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Um homem de 21 anos é levado ao setor de emergência pela polícia depois de ter sido
encontrado sentado no meio de uma rua de grande movimento. À guisa de explicação, o
paciente fala: "Foram as vozes que mandaram". Relata que, no último ano, sentiu que "as
pessoas não são quem elas dizem ser". Começou a isolar-se em seu quarto e largou a escola.
Afirma que ouve vozes lhe dizendo para fazer "coisas erradas". Em geral existem 2 ou 3 vozes
falando, e muitas vezes comentam entre si seu comportamento. Nega estar usando drogas ou
álcool, embora relate ter fumado maconha ocasionalmente no passado. Diz que interrompeu o
hábito nos últimos seis meses porque não tem mais dinheiro e que a maconha contribuía para
as vozes. Nega qualquer problema clínico e não está tomando medicamento. No exame do
estado mental, foi observado que o paciente está sujo e desalinhado, com má higiene. Parece
um pouco nervoso no ambiente e caminha em torno da sala de exame, sempre com as costas
voltadas para uma parede. Afirma que seu humor está "OK". Seu afeto é congruente, apesar
de embotado. Sua fala tem velocidade, ritmo e tom normais. Seus processos de pensamento
são tangenciais, e algumas vezes se notam associações desorganizadas. Seu conteúdo de
pensamento é positivo para delírios e alucinações auditivas. Ele nega qualquer ideação suicida
ou homicida.
O suicídio é um fator que contribui para maior mortalidade na idade jovem e a doença
cardiovascular é o fator de maior impacto na mortalidade em fases mais tardias.
Paciente com esquizofrenia apresentam um risco durante a vida de 5%, sobretudo nos
primeiros anos da doença.
Fatores de risco:
o Genética
o Complicações obstétricas
o Infecções pré-natais: gripe asiática, influenza, rubéola
o Abuso de substâncias, principalmente maconha (quanto mais precoce na vida
pior, associado ao THC).
o Migração
o Nascimento no inverno
o Viver no meio urbano
o Trauma na infância
POSITIVOS NEGATIVOS
Alucinações auditivas (mais frequentes) e Embotamento afetivo
visuais
Ideias delirantes paranoide, autorreferentes de Retração social
influência, ou de outra natureza.
Comportamentos bizarros e impulsivos Empobrecimento da linguagem e pensamento
Agitação psicomotora Diminuição da fluência verbal
Ideias bizarras não necessariamente delirantes Dificuldade de iniciar tarefas que exijam o
mínimo possível
Produções linguísticas como neologismo Lentificação psicomotora
Autonegligência
4- Que outras condições devem ser descartadas para fechar o diagnóstico?
Transtornos relacionados a esquizofrenia:
o Esquizotípico: comportamentos excêntricos, alterações do pensamento, e no
afeto, sem que os sintomas característicos da esquizofrenia estejam presentes.
o Esquizoafetivo: simultâneo a esquizofrenia, porém as alucinações estão
presentes por 2 semanas na ausência de sintomas de humor na fase da
doença.
o Delirantes: quadro de delírios persistentes, sistematizados, de longa duração,
na ausência de alucinações proeminentes ou outros sintomas esquizofrênicos.
o Esquizofreniforme: duram menos que 6 meses, porém parecidos com a
esquizofrenia.
o Psicóticos agudos: início abrupto, associados ao estresse e dura menos e 1
mês, com quadro polimorfo.
DSM-5
A. No mínimo dois dos seguintes sintomas, cada qual presentes por uma porção
significativa de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratado com sucesso).
Ao menos um destes deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado ou incoerente (descarrilamentos ou incoerência)
4. Comportamento desorganizado ou catatônico
5. Sintomas negativos (diminuição da expressão emocional ou avolição)
B. Disfunção social/ocupacional: uma porção significativa do tempo desde o início do
transtorno, uma ou mais áreas, tais como trabalho, relações interpessoais ou cuidados
pessoais, relações interpessoais estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes
do início do transtorno (quando o início se dá na infância ou na adolescência,
incapacidade de atingir o nível esperado de realização interpessoal, acadêmica ou
profissional)
C. Sinais contínuos pelo período de 6 meses. Este período deve incluir 1 mês (ou
menos, se tratado com sucesso) de sintomas do critério A, podendo incluir sintomas
prodrômicos ou residuais. Sintomas prodrômicos ou residuais podem incluir sintomas
negativos ou dois ou mais sintomas presentes no critério “A” de forma atenuada (por ex.,
crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns)
D. Transtorno esquizoafetivo ou transtorno de humor depressivo ou bipolar psicótico
devem ser excluídos devido a: (1): nenhum episódio depressivo maior, maníaco ou misto
ocorreu durante a fase ativa (“A”) ; (2) se os episódios de humor ocorreram durante a fase
ativa (sintomas “A”), a duração foi breve com relação à duração dos períodos ativo e
residual
E. O transtorno não pode ser atribuído aos efeitos fisiológicos de substâncias (abuso de
drogas, medicações) ou qualquer outra condição médica. Se existir história de transtorno
do espectro do autismo ou de transtorno de comunicação de início na infância, o
diagnóstico adicional de esquizofrenia pode ser feito somente se houver alucinações ou
delírios proeminentes e se os outros sintomas requeridos para o diagnóstico de
esquizofrenia estiverem presentes há pelo menos um mês (ou menos se tratados com
sucesso)
ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS
Clorpromazina, Trifluoperazina,
Haloperidol Zuclopentixol.
Levomepromazine
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
Aripiprazol - clorpromazina
Olanzapina
Clozapina
Risperidona
Lurasidona
Ziprasidona.
Quetiapina
Os efeitos colaterais mais comuns são boca seca ou constipação e, com menos
frequência, visão turva ou retenção urinária.
Primeira geração trabalha primeiro d2 e depois 5ht, segunda primeiro 5ht e depois d2,
Bons para efeitos positivos, mas não tanto