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C L I N I C A S

I N T E R G R A D A S

S A Ú D E M E N T A L

J U A R E Z L O B O B E S S A

E S P E C T R O S D A
E S Q U I Z O F R E N I A
E S Q U I Z O F R E N I A
CONCEITO
• Embora seja discutida como se fosse uma única doença, a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com
etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos da
doença variáveis.
• É uma doença do sistema neurodesenvolvimental, sendo caracterizada por dimensões cognitivas, afetivas,
sintomas produtivos, sintomas negativos e alterações do pensamento.
• O transtorno costuma começar antes dos 25 anos, persiste durante toda a vida e afeta pessoas de todas as
classes sociais.
• A esquizofrenia é um dos mais comuns dos transtornos mentais graves, mas sua natureza essencial ainda não
foi esclarecida; portanto, às vezes, ela é referida como uma síndrome, como o grupo de esquizofrenias ou,
como na quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), o espectro da
esquizofrenia.
HISTÓRIA
• Os primeiros médicos gregos já descreviam delírios de grandeza, paranoia e deterioração nas
funções cognitivas e na personalidade.
• Apenas no século XIX a esquizofrenia surgiu como uma condição médica merecedora de estudo e
tratamento.
• Duas figuras importantes na psiquiatria e na neurologia que estudaram o transtorno foram Emil
Kraepelin (1856-1926) e Eugen Bleuler (1857-1939).
• Benedict Morel (1809-1873), um psiquiatra francês, tinha usado o termo démence précoce para
descrever pacientes deteriorados cuja doença começava na adolescência.
HISTÓRI
A
• EMIL KRAEPELIN:
- traduziu a démence précoce de Morel
para dementia precox, um termo que
enfatizava a alteração na cognição
(dementia) e o início precoce (precox)
do transtorno.
- Os pacientes afetados apresentavam
um curso deteriorante de longo prazo e
sintomas clínicos como alucinações e
delírios.
HISTÓRIA
• EUGEN BLEULER:
- Cunhou o termo esquizofrenia, que substituiu dementia precox na
literatura.
- O termo foi escolhido para expressar a presença de cisões (schisms)
entre pensamento, emoção e comportamento.
- Os quatro As: Bleuler identificou sintomas fundamentais (ou
primários) específicos da esquizofrenia para desenvolver sua teoria
sobre as cisões mentais internas dos pacientes: ASSOCIAÇÃO,
AFETO, AUTISMO E AMBIVALÊNCIA.
- Bleuler também identificou sintomas acessórios (secundários), que
compreendiam os sintomas que Kraepelin considerava os principais
indicadores de dementia precox: alucinações e delírios.
EPIDEMIOLOGIA
• A prevalência de esquizofrenia ao longo da vida é de cerca de 1%, ou seja, em torno de uma pessoa em cada 100 irá
desenvolver o transtorno durante sua vida.
• A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres. Ambos os sexos diferem, no entanto, quanto ao
início e ao curso da doença.
• O início é mais precoce entre homens. Mais da metade dos pacientes com esquizofrenia do sexo masculino, e
apenas um terço dos pacientes do sexo feminino, têm sua primeira internação em hospital psiquiátrico antes dos 25
anos de idade.
• As idades de pico do início são entre 10 e 25 anos para os homens e entre 25 e 35 anos para as mulheres (bimodal).
• Em torno de 90% dos pacientes em tratamento têm entre 15 e 55 anos de idade.
• O início da esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro.
ETIOLOGIA
• FATORES GENÉTICOS:
- Existe uma contribuição genética a algumas, talvez todas, formas de esquizofrenia, e uma alta
proporção da variação na suscetibilidade ao transtorno se deve a efeitos genéticos cumulativos.
- No caso de gêmeos monozigóticos que têm carga genética idênticas, há uma taxa de concordância para
esquizofrenia de aproximadamente 50%.
- O papel dos fatores genéticos é refletido, ainda, na queda na ocorrência de esquizofrenia entre parentes
de segundo e terceiro graus, nos quais uma hipótese poderia ser uma diminuição na carga genética.
- Alguns dados indicam que a idade do pai tem uma correlação com o desenvolvimento de esquizofrenia,
foi verificado que aqueles nascidos de pais com mais de 60 anos de idade eram vulneráveis a
desenvolver o transtorno.
