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Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC
Veruska Santos
• Transtorno de acumulação
• Tricotilomania
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sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com
regras que devem ser rigidamente aplicadas.
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Especificar se: com insight bom ou razoável; com insight pobre ou com insight
ausente.
Especificar se: Relacionado a tique: O indivíduo tem história atual ou passada
de um transtorno de Tique (DSM-5).
De acordo com Cordiolli (2008) as obsessões no TOC apresentam as
seguintes características: 1) são intrusivas e invadem a mente contra a vontade
do indivíduo, são difíceis de controlar ou de afastar, especialmente quando muito
graves, são indesejadas e são desagradáveis, causam desconforto, ansiedade
ou medo e se referem a temas como perigo, ameaça ou desastre, e não a
situações prazerosas. 2) As obsessões provocam resistência: induzem o
indivíduo a lutar contra tentar afastar, ignorar, suprimir ou neutralizar, geralmente
sem sucesso. E 3) são egodistônicas: seu conteúdo é indesejado e provoca
desprazer, medo e angústia e pode, ainda, ser estranho ao indivíduo,
contrariando seus valores morais ou seus desejos.
Cordiolli (2008) ressalta alguma compulsões comuns como: lavar as mãos
repetidas vezes para proteger-se de germes ou contaminação; verificações para
afastar dúvidas e incerteza; contar, repetir palavras ou frases, relembrar
repetidamente uma cena; fazer certas coisas um determinado número de vezes
(p. ex., pentear o cabelo diversas vezes para o mesmo lado) para evitar alguma
falha ou desgraça; alinhar os objetos para que fiquem na posição “certa”;
acumular ou armazenar objetos sem utilidade e não conseguir descartá-los;
repetições diversas: tocar, olhar fixamente, bater de leve, raspar, estalar os
dedos ou as articulações, sentar e levantar, entrar e sair de um filme no cinema
ou peça no teatro.
Alguns exemplos de evitações para Cordiolli (2008) são: 1) objetos:
corrimãos, botão do elevador, interruptores, mouse, teclado de computadores,
telefones públicos, dinheiro, toalhas e lençóis de hotel, lixeira; 2) locais ou
situações: banheiros públicos, hospitais, clínicas, cemitérios, bancos de ônibus
ou de praças públicas; 3) pessoas: cumprimentar, olhar, chegar perto ou tocar
certas pessoas (“aidéticas”, que tenham algum ferimento ou curativo aparente,
homossexuais).
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As neutralizações são atos físicos visíveis ou atos mentais cuja função é
neutralizar pensamentos, impulsos ou imagens. Para Cordiolli (2008) alguns
exemplos de neutralizações são: tentar interromper ou afastar pensamentos ou
palavras indesejáveis; procurar se distrair; tentar convencer a si mesmo de que
o pensamento não é verdadeiro; anular um pensamento, imagem ou palavra
“ruins” com um pensamento imagem ou palavra “bons”; argumentar consigo
mesmo; justificar-se ou buscar compensações; repassar diálogos mentalmente
para ter certeza; repassar cenas, sequência de fatos, diálogos, recriminações
(ruminações); tentar obter garantias com as outras pessoas de que não cometeu
um erro ou de que fez a coisa certa; e perguntar.
Estudos de imagens mostram que pessoas com TOC apresentam
atividade cerebral diferente das outras pessoas nas seguintes direções:
comunicação prejudicada entre o córtex órbito frontal (OFC), o núcleo caudado
e o tálamo. O tálamo se torna hiperativo e envia sinais de preocupação
“intermináveis”. Isso explica por que o cérebro do paciente com TOC está
constantemente enxergando o mundo com a lente “do perigo iminente” e, justifica
o fato de um paciente obsessivo-compulsivo precisar repetir ações como verificar
se a porta está fechada (ebook Secad).
A prevalência do TOC é aproximadamente de 2,5% da população em
geral. E de acordo com Miguel et al., 2008, mais de 50% dos pacientes com TOC
tiveram o início dos sintomas na Infância. O TOC acomete intenso sofrimento às
crianças, pois atividades simples do dia a dia, como comer, tomar banho, se
vestir e participar de brincadeiras podem tornar-se muito complexas e difíceis,
fazendo com que a criança sinta vergonha e defectiva ao notar que é diferente
em relação às outras crianças. (Cordiolli, 2008).
Pesquisas mostram que a TCC é muito utilizada para o tratamento do
TOC e que a associação entre Inibidores da Recaptura de Serotonina (ISR) +
Exposição e Prevenção de Resposta (EPR) é melhor que tanto ISR como EPR
sozinhos.
A TCC inicia o tratamento do TOC com a psicoeducação das obsessões
e compulsões e do curso do transtorno e do tratamento. É importante que o
paciente consiga diferenciar e registar em automonitorias, suas obsessões e
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compulsões. As automonitorias podem ser de situações, duração e outras que
consiga oferecer para o paciente o perfil do seu transtorno.
Após a psicoeducação da fisiologia do medo e da ansiedade, o trabalho
cognitivo como erros cognitivos, teste de realidade (confrontar as crenças
disfuncionais), reestruturação e o treinamento em fazer o oposto do que o TOC
nos diz e o treinamento em respiração será fundamental para preparar o paciente
para a exposição e prevenção de respostas.
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A terapia de exposição e prevenção de respostas (EPR) envolve organizar
as exposições para o paciente enfrentar seus medos usando o entendimento
cognitivo e o treinamento em respiração. Na exposição o paciente é colocado
em contato com os objetos ou situações temidas a fim de provocar níveis
crescentes de ansiedade.
Na prevenção de resposta o paciente é estimulado a não iniciar o ritual ou
outras estratégias de redução de ansiedade em resposta ao desconforto gerado
pela exposição a situação temida. O objetivo da EPR é promover a Habituação
que alcançamos quando reduzimos a ansiedade através da manutenção da
exposição.
A exposição inicia-se com itens de baixa intensidade na escala de
hierarquia dos sintomas. A exposição pode ser inicialmente imaginária ou virtual
para depois ser ao vivo.
Na Prevenção de resposta o paciente é encorajado a resistir aos rituais,
treinado para avaliar o nível de ansiedade em intervalos frequentes de acordo
com a escala SUDS, o paciente precisa continuar a exposição até os níveis de
ansiedade diminuir até menos de 50% do pico e repetir o exercício de exposição
quantas vezes for possível na sessão e fora da sessão.
As 10 etapas da Exposição e Prevenção de Respostas proposta por
Cordiolli (2008) são:
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Importante psicoeducar a família para que a mesma não reforce o TOC e
forneça reasseguramento para o paciente fazendo mudanças na organização da
casa, assumindo responsabilidades que seriam do paciente ou mudando hábitos
de ir a lugares, fazer coisas e encontrar pessoas por conta do TOC do familiar.
A prevenção de recaídas envolve identificar as situações gatilho e aplicar
tudo que o paciente aprendeu em relação ao manejo do TOC.
Referências Bibliográficas
MIGUEL, E.; FERRÃO, Y.; ROSÁRIO, M.C.; et al. The Brazilian research
consortium on obsessive-compulsive spectrum disorders: recruitment,
assessment instruments, methods for the development of multicenter
collaborative studies and preliminary results. Revista Brasileira de
Psiquiatria, 30:185-196. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000300003
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