitivo-Comportamental, ele consegue então ter mais voz no tratamento.

Princípio nº 7: A TCC é aspiracional, baseada em valores e orientada para os


objetivos. Outro diferencial da TCC é o desenvolvimento de metas de tratamento,
que nada mais são do que o que o paciente gostaria de conseguir com o
tratamento.

As metas ajudam a dar um direcionamento no tratamento, além do sentimento


de conquista e motivação a cada meta conquistada. Ajudam também os pacientes a
verem seus objetivos como algo possível de serem atingidos e os resultados como
algo real.

Juntamente com a definição das metas de tratamento, é importante perguntar


ao paciente sobre seus valores, o que ele valoriza em sua vida, e suas aspirações,
como ele gostaria de ser ou como ele gostaria que sua vida fosse.

Princípio nº 8: A TCC inicialmente enfatiza o presente. A terapia cognitiva tem


seu foco no aqui e agora. Isso ajuda os pacientes a lidarem com seus problemas
atuais e desde sua concepção, tem demonstrado que, com isso, eles
consequentemente melhoram a sua relação com o seu passado e futuro.

O tratamento da maioria dos pacientes envolve o foco nas habilidades que


precisam desenvolver, ou resgatar, para melhorarem seu humor, seus

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comportamentos (evitando consequências negativas) e seu bem-estar geral. Tudo
isso gera uma maior qualidade de vida.

Como a própria Judith Beck (2021) nos confirma: os pacientes que usam
essas habilidades consistentemente (durante e após o tratamento) têm melhores
resultados do que aqueles que não as utilizam, mesmo em face de eventos
estressantes na vida (Vittengl et al., 2019 In Beck ,2021).

Ainda segundo Judith Beck (2021), nós vamos mudar o foco do presente para
o passado em três circunstâncias:

1. Quando o paciente expressa um forte desejo de assim o fazer;

2. Quando o trabalho direcionado para os problemas atuais e aspirações


futuras produz mudança insuficiente; ou

3. Quando você julga que é importante que você e seu paciente entendam
como e quando suas principais ideias disfuncionais e estratégias de enfrentamento
comportamental se originaram e foram mantidas.

Princípio nº 9: A TCC é educativa. Assim como eu sempre quero tornar a


psicologia mais acessível para profissionais e pacientes, a TCC também busca isso.
Ela busca tornar o processo de terapia compreensível. Os pacientes se sentem
muito mais confortáveis e aptos a participarem do processo quando entendem
claramente o que queremos deles, qual o papel deles no processo da terapia,
quando sabem o que esperar do tratamento.

Vamos, então, realizar muitas psicoeducações para ensinar sobre o Modelo


Cognitivo, sobre as Crenças Centrais, Comportamentos de Segurança, os Ciclos de
Manutenção da Dor, sobre cada estratégia que queremos colocar em prática, sobre
a Estrutura do Tratamento e das Sessões, vamos utilizar diversos diagramas,
analogias e metáforas para exemplificar o que precisamos e ainda vamos ensinar
todas as habilidades que ele precisa para melhorar e se manter estável depois do
fim do tratamento.

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Princípio nº 10: A TCC é atenta ao tempo de tratamento. Este princípio eu
deixo a explicação de Judith Beck (2021), que é muito clara: “Costumávamos dizer
que a TCC era uma terapia de curta duração. Muitos pacientes com depressão e
transtornos de ansiedade requerem entre 6 e 16 sessões. Mas o tratamento para
algumas condições precisa ser muito mais longo. Tentamos deixar o tratamento o
mais curto possível, ao mesmo tempo ainda cumprindo nossos objetivos: ajudar os
pacientes a se recuperarem do(s) seu(s) transtorno(s); trabalharem na realização de
suas aspirações, valores e objetivos; resolverem suas questões mais urgentes;
promoverem satisfação e prazer na vida; e aprenderem habilidades para promover
resiliência e evitar recaída. [...] Alguns pacientes precisam de consideravelmente
mais tratamento por um período de tempo mais longo. Algumas vezes esses
pacientes têm vidas caóticas ou enfrentam desafios severos constantes como
pobreza ou violência. Alguns têm transtornos crônicos ou são resistentes ao
tratamento. Outros têm transtornos da personalidade, fazem uso de substâncias,
têm transtorno bipolar, transtornos alimentares ou esquizofrenia. Um ano ou mesmo
dois de terapia podem ser insuficientes. Mesmo depois do término, eles podem
precisar de sessões periódicas ou cursos de tratamento adicionais (em geral mais
curtos).”