ETIOLOGIA
• FATORES BIOQUÍMICOS:
a) Hipótese da Dopamina: A teoria básica não indica se a hiperatividade dopaminérgica decorre de liberação excessiva de dopamina,
do excesso de receptores de dopamina, da hipersensibilidade destes à dopamina ou de uma combinação de tais mecanismos. A
liberação excessiva de dopamina em pacientes com esquizofrenia foi associada à gravidade de sintomas psicóticos positivos.
b) Serotonina: As hipóteses atuais postulam o excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos como
negativos na esquizofrenia.
c) Norepinefrina: A anedonia – o comprometimento da capacidade para gratificação emocional e a diminuição da capacidade de
experimentar prazer – há muito tem sido observada como um aspecto proeminente da esquizofrenia.
d) Glutamato: A hipótese proposta sobre o glutamato inclui as de hiperatividade, hipoatividade e neurotoxicidade induzidas por ele.
e) Acetilcolina e nicotina: Esses receptores têm um papel na regulação dos sistemas de neurotransmissores envolvidos na cognição,
que é comprometida na esquizofrenia..
SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA
• Eram dispostos até o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 4. Atualmente
foram excluídos do DSM-5 pelo conceito de Espectros da Esquizofrenia.
• Classificava-se a esquizofrenia segundo subtipos:
a) Esquizofrenia Paranoide: O tipo paranoide da esquizofrenia caracteriza-se pela preocupação com um ou
mais delírios ou alucinações auditivas frequentes. Classicamente, esse tipo é marcado sobretudo pela
presença de delírios de perseguição ou grandeza. Esses pacientes costumam ter seu primeiro episódio da
doença em idade mais avançada. Demonstram menos regressão de suas faculdades mentais, de respostas
emocionais e de comportamento do que em outros tipos do transtorno. tendem a ser tensos, desconfiados,
cautelosos, reservados e, às vezes, hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se
comportar de forma adequada em algumas situações sociais. Sua inteligência nas áreas que não são
invadidas pela psicose tende a permanecer intacta.
SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA
• Tipo Desorganizado (Hebefrênica): regressão acentuada para um comportamento primitivo,
desinibido e desordenado. O início desse subtipo costuma ser precoce, ocorrendo antes dos 25
anos de idade. Os pacientes desorganizados em geral são ativos, mas de uma forma não
construtiva, sem objetivo. Seu transtorno do pensamento é pronunciado, e o contato com a
realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada, e o comportamento social e as respostas
emocionais são inadequados, com frequência explodindo em risos sem nenhuma razão aparente.
Sorrisos e caretas incongruentes também são comuns nesses pacientes, cujo comportamento pode
ser mais bem descrito como tolo ou insensato.
SUBTIPOS DA
ESQUIZOFRENIA
• Tipo Catatônica: O tipo catatônico da esquizofrenia, que era comum
várias décadas atrás, tornou-se raro na Europa e na América do
Norte. Sua característica clássica é um distúrbio acentuado da função
motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação
ou posturas bizarras. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida
entre extremos de excitação e estupor. As características associadas
incluem estereotipias, maneirismos e flexibilidade cérea. O mutismo
é particularmente comum. Durante a excitação catatônica, os
pacientes necessitam de supervisão constante para impedir que
machuquem a si mesmos ou outras pessoas. Pode ser necessário
atendimento médico devido a desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou
autolesões.
SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA
• Tipo Indiferenciado: Com frequência, pacientes que claramente têm esquizofrenia não podem ser
enquadrados em um subtipo com tanta facilidade.
• Tipo Residual: O tipo residual da esquizofrenia caracteriza-se por evidências contínuas do
transtorno na ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes
para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, retraimento
social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações são
comuns nesse tipo. Quando ocorrem, delírios ou alucinações não são proeminentes nem
acompanhados de reações afetivas significativas.
E X A M E D O E S TA D O M E N TA L
a) Descrição geral: A aparência de um paciente com esquizofrenia pode variar de uma pessoa
completamente desleixada, aos gritos e agitada até alguém obsessivamente arrumado,
silencioso e imóvel. Seu comportamento pode se tornar agitado ou violento sem motivo
aparente, mas isso costuma ocorrer em resposta a alucinações. Outros comportamentos óbvios
podem incluir um jeito desengonçado ou rigidez dos movimentos corporais, sinais agora vistos
como possíveis indicadores de processo patológico dos gânglios da base.
