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Psicoses e variações:

esquizofrenias e psicopatias

Prof. Dr. Eraldo Carlos Batista


2023/1
ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA
• A esquizofrenia é uma doença mental crônica e
incapacitante, que geralmente se manifesta na adolescência
ou início da idade adulta, entre 20 e 30 anos de idade.

• Epidemiologia
• Prevalência: Sua frequência na população em geral é da
ordem de 1 para cada 100 pessoas. No Brasil, estima-se que
há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos. Continue a
leitura e saiba como a esquizofrenia se manifesta e as
formas de conviver com a doença.
ESQUIZOFRENIA

• Incidência: entre 1 e 7 casos novos para 10.000 habitantes


por ano, dependendo do critério diagnóstico adotado na
estimativa.

• Os estudos epidemiológicos realizados no Brasil originam


estimativas de incidência e prevalência compatíveis com as
observadas em outros países.

• Não há consistência de possíveis diferenças na prevalência


da esquizofrenia entre sexos.
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• Epidemiologia
• O começo da doença é mais precoce no homem do que na mulher.

• Casos novos são raros antes da puberdade e depois dos 50 anos.

• As mulheres apresentam um curso mais brando da esquizofrenia e,


portanto, um melhor prognóstico e uma melhor possibilidade de
adaptação social.

• Dados de estudos multicêntricos sugerem que os pacientes de países


menos desenvolvidos apresentam um prognóstico melhor na
esquizofrenia.
ESQUIZOFRENIA
• Psicopatologia
• Psicopatologia
• Sintomas negativos:
• Sintomas positivos:
• Embotamento afetivo
• Alucinações
• Alogia (falta de conteúdo
• Delírios pessoal em discurso ou
• Comportamento bizarro conversa)
• transtorno positivo do • Abulia (indecisão,)
pensamento formal • Anedonia (perda de interesse)
(descarrilhamento, incoerência, • Desatenção.
etc)
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• Psicopatologia

• Desorganização: fala desorganizada, comportamento


desarranjado ou bizarro e afeto incongruente.

• Comprometimento cognitivo: redução da capacidade de


abstração e insight,
• prejuízo das memórias episódica e de trabalho, da fluência
verbal e das funções executivas.
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• Etiologia (causa da doença)


• A esquizofrenia apresenta etiologia multifatorial, envolvendo
fatores genéticos e ambientais ainda não muito conhecidos.

• Modelo de estresse-diátese: uma pessoa somente


desenvolveria a esquizofrenia se houver vulnerabilidade
genética associada a estressores ambientais.
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• Etiologia (causa da doença)

• Distúrbio do neurodesenvolvimento: eventos durante a vida


intra-uterina ou logo após o nascimento interfeririam no
desenvolvimento normal de determinadas estruturas
cerebrais.

• Causa multifatorial
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• Critérios do DSM V:
• Sintomas Característicos: Pelo menos dois dos seguintes,
cada um presente por um espaço significativo de tempo
durante um período de um mês (ou menos, caso tratado
com êxito):
1. Delírios

2. Alucinações

3. Fala desorganizada (ex., descarrilhamento frequente ou


incoerência)
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• Critérios do DSM V:

2. Comportamento totalmente desorganizado ou catatônico

3. sintomas negativos, ou seja, embotamento afetivo, alogia


ou avolição

• (Nota: apenas um sintoma é necessário se os delírios são


bizarros ou as alucinações consistem de uma voz mantendo
um comentário sobre o comportamento ou pensamentos
da pessoa ou duas ou mais vozes conversando entre si).
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• Tipos

• Paranóide: delírios ou alucinações auditivas proeminentes com


relativa preservação do funcionamento cognitivo e do afeto.

• Desorganizado: discurso desorganizado, comportamento


desorganizado e afeto embotado ou inadequado.

• Catatônico: perturbação psicomotora, como imobilidade motora,


atividade motora excessiva, extremo negativismo, mutismo,
peculiaridades dos movimentos voluntários, ecolalia ou
ecopraxia.
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• Tipos
• Indiferenciado: não satisfazem os critérios para os tipos Paranóide,
Desorganizado ou Catatônico.

• Residual: evidências contínuas de perturbação esquizofrênica, na


ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de
sintomas suficientes pra a classificação como um outro tipo de
esquizofrenia.

• O embotamento emocional, retraimento social, comportamento


excêntrico, pensamento ilógico, e leve afrouxamento das
associações são comuns.
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• Diagnóstico Diferencial:

• Anamnese e exame do estado mental

• Excluir psicoses com causas médicas conhecidas: abuso de


substâncias, efeitos colaterais de medicações, transtornos infecciosos,
metabólicos, endócrinos, tumores e epilepsia do lobo temporal.

