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ESQUIZOFRÊNIA

► Acomete de 0,2 a 2% da população e sua etiologia é heterogênea,


havendo estudos que defendem participação tanto genética, quanto
do ambiente (Hallak; Chaves; Zuardi, 2011; Louzã Neto; Azevedo;
Macedo, 2006; Salgado, 2008).

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►A esquizofrenia é um distúrbio neurológico que acomete mais de 51
milhões de pessoas em todo o mundo. É caracterizada por delírios,
alucinações, redução do interesse e motivação, reatividade
emocional alterada e comportamento desorganizado.

►Observa-se nos indivíduos com esquizofrenia anormalidades


cerebrais estruturais, a redução da substância cinzenta e o aumento
ventricular; observa-se também no cérebro dos esquizofrênicos
alterações nos núcleos basais, em áreas do lobo frontal, no lobo
occipital, no hipocampo e no sistema límbico.

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►Os estudos demonstram que há um forte componente genético para
a esquizofrenia e, assim, o risco para parentes é consideravelmente
mais alto do que para a população em geral, variando de acordo
com o grau de parentesco (grau da relação genética) com o
indivíduo afetado, sendo maior entre parentes próximos.

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►O risco para um filho de um genitor esquizofrênico é de 13%;
quando ambos os genitores são esquizofrênicos, o risco de sua prole
aumenta para 46%. O risco dos irmãos de uma pessoa afetada é de
9%, mas, quando um dos genitores também é afetado, o risco
aumenta para 17%.

►O mecanismo de herança para a esquizofrenia é complexo;


suspeita-se que não se trata de um distúrbio único, mas de um grupo
de distúrbios que resultam da alteração em vários genes.

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Regiões do cérebro afetadas pela esquizofrenia

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►A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que tem como
características principais alterações na afetividade, comportamento,
vontade, percepção, insight, linguagem, relações interpessoais, vida
escolar, ocupacional, entre outros (American Psychiatric
Associacion, 2014).

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►É caracterizada por um conjunto de comportamentos psicóticos
recorrentes, e que têm como consequência a degeneração gradual
das suas capacidades sociais e funcionais.

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Tipos de Esquizofrenia

►Esquizofrenia Simples
→ Apresenta os seguintes sintomas: emoções erráticas, isolamento
social, quase ausência de relações afetivas, uma mudança
significativa de personalidade, e ainda, depressão.

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Tipos de Esquizofrenia

►Esquizofrenia Paranoide
→Apresenta os seguintes sintomas: ansiedade, propensão a ataques
de fúria e a brigas, e a falsa sensação de que as pessoas que os
rodeia lhe querem fazer mal, a si ou aos seus familiares mais
próximos.

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►Esquizofrenia Desorganizada
→A esquizofrenia desorganizada tem os seguintes sintomas:
comportamento infantil, apatia e ausência de emoção, e dificuldade
de raciocínio e em organizar expressar pensamentos lógicos.

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►Esquizofrenia Catatônica
→A esquizofrenia catatônica tem os seguintes sintomas: músculos e
postura tensa e rígida, apatia física, expressões faciais fora do
normal, caretas, e a quase ausência de resposta às interpelações de
outras pessoas.

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►Esquizofrenia Indiferenciada
→A esquizofrenia indiferenciada pode ter sintomas de alguns dos
outros tipos de esquizofrenia.

►Esquizofrenia Residual
→Como o nome indica, refere-se a pessoas que já tiveram episódios
completos de esquizofrenia, e que agora só mantém alguns dos
sintomas. Refere-se a uma esquizofrenia que já tem muitos anos e
com muitas consequências.

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SINTOMAS

► A esquizofrenia afeta primariamente os processos cognitivos(de


conhecimento), sendo que seus efeitos repercutem também no
comportamento e nas emoções.

►Os sintomas variam de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer


de forma gradual, insidiosa ou manifestar-se de forma instantânea e
explosiva.

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SINTOMAS

►Entre os sintomas mais frequentes estão:

→ Delírios
→ Pensamentos irreais
→ Alucinações
→ Discurso desorganizado
→ Impulsos de agressividade

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SINTOMAS

►Pensamentos ilusórios, sem qualquer base real;


►Dificuldades grandes de atenção e concentração;
►Apatia ou ausência de emoção;
►Isolamento social;
►Pensamentos incoerentes e desordenados;
►Comportamentos pouco habituais, ou mesmo bizarros.

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Diagnóstico

►Para fazer o diagnóstico, o médico realiza uma entrevista com o


paciente e sua família visando obter uma história de sua vida e de
seus sintomas o mais detalhada possível.

►Embora existam evidências de alterações da anatomia cerebral


demonstráveis em exames de neuro-imagem e de metabolismo
cerebral sofisticados como a tomografia computadorizada, a
ressonância magnética, entre outros.

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Tratamento

►Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental


para a indicação do melhor tratamento para cada caso.
►Somente o especialista poderá orientar o paciente em relação aos
procedimentos adequados e ao uso de remédios.

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Tratamento

►As medicações antipsicóticas ou neurolépticos são o tratamento de


escolha para a esquizofrenia.
►Elas atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios),
procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade;
entretanto, não restabelecem completamente o paciente.

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Tratamento

►A medicação controla a crise e ajuda a evitar uma evolução mais


desfavorável da doença. Esse tipo de medicação responde pelo
alívio dos sintomas em 70% dos casos e seus efeitos colaterais
podem ser bem controlados.

