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PEDIATRIA

SUMÁRIO
Reanimação neonatal e aleitamento materno: 2-14 Sífilis Neonatal (Marcos): 84-93

Simulação (emergências respiratórias e reanimação Meningite (Teresa): 93-


neonatal): 14-20
Vacinas (Cássia):
Semiologia pediátrica (Cássia): 20-33
Casos clínicos (Lene):
Exame físico RN (Marcos): 33-46
Sepse (Teresa)
Exercícios (Magda): 46-54
Doenças Exantemáticas (Cássia):
Icterícia neonatal: 54-62

Simulação (emergências pediátricas 2): 62-68

O recém-nascido da sala de parto a alta hospitalar


(Cássia): 68-82 1

Prescrições (Lene): 82-84


REANIMAÇÃO NEONATAL NASCIMENTO SEGURO

INTRODUÇÃO
• 2,6 milhões de bebês morrem
anualmente antes do primeiro mês de
vida.
• Um milhão morre já no primeiro dia de
existência
• 80% dessas mortes poderiam ter sido Um “Nascimento Seguro" precisa ocorrer
evitadas com cuidados básicos em um sistema de saúde organizado, com
• Recém-nascidos de famílias mais pobres uma assistência pré-natal de qualidade, com
têm 40% mais chances de morrer do que um cuidado realizado em local com
os nascidos em famílias com melhor infraestrutura e material apropriados, com
renda. a presença de profissionais adequadamente
o Relacionado com a assistência capacitados e fundamentalmente com a
perinatal e pré-natal participação do pediatra em todas as
• 184 nações analisadas pelo Unicef- o etapas deste processo.
Brasil figura como a 108° pior para
recém-nascidos, com média de 9,9 VENTILAÇÃO PULMONAR
mortes neonatais para cada 1 mil • A ventilação pulmonar é o procedimento
nascidos vivos. mais importante e efetivo na reanimação
• CNES- existem em funcionamento 8.766 em sala de parto e, quando necessária,
leitos do tipo no País (públicos e deve ser iniciada nos primeiros 60
privados), o que corresponde a uma segundos de vida ("Minuto de Ouro")
razão de 2,9 leitos por grupo de mil • O risco de morte ou morbidade
nascidos vivos. Se considerados apenas (sequelas) aumenta em 16% a cada 30
os leitos oferecidos pelo Sistema Único segundos de demora para iniciar a VPP
da Saúde (SUS), esta taxa cai para 1,5 (ventilação com pressão positiva) até o
leitos/1.000, considerando-se as 4.677 6° minuto após o nascimento, de modo
unidades disponíveis para essa rede- independente do peso ao nascer, da
ideal 4 leitos/1000 idade gestacional ou de complicações na
o Insuficiência de leito = impacto gravidez ou no parto
muito importante para a
assistência perinatal *VPP = ventilação com pressão positiva →
cateter nasal de alto fluxo, ventilação não
invasiva (VNI), ventilação mecânica invasiva

*VPP → EX = AMBU
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NA SALA DE PARTO o Avaliar vitalidade de modo
contínuo
o Amamentar na 1° hora
▪ Todos os bebês com boa
vitalidade que nascem com
mais de 34 semanas,
independente do parto,
precisam ser amamentados
na 1° hora
É preciso decidir em até 1 minuto se o
PREPARAÇÃO PARA REANIMAÇÃO
paciente precisa ou não de VPP
INTERFACE: MÁSCARA FACIAL (VPP)
BERÇO DE REANIMAÇÃO (FC > 100)

*É preciso escolher a máscara correta para


que a ventilação seja efetiva (tamanho
correto no rosto do bebê)

• RN pré-termo tardio (34+6 até *A máscara precisa pegar o queixo, a boca

36+6) ou pós termo (≥ 42+6) OU e o nariz

RN ≥ 34+6 com apneia ou • Interface mais utilizada na VPP do RN


respiração irregular ou hipotônico em sala de parto
→ BERÇO DE REANIMAÇÃO • O ajuste entre face e máscara é crítico
• Em +/- 30 segundos → prover calor, para o sucesso da ventilação
posicionar a cabeça, aspirar boca e • Dificuldades na VPP com máscara facial:
nariz (em caso de secreção), secar o o Escape de até 50-70% da mistura
corpo e a cabeça e reposicionar a gasosa
cabeça o Volume corrente irregular
• Checar a FC (contar em 6 segundos o Reflexo trigeminal-cardíaco com a
e multiplicar por 10) → FC > 100, aplicação da máscara na face (apneia
respiração rítmica e regular: em 10% das aplicações)
o Posicionar junto à mãe
o Contato pele à pele *Contar com máscaras faciais adequadas e
profissionais altamente treinados a aplicá-
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las com um mínimo de escape minimiza a VPP em ar ambiente por 30 segundos
chance de outra interface ser necessária

QUANDO CLAMPEAR O CORDÃO


FC ≥ 100 bpm E respiração regular E SatO2
UMBILICAL?
adequada
RN sem boa vitalidade ao nascer

→Não começou a chorar ou respirar ou


Suspender VPP
hipotônico

• Fazer o estímulo tátil no dorso, de


modo delicado e no máximo duas *Espera-se após iniciar a VPP → melhorar a
vezes, para ajudar a iniciar a FC!!
respiração antes do clampeamento
RN NÃO MELHORA COM VPP EM AR
imediato do cordão e levar à mesa de
AMBIENTE
reanimação → antes de levar a mesa
de reanimação, realizar esse • Recomenda-se sempre verificar e
estímulo (porém é algo muito rápido, corrigir a técnica da ventilação antes de
pois as demora para clampear o oferecer O2 suplementar
cordão pode gerar a danos • Problema/Correção
neurológicos no RN) o Ajuste inadequado da face à
máscara → readaptar a máscara à
*Não existem evidências de benefícios do
face delicadamente
clampeamento tardio nessa situação. A
o Obstruções de vias áreas →
demora para clampear o cordão pode
Reposicionar cabeça (pescoço em
retardar o início da VPP
leve extensão); Aspirar as
RN COM MELHORA COM VPP EM AR secreções da boca e nariz;
AMBIENTE Ventilar com a boca levemente
aberta
RN pré-termo tardio (34+6 até 36+6) ou
o Pressão insuficiente → Aumentar
pós termo (≥ 42+6) OU RN ≥ 34+6 com
a pressão em 5cmH2O até no
apneia ou respiração irregular ou hipotônico
máximo 40cmH2O
→ Berço de reanimação
RN COM BOA VIALIDADE
Se FC <100 bpm → VPP
*A maioria dos bebês a termo nasce com
boa vitalidade (respirando/chorando/tônus
em flexão)

Após clampear o cordão:

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1. Gestação de 37-41semanas e *Há alguns anos já se az a cirurgia de
hérnia diafragmática intraútero. Nesta
2. Respirando ou chorando e
doença, o pulmão se encontra hipoplásico.
3. Tônus em flexão Então intraútero, entre 24-27 semanas é
colocado um plug na traqueia, fazendo com
Independente do aspecto do líquido
que o pulmão que era hipoplásico cresça,
amniótico (mecônio) → Se bebê nasce entre
aumentando assim, a sobrevida fetal (de 20
37-41 semanas, respirando/chorando em
para 60% com a correção)
flexão → BEBÊ NÃO PRECISA SER
COLOCADO NO BERÇO DE *Na vida intrauterina , o pulmão está
REANIMAÇÃO: totalmente com líquido. Quando o bebê
começa a chorar, o líquido alveolar é
• Garantir a temperatura ambiente de 23-
substituído por ar; os capilares
26°C
perialveolares (que são vasoconstritos) vão
• Secar corpo e cabeça
sofrer vasodilatação; ocorre mudança da
• Manter em contato pele-a-pele no tórax
circulação fetal para a circulação pós natal
ou abdome materno
(através do ducto arterioso). Este processo
• Avaliação continuada da vitalidade
da vida fetal para a pós natal pode demorar
• Estimular a amamentação na 1ª hora de
de 5-10 minutos para o bebê se estabilizar
vida
totalmente (por isso é importante que o
*EX: Gestante que não fez pré-natal, pela médico fique junto do bebê por pelo menos
data da última menstruação está a termo. os 10 primeiros minutos de vida)
Parto evoluindo super bem, e por fim nasce
FC < 100
o bebê → chorando/respirando em flexão
(bebê à termo). Coloca-se o bebe no tórax
da mãe (para contato pele a pele). De
repente, bebê para de respirar (apneia) e
fica acianótica. Os pediatras pegam ele,
colocam no berço de reanimação, olham o
abdome dela e observam que o abdome está
totalmente escavado (ou seja todas as
vísceras foram para o tórax). O que será
que esse bebê têm? Teve uma malformação.
Qual? Hérnia diafragmática

*Hérnia diafragmática → condição em que RN 34+6 – 36+6 ou ≥ 42+6 semanas OU RN


não é possível ventilar o bebê com VPP; é ≥ 34+6 com apneia ou respiração irregular
preciso intubar ou hipotônico:

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• Promover calor, posicionar cabeça, USO DE O2 SUPLEMENTAR EM RN ≥34
aspirar boca e nariz se secreção, secar SEMANAS
corpo e cabeça, reposicionar a cabeça
• A necessidade de O2 suplementar é
• FC < 100/APNEIA/RESPIRAÇÃO
excepcional em RN ≥34 semanas se a
IRREGULAR:
VPP é feita com a técnica adequada
o VPP (avaliação contínua da FC e
• Nos poucos casos em que isto é
SatO2)
necessário, indica-se a aplicação da
AVALIAÇÃO DA FC NA REANIMAÇÃO mistura O2/ar, ajustando-se a [O2] por
meio de um blender para atingir a
Determinar a FC de maneira rápida,
SatO2 desejável
acurada e confiável é crítico para a tomada
de decisões em sala de parto

Métodos de avaliação da FC nos 1°s


minutos incluem:

• Palpação do cordão, ausculta do


precórdio, sinal de pulso pela oximetria
e atividade elétrica do coração pelo
monitor cardíaco
• Palpação do cordão umbilical, ausculta
precordial e sinal de pulso pela
oximetria subestimam a FC
• O monitor cardíaco permite a detecção
acurada, rápida e contínua da FC. Ritmos *Um bebê normal demora até 5 minutos
anômalos no traçado ECG não devem ser para saturar 10-80%; de 5-10 minutos para
valorizados em sala de parto saturar 80-90% e >10 minutos para saturar
de 85-95%
*Para saber se o bebê está melhorando, é
preciso monitorizá-lo. Colocar apenas o *É importante saber isso (saturação normal
oxímetro na palma da mão direita, o do bebê) para não usar O2
oxímetro vai demorar cerca de 3-5 minutos inadvertidamente
para fazer a leitura. Por isso, é necessário
colocar o monitor cardíaco (para melhor
acurácia da FC)

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*Ventilador manual em T = babypuff possível colocar quanto se deseja usar de
pressão expiratória
*Balão autoinflável: o RN respira 40-60
vezes por minuto. → para o bala *É possível colocar a pressão expiratória
autoinflável, seria preciso fazer “aperta, final.
solta, solta” – ventilando o RN 40-60 vezes
o Em um prematuro com 1.600 kg, que
por minuto nesse ritmo
a mãe não tomou corticoide → RN
*O ambu vem com 40 cm H2O na válvula de com deficiência de surfactante.
segurança!! Se chegar um RN, não pode Quando começa a ventilar esse RN
usar um ambu pediátrico com 60 cm H2O, no ambu, os alvéolos dele irão
se não o pulmão do bebê pode “explodir” colabar
o Em um ventilador Manual em T, os
alvéolos vão se manter abertos
o Por isso, pré-maturos → ventilar no
ventilador manual em T, e não no
ambu!!

*Já no ventilador mecânico manual em T, ao


invés de ser “aperta solta solta”, o ritmo é
“oclui solta solta”

*Lembrando que muitas vezes não é


possível ventilar corretamente os pacientes
por falhas técnicas: não é possível escolher
a máscara corretamente, não sabe fazer a
interface, não sabe usar o ventilador
*Indicações de intubação: hérnia
manual em T
diafragmática e ventilação com pressão
*No ventilador manual em T também é positiva (VPP) prolongada
preciso calibrar, não deixando alcançar
*FC < 60 → INDICAÇÃO DE
mais que 40cm
MASSAGEM
*Diferente do ambu, que não se sabe a
*3 MASSAGENS PARA 1 VENTILAÇÃO
quantidade que está dando de pressão
expiratória, no ventilador manual em T é *Se não há melhora com ventilação
mecânica e nem com a massagem →
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drogas vasoativas (adrenalina *Em uma parte fica o ambu e na outra a
endotraqueal e EV) cânula. Quando ventila e a peça fica
amarela, significa que o paciente está
*Se isso tudo ocorrer em um cenário em
intubado corretamente.
que houve um descolamento de placenta
(em que mesmo após as drogas vasoativas a INTUBAÇÃO DIFÍCIL EM RN ≥34
FC não melhorou) → paciente se encontra SEMANAS
hipovolêmico (ou seja, é preciso dar soro
• Quando a intubação traqueal não é
fisiológico 10ml/kg) – expansão volêmica.
possível, a máscara laríngea é uma
DETECTOR DE CO2 EXPIRADO alternativa para manter as vias aéreas
pérvias e assegurar a ventilação
*Como saber se o bebê esta intubado
pulmonar do RN ≥34 semanas com peso
corretamente? Auscultando abaixo da axila
>2000g (2kg)
direita, da axila esquerda e ver se não têm
ar no estômago

*Quando os RN são muito pequenos, pode


ser utilizado uma pecinha:

*RN precisa ter mais de 2kg

MASSAGEM CARDÍACA
Está indicada quando a FC < 60 bpm, com
falha na VPP e O2 suplementar a 100%
• 3 massagens cardíacas para 1
• Método colorimétrico amarelo: cânula na ventilação: 1-2-3-ventila
traqueia • Avaliar a cada 60 segundos se houve
melhora do quadro ou não
o Detector de CO2 expirado
• Se não melhorar com massagem,
(diferente de capnógrafo)
entrar com adrenalina
• Com a inspeção e a ausculta do tórax,
demora 30-60 segundos para o médico
perceber que a cânula está mal
posicionada
• A detecção de CO2 expirado, além de
ser objetiva, diminui o tempo para
confirmar a posição da cânula

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*Em qual locar massagear? Abaixo dos *É preciso estar paramentado para
mamilos, no apêndice xifoide. realizar, para evitar infecções

*Há 2 técnicas → técnica dos 2 dedos e a VENTILAÇÃO


técnica dos dois polegares

*A técnica que dá mais perfusão


coronariana, menos risco e que é menos
cansativo é a técnica dos dois polegares

*3 compressões para 1 ventilação (1,2,3


ventila)
• Comprimir 1/3 da dimensão ântero-
*Quem massageia comanda posterior do tórax, produzindo pulso
palpável
CATETERIZAÇÃO UMBILICAL
• Permitir reexpansão plena do tórax após
MEDICAÇÕES compressão para enchimento dos
ventrículos e coronárias
O cateter venoso umbilical deve ser
• Os dedos não devem ser retirados do
inserido de emergência, assim que há
terço inferior do tórax na fase de
indicação da adrenalina
liberação
• A ventilação pulmonar é o
procedimento mais importante e
efetivo na reanimação em sala de
parto e, quando necessária, deve ser
iniciada nos primeiros 60 segundos de
vida ("Minuto de Ouro")
• O risco de morte ou morbidade
aumenta em 16% a cada 30 segundos
de demora para iniciar a VPP até o
6° minuto após o nascimento, de modo
independente do peso ao nascer, da
idade gestacional ou de complicações na
gravidez ou no parto

PRESENÇA DA FAMÍLIA DURANTE A


REANIMAÇÃO
*Corta-se a veia umbilical 1 cm da base e dá
o nó. • Família e RN constituem uma parceria básica
para a vida
*Cateter umbilical 5F ou 8F
• Análise da evidência disponível
9
sugere ser razoável a presença da família precisam ser colocados em
durante as manobras de reanimação resfriamento/hipotermia terapêutica nas
neonatal, desde que existam condições primeiras horas e vida, para que não haja
institucionais e vontade da família progressão da morte neuronal → se a
criança não for colocada no programa
terapêutico, ela pode ter paralisia cerebral,
cegueira, surdez...