Tudo isso que a Judith nos diz deixa claro que, apesar da TCC ter o objetivo
de ser o mais curto possível, aproveitando cada segundo da sessão e sendo bem
ativa no processo para ocasionar a mudança no paciente, não precisamos ficar
bitolados quando um paciente se demonstra um maior desafio para o tratamento,
quando ele apresenta comorbidades e quando ele demora para engajar com o
processo.

Cada paciente é único. Cada um deles possui a sua individualidade cognitiva e


seu tempo de tratamento. Faça o seu melhor, foque em ajudar ao máximo, mas
deixe ele melhorar no seu tempo.

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Princípio nº 11: As sessões de TCC são estruturadas. A estrutura ajuda o
paciente a saber o que esperar de cada sessão de terapia, a focar nas prioridades e
atingir os resultados mais rapidamente. Apesar de haver uma estrutura
recomendada, e que vamos tentar seguir sempre que possível, o terapeuta pode
alterá-la conforme a necessidade do caso. Muitas vezes a estrutura incomoda
demais o paciente ou ele está precisando de intervenções adaptadas que alterem a
estrutura da sessão para um resultado mais efetivo.

Em aulas futuras, falo mais sobre como é a Estrutura das Sessões.

Princípio nº 12: A TCC utiliza a descoberta guiada e ensina os pacientes a


responderem às suas cognições disfuncionais. Durante todo o processo do
tratamento vamos utilizar o Questionamento Socrático para que tenhamos mais
informações para conhecer melhor o paciente e para guiar o paciente a uma
resposta mais funcional de seus pensamentos e comportamentos.

Fazemos perguntas para ajudar na identificação do pensamento disfuncional;


na avaliação desses pensamentos, buscando se eles são verdadeiros, exagerados
ou inúteis; e para ajudar no desenvolvimento das famosas tarefas de casa, ou
planos de ação.

Através da descoberta guiada, vamos evitar afirmar ou tentar convencer os


pacientes de que seus pensamentos ou crenças não são válidos; em vez disso,
ajudamos os pacientes por meio da reestruturação cognitiva, um processo de
avaliação e resposta ao pensamento mal-adaptativo (Beck, 2021).

Em aulas posteriores, falarei sobre a Restruturação Cognitiva e os


Questionamentos Socráticos, por isso, não se preocupe.

Princípio nº 13: A TCC inclui Planos de Ação. Antigamente chamado de tarefa


de casa, o plano de ação é algo definido em sessão para ser feito entre as sessões.
Pode ser um plano para que o paciente teste seus pensamentos, desenvolva novos

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comportamentos, ou hábitos, e/ou coloque em prática as habilidades e conclusões
discutidas e obtidas nas sessões.

Os planos de ação vão ajudar o paciente a se sentir melhor durante a semana


seguinte ao mesmo tempo que ensina habilidades importantes para que ele
eventualmente se torne seu próprio terapeuta.

Segundo Judith Beck (2021), os planos de ação consistem em:

identificar e avaliar pensamentos automáticos que são obstáculos aos


objetivos dos pacientes; implementar soluções para os problemas e obstáculos que
podem surgir na semana seguinte; e/ou praticar habilidades comportamentais
aprendidas na sessão.

Muitas vezes, os planos de ação serão apenas reforçadores de conclusões


tiradas na sessão. Através de um registro simples, vamos escrever tudo o que foi
aprendido e como plano de ação, uma leitura diária desses aprendizados será feita.

Quando falar sobre a Estrutura da Sessão e do Cartão de Enfrentamento, tudo


isso ficará mais claro, já que falarei mais sobre como definir os planos de ação e
como eles funcionam.

Princípio nº 14: A TCC utiliza uma variedade de técnicas para mudar o


pensamento, o humor e o comportamento. Quando trabalhamos com nossos
pacientes, uma coisa que faz grande diferença na nossa capacidade de lidar com
uma grande variedade de problemas é o conhecimento de técnicas e estratégias
variadas.

