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FACULDADE SANTA MARIA

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA


PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL

JULIANA KELLY RODRIGUES


MARCELO JOSÉ VALENTIM ARNAUT DE CARVALHO
PAULO HENRIQUE GIRÃO DO NASCIMENTO

TRABALHANDO A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO DA


EDUCAÇÃO REMOTA: Demandas e Potencialidades

CAJAZEIRAS - PB
2021
JULIANA KELLY RODRIGUES
MARCELO JOSÉ VALENTIM ARNAUT DE CARVALHO
PAULO HENRIQUE GIRÃO DO NASCIMENTO

TRABALHANDO A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO DA


EDUCAÇÃO REMOTA: Demandas e Potencialidades

Projeto de Intervenção apresentado à Escola


Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Dom Moisés Coelho pelos graduandos do
curso de Psicologia da Faculdade Santa
Maria.

Área de Concentração: Psicologia Escolar e


Educacional

Orientadora: Ma. Fernanda Lúcia Pereira


Costa.
Monitor: Abraão Gomes Pereira Lira

CAJAZEIRAS - PB
2021
RESUMO

Neste momento tão atípico em que enfrentamos inseguranças, incertezas e emoções


conflitantes que muitas vezes nos levam a desmotivação frente às demandas do dia
a dia. Dessa forma, este projeto objetiva refletir sobre as influências da motivação na
aprendizagem, suas demandas e implicações no ensino remoto com alunos do ensino
médio. O projeto é problematizado ampliando a concepção da motivação e a sua
importância na aprendizagem dos alunos do ensino médio Assim, no atual momento
onde a pandemia da Covid-19 vem agravar ainda mais a situação, uma orientação
acerca de como lidar com as emoções e a desmotivação se faz necessária. O intuito
do presente projeto de intervenção é mediar reflexões a respeito da motivação e sua
importância na aprendizagem por meio de rodas de conversa, facilitando assim a
vivência e aprendizado dos alunos neste momento tão singular. A intervenção será
aplicada em dois encontros, numa escola de Ensino Médio da cidade de
Cajazeiras/PB com uma turma do 2ºano, onde em cada encontro será trabalhado com
variações de conteúdos e explanação de temas, como também o uso de dinâmicas e
plataformas virtuais para interação mais dinâmica. Com essa intervenção, estima-se
obter êxito quanto à execução do tema e despertar entusiasmo e uma auto
capacitação para trabalhar e manter a motivação interior.

Palavras-chave: Motivação; Emoções; Intervenção; Aprendizado.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
2 OBJETIVOS .............................................................................................. 5
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 5

3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 6


3.1 DEMANDAS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL NO SÉCULO XXI ................ 6

3.2 EM QUE CONSISTE A APRENDIZAGEM.............................................. 6

3.3 APRENDIZAGEM NA ADOLESCÊNCIA ................................................ 7

3.4 PAPEL DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM E NAS EMOÇÕES ...... 8

4 METODOLOGIA ..................................................................................... 11
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ............................................... 11

4.2 PÚBLICO ALVO ................................................................................... 11

4.3 INSTRUMENTOS ................................................................................. 11

4.4 DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO ........................................................ 12

4.4.1 Primeiro encontro ............................................................................ 12


4.4.2 Segundo encontro ........................................................................... 13
4.4 CRONOGRAMA................................................................................... 14

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 15
ANEXOS .................................................................................................... 17
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1 INTRODUÇÃO

Etimologicamente, a palavra motivação viria do latim movere, mover. Em


psicologia a motivação refere-se ao comportamento do indivíduo. Para Todorov e
Moreira (2013), o conceito de motivação é abordado de maneiras diferentes e por
vezes contraditórias. Os autores destacam que:

“Um motivo é um desejo ardente que impulsiona o ser à ação”; “A motivação está
intrinsecamente relacionada aos desejos e impulsos humanos”; “Os impulsos estão
intrinsecamente relacionados à motivação e desejos humanos”; “Motivação pode ser
entendida como um motivo que leva o indivíduo à ação”; “Motivação é uma força que aciona
e direciona o comportamento.” (TODOROV e MOREIRA, 2013, p. 124)

