Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reanimação do recém-nascido
≥34 semanas em sala de parto Esse preparo inclui o cuidado com o
ambiente e a verificação da temperatura
O preparo para a assistência: de 23-25°C da sala de parto
É primordial contar com profissionais de
saúde treinados para recepcionar o RN, ajudar Condições associadas à necessidade de
na transição ao ambiente extrauterino e, reanimação ao nascer:
sempre que necessário, realizar a reanimação Fatores Antenatais:
neonatal Idade <16 anos e > 35anos
É fundamental que pelo menos um Diabetes
profissional de saúde capaz de realizar os passos Síndromes hipertensivas
iniciais e a ventilação com pressão positiva (VPP) Doenças maternas
por meio de máscara facial esteja presente em Infecção materna
todo parto. Aloimunização ou anemia fetal
A única responsabilidade desse Uso de medicações
profissional deve ser o atendimento ao RN Uso de drogas ilícitas
Quando, na anamnese, identificam-se Óbito fetal ou neonatal anterior
fatores de risco perinatais podem ser Ausência de cuidado pré-natal
necessários 2-3 profissionais treinados e Idade gestacional <39 ou >41 semanas
capacitados a reanimar o RN de maneira rápida Gestação múltipla
e efetiva, dos quais pelo menos um precisa ser Rotura prematura das membranas
médico apto a intubar e indicar massagem Polidrâmnio ou oligoâmnio
cardíaca e medicações. Diminuição da atividade fetal
Tal médico deve ser de preferência um Sangramento no 2º ou 3º trimestre
pediatra Discrepância de idade gestacional e peso
Hidropsia fetal
Briefing: Malformação fetal
Consiste em uma rápida reunião entre os
membros da equipe para planejar o Fatores Relacionados ao Parto:
atendimento neonatal, antes do nascimento. Parto cesáreo
A divisão de tarefas e responsabilidades Uso de fórcipe ou extração a vácuo
de cada membro da equipe, com a definição de Apresentação não cefálica
quem será o líder antes do nascimento, permite Trabalho de parto prematuro
a atuação coordenada e a comunicação efetiva Parto taquitócico
em alça fechada, o que confere um atendimento Corioamnionite
com qualidade e segurança ao RN. Rotura de membranas >18 horas
A primeira ação da equipe que irá cuidar Trabalho de parto >24 horas
do RN é realizar o “briefing”, que inclui Segundo estágio do parto >2 horas
anamnese materna, preparo do ambiente e do Padrão anormal de frequência cardíaca
material para uso imediato na sala de parto e fetal
divisão das funções de cada membro da equipe, Anestesia geral
deixando claro a quem caberá o papel de Hipertonia uterina
liderança dos procedimentos de reanimação. Líquido amniótico meconial
Todo material necessário para a Prolapso ou rotura ou nó verdadeiro de
reanimação deve ser preparado, testado e estar cordão
disponível em local de fácil acesso, antes do Terapia materna com sulfato de magnésio
nascimento, incluindo equipamentos e material Uso de opioides 4 horas anteriores ao
para avaliação do paciente, manutenção da parto
temperatura, aspiração de vias aéreas, Descolamento prematuro da placenta
ventilação e administração de medicações. Placenta prévia
Sangramento intraparto significante
HAM-N2
Clampeamento do cordão umbilical no RN ≥34 Assistência ao RN ≥34 semanas com boa
semanas: vitalidade ao nascer:
O clampeamento tardio do cordão no RN Ao nascimento, o RN ≥34 semanas está
a termo (37s até 41s6d) com boa vitalidade respirando ou chorando e o tônus
deve ser realizado entre 1 a 3 minutos depois muscular está em flexão,
da extração completa da cavidade uterina. independentemente do aspecto do líquido
RN ≥34 semanas de gestação e com boa do amniótico, ele apresenta boa vitalidade
vitalidade ao nascer indicam que o e deve continuar em contato pele-a-pele
clampeamento do cordão superior a 60 junto da parturiente depois do
segundos clampeamento do cordão umbilical.