Ao conhecer uma boa quantidade de estratégias que podem ser utilizadas


durante o tratamento, eu consigo ter um repertório para conseguir lidar com
qualquer parte do ciclo de manutenção da dor do meu paciente ou dos modelos
cognitivos de seus mais variados problemas.

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Mesmo que a maioria das técnicas e estratégias da TCC envolvem as 3
grandes técnicas em alguma capacidade - Questionamento Socrático, Experimentos
Comportamentais e Cartão de enfrentamento - conhecer maneiras diferentes de
questionar, de desenvolver experimentos e de registrar conclusões importantes
pode ajudar você entender ainda mais a importância dessas 3 grandes técnicas e
aumentar a sua capacidade de raciocínio clínico investigativo e estratégico.

Quero alertar aqui sobre essa questão de técnicas e estratégias. Não é porque
pode ser importante conhecer estratégias diferentes, que este deve ser o foco do
psicoterapeuta.

Como sempre falo, as técnicas e estratégias são ferramentas da TCC, não a


base do tratamento. Se não soubermos como o paciente funciona e como lidar com
seu funcionamento, não adianta de nada sabermos um trilhão de técnicas.

Para concluir gostaria de citar a própria Judith Beck (2021) que nos diz: “De
fato, adaptamos estratégias de muitas modalidades psicoterápicas dentro do
contexto da estrutura cognitiva. Por exemplo, dependendo da minha
conceitualização de um paciente, posso usar técnicas da terapia de aceitação e
compromisso, terapia comportamental, psicoterapia focada na compaixão,
psicoterapia centrada na pessoa, psicoterapia psicodinâmica, terapia do esquema
ou outras. Enquanto estiver aprendendo TCC, será difícil para você incorporar uma
variedade mais ampla de intervenções além das que aprenderá neste livro. Sugiro
que você primeiramente domine os aspectos básicos da TCC e depois aprenda
técnicas adicionais para implementar dentro da estrutura de uma conceitualização
cognitiva. À medida que progredir como clínico na TCC, será importante estudar
esses e outros tratamentos baseados em evidências.”

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Crenças Centrais

As Crenças Centrais são os entendimentos mais básicos das pessoas sobre


elas mesmas, sobre o mundo, outras pessoas e o futuro. Quando as pessoas
apresentam condições psicológicas significativas ou sofrimento emocional muito
elevado, suas crenças tendem a ser disfuncionais, negativas, rígidas e
generalizantes.

Essas crenças são formadas durante o nosso desenvolvimento e se formam


baseadas na nossa genética, no modo que nossos pais e familiares levam a vida,
na nossa educação em casa e na escola, na nossa cultura, e no nosso convívio com
outras pessoas como amigos e desconhecidos.

As experiências que vivemos ou deixamos de viver assim como os traumas


que podemos ter durante nosso desenvolvimento ajudam também na formação de
nossas crenças centrais.

São justamente essas crenças que atuam, que geram, nossos pensamentos
sobre uma determinada situação. E por conta disso, podemos ter pessoas reagindo
de maneiras completamente diferentes diante de uma mesma situação.

Apesar de que algumas pessoas possam ter crenças parecidas sobre algo, por
conta de que cada um tem uma história e desenvolvimento únicos, nenhuma pessoa
terá todas as crenças iguais.

As crenças podem causar grande sofrimento para as pessoas. Por conta


disso, nós lidamos com essas crenças desenvolvendo suposições e regras para
viver, para tentar evitar com que a gente entre em contato com a crença ou que as
outras pessoas “descubram a verdade sobre nós”.

Com isso, desenvolvemos estratégias compensatórias (comportamentos) para


diminuir o encontro com essas crenças.

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Se um paciente tem uma crença, por exemplo, de ser um fracasso, ele pode
desenvolver suposições de “Se eu falhar nas minhas tarefas, isso prova que sou
fracassado” e assim desenvolver comportamentos perfeccionistas através de regras
como “tenho de fazer tudo perfeito, assim ninguém saberá que eu sou um
fracassado”.

Outro exemplo:

As crenças, podem ser divididas em 3 categorias ou esquemas: Desamparo,


Desamor e Desvalor.