Na obra Motivação Humana, Vernon (1973) destaca que a motivação é


encarada como uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as
nossas ações mais importantes. Para o autor, a motivação é uma experiência interna,
não há como estudá-la diretamente.
A origem histórica da motivação, segundo Todorov e Moreira (2013) apud
Birney e Teevan (1962), surgiu de três fontes: psicoterapia, psicometria e teorias da
aprendizagem. Na psicoterapia, o importante era o alívio dos desconfortos e o
equilíbrio das forças psíquicas (motivação). Na psicometria, o valor era dado aos
testes psicológicos de aptidões, dessa forma, foram desenvolvidos os testes de
motivação. E por fim, os autores conceituam a terceira origem histórica da motivação,
as teorias da aprendizagem. Os diversos problemas na educação levaram estudiosos
a buscarem as variáveis motivacionais que levavam os estudantes a estarem
desmotivados. Assim, os principais teóricos da aprendizagem estudaram as variáveis
motivacionais na memória e na aprendizagem.
As teorias da aprendizagem na psicologia e na educação buscam
compreender os atos envolvidos no ensinar e aprender, com o intuito de explicar como
se dá o desenvolvimento do processo de aprendizagem nos indivíduos (TODOROV e
MOREIRA, 2013). O intuito deste projeto, é contextualizar a importância da motivação
no aprendizado dos alunos no contexto da educação remota, pois diante de todo o
estudo entendemos que a motivação é fator importante para que o aprendizado
aconteça.
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Cabe ao professor ser mediador no processo de ensino aprendizagem,


desenvolvendo habilidades e competências que propiciem a motivação entre os
alunos.
Nesse contexto, o projeto será desenvolvido em uma escola de ensino médio,
localizada na cidade de Cajazeiras/PB, sendo o público alvo alunos do 2° ano
vespertino. Com essa extensão, nosso intento é suscitar reflexões sobre si mesmo e
sobre a importância da motivação na aprendizagem. Assim, propomos, um processo
de acolhimento, numa perspectiva de reflexão a respeito dos aspectos
desmotivadores do ensino remoto, estabelecendo uma ressignificação de um olhar
para a realidade e da importância do que estão fazendo na escola e ressaltar pontos
positivos do ensino remoto, a fim de que, a partir disso, aliado às informações e
debates sobre motivação, seja dado condições para uma maior assertividade nos
caminhos que percorrerão para o desenvolvimento da aprendizagem.
Essa ação proporciona ao grupo mediador uma oportunidade de colocar em
prática conteúdos aprendidos em sala de aula. Assim, espera-se com esse projeto,
contribuir com a escola, amenizando a angústia nesse processo de ensino remoto,
muitas vezes causada pelo desconforto de estarem distantes, e dessa forma, havendo
um acréscimo da desmotivação nos estudos. Além disso, intencionamos contribuir
para a propagação da Psicologia, enquanto ciência e profissão, refletindo sua
responsabilidade social.
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Trabalhar a motivação, suas demandas e implicações no ensino remoto com


alunos do ensino médio.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Proporcionar um ambiente de conscientização e diálogo sobre aspectos


desmotivadores, como também por a importância da motivação;
● Trabalhar dinâmicas levando os alunos a refletirem a respeito de como
desenvolver e manter a motivação no momento do estudo.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 DEMANDAS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL NO SÉCULO XXI

