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PSICODIAGNÓSTICO NAS PSICOSES

LEGENDA:

SLIDE

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR /
FALA

ENTENDENDO AS PSICOSES

SLIDE 01

Conceito de Psicoses

“As psicoses consistem em experiências e expressões irreais ou ilógicas,


percebidas como reais e certas pelo indivíduo, mesmo após exaustivas tentativas de
argumentação e esclarecimento. Podem ser de tipo sensorial ou intelectual.” ( HUTZ
2016).

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Tipos de Psicoses

Sensorial: percepção visual, auditiva, tátil, gustativa, proprioceptiva (do próprio


corpo), ou olfativa.

Intelectual: de crenças ou conclusões incorretas, distorcidas ou irreais, que não são


removidas pela argumentação racional.

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”A perspectiva dimensional da psicopatologia das psicoses torna o trabalho do


psicodiagnóstico mais complexo e exige do psicólogo maior exatidão, tanto na
identificação dos sintomas quanto na realização do diagnóstico diferencial”. ( HUTZ
2016).
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Sintomas

Os principais sintomas de psicose são:

● Delírios;
● Alucinações;
● Ouvir vozes;
● Sensação de que outras pessoas estão controlando seus pensamentos ou
ações;
● Ver coisas que não são reais, como estar sendo perseguido ou que alguém
ou algo está tentando pegá-lo;
● Ver as coisas, pessoas ou objetos com formatos que não são reais;
● Discurso desorganizado, saltando entre vários temas de conversa ou
misturando ou repetindo as palavras ou frases;
● Confusão mental;
● Agitação;
● Impulsividade;
● Agressividade e autoagressão;
● Catatonia, em que a pessoa fica imóvel ou rígida, com falta de resposta
verbal, parecendo estar "congelada".
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O poder de polícia frente ao indivíduo com psicoses


SLIDE 7
Quantos Genivaldos são tratados como criminosos, por conta da sua
condição mental?

SLIDE 8

"Se nosso pensamento fica atolado de significados simbólicos distorcidos, pensamentos


ilógicos e interpretações erradas, nos tornamos, de verdade, cegos e surdos."

Aaron Beck

ESPECIFICIDADES DO PSICODIAGNÓSTICO COM PACIENTES PSICÓTICOS


Utilidade da presença do informante - Por se tratar de pacientes que podem
estar com as capacidades de percepção, memória e julgamento prejudicadas, é
importante que ao menos um familiar seja entrevistado e participe do processo. Em
casos mais graves, essa participação pode ser bastante ativa, acompanhando o
paciente nas consultas, atuando como mediador entre ele e o psicólogo.

Manutenção da atenção durante relatos coerentes e não coerentes - As


entrevistas, tanto com o paciente quanto com os familiares, visam a coleta de dados
sobre desenvolvimento, história clínica e de tratamento, presença ou não de
diagnósticos anteriores e principais dificuldades identificadas no momento da
avaliação. Elas são fundamentais como fonte de informação a respeito das
dificuldades apresentadas nas mais diversas áreas e auxiliam na detecção de
possíveis alterações na cognição, na percepção e no julgamento. Os dados das
entrevistas também podem fornecer indícios dos principais aspectos a serem
avaliados e subsidiar a escolha dos testes.

Observação das condições para o psicodiagnóstico - No decorrer do processo,


é importante prestar atenção às condições que o paciente apresenta em cada
consulta, avaliando a presença de instabilidade emocional, que pode ser expressa
por desorganização mental, embotamento, apatia e agressividade, entre outros
sintomas. Também deve-se observar possíveis dificuldades motoras, pois são
comuns e inerentes às psicoses e não somente efeitos colaterais das medicações.

Atenção a sentimentos evocados - é importante atentar às fantasias


inconscientes que surgem durante a avaliação, tanto naquilo que o paciente
transfere para a pessoa do psicólogo quanto nas demandas familiares em relação à
avaliação.

Direito de acesso à informação - O paciente do espectro psicótico, assim como


qualquer outro, tem direito à comunicação dos resultados, como previsto no código
de ética profissional. Nesse momento, é importante observar suas condições de
compreensão, usando vocabulário acessível, com a tradução de termos técnicos e
exemplos, para que a comunicação seja a mais clara possível. Em certas situações,
a entrevista de devolução poderá ser realizada na presença de um familiar, o que
será definido de acordo com a situação.

INSTRUMENTOS DE TRIAGEM

Os testes de triagem são úteis na avaliação de risco e gravidade da psicose, além


de
auxiliarem na identificação de outros quadros associados, como uso de substâncias
e
demências. São rápidos, de fácil aplicação e fornecem dados iniciais que podem
auxiliar na definição de que caminho seguir no psicodiagnóstico.

Risco para psicose - Avaliação Abrangente de Estados Mentais em Risco


(CAARMS)
Trata-se de entrevista semiestruturada que deve ser conduzida por profissional da
saúde mental. Inclui as seguintes subescalas: distúrbios do conteúdo do
pensamento, anormalidades perceptivas, desorganização conceitual, alterações
motoras, concentração e atenção, emoção e afeto, diminuição da energia e baixa
tolerância ao estresse (Yung et al., 2005).

Gravidade da psicose - Escala de Gravidade das Dimensões de Sintomas de


Psicose Avaliada pelo Clínico – DSM-5
Trata-se de instrumento para avaliação dimensional dos sintomas primários da
psicose, incluindo alucinações, delírios, discurso desorganizado, comportamento
psicomotor anormal e sintomas negativos. A escala contém oito itens a serem
preenchidos pelo clínico no momento da avaliação e pode ser reaplicada a
intervalos regulares, a fim de acompanhar as mudanças da gravidade dos sintomas
ao longo do tempo (American Psychiatric Association [APA], 2014).

Uso de substâncias -
O uso de substâncias é bastante prevalente em pacientes psicóticos, sendo o álcool
e a maconha as mais utilizadas.
Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias
(ASSIST)
É um questionário estruturado com oito questões sobre nove classes de substâncias
psicoativas, englobando frequência de uso ao longo da vida e nos últimos três
meses, problemas e prejuízos relacionados ao uso e dificuldades de parar.
(Henrique, De Micheli, R. B. Lacerda, L. A. Lacerda, & Formigoni, 2004).

Demências -
Devido à alta associação entre o diagnóstico de demência e sintomas psicóticos, é
importante o uso de um instrumento que auxilie no diagnóstico diferencial.

Miniexame do Estado Mental (MEEM) - é amplamente utilizado como teste de


rastreio para demências e é validado para a população brasileira. É composto por
diversas questões agrupadas em sete categorias que avaliam funções cognitivas
específicas: orientação para tempo, orientação para local, registro de três palavras,
atenção e cálculo, lembrança das três palavras, linguagem e capacidade construtiva
visual. Apresenta boa consistência interna, alta sensibilidade e especificidade para o
diagnóstico de demência (Almeida, 1998).

Escala de Avaliação Clínica da Demência (CDR) - pode ser utilizada como


instrumento diagnóstico e de avaliação da gravidade de quadros demenciais. É uma
entrevista semiestruturada, validada em português, que engloba seis categorias:
memória, orientação, julgamento ou solução de problemas, relações comunitárias,
atividades no lar ou de lazer e cuidados pessoais. Avalia cognição e
comportamento, bem como a influência das perdas cognitivas no desenvolvimento
de atividades diárias (Montaño & Ramos, 2005).

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