Quando as pessoas têm crenças de desamparo, elas podem pensar que são
incapazes de conseguir fazer as coisas, incapazes de protegerem a si mesmas
(emocionalmente ou fisicamente) ou incapazes comparadas a outras pessoas.

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“Sou incapaz” “Não tenho jeito” “Não faço nada direito” “Sou vulnerável” “sou
indefeso” “sou fraco” “não tenho controle” “sou um fracasso” “não sou bom como os
outros”

Na crença de desamor, elas acreditam que há algo nelas que dificulta a


habilidade delas de receber amor e intimidade que elas querem das outras pessoas.

“Não me encaixo” “Sou desinteressante” “Não sou amável”

E na crença de desvalor, elas acreditam que são moralmente ruins, que há


algo dentro delas que é simplesmente terrível.

“Sou mal” “Eu não presto” “Sou ruim” “Sou tóxico” “Sou um perigo para os
outros”

Como dito anteriormente, as crenças também podem ser sobre as outras


pessoas, o mundo de maneira em geral e o futuro.

“As mulheres são todas ruins” “o mundo é um lugar muito perigoso e incerto”
“O futuro será muito ruim”

Agora vamos exemplificar pela figura abaixo como em uma mesma situação,
pessoas podem responder de maneiras completamente diferentes:

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Baseado nesse exemplo:

A primeira pessoa tem um comportamento de ligar para outras pessoas para


saber se aconteceu algo com o amigo que cancelou e provavelmente teve os
sintomas fisiológicos da ansiedade como taquicardia e sudorese. A crença dessa
pessoa sobre o mundo é de que o mundo é incerto e perigoso e que sempre que as
pessoas desmarcam compromissos em cima da hora é por que algo sério
aconteceu.

A segunda pode depois de sentir raiva ficar sem falar com o amigo e afetar a
amizade dela. Ela considera que pessoas que fazem isso são sem educação e que
é um desrespeito pois “isso não se faz”.

A terceira estava cansada, mas por ter combinado o jantar, não quis
desmarcar. Não considerou nada ruim sobre a situação, remarcou com o amigo
para outro dia e se sentiu aliviada por poder então descansar.

A quarta tem uma crença de que ela não é muito amável e que os outros não
gostam dela. Assim, quando desmarcam algo, ela “comprova” isso pois “quando as
pessoas desmarcam compromissos é porque não gostam das pessoas que
marcaram”, fica então triste e chora.

Assim, espero que tenha ficado um pouco mais claro como nossas crenças
podem influenciar a maneira que enxergamos as situações e assim causar reações
diversas.

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Ciclos De Manutenção Da Dor

Os ciclos de manutenção da dor podem ser considerados os verdadeiros


responsáveis para que os pacientes se mantenham em seu transtorno ou com sua
dificuldade, no caso, com a sua dor. Eles também fazem com que os pacientes não
atinjam suas metas e reforcem suas crenças disfuncionais sobre eles mesmos, o
mundo, os outros e o futuro.

Quando os pacientes permanecem por muito tempo em ciclos de manutenção


da dor bem rígidos, eles podem acabar até mesmo piorando seus quadros. O mais
clássico que temos é um paciente em um ciclo de manutenção do pânico que pode
acabar desenvolvendo uma Agorafobia.

Eu gosto de falar que o ciclo de manutenção da dor então pode se tornar uma
espiral da piora.

Se soubermos identificar os ciclos de nossos pacientes e trabalhar com eles,


conseguimos cortar o que alimenta o transtorno ou dificuldade do paciente e
prevenir recaídas. Podemos pensar nos ciclos como um meio de levar combustível
ou alimento para uma crença ou pensamento parasita. Quando cortamos o alimento
da crença, ela se enfraquece e fica mais fácil de dar espaço para uma crença mais
funcional. Seria mesmo como deixar um parasita incapaz de receber alimento.
Eventualmente, ele morre.

A identificação e modificação dos ciclos de manutenção é uma parte


importante da terapia da TCC. Um ciclo de manutenção da dor é um padrão
repetido de pensamentos, sentimentos, emoções e ações que tende a se repetir e é
difícil de mudar.

