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Paciente com 25 anos, solteira, advogada, mora com os pais. Apresentou dificuldades
escolares na área de exatas, mas tinha bom desempenho em humanas, na faculdade teve bom
desempenho, porém não tinha muitos amigos. Disse que sempre teve problemas com sua
única irmã, pois acredita que ela é a filha preferida pelos pais. Procurou ajuda por iniciativa
própria. No atendimento relatou que se passaram dez anos desde que começou a arrancar
cabelo. E que esses anos todos foram preenchidos com solidão porque ela puxava o cabelo
todos os dias, em média por duas horas, muitas vezes sem perceber seu comportamento. Nos
dias mais difíceis chegava a ficar mais de 6 horas por dia. Disse que arrancar o cabelo era uma
maneira de lidar com seu estresse, quase sempre ligado ao trabalho. Dizia que odiava seu
cabelo e o fato de não ter controle sob suas mãos. Segundo a paciente, vive se perguntando
como Deus pode lhe dar um comportamento tão horrível, já que apresentava falhas de cabelo
na região do escalpo, fato que lhe acarretava um profundo constrangimento e ódio de si
mesma. Tinha a convicção de que era uma aberração, e a única pessoa no universo que
arranca os próprios cabelos. A paciente sentia medo em várias ocasiões, pois pensava que
alguém iria descobrir seu comportamento de arrancar cabelo, embora ela procurasse disfarçar
com penteados, lenços ou toucas. Relatou que na adolescência voltou-se para drogas e o
álcool; essa estrada só levou à depressão e a pensamentos suicidas, sintomas que persistem
até o momento, sem planejamento e tentativa de suicídio até o momento. Disse que não se
lembra de ter tido problemas médicos.
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou
causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. Os sintomas Obsessivo-compulsivo não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância
(p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex.,
preocupações excessivas, como no transtorno de ansiedade generalizada; preocupação com a
aparência, como no transtorno dismórfico corporal; dificuldade de descartar ou se desfazer de
pertences, como no transtorno de acumulação; arrancar os cabelos, como na tricotilomania
[transtorno de arrancar o cabelo]; beliscar a pele, como no transtorno de escoriação [skin-
picking]; estereotipias, como no transtorno de movimento estereotipado; comportamento
alimentar ritualizado, como nos transtornos alimentares; preocupação com substâncias ou jogo,
como nos transtornos relacionados a substâncias e transtornos aditivos; preocupação com ter
uma doença, como no transtorno de ansiedade de doença; impulsos ou fantasias sexuais, como
nos transtornos parafílicos; impulsos, como nos transtornos disruptivos, do controle de impulsos
e da conduta; ruminações de culpa, como no transtorno depressivo maior; inserção de
pensamento ou preocupações delirantes, como nos transtornos do espectro da esquizofrenia e
outros transtornos psicóticos; ou padrões repetitivos de comportamento, como no transtorno do
espectro autista).
4- Que outras condições psiquiátricas fazem parte do espectro da doença e devem ser
investigados, descreva cada transtorno? (Segundo DSM-V – transtornos do espectro
do TOC)
Especificar se:
Com dismorfia muscular: O indivíduo está preocupado com a ideia de que sua estrutura
corporal é muito pequena ou insuficientemente musculosa. O especificador é usado mesmo
que o indivíduo esteja preocupado com outras áreas do corpo, o que com frequência é o
caso.
Especificar se:
Indicar o grau de insight em relação às crenças do transtorno dismórfico corporal (p. ex.,
“Eu pareço feio” ou “Eu pareço deformado”).
Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno
dismórfico corporal são definitivas ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não
ser verdadeiras.
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno dismórfico corporal
são provavelmente verdadeiras.
Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de
que as crenças do transtorno dismórfico corporal são verdadeiras.
Especificar se:
Com aquisição excessiva: Se a dificuldade de descartar os pertences está acompanhada pela
aquisição excessiva de itens que não são necessários ou para os quais não existe espaço
disponível.
Especificar se:
Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças e os comportamentos
relacionados à acumulação (relativos à dificuldade de descartar itens, à obstrução ou à
aquisição excessiva) são problemáticos.
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças e os comportamentos relacionados
à acumulação (relativos à dificuldade de descartar itens, à obstrução ou à aquisição
excessiva) não são problemáticos apesar das evidências em contrário.
Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de
que as crenças e os comportamentos relacionados à acumulação (relativos à dificuldade de
descartar itens, à obstrução ou à aquisição excessiva) não são problemáticos apesar das
evidências em contrário.
D. O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
cocaína) ou a outra condição médica (p. ex., escabiose).
E. O ato de beliscar a pele não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental
(p. ex., delírios ou alucinações táteis em um transtorno psicótico, tentativas de melhorar um
defeito ou falha percebida na aparência no transtorno dismórfico corporal, estereotipias no
transtorno de movimento estereotipado ou intenção de causar danos a si mesmo na autolesão
não suicida).