O século XXI trouxe novos desafios para a escola de educação básica. Visando
um lugar de excelência no cumprimento do seu papel de educadora e fomentadora da
aprendizagem, a escola deve trazer na sua proposta conhecimentos de artes,
linguagem, ciência e tecnologia. Uma vez que há um longo percurso de 12 anos
previsto por lei, que vai do Ensino Fundamental I e II até o Ensino Médio, sem contar
com a educação infantil, observa-se que muitos adolescentes e jovens não concluem
o terceiro ano do Ensino Médio, tendo como principal fator dessa evasão escolar a
motivação pessoal e o ensino não atrativo (CAFÉ; SELUCHINESK, 2020).
Diante do aparecimento do novo Coronavírus (SARS CoV-2) no final de 2019,
com transmissão em larga escala pelo mundo, levou a OMS (Organização Mundial de
Saúde) a declarar o estado de Pandemia global em 30 de janeiro de 2020. Diante
desse quadro, o Ministério da Educação (MEC), por meio do Conselho Nacional de
Educação (CNE), adotou medidas de emergência para que a educação não fosse
mais um veículo de transmissão do patógeno, com a finalidade de resguardar a vida
e a integridade dos alunos. A medida mais drástica adotada foi a suspensão das
atividades presenciais e a regulamentação da modalidade de ensino remoto durante
a Pandemia (CAFÉ; SELUCHINESK, 2020).
O papel da escola está para além de ser mediadora de conhecimentos
conceituais com fins avaliativos. No que diz respeito à formação de um sujeito de
direito e cidadão, faz-se necessária a sua interação com o ambiente a partir da
diversidade, tanto de pessoas quanto de culturas, bem como de objetivos e
habilidades cognitivas. Nesse contexto, a escola é desafiada a proporcionar aos seus
alunos um aprendizado contínuo, perpassando a sala de aula, a fim de que ele seja
estimulado e incentivado à autonomia com vistas a construção do seu próprio
conhecimento (OLIVEIRA; SILVA, 2016).

3.2 EM QUE CONSISTE A APRENDIZAGEM

Amparado no fato de que tudo o que aprendemos e sabemos, todas as


informações e sapiências que são adquiridas vêm das experiências vividas pelo
sujeito, o termo aprendizagem surgiu do perscrutar empirista em psicologia. Os dados
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coletados pelos órgãos dos sentidos e decodificados, vindo assim a se converter em


conhecimento, são nada mais do que uma afirmação da primazia absoluta do
indivíduo reforçando o pressuposto da “folha em branco” posteriormente preenchida
de forma sensorial. O conhecimento se forma a partir da retenção dos acontecimentos,
armazenado na memória como uma réplica simplista da realidade (GIUSTA, 2013).
Fazendo uma analogia à construção civil, a edificação de um gigantesco prédio,
aprender é um ininterrupto assentamento de tijolos sem fim, onde quanto mais vai se
agregando materiais, mais forte e sólido se torna o aprendizado (PIAGET, 1990).
Aprender é um momento ímpar, ninguém pode aprender por outra pessoa,
sendo de única responsabilidade do indivíduo, já que é uma modificação particular do
comportamento e percepção que se estabelece através do treino e da reflexão
(Campos, 1987). No geral Campos (1979) resume aprendizagem da seguinte forma:

A aprendizagem envolve o uso e o desenvolvimento de todos os poderes, capacidades,


potencialidades do homem, tanto físicas, quanto mentais e afetivas, isto significa que
aprendizagem não pode ser considerada somente como um processo de memorização ou
que emprega apenas o conjunto das funções mentais ou unicamente os elementos físicos ou
emocionais, pois todos estes são aspectos necessários (CAMPOS, 1979, p.33).