Por exemplo, na depressão, vemos frequentemente um ciclo de humor baixo,


inatividade e pensamentos autocríticos. Um paciente deprimido, cansado e sem
energia, pode negligenciar o trabalho doméstico, por exemplo.

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Por sua vez, isso pode levar à diminuição do humor, pois ele considera seu
ambiente desagradável e desarrumado. Pode também levar a pensamentos
autocríticos sobre ser inútil e patético. Esses pensamentos, por sua vez, podem
diminuir ainda mais seu humor e levá-lo a negligenciar ainda mais tarefas..

Outro paciente com ataques de pânico pode evitar situações sociais e lugares
públicos. Como ele evita mais e mais coisas, ele pode ficar ainda mais assustado,
levando a mais evitações. E como eu disse anteriormente, pode gerar uma
agorafobia, onde o mundo se torna tão perigoso em sua concepção que nem
mesmo sair de casa se torna possível para ele.

Na TCC, paciente e terapeuta trabalham juntos para encontrar maneiras de


quebrar esses ciclos de manutenção da dor. Questionamentos são usados para
colocar em teste as justificativas dos pacientes e Experimentos Comportamentais
são frequentemente usados ​para explorar diferentes maneiras de modificar ações
disfuncionais e inúteis, e mudar os pensamentos que as mantêm.

Já falei sobre os comportamentos de segurança, mas nunca é demais reforçar.


Nos ciclos eles possuem um papel muito importante. Comportamentos de
segurança são comportamentos que nos fazem sentir mais seguros sem nos tornar
mais seguros. Nos sentimos bem na tomada de decisão, mas nos mantemos no
problema e sofremos no futuro.

Eles são frequentemente vistos quando alguém está sofrendo de ansiedade ou


fobia. Por exemplo, uma pessoa com medo de aranhas pode nunca entrar em uma
sala a menos que alguém tenha verificado a presença ou não de aranhas. Uma
pessoa que fica ansiosa dentro de um carro pode manter um aperto firme na parte
inferior do assento.

Alguém com fobia social pode usar certas roupas para esconder possíveis
sinais de ansiedade, enquanto alguém com ansiedade por saúde pode gastar muito
tempo procurando sinais de uma possível doença.

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E com frequência esses comportamentos de segurança resultam em um ciclo
de manutenção, intensificando o medo que eles deveriam reduzir.

O ciclo de manutenção básico da TCC pode ser alterado ou interrompido


fazendo alterações em qualquer parte do ciclo. Podemos alterar a nossa exposição
a eventos que são gatilhos significativos, podemos mudar a maneira como
pensamos ou mudar o que fazemos, E qualquer mudança que fizermos terá impacto
em todo o ciclo.

Com seus pacientes, provavelmente há algo que ele está fazendo que ajuda a
manter o seu ciclo de manutenção da dor funcionando. Peguemos um paciente em
dieta, por exemplo. Ele pode ter dificuldade para cortar seu ciclo de comer em
excesso ou comer porcaria ao sempre se expor a comidas que ele não pode comer
(porque sua mãe faz bolo todo dia, porque ele sempre compra essas comidas, etc.).

Ele pode também ter dificuldade de cortar o ciclo por ter um trabalho muito
cansativo e sempre se convencer que “eu mereço ter momentos de prazer”. E
nesses dois casos ele teria comportamentos de sair da dieta.

Portanto, este comportamento pode gerar uma culpa e ativar a crença de ser
incapaz, incapaz de se controlar e de mudar. Esta crença então gera pensamentos
relacionados que diminuem o humor do paciente. Com o humor baixo ele volta ao
pensamento “eu mereço ter momentos de prazer” e voltar a comer coisas que não
deveria na dieta .

E assim ele vai. Se mantendo cada vez mais firme no seu ciclo de
funcionamento, mantendo a sua dor e podendo piorar as coisas em uma espiral da
piora.

Podemos aprender a aplicar os freios e alterar alguns aspectos desse ciclo


aparentemente sempre repetitivo e de rotação permanente, a fim de pará-lo ou fazer
mudanças positivas para criar um ciclo mais útil, um ciclo de manutenção saudável.

