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ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO I – CLÍNICA INFANTO JUVENIL

Supervisora: Profa. Maria Aparecida Meneses Suassuna.


Aluno: Paulo Henrique Girão do Nascimento.

CAMINHA, R. M; CAMINHA, M. G; DUTRA, C. A; A Prática Cognitiva na Infância e


na Adolescência. Novo Hamburgo; Editora Sinopsys, 2017.

Atualização em Treino e Educação Parental – Capítulo 4 (páginas 77 a 95).

“[...] Trabalha com crianças em psicoterapia envolve, necessariamente, os


pais ou cuidadores responsáveis. Para além disso, conquistar mudanças que se
manterão em longo prazo depende, em maior extensão, dos adultos que passam a
maior parte do tempo com as crianças e adolescentes, do que com os terapeutas. A
escola, a família extensa, profissionais que lidam com a criança e outras instituições
frequentadas por ela devem se fazer presentes no processo psicoterápico para que
alterações significativas em comportamento, emoções e cognição se façam
possíveis.” (p. 77).
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“...as figuras parentais desempenham forte influência na construção dos
vínculos afetivos, autoestima e autoconceito de crianças e adolescentes. Falhas das
condutas parentais em relação ao cuidado com as crianças podem causar danos,
comprometimento a saúde mental infantil e desencadeando graves problemas de
comportamento (Coelho & Murta, 2007; Dessen & Polonia, 2007; Lobo, Flach &
Andreatta, 2011; Petersen & Weiner, 2011; Ramos et al., 2016).” (p. 78).
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“...ao longo da história, a família apresenta-se como uma unidade dinâmica
que se reestrutura em novos arranjos e sentidos que tendem a ser influenciados
pelas transformações tecnológicas, sociais e econômicas de cada período (Dessen
& Polonia, 2007; Hoffmann et al., 2005).” (p. 78).
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“Conforme Pinheiro (2206a), o estilo de educação e como se configuram a
interação entre pais e filhos contribuem como fatores de promoção de resiliência ou
vulnerabilidade. Além disso, os fatores de risco para crianças e adolescentes estão
associados a situações de pobreza, adversidade crônica, exposição constante ao
estresse e ao ambiente agressivo (Carvalho, 2014; Delvan, Becker & Braun, 2010;
Maya & Williams, 2005; Pinheiro, 2006). Em seu estudo, Polleto e Koller (2006)
pontuam que o risco apresenta-se como um processo facilitador de transtornos
psicológicos ou doenças, dependendo de sua severidade, duração, frequência ou
intensidade. Dentro do quadro de fatores de risco associados ao desenvolvimento e
aprendizagem infantil estão presentes todos os tipos de violência (física, sexual,
psicológica, negligência, etc.). Tais violências produzem efeitos negativos
significativos no indivíduo, podendo afetar as áreas cognitivas, de linguagem,
desempenho escolar e socioemocional.” (p.79).
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“Segundo a OMS (WHO, 2015), os programas preventivos ajudam na redução
ou eliminação de transtornos mentais e devem ser realizados por meio de
intervenções precoces na saúde mental das crianças e dos adolescentes, na
realização de trabalhos com familiares e na integração de serviços especializados e
escolas. Para implementação dos programas, é relevante que as intervenções sejam
adequadas para cada fase do desenvolvimento da criança.” (p. 61).
Dada a importância da prevenção para a prevalência dos transtornos mentais
na infância, é preciso que o profissional de psicologia tenha domínio das fases do
desenvolvimento infantil, a fim de aplicar as intervenções adequadas à cada etapa,
bem como contar envolver família, escola e equipamentos de saúde à sua
disposição.
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“...a forma como se lida com as emoções está diretamente relacionada com o
desenvolvimento de psicopatologias e, no polo oposto, de bem estar. As emoções
são primitivas e tem um papel adaptativo na sobrevivência da espécie, sua função
primária é despertar reações rápidas para o indivíduo lidar com encontros
interpessoais, e tais reações serão baseadas em experiências que foram
adaptativas no passado do indivíduo e de sua espécie (Ekman, 1999). Assim,
entende-se que as emoções são fundamentais para a sobrevivência e sua função
está diretamente ligada com a forma como se desenvolvem as relações já que sua
função é promover a interação do indivíduo com o ambiente.” (p.62).
As psicopatologias são melhores compreendidas quando se consegue
entender melhor as emoções, tendo em vista a relação direta que estas tem com o
desenvolvimento daquelas e também com o bem-estar dos sujeitos. Assim sendo, é
importante que os profissionais de psicologia trabalhem de forma eficaz com as
crianças suas reações emocionais, uma vez que elas serão a base para as relações
interpessoais, produzindo respostas mais adaptativas aos outros e ao meio onde
estão inseridas.
“...entende-se que é necessário o desenvolvimento emocional acontecer nos
primeiros anos de vida da criança, pois quanto mais cedo entenderem o significado
das emoções mais facilmente terão a capacidade de identificar, reconhecer e
entender estados emocionais internos, desenvolver a empatia e a autoconfiança,
bem como regular as suas emoções e estabelecer relações satisfatórias com os
outros (National Scientific Council on the Developing Child, 2004). (p. 62 e 63).
O desenvolvimento emocional – capacidade de identificar, entender e modular
as emoções deve acontecer desde a mais tenra idade, a fim de que as crianças
possam desenvolver habilidades sociais que lhe permitirão desfrutar de
relacionamentos mais saudáveis.
“Pais e cuidadores devem ser capazes de prover cuidado e apoio emocional
aos recém-nascidos, ajuda-los a desenvolver a capacidade de manejar suas
emoções; dando e aceitando amor, mostrando confiança e segurança, ensinando a
serem persistentes, a como acalmar-se após eventos estressantes, a como lidar
com certas frustrações; favorecendo, dessa maneira, a habilidade crítica e social,
possibilitando a criança a compreender e aprender sobre suas emoções, a ter uma
vida mais produtiva e a funcionar de forma saudável e feliz (National Health Start
Associantion [NHSA], 2012” (p. 63).
Destaca-se nesse trecho a importância fundamental dos pais e cuidadores na
regulação emocional das crianças, desde recém-nascidas. As psicólogas e
psicólogos devem ter em suas intervenções este público para maior adesão da
criança ao tratamento.
“Para Goleman (2007), a IE consiste no desenvolvimento da automotivação e
do exercício da empatia. O autor afirma que a empatia é alimentada pelo
autoconhecimento, ou seja, quanto mais conscientes estivermos das nossas
emoções mais facilmente entenderemos os sentimentos do outro.” [...] Pessoas com
altos níveis de IE tendem a ser mais capazes de gerir conflitos e serem bem-
sucedidas ao lidar com as pressões e exigências externas, apresentando níveis
baixos de impulsividade e uma menor tendência a desenvolver comportamentos
agressivos; também possuem menos ansiedade, estresse, tristeza e pensamentos
ruminativos (Serrat, 2009). [...] Por consequência, crianças que compreendem
melhor as emoções de seus colegas respondem a elas apropriadamente e, assim,
são mais bem quistas pelos seus pares (Denhan, 1998). São crianças mais hábeis
socialmente. (p. 64).
Quando a criança aprende a conhecer suas emoções e manejá-las, a
possibilidade de ser empática com outras aumenta.

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