3.3 APRENDIZAGEM NA ADOLESCÊNCIA

Tendo uma relação direta com a compreensão, tem sido a ansiedade


pesquisada especificamente por sua apresentação afetivo-emocional nos sujeitos
acometidos com elevados índices ansiosos, atacando diretamente e de forma
agressiva o desempenho escolar. Agindo principalmente nas capacidades perceptivas
e habilidades de recordar, resulta em distorções negativas da autoimagem,
interferindo no avanço produtivo do indivíduo inserindo-o em um estado defensivo e
resistente à aprendizagem e dificuldades de considerar outros pontos de vista que não
os seus (LOOS, 2004).
Lima (2005) retrata a atenção como um outro fator de relevância para aquisição
do aprendizado, já que capacita o sujeito na dinâmica do contato com o ambiente e
estrutura de forma sistemática os processos mentais.
Responsável pela etapa de análise dos dados, o sistema sensorial é o primeiro
a receber os estímulos vindos do exterior. Nesse quesito, para que seja possível
separar o que realmente é relevante do que não é, entra em ação o processo de
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atenção responsável por ajudar o cérebro nesse momento crucial para o aprendizado
ao fazer a separação (LENT, 2010).
De acordo com Lent (2010) podem ser considerados aceitáveis a ansiedade
juntamente com o estresse, desde que não sejam capazes de causar desgostos,
angústias e aflições. Agindo de forma negativa e prejudicial, o estresse pode causar
sérios problemas como interferir na capacidade produtiva no indivíduo, trazer cansaço
mental, estafa física e problemas de raciocínio e memória. (LIMA et al, 2019). De
acordo com Sadir et al (2010) várias são as causas do estresse:

O stress emocional tem várias etiologias, podendo se desenvolver devido à


necessidade da pessoa de lidar com fatores externos ao organismo capazes
de criar tensões patológicas. Pode também se desenvolver frente a condições
internas capazes de atuar como geradoras de estados tensionais
significativos. As fontes internas incluem a ansiedade, o pessimismo, os
pensamentos disfuncionais, o padrão de comportamentos de pressa, a
competição, a falta de assertividade, entre outros, capazes de gerar um
estado de tensão com consequências físicas e psicológicas (apud Lazarus,
1995).

3.4 PAPEL DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM E NAS EMOÇÕES

Segundo Bzuneck (2009, p. 9) “motivação, ou motivo, é aquilo que move uma


pessoa ou que põe em ação ou a faz mudar de curso. A motivação tem sido entendida
ora como um fator psicológico, ou conjunto de fatores, ora como um processo.”
De acordo com Pansera e colaboradores (2015), a motivação é uma força que
dá origem, regula e mantém as ações dos sujeitos. Por ser considerada complexa e
multifacetada, ela influencia uma atividade desde o seu início, favorecendo a sua
manutenção ao longo do tempo através da persistência. Apesar disso, não pode ser
caracterizada como um traço estável do comportamento humano, pois ela sofre
alterações tanto em função do ambiente como das características de cada indivíduo.
Existem dois tipos de motivação mais amplamente usados no contexto da
aprendizagem escolar, são elas: motivação extrínseca e motivação intrínseca. Sobre
ambas, Engelmann (2010, p. 45), afirma:

A motivação intrínseca tem sido associada diretamente aos construtos de competência,


autodeterminação e autonomia, enquanto que a motivação extrínseca articula-se com a
performance com vistas a uma recompensa fornecida por um agente externo (ENGELMANN,
2010, P. 45).
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A motivação intrínseca refere-se à execução de tarefas pelo prazer que estas


podem proporcionar ao sujeito, sem haver a necessidade de pressões externas e
recompensas, sendo que a busca pela atividade é por si só interessante e satisfatória.
Já a motivação extrínseca é fundamentada no reconhecimento externo, na
necessidade de promoção, sem muito interesse na aprendizagem (PANSERA et al.,
2010).
De acordo com Fernandes e Lemos (2020), os estudantes orientados pela
motivação intrínseca são mais voltados ao aperfeiçoamento individual com vistas ao
aprendizado real e utilizam de forma mais eficaz as estratégias que viabilizem a
aquisição do conhecimento. Já os que são motivados extrinsecamente focam na
realização da tarefa como um fim em si mesmo visando a performance e que lhes
proporcionem destaque perante o grupo, sendo afetados diretamente pelo insucesso,
podendo até mesmo desenvolver comportamentos negativos.
A motivação no processo de aquisição da aprendizagem tem sido alvo de
muitas pesquisas, tanto nas áreas de saúde quanto da educação, exatamente por esta
exercer influência significativa no rendimento escolar e acadêmico. Ela está
relacionada a fatores individuais e ambientais, sendo de suma importância a sua
compreensão no que tange ao movimento do sujeito à realização de tarefas, seja por
conta própria ou por necessidade, por estimulação interna ou externa (FERNANDES
e LEMOS, 2020).
Bzuneck (2009, p. 24) afirma que “os alunos precisam ser motivados para
tarefas significativas, desafiadoras, mesmo que sejam árduas, não prazerosas,
exigentes e sob cobrança externa.”
Lourenço e Paiva (2010) afirmam que o interesse pelos aspectos motivacionais
na aprendizagem são recentes. Segundo eles, as teorias mais antigas que tratam
dessa relação apontavam para a motivação como pré-condição da aprendizagem. Em
pesquisas recentes observa-se uma reciprocidade, onde tanto a motivação interfere
no processo de aprendizagem quanto a aprendizagem potencializa a motivação.
Para Neves e Boruchovitch (2004), a motivação impulsiona o aluno ao estudo,
às atividades e o mantém neles. Recursos pessoais tais como: tempo, energia,
talentos, conhecimentos e habilidades são investidos na atividade escolhida pelo
aluno, podendo ser mantidos caso estejam atuando os fatores motivacionais.
No progresso de ensino-aprendizagem, dentro do contexto acadêmico, a
motivação tem consequências diretas na qualidade do envolvimento do aluno. Por se
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tratar de um importante desafio para se defrontar, um estudante motivado evidencia