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O que vamos buscar então são cortes nos ciclos de manutenção da dor que
alimentam as crenças disfuncionais do paciente e o desenvolvimento de ciclos de
manutenção saudáveis que estimulam o surgimento e fortalecimento de crenças
mais funcionais. Ao fazermos isso, o paciente mantém seu progresso.

O meio de fazer essas coisas é pelo processo básico da TCC. Identificar os


itens do ciclo de manutenção e trabalhar com cada um que for possível ser
trabalhado. No exemplo do paciente em dieta, podemos ajudá-lo a conversar com a
sua mãe para ela fazer menos guloseimas, podemos ajudá-lo a comprar comidas
mais saudáveis, podemos trabalhar com seus pensamentos disfuncionais, com a
sua regulação emocional e seus comportamentos.

Automaticamente, quando cortamos um ciclo de manutenção da dor, um novo


ciclo de manutenção é formado, ou seja, um mais saudável, assim, vamos estimular
o uso deste novo ciclo. Desde modo, quando estamos buscando desenvolver um
novo comportamento ou modo de pensar e também quando já alcançamos isso e
queremos mantê-los, podemos fazer algumas perguntas para o paciente como:

O que você precisa para continuar fazendo isso, para continuar seguindo seu ciclo
saudável?

O que você pode fazer mais ou começar a fazer?

O que você pode fazer menos ou parar de fazer?

Como você pode se manter pensando de maneira diferente?

O que o lembrará de continuar praticando seu novo ciclo de manutenção saudável?

Quero falar agora sobre alguns ciclos que podemos encontrar em alguns
comportamentos disfuncionais em pacientes agressivos.

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Quando falamos de comportamentos agressivos, a emoção que normalmente
associamos a eles é a Raiva. Nesse sentido, a Raiva se apresenta normalmente em
situações onde temos um senso de injustiça ou quando alguma regra nossa foi
quebrada. Ao mesmo tempo, comportamentos agressivos podem se apresentar por
crenças disfuncionais de como as relações interpessoais funcionam.

Usando isso como base, podemos identificar erros cognitivos imperativos


como “Isso não deveria ser assim”, “Isso não está certo” ou “Ela deveria ter feito
isso ou aquilo”. Além disso, notamos algumas suposições como “Se eu não falar de
maneira agressiva, as pessoas não fazem o que eu quero” - “Se eu não bater nele,
vão achar que sou um trouxa”.

Então, quando pensamos em algum possível ciclo de manutenção da raiva,


podemos pensar em um ciclo que tenta manter essas regras intactas, ou as crenças
protegidas.

Ou seja, para não sofrer internamente, para não demonstrar para mim mesmo
que tudo o que eu penso sobre o mundo, sobre os outros e sobre mim talvez esteja
equivocado, como um mecanismo de defesa a raiva aparece e somos facilmente
levados a nos comportarmos de maneira agressiva.

Um exemplo disso seria um paciente que tenha se sentido traído pelo seu
parceiro. Como a traição traz em muitas pessoas a ideia de estar sendo passado
para trás, de estar sendo trouxa, um possível pensamento automático poderia ser:
Não posso ser feito de trouxa!

Desta maneira, é bem provável que este pensamento que aparece no ciclo da
pessoa raivosa seja já uma regra auto imposta para que ela funcione bem no
mundo.

Portanto, este pensamento de NÃO PODER acontecer isso ou aquilo, gera


uma emoção de raiva e um possível comportamento. Neste caso pode ser dar um
soco na cara de quem cometeu a suposta traição ou do amante, quando isso

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acontece e há alguma forma de vitória, seja a manutenção da honra, seja o outro
cair no chão desacordado, o pensamento seguinte pode ajudar no reforçamento de
seu ciclo.

Nesse caso, um pensamento possível poderia ser “Agora as pessoas vão me


respeitar”. Esse tipo de pensamento traz uma satisfação ao paciente raivoso e
reforça seu pensamento inicial de que ele não pode ser feito de trouxa e por conta
disso, precisa agir dando soco na cara dos outros. Com isso, as chances dele
repetir seus pensamentos, sua raiva e seu comportamento em uma situação futura
parecida, aumentam significativamente.

É provável que você conheça ou tenha conhecido no passado alguém assim,


que até mesmo você seja assim ou tenha um paciente assim. Depois me fala se faz
sentido para você.