- Pessoas com esquizofrenia muitas vezes são desleixadas, não tomam banho e se vestem com
roupas quentes demais para as temperaturas do momento. Outros comportamentos estranhos
incluem tiques, estereotipias, maneirismos e, em alguns casos, ecopraxia, na qual imitam a postura
ou os comportamentos do examinador.
E X A M E D O E S TA D O
M E N TA L
• Humor, sentimentos e afetos:
- Dois sintomas afetivos comuns na esquizofrenia são a responsividade
emocional reduzida, às vezes grave o bastante para justificar o rótulo de
anedonia, e emoções exageradamente ativas e impróprias, tais como
extremos de raiva, felicidade e ansiedade.
- O afeto plano ou embotado pode ser um sintoma da própria doença, dos
efeitos adversos parkinsonianos de medicamentos antipsicóticos ou de
depressão, e diferenciá-los pode ser um desafio clínico.
- Pacientes emotivos em excesso podem descrever sentimentos exultantes
de onipotência, êxtase religioso, terror devido à desintegração de suas
almas ou ansiedade paralisante em relação à destruição do universo.
- Outras nuanças de sentimento incluem perplexidade, sensação de
isolamento, ambivalência extrema e depressão.
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M E N TA L
• DISTÚRBIOS PERCEPTUAIS:
- ALUCINAÇÕES: Qualquer um dos cinco sentidos pode ser
afetado por experiências alucinatórias. . As alucinações mais
comuns, entretanto, são as auditivas, com vozes muitas vezes
ameaçadoras, obscenas, acusatórias ou ofensivas. Duas ou mais
vozes podem conversar entre si, ou uma voz pode comentar a
vida ou o comportamento da pessoa. Alucinações visuais são
comuns, ao contrário das táteis, olfativas e gustativas.
- ILUSÕES: As ilusões são distorções de imagens ou sensações
reais, enquanto as alucinações não se baseiam na realidade. .
Ilusões podem ocorrer em pacientes com esquizofrenia durante
as fases ativas, mas também ao longo das fases prodrômicas e
dos períodos de remissão.
E X A M E D O E S TA D O M E N TA L
• PENSAMENTO:
a) Conteúdo do pensamento: Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as ideias, crenças e interpretações
de estímulos do paciente. Os delírios, o exemplo mais óbvio de transtorno do conteúdo do pensamento, e podem
assumir formas persecutórias, grandiosas, religiosas ou somáticas.
b) Forma do pensamento: Os transtornos da forma do pensamento são observáveis de modo objetivo na linguagem
falada e escrita dos pacientes e incluem frouxidão de associações, descarrilamento, incoerência, tangencialidade,
circunstancialidade, neologismos, ecolalia, verbigeração, salada de palavras e mutismo.
Ex: A saúde mental é a Santíssima Trindade, e, como o homem não pode ser sem Deus, é fútil negar Seu Filho. Para a
Criação entender o germa-nismo na Voz da Nova Ordem, não a mentira da reação em cadeia, marca de desova no
templo de Caim com a imagem da tumba de Babel para o dia V impudico “Israel”. Lúcifer derrubou Hebreu prostituta e
Lambeth caminha cruzando o ritual do sexo, na Bíblia seis milhões de mulher da Babilônia, infere não Salvação.
ESPECTROS DA ESQUIZOFRENIA
• TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO:
- O transtorno esquizoafetivo tem características tanto da esquizofrenia como dos transtornos do humor.
- A prevalência do transtorno esquizoafetivo ao longo da vida é de menos de 1%, possivelmente entre
0,5 e 0,8%.
- Na prática clínica, um diagnóstico preliminar de transtorno esquizoafetivo costuma ser usado quando
o médico não tem certeza do diagnóstico.
- A causa do transtorno esquizoafetivo é desconhecida. Pode ser um tipo de esquizofrenia, um tipo de
transtorno do humor ou a expressão simultânea de ambos, bem como um terceiro tipo distinto de
psicose, que não está relacionado nem a esquizofrenia, nem a transtornos do humor.