O clampeamento >60 segundos é benéfico Na sala de parto, enquanto o RN está
em relação à concentração de hemoglobina junto à parturiente, prover calor,
nas primeiras 24 horas, , embora possa elevar assegurar as vias aéreas pérvias, avaliar a
a frequência de policitemia, o que implica na vitalidade de maneira continuada e
necessidade de cuidado quanto ao estimular o início da amamentação
aparecimento e acompanhamento da icterícia Para manter a temperatura corporal do
nos primeiros dias de vida. RN entre 36,5-37,5ºC (normotermia)
Clampeamento >60 segundos após o Secar o corpo e o segmento cefálico com
nascimento aumenta a concentração de compressas aquecidas e, se possível,
ferritina nos primeiros 3 a 6 meses, podendo cobrir a cabeça com touca.
reduzir a anemia do lactente, com O movimento de secar o RN promove um
repercussões no desenvolvimento infantil estímulo tátil que, por meio de um arco
Respira ou chora? Tônus em flexão? Se reflexo desencadeado por
sim as 2 perguntas, RN termo com boa mecanorreceptores, pode ajudar na
vitalidade(vigoroso) transição respiratória após o nascimento.
No RN com boa vitalidade, recomenda-se Nesse período, observar se as vias aéreas
clampear o cordão no mínimo 60 segundos estão pérvias, sem flexão ou
após o nascimento. hiperextensão do pescoço.
Em RN que não começa a respirar logo A aspiração de vias aéreas não deve ser
após o nascimento, o clampeamento tardio do realizada de rotina e, sim, reservada
cordão retarda o início dos procedimentos de somente ao RN com excesso de secreções
reanimação, em especial da VPP nas vias aéreas
No RN que não está com boa vitalidade ao Avaliar a frequência cardíaca (FC) com o
nascer, sugere-se fazer o estímulo tátil no estetoscópio no precórdio após posicionar
dorso, de modo delicado e no máximo duas o RN junto à parturiente.
vezes, para ajudar a iniciar a respiração antes
do clampeamento imediato do cordão.
Se houver mecônio:
RN termo e vigoroso: contato pele a pele
com mãe
RN pré-termo tardio ou pós termo ou não
vigoroso: RN deve ser levado a mesa para
receber os passos iniciais, sendo prudente
incluir aspirações de vias aéreas
superiores( clampeamento precoce do cordão
e avaliar o bebê na aspiração da via aérea
supeior)
Avaliar após 30 segundos: se neonato não
melhorar-> aspiração sob visualização direta
(ventila e se não melhorar faz intubação para
aspirar) Passos Iniciais:
HAM-N2
Se, ao nascimento, o RN tem idade Evitar a hiperextensão ou a flexão
gestacional ≥34 semanas, não está exagerada do pescoço. Por vezes, é
respirando ou chorando ou não inicia necessário colocar um coxim sob os
movimentos respiratórios regulares e/ou o ombros para facilitar o posicionamento
tônus muscular está flácido, ele não adequado da cabeça.
apresenta boa vitalidade e deve ser A aspiração de boca e narinas não é
conduzido à mesa de reanimação, recomendada de rotina para RN ≥34
indicando-se os passos iniciais da semanas, independentemente do aspecto
estabilização do líquido amniótico
1. Prover calor A aspiração de oro- e nasofaringe está
2. Posicionar a cabeça em leve extensão reservada apenas aos RN em que há
3. Aspirar boca e nariz, se necessário suspeita de obstrução de vias aéreas por
4. Secar excesso de secreções. Nesses casos,
Tais passos devem ser executados em, no aspirar delicadamente primeiro a boca e
máx. 30 segundos depois as narinas com sonda traqueal
número 8-10 conectada ao aspirador a
Prover calor: vácuo, sob pressão máxima de 100
36,5-37,5ºC (normotermia0 mmHg.
Para diminuir a perda de calor nesses
pacientes, é importante pré-aquecer a
sala de parto e a sala onde serão
realizados os procedimentos de
estabilização/reanimação, com
temperatura ambiente de 23-25ºC.
Manter as portas fechadas e controlar a
circulação de pessoas para minimizar as
correntes de ar, as quais podem diminuir a
temperatura ambiente e levar à perda de
calor pelo RN.
Ligar a fonte de calor radiante antes do
nascimento.
O RN é levado à mesa de reanimação
envolto em campos aquecidos e Secar:
posicionado sob fonte de calor radiante. Secar o RN e desprezar os campos úmidos
A seguir, secar o corpo e a região da Reposiciona-lo(Cabeça)
fontanela, desprezar os campos úmido se,
se possível, colocar touca. Líquido amniótico meconial:
Tomar cuidado para evitar a hipertermia Na vigência de líquido amniótico meconial,
(>37,5°C), pois pode agravar a lesão independentemente de sua viscosidade, se o
cerebral em pacientes asfixiado RN ≥34 semanas logo após o nascimento não
A temperatura do RN deve ser mensurada está respirando ou chorando ou não inicia
de forma periódica após o nascimento. movimentos respiratórios regulares e/ou o
Anotar a temperatura à admissão na tônus muscular está flácido, é necessário levá-
unidade neonatal ou no alojamento lo à mesa de reanimação e realizar os passos
conjunto, pois trata- -se de indicador de iniciais, com ênfase na manutenção da
qualidade da assistência neonatal normotermia e das vias aéreas pérvias.