*Durante a reanimação, há injúria no


cérebro do RN e estresse oxidativo

*Quando ocorre morte celular, não é


possível mais reverter
*Apesar do Brasil ser o 2° programa de
reanimação neonatal, a asfixia ao nascer
(P21), aspiração de mecônio (P24) e hipóxia
(P20) são importantes fatores de
mortalidade

*EX: Na DPP (descolamento prematuro de


placenta) ocorre uma interrupção do fluxo
placentário (ASFIXIA PERINATAL). Com
isso, o organismo neonatal:

→Faz uma redistribuição do débito


cardíaco (vai menos sangue para o rim,
pulmão, intestino, fígado, para tentar
mandar mais sangue para o cérebro, para a
coronária e para a adrenal)

*Se essa asfixia se prolonga, ocorre


*RN que nascem com encefalopatia e diminuição do fluxo miocárdico e diminuição
hipóxia isquêmica grave/moderada

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do fluxo cerebral, gerando uma lesão na primeira semana de vida por causas
isquêmica cerebral associada à asfixia perinatal
• A maior parte dos óbitos (71%) ocorre
*Quanto mais prematuro for o RN pior a
no primeiro dia de vida.
lesão
MONITORAMENTO CEREBRAL

• No mundo, estima-se que 2,5 milhões de


recém-nascidos (RN) morrem
anualmente 7.000 mortes ao dia,
responsáveis por aproximadamente 47%
dos óbitos de crianças abaixo de 5 anos • Alta incidência descrita em prematuros
de idade em 2018. (especialmente em pacientes com
• A asfixia perinatal contribui com 30- complicações clínicas).
35% das mortes neonatais, o que • Crises convulsivas estão associadas a
representa, em nível global, ao redor de alteração de perfusão, demanda
1 milhão de óbitos por ano metabólica e pode afetar a neurogênese
• As mortes neonatais são predominantes e neurodesenvolvimento.
na primeira semana de vida, em grande • Maior "seizure burden" está associado a
parte relacionadas à assistência mal prognóstico neurológico em
materna antes e durante o trabalho de prematuros.
parto e parto. • A vasta maioria das crises convulsivas
• No Brasil, 35.293 crianças foram a são subclínicas no período neonatal (e
óbito no primeiro ano de vida em 2019 e, portanto não são vistas)
destes, 52% (18.402) ocorreram na
*Monitorização cerebral → eletroencéfalo
primeira semana de vida. Dentre os
18.402 óbitos, em 3.775 (20%) RN a *Telemedicina → “avisa quando o bebê está
causa do óbito esteve associada à convulsionando”
asfixia perinatal.
• Considerando os neonatos com peso de
nascimento 2.500g e sem malformações
congênitas, 5-6 morrem por dia no país

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10 PASSOS BÁSICOS NO identificação correta de crises
ATENDIMENTO RN COM ASFIXIA convulsivas
PERINATAL
PREMATURIDADE: UM SÉRIO
1- Seguir as Diretrizes do Programa de PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
Reanimação Neonatal da Sociedade
• No mundo 15 milhões de nascimentos
Brasileira de Pediatria (PRN/SBP),
prematuros
2- Obter gasometria do cordão / recém-
o 345.000 evoluirão com lesão
nascido na primeira hora de vida e
neurológica moderada a grave
realizar exame neurológico na UTI
• Brasil - variações de 7-12% nascimentos
usando uma escala padrão.
prematuros nos diferentes serviços
3- Controlar temperatura durante a
• Brasil-340.000 prematuros /ano
reanimação e à admissão na UTI
• Brasil-46.000 nascimentos com idade
mantendo o RN em normotermia durante
gestacional <32 semanas
a avaliação.
• Esses neonatos utilizarão recursos de
4- Realizar acesso venoso central umbilical
UTI*
para administração de líquidos e glicose.
5- Oferecer uma taxa hídrica diária inicial *1 semana a mais de ganho de IG melhora
entre 40-60ml/kg/dia com ajustes de muito a sobrevida
acordo com balanço hídrico a cada 12h.
6- Evitar a infusão excessiva de líquido e ASSISTÊNCIA AO NASCIMENTO:
indicar expansão de volume somente em REANIMAÇÃO NEONATAL-MINIMIZAR
situações especiais. LESÃO SNC
7- Controlar glicose, sódio, potássio, *Reanimar bebês pequenos precisa de um
hemoglobina/hematócrito e cuidado grande:
coagulograma/plaquetas a cada 12h no
primeiro dia de vida e depois, a cada • Recepcionar recém-nascido equipe

24h. Evite correções rápidas de cálcio. treinada pela SBP

8- Controlar adequadamente a pressão • Manusear delicadamente

arterial. • Evitar hipotermia e hipertermia

9- Fornecer, se necessário, suporte • Evitar PIP e PEEP excessivos

respiratório invasivo ou não, e manter • Ajustar a ventilação e concentração

Sp02 entre 90-95% com gasometria oxigênio

normal. • Não utilizar soluções hipertônicas

10-Iniciar hipotermia terapêutica nas


primeiras 6h de vida se RN apresentar
encefalopatia moderada ou grave, se
possível com neuromonitorizacao para

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MANUTENÇÃO TEMPERATURA CORPORAL – *Trabalho realizado no HC durante a
PRVENÇÃO HIPOTERMIA PREMATUROS pandemia da COVID-19

*Quando começou a vacinação: todas as


mulheres lactantes foram vacinadas e
depois se observou a quantidade de
anticorpos contra a covid no leite dessas
mães.

NASCIMENTO SEGURO SBP

*Bebê em saco plástico, com 2 toucas

ALEITAMENTO MATERNO NA 1° HORA


DE VIDA
• A promoção, proteção e apoio ao AM
devem ser intensificados na pandemia
devido a seus inúmeros benefícios,
dentre os quais se destaca o Guardar esses 5 conceitos sobre o
fornecimento de anticorpos ao RN / nascimento seguro:
lactente
1- O contato pele a pele entre mãe e RN
*Bebês que nascem com mais de 34 ajuda no desenvolvimento do bebê,
semanas, com boa vitalidade, o aleitamento facilita a amamentação e reduz o
materno deve ser promovido na primeira estresse materno. No caso de
hora independente de ter sido parto normal prematuros, esse contato é ainda mais
ou parto cesáreo benéfico
2- Mães e pais devem contar com o
CORONAVAC IS ABLE TO INDUCE ANTI
pediatra na hora de tirar dúvidas sobre
SARS-COV-2 ANTIBODIES IN HUMAN MILK
o nascimento. O diálogo entre médico e
família é fundamental para a chegada do
bebê
3- Após o nascimento, o bebê precisa
passar por exame clínico e alguns testes
realizados pelo pediatra. Certifique-se
da presença dos pediatra na equipe
médica
4- Amamentar os bebês imediatamente
após o nascimento pode reduzir

13
consideravelmente a mortalidade
neonatal
SIMULAÇÃO 1
5- É direito de toda gestante ter um parto
acompanhado por uma equipe capacitada
(REANIMAÇÃO NEONATAL
e atualizada em reanimação neonatal,
E EMERGÊNCIAS
sempre com presença de pediatra
PEDIÁTRICAS)
SIMULAÇÃO EMERGÊNCIAS
PEDIÁTRICAS

CASO 1

História → criança de 8 anos chega na


emergência. Mãe refere que ele se
encontra muito cansado desde ontem à
noite. Saturação 88%. PA baixa. FC alta
(criança está chocando). Na ausculta
pulmonar: som de chiado

*Taquicardia compensatória pela hipoxemia

Principal Hipótese diagnóstica → crise


asma grave

• Sala de emergência → primeira coisa:


MOVE
o Monitor
o Oxigênio
o Acesso venoso
• ABCDE
o A → via aérea
o B → Respiração
o C → Circulação
o D → Neurológico
o E → exposição do paciente
• Não é necessário pedir um RX neste
caso, pois estará normal. Geralmente é
pedido quando há história de febre e
está suspeitando de pneumonia, quando

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não melhor com salbutamol. Apenas a *Se der oxigênio para a criança antes de
crise de asma em si não é preciso dar salbutamol não vai adiantar, pois o
realizar raio X (apenas se for um caso pulmão continuará fechado
em que o paciente não está melhorando
*Crises de asma leve → dar apenas
por exemplo, para ver se tem algo no
salbutamol
pulmão)
• Também não é preciso pedir hemograma *Crises de asma moderada/grave →
neste caso para crise de asma. salbutamol + corticoide

ASMA *Neste caso mais grave, a criança precisa


internar
• Inflamação das vias aéreas, que gera
broncoespasmos *Profilaxia: como evitar que a criança fique
• Desencadeadores da asma → alérgenos, assim novamente? Corticoide inalatório em
tabagismo, infecção baixa dose (betametasona, fluticasona...).
• Crise de asma: terapia Dependendo do Step, se precisasse
o Como resgatar da crise de asma? aumentar → corticoide inalatório baixa
SABA (beta agonista de curta dose + LABA ou corticoide inalatório dose
duração = salbutamol e fenoterol) alta
→ abre o pulmão
*Depois que ela estiver bem, encaminhar
o É preciso dar outra droga junto
para casa e para UBS, para
com o SABA (pois é de curta
acompanhamento de tratamento
duração, e em cerca de 1 hora o
efeito já começa a passar) → dar SUPORTES DE OXIGÊNIO
corticoide junto (anti-
inflamatório esteroidal) DISPOSITIVOS QUE SUPLEMENTAM
OXIGÊNIO
o No momento agudo → dose de
ataque (2 mg/kg) de corticoide. A
CATETER DE OXIGÊNIO
manutenção é 1 mg/kg/dia
o SABA (beta agonista de curta • Suporta um fluxo de até 6L/min,
suração): 300-600 mg – depende fornecendo uma FiO2 de, no máximo,
do tamanho de criança 45%
▪ O tempo vai variar do • Indicado para casos levem de O2
estado da criança (se
estiver muito mal de hora
em hora, por exemplo)

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MÁSCARA SIMPLES:
• Não tem reservatório
• Atinge FiO2 de até 60%
• Usar com o fluxo mínimo de 5L/min, até
fluxo de 15L/min
• Usado em hipoxemias moderadas

DISPOSITIVOS QUE DÃO 02 + PRESSÃO


POSITIVA:

CATETER NASAL DE ALTO FLUXO:


• Atinge fluxos de 25-30L/min
• Consegue chegar em FiO2 de 100%

MÁSCARA DE VENTURI:
• Através de válvulas, permite um ajuste
mais preciso da FiO2 - Cada uma das
válvulas fornece uma FiO2 diferente
• Pode chegar a uma FiO2 de até 50%
(25-50%)

*2L/kg de oxigênio

VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI):


• Permite ajustar tanto o nível de pressão
positiva como da FiO2
• Situações muito úteis: edema agudo de
pulmão e DPOC
*Muito boa para sala de emergência

MÁSCARA NÃO REINALANTE COM


RESERVATÓRIO:
• Apresenta um reservatório de oxigênio
e um sistema de válvulas inspiratórias e
expiratórias que podem dar quase FiO2
de 100% com um fluxo 12-15L/min (FiO2
> 80%)

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CASO CLÍNICO 2 *Sinusite – crianças menores não se fala
tanto, pois os seios da face não estão tão
História → Maria, de 4 anos vem ao OS
aerados
está com febre desde domingo. Mãe refere
tosse, coriza, cansaço. Fala também que a *Uma das causas mais comuns de febre em
filha não está se alimentando bem. A tosse crianças é ITU (pode fazer febre por ITU
é produtiva. Tomou dipirona para a febre (e e estar resfriada junto)
houve melhora)
*Principal causador de pneumonia → vírus;
Exame físico → Corada, hidratada, FR = dentre as bactérias, a mais comum é
37, FC = 115, Sat = 98%. Ausculta cardíaca pneumococo
= sem alterações; Ausculta pulmonar =
*Pneumococo → qual ATB? Sempre
estertores na base do pulmão direito.
escolher o menor espectro possível →
*No exame físico → ver ouvido (pode ser Amoxicilina (ampicilina)
otite), palpar barriga
*Quando a criança está bem, em BEG →
*Foi pedido um RX de tórax: mandar para casa

*Quando a criança não está bem (queda do


estado geral, desidratação, taquicardia) →
deixar internada em observação

• Após 3 dias, mantém febre.


• Principal hipótese → piora da pneumonia
devido ao tratamento ineficaz
• Foi pedido um RX, com piora do quadro
*Condensação em ápice direito. (condensação intensa no pulmão) –
sugestivo de derrame pleural
Diagnóstico → IVAS complicada
(pneumonia)

Tratamento → Dar Antibiótico por 7 dias e


dar alta para casa

*Complicações mais comuns de IVAS →


Sinusite, pneumonia, otite

*Otite é a complicação mais comum!! Fazer


• Ausculta precisa ser sentada, pois
a otoscopia
quando está deitada, o líquido fica dos
dois lados (não é possível auscultar)
• Percussão maciça

17
• Diagnóstico → derrame pleural ▪ 1 ml/kg na
• Tratamento → cânula/traqueia
o Toracocentese ▪ 0,2 ml/kg EV
▪ Criança consegue respirar o Com outra seringa, fazer um
adequadamente novamente flush de soro fisiológico (para
▪ É possível fazer cultura fazer com que a droga chegue
para dar um ATB baseado no paciente – “empurrar a
na cultura droga”)
o Ampliar espectro (ATB largo o Pode deixar 2 seringas de 20
espectro) → cefalosporina de 3° ml prontas
geração (ceftriaxona) • Bebê nasceu em apneia e hipotônico
• Houve descolamento de placenta de
REANIMAÇÃO NEONATAL 60%
SIMULAÇÃO o Colocar bebê sob fonte de calor
(berço)
História → Paciente com IG de 35
o Secar e remover os campos
semanas, doença hipertensiva específica da
úmidos
gravidez (help síndrome), está
o Posiciona a cabeça
convulsionando. Vai realizar a cesárea de
adequadamente
emergência
o Aspirar bocas e narinas (presença
*Anestesia geral → A anestesia passa para de sangue)
o bebê pela placenta, podendo gerar
*Parar para reavaliar a cada 1 minuto!!
apneia/hipóxia
• Bebê em apneia e FC de 50 bpm (após
• Preparar a adrenalina:
minuto)
o A adrenalina é 1/1000. É preciso
o Iniciar ventilação (aperta, solta,
transformá-la em 1/10.000
solta)
o É preciso diluir a adrenalina.
• Foi reavaliado: FC DE 65 bpm e
o Pegar sempre primeiro a droga
Saturação de 55% (após 1 minuto)
(quantidade exata) e depois o soro
o Ligar oxigênio suplementar
(quantidade suficiente para)
• Após ligar oxigênio → FC de 55 bpm
o Com a seringa de 10 ml, pegar 1ml de
(após 1 minuto)
adrenalina
o Iniciar intubação orotraqueal.
o Pegar 9 ml de soro fisiológico
Intubar e iniciar a ventilação
o Totalizando 10 ml
(aperta, solta, solta)
o Preparar uma seringa de 5 ml (que
o Iniciar massagem cardíaca (3
será feita na traqueia/cânula) e 5
massagens e ventila → 1,2,3 e
seringas de 1ml (EV)
ventila) → 3 para 1

18
*A massagem cardíaca só é iniciada após a o Realizar expansão – 30 ml de soro
intubação fisiológico (10 ml/kg – bebê com 3
kg) 5-10 minutos
• FC continua 55 bpm (após 1 minuto)
o Retomar massagem e ventilação
o Pegar adrenalina
o Fazer mais uma adrenalina
o Pegar a seringa de 5ml para
cânula *Lembrando que cada ciclo
o O bebê pesa 3kg → 1ml/kg = 3 ml (massagem/ventilação) duram 1 minuto!
na cânula Após 1 minuto de ciclo, reavaliar FC
o Adrenalina na cânula e depois
• FC vai para 80 bpm
ventilar
o Para a massagem
o Realizar cateterismo umbilical na
o FC > 60 → Cessar a massagem
veia umbilical.
cardíaca
o A veia é mais larga e a parede
o Manter ventilação
mais fina que a das artérias
o Continua pálido
o Aspirar a seringa para vir o
• FC sobe para 95 bpm e saturação
sangue, e depois introduzir as
83%
drogas. ;
o Está acabando a primeira
o 0,2 ml/kg (bebê de 3 kg) → 0,6
expansão
ml e depois fazer o flush com
o Iniciar a segunda expansão
soro
o Realizar mais um ciclo de
o No cateterismo umbilical, é
ventilação
preciso preencher de soro o
• Bebê estabilizado após 2° expansão
cateter umbilical para não fazer
o Só pode tirar o bebê do berço,
uma embolia gasosa
quando a FC estiver > 100 e ele
o Se a frequência cardíaca do bebê
chorar! (quando estiver estável)
não melhorar após mais um ciclo
de massagem e ventilação, repetir *Se ele não chorar, não pode parar de
a dose de adrenalina EV ventilar
(cateterismo umbilical)
*Geralmente, quando se intuba um RN
o Fazer adrenalina a cada 3-5
(principalmente se for prematuro, que
minutos
nasce mal), só faz a extubação quando vai
• A FC foi para 60 bpm
para o berçário (quando estiver mais
o Bebê se encontra muito pálido –
estável)
pois estava sagrando (devido ao
descolamento de placenta) • Supondo que o bebê esteja mais
estável, e ele comece a convulsionar:
o Colher uma gasometria

19
▪ PH: 6,99 Portanto, é preciso clampear o cordão
▪ Bicarbonato: -23 imediatamente
▪ Acidose alta
o Encaminhamento para hipotermia
terapêutica
▪ Bebê fica por 72 horas em EXAME FÍSICO RN –
33-34°C, fica sedado,
entubado, pode precisar de
óxido nítrico em casos de
CÁSSIA
hipertensão pulmonar
*Semiologia → estudo dos sinais e sintomas
o Teve convulsão, isso diz muito a
da faixa etária pediátrica (RN, lactente,
favor de um comprometimento do
pré-escolares, escolares, adolescente)
SNC
o Pode ser que ele não convulsione, CONSULTA PEDIÁTRICA
tendo uma convulsão subclínica
(visto pelo eletroencéfalo)
o Entrar com fenobarbital (escolha
para convulsão em RN)

*Para intubação difícil: pode ser usada a


máscara laríngea (para >35 semanas e >2
kg)

*SEMPRE, em casos de bebês com • A consulta pediátrica é comporta por:


insuficiência respiratória → lembrar de ver o Anamnese
a glicemia e dar suporte ventilatório. Se o Exame físico
estiver com uma hipoglicemia muito grave, o Exames complementares
não vai responder (mesmo com oxigênio)
*Geralmente, apenas com a anamnese e o
*Exemplo (cai bastante em prova de exame físico, 90% das vezes é possível
residência): bebê nasceu (DPP), líquido com chegar em uma hipótese diagnóstica
sangue, bebê chorou forte, com tônus em
*Ou seja, nem sempre é preciso pedir
flexão. O que fazer? Clampeamento
exames complementares (a minoria dos
imediato ou tardio? O objetivo do
pacientes)
clampeamento tardio é evitar anemia. O
paciente teve uma DPP (perdeu sangue). ANAMNESE
Quando mais demorar para clampear o
cordão, ele vai perder mais sangue. • Identificação
• Queixa e duração
• HPMA
20
• ISDA o É difícil ter 10 pontos no primeiro
• Antecedentes pessoais → precisa ser minuto, pois é fisiológico ter
bem detalhado cianose periférica, devido a
o Obstétricos (pré-natal, infecções persistência do canal arterial (ao
durante a gestação, quantas nascimento o canal arterial está
gestações, parto normal ou parto aberto, e ele vai se fechando com
cesárea, antecedentes neonatais o tempo) – por isso no 5° minuto
nos primeiros 28 dias de vida, já se espera um apgar 10
apgar, peso ao nascimento...) • Normal: nota > 7 (entre 8-10)
o Pessoais (após o nascimento, como
*Cai muito nas provas de residência
doenças infecciosas por exemplo)
o Alimentares (o que come durante CLASSIFICAÇÃO FAIXA ETÁRIA
o dia, a quantidade, a qualidade
• Recém-nascido: 0-28 dias
dos alimentos, como são
• Lactente: 28 dias-2 anos
preparados)
• Pré-escolar: 2-5 anos
o DNPM
• Escolar: 6-10 anos
o Vacinação
• Adolescente: 10-19 anos
• Antecedentes familiares
o Alergias, malformações, doenças *Essa divisão, dentro da prática pediátrica
infectocontagiosas, DM, HAS é importante, pois há algumas doenças mais
• Condições socioeconômicas prevalentes em determinadas faixa etárias,
o Para orientação de medicação, além de que alguns sinais e sintomas são
alimentação, cuidados fisiológicos em algumas idades e
patológicas em outras
APGAR
*Ex: o refluxo gastroesofágico é muito
comum em lactentes jovens (até 3 meses),
pois o esfíncter esofágico inferior imaturo;
é mais comum nessa faixa etária que as
fezes sejam mais amareladas, mais
pastosas