ESPECTROS DA ESQUIZOFRENIA
• TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME:
- Os sintomas da doença são semelhantes aos da esquizofrenia; contudo, com o transtorno
esquizofreniforme, os sintomas duram pelo menos um mês, mas menos de seis meses.
- Indivíduos com transtorno esquizofreniforme retornam a seu nível basal de funcionamento após a
resolução do transtorno, ao contrário da esquizofrenia.
- Ele é mais comum em adolescentes e adultos jovens, e sua incidência é menos da metade da
esquizofrenia.
ESPECTROS DA ESQUIZOFRENIA
• TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE:
- O transtorno psicótico breve é definido como uma condição psicótica que envolve o início súbito
de sintomas psicóticos que duram um dia ou mais, mas menos de um mês.
- A remissão é completa, e o indivíduo retorna ao nível de funcionamento pré-mórbido anterior.
- É uma síndrome psicótica aguda e transitória.
- Ocorre com maior frequência entre indivíduos mais jovens (na segunda e terceira décadas de
vida) do que entre os mais velhos. É mais comum em mulheres do que em homens.
- Pessoas que passaram por estressores psicossociais importantes podem ter um risco maior de
transtorno psicótico breve subsequente..
ESPECTROS DA ESQUIZOFRENIA
• TRANSTORNO DELIRANTE PERSISTENTE:
- O diagnóstico de transtorno delirante é feito quando uma pessoa exibe delírios não bizarros de
pelo menos um mês de duração que não podem ser atribuídos a outros transtornos psiquiátricos.
- Não bizarro significa que o delírio deve ser sobre situações que podem ocorrer na vida real, tal
como ser seguido, infectado, amado a distância...; ou seja, são possíveis de acontecerem.
- A prevalência de transtorno delirante é estimada em 0,2 a 0,3%. Portanto, é muito mais raro do
que a esquizofrenia, que é de 1%.
- Pode ser de vários temas: erotomaníaco, grandioso, persecutório, ciumento, somático, misto...
ESPECTROS DA ESQUIZOFRENIA
• TRANSTORNO PSICÓTICO COMPARTILHADO (Folie à deux):
- Esse transtorno é referido como “sintomas delirantes em parceiro de indivíduo com transtorno delirante”.
- O transtorno é caracterizado pela transferência de delírios de uma pessoa para outra. Ambas têm um
relacionamento próximo de longo tempo e, em geral, vivem juntas em relativo isolamento social.
- A pessoa do caso secundário costuma ser menos inteligente, mais ingênua, mais passiva ou tem autoestima
mais baixa do que o caso primário.
- Se o par se separar, a pessoa secundária pode abandonar o delírio, mas esse desfecho não é observado de
maneira uniforme. A ocorrência do delírio é atribuída à forte influência do membro mais dominante.
- Algumas vezes, mais de dois indivíduos estão envolvidos (p. ex., folie à trois, quatre, cinq e também folie à
famille)...
T R ATA M E N T O
• Embora os medicamentos antipsicóticos sejam o pilar do tratamento para a esquizofrenia,
pesquisas revelaram que intervenções psicossociais, incluindo psicoterapia, podem contribuir
para a melhora clínica.
• Quanto mais precoce o tratamento, melhor o prognóstico da doença.
• Devido à complexidade da esquizofrenia, doença multifacetada, geralmente qualquer abordagem
terapêutica realizada de forma isolada se torna inadequada.
• Modalidades psicossociais devem ser integradas ao regime de tratamento farmacológico,
apoiando-o.
T R ATA M E N T O
HOSPITALIZAÇÃO:
• A hospitalização é indicada para fins de diagnóstico; estabilização da medicação; segurança do
paciente devido a ideação suicida ou homicida; e comportamento flagrantemente desorganizado
ou inadequado, incluindo a incapacidade de cuidar das necessidades básicas, como alimentação,
vestuário e abrigo.
• Hospitalizações curtas de 4 a 6 semanas são tão eficazes quanto as longas.
• Os planos de tratamento hospitalar devem ser orientados para questões práticas de cuidados
pessoais, qualidade de vida, emprego e relações sociais.