A aspiração de boca e narinas está
Posicionar a cabeça em leve extensão: reservada apenas ao RN em que há suspeita de
O RN é levado à mesa de reanimação obstrução de vias aéreas por excesso de
envolto em campos aquecidos e secreções.
posicionado sob fonte de calor radiante, No RN com líquido amniótico meconial de
em decúbito dorsal, com a cabeça voltada qualquer viscosidade que, após os passos
para o profissional de saúde. iniciais, apresenta apneia, respiração irregular
HAM-N2
e/ou FC < 100 bpm é fundamental iniciar a VPP Avaliação após passos iniciais:
com máscara facial e ar ambiente nos primeiros
60 segundos de vida. Nesse caso, a laringoscopia Se FC>100bpm e FR regular ou choro:
direta imediata e a aspiração traqueal de rotina Contato pele a pele com mãe
não devem ser realizadas.
Se FC<100bpm, apneia ou respiração
Após as 4 etapas dos passos iniciais, avalia-se: irregular:
Respiração (inspeção- olhando): Iniciar ventilação com pressão positiva
Avaliação do tórax ou choro (VPP)
A avaliação da respiração é feita por meio da Monitorização: Oxímetro -Pulso radial
observação da expansão torácica ou da presença direto(saturação pré ductal); Monitor
de choro. A respiração espontânea está adequada cardíaco- 1 eletrodo em cada
se os movimentos são regulares e suficientes para braço( próximo ao ombro) e 1 na face
manter a FC >100 bpm. anterior da coxa.
Se o paciente estiver em apneia ou se os
movimentos respiratórios forem irregulares ou se o Ventilação com pressão positiva (VPP):
padrão for do tipo gasping (suspiros profundos A ventilação pulmonar é o procedimento
entremeados por apneias), a respiração está mais importante e efetivo na reanimação do RN
inadequada. ao nascimento.
É por meio do preenchimento dos
FC (ausculta): pulmões com gás que estes assumem o seu
Avaliação do tórax ou choro papel central na hematose, com vasodilatação
Ausculta do precórdio com estetoscópio por 6 seg pulmonar e redução da pressão pulmonar, o que
e multiplica por 10. promove o retorno do sangue oxigenado dos
Considera-se adequada a FC ≥100 bpm nos espaços aéreos para o coração esquerdo,
primeiros minutos após o nascimento. A fazendo com que o ventrículo esquerdo
bradicardia é definida como FC< 100bpm. distribua o sangue oxigenado de modo sistêmico
Após os cuidados para manter a
Saturação de oxigênio: temperatura e as vias aéreas pérvias, se o RN
A oximetria de pulso, para acompanhar a apresenta FC <100
SatO2, auxilia na tomada de decisões quanto bpm e/ou apneia ou respiração irregular,
ao manejo ventilatório em sala de parto há indicação da VPP, que precisa ser iniciada nos
leitura confiável da SatO2 demora cerca de 1- primeiros 60 segundos de vida (“Minuto de
2 minutos após o nascimento, desde que haja Ouro”).
débito cardíaco suficiente, com perfusão Para a aplicação adequada da VPP, é
periférica necessário entender qual a concentração inicial
de O2 a ser utilizada, como controlar a oferta de
O2 suplementar, quais os equipamentos e
interfaces disponíveis para ventilar de forma
efetiva o RN e qual a técnica recomendada.
Máscara laríngea:
A máscara laríngea ou dispositivo
supraglótico é constituída por uma máscara
pequena conectada a uma cânula, devendo ser
inserida pela boca e avançada até que a máscara
recubra a glote.
O menor tamanho da máscara laríngea é o
neonatal, indicado para RN ≥34 semanas e/ou
com peso ≥ 2000g.
Diante da introdução desse dispositivo no
contexto da reanimação neonatal em nosso
meio a partir de 2022, recomenda-se iniciar a
VPP com máscara facial em RN ≥34 semanas. A
máscara laríngea pode ser considerada como
interface para a VPP antes da intubação
traqueal, a depender da disponibilidade do
material e da capacitação do profissional para a
inserção da máscara laríngea e para a intubação
traqueal.
Cânula traqueal:
HAM-N2