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Aspectos neuropsicológicos da esquizofrenia

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►Pacientes esquizofrênicos demonstram alterações no desempenho
em uma grande variedade de testes neuropsicológicos.

►Estima-se que déficits cognitivos podem ser identificados em 40% a


60% dos indivíduos acometidos por essa condição psiquiátrica.

►Vários estudos clínicos sugerem que alterações cognitivas podem


ser observadas desde o início dos sintomas da esquizofrenia.

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►Essas alterações parecem ser características relativamente estáveis
na maioria dos pacientes esquizofrênicos, com pequena progressão
ao longo do curso da doença.

►Ainda assim, alguns autores defendem o argumento de que esses


déficits cognitivos podem evoluir para um direto processo demencial,
pelo menos em certos subgrupos de indivíduos acometidos por essa
condição clínica.

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Funções Cognitivas na Esquizofrenia

►Especialistas (Nuechterleinet et al., 2004) envolvidos com o


desenvolvimento do projeto MATRICS (Measurement and Treatment
Research to Improve Cognition in Schizophrenia) analisaram
estudos, cruzaram informações e propuseram sete dimensões da
cognição que apresentam alterações a serem consideradas na
avaliação neuropsicológica de pacientes com esquizofrenia, a saber
(Ferreira Junior et. al., 2010; Coutinho, Mattos; Abreu, 2010; Malloy-
Diniz et al., 2008; Monteiro; Louzã Neto, 2010):

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►velocidade de processamento: rapidez em que são executadas
tarefas simples que demandam funcionamento dos processos
cognitivos;

►memória e aprendizagem verbal: capacidade de aprender e


recordar informações verbais;

►memória e aprendizagem visual: habilidade de aprender e


recordar informações visuais;

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►raciocínio e resolução de problemas: capacidade de
pensar/raciocinar em atividades novas utilizando conhecimentos
previamente adquiridos;

►memória de trabalho: capacidade de retenção e manipulação de


informações para utilização imediata;

►cognição social: capacidade de identificar, manipular e adequar o


comportamento a um determinado contexto, a partir da detecção de
informações provenientes do ambiente em questão;

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►atenção/vigilância: habilidade de manter a atenção focada em uma
atividade. Características da atenção: Seletividade (capacidade de
focar entre um estímulo e outros concorrentes); Sustentação (manter
a atenção em uma atividade repetitiva sem perder qualidade);
Divisão (focar em estímulos diferentes ao mesmo tempo);
Alternância (capacidade de alternar de um estímulo a outro
sucessivamente); amplitude atencional (habilidade de extensão da
atenção em relação à quantidade de itens que podem ser
processados).

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►As funções cognitivas são as primeiras a apresentarem déficit,
mesmo antes dos sintomas psicóticos aparecerem (Keefe; Eesley,
2013).

►Identificar os prejuízos nessas áreas e o que se encontra preservado


é de fundamental importância para se estruturar um programa de
reabilitação.

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►A reabilitação neuropsicológica deve atuar nos processos cognitivos,
comportamento e perspectiva emocional do paciente, sendo aplicada
com base nas potencialidades do indivíduo e visando desenvolver
estratégias que compensem os comprometimentos apresentados,
bem como prezar pelo desenvolvimento de novas conexões através
dos estudos em neuroplasticidade (Haase; Lacerda, 2004; Pontes;
Hübner, 2008). Depende de uma boa avaliação neuropsicológica
que identifique o que está preservado e o que precisa ser melhorado
de forma a contribuir para a funcionalidade da pessoa em seu
cotidiano e em sua qualidade de vida.

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►A neuroplasticidade (ou plasticidade neural) é um processo no qual
a reabilitação está ancorada e pode ser definida enquanto a
capacidade de desenvolvimento, regeneração e ou modificação das
conexões neuronais em decorrência de uma lesão e ou a partir da
experiência a fim de preservar a funcionalidade do organismo
(Haase; Lacerda, 2004; Muszkat; Mello, 2012).

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►Pode ocorrer durante o desenvolvimento (são moduladas pelas
interações com o ambiente); dependente da experiência (por meio
da aprendizagem, há criação de novas sinapses e modificação das
estruturas cerebrais); após lesão cerebral (reorganização das
conexões pós-dano) e por meio de neurogênese (capacidade de
criação de novos neurônios em determinadas áreas) (Muszkat;
Mello, 2012).

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►A recuperação funcional do indivíduo está relacionada a
mecanismos que favorecem a reorganização dos circuitos pós-lesão
cerebral. Tais mecanismos são (Haase; Lacerda, 2004; Muszkat;
Mello, 2012):

a) diasquise: perda da função de áreas distantes da região lesionada,


podendo ocorrer, inclusive, no hemisfério oposto à lesão. Há um
desequilíbrio nos processos de excitação dos neurônios, havendo
uma depressão funcional;


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b) reorganização funcional: a capacidade de manter um
comportamento adaptativo devido à amplificação de circuitos
neurais;
c) modificação da conectividade sináptica: modificação de neurônios
não afetados a fim de substituir conexões anteriormente realizadas
com outros neurônios próximos ou não;
d) alteração da estimulação sensorial: capacidade de regulação da
excitabilidade e conectividade de um neurônio, mantendo o
equilíbrio;
e) regulação inter-hemisférica: a possibilidade que um hemisfério tem
de equilibrar a função perdida pelo outro.
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