seu interesse envolvendo com as etapas da aprendizagem, ansiando por novos meios
de se superar, participando com entusiasmo de deveres e buscando novos
aprendizados e possibilidades (ALCARÁ e GUIMARÃES, 2007, p. 177-178).
Afonso e Almeida (2010), pontuam algumas importantes considerações a
respeito da motivação para a aprendizagem:

Contudo, quando se considera a motivação para a aprendizagem é necessário ter em conta


as características do contexto escolar. Genericamente, as tarefas e atividades vivenciadas na
escola estão associadas a processos cognitivos, nomeadamente com a capacidade de
atenção, de concentração, de processamento de informações, de raciocínios e de resolução
de problemas (Afonso e Almeida, 2010, p. 2).

Até aqui, vimos o quanto a motivação é importante no processo de


aprendizagem, mas além da motivação, temos também as emoções que levam o
indivíduo a estar ou não motivado para determinadas atividades e assim conseguir
desenvolver ou não um aprendizado significativo. Sabe-se que as emoções oriundas
do fazer escolar fazem parte dos processos, bem como de todas as etapas da
motivação e aprendizagem, e que, por sua vez, não são meras consequências.
Os resultados dessa atividade, tais como emoções negativas e dificultosas, não
podem ser evitados, muito menos impedidos de vir à tona, visto que é impossível evitar
que os discentes experienciem tribulações, insucessos e problemas oriundos do
período letivo. Dessa forma, percebe-se que a maneira de enxergar e julgar abre
espaço para que as emoções negativas ajam e ganhem território rapidamente
causando enormes desajustes (PERKRUN et al., 2002).
Segundo Cunha e Carrilho (2005), questões pessoais podem interferir na
motivação para aprender, principalmente dificuldades de aprendizagem, entre outras
encontradas no contexto acadêmico.
Segundo Scherer (2009) sendo uma atividade em crescimento constante, a
emoção tem como fundamento um parecer pessoal de consideráveis acontecimentos.
Bzuneck (2018) explana sobre a importância crítica das emoções, ressaltando que as
emoções têm importância crítica para o desenvolvimento cognitivo, para a motivação
e para a aprendizagem autorregulada, como também para o desempenho. Para o
autor, as emoções positivas sempre estão relacionadas com o desempenho
acadêmico.
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4 METODOLOGIA

Este projeto de intervenção é uma proposta do componente curricular:


Psicologia Escolar e Educacional para ser aplicado numa instituição de ensino público:
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dom Moisés Coelho, localizada na
cidade de Cajazeiras/PB. A intervenção será dividida em dois encontros. Devido a
pandemia do Covid-19, os encontros serão realizados de forma remota, utilizando
plataformas interativas e salas virtuais como o Google Meet. Os encontros serão
realizados um por semana com duração média de uma hora.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dom Moisés Coelho é uma


escola pública localizada na cidade de Cajazeiras/PB, situada à Rua Padre José
Tomaz, 387, CEP 58900-000 no bairro Centro. Atende alunos do EJA, Educação
Especial, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio.