T R ATA M E N T O
FARMACOTERAPIA:
• Os antipsicóticos diminuem a expressão do sintoma psicótico e reduzem as taxas de recaída.
Aproximadamente 70% de pacientes tratados com qualquer antipsicótico alcançam a remissão.
• Os medicamentos usados para tratar a esquizofrenia têm uma ampla variedade de propriedades
farmacológicas, mas todos têm em comum a capacidade de antagonizar os receptores de dopamina
pós- -sinápticos no cérebro.
• Os antipsicóticos podem ser classificados em dois grupos principais: os convencionais, mais
antigos, que também são chamados de antipsicóticos de primeira geração, ou antagonistas do
receptor de dopamina, e os mais recentes, que têm sido chamados de antipsicóticos de segunda
geração, ou antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs).
FA S E S D O T R ATA M E N T O
TRATAMENTO DA FASE AGUDA.
• Os sintomas psicóticos agudos requerem atenção imediata.
• O tratamento durante a fase aguda concentra-se em aliviar os sintomas psicóticos mais graves.
• Essa fase em geral dura de 4 a 8 semanas.
• A esquizofrenia aguda normalmente está associada com agitação grave, que pode resultar de sintomas como
delírios assustadores, alucinações ou desconfiança ou de outras causas (incluindo abuso de estimulantes).
• Os antipsicóticos e os benzodiazepínicos podem acalmar os pacientes com bastante rapidez.
• Com aqueles muito agitados, a administração intramuscular de antipsicóticos produz um efeito mais rápido.
FA S E S D O T R ATA M E N T O
TRATAMENTO DA FASE AGUDA.
• Os antipsicóticos de baixa potência estão com frequência associados com sedação e hipotensão
postural, particularmente quando são administrados por via intramuscular.
• Os benzodiazepínicos também são eficazes para agitação durante a psicose aguda. O uso de
benzodiazepínicos também pode reduzir a quantidade de antipsicótico necessária para controlar
pacientes psicóticos.
FA S E S D O T R ATA M E N T O
ESTABILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO.
• Os objetivos durante essa fase são prevenir recaída psicótica e ajudar os pacientes a melhorar seu nível de
funcionamento.
• Nessa fase, os pacientes em geral estão em um estado relativo de remissão, apenas com sintomas psicóticos mínimos.
• Pacientes estáveis que são mantidos com um antipsicótico têm uma taxa de recaída muito mais baixa do que aqueles
que têm seus medicamentos descontinuados.
• Dados sugerem que 16 a 23% dos pacientes que recebem tratamento experimentarão recaída em 1 ano, e 53 a 72%
terão recaída sem medicamentos. Mesmo pacientes que tiveram apenas um episódio têm 4 chances em 5 de sofrer
recaída pelo menos uma vez ao longo dos próximos cinco anos.
• Em geral, é recomendado que pacientes com episódios múltiplos recebam tratamento de manutenção por pelo menos
cinco anos, e muitos especialistas recomendam a farmacoterapia por tempo indeterminado.
FA LTA D E A D E S Ã O
• Estima-se que 40 a 50% dos pacientes deixem de usar seu medicamento em 1 ou 2 anos. A adesão
aumenta quando medicamentos de ação prolongada (ou de depósito) são usados no lugar da
administração oral.
• Exemplos: Decanoato de haloperidol (mais acessível em nosso meio) com administrações
mensais; Risperidona parenteral com administração quinzenal e Olanzapina parenteral mensal.
• Há inúmeras vantagens em usar medicamentos injetáveis de ação prolongada. Os médicos sabem
imediatamente quando ocorre a falta de adesão e têm algum tempo para iniciar intervenções
apropriadas antes que o efeito do fármaco se dissipe
R E S I S T Ê N C I A A O T R ATA M E N T O
• Antes de considerar um paciente resistente a determinada droga, é importante assegurar-se de que
ele tenha recebido uma tentativa adequada do medicamento.
• Uma tentativa de 4 a 6 semanas em uma dose adequada de um antipsicótico é considerada
apropriada para a maioria das pessoas.
• Se o paciente estiver respondendo mal, pode-se aumentar a dose acima do nível terapêutico
habitual; entretanto, dosagens mais altas em geral não estão associadas com melhor resposta do
que doses convencionais. Mudar para outro medicamento é preferível a titular para uma dose alta.