• Exames: hemograma completo, EAS, enzimas hepáticas, ureia,


creatinina, testes da função tireoidiana, exames sorológicos para sífilis
e HIV, ceruloplasmina sérica (doença deWilson), EEG,TC e RNM de
crânio.
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• Tratamento:

• Tratamento farmacológico

• Intervenções psicossociais: psicoterapia individual, terapia em


grupo, intervenções familiares, psicoeducação, reabilitação
psicossocial, treinamento de habilidades sociais, etc.

• Dispositivos de tratamento: ESF, CAPS, CAPSi, CAPS-AD,


ambulatórios de saúde mental, serviços residenciais
terapêuticos, hospitais psiquiátricos e hospitais gerais.
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• Antipsicóticos
• Ação principal: Iniciar tratamento com antipsicótico de
primeira (haloperidol 5 a 20 mg/dia) ou de segunda geração
(risperidona 2 a 8 mg/dia) por 3 a 8 semanas.

• Se não houver resposta adequada, novo antipsicótico deve ser


tentado por até 8 semanas. Em caso de dificuldade de adesão,
avaliar tratamento de manutenção com Haldol decanoato.
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• Antipsicóticos

• Efeitos Colaterais

• Neurológicos: neurotoxicidade (geralmente por desidratação e


associação com lítio), discinesia tardia, distonia aguda e tardia,
tremor tardio, síndrome neuroléptica maligna, parkinsonismo,
convulsões, sedação, blefaroespasmo, hipotermia, acatisia.

• Hematológicos: eosinofilia, neutropenia, agranulocitose.


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• Antipsicóticos

• Efeitos Colaterais

• Endócrinos: ganho de peso, hiperglicemia, hiperprolactinemia,


amenorreia, ginecomastia.

• Cardiovasculares: hipotensão postural, alterações no ECG (ex:


aumento do intervalo Q-T) - Geralmente é necessário trocar o
antipsicótico ou reduzir sua dose. Na distonia e no
parkinsonismo, podemos associar prometazina ou biperideno.
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• Manejo Clínico

• Contactar profissionais do CAPS ou do NASF para definir os papéis


de cada dispositivo no acompanhamento de cada paciente,
levando em conta a gravidade e as particularidades de cada caso.
Elaborar o projeto terapêutico.

• A frequência das consultas com o médico da equipe deve ser


individualizada de acordo com a gravidade do quadro, o suporte
familiar e o nível de entendimento do transtorno por parte do
doente e seus cuidadores.
ESQUIZOFRENIA
• Manejo Clínico

• Avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso, educar quanto à


necessidade de seguir tomando a medicação de forma correta,
identificar possíveis efeitos adversos das medicações e fazer
pequenos ajustes nas prescrições, caso sejam necessários.

• Promover a reinserção na comunidade dos pacientes com


transtornos mentais graves.
Psicopatias
Psicopatias
• Conceitos

• Psicopatia: é o construto psicológico que descreve um


padrão de comportamento antissocial crônico.

• Psicopatas: define-se por uma procura continua de


gratificação psicológica, sexual, ou impulsos agressivos e da
incapacidade de aprender com os erros do passado.
Psicopatias
• História do conceito:

• Uma das primeiras descrições registradas pela medicina


sobre à ideia de “Personalidade Psicopática” foi a de
Cardamo, professor de medicina da Universidade de Pavia.

• Pablo Zacchia, fundador da Psiquiatria Médico Legal,


Girolano Cardamo descreve as mais notáveis concepções
que logo dariam significação às “Psicopatias” e aos
“Transtornos de Personalidade”.
Psicopatias
• Emil Kraepelin, Psiquiatra Alemão, em 1904 fez a
classificação das doenças mentais e usou o termo
Personalidade Psicopática para referir-se, ao tipo de pessoas
que não são neuróticas, psicóticas e não se incluem no
esquema de mania-depressão, mas que se mantém em
choque contundente com os parâmetros sociais.

• Kurt Schneider, Psiquiatra Alemão, em 1923 descarta no


conjunto classificatório da personalidade alguns atributos:
inteligência, os instintos e sentimentos corporais e valoriza
como elementos distintivos o conjunto dos sentimentos e
valores , das tendências e vontades.
Psicopatias
• Sintomas da Psicopatia:

a) Ausência de culpa
b) Ausência de empatia
c) Narcisismo
d) Mestre da Mentira
e) Manipulação e egoísmo
f) Inteligência
g) Impulsivo
h) Isolamento
Psicopatias

• Sentimento de prazer em níveis mais elevados e, em níveis


reduzidos de tristeza.

• O psicopata sente prazer em enganar e manipular as


pessoas ou até mesmo prazer em cometer atos
sanguinários.

• O psicopata ao se sentir frustrado sente muita raiva, muitas


vezes demonstrando isso através de ataques de fúria.
Psicopatias

• Tratamento:
• Farmacológico: não existe tratamento

• Terapêutico: As terapias tradicionais não tem nenhum


efeito sobre os psicopatas.

• Nesse modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes


pensam e agem estimulando-os a colocar-se no lugar de
suas vítimas.
Psicopatias
• OS PSICOPATAS ESTÃO ENTRE NÓS

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