4.2 PÚBLICO ALVO

A intervenção será voltada aos alunos do 2º ano do Ensino Médio do turno


vespertino que estão matriculados na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Dom Moisés Coelho.

4.3 INSTRUMENTOS

Serão utilizados notebooks e celulares que possibilitem o uso de aplicativos de


vídeo, permitindo assim o encontro virtual com o público alvo da intervenção. Além
disso, serão utilizados vídeos, mapas mentais e slides que facilitem a transmissão do
conteúdo de cada encontro, assim como a utilização de dinâmicas permitindo maior
interação com os participantes.
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4.4 DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

A intervenção será realizada em dois encontros, um por semana com duração


média de uma hora e meia. O primeiro encontro ocorrerá em um momento em que
será proporcionado aos estudantes um ambiente de diálogo, interação e reflexão,
utilizando recursos tecnológicos e ferramentas que levem a alcançar nosso objetivo.
No segundo encontro, trabalharemos com dinâmicas, rodas de conversa e vídeos que
levem os participantes a refletirem sobre como desenvolver e manter a motivação no
momento dos estudos.
Toda a intervenção será baseada no diálogo com os alunos por meio de rodas
de conversas e dinâmicas, de modo a conhecê-los melhor e levá-los a refletir sobre a
importância de estarem motivados para um melhor desempenho escolar.

4.4.1 Primeiro encontro

O primeiro encontro, acontecerá de forma remota usando o ambiente de sala


virtual no aplicativo de videochamada Google Meet, o link para participação será
enviado pelo professor de Sociologia no grupo de Whatsapp da turma. Os alunos
serão recepcionados e acolhidos com um vídeo do YouTube editado com frases de
efeito que os levem a refletir sobre o que faremos naquele encontro.
Em seguida, a equipe responsável pela intervenção fará a apresentação de
seus membros e do objetivo da intervenção: será feita uma explanação breve sobre a
Psicologia Escolar e o foco da intervenção com a turma. Após essa apresentação,
será utilizada a ferramenta digital Padlet para que os alunos também se apresentem:
colocarão uma foto, seus nomes e uma breve descrição sobre si. Esta ferramenta
permite que seja feito um mural virtual com fotos, nome e uma descrição pessoal.
Num terceiro momento, será utilizada a plataforma de apresentações online
Mentimeter com perguntas sobre como os alunos estão se sentindo: irritados/com
raiva, com tédio e/ou ansiosos, felizes, empolgados. Com intuito de uma maior
aproximação com os mesmos, permitindo que sejam feitas determinadas perguntas
que serão respondidas com palavras chaves e a partir disso formar uma nuvem de
palavras que será utilizada pela equipe de intervenção em um momento de diálogo,
uma roda de conversa sobre o que os desmotiva nesse modelo de aula remota e o
que deveria ser trazido para um aumento motivacional.
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Em seguida, o encontro será finalizado com um vídeo de efeito que os leve a


refletir sobre tudo que foi discutido no encontro, aguçando assim a curiosidade para o
próximo encontro. O vídeo apresentado para finalizar o encontro será “Lição de vida:
nunca desista, você é capaz.”

