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UNIFATECIE – Centro Universitário UniFatecie

Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, publicada no D.O.U.


em 15 de junho de 2020 Rodovia BR-376, KM 102, N.º 1000 -
Paranavaí – PR Fone: (44) 3045.9898 CNPJ: 07724708/0001-
34 Insc. Municipal: 14.579

PROJETO INTEGRADOR I - PSICOLOGIA CLÍNICA CIÊNCIA E PROFISSÃO

Elisangela Maria Ferreira dos Santos RA 17402


Fabiana de Sousa Rocha Alves RA 16032
Gabriela Tuany dos Santos RA: 167166
Isabella Viaes de Figueiredo RA 137636
Letícia Aparecida Olinto da Silva RA: 183860
Liliane Rocha Segundo RA: 2833
Maria Eduarda Honorio de Oliveira RA: 169714
Maria Julia Cavalcante RA 194229
Matheus Vitor Monteiro de Oliveira RA: 129877

PARANAVAÍ
2023
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UNIFATECIE – Centro Universitário UniFatecie


Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de
2020, publicada no D.O.U. em 15 de junho de 2020
Rodovia BR-376, KM 102, N.º 1000 - Paranavaí – PR
Fone: (44) 3045.9898 CNPJ: 07724708/0001-34 Insc.
Municipal: 14.579

PROJETO INTEGRADOR I

PSICOLOGIA CLÍNICA CIÊNCIA E PROFISSÃO

Projeto de intervenção elaborado na disciplina de Projeto


Integrador: Psicologia Ciência e Profissão como requisito
Parcial para obtenção de nota no 1º bimestre referente ao
Primeiro semestre do ano letivo de dois mil e vinte e três
(2023.1) do curso de Psicologia da UniFatecie.
Docente: Prof. Me. Jose Valdeci Grigoleto Netto

PARANAVAÍ
2023
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UNIFATECIE – Centro Universitário UniFatecie


Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, publicada no D.O.U.
em 15 de junho de 2020 Rodovia BR-376, KM 102, N.º 1000 -
Paranavaí – PR Fone: (44) 3045.9898 CNPJ: 07724708/0001-
34 Insc. Municipal: 14.579

Sumário
1. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 4
1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 4
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 5
3. A História da Psicologia Clínica ..................................................................................................... 6
3.1 A Psicologia Clínica no Brasil. ......................................................................................................... 7
3.2 Novas abordagens: Novas Perspectivas em Psicologia Clínica. ............................................... 10
4 Psicologia Clinica na prática. ........................................................................................................ 12
4.1 Atuação do Psicólogo no Brasil ................................................................................................ 13
4.2 Profissão e questões éticas relacionadas a profissão ................................................................. 13
5.1 A prática clínica sob perspectiva psicanalítica. ......................................................................... 14
5.2 Análise cognitiva comportamental na clinica. .......................................................................... 16
5.3 A clínica sob a ótica da teoria Gestalt. ...................................................................................... 16
5.4 A psicologia humanista no contexto clínico.............................................................................. 17
5.4.1 A teoria das necessidades humanas ....................................................................................... 17
5.5 Carl Rogers e a abordagem centrada na pessoa. ............................................................................ 18
5.6. A psicologia humanista na clínica .................................................................................................. 19
6 DESCRIÇÃO DETALHADA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO. ...................................... 20
6.1 Público alvo:.............................................................................................................................. 20
7 ESCRIÇÃO DETALHADA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO E ENTREVISTA:............ 20
7.1 Materiais necessários: Computador/celular e internet.............................................................. 20
7.2 A Entrevista: Psicologia História e Profissão.................................................................................. 20
8. RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................................... 23
9. CRONOGRAMA .......................................................................................................................... 24
10. ANEXOS................................................................................................................................... 25
11. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 27
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1. OBJETIVOS

1.1 Objetivos Gerais


Apresentar modalidade de psicologia clínica e suas atuações e abordagens ao grande público,
comunidade acadêmica e comunidade em geral.

1.2 Objetivos Específicos

Conscientizar sobre a importância do atendimento clínico do profissional da psicologia.

Desmistificar a prática da terapia, buscando afastar o grande preconceito que permeia este tipo
de tratamento.

Mostrar as diversas abordagens do atendimento psicológico.