Continuando com outro exemplo de uma pessoa presa no ciclo de manutenção


da raiva, podemos imaginar um pai que quer que seu filho guarde um brinquedo que
está no chão da sala. Quando o filho não realiza o que o pai quer rapidamente,
alguma crença aí pode ser ativada. Assim, a regra de que um filho precisa ou tem
que respeitar o pai pode aparecer através de um pensamento automático.

Diante disso, com esse pensamento, a raiva aparece e já podemos imaginar


que o comportamento disfuncional vem logo em seguida. Neste caso, o pai pode
gritar e ameaçar o filho com algumas palmadas ou uma cintada. A probabilidade
disso funcionar algumas vezes é grande, visto que um filho pequeno é um ser bem
menor que o pai e dificilmente tem uma tolerância significativa à dor física.

Suponhamos então que o filho faça o que o pai quer. Com isso, conseguindo o
que ele queria, este pai vai reforçar todo seu sistema de crenças e regras. Ele pode
pensar “Ele vai aprender a me respeitar”, isso gerará uma satisfação naquele
momento e reforçará todo seu ciclo de manutenção da raiva.

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Estes são apenas alguns exemplos que podemos encontrar em pessoas que
se pegam neste ciclo terrível de funcionamento. Terrível porque atrapalha seus
relacionamentos, suas funções e sua saúde mental. Muitas vezes, até a saúde
física, aumentando o nível de estresse consideravelmente e até mesmo se
machucando em um ataque raivoso.

Nesse caso, esse tipo de ciclo ajuda a manter as regras do sujeito e suas
crenças disfuncionais. Em sua concepção, ele conseguiu o que queria por conta de
sua agressividade, logo, esse comportamento funciona.

Você pode ver que a conclusão desses comportamentos, funciona como um


reforçador.

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Como a TCC atua?

Acredito que já tenha ficado claro que a TCC trabalha em cima do Modelo
Cognitivo.

Ela atua em cima das crenças começando pelos pensamentos automáticos


(que são mais flexíveis que as crenças) através de uma Restruturação Cognitiva.
Isso é feito com técnicas cognitivas e comportamentais para se colocar “em teste”
os pensamentos e crenças.

Depois disso, pensamentos alternativos são cogitados e colocados em prática


para a validação deles e seus efeitos – normalmente efeitos mais funcionais.

Muitas vezes, para se lidar com alguns pensamentos e emoções disfuncionais


ou quando um pensamento que por hora pareça disfuncional, mas na verdade se
demonstra verdadeiro, são necessárias técnicas um pouco mais ativas para melhora
sintomática dos problemas e condições.

Quando isso acontece, a TCC entra na Resolução de Problemas, que, ao


contrário da restruturação, não busca a flexibilização dos pensamentos e crenças
per se, mas sim, descobrir uma melhor maneira de lidar com os pensamentos, as
emoções e comportamentos, para diminuir o sofrimento e melhorar a qualidade de
vida.

Isso pode ser feito com auxílio de técnicas comportamentais como mudança
de comportamento, de rotina, do ambiente, técnicas de relaxamento, de regulação
emocional entre outras.

Adquirir uma melhor habilidade de resolução de problemas, pode também


ajudar na flexibilização de algumas crenças e pensamentos. Como por exemplo
crenças de incapacidade.

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Ex: “Não consigo controlar minha ansiedade” – técnica de respiração relaxada
para uma regulação emocional, controlar a ansiedade (resolver um problema).
Assim, entender que isso sim é possível (restruturação cognitiva) – “Eu consigo
controlar minha ansiedade quando faço esse exercício” (Pensamento alternativo)

Podemos então trabalhar em qualquer parte do modelo cognitivo (Situação,


Pensamento, Reações). Temos apenas de tomar cuidado com o trabalho em cima
das Situações (mudança ambiental, evitação, etc.) para não manter ou aumentar os
pensamentos disfuncionais. Isso pode acontecer quando a mudança da situação se
torna um comportamento de segurança. Como já comentado, o controle ambiental é
muito utilizado (de maneira eficiente) para controle de peso. E pode também ajudar
em casos de TDAH e de Procrastinação.

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