4.4.2 Segundo encontro

Grande parte da intervenção será baseada em rodas de conversas, para que


dessa forma os alunos se sintam mais acolhidos e possam ser ouvidos em suas
vivências. Assim, esse segundo encontro também será bem direcionado à reflexão,
ao diálogo sobre a importância da motivação para a aprendizagem.
Em um primeiro momento, após uma breve recepção conversaremos sobre
como eles estão, como passaram a semana e o que acharam do encontro passado.
Será apresentado à turma um vídeo “O Sapinho”, com o intuito de perceberem a
importância de torcer uns pelos outros, de se ajudarem, acolher e escutar o outro,
evitar o julgamento se colocando no lugar do outro. Muitas vezes, não depende
apenas dos professores a busca por aulas que os deixem motivados, também
depende deles dar essa força, pois no atual momento todos estão saturados e
precisando da ajuda e do olhar do outro.
Em um terceiro momento, seguindo a linha de raciocínio do vídeo apresentado,
será realizada uma dinâmica para saber como estão se relacionando uns com os
outros e consigo. A dinâmica será “Ilha Deserta” (ANEXO A), adaptada para o modelo
remoto. Nesta dinâmica, que tem como objetivo verificar como está a qualidade dos
relacionamentos, será escolhido algum aluno aleatoriamente e feitas perguntas como:
“Se você estivesse perdido numa ilha, quem você gostaria que estivesse com você e
porquê?”, “Se todos na ilha estivessem em perigo e você estivesse liderando a equipe,
como você agiria?", “Caso você ganhasse uma viagem com direito a tudo, quem da
turma você pediria ajuda para organizar a viagem e porque?” “Se precisasse organizar
um evento, qual colega escolheria para ajudá-lo nessa tarefa?”.
Em seguida, o primeiro aluno chamado aleatoriamente irá escolher outro para
as próximas perguntas e assim sucessivamente. Cada aluno deverá responder a
questão e justificar sua resposta. A partir disso, será aberta uma roda de conversa
para que os alunos exponham suas ideias e sentimentos acerca da experiência que
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tiveram com a dinâmica realizada. E a partir disso, será visto a possibilidade de


fazerem grupos de estudos para que assim melhorem o desempenho e a motivação
em relação aos estudos. Visto, a importância do indivíduo trabalhar em grupo, que
gera empatia pelos outros, permite que metas sejam alcançadas mais rapidamente e
de forma mais eficaz. Assim, trabalhar em grupo pode levar a conexões importantes
e aumentar a satisfação pessoal e da equipe com relação às atividades realizadas.
Num terceiro e último momento, a equipe de graduandos responsáveis pela
intervenção, agradecerá a turma pelo espaço concedido e por toda a participação, e
será apresentado um rápido vídeo para fechar o encontro: “Qual é o sentido da vida?”,
na qual mais uma vez será reforçada a importância da ajuda, da gratidão, do esforço
e principalmente da motivação frente às dificuldades que nos são apresentadas.

4.4 CRONOGRAMA

PERÍODO 2021
MAIO
1ª SEMANA

3ª SEMANA

4ª SEMANA
2ªSEMANA

MARÇO ABRIL JUNHO


ETAPAS

Construção do X X X
projeto
Contato com a X
instituição
Primeiro X
encontro
Segundo X
encontro
Encerramento X
Apresentação X
da experiência
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REFERÊNCIAS

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estratégia motivacional. Psicologia Escolar Educacional, 11 (1), 177-178.
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20, n. 4, p. 1059–1075, 2018. DOI: 10.20396/etd.v20i4.8650251. Disponível em:
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ANEXOS

ANEXO A - Dinâmica Ilha Deserta

A dinâmica foi adaptada ao modelo remoto. Trata-se de um exercício bastante


simples, mas que pode trazer ótimos resultados, como a dissolução de conflitos ou a
melhora nos relacionamentos interpessoais.
A dinâmica consiste propor algumas questões para os alunos responderem:
● Se você estivesse perdido numa ilha, quem você gostaria que estivesse com
você e porquê?
● Se todos na ilha estivessem em perigo e você estivesse liderando a equipe,
como você agiria?
● Caso você ganhasse uma viagem com direito a tudo, quem da turma você
pediria ajuda para organizar a viagem e porque?
● Se precisasse organizar um evento, qual colega escolheria para ajudá-lo
nessa tarefa?
As respostas devem conter não apenas os nomes, mas também as
justificativas. Depois, todos os participantes se reúnem em uma roda de conversa e o
líder da dinâmica pede que cada um deles comente sobre as justificativas utilizadas
para as escolhas de companhias.

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