• Feito no final do primeiro minuto de vida *Já uma criança com mais de 3 anos, com
e no quinto minuto (1° e 5°) um quadro de fezes mais amareladas → não
• Muito útil para ver se as manobras de é fisiológico
reanimação foram efetivas e para saber
como o bebê nasceu
• É esperado que no 1° minuto a nota seja
>7
21
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A • Conversar com a criança antes e
IDADE GESTACIONAL durante o exame (para criar vínculo
com a criança)
• Criança no colo ou nos braços da mãe
(não é o ideal, mas caso a criança
esteja com medo de sentar na maca,
pode ser feito desse jeito)
• Evitar de imediato deitar a criança
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O
• Evitar colocar subitamente a criança
PESO DE NASCIMENTO
na mesa
• Evitar voz elevada, gestos brutos
• Jamais perder a paciência
• Ouvido e garganta no final (pois
examinar esses dois locais podem
incomodar a criança, é melhor deixar
CLASSIFICAÇÃO PESO X IDADE
para o final)
GESTACIONAL
• Sucesso do exame físico – cooperação:
conquista X abordagem
• Para o exame objetivo – boa iluminação
do ambiente - luz natural
*Se for Z-escore:
*É preciso fazer um exame físico completo
o > +2 = GIG na criança, pois não pode deixar nada
o Entre +2 e -2: AIG passar. Os sintomas e sinais físicos nas
o < -2: PIG crianças, principalmente nas menores, são
extremamente inespecíficos (por isso é
EXAME FÍSICO preciso ver tudo, pois a criança pode estar
com febre por estar com uma unha
REGRAS DO EXAME FÍSICO encravada, por exemplo)
• A criança deve estar despida e
ambiente com boa iluminação CONQUISTA: A PEDIATRIA COMO ARTE
• Seguir sequência de exame físico • Muito importante, principalmente para
• Ter paciência, não ter pressa para criar um vínculo com a criança
examinar, olhar tudo com detalhes, • É um binômio: agrada-se a criança e
saber ouvir a criança agrada-se a família
• Conquistar a simpatia e a confiança das
crianças e dos pais
• Delicadeza na abordagem da criança

22
ASPECTO GERAL *Há também o termômetro do conduto
aditivo, porém ele é caro. O valor de
Observa-se o aspecto geral da criança ao
normalidade é um pouco acima do axilar
chegar:
(pois o conduto auditivo está mais próximo
• Nível de consciência do centro hipotalâmico, que está
• Condições de higiene relacionado com o centro termorregulador)
• Ativo ou hipoativo
FREQUÊNCIA CARDÍACA
• Atitude da criança na consulta
• Fala da criança
• Psiquismo da criança
• Facie (típica ou atípica)

*Ver se está em Bom estado geral, corada,


hidratada, anictérica, acianótica

*Quanto menor a criança maior a


frequência cardíaca e a frequência
respiratória

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

*Muitas vezes olhando a facie já dá para


PRESSÃO ARTERIAL
saber qual o diagnóstico

*A respiração do RN/lactente é
basicamente diafragmática (abdominal),
tônus em flexão (atitude)

SINAIS VITAIS

• Oral: 35,8°C – 37,2°C


• Retal: 36,2°C – 38°C
o Mais fidedigno: áreas muito
vascularizada
• Axilar: 35,9°C – 36,7°C
o Mais usado
23
*A pressão arterial é diretamente • Balança normal/plataforma: usada para
proporcional a idade da criança: quando crianças maiores de 2 anos ou 16kg,
menor a criança, menor a pressão arterial adolescentes ou adultos, podendo ser
mecânica ou digital
*É preciso usar as técnicas adequadas
(braçadeira, manguito) ESTATURA
*Todas as crianças a partir de 3 anos • Crianças menores de dois anos =
precisam ter pelo menos 1 medida da PA, comprimento
anualmente o Criança é medida deitada com a
régua (antropômetro)
*<3 anos a PA é medida em crianças de
o Cabeça na parte fixa e pés na parte
risco (prematuras, cardiopatas,
móvel
comprometimentos pulmonares,
o Medir os dois pés juntos (um pode
broncodisplasia, malformações do sistema
ser maior que o outro)
geniturinário...)
• Crianças maiores de dois anos =
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS estatura/altura
o Parte fixa no pé da criança e parte
*Importante em toda consulta pediatria:
móvel na cabeça
medir, pesar, colocar na curva (uma criança
o Criança é medida em pé
que está bem na curva é uma criança que
está crescendo bem, se desenvolvendo bem,
ou seja, é algo que normal/que gera
tranquilidade)

*Crianças fora da curva, que não crescem,


que não ganham peso → são sinais de
alarme importantes dentro da prática
*Após avaliação, colocar na curva, para
pediátrica; pode mostrar que a criança
avaliação pondero-estatural
possui alguma doença de base
(fenilcetonúria, imunodeficiências...) *Na prática pediátrica, também é
importante verificar o potencial genético
*Portanto, a curva de crescimento é uma
do ponto de vista pondero-estatural: Para
ferramenta muito importante para fazer
meninas: (altura da mãe em centímetros) +
monitorização de evolução
(altura do pai em centímetros - 13) /2. Para
PESO meninos: (altura da mãe em centímetros) +
(altura do pai em centímetros + 13) /2 →
• Balança pediátrica: usada para crianças
potencial genético da estatura da criança
de até 2 anos ou até 16 kg, podendo ser
mecânica ou digital

24
PERÍMETRO CEFÁLICO CABEÇA E PESCOÇO
• O PC é medido com a fita métrica na
região da glabela e na região da FONTANELAS:

proeminência occipital • Anterior ou bregmática


o 2-3 cm
o Começa a se fechar com 9 meses
e fecha totalmente com 18 meses
• Posterior ou lambdóide
o 1 cm
*Se a calota craniana não cresce de modo o Se fecha em torno de 3-60 dias
adequado, a criança não vai ter um de vida
desenvolvimento do SNC. Por isso é
importante monitorizar o PC, para fazer
diagnósticos precoces, de microcefalia,
cranioestenose, hidrocefalia....

*Medir e colocar na curva

*O PC é medido até os 3 anos de vida


*Palpar fontanela, verificar se é plana,
normotensa.
PERÍMETRO TORÁCICO
• Usar os mamilos como linha de OTOSCOPIA
referência

PERÍMETRO ABDOMINAL
• Usar a cicatriz umbilical como linha de
referência (acima da cicatriz umbilical)

TIREOIDE:
• Palpar a tireoide (por trás ou pela
*Ao nascimento, o maior perímetro é o
frente do paciente);
cefálico, que vai se igualar ao torácico em
torno dos 2-3 meses

*Os 3 perímetros se igualam em torno dos


2-3 anos

25
Observações:

• Estrabismo → até os 6 meses é normal a


criança ter um pouco de estrabismo (a
não ser que seja fixo), por conta da
imaturidade do SNC. À medida que a
criança vai crescendo, esse estrabismo
vai diminuindo (a partir dos 6 meses). Se
continuar a ter após os 6 meses, é
preciso encaminhar para o oftalmo
(pode ser que a criança tenha
ambliopia/vista preguiçosa, e precise
usar o tampão)
• Verificar o pescoço: ver se tem
torcicolo, cisto tireoglosso
• Observar a calota craniana
26
o Assimetria = Plagiocefalia *As crianças possuem mais gânglios
▪ Pode estar associado a palpáveis que os adultos (principalmente nas
posição (criança fica mais regiões cervicais, pré-auriculares e
deitada de um lado do que retroauricular) → possuem muitas
do outro) infecções de vias aéreas superiores
o Bossa serossanguínea ou
*De maneira geral: gânglios de até 0,5 cm,
cefalematoma
não aderentes em superfícies profundas,
• Observar orelha
gânglios reativos
o Malformações do lobo da orelha
podem estar associados a *Gânglios supraclaviculares,
malformações do sistema infraclaviculares, cubital e poplíteo em
geniturinário (durante o período geral precisam ser investigados → pode ser
embrionário eles se formam de linfoma, doença autoimune
maneira concomitantemente)
TÓRAX
o Grandes malformações do
pavilhão auditivo – pedir
APARELHO RESPIRATÓRIO
avaliação da acuidade auditiva
(pode ter problema na 1-INSPEÇÃO
tuba/cóclea também)
• Padrão respiratório:
• Olho:
o Frequência
o Sinal do olho do gato,
o Ritmo
retinoblastoma, catarata
o Amplitude
congênita → encaminhar para
oftalmo

LINFONODOS

Exame das cadeias ganglionares:

• Localização
• Tamanho
• Consistência (amolecido ou endurecido)
• Mobilidade (móvel ou não) *Observar se o tórax é escavado
• Coalescência (área mais amolecida)
2-PALPAÇÃO:
• Sensibilidade dolorosa
• Pesquisar:
*Cadeia pré-auricular, retroauricular,
o Pontos dolorosos
submandibular, submentoniana
o Tumorações
o Nódulos

27
o Frêmito toraco vocal
o Expansibilidade

3-PERCUSSÃO

• Observar o timpanismo

4- AUSCULTA
*Auscultar em todos os focos
• Toda a região torácica
*Aparelho pulmonar → inspeção, palpação,
• Pesquisa de murmúrio vesicular
percussão, ausculta

*Aparelho cardiovascular → inspeção,


palpação e ausculta (sem percussão)

*PALPAÇÃO DOS PULSOS

• 2 e 3 dedos
• Forma comparativa
*Sempre comparando um hemitórax com o
• Avalia-se:
outro
o Intensidade
o Ritmo
APARELHO CARDIOVASCULAR
o Simetria
1-PALPAÇÃO
• Mais verificados:
• Com o dedo indicados, pesquisa-se o o Radiais
ictus cordis (extensão, intensidade, o Femorais
ritmo dos batimentos cardíacos) o Pediosos
o Ponta do ventrículo esquerdo e o Carotídeos
região do foco mitral
*Pulsos palpáveis em membros superiores e
• Mão espalmada: verificar presença
não palpáveis em membros inferiores →
de frêmitos
pode ser uma coarctação da aorta
2-AUSCULTA:
ABDOME
• Deve se determinar:
1- INSPEÇÃO
o Frequência cardíaca
o Ritmo das bulhas cardíacas • Forma
o Intensidade das bulhas • Simetria
cardíacas • Cicatriz umbilical
o Presença de outros ruídos (hérnias/secreções)
(atrito ou sopros – sistólicos, • Abaulamentos
diastólicos e contínuos) • Circulação colateral
28
*Abdome mais globoso 3- PALPAÇÃO

2-AUSCULTA: • Palpação superficial: observa-se


sinais dolorosos, tumorações
• Deve preceder a palpação e a percussão
• Palpação profunda: observa-se se o
• Inicia-se pela fossa ilíaca esquerda
fígado/baço está palpável
• Pesquisar ruídos hidroaéreos
o Movimentação das alças intestinais *O fígado pode ser palpável em crianças
o 15 segundos em cada quadrante pequenas (2-3 cm do rebordo costal a
o Em média, as crianças possuem 5 direita)
borborigmos por minutos
*O baço e o rim não costumam ser palpáveis
• Se os ruídos estiverem aumentado,
significa que há uma obstrução, ou uma 4- PERCUSSÃO
diarreia
GENITO-URINÁRIO

MENINOS
• Aspecto e tamanho de pênis e bolsa
escrotal
• Exposição da glande:
o Localização do orifício uretral
(normal, epispádia, hipospadia),
presença de aderências
• Palpa-se testículos:
o Tópicos, retráteis, presença de
tumorações ou líquidos

*Se o testículo não estiver dentro da bolsa


*Comum ter hérnias umbilicais pequenas
escrotal → criptorquidia (demora mais para
(geralmente melhoram sozinhas até os 2
descer) – pode ser feito um USG para
anos); estão muito associadas a uma
verificar onde está o testículo (dentro da
diásatase (frouxidão) da musculatura
cavidade abdominal por exemplo);
retro-abdominal – a medida que a criança
encaminhar para cirurgião pediátrico
vai crescendo, essa musculatura vai tendo
um tônus mais desenvolvido, fechando *Testículo retrátil → se encontra ano canal
espontaneamente inguinal (musculatura “puxa” o testículo
para dentro do canal) – mais relacionada
*As hérnias umbilicais não geram tanto
com imaturidade (ex: quando está frio e
comprometimento de outras estruturas e
tira a fralda, a musculatura puxa o
envaginamentos, por isso pode-se apenas
acompanhá-las
29
testículo, e quando coloca a fralda, a *Hidrocele → presença de líquido junto da
musculatura o solta novamente) túnica vaginal. O diagnóstico é feito
através da transiluminação. Esse líquido vai
sendo reabsorvido sozinho

*O que preocupa é quando a hidrocele vem


acompanhada de um hérnia inguinoescrotal
– sinais de alarme, pode levar a necrose de
alças intestinais/encarceramento

*Observar se possui fimose → comum ter


até os 2-3 anos (fisiológico)

*Observar o meato uretral: hipospadia


(posição ventral) e epispádia (posição
dorsal) – encaminhar para cirurgião
pediátrico

MENINAS
• Simetria de grandes lábios
• Presença de pilificação ou tumoração
• Coloração de mucosas da vulva e intróito
vaginal
• Características de clitóris, pequenos
lábios e hímen
• Presença de secreções

*Devido aos hormônios passados da mãe:


pode ter ingurgitamento mamário,
secreções, fundição de estruturas (como os
grandes lábios)
30
*Grandes lábios fundidos → pode-se usar *Observar malformações da coluna:
pomada com estrógeno e/ou corticoides Mielomeningocele, espinha bífida oculta

LOCOMOTOR *Realizar manobra de Ortolani e Barlow


(para ver displasia de quadril)
• Observar coluna (para ver se tem algum
desvio, como cifose, lordose,
escoliose...)
• Observar os pés (pé torno congênito ou
vício de posição)
o Pedir avaliação do ortopedista, se
necessário
• Observar mãos

PELE E ANEXOS

31
OBSERVAÇÕES FINAIS

PESO

• Nos primeiros dias de vida, o RN


perde pouco de seu peso de
nascimento, podendo esta perda
chegar até 10%, entretanto por
volta dos 10 dias de vida esse peso
já está restabelecido
• Ganho de peso:
✓ 1º mês = 30g/dia
✓ 1º trimestre = 700g/mês
✓ 2º trimestre = 600g/mês
NEUROLÓGICO
✓ 3º trimestre = 500g/mês
Sinais: Kernig, Brudzinski e Lasègue ✓ 4º trimestre = 400g/mês
✓ 5º mês = o dobro do peso ao nascer
✓ 1 ano = o triplo do peso ao nascer
✓ Após os 2 anos de idade = 2Kg/ano
até os 8 anos.
✓ 3 – 11 anos = Peso (Kg)= 2X idade + 8

ESTATURA

✓ 1º ano = 25cm (0-6m=15cm; 6-


12m=10cm)
✓ 2 - 6anos = 6-7cm/ano (4 anos =
1metro)
✓ 6 - 12anos = 4 – 6cm/ano
✓ Puberdade = 8 – 12cm/ano
✓ Estatura (cm) = (idade – 3) X 6 + 95
(3 - 11 anos)

32
• Medida fetal por ecografia abaixo de 20
PERÍMETRO CEFÁLICO
semanas
✓ 6cm nos primeiros 3 meses • Altura uterina
(2cm/mês) o Não é muito fidedigno, pois pode
✓ 3cm dos 3 – 6 meses (1cm/mês) haver um oligoâmnio e polidrâmnio
✓ 3cm dos 6 – 12 meses (0,5cm/mês)
*Mãe com oligoâmnio → investigar
✓ 1 ano= 12cm.
hipoplasia pulmonar e malformações renais
✓ 2 anos= 47,5cm
(principalmente). Pedir USG renal
✓ 3 anos= 49cm
*Mãe com polidrâmnio → obstruções do
tubo digestivo (atresia do esôfago e do
duodeno, por exemplo)

EXAME FÍSICO *Sinal das duas bolhas no rx: É o sinal mais


claro de obstrução do duodeno (atresia
duodenal)

PEDIÁTRICO (DR.
MARCOS)
CLASSIFICAÇÃO:
• IG e Peso MÉTODO CAPURRO
• Importância: útil para definição de
*Outro método para calcular a IG do RN
risco, patologias progressivas
➢ Formação mamilo
*Um bebê GIG, por exemplo, têm risco de
o Quanto mais imaturo, menos
hipoglicemia – já deixa dextro de controle
perceptível é o mamilo
na sala
➢ Textura da pele
IDADE GESTACIONAL o O bebê pré-maturo possui pele mais
gelatinosa
CONCEITO
➢ Forma da orelha
• Tempo transcorrido do momento da o Orelha do pré-maturo é mais mole e
concepção ao nascimento quando vai ficando mais a termo, a
orelha vai ficando mais dura, mais
AVALIAÇÃO
encurvada
• Data da última menstruação (DUM) ➢ Tamanho da glândula mamária
➢ Sulcos plantares
33
o Pré-maturos tem poucos sulcos no pé, CLASSIFICAÇÕES
e conforme vai ficando a termo, vai
CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM NASCIDO PELA
tendo mais sulcos
IDADE GESTACIONAL
*Sinais neurológicos (feitos após 12 horas
• Pré-termo: idade gestacional inferior a
de vida – pois a asfixia pode alterar esses
37 semanas
sinais):
• A termo: idade gestacional entre 37 e
➢ Sinal do Xale (posição do cotovelo) 41 semanas e 6 dias
o É visto a posição do cotovelo em • Pós-termo: idade gestacional igual ou
relação a linha média maior que 42 semanas
o O pré-maturo têm pouco tônus, sendo
*Pós data = >40 semanas (mais usado na
possível posicionar o cotovelo quase
GO)
que do outro lado do corpo
o Quando o RN é mais a termo (possui CLASSIFICAÇÃO PELO PESO X IDADE
mais tônus) o cotovelo não consegue GESTACIONAL
ir tanto para o outro lado • RN grande para idade gestacional
➢ Posição da cabeça ao levantar o RN (GIG): peso acima do percentil 90
(ângulo cérvico-torácico) • RN adequado para a idade gestacional
o Pré-maturo (pouco tônus): deflete ao (AIG): peso entre o percentil 10 e 90
levantar a cabeça (>180°) • RN pequeno para a idade gestacional
(PIG): peso abaixo do percentil 10