T R ATA M E N T O D O S E F E I T O S
C O L AT E R A I S
• Embora uma resposta clínica possa demorar dias ou semanas para ocorrer após o início do
medicamento, os efeitos colaterais iniciam-se quase imediatamente.
• Para medicamentos de baixa potência (Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina...), é
provável que esses efeitos colaterais incluam sedação, hipotensão postural e efeitos
anticolinérgicos, enquanto os de alta potência (Halopepridol, Flufenazina...) tendem a causar
efeitos colaterais extrapiramidais.
• EFEITOS EXTRA-PIRAMIDAIS: Estas incluem reduzir a dose do antipsicótico (que é mais
comumente um típico), adicionar um medicamento antiparkinsoniano (Biperideno, Amantadina),
e mudar o paciente para um atípico, com menos probabilidade de causar esses efeitos.
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C O L AT E R A I S
• No caso de antipsicóticos convencionais estarem sendo prescritos, os médicos podem considerar
prescrever medicamentos antiparkinsonianos profiláticos para pacientes com probabilidade de
experimentar efeitos colaterais extrapiramidais perturbadores, principalmente em jovens.
• Para muitos pacientes, os efeitos colaterais do medicamento podem parecer piores do que a
própria doença. Esses devem ser tratados rotineiramente com um ASD, porque esses agentes
resultam em bem menos efeitos colaterais extrapiramidais do que os ARDs.
(ASD = Antagonistas serotonina-dopamina ou atípicos)
(ARD = Antagonistas receptores da dopamina ou típicos)
T R ATA M E N T O D O S E F E I T O S
C O L AT E R A I S
• DISCINESIA TARDIA: Aproximadamente 20 a 30% dos pacientes em tratamento de longo prazo com um ARD
convencional exibirão sintomas de discinesia tardia. . O risco em pacientes idosos é muito mais alto.
• Embora discinesia gravemente incapacitante seja incomum, quando ocorre ela pode afetar a capacidade de caminhar,
respirar, alimentar-se e falar. Indivíduos que são mais sensíveis aos efeitos colaterais extrapiramidais parecem ser
mais vulneráveis a desenvolvê-la.
• As recomendações para prevenir e tratar discinesia tardia incluem (1) usar a dose efetiva mais baixa de antipsicótico;
(2) prescrever com cautela para crianças, idosos e indivíduos com transtornos do humor; (3) examinar os pacientes
regularmente para evidência desse efeito colateral; (4) considerar alternativas ao antipsicótico que está sendo
utilizado e considerar redução da dosagem quando a condição for diagnosticada; e (5) considerar uma série de opções
se ela piorar, incluindo a descontinuação do antipsicótico ou mudança para um agente diferente.
• Foi demonstrado que a Clozapina é eficaz para reduzir discinesia tardia grave ou distonia tardia.
OUTRAS TERAPIAS BIOLÓGICAS
• A eletroconvulsoterapia (ECT) tem sido estudada na esquizofrenia tanto aguda quanto crônica.
• Estudos com pacientes de início recente indicam que a ECT é tão eficaz quanto medicamentos
antipsicóticos e mais eficaz do que psicoterapia.
• Outros estudos indicam que a suplementação de medicamentos antipsicóticos com ECT é mais
eficaz do que apenas esses medicamentos. Medicamentos antipsicóticos devem ser administrados
durante e após o tratamento com ECT.
• Embora não seja mais considerada um tratamento adequado, a psicocirurgia é praticada em uma
base experimental limitada para casos graves e intratáveis.
BIBLIOGRAFIA
• SADOCK, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e
psiquiatria clínica/ Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução:
Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] –
11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
• Psicofármacos : consulta rápida / Organizadores, Aristides Volpato Cordioli, Carolina Benedetto
Gallois, Luciano Isolan. – 5. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015.
• Hales, Robert E. Tratado de psiquiatria clinica / Robert E. Hales, Stuart C. Yudofsky, Glen O.
Gabbard ; introdução de Alan E Schatzberg ; tradução; Cláudia Dornelles... [et al.] ; revisão
técnica: André Campos Gross ... (et al.]. - 5, ed. Porto Alegre : Artmed, 2012.

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