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2. JUSTIFICATIVA:

O tema psicologia clínica é um tema muito atual e diverso e enquanto trabalho


acadêmico tem um papel fundamental na formação através da pesquisa, a fim de obter clareza
quanto a prática clínica na psicologia, desde a sua origem até os dias atuais, bem como a atuação
do psicólogo clínico e as principais abordagens usadas para os mais diversos tratamentos para
obtenção da saúde mental. Infelizmente a psicologia clínica ainda sofre resistência quando luta
para destruir o estigma criado ao redor da saúde mental.
Enquanto alunos iniciantes no curso de psicologia, este trabalho surge como uma
nova experiência que permitirá o primeiro contato com a área, auxiliando na construção do
conhecimento e podendo contribuir para que a psicologia clínica seja mais desmistificada e
mais amplamente disseminada, estimulando a comunidade local e sociedade como um todo a
buscar ajuda sem serem rotuladas, tornando cada dia mais a prática da psicologia clínica natural
e necessária às pessoas.
É importante ressaltar que esse tipo de trabalho além de auxiliar na obtenção de
conhecimentos através das pesquisas sobre a prática clínica irá ajudar na decisão da futura
profissão. O projeto integrador enquanto trabalho acadêmico enriquece a formação dos
acadêmicos através da diversidade de conteúdo e do estímulo à criatividade quando tem o
objetivo revelar o caráter benéfico da psicologia clínica através da psicoterapia, exigindo assim
uma ruptura para com os paradigmas e preconceitos ainda existentes.
Bagagem teórica e a experiência adquirida nesse primeiro momento do curso de
psicologia trará uma base relevante para o restante do curso, além de permitir vivenciar os
primeiros resultados e contribuições para a formação acadêmica através do diálogo com as
demais áreas de abrangência da profissão.
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3. A História da Psicologia Clínica


Para se compreender a História da Psicologia Clínica, é essencial que se faça um
breve panorama sobre a História da Psicologia. Sabe-se que anteriormente a Psicologia não era
uma ciência autônoma, de acordo com Vilela et al. (2005), o entendimento majoritário é de que
a Psicologia teve início, como ciência autônoma, no século XIX.

A autonomia ocorreu por diversos fatores, dentre os quais, ressaltam-se a influência


que o Positivismo exerceu sobre as Ciências Humanas, o próprio desenvolvimento destas
ciências e o crescente uso de métodos das Ciências Naturais. Em 1879, Wilhelm Wundt fundou,
na Alemanha, o Laboratório de Psicologia Experimental de Leipzig e, a contar deste
acontecimento, em virtude de métodos por ele empregados, a Psicologia passou a ser vista como
ciência.

Como supracitado, a Psicologia não surgiu como ciência autônoma, pelo contrário,
a princípio estava intrinsecamente ligada as demais Ciências Humanas. Entretanto, a partir do
século XIX, foi considerada uma ciência independente. Dessa forma, a Psicologia, segundo
Bock et al. (2009):

“Deu continuidade à expansão de seus conhecimentos por outros campos, sempre


marcado pela busca da compreensão dos processos de funcionamento do mundo
psicológico, dedicando-se a processos como o da aprendizagem, dos
condicionamentos, da relação entre o comportamento e o meio ambiente, do mundo
afetivo, das diversas possibilidades humanas. Enfim, a Psicologia centrou-se nos
variados aspectos que forma sendo apontados como constitutivos do mundo subjetivo,
do mundo psicológico dos humanos”.

Após a sucinta explicação sobre a História da Psicologia, começar-se-á a discorrer


sobre a História da Psicologia Clínica. Esta surgiu a partir do estudo de um dos alunos e
orientandos de Wilhelm Wundt, qual seja, Lightner Witmer. Este era psicólogo e professor
universitário na Pensilvânia, Estados Unidos da América. Witmer, desenvolveu estudos
voltados a Psicologia Clínica e utilizou o termo Psicologia Clínica pela primeira vez em 1896,
ele descrevia a Psicologia Clínica como: “método de pesquisa que consistia em examinar, com
vistas a uma generalização, as aptidões dos sujeitos e suas deficiências”. (ROUDINESCO E
PLON, 1998, p. 612)

Em 1899, Freud citou o termo Psicologia Clínica em uma de suas cartas, todavia
não se aprofundou no estudo do assunto. Por outro lado, Witmer passou a perceber que, a
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Psicologia Clínica, poderia ser usada para além de métodos de pesquisa. Assim, em 1896, abriu
sua clínica para a Prática da Psicologia Clínica, localizada na Pensilvânia, Estados
Unidos. Sendo esta, a primeira Clínica de Psicologia Clínica existente no mundo.