Sinal do xale

CLASSIFICAÇÃO DO RN PELO PESO DE


NASCIMENTO

• Peso menor que 2.500 g: baixo peso


(BP)
• Peso menor que 1.500g: muito baixo
peso (MBP)

34
• Peso menor que 1.000g: extremo baixo REFLEXOS
peso (EBP)
Reflexo de moro:
EXAME FÍSICO DO RN 1. Também chamado de reflexo
NORMALIDADE paraquedista/susto

• Postura
• Movimento
• Tremor
o Geralmente ocorre pelo frio →
tremor de frequência baixa e
amplitude alta
o Pode ocorrer também devido a Preensão plantar e palma:
distúrbios metabólicos
(hipocalcemia, hipomagnesemia,
hipoglicemia) → tremor de
frequência alta de amplitude baixa

*Predominância do tônus em flexão, fica


com a mão mais fechada. Isso começa a
melhorar em torno dos 3 meses Sucção

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICOS

PESO
• 2.500-3.800 kg

Cutâneo plantar:

ALTURA
• Meninos: 50 cm
• Meninas: 49 cm

Busca:

35
Espadachim o Deita-se o bebê de brusco e passa o
dedo nas costas, e ele faz um
• Também chamado de esgrimista
movimento sinuoso

AUSCULTA

• Cardíaca e Pulmonar
• Ausculta cardíaca em crianças pequenas:
não é feito em focos (não é possível
determiná-los no RN). É feito em borda
Babkin: esternal alta, média e baixa

• Ao pressionar as palmas das mãos do SINAIS VITAIS


bebê, ele abre a boca • Temperatura:
o Axial: 36°-37,5°C
• Batimentos cardíacos:
o 120-160 bpm
• Pressão arterial:
o 65/41 mmHg
o Medido pelo manguito próprio para o

Apoio plantar e marcha: RN


• Respiração:
o 40-60 rpm

CABEÇA

SUTURAS

Outros:

• Olhos de boneca
o Ao ser levantado, abre os olhos
• Naso-palpebral
o Ao tocar entre os olhos do bebê, ele
os fecha
• Se girar o bebê, ele roda os olhos e a
cabeça no sentido do movimento
(vestíbulo ocular e vestíbulo cefálico)
• Reflexo cutâneo dorsal ou reflexo da
lagarta
36
PERÍMETRO CEFÁLICO *Observar se há fenda paliativa, dente,

• 32 a 37 cm lábio leporino, palato arqueado

o >37: macrocrania ORELHA


o <32: microcefalia
• Verificar implantação da orelha
• Média: 34cm

PESCOÇO
POSIÇÃO DA CABEÇA
• Observar região cervical, tumorações...

*Posição de levantar a cabeça no Capurro


*Bebê com tumoração na região cervical;
OLHOS
tumor tão grande que começou a comprimir
• Movimentos traqueia e começou a gerar desconforto
o O estrabismo rápido é normal, respiratório
devido a imaturidade (normal até
*Também chamado de higroma cístico
os 6 meses)
o O estrabismo é patológico >6 COTO UMBILICAL
meses ou quando se torna fixo
(estrabismo convergente fixo)
• Edema palpebral
o A maioria dos RN possuem
edema/secreção, devido ao nitrato
de prata
▪ O nitrato de prata causa uma
conjuntivite “química”, lisa a *O umbigo geralmente é gelatinoso

célula conjuntiva ocular *Possui 2 artérias e uma veia


o Melhora em 24-48 horas
o Pode lavar com água/soro *Vai mumificando ao passar dos dias (cerca
de 1 semana) – em 48 horas já começa o
BOCA processo de mumificação
• Palato arqueado *Tomar cuidado com sinais flogísticos
(hiperemia, odor fétido...)

37
*Infecções podem gerar o retardo da ▪ Aumento da distância dos olhos
mumificação do coto (hipertelorismo orbitário)
▪ Fenda oblíqua (olhos)
MEMBROS
▪ Micrognatia com magroglossia
▪ Gibosidade (acúmulo de gordura
na nuca) – pescoço curto e alado
▪ São mais hipotônicos
▪ Ficam mais ictéricos
▪ Cariótipo: trissomia do
cromossomos 21
*Extremidade roxas (cianóticas)
*Obs: caso a mãe não tenha feito pré-natal
ou não tenha diagnóstico da doença,
esperar um pouco para falar (não falar logo
após o nascimento), pois pode causar uma
rejeição. Falar quando estiver no
alojamento, com mais calma.

*3 principais trissomias: trissomia do 13


*Pregas plantares
(Síndrome de Patau), 21 (Síndrome de
*Quando mais a termo, mais pregas Down) e 18 (Síndrome de Edwards)

*X0 → Turner. Pode ser diagnosticado pelo


inchaço nos pés

PELE E ANEXOS

MANCHA MONGÓLICA

*Pregas palmares

*Patologia que causa prega plantar única:


síndrome de Down

o Outras malformações do Down:


▪ Malformações cardíacas – CIV e
*Acúmulo maior de melanócitos
CIA (comunicação
interventricular e interatrial) *Fisiológico
▪ Dedos curtos (braquidactilia)
*Ocorre mais na raça negra, amarela e em
▪ Quinto dedo torto (clinodactilia)
índios
▪ Facie cheia

38
*Na raça branca é mais raro MILIUM SEBÁCEO

*Pode aparecer no pé, no braço

ACROCIANOSE

*Não é patológico, é normal

*Pode aparecer na ponta do queixo também

*Cianose de extremidades *Some entre 20-30 dias

LANUGO MILIÁRIA

*Hipertrofia das glândulas sudoríparas

*Prematuros possuem bastante lanugo *Aparece mais em regiões com que possuem

(pelos) mais glândulas

*Some sozinho
VÉRNIX CASEOSA

ERITEMA TÓXICO

*Espera-se 24 horas para dar banho para


dar tempo de ocorrer a reabsorção do *Área de eritema com pápula no centro
Vérnix
*Some rápido
*É um fator de proteção para a pele

39
PÚSTULAS HEMANGIOMA PLANO

*É infeccioso – causado na grande maioria *Pode aparecer em glabela, pálpebra, nariz,


das vezes, por bactérias nuca/couro cabeludo

*Como tratar? Tratamento tópico: romper *Vai clareando com o tempo


as pápulas e nebacetin. Se tiver no corpo
todo: benzetacil HEMANGIOMA CAVERNOSO

ACNE

ICTERÍCIA
*Comprometimento vascular e alterações
linfáticas

ALTERAÇÕES EXAME FÍSICO

BOSSA SEROSSANGUÍNEA

Zonas de Kremer:

40
• A bossa serossanguínea ocorre mais em CONJUNTIVITE QUÍMICA
mãe primigestas
• Ocorre um edema extra calota
• Geralmente esse edema some nas
primeiras 24 horas
• É importante diferenciar de
cefalohematoma *Hiperemia, edema palpebral
o Mais duro, localizado no osso
HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL
parietal ou occipital
o Respeita as suturas
o Pode durar meses
o Não ultrapassa a linha dos ossos
(diferentemente da bossa – mais
mole, não respeita sutura e
*Quando os vasos sanguíneos do olho (da
desaparece mais rápido)
conjuntiva) se rompem
o Nunca deve ser puncionado – risco
alto de infecção *Ocorre muito em partos em que houveram
o Todo cefalohematoma → pedir raio circular de cordão – aumento da pressão;
X de crânio, pode estar relacionado Pode ocorrer também devido a distocias de
com trauma ombro

APÊNDICE ORELHA CATARATA CONGÊNITA

*Pedir USG de vias renais – pode ter *Visto através do teste do olhinho
alguma malformação associada
RETINOBLASTOMA
MAMILO ACESSÓRIO

41
GLAUCOMA CONGÊNITO *Presença de descamações, hipoplasia
nasal, inversão do lábio e da pálpebra

*É compatível com a vida

*As feridas são porta de entrada para


infecções secundárias – podendo ser fatal
*Globo ocular mais saltado
HIDROCEFALIA
*Geralmente a catarata é causado por
rubéola

FOSSETA PREAURICULAR

*Os bebês prematuros (principalmente)


podem ter hemorragias intracranianas,
levando a obstrução de drenagem, causando
hidrocefalia (acúmulo de líquor)
*Encaminhar para o otorrino para ver se
não tem nenhuma outra malformação *É preciso fazer a drenagem → coloca-se
associada uma válvula no ventrículo

NARIZ LÁBIO LEPORINO

• Qual patologia congênita causa coriza


serossanguinolenta? Sífilis

*Na sífilis tardia (>2 anos): ocorre o nariz


em sela

ICTIOSE LAMELAR OU “BEBÊ ARLEQUIM”


PÉROLAS DE EPSTEIN

*Doença hereditária
*Ficam na transição do palato duro para o
palato mole → muito comum
42
*Não é patológico APÊNDICE DIGITIFORME

CÂNDIDA ALBICANS

*Pode ser um dedo com osso ou sem osso

*Chamado de monilíase *Forte caráter hereditário

*Pode ser pego em bico de chupeta, LUXAÇÃO CONGÊNITA DE QUADRIL


mamadeira mal higienizados

*Como tratar? Miconazol ou nistatina

DENTES PRECOCES

*Manobra de Ortolani e Barlow

*O tratamento mais utilizado é o


suspensório de Pavilik:

*É preciso remover – pode machucar


durante a amamentação e possui risco dele
se soltar e o bebê broncoaspirar/engolir

FENDA PALATINA
PÉ TORTO CONGÊNITO

*Pé torto congênito X Pé torto postural: No


pé torto congênito, quando move o pé, ele
volta para a mesma posição; já no pé torto

43
postural, quando move o pé, ele mude de GASTROSQUISE
posição

*Tratamento pé torno congênito: gesso


semanal. Caso não dê certo: cirurgia

ONFALITE

*Defeito do fechamento da parede


abdominal, com saída das estruturas (não
são cobertas pelo peritônio)

*É uma emergência cirúrgica

CIRURGIA
*Infecção no nível do umbigo

*Colher hemograma, cultura

*Qual antibiótico dar? Penicilina ou


ampicilina (pensando em gram+) e
gentamicina e amicacina (pensando em
gram-) SÍNDROME DE PRUNE BELLY

ONFALOCELE Síndrome do abdome em ameixa sexa

*Defeito de fechamento de parede *Abdome flácido, ausência dos músculos


abdominal reto abdominais

*Ocorre saída das estruturas, com *Possuem malformações renais também


cobertura pelo peritônio
MENINGOMIELOCELE ESPINHA BÍFIDA
*É diagnóstico diferencial de gastrosquise

44
*Malformação coluna vertebral e da medula *Malformações ósseas
espinhal
HIDROCELE
*Comorbidade cirúrgica

*Feita pela medicina fetal

*Complicações: paresias, paraplegias,


meningites (comunicação para o ambiente),
bexiga neurogênica

*Quando faz a cirurgia, geralmente ocorre *É comum ter acúmulo de líquido na bolsa
hidrocefalia escrotal (hidrocele) no RN, que geralmente
vai regredindo com o passar dos dias
HIDROPSIA
*É diferencial da hérnia escrotal → risco
de encarceramento, fazer cirurgia

*Hérnia umbilical – pode esperar até 2 anos


para operar (não têm risco de
encarceramento)

FIMOSE

*Acúmulo de líquido em diversas partes do


bebê (edemaciado)

*Pode ser causado por uma série de


infecções: pervovírus B19, sífilis, doença
hemolítica

*Geralmente incompatível com a vida


(órgãos ficam muito desestruturados) *A maioria dos bebês não consegue ter
exposição da glande, ou seja, possuem
ACONDROPLASIA
fimose

*Quando operar a fimose? Quando começa


a ter infecção, ter secreção, alteração do
jato urinário. Se não tiver nada disso, pode
esperar até os 3 anos (começa a ter dor)

45
CRIPTORQUIDISMO GENITÁLIA AMBIGUA

PARALISIA BRAQUIAL

*Quando o testículo não está na bolsa →


realizar USG, para ver onde ele está

*O testículo pode descer até 1 ano (voltar


para o lugar correto). Caso isso não ocorra,
encaminhar para cirurgia

*Riscos quando o testículo se encontra *Pode ocorrer no parto normal, ao puxar a


muito alto → malignidade, esterilidade e cabeça com muita força
trauma (como torção)
*Geralmente regride com 6-8 semanas. As
HIPOSPÁDIA que não melhorarem em 6-8 semanas:
encaminhar para neuro

*Tocotraumatismo grau 3 (lesões de plexo –


braços). Obs: grau 2 são fraturas e grau 1
são cortes

PARALISIA FACIAL

*Aberturas do meato uretral em outros


locais

46
o Bebês precisam de suporte
EXERCÍCIOS (PROF MAGDA) respiratório e reposição de
surfactante
EXERCÍCÍO 1
• Como repõe surfactante?
o Reposição traqueal – surfactante
exógeno é administrado por
instilação direta por intubação
endotraqueal
• Circulação fetal:

Resposta: Letra A

• O feto começa a produzir surfactante • O cordão umbilical fetal possui 1 artéria


com 25 semanas e 2 veias
• A principal função do surfactante o O sangue oxigenado entra pela
pulmonar é o de reduzir a tensão veia
superficial na interface ar-líquido do o Da veia umbilical vai até o ducto
alvéolo, evitando o colapso alveolar e venoso que cai na veia cava
facilitando a respiração o O ducto venoso liga o fígado com
• Defeito na produção de surfactante a veia cava
intraútero: microatelectasias (ocorre o Da veia cava inferior vai para o
perda de superfície de troca gasosa) → átrio direto. Do átrio direito, a
taquidispneia, que pode ser progressiva maior parte do sangue vai para o
(síndrome da membrana hialina), e piora átrio esquerdo e uma pequena
em até 48 horas parte para o ventrículo esquerdo

47
(pois possui o forame oval, e EXERCÍCIO 2
intraútero ocorre uma alta
resistência pulmonar, então o
ventrículo direito não consegue
bombear esses sangue em
quantidades suficientes para
vencer essa resistência pulmonar,
fazendo com que a maior parte
desse sangue vá para o átrio
esquerdo)
o Do ventrículo esquerdo vai para a
artéria aorta
o Canal arterial/ducto arterioso →
Conecta a aorta e o pulmão
o Depois do canal arterial, esse
sangue é menos oxigenado do que
antes do canal arterial, pois ele
vai receber sangue proveniente
da circulação pulmonar (esse
sangue menos oxigenado é
mandado para o resto do corpo) Resposta: A
o Por isso, ao fazer o teste do
• Algumas situações da mãe, podem
coraçãozinho, é preciso comparar
interferir na síntese de surfatante
o sangue do membro superior
fetal: diabetes
(pré-ductal) com os membros
o Bebê grande que se comporta
inferiores (pós-ductal).
como prematuro, pois pode ter
o Ao nascimento ocorre aumento da
insuficiência de surfactante
oxigenação (a pressão pulmonar
• O uso de surfactante exógeno na
diminui, e o fluxo se inverte → ao
traqueia gera uma resposta imediata
invés do sangue passar do átrio
o Melhora imediata da complacência
direito para o esquerdo, ele vai
pulmonar, pois os alvéolos
para o ventrículo direito que vai
começam a aerar – criança
para o pulmão, cuja pressão vai
começa a melhorar do
estar menor do que a pressão
desconforto respiratório de
sistêmica → inverte!)
maneira rápida
• Como caracteriza-se um desconforto
respiratório? Pela utilização de
musculatura acessória
48
• Boletim silverman Andersen (critérios Resposta: D
do desconforto respiratório/uso de
• Outros órgãos que recebe uma
musculatura acessória):
circulação com maior teor de oxigênio:
coração, mesentério, rim
o Isso ocorre pois é uma circulação
pré-ductal (antes do canal)
• A reabsorção do líquido começa
intraútero (começa a preparar o bebê
para nascer). Outra situação que ajuda a
eliminar esse líquido é durante o parto
o O parto gera uma situação de
estresse fetal – processo pelo qual
agiliza a absorção desse líquido
<3 = desconforto leve; 4-5 desconforto
moderado; >6 desconforto grave EXERCÍCIO 4

• Quanto maior a necessidade de


musculatura acessória, mais grave é o
desconforto respiratório

EXERCÍCIO 3

Resposta: E

49
• Bebê nasceu com 3,100g – não é ▪ Parto vaginal rápido
prematuro ▪ Parto cesárea
o Se não é prematuro, pode-se ▪ Filho de mãe diabética
afastar doença da membrana o Clínica:
hialina ▪ Dificuldade respiratória
• Bebê termo, com desconforto leve a moderada
respiratório, sem alterações pulmonares ▪ Início precoce
(MV+) – sem nenhuma área de estertor ▪ Autolimitada (2-3 dias)
crepitante ▪ Melhora com O2
o Com isso é possível afastar o Tratamento:
pneumonia ▪ Observação clínica
• Ausência de sopro ▪ Oxigenioterapia
o Só por isso não dá para afastar • Faz taquipneia, pois não consegue fazer
cardiopatia, porém, pelo quadro e a troca na quantidade adequada, então
por exclusão, é possível afastar ele aumenta a frequência para melhorar
essa hipótese a oxigenação
• Sobra, como hipótese: Síndrome da • No RX:
aspiração meconial e taquipneia o Radiopacidade difusa
transitória o Cardiomegalia
o Para ter aspiração meconial, é o Derrame nas cisuras pulmonares
preciso constar líquido amniótico o Hiperfluxo do hilo pulmonar
meconial o Aumento do espaçamento dos
o Neste caso, não consta líquido arcos costais
amniótico meconial, sobrando
como hipótese, taquipneia
transitória
• Taquipneia transitória:
o Comum em prematuros tardios
(36 semanas) ou RN termo
o Muitas vezes são paciente com
indicação de cesárea, que não
entraram em trabalho de parto
▪ E isso faz com que não haja
reabsorção adequada do
líquido intraútero → maior
quantidade de líquido
pulmonar
o Fatores de risco:

50
EXERCÍCIO 5

EXERCÍCIO 6

Resposta: C
Resposta: D
• Não são todos os bebês prematuros que
• Na taquipneia, a tendencia é melhorar, precisam de surfactante. A necessidade
não piorar do uso de surfactante vai depender do
• Já na Doença da membrana hialina, a quadro clínico do RN
tendência é piorar • Qual fator materno melhora a liberação
• Doença da membrana hialina no RX: de surfactante no RN? Situações
o Padrão vidro moído – intrauterinas que levam a estresse do
microatelectasias. Quanto maior RN, como hipertensão, tabagismo,
o comprometimento/área, maior a restrição de crescimento uterino
gravidade

51
EXERCÍCIO 7 EXERCÍCIO 8

Resposta: A

• Bebê com Apgar 3 no 1° e 5° minuto →


sinal de que a criança já estava em
sofrimento fetal já fazia muito tempo
o Criança nasce com hipóxia,
acidose, e é difícil dele responder
a manobras de reanimação

EXERCÍCIO 9

Resposta: B

Resposta: A

52
EXERCÍCIO 10 EXERCÍCIO 11

Resposta: B

EXERCÍCIO 12

Resposta: D

• Na membrana hialina, o desconforto é


logo após o nascimento
• É um pulmão do “choque”
• São 3 patógenos mais comuns
responsáveis pela sepse precoce → E.
Coli e estreptococo agalactiae

Resposta: D

• Nos primeiros 5 minutos de vida, o bebê


satura entre 70 e 80%
• 5-10 minutos: 80-90%
• Mais de 10 minutos: 85-95%

53
ICTERÍCIA
EXERCÍCIO 13

NEONATAL
INTRODUÇÃO
• Situação clínica mais comum 1ª semana
de vida
• Acomete 50% dos termos e 80% dos
pré termos
• Normalmente bilirrubina não conjugada
(ou indireta)
• 25-50% do bebês com níveis acima de
7mg
• 6,1% dos bebês a termo > que 12mg
• 3% dos bebês normais pode chegar a
15mg
Resposta: A • Início após 24hs de vida
o <24 horas → patológico!
• Aumento até 3° dia de vida e declínio
até 5° dia
• Pré termo pico entre 5° e 7° dia e
declínio em 2 semanas
o Devido a maior imaturidade
hepática

54
• Metabolismo da bilirrubina: transferase em um composto solúvel
o A principal fonte de produção de em água – a bilirrubina conjugada ou
bilirrubina é pela quebra das direta.
hemácias (quebra do grupo heme) ▪ Doença de Crigler-Najjar →
o O grupo heme sofre ação da enzima deficiência da glicuronil
heme-oxigenase, que o transforma transferase
em biliverdina o Depois da conjugação, a bilirrubina
o A biliverdina sofre ação da enzima direta é excretada nas vias biliares,
biliverdina-redutase, que a sendo armazenada na vesícula biliar.
transforma em bilirrubina o No intestino grosso, pode sofrer
o Tal bilirrubina é dita não conjugada ação da enzima beta-glucuronidase,
pois ainda não sofreu um processo que desconjuga e reabsorve a
chamado de glicuronidação (o qual bilirrubina (encontrada
ocorre nos hepatócitos) principalmente em RN)
o Posteriormente, na corrente ▪ Esse sistema é chamado de
sanguínea, a bilirrubina indireta circulação êntero-hepática
realiza uma ligação reversível com a (sistema sanguíneo → fígado →
albumina, a fim de ser transportada intestino → sistema sanguíneo
até o tecido hepático para sofrer o → fígado)
processo de glicuronidação citado
*Bilirrubina não conjugada (ou indireta) →
anteriormente.
lipossolúvel (não é possível excretá-la)
o Após transportada pela albumina, a
bilirrubina não conjugada adentra o *Bilirrubina conjugada (ou direta) →
hepatócito. hidrossolúvel (é possível excretá-la)
o Após captada pelo fígado, a
bilirrubina se liga, em parte, a uma
proteína citoplasmática denominada
ligandina, o que garante que a
bilirrubina indireta não retorne para
o plasma.
▪ Doença de Gilbert →
deficiência da ligandina
▪ Ligandina capta a bilirrubina
para dentro do hepatócito
o Em seguida, a bilirrubina é
direcionada para o retículo
endoplasmático, onde é convertida
pela ação da enzima glicuronil

55
CAUSAS FISIOLÓGICAS
• Maior velocidade de produção de
bilirrubina
o 3X maior que no adulto (devido a
maior quantidade de hemoglobina, e *Para dar alta → precisa cair 2 pontos
consequentemente de grupo heme) (se estava 14, precisa estar 12)
• Hipoperfusão hepática devido à
adaptação circulatória após o
ETIOPATOGENIA
nascimento AUMENTO DA PRODUÇÃO DE BILIRRUBINA
• Captação defeituosa da bilirrubina do
• Isoimunização Rh, ABO e sub grupos;
plasma por ligandina diminuída ou
• Esferocitose hereditária;
ligada à outros ânions
o Anormalidade hereditária dos
• Conjugação defeituosa devido
eritrócitos, causada por defeitos nas
diminuição da glicoruniltransferase
proteínas estruturais da membrana.
(transforma bilirrubina indireta em
• Deficiência enzimática do eritrócito: G-
direta)
6 PD; piruvato-quinase e outras;
• Altos níveis circulantes de estrógeno
• Hematomas;
no feto deprimem a capacidade de
• Policitemia;
glicuronização do feto
• Drogas (Vitamina K3)
o Estrógeno da mãe pode afetar o RN
→ RN pode nascer com broto AUMENTO DA CIRCULAÇÃO ÊNTERO-
mamário e secreção vaginal HEPÁTICA
(fisiológico, vai regredindo)
• Jejum prolongado
• Aumento da circulação enterohepática
o Bebê que não fica em jejum já
por grande atividade da
mama e já evacua (não tendo a
betaglicuronidase
reabsorção de bilirrubina pelas
*Em casos de hemólise (como em casos de fezes/intestino grosso)
incompatibilidade de ABO Rh), ocorre uma • Sangue deglutido
produção maior de bilirrubina o Placenta prévia, restos de placenta
• Obstrução intestinal
ZONAS DE KREMER • Íleo paralítico (induzido por drogas)

DIMINUIÇÃO DA CONJUGAÇÃO

• Deficiência congênita da glucoronil-


transferase;
• Hipotireoidismo congênito;

56
o Todo o sistema de conjugação o Coombs negativo → medir a
depende do hormônio tireoidiano bilirrubina direta
• Inibição enzimática; ▪ Se Bilirrubina DIRETA >2,
• Drogas e hormônios ( novobiocina e considerar: hepatite,
pregnanediol); infecções intra-uterinas
• Galactosemia (inicial); (virais ou toxoplasmose),
• Síndrome de Lucey-Driscol; obstruções biliares
• Leite humano; septicemia, galactosemia,
• RN de diabética; deficiência de alfa-1-
• Prematuridade; antitripsina, fibrose
• Síndrome de Down cística, colestase,
hiperalimentação
FLUXOGRAMA – AVALIAÇÃO DA ▪ Se Bilirrubina DIRETA < 2
BILIRRUBINA → ver hematócrito. Se o
hematócrito estiver alto,
investigar Policitemia. Se
estiver normal ou baixo é
preciso investigar a
morfologia eritrocitária e
contagem de reticulócitos
*EX: RN com 15 dias, cor amarela (quase
verde). Já tinha passado com outro
pediatra, que achou que não tinha nada.
No início dos dias tinha uma bilirrubina
total <8. Para fazer diagnóstico nesse
Bebê ictérico: bebê é preciso saber se ocorreu acolia

• Medir a bilirrubina → se a bilirrubina fecal (fezes brancas), colúria (urina

indireta estiver ≥ 12 e o bebê tiver >24 escura) e hepatoesplenomegalia.

horas = ICTERÍCIA FISIOLÓGICA *Pedir USG de vias biliares e de fígado,

(provavelmente) TGO, TGP, fosfatase alcalina,

o Acompanhar a bilirrubina hemograma e PCR (se estiver pensando

• Medir a bilirrubina → se a bilirrubina em uma hepatite viral), bilirrubina total

indireta estiver ≥ 12 e o bebê tiver <24 e bilirrubina frações (para ver se a

horas = ICTERÍCIA PATOLÓGICA bilirrubina indireta está elevada)

o Teste de Coombs: *Mantêm no hospital.

o Coombs positivo → Identificar o *Bilirrubina direta estava 8 (muito

anticorpo (Rh, ABO, Kell...) elevada, no RN é no máximo 2); O resto


dos exames estavam bem elevados

57
*Diagnóstico: atresia de vias biliares • Níveis de bilirrubina não conjugada
*Tratamento: cirurgia de Kasai (êntero entre 20 e 40mg/dI
porta anastomose) • Risco de kernícterus se não tratado
agressivamente
SITUAÇÕES ESPECIAIS • Transplante de fígado pode ser
ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO necessário no tipo l

• Icterícia mais frequente em SÍNDROME DE GILBERT


amamentados ao seio que os com
*Redução da enzima ligandina (que leva a
mamadeira
bilirrubina não conjugada para dentro do
• Progressão lenta da icterícia com
fígado/hepatócitos)
valores máximos ocorrendo 2 a 3
semanas após nascimento • Níveis de bilirrubina não conjugados
o Não têm icterícia precoce levemente elevados secundário à uma
(patológica), ela aparece mais redução da captação hepática de
tardiamente (fisiológico) bilirrubina.
• Mais cedo nos RNs com baixa ingesta o Redução da ligandina
calórica ou hidratação inadequada • Níveis flutuantes de bilirrubina que
o Bebês que perderam muito peso aumentam acentuadamente em resposta
(icterícia pela baixa ingesta de leite à estímulos como doenças e jejum.
materno) • Frequentemente o distúrbio é tão leve
• Mecanismo desconhecido que não é diagnosticado até a puberdade
• Breve interrupção do aleitamento é ou até mais tarde
suficiente para queda dos níveis e não • Único achado físico pode ser icterícia
voltam a subir aos níveis anteriores de esclera
o Porém, só se recomenda a • Nenhum tratamento é necessário
interrupção do aleitamento quando
SÍNDROME DE LUCEY-DRISCOLL
os valores estiverem muito alto
(próximo de 20mg). Do contrário, • Hiperbilirrubinemia neonatal familiar
não precisa fazer nada transitória, distúrbio raro
caracterizado pela presença de
SÍNDROME DE CRIGLER-NAJJAR hiperbilirrubinemia
• Atividade ausente (tipo I) ou deficiente acentuada(>60mg/dI)
(tipo II) da glicuroniltransferase • Geralmente começa no 1° dia de vida
hepática (enzima que converte • Presença transitória de um inibidor da
bilirrubina não conjugada em bilirrubina glicuroniltransferase (enzima que
conjugada no fígado) transforma bilirrubina não conjugada em
bilirrubina conjugada)
• Pode ocorrer kernícterus
58
DIAGNÓSTICO NÍVEIS DE BILIRRUBINA INDIRETA
SUGESTIVOS DE FOTOTERAPIA
• Tipagem mãe e RN
SEGUNDO PESO DE NASCIMENTO E
• Coombs direto e indireto
o A imunoglobulina é feita na mãe com
IDADE PÓS NATAL
28 semanas. Repete em até 72
horas, caso o coombs tenha vindo
positivo; se o RN vier negativo, não
precisa repetir a imunoglobulina
o Faz a profilaxia de qualquer jeito
com 28 semanas. Quando o bebê
nascer, se ele for Rh+, faz a
imunoglobulina novamente em até 72
*Indicações de fototerapia
horas. Se ele vier Rh- igual a mãe,
não precisa fazer a imunoglobulina *10-12 mg % → 10 se tiver
após o nascimento incompatibilidade sanguínea e 12 se não
o O coombs serve mais para ver a tiver incompatibilidade sanguínea (quando
gravidade da doença. não têm incompatibilidade sanguínea, o
• Hb / Ht /reticulócitos valor para indicação para fototerapia é um
o Para ver se está tendo hemólise pouco maior)
• BTF
o Bilirrubina total e frações • Indicar para todo RN com icterícia <24

• Eluato horas

o IGG anti o sangue do bebê • Entre 24-48 horas ou >48 horas, vai

• G6PD depender da quantidade de bilirrubina

• PCR, hemograma, hemocultura indireta e do peso do RN

o Na suspeita de infecção → ex.


TRATAMENTO
fisometria (secreção purulenta do
canal de parto) com cheiro similar a • Fototerapia
ovo podre - expressão clínica da • Foi descoberta em 1956 pela Irmã J
infecção das membranas amnióticas) Ward na Inglaterra
• 1958 – realizada a 1ª fototerapia
• Funcionamento da fototerapia:
Fotoisomerização e fotooxidação da
molécula de bilirrubina indireta
transformada em lumirrubina
o A fototerapia faz uma
fotoisomerização da molécula de
bilirrubina indireta (lipossolúvel),
59
que a transforma em BILIBERÇO
hidrossolúvel (sendo possível ser
excretada diretamente na urina,
sem precisar passar pelo
processo de conjugação hepática)
• Luz azul/450 nm
• Efeitos colaterais
o Pode dar lesão a retina (se ficar
sem o óculos de proteção)
o Pode aumentar as lesões de BILITRON
eritema tóxico
Fototerapia por superLEDs
o Hipertermia (pelo calor da
fototerapia)
o Pode aumentar o peristaltismo
(evacua mais vezes)
o Diminui atividade da beta-lactase
o Pode ficar mais sonolento (calor
da fototerapia)
o Pode causar a “síndrome do bebê
cinzento” → síndrome em que o
bebê fica da “colocação cinza” EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
*Para tentar tirar os anticorpos passados
pela mãe (que está hemolisando o bebê)

Os mecanismos responsáveis pela sua


eficácia são:

1. Bilirrubina é removida da circulação e


dos tecidos;
RADIÔMETRO
2. O sangue removido do paciente está
• Radiância deve ser acima de 4mw/cm2 revestido de anticorpos maternos que
o É preciso ter uma radiância tem possibilidade de ser hemolisado. A
adequada. Se tiver abaixo, não remoção dessas células remove a
irá adiantar "bilitrubina potencial"';
• Deve ser medida diariamente 3. O sangue que retoma ao paciente é Rh
negativo não será hemolisado e terá
tempo de vida mais prolongado;
4. Durante o procedimento algum anticorpo
materno é removido;
60
5. Outros subprodutos da hemólise, NÍVEIS DE BILIRRUBINA INDIRETA
desconhecidos, podem também ser SUGESTIVOS DE
removidos; EXSANGUÍNEOTRANSFUSÃO SEGUNDO
PESO DE NASCIMENTO
6. Melhora do hematócrito em pacientes
anêmicos;
7. Hemoglobina fetal substituída pela do
adulto tem a vantagem de ter menor
afinidade pelo oxigênio, aumentando a
liberação da molécula ao nível dos
tecidos

*É trocado duas volemias. É cateterizado a


veia umbilical, e em uma “torneira” é ligado
KEMNICTERUS, AINDA UM DESAFIO
a bolsa de sangue pedida e na outra é
retirado o sangue do bebê em um frasco de • Toxicidade da bilirrubina às células dos

vidro . gânglios da base e diversos núcleos do


tronco cerebral
*Puxa-se 10-15 ml da bolsa de sangue é dá o Gânglia Basal
para o bebê e remove 10-15 ml do bebê e o Núcleos Talâmicos
joga no frasco de vidro (sistema puxa e o Córtex Hipocampal
empurra) • Fatores que predispõem:
o Hipoglicemia
o Acidose
o Hipotermia
o Hipoxia
o Infecção Bacteriana
o Hipoalbuminemia
o Drogas: Benzoatos, ceftriaxona,
*Consequências da exsanguinotransfusão:
sulfixazol, ibuprofeno (competição da
arritmia, trombose, distúrbios de
alb/bil)
cálcio/magnésio/potássio, hipoglicemia
*Situações que facilitam que entrem mais
*É preciso colocar o monitor cardíaco e o
bilirrubina no cérebro (aumento da
oxímetro
permeabilidade)

61
*Cérebro impregnado com bilirrubina.

