Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CBI of Miami
DIREITOS AUTORAIS
Esse material está protegido por leis de direitos autorais. Todos os direitos
sobre ele estão reservados.
Você não tem permissão para vender, distribuir gratuitamente, ou copiar
e reproduzir integral ou parcialmente esse conteúdo em sites, blogs, jornais ou
quaisquer veículos de distribuição e mídia.
Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeito a ações
legais.
2
CBI of Miami
Técnicas Cognitivas em Terapia Cognitivo Comportamental com
Crianças e Adolescentes
Veruska Santos
3
CBI of Miami
durante a sessão. Evite ser didático demais e parecer uma miniaula, lembre-se
do caráter colaborativo que pode e deve acontecer aqui também.
A descoberta guiada para identificarmos pensamentos automáticos é
conduzida pelo terapeuta que faz questionamentos que estimulam e emoção
lembrando aos pacientes que quando a emoção surge é bom sinal para
pensarmos em pensamentos automáticos. É importante ser específico a uma
situação específica e que possa ser lembrada e que essa situação seja recente
e não no passado distante. Evite pular de tópico e mantenha-se em um alinha
de questionamento e um tópico. Aprofunde, explore e pergunte que outros
pensamentos você teve na situação? Vamos tentar nos aprofundar um pouco
mais nisso, ok? Seja empático para entender e imaginar-se na mesma situação.
O Registro de pensamentos é a técnica cognitiva mais utilizada em TCC.
De acordo com muitos autores, somente o fato de ver os pensamentos
registrados em um papel já provoca alguma mudança nas cognições
desadaptativas. O registro pode ser feito logo no início da terapia e em todas as
fases da mesma e pode ser simples apenas com 3 colunas de registro como
situação, pensamento e emoções ou mais elaborado com colunas de erros
cognitivos e respostas alternativas.
A técnica de imagem mental é utilizada quando o paciente apresenta
dificuldade de identificar seus pensamentos automáticos e o terapeuta ajuda o
paciente a recriar na imaginação, abrindo uma tela mental, situações importantes
para entrar em contato com pensamentos e sentimentos que surgiram nessas
situações que o paciente não conseguiu se dar conta. O terapeuta deve
direcionar e usar estímulos sensoriais para recriar a situação. O tom de voz deve
ser incentivador e acolhedor demonstrando segurança e deve explorar o que o
levou para essa situação? O que passava em sua mente enquanto estava ali?
Como estava se sentindo antes da interação começar? O terapeuta deve
fazer perguntas que estimulem a lembrança da situação: Quem estava lá? Como
a outra pessoa apareceu? Como era o lugar? Você se lembra de algum cheiro
ou som? O que você estava vestindo? O que mais consegue se lembrar do
ambiente antes da interação? Conforme o ambiente for sendo descrito o
terapeuta deve fazer perguntas que intensifiquem a imagem e ajude o paciente
a aprofundar mais e acessar os pensamentos automáticos.
4
CBI of Miami
O role-play é uma técnica onde o terapeuta representa o papel de uma
pessoa na vida do paciente como o pai, um amigo, um irmão com o objetivo de
trazer à tona pensamentos automáticos. É importante preservar a relação
terapêutica, portanto, se seu paciente não conseguir entender que você apenas
representa um papel e continua dando apoio a ele, não escolha essa técnica. É
melhor fazer role plays relacionados a situações específicas e preocupações do
aqui e agora e não questões relacionais de longo tempo.
O questionamento socrático é uma técnica muito usada para modificarmos
pensamentos automáticos e é baseado num método criado por Sócrates que
usava uma série de perguntas provocativas para questionar as suposições
subjetivas das pessoas. O objetivo desta técnica é expor as cognições a um
exame lógico produzindo evidências que as conteste e propor uma alternativa
mais racional. De acordo com Edelman (2014) podemos utilizar várias perguntas
socráticas para questionar cognições irracionais:
1) Quais os fatos e quais as minhas percepções subjetivas?
2) Que evidências apoiam minhas percepções?
3) Que evidências contradizem minhas percepções?
4) Estou cometendo algumas distorções de pensamento?
5) Existe outra forma de perceber essa situação?
6
CBI of Miami
A descatastrofização é quando o terapeuta tenta fazer o paciente ver que
suas crenças estão distorcidas pelas previsões de catástrofes e faz o paciente
ver o pior cenário para ajudá-lo a descatastrofizar. O terapeuta pergunta: Qual é
a pior coisa que poderia acontecer se isso for verdade? O que há de terrível em
não ter o que dizer? Você conseguiria aguentar isso por 15 minutos? Em
comparação a outras coisas como ter uma doença séria, como é se sentir
ansioso em relação a isso? O objetivo com as perguntas é ajudar o paciente a
desenvolver a confiança de que eles conseguem enfrentar situações por mais
temidas que sejam.
No ensaio cognitivo o paciente ensaia seus pensamentos e
comportamentos a uma situação estressante. O terapeuta solicita ao paciente
que pense sobre a situação; identifique pensamentos automáticos e
comportamentos; modifique os pensamentos através de uma técnica cognitiva;
ensaie o modo mais adaptativo de pensar e de se comportar; siga em frente
colocando em prática. O treino aumenta a chance de sucesso e de atingirem
seus objetivos.
Os cartões de enfrentamento são lembretes produzidos em terapia para
lembrar aos pacientes instruções que gostariam de dar a si mesmos para ajudá-
los a enfrentar situações estressantes. Os cartões de enfrentamento podem ter
dicas de intervenções, crenças que o paciente deve se lembrar ou imagens/fotos
que sejam importantes para os pacientes e devem ser levados na carteira e
usados em situações gatilho ou estressante para gerar respostas alternativas.
Referências Bibliográficas
7
CBI of Miami