Witmer, tinha como objetivo maior auxiliar as pessoas a resolverem seus problemas
internos, e contava com muito interesse na área da Psicologia Infantil. Objetivava desenvolver
métodos de aprendizagem e socialização, voltados especialmente a crianças e adolescentes,
chegando até a ministrar cursos para professores de escolas públicas da Pensilvânia.

Nesse interim, o médico e psicólogo francês Pierre Janet, desenvolveu estudos


sobre a psicopatologia. Nele, acabou introduzindo o conceito de competência clínica, ajudando
a delimitar o que era de do ramo da medicina, e o que pertencia a área da psicologia clínica.
Contudo, após várias descobertas relacionadas a psicologia clínica, esta passou a ser deixada
de lado. Todavia, em 1960, a psicologia clínica voltou intensamente em cena, em virtude do
que se denominava Psicanálise de Massas. Em 1949, Daniel Lagache, um psiquiatra francês,
defendeu, que se separasse, nas Universidades, o ensino da psicologia e o da filosofia, com o
intuito de ao final, tornar a prática da psicanálise mais acessível.

Com o tempo, a prática da Psicologia Clínica, deixou de ser restrita aos médicos:

“A psicologia clínica que se leciona é definida como um estudo de casos individuais


cujo método se assenta em três postulados: a dinâmica, a totalidade e a gênese(...)
Desses três postulados derivados dos objetos práticos: o psicólogo clínico cura
doentes, educa crianças, aconselha adultos e reclassifica os inadaptados”
(ROUDINESCO E PLON, 1998, p. 612)

No Brasil também ocorreu a dúvida entre o que era restrito a medicina e o que se
estendia a psicologia.

3.1 A Psicologia Clínica no Brasil.


Antes de iniciar a história da Psicologia Clínica no Brasil, convém analisar a história
da Psicologia no Brasil. Esta, foi de suma importância para o desenvolvimento social do país.
Contudo, anteriormente o tratamento psicológico era de difícil acesso para as populações mais
carentes, não sendo acessível a todos.

A princípio as pessoas acreditavam que a atividade do psicólogo era apenas


direcionada as elites. Era comum que, apenas pessoas com maior poder aquisitivo, procurassem
psicólogos. Com o tempo, porém, isso foi mudando:
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“Hoje são milhares de psicólogos atuando nas mais diversas realidades, que
enriquecem a cada dia seus afazeres, permitindo que a psicologia cumpra com as
expectativas que a sociedade tem em relação a ela (...) A psicologia como profissão
busca um compromisso com as urgências e as necessidades da maioria da população
em nosso país, escampando de uma relação restrita aos interesses das elites”. (Bock
et al. 2009, p.110)

Como ocorreu em outros países, no Brasil, a princípio, a psicologia estava associada


a outras áreas do saber. Por isso, no período pré-institucional, é comum encontrar estudos sobre
a psicologia em matérias de Teologia, Política, Direito, Medicina, dentre outras áreas das
ciências humanas e biológicas.

No século XIX, que como susodito foi o marco da psicologia como ciência
autônoma, o Brasil estava passando pela transição de Colônia para Império. Em razão disso, de
acordo com Antunes (2014), esse foi o período em que o país estava ganhando certa autonomia,
o que contribuía para que certas mudanças ocorressem em diversos âmbitos, dentre estes o
cultural, o que favoreceu o surgimento de ideias e teorias de cunho psicológico. As pessoas
sentiam mais liberdade para pensar e questionar.

A psicologia, no entanto, desenvolveu-se mais e mais rapidamente em nosso país,


quando este se tornou uma República, como consequência de mudanças políticas, sociais e
econômicas. Se por um lado a urbanização, e o desenvolvimento social e político eram
vantajosos, por outro, as rápidas transformações fizeram com que muitos apresentassem novos
problemas psicológicos.

A princípio quem se encarregava de sanar as dúvidas da área da psicologia eram


profissionais de diversos outros ramos das ciências humanas e biológicas. Como decorrência
disso, Antunes (2014) assevera que vários profissionais de outros ramos por exemplo, o
advogado e o professor, que exerciam a prática da psicologia, podem ser considerados os
primeiros psicólogos do Brasil, ainda que não sejam psicólogos por formação.

No século XIX começaram a se formar as Ligas de Higiene Mental, que


contribuíram para que se realizassem estudos mais aprofundados na área da psicologia. Porém,
as teorias advindas dos estudos realizados pela liga, eram carregadas de preconceitos de cunho
econômico e racial, que estavam em consonância com a política higienista da época.

Em verdade, não incentivavam o tratamento, mas sim o isolamento de pessoas com


certos distúrbios psicológicos, as quais chamavam de loucas. Por isso, a época foi marcada pela
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inauguração de vários centros para tratamento psiquiátrico, que em sua maioria, ficavam longe
das cidades. Dentre esses locais, pode-se citar o Hospício de Juquery; que era localizado em
São Paulo, o Hospital Nacional dos Alienados; antigo Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, a Liga
Brasileira de Higiene mental; situada também no Rio de Janeiro e a Liga Paulista de Higiene
Mental.

Há época, como supramencionado, parte do tratamento era através do isolamento


dos internos, os médicos defendiam práticas pouco convencionais que muito se assemelhavam
a torturas. Achavam que era fundamental que as pessoas com problemas psicológicos, fossem
submetidas a vários experimentos, com o intuito de estudar e entender certas patologias. No
entanto, acabavam por praticamente desumanizar as pessoas que supostamente deveriam tratar.

Um hospital com grande influência nos estudos da psicologia e da psiquiatria no


Brasil, foi o Hospital Nacional dos Alienados. Contribuiu para o estudo de certos problemas
psicológicos, a partir de experiências, muitas não tão ortodoxas e questionáveis, no Laboratório
de Psicologia Experimental.

Em 1923, Gustavo Riedel, criou a Liga Brasileira de Higiene Mental, com sede no
Rio de Janeiro. Apesar das boas intenções iniciais, com proposições interessantes para o
desenvolvimento da psicologia como profissão autônoma, acabou usando práticas e criando
teorias que reforçavam pensamentos eugenistas. De acordo com Antunes (2014), a Liga acabou
reforçando estereótipos racistas afirmando que pessoas negras pertenciam a uma raça inferior,
e atribuindo a estas e aos miscigenados, o atraso no desenvolvimento do país. Além disso, a
Liga pregava que deveria haver uma política de branqueamento racial no Brasil, objetivando-
se chegar ao que definiam como pureza racial.

Também existiu a Liga Paulista de Higiene Mental, esta estabeleceu uma relação
entre a psicologia e a organização de trabalho. Acreditavam em um tratamento voltado ao
incentivo ao trabalho, o que resultou em clínicas muito semelhantes às de psicologia clínica que
conhecemos hoje.

De grande importância, o médico Ulysses Pernambucano, iniciou o movimento


psiquiátrico de Recife. Pernambucano, refutava as teorias discriminatórias de seus colegas de
profissão, e contribuiu para o desenvolvimento da Psicologia Humanista.Foram nas clínicas de
Orientação Infantil no Rio de Janeiro, entretanto, que a Psicologia Clínica foi expressamente
utilizada, sob a observação de Arthur Ramos e Durval Marcondes. Importa ressaltar que, até
1927 ainda não se encontrava ninguém exercendo a psicologia clínica no Brasil. Antunes
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(2014), acredita que o início do exercício da psicologia clínica no Brasil, foi tardio se
comparado a outros países. Assevera que, provavelmente, a demora se deu pela ambiguidade
que existia, resultando em grande dificuldade de se definir na prática, o que era da área da
psiquiatria e o que era do ramo da psicologia.

Como aludido, a Psicologia Clínica teve seu desenvolvimento a partir de práticas


realizadas no exercício da medicina, sobretudo, a psiquiátrica. Em razão disso:

“As fronteiras entre a Psicologia e a Psiquiatria, excetuando-se práticas profissionais


farmacológicas, tendem a diminuir no campo profissional no que diz respeito às
intervenções dos processos patológicos da subjetividade humana.” (Bock et al. 2009,
p. 106)

Por fim, salienta-se que foi a partir da Lei Federal n. 4.119, de 27 de agosto de 1962,
que legislou sobre a profissão do psicólogo no Brasil, discorrendo sobre os cursos de formação
em psicologia, bem como, os regulamentos da profissão do psicólogo, que a psicologia passou
a ser objeto de graduação e foi considerada uma profissão no Brasil.

3.2 Novas abordagens: Novas Perspectivas em Psicologia Clínica.


Nos últimos anos tratamentos com suportes empíricos têm crescido
exponencialmente na atividade da Psicologia Clínica. Não obstante, há certas controvérsias com
relação a efetividade destes tratamentos. Plante (2005), assevera que há algumas divergências
sobre se a prática é realmente benéfica ao paciente, ou é apenas voltada para realização de
estudos científicos. Além disso, considera que os tratamentos com suportes empíricos, na
prática da psicologia clínica, não levam em consideração as particularidades de cada sujeito,
que pode acabar sendo visto como mais um caso para a realização de estudos.

Outra abordagem que vem crescendo, é o Psicodiagnóstico Interventivo, que


considera além de aspectos psicológicos do paciente. Ao contrário do método empírico, este,
procura observar e analisar o meio em que a pessoa está inserida, seu comportamento no seio
familiar, dentre outras particularidades, objetivando ter uma base sobre a personalidade do
paciente. A prática do psicodiagnóstico também é útil para determinar o grau de determinada
patologia.

Ainda, através de testes, segundo Tardivo et al. (2008), percebeu-se que a prática
do psicodiagnóstico interventivo, possibilita que se atenda um maior número de pessoas em
menor espaço de tempo. Sendo assim, interessante para suprir a grande demanda nacional.
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Com relação a psicologia clínica voltada para o público infantil, tem-se usado o
psicodiagnóstico com foco no conceito de transmissão transgeracional. Em que, para se
compreender o que se passa com a criança, faz-se uma análise das relações familiares que a
circundam, bem como, das dinâmicas familiares. Tem como objetivo, descobrir situações da
vida da criança que servem como estressores, para que se possa tratar e prevenir os agentes
patogênicos.

Outra proposta nova na psicologia clínica, é a associação da neurobiologia a


psicoterapias. Passou-se a investigar profundamente, como a psicoterapia afeta o cérebro,
dando início a psicoterapia psicodinâmica.

“A psicoterapia psicodinâmica tem como foco as representações interpessoais, o tipo


de expectativa sobre o self, sobre os outros, e suas relações que organizam afetos,
pensamentos e comportamentos”. (TARDIVO et al., 2008, p. 103)

Houve, assim, a interdisciplinaridade entre a neurobiologia e a psicoterapia.

Outra forma mais atual de se exercer a prática de psicologia clínica, é através da


associação entre a literatura e à psicanálise. Esta se daria através da associação entre a literatura,
suas obras, com as similaridades da vivência do paciente. Essa prática já é utilizada por alguns
psicólogos clínicos, como descreve Tardivo et al. (2008), p. 113, sobre, um caso clínico:

“Estávamos nesse ponto em nossas sessões quando ele, que frequentemente se


utilizava de literatura para falar de aspectos de si mesmo, se comparou a um
importante personagem da literatura brasileira (...) Eu já possuía algum conhecimento
sobre o romance referido por Leandro e apontei como muito lúcido de sua parte poder
se enxergar daquela forma (...) Leandro parecia se referir à sua própria densidade, o
que, ao se considerarem suas respostas depressivas diante da vida e dos constantes
fracassos, era bastante alentador”.

Além destes, outro método muito interessante, com intuito de agilizar os


atendimentos, é a entrevista inicial feita por telefone. Segundo Tardivo et al. (2008), essa foi a
forma que o projeto APOIAR da USP conseguiu atender boa parte da comunidade. A procura
pelo projeto era intensa, então essa triagem foi essencial para acelerar os atendimentos, o que
tornou possível atender a demanda. É feita uma entrevista por telefone, conduzida por um
profissional da área de psicologia, que agendará um horário para o primeiro atendimento físico.
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Mais um procedimento de psicologia clínica, no exercício da psicoterapia, do


projeto APOIAR, consiste na técnica projetiva gráfica para tratar o luto, como descreve Tardivo
et al., 2008, p. 205:

“Propomos a apresentação de uma família em grave processo de luto. A urgência do


atendimento a esta família inclui uma técnica de desenhos compartilhados baseada no
DF-E (desenhos de famílias com estórias) (...) e um espaço onde todos tivessem a
oportunidade de expressar seus sentimentos. As sessões foram aos poucos
desvendando a dificuldade que os membros da família apresentavam diante deste
tema”.

Com a passagem do tempo e a mudança da sociedade, surgem-se novas técnicas


que podem ser aplicadas no exercício da psicologia clínica, as supracitadas são apenas algumas
das novas propostas.

4 Psicologia Clinica na prática.


A Psicologia Clínica é uma área da psicologia que tem como foco o estudo e o
tratamento de questões relacionadas