*Isso é irreversível, uma vez impregnado,


SIMULAÇÃO 2
não tem como reverter (sequelas
definitivas) (EMERGÊNCIAS
PEDIÁTRICAS)
TOXICIDADE BILIRRUBINICA
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS –
ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA

• 1°s dias - letárgico, hipotônico, sugando INTRODUÇÃO


pouco
CRIANÇA EM ESTADO GRAVE
• 1ª semana - hipertonia (opistótono e
febre), choro agudo, arqueamento 1-Observar se o ambiente está seguro.
• Depois 1ª semana - hipertonia cede e
2- Observar se o paciente está consciente,
passa ter hipotonia
observar o sistema respiratório e o sistema
• Hipertonia persistente
circulatório (sem tocar no paciente)
CONSEQUÊNCIAS
*Se paciente estiver sonolento, cianótico e
*Sequelas irreversíveis pálido → emergência

• Demora do DNPM SALA DE EMERGÊNCIA


• Alterações neurológicas crônicas
• MOVE
• Distúrbios extrapiramidais
o Monitorização
• Anomalias auditivas e do olhar
o Oxigênio
• Displasias dentárias
o Acesso venoso (periférico ou
• Retardo mental
intraósseo)
• Realizar ABCDE do trauma
o A → Via aérea
o B → Respiração
o C → Circulação
o D → Neurológico
o E → exposição do paciente
• Regra mnemônica: SAMPLE
o Sinais e sintomas
o Alergia
o Medicamentos
o Passado (como nasceu)
o Last refeição (última refeição)

62
o Evento relacionado com o • Pela pressão baixa do paciente, iniciou-
acontecido (ambiente) se transfusão de volume
o 10 ml/kg de soro fisiológico 3 vezes
SIMULAÇÃO 1 (TERESA) • Não respondeu a reposição volêmica, e
*Objetivo: iniciar avaliação primária do por isso, foi administrado amina
paciente na sala de emergência, completar vasoativa (adrenalina)
anamnese, hipótese diagnóstico, pedi • Não respondeu a administração
exames complementares (se necessário), • Ao olhar o monitor cardíaco: ritmo com
realizar um plano terapêutico e explicar apagamento de onda P e onda T
para a mãe apiculada → provavelmente causada por
hipercalemia
HISTÓRIA
o Se não tratada, as chances do RN
• RN de 15 dias classificado para sala de vir a óbito pela hipercalemia são
emergência. altíssimas
• Sonolento, hipoativo, pálido, perfusão • De acordo com a suspeita de
lentificada hipercalemia, foi administrado gluconato
• FC: 180 FR: 50 Sat: 87% PA: 45 x 35 de cálcio → após a administração, o
ritmo cardíaco voltou ao normal
SALA DE EMERGÊNCIA
• Porém, o RN continua em choque.
• MOVE • Ao tirar toda a roupa da criança → foi
• ABCDE observado uma hipertrofia de clitóris
o A → via aérea muito grande (genitália ambígua)
▪ Via aérea pérvia • Lembrar que com 15 dias de vida, o
o B → Respiração exame do pezinho ainda não ficou pronto
▪ Normal, sem alterações, sem • Com a genitália ambígua, foi suspeitado
ruídos adventícios, sem de hiperplasia adrenal congênita,
hipertimpanismo na percussão causada por deficiência 21 hidroxilase
o C → Circulação • Exames:
▪ Tempo de enchimento capilar o Sódio: 122
aumentado, extremidades frias o Potássio: 6,9 (depois da
o D → Neurológico administração de gluconato de
▪ Sonolência cálcio)
o E → Exposição do paciente o PH: 7,6
▪ Sem sinais de perda externa de o PCO2: 28
sangue o PO2: 89
o Bicarbonato: 7
• Diagnóstico: Hiponatremia, hipercalemia
e uma acidose metabólica

63
• Com isso: foi administrado corticoide ▪ Criança estava com muita
o É raro usar corticoide no choque. Só secreção mucopurulenta.
há 2 situações clássica → ▪ Foi feito aspiração dessa
deficiência da adrenal e purpura secreção
fulminans (meningococcemia) ▪ A cabeça foi reposicionada na
• A criança foi estabilizada, começou a posição “de cheirador”
chorar, PA se estabilizou ▪ O paciente foi elevado em
• Paciente foi internada: decúbito
o O que pedir para a paciente de ▪ Não esquecer de posicionar o
exames? paciente!!
o USG para ver se há útero e ovário ▪ Após esses passos, a Saturação
o Colher cariótipo melhorou, porém o desconforto
o Dosagens hormonais respiratório não
▪ 17-hidroxiprogesterona: 30.000 o B → Respiração
→ patognomônico de hiperplasia ▪ Batimento de asa de nariz,
adrenal congênita tiragem intercostal e
• Foi iniciado o tratamento e explicado subdiafragmática
tudo para a mãe ▪ 70 respirações por minuto
(taquipneia)
*Sempre importante descartar infecções
▪ Ausculta pulmonar: murmúrio
(PCR, hemograma)
vesicular presente simétrico,
SIMULAÇÃO 2 (TERESA) estertores
grossos/subcreptantes/bo-
HISTÓRIA
lhoso
• Criança de 7 meses, nascida de 26 o C → Circulação
semanas, cianótica, taquipneica, pálida, o D → Neurológico
sonolenta → SALA DE EMERGÊNCIA o E → exposição do paciente
• Após acabar de realizar o C,D e E, a
SALA DE EMERGÊNCIA
criança começou a tossir, e foi preciso
• MOVE voltar para a letra B
o Monitorização • Ao voltar no B, a saturação tinha
o Oxigênio – foi colocado uma máscara abaixado e estava cianótico
não reinalante o Com isso, conclui-se que a máscara
▪ Sat: foi de 87 para 94% reinalante não era suficiente
o Acesso venoso • Foi colocado pressão positiva de O2
• Realizar ABCDE (cateter de alto fluxo ou CPAP)
o A → Via aérea

64
o Com isso, a respiração melhorou, a ▪ Pela displasia broncopulmonar,
FR caiu, a tiragem melhorou e a a paciente ficou dependente de
criança chorou oxigênio por bastante tempo e,
• A criança, portanto, estava com por isso, desenvolveu
insuficiência respiratória (apenas a hipertensão pulmonar. Pela
máscara reinalante não era suficiente, hipertensão pulmonar, usa
foi preciso uma ventilação mecânica não corticoide inalatório e 2
invasiva com pressão positiva) diuréticos
• Após estabilizar e tirar a criança da o Last refeição (última refeição)
emergência → Regra mnemônica: o Evento relacionado com o acontecido
SAMPLE (ambiente)
o Sinais e sintomas • Diagnóstico: bronquiolite grave
▪ Tosse, coriza, cansaço e • Após estabilização, foi pedido exames
cianótica ao mamar (aos complementares
esforços) o Em uma bronquiolite leve não é
o Alergia necessário realizar exames
▪ Nega complementares, porém nesse caso é
o Medicamentos importante pedir um raio X e um
▪ Tomou antibiótico. Está hemograma de tórax, para descarta
tomando espironolactona, outras causas, como pneumonia
hidroclorotiazida e mais um o O hemograma veio normal
diurético o Painel viral: vírus sincicial
o Passado (como nasceu) respiratório +
▪ Ficou 4 meses internada. Ficou ▪ Vírus sincicial é um vírus de
intubada mais de 1 mês contato
▪ Nasceu com 26 semanas • Bebê recebe alta da internação e vai
(prematura pois a mãe teve para a enfermaria. Após observação,
ITU) está prestes a ter alta da enfermaria e
▪ Nasceu com 480g a mãe quer saber se pode ficar tranquila
▪ Nasceu com corioamnionite → e se ele nunca mais vai ter episódios de
um agravo enorme para evoluir bronquiolite, e porque ele teve tudo isso
com displasia broncopulmonar o É importante reforçar se o bebê
▪ Alteração cardíaca (cardiopatia tomou todas as vacinas e a
congênita cianogenica): Canal imunoglobulina palivizumabe
arterial abriu e não fechou com o Palivizumabe é uma imunoglobulina
as medidas não farmacológicas. (anticorpo monoclonal) que induz
▪ Foi realizado o fechamento imunização passiva contra o Vírus
cirúrgico do canal arterial Sincicial Respiratório.

65
▪ Casos que ela é dada: • Pulso: fino
prematuros extremos, • FC: 180
hipertensão pulmonar e/ou
CONDUTA
displasia broncopulmonar,
cardiopatia congênita cianótica • Fazer ABCDE (Sala de emergência)
▪ É dada em 5 doses de março a • Diarreia e vómito → procurar sinais de
agosto desidratação
▪ De março-agosto → 5 doses, o Sinais de desidratação: mucosa,
porém paciente tomou apenas 2 palidez, tempo de enchimento
doses (na UTI). capilar, extremidades,
▪ É dada gratuitamente em taquicardia, pele, fontanela
alguns casos (como no caso da (fontanela vai estar deprimida),
paciente, com hiperplasia choro sem lágrimas, diurese
broncopulmonar, cardiopatia o A hidratação é classificada em:
congênita cianogenica...) sem desidratação, algo
▪ É dada até os 2 anos desidratada e desidratada
o Paciente vai permanecer com CPAP, • Criança está em choque hipovolêmico?
inalação com soro fisiológico Sim, a criança está em um choque não
fisioterapia respiratória hipotensivo
• O que fazer? É preciso repor volume
*A bronquiolite é uma inflamação aguda das
o 20 ml/kg
vias aéreas que forma secreção e obstrui
o 10 ml/kg → é feito em pacientes
as vias aéreas. Portanto, pode ter
até 28 dias ou em pacientes que
atelectasias e síndrome de escapes de ar.
não toleram volume (cardiopatas,
*Lembrar: bronquiolite NÃO dá nefropatas, hepatopara...)
corticoide/salbutamol. Apenas suporte o Qual o máximo? Quantas
respiratório (CPAP), inalação com soro, expansões fazer? Geralmente são
sintomáticos e fisioterapia respiratória 3 (depois parte para amina
vasoativa como adrenalina), porém
SIMULAÇÃO 3 no caso de diarreia, pode fazer
HISTÓRIA volume até melhorar, não têm um
máximo, pois a fisiopatologia do
• Paciente de 8 meses chega na sala de
choque hipovolêmico é a redução
emergência, vomitando (>10 vezes em um
do conteúdo do sistema
dia), com diarreia, não estava
circulatório
conseguindo comer, febre há 2 dias.
• Faz a expansão e reavalia todos os sinais
• PA: 100X60
vitais, faz o ABCDE, vê os sinais de
• Tempo de enchimento capilar: 4s
desidratação, vê o nível de consciência,

66
vê a diurese. Se melhorou, não precisa sepse, caso contrário não se entra →
mais repor volume, mucosas mais bactéria quase nunca vai causar diarreia na
coradas e hidratadas, começou a ficar criança, apenas nesses casos mais de sepse
mais reativa, mais acordada. (casos mais graves)
• Após toda expansão, é preciso reavaliar
*A principal causa de diarreia aguda: vírus
pulmão e fígado, para ver se não têm
excesso *Quando for diarreia mais crônica (>14
o Ele pode ter alguma cardiopatia dias): pensar em parasitose, investigar
ou outra doença desconhecida melhor
• Após a primeira expansão, o bebê foi
Outros planos de tratamento para a
reavaliado, porém não houve melhora.
diarreia:
Depois da segunda expansão houve
melhora: melhorou o tempo de • Hidratação via oral
enchimento o Fazer em casa ou no hospital? O
• Se a reposição volêmica não adianta, que vai dizer isso vai ser como a
fazer o que? criança está;
o Adrenalina não adianta, pois o ▪ Se ela estiver com algum
paciente não têm alteração de sinal de desidratação (leve)
pressão (contração vascular). A tratar no hospital
fisiopatologia é falta de conteúdo ▪ Se ela não tiver nenhum
• Por isso, é preciso tratar a causa base, sinal de desidratação, pode
que é a diarreia tratar em casa → soro de
• Bebê estabilizou, porém vai ser deixado reidratação oral (SUS)
em observação, pois estava chocado. ▪ 50-100 ml/kg de soro de
o É preciso observar como vai ficar reidratação oral (durante
a diurese, se ainda vai ter 4-6 horas)
diarreia, ver o quanto vai
*Se a criança precisar tomar 1L → como
conseguir mamar
distribuir esse 1L durante o dia? Oferecer
• Diagnóstico: desidratação por diarreia
o quanto ele aceitar após um episódio de
causada por rotavírus
diarreia (repor de acordo com a perda)
• Precisa pedir exames complementares?
o Não • Hidratação via sonda nasogástrica: Em
o Pode pedir um exame de fezes casos que a criança está vomitando
para comprovar que é rotavírus (método utilizado antes de ir para a
hidratação EV)
*Quando vai entrar com antibiótico na
• Hidratação EV
diarreia? Quando a criança entra em sepse
pela diarreia. Entra com ATB pensando em

67
• Orientações: evitar sucos, evitar frutas *Não é normal ter sinais meníngeos (Kernig,
e alimentos que soltam o intestino Brudzinski), pois a criança não têm dor,
(não têm atrito entre as meninges), pois as
SIMULAÇÃO 2 suturas ainda estão abertas.
HISTÓRIA
*Meningite em um bebê → observar
Paciente de 5 meses chega com febre, sem fontanelas e não sinais meníngeos
sinais localizatórios
TRATAMENTO
CONDUTA
• Amoxicilina + Clavulanato (clavulin)
• Foi feito o exame físico completo do • Cefuroxima
bebê, e não foi achado nenhuma
*Porém, a única que têm no SUS é a
alteração → febre a esclarecer ou
ceflexina. Então, no SUS, trata-se com
febre sem sinais localizatórios
Cefalexina, e espera a urocultura (se for E.
• O que fazer? Solicitar exames:
Coli, é resistente a Cefalexina)
o Hemograma
o Hemocultura
o Urina 1


o Urocultura
Os exames vieram sugestivos de
O RECÉM NASCIDO
infecção de vias urinárias
• Pensar em meningite. Porém observar os
demais exames antes (como o
DA SALA DE
hemograma). É preciso tomar alguns
cuidados antes de colher o líquor: se ele PARTO A ALTA
tiver plaquetopenia não pode fazer a


punção (riscos de sangramento)
Pedir USG → pensando em ITU (toda
HOSPITALAR
criança na 1° ITU, pedir USG) O RECÉM NASCIDO NORMAL: DA SALA
• Paciente com dilatação pielocalicial DE PARTO A ALTA HOSPITALAR
diagnosticada por USG → sugestivo de
pielonefrite CUIDADO COM O RECÉM NASCIDO
• Paciente começou com um quadro de
O NASCIMENTO E O AMBIENTE DO RECÉM -
cistite (que não foi vista, pois o único NASCIDO
sinal é choro)
• Ambiente natural e confortável para o
• Criança com ITU e febril → pensar em
nascimento em hospitais
pielonefrite!
• Objetivos:
o HUMANIZAR
68
o Evitar asfixia e sequelas

O QUE É HUMANIZAR?

• Tornar mais harmonioso um ambiente


tradicionalmente hostil, frio,
melancólico e repleto de máquinas e
aparelhos (Nascimento e Martins, 2000)

TRANSIÇÃO PROCEDIMENTOS MEDIATO


O RN se encontra em uma fase de
EXAME FÍSICO DO RN
transição → da vida intrauterina para o
ambiente externo (por isso é preciso de • Primeiro exame: imediato (sala de

muito cuidados) parto)


o Malformações congênitas
EVITAR ASFIXIA E SEQUELAS ▪ Verificar genital, uretra, aparelho

Atendimento em sala de parto respiratório, aparelho


cardiovascular, cabeça, fontanela,
• Ausência de mecônio verificar ânus...
• RN respirando ou chorando o Verificação de possíveis danos
• Bom tônus muscular o Tocotraumatismo e outros
• Gestação a termo danos que podem ter ocorrido

Conduta: durante o trabalho de parto


o Sinais de infecção
• Receber RN em campos estéreis e • Exame minucioso nas primeiras 12-24
aquecidos horas de vida
• Aspirar vias aéreas superiores se
necessário *É fundamental no exame físico da sala de

• Secar RN e desprezar campos úmidos parto descartar malformações e infecções

• Posicionar RN sobre a mãe


AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL
BOLETIM DE APGAR AO NASCER
• Se RN com IG >28 sem: Método de
Capurro (subestimação da IG a partir da
35ª sem);
o Crianças próximas a serem a
termo
• Se RN <1500g: Método de Ballard e
col,

69
• Se RN for pré termo extremo (IG <
26 sem.):
o 1. Valores do Perímetro Cefálico
ao Nascer;
o 2. Longitude da Espinha Dorsal
(LED).

MÉTODO DE CAPURRO
• Extremamente fácil
• Pode ser realizado na sala de parto
(Método Somático)

Método Somático: 5 caracteres físicos:

• Textura da Pele
• Forma da Orelha
• Glândula mamária
• Formação do mamilo
• Pregas Plantares
• Sinal do Xale: pagar o braço da criança
*Quanto maior a expressão dessas
e tentar levá-lo para o outro lado;
características, maior a IG dessa criança
quanto mais pré-termo ele for, mais
(mais a termo) – pele mais grossa, orelha
próximo o braço vai ficar do lado levado.
mais bem formada, glândula mamária bem
• Posição da cabeça ao levantar o RN:
perceptível, mamilo proeminente, pregas
pegar a criança pelos braços e levantá-
plantares mais presentes
la; quanto mais a termo, mais “duro”
Método Somático-Neurológico: estará o pescoço (ângulo mais reto =
180°), e quanto mais pré-termo, mais
• 4 caracteres físicos anteriores exceto
“mole” estará o pescoço (ângulo mais
formação dos mamilos + 2 caracteres
fechado)
neurológicos (Sinal do Xale e posição da
cabeça ao levantar o RN)

70
*Recomenda-se que o Capurro neurológico • Pós termo: nascidos vivos com 42ª
não seja feito na sala de parto (pois a semanas ou mais.
criança passou por um momento de grande
CLASSIFICAÇÃO RELACIONANDO PESO E
transição), o ideal seria fazer apenas o
IDADE GESTACIONAL
Capurro somático e no exame físico de 12-
24 horas do RN, fazer o Capurro Somático • PIG: abaixo do percentil 10;
Neurológico • AIG: entre os percentis 10 e 90;
• GIG: acima do percentil 90.
MÉTODO NEW BALLARD

Ex: RN, 31 semanas e 4 dias, peso 1610g,


45 cm → bebê pré-termo AIG

*Possui um detalhamento maior

*Avalia:

• Postura (quanto mais hipotônico mais


pré-termo e quanto mais em flexão,
mais termo)
• Ângulo do punho (ângulo mal formado =
mais pré-termo)
• Recolhimento do braço
• Ângulo poplíteo
Ex: RN, 40 semanas, peso 2000g, 45 cm. →
• Sinal de Xale
bebê a termo PIG
• Calcanhar na orelha

CLASSIFICAÇÃO ATUAL DOS RN

• Pré termo: nascidos vivos antes da 37ª


semana;
• Termo: nascidos vivos entre 37ª e 41ª
semana e 6 dias;

71
Ex: RN, 40 semanas, peso 4200g, 53 cm → • Prevenção de doença hemorrágica: 1mg
bebê a termo GIG Vit K IM
• Prevenção de oftalmia gonocócica:
nitrato prata 1%
• Cuidados com cordão: álcool 70% 3 X
dia
• Vacinar para hepatite B (nas primeiras
12hs) e BCG (>2Kg)
• Medidas: P, PC, PT, C
• Coletar amostras de sangue para
exames (tipagem sanguínea, VDRL)

EXAME FÍSICO

CLASSIFICAÇÃO DO RN SINAIS VITAIS

IDADE GESTACIONAL • FC: 100-160 bpm


• FR: 40-60 mrm
• Pré-termo: IG < 37 semanas
• T: 36-37 °C
• Termo: IG entre 37-41 semanas 6 dias
• Pós-termo: IG >= 42 semanas *Quanto menor a criança, maior a FC e a FR

PESO E IDADE GESTACIONAL ANTROPOMETRIA

• GIG (Grande para a IG) : > percentil 90 • Peso médio:


• AIG (Adequado para a IG): percentil 10 o 2950g (meninos)
– 90 o 2850g (meninas)
• PIG (Pequeno para IG) :< percentil 10 • PC: 32-38 cm
• PT: = ou até 2cm < que PC
PESO AO NASCER • Comprimento: 48-53 cm
• Baixo Peso: peso < 2500g
*Geralmente os meninos nascem maiores
• Muito baixo peso: peso < 1500g
que as meninas
• Muito muito baixo peso: peso
• < 1000g ECTOSCOPIA

PROCEDIMENTOS MEDIATOS *Avaliação global do paciente

• Banho COLORAÇÃO
• Identificação permanente do RN
• Cianose generalizada
• Manutenção de temperatura: berço
• Palidez
aquecido
• Pletora

72
• Icterícia precoce
• Lacerações/edema (tocotraumatismo)

• Acrocianose (cianose de extremidades)


o Cianose periférica
o Muito comum no período neonatal, e
ocorre por atividade vasomotora do
RN.
*Tocotraumatismo (lesão no trabalho de o O RN é muito sensível a mudanças de
parto) temperatura → no calor faz
vasodilatação, no frio faz
Observar também: vasoconstrição
• Padrão respiratório o Ela ocorre também devido a
o Respiração mais diafragmática (até persistência do canal arterial → ao
os 2 anos). Respiração mais nascimento o canal arterial
abdominal até os 2 anos. Respiração permanece pérvio que faz com que
tóracoabdominal dos 2-5 anos. A uma parte do sangue do ventrículo
partir dos 5 anos a respiração fica direito vá diretamente para a aorta,
parecida com a do adulto não passando pelo pulmão (sangue não
• Postura (flexora) oxigenado)
o Membros superiores fletidos em o Muito comum em sala de parto,
relação ao tórax e membros principalmente assim que o RN nasce
inferiores fletidos em relação ao • Coloração de Arlequim
abdome o Uma faixa do corpo fica vermelha,
• Atividade outra mais branca
o Ocorre devido a essa alteração
PELE E MUCOSAS vasomotora
• Descamação de pele
o Fisiológico
o Mais comum em bebês a termo (que
possuem pele mais grossa)
• Eritema tóxico

73
o Lesões máculo-papulares o “Gordurinha” que o bebê nasce
eritematosas o Proteção contra infecção
o Muito comum, fisiológico • Icterícia
o Geralmente aparece após 48-72 o Aparece em torno de 48-72 horas de
horas após o nascimento vida
o Ocorre pelo contato do corpo do RN o Pico pelo 3°-4° dia de vida
com o meio ambiente (gera uma o É craniocaudal
descarga eosinofílica na pele do bebê)
o Pode aparecer e sumir CRÂNIO
• Hemangiomas • Bossa serossanguínea
o Malformações dos vasos • Céfalo-hematoma
o Plano: apenas observar
o Tuberoso: preocupante, mais
profundo. Pode ter em outros locais,
como SNC
• Lanugem
o Pelos
• Mancha mongólica
o Mancha azulada na pele do bebê
(geralmente se encontra na região do
cóccix)
o Acúmulo de melanócitos
o Ocorre mais em afrodescendentes e *Diferença entre Bossa e Céfalo-
asiáticos hematoma:
o Fisiológico, vai sumindo aos poucos
o Bossa é uma coleção de líquido a nível
• Milium sebáceo
do coro cabeludo (está entre o coro
o “Bolinhas” no nariz e no queixo
cabeludo e o periósteo). É possível
(principalmente). Ocorre por
palpá-la superficialmente e não é
imaturidade das glândulas sebáceas,
possível palpar as suturas
gerando acúmulo de secreção
o Céfalo-hematoma é uma coleção
o Essa secreção pode ser ainda
sanguínea subperiosteal (abaixo do
aumentada por ação de hormônios
periósteo). É possível palpar as
maternos
suturas
o Lavar bem para não ter risco de
▪ Aumenta a chance da criança
infecção secundária
ter icterícia
o Fisiológico
▪ Mais endurecido
• Máscara equimótica
• Vérnix

74
• Formato e tamanho do crânio FACE E PESCOÇO

OLHOS
• Hemorragia subconjuntival;
• Conjuntivite química
o Muito comum após o nascimento
devido ao nitrato de prata
• Distância entre os olhos
• Reflexo pupilar
• Reflexo vermelho
• Estrabismo
o Normal até os 6 meses, contanto
que não seja fixo

• Fontanelas (ant. 1-4 cm, post.


0,5cm)
o Fontanela anterior (também
chamada de fontanela
bregmática): Grande ao
nascimento → 1-4 cm. Fecha em
torno dos 18 meses
o Fontanela posterior: Menor, 0,5
cm em média. Fecha em torno de
30-60 dias de vida
ORELHAS
• Implantação
• Malformações
o Sugere malformações do sistema
geniturinário
o Pesquisar hipoacusia

75
NARIZ PESCOÇO
• Permeabilidade das narinas • Cistos congênitos
• Desvio de Septo • Movimentação passiva
• Assinclitismo
• Torcicolo muscular congênito
o Pode ser um torcicolo congênito
por um vício postural (ficou muito
tempo naquela posição intraútero)

BOCA
• Fendas
• Tumores
• Dente neonatal
• Lábio leporino
*Pescoço arado → Investigar Down, Turner
• Pérolas de Ebstein
o Granulações hialinicas que ficam no TÓRAX
palato da criança. Vão sumindo aos
• Inspeção: simetria, retrações, FR,
poucos, é fisiológico
ingurgitamento mamário
• Palpação de clavículas
• Ausculta: sons pulmonares, ausculta
cardíaca

*Micrognatia → dificulta a deglutição,


mastigação. Por isso é importante
acompanhamento com a fono

*Freio lingual muito curto → dificulta a


mobilidade da língua, dificultando,
consequentemente a amamentação, a
deglutição e posteriormente a fala
76
sistema cardiovascular ou do
sistema gastroinstestinal
• Palpação: vísceras e massas
• Ausculta: RHA

ABDOME

• Inspeção: distensão, escavação,


defeitos de parede (onfalocele e
gastroquise); cordão:vasos; hérnia
umbilical, diástase de retos
o Lembrar que o abdome do recém
nascido é mais globoso (pois as
vísceras são grandes em relação ao
corpo daquele bebê)
o Possui uma musculatura mais
hipotônica (que também leva a um
abdome mais globoso)
o Devido a isso, pode-se ter as
hérnias umbilicais, onfalocele,
gastrosquise → malformações onde
as estruturas abdominais podem sair
para fora/herniar) COLUNA VERTEBRAL
▪ As hérnias umbilicais são mais
• Defeitos de linha média
comuns que a onfalocele e
gastrosquise. Elas ocorrem
devido a essa hipotonia
muscular (do musculo reto
abdominal)
▪ Elas geralmente se fecham
sozinhas até os 2-3 anos
(musculatura vai ficando mais
tônica, e vai fechando)
o Observar se possui 2 artéria e 1 *Verificar sinais de pelificação e de
veia → se não tiver, pode estar coloração → pode ser um sinal de
associado a malformações do alterações do fechamento do tubo neural

77
MEMBROS GENITÁLIA

• Palpar pulsos *É comum, ao nascimento, a criança ter


• Ver perfusão edema genital, edema das mamas (broto
• Edema mamário → passagem de hormônio da mãe
• Pé torto congênito para o RN) → descarga hormonal que
• Pesquisa de luxação congênita de temporária (RN vai eliminando esses
quadril hormônios)

MASCULINO:

• Pênis (3 – 4 cm)
• Testículos
• Fimose
o Comum até os 2-3 anos (fimose
fisiológica)
o Maior chance de balanopostite
• Hérnias
• Posição uretral
• Força e jato urinário.

*Se sentir uma crepitação durante


Barlow/Ortolani → USG do quadril e
encaminhamento para ortopedista

78
*Hidrocele (aumento do volume testicular) o Pode passar pomada (corticoide)
→ acúmulo de líquido junto a túnica vaginal, o O problema é que a região com sinequia,
podendo ser comunicante ou não vai ter mais acúmulo de secreção →
comunicante. Risco maior de vulvovaginite

o Comunicante é aquela que a bolsa PERMEABILIDADE DO ÂNUS


escrotal fica cheia de líquido e
• Observar permeabilidade do ânus
depois some (enche de líquido depois
some, depois enche novamente e LINFONODOS
depois some...)
• Observar linfonodos
▪ Geralmente é transitório. Se não
resolver sozinha, encaminha para EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO
o cirurgião pediátrico
REFLEXOS PRIMITIVOS
o A não comunicante é aquela que o
líquido se encontra junto a túnica • Moro
vaginal/bolsa escrotal. • Preensão palmar
▪ A bolsa escrotal vai estar • Sucção
sempre com líquido • Preensão plantar
▪ Diagnóstico é feito através da • Procura
transiluminação • Cutâneo plantar em extensão
• Marcha
FEMININO

• Vulva
• Presença de secreções
• Hímen.

*O desenvolvimento é craniocaudal, É
primeiro central e depois periférico

*Sinéquia de pequenos lábios = pequenos *A maior parte dos reflexos some em torno
lábios fundidos → geralmente ocorre pela dos 4 meses (a medida que a região cortical
passagem de hormônio da mãe para o RN é desenvolvida)

79
*Os últimos reflexos a sumirem são os TRIAGEM NEONATAL
reflexos do pé → cutâneo plantar em
*Exames fáceis de serem realizados, de
extensão e o preensão plantar
alta sensibilidade e especificidade
*Reflexos → sempre relembrar simetria e
TESTE DO REFLEXO VERMELHO (OLHINHO)
intensidade
• Em ambiente escuro, focalizando-se com
EVOLUÇÃO DO RN o oftalmoscópio o centro da pupila do
• Alojamento conjunto RN, que deve apresentar um brilho
• Exame físico diário até a alta homogêneo de cor vermelho-alaranjada.
• Amamentação
• Ambiente e posição para dormir
• Cuidados de higiene
• Funções fisiológicas: presentes dentro
de 48h
• Imunizações
• Triagem neonatal

ALEITAMENTO MATERNO
• Falar para a mãe a importância do
*Reflexo duvidoso → encaminhar para
aleitamento materno, junto com todas
oftalmo
as orientações
• O leite materno tem duas fases: a *Alteração: retinoblastoma, catarata
primeira fase (10/15 min) – mais grosso congênita
– rico em anticorpos; e a segunda fase:
TRIAGEM AUDITIVA (“TESTE DA
mais espesso (rico em gordura) – ganho
ORELHINHA”)
de peso
• Consiste no rastreamento auditivo de
todos os recém-nascidos (RN) antes da
alta hospitalar e as emissões
otoacústicas é uma etapa desse
processo

80
*Teste feito por uma fonoaudióloga 1 hora. Caso o resultado se confirme, um
ecocardiograma deverá ser realizado
*Esse aparelho gera vibrações cocleares
dentro das 24 horas seguintes
*Resultados duvidosos → repetir exame em o Repetir depois de 1 hora (exame
torno de 30 dias (pode ter restos de líquido pode ter sido feito errado, bebê
amniótico/Vérnix na orelha do bebê) pode estar com frio...)

TESTE DA OXIMETRIA OU TESTE DO


CORAÇÃOZINHO

• Realizar a aferição da oximetria de


pulso, em todo recém-nascido
aparentemente saudável com idade
gestacional > 34 semanas, antes da alta
da Unidade Neonatal.
• Local de aferição: membro superior
direito e em um dos membros
o Um oxímetro no membro superior
direito e outro no membro inferior
direito
• Momento da aferição: Entre 24 e 48
horas de vida, antes da alta hospitalar.
o Precisa ser entre 24-48 horas, pois
já vai ter dado tempo do canal
arterial ter se fechado
TESTE DA LINGUINHA
o Realizar o teste antes disso pode
dar um falso positivo • É realizado por meio da aplicação do
• Resultado normal: Saturação periférica Protocolo de avaliação do frênulo lingual
maior ou igual a 95% em ambas as com escores para bebês (Martinelli,
medidas (membro superior direito e 2013). Este protocolo é dividido em
membro inferior) e diferença menor que história clínica, avaliação
3% entre as medidas do membro anatomofuncional e avaliação da sucção
superior direito e membro inferior. não nutritiva e nutritiva. O protocolo
• Resultado anormal: Caso qualquer tem pontuações independentes e pode
medida da SpO2 seja menor que 95% ou ser aplicado por partes, até o 6º mês de
houver uma diferença igual ou maior que vida.
3% entre as medidas do membro • O teste da linguinha deve ser realizado
superior direito e membro inferior, uma por um profissional da área da saúde
nova aferição deverá ser realizada após qualificado, como por exemplo, o

81
fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua
do bebê para verificar se a língua está
presa, e também observar o bebê
chorando e sugando.
• O exame não tem contraindicações.
*Deve ser feito após 24 horas de vida
Recomenda-se que a avaliação do frênulo
(depois de ter sido amamentado e recebido
da língua seja inicialmente realizada na
uma oferta calórica)
maternidade. A avaliação precoce é
ideal para que os bebês sejam *Atualmente há o teste ampliado do teste
diagnosticados e tratados com sucesso. do pezinho → além das 6 doenças clássicas

*Exames de triagem. Mesmo eles tendo


vindo normais, não exclui a possibilidade de
outras doenças, por isso é importante
continuar acompanhando esse RN

PRESCRIÇÕES
*Exame feito por uma fono, em conjunto
com pediatra

TRIAGEM NEONATAL (“TESTE DO


(LENE)
PEZINHO”)
*Pensando em uma criança que se encontra
• Triagem para fenilcetonúria, internada:
hipotireoidismo congênito,
hemoglobinopatias , mucoviscidose, 1-DIETA
hiperplasia adrenal congênita e *Primeiro item da prescrição
deficiência da biotinidade.
*Se o paciente está em jejum (vai fazer
alguma cirurgia): Jejum até segunda ordem

*Se for > 1 ano → dieta geral para a idade

*Se for < 1 ano → Leite, X ml, VO, X vezes


ao dia + papa salgada (se >6 meses/se já

82
fez introdução alimentar) OU seio materno *Quanto a adrenal produz por dia de
livre demanda cortisol? 8-12mg/m2/dia

• LMLD (leite materno livre demanda) + *Como calcular o M2? → Através da


LNan (leite Nan – Xml, VO, X vezes ao superfície corpórea:
dia, na ausência da mãe → só vai dar a
mamadeira quando a mãe não estiver) Obs: SC (superfície corpórea) = 4
o LMLD ou SMLD (ou seio materno x P + 7/ p+90
livre demanda)

2-VENÓCLISE OU ACESSO VENOSO


*Ex: Paciente que pesa 10kg → 4x10 + 7/
SALINIZADO
10+90 → 47/100 = 0,47.
*Item 2 → medicações endovenosas
*Portanto, SC de uma criança que pesa 10kg
*Para o paciente que está em jejum, ou que = 0,47
não está comendo muito → soro (não
*A criança toma 10mg de corticoide por dia
glicosado)
*10mg/0,47 = 21,2 mg/m2/dia → É o dobro
• Venóclise → Soro (tanto de reposição
da produção pela adrenal.
quanto de manutenção)
• Acesso venoso Salinizado *O mínimo para tratar broncoespasmo
o Ex: paciente que está comendo. precisa ser o dobro da produção fisiológica
Precisa tomar o soro pois precisa
*Essa adrenal vai ficar suprimida (vai parar
tomar medicações EV
de produzir cortisol) → Se der muito e
3-MEDICAÇÕES EV → ATB 1° desmamar rápido, pode fazer uma
insuficiência adrenal
*Medicações EV
*Sintomas da insuficiência adrenal → perda
*A primeira medicação será um ATB (ex:
de líquido (desidratação), hipoglicemia
penicilina benztina, X unidades, EV, X-X
horas) *Como desmamar? 3 dias da menor dose (1
mg/kg VO), depois 0,5 mg/kg por 3 dias
4- CORTICOIDES EV (para dar tempo da adrenal voltar a
*Corticoides EV: trabalhar e evitar uma insuficiência
cardíaca)
• Hidroclortisona 10 a 40 mg/kg/dia
(flebocorted ou solucorted) *Depois de descrever todas as drogas EV
• Metilprednisolona 1 a 4 mg/kg/dia
(Solumedrol)

83
5-INALAÇÃO 8- CCG (CUIDADOS E CONTROLES
GERAIS)
SF0,9%
Ver, pelo menos 4 vezes ao dia:
Fenoterol
*Se a criança comeu ou não
*Fenoterol → 1 gota para cada 3,kg. Dose
mínima 3 gotas, dose máxima 8 gotas *Pesar de manhã

*Pode-se associar o brometo de ipratrópio *Urina e fezes


(até 10 kg – 10 gotas; acima de 10kg – 20
*FR e RC e Sat
gotas)
*Ex: Colocar como OBS: Se saturação <90,
*Se quiser intercalar medicações, é preciso
chamar um médico
escrever (intercalar com X, de 5/5h)

*Soro → 5ml ou 3ml (depende da


prescrição). A inalação com 5ml está mais
diluída. SÍFILIS CONGÊNITA
*Para um paciente que está sibilando
bastante: colocar 3ml (quantidade de
fenoterol fica mais concentrada)
(MARCOS)
6-MEDICAÇÕES ORAIS SÍFILIS CONGÊNITA
• Resultado da disseminação
hematogênica do Treponema pallidum da
7- DIPIRONA EV ATÉ 6 EM 6 H S/N (SE gestante infectada não tratada ou
NECESSÁRIO) inadequadamente tratada para o seu
concepto.
(OBS: 1ML EV --- 20 gotas VO)
• Período de incubação: não há.
*Dipirona VO = 1 gota/kg • A criança pode nascer gravemente
doente, nascer com manifestações leves
*S/N → Se necessário
ou totalmente assintomática,
*Dipirona apenas de horário. Não ficou em manifestando apenas a doença
cima junto com as outras EV, pois vai fazer tardiamente
apenas se precisar, e não de horário igual • Mais de 50% das crianças são
as demais drogas assintomáticas ao nascer, com
manifestações por volta dos 3 meses.
• Triagem sorológica da mãe na
maternidade

84
o VDRL *De 4-14 semanas após a lesão secundária,
• Sífilis congênita precoce: antes dos 2 pode evoluir para latente recente (1 ano a
anos de idade. partir do contato). Ocorre recaída em 25%
• Sífilis congênita tardia: após 2 anos de dos casos
idade.
*Depois evolui para a latente tardia (mais
SÍFILIS EM GESTANTE – EVOLUÇÃO de 1 ano do contato). A transmissão
vertical é em torno de 30%
Evolução da sífilis não tratada:
o 2/3 Remissão dos casos
o 1/3 Sífilis terciária (neurossífilis)

EPIDEMIOLOGIA

TAXA DE DETECÇÃO DE SÍFILIS EM


GESTANTES E TAXA DE INCIDÊNCIA DE
SÍFILIS CONGÊNITA EM MENORES DE 1 ANO
(POR 1.000 NASCIDOS VIVOS) SEGUNDO UF
DE RESIDÊNCIA. BRASIL, 2015.

*A sífilis evolui de forma semelhante entre


gestantes e não gestantes.

*A TV (transmissão vertical) será mais


severa quanto mais precoce o período
gestacional e mais recente for a sífilis na
getante

*Sífilis por contato → 1/3 se torna *Em azul → sífilis em gestantes


infectado.
*Em vermelho → Sífilis congênita
*Após 10-90 dias, ocorre a lesão primária
*Sífilis em gestantes e congênita alta =
da sífilis (cancro duro, cancro mole). A TV
falta de tratamento
(transmissão vertical) nessa fase é em
torno de 100% *Sífilis em gestante alta e congênita baixa
→ tratamento adequado
*De 3-12 semanas após a lesão primária, a
sífilis pode evoluir para lesões secundárias *Sífilis congênita > sífilis em gestante →
(lesões de pele). A TV (transmissão falta de notificação (subnotificação)
vertical) é em torno de 90%

85
SÍFILIS NO BRASIL o RCIU (retardo do crescimento
intrauterino) - déficit pôndero-
estatural pós natal

AVALIÇÃO EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA

*Para ser uma sífilis congênita precoce:

RN com mãe positiva para sífilis / não


tratada ou com critérios de tratamento
inadequado:

• Tratamento realizado com qualquer


*Em amarelo → adquiria
outra droga que não seja penicilina, ou
*Em azul → gestante • Tratamento incompleto mesmo se tiver
sido feito com penicilina, ou
*Em vermelha → congênita
• Tratamento inadequado para fase clínica
*Ano a ano ocorre aumento dos casos da doença, ou
• Instituição de tratamento dentro dos
TAXA DE MORTALIDADE POR SÍFILIS 30 dias que antecedem o parto, ou
CONGÊNITA EM 2015 NO BRASIL
Parceiro com sífilis não tratado ou
tratamento inadequadamente
o Se o tratamento foi iniciado
antes dos 30 dias do parto, é
considerado inadequado
• Tratamento adequado mas sem resposta
sorológica confirmada (sem queda ou
elevação de titulação) ou sem
acompanhamento sorológico →
SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE reinfecção, falha ou tratamento
• Diagnóstico: avaliação epidemiológica inadequado
+ avaliação clínica + avaliação
*O que fazer quando a mãe é alérgica a
laboratorial + estudos de imagem
penicilina? É preciso fazer a
(conjunto deles em todos os casos)
dessensibilização.
• Bebê pode ter nascido com:
o Baixo peso (peso <2500gr) *Se não der certo fazer a
o Prematuridade (entre 30 a 36 dessensibilização → Doxiciclina
semanas) (comprimido de 8-8 horas por 30 dias) →
por não ter sido tratada com penicilina, o
tratamento é considerado inadequado

86
*Tratamento com penicilina → 3 doses, 1 • Fissuras gengivo-palatais
vez por semana durante 3 semanas • Corioretinite
(7.200.000UI, divididas em 3 aplicações • Distúrbios de coagulação
semanais de 2.400.000UI) • Quadros hepáticos (hepatite)
• Neurossífilis (alterações no SNC)
*O ideal é que o parceiro também trate
o Colhe-se líquor de bebês que não
(para evitar reinfecções)
tiveram tratamento adequado
AVALIAÇÃO CLÍNICA • Pneumonia Alba
o Condição que é quase incompatível
• Alteração sistema retículo endotelial
com a vida
• Alterações sistema hematológico
o Pulmão fica velado
• Alteração sistema músculo esquelético
• Alteração sistema nervoso central *Hepatoesplenomegalia é a alteração mais
• Outras alterações: renais (síndrome frequente
nefrótica), oculares (corioretinite),
*Alterações ósseas são as segundas
pulmonares, gastrointestinais
alterações mais frequentes
Alterações clássicas:
*Alterações oculares também são muito
• Pênfego palmoplantar (alteraçõs comuns
bolhosas em mãos e pés)
• Nódulos e Pápulas eritematô- QUADRO CLÍNICO – ALTERAÇÃO
acastanhados MUCOCUTÂNEA

• Alterações ósseas
o Metafisite
o Periostite
o Descolamento epifisário
o Sinal de Wimberger → lesão
simétrica e bilateral na região medial
da metáfise proximal da tíbia • Descamações mucosas
o Pseudoparalisia de Parrot
• Hepatoesplenomegalia
• Restrição de crescimento
• Síndrome nefrótica
• Rinite piosanguinolenta (secreção
serossanguinolenta)
o Caso não trate, pode evoluir para um
nariz em sela na sífilis congênita
tardia

87
• Descamações mucosas *Pode ter: fratura, osteocondrites,
fraturas, periostite, descolamento
epifisário

• Nódulos e Pápulas eritematô-


acastanhados
*Sinal de Wimberger: lesão erosiva
bilateral simétrica na região medial da tíbia

AVALIAÇÃO LABORATORIAL

• Hemograma completo: pode ter anemia,


leucocitose, plaquetopenia
• Função hepática: alterações TGO/TGP
• Pênfego sifilítico
(aumento), hiperbilirrubinemia (aumento
o Rico em treponema
da bilirrubina direta – devido ao
comprometimento hepático)
QUADRO CLÍNICO – ALTERAÇÕES
• Provas de coagulação
OSTEOARTICULARES
o Em casos de sífilis avançada que
comprometeu muito o fígado
• Outros: avaliar cada caso
o Se teve comprometimento renal,
investigar exames renais
• Sorologia: testes treponêmicos e não
treponêmicos - sangue periférico
o Testes treponêmicos
▪ O teste treponêmico é
mais específico (FTA-abs)
o Teste não treponêmico: VDRL
*Pede-se RX de ossos longos. ▪ O VDRL têm uma alta
sensibilidade e uma baixa
*É possível ver o osso bem rarefeito especificidade. Doenças

88
que positivam o VDRL → AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
doenças reumatológicas,
Todos RN com VDRL positivo devem
como Lúpus, artrite
realizar avaliação radiológica
reumatoide, síndrome
fosfolípide, vacina da gripe, • Rx ossos longos: grande importância
doença de chagas diagnóstico
• 4 a 20% RN infectados, a única
TESTES SOROLÓGICOS – VDRL alteração será ao RX.
• Triagem dos RN possivelmente • Metafisite 50-90%: achados mais
infectados, filhos de mães infectadas frequentes.
• Comparação dos títulos da mãe com o • Periostite 70% dos casos
filho • Osteite 20-40% dos casos
o Sempre comprar VDRL da mãe • Sinal de Winberger (erosão bilateral do
com VDRL do RN côndilo medial da tíbia) 20-30% dos
• Seguimento dos RN com suspeita de casos
infecção / tratados
Rx de tórax
• Avaliação RN não reagentes
• VDRL para todos RN ???
o Não, só pede VDRL para mãe que
são positivas no pré-natal
• Nunca colher sangue de cordão – sempre
sangue periférico
o Colher sangue do cordão pode dar
falso positivo
• Nunca dar alta da maternidade sem
conhecimento do VDRL materno

• Caso o bebê esteja com desconforto


respiratório, pedir RX de tórax para
investigar Pneumonia alba

LÍQUOR

• Obrigatório em todo caso de sífilis


congênita
• 86% nas crianças sintomáticas
• 8% nas crianças assintomáticas
• Avaliação cuidadosa

89
• Hipercelularidade (linfócitos – aumento aumentada e o VDRL sérico der
de células), hiperproteinorraquia positivo→ tratar
(aumento de proteína), glicorraquia • Sem possibilidade de exame de LCR
(consumo de glicose) (líquido cefalorraquiano) em RN com
o Valores normais de líquor: sífilis congênita
▪ Células: No adulto é normal até o Casos em que não é possível colhe
5 células e no RN é normal até o líquor → tratar
25 células (no RN é mais
elevado pois a barreira SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA
hematoencefálica é mais *>2 anos
permeável)
• Dentes de Hutchinson, molares em
▪ Proteína: No adulto é normal
amora
até 40 (punção lombar) ou 30
• Ceratite intersticial, uveite
(punção suboccipital) e no RN é
• Cicatrizes: córnea e coriorretinite
normal até 120 (a termo) e 150
• Surdez, retardo mental, hidrocefalia,
(prematuro)
convulsões, atrofia do nervo ótico
▪ Glicose: Para RN e para adulto,
o Esse aumento da proteína no líquor
o normal é até 2/3 da glicemia
pode levar a obstrução da drenagem,
• VDRL 20-70% de sensibilidade, bem
causando a hidrocefalia
específico
• Nariz em "sela", frote olímpica, palato
EXAMES OBRIGATÓRIOS RN COM "ogiva", rágades periorais
SÍLIS (que mãe positivou e não tratou • Tíbia em "sabre", sinal de
durante a gravidez): VDRL, RX de ossos Higoumenakis,, articulações de Clutton
longos e líquor o Tíbia em sabre → se não tratar a
periostite, forma o osso, formando a
NEUROLUES OU NEUROSSÍFILIS
tíbia em sabre
Neurolues confirmada: o Sinal de Higoumenakis →
Espessamento do terço médio da
• VDRL positivo no líquor, independente
clavícula (patognomônico de sífilis)
do VDRL sérico ou de alterações
o Articulações de Clutton → Edema
liquóricas
que ocorre na tíbia
Neurolues possível:
TRATAMENTO PERÍODO NEONATAL
• Alteração de células e/ou perfil
1-RN de mãe com sífilis não tratada ou
bioquímico, com VDRL sérico positivo,
inadequadamente tratada, independente
mesmo com VDRL líquor negativo
do resultado do VDRL do RN:
o Ex: se VDRL vier negativa no
líquor, mas a proteínas vier super
90
• 1.1 - Se houver alterações clínicas e/ou ▪ Se não tem garantia que a mãe vai
sorológicas e/ou radiológicas e/ou seguir o tratamento correto →
hematológicas: internar a criança e dar Penicilina G
o Penicilina G cristalina, 50.000 cristalina EV por 10 dias (esquema
UI/Kg/dose, EV, de 12/12 hs (nos 1.1)
primeiros 7 dias de vida) e de 8/8 hs
2 - RN de mães adequadamente
(após 7 dias de vida), durante 10 dias;
tratadas: realizar o VDRL em amostra
ou penicilina G procaína 50.000
de sangue periférico do RN; se este for
UI/Kg/dia (dose única), IM, durante
reagente com titulação maior do que a
10 dias - perda >1 dia, reiniciar
materna, e/ou na presença de alterações
tratamento;
clínicas, realizar hemograma, radiografia
▪ Penicilina G procaína → o
de ossos longos e análise do LCR:
problema é que não tomar
algum dia, precisa iniciar o • 2.1 - Se houver alterações clínicas e/ou
tratamento inteiro novamente radiológicas, e/ou hematológica sem
• 1.2 - Se houver alteração liquórica alterações liquóricas, o tratamento
(neurossífilis) ou não foi possível coleta deverá ser feito como em 1.1;
de líquor: o Penicilina G cristalina ou Penicilina
o Penicilina G cristalina, 50.000 G Procaína
UI/Kg/dose, EV, de 12/12 hs (nos • 2.2 - se houver alteração liquórica, o
primeiros 7 dias de vida) e de 8/8 tratamento deverá ser feito como em
hs (após 7 dias de vida), durante 10 1.2
dias; o Penicilina G Cristalina
▪ Nesse caso não pode tratar
3 - RN de mães adequadamente
com Penicilina G procaína,
tratadas: realizar o VDRL em amostra
apenas com a cristalina
de sangue periférico do RN:
(para penetração de SNC)
• 1.3 - Se não houver alterações clínicas, • 3.1 - Se for assintomático e o VDRL não
radiológicas, hematológicas e/ou for reagente proceder apenas ao
liquóricas e a sorologia for negativa no seguimento clínico-laboratorial. Na
RN e garantia de acompanhamento da impossibilidade de garantir o
criança: seguimento deve-se proceder o
o Penicilina G benzatina por via IM na tratamento com penicilina G benzatina,
dose única de 50.000 UI/Kg. O IM, na dose única de 50.000 UV/Kg.
acompanhamento é obrigatório. Na • 3.2 - Se for assintomático e tiver o
impossibilidade em garantir o VDRL reagente, com título igual ou
acompanhamento, o RN deverá ser menor que o materno, tratar como 1.3.
tratado com o esquema 1.1

91
o Penicilina G Benzatina (IM dose e negativo entre 6-18 meses →
única) TRATAMENTO ADEQUADO E CURA
• Se não houver alterações clínicas, • Observar sinais clínicos e titulação -
radiológicas, hematológicas e/ou repetir antes se necessário
liquóricas e garantia de • Sem negativação até 18 meses:
acompanhamento da criança, Penicilina G reinvestigar, retratar??
benzatina por via IM na dose única de • TPHA ou FTA-abs após 18 meses:
50.000 UV/Kg. O acompanhamento é confirmação do caso ou demonstração
obrigatório. Na impossibilidade em de cura
garantir o acompanhamento, o RN • Sem negativação TPHA ou FTA-Abs
deverá ser tratado com o esquema 1.1. com 18 meses: seguimento longo prazo
até 5 anos - monitoramento de
SEGUIMENTO DE CONTROLE E CURA alterações tardias (visuais ou auditivas),
• Acompanhamento até os 2 anos - mesmo se tratamento adequado.
OBRIGATÓRIO • Acompanhamento oftalmológico,
• RN não tratados (sem critérios de neurológico e audiológico semestral
tratamento): avaliações com 1,2,3,6,12 e até 2 anos
18 meses, e com VDRL com 1,3,6,12 e 18 • LCR a cada 6 meses até normalização
meses total. Alteração persistente -
• Interromper VDRL após 2 resultados reavaliação e retratar???
consecutivos negativos. o Reavaliar e tratar casos em que o
• Com 18 meses realizar FTA-abs / TPHA líquor não normalize
(treponêmico) • VDRL e LCR negativado até 6 meses e
• VDRL em queda e negativo entre 6 a 18 QCT (quimiocitológico) normalizado até
meses + FTA-abs negativo com 18 meses 24 meses.
→ NÃO INFECTADO OU TRATADO • Tratamentos inadequados (dose/tempo)
NA VIDA FETAL → convocação, reavaliação e reiniciar
• Caso contrário investigação e tratamento se necessário
tratamento (caso positive, ou não tenha
CONSIDERAÇÕES - SÍFILIS
negativado...)
• RN com critérios de sífilis congênita e • Sangue do cordão umbilical NÃO deve
tratado: seguimento mensal até 6 ser utilizado para o diagnóstico
meses, bimestral até 12 meses, sorológico devido à presença de sangue
semestral até 24 meses, avaliação materno (com anticorpos maternos) e
clínica e VDRL com 1,3,6,12,18 e 24 ocorrência de atividade hemolítica, o
meses que pode determinar resultados falsos.
• Interromper os testes com 2 resultados • NÃO dar alta da maternidade sem
consecutivos negativos VDRL em queda conhecimento do resultado do teste
92
materno para sífilis, no momento do


parto.
Tratamento precoce da sífilis MENINGITE
congênita minimiza a possibilidade de


sequelas.
Realizar no recém-nascido TODOS os
exames do protocolo para sífilis
(TERESA)
congênita, especialmente o VDRL no
CASO CLÍNICO
sangue periférico, hemograma, RX de
ossos longos e análise do líquor HISTÓRIA: Murilo, 10 ano, 43kg
(incluindo o VDRL).
QD: Procurou atendimento por queixa de
• Garantir o tratamento completo da
cefaleia e febre
sífilis congênita durante 10 dias
(inclusive para RN com neurossifilis). Perguntas:
• Tratamentos interrompidos ou
o Quando começou a febre? De quanto
incompletos devem ser reiniciados.
foi essa febre? Deu medicamentos
• Seguir o recém-nascido exposto a
para ela?
sífilis materna até 24 meses (2 anos).
o Como é essa dor de cabeça? Quando
Garantir VDRL e avaliações.
começou? Deu remédios?
• Seguir por 5 anos os RN com teste
o Algum sinal de melhora ou piora?
treponêmico reagentes após os 18
o Têm alguma alergia? Tem alguma
meses de idade
doença? Vacinação está em dia?
• Mãe relata que esses sintomas
apareceram há 2 dias, e que mediu a
temperatura do filho antes de vir ao
atendimento e estava 39°C
• Relata que deu dipirona, mas não
melhorou. Diz que não têm nada que
melhore a dor, mas quando se movimenta
muito, ela piora
• Refere que o filho está reclamando até
de dor no pescoço

ISDA: Nega alterações de pele.

• Mãe afirma que o filho vomitou, e que o


vómito de repente. Miguel diz que está
se sentindo fraco

93
• Hábitos intestinais e urinários normais o Glasgow: 15
• Perda de apetite (“não está comendo o Sinal de Kerning:
nada”). Começou após o início das dores o Sinal de Brudzinski
de cabeça
• Não percebeu alteração no peso

ANTECEDENTES PESSOAIS E
FAMILIARES:

• Nega doenças
• Não sofreu nenhum trauma recente
o Importante perguntar sobre trauma
em casos de dores de cabeça
• Nega alergias
• Tomou todas as vacinas? Sim
• Pai possui pressão alta. Mãe nega
doenças

EXAME FÍSICO

• Peso: 43 kg
• Estatura: 1,40 m
• PA: 104X60
• FC: 129 bpm
o Se encontra taquicárdico
• FR: 30
• Temperatura: 39,5°C
• Observando o paciente: Descorado, um
pouco desidratado, com fácies de dor.
• Ausculta pulmonar: MV + bilateralmente
simétrico, sem ruídos adventícios
• Ausculta cardíaca: bulhas rítmicas
regulares em 2 tempos sem sopros,
taquicárdico
• Exame abdominal: abdome globoso, sem
cicatrizes ou deformidades, RHA +.
Palpação: flácido, indolor a palpação,
com ausência de massas palpáveis.
Percussão: normotimpânico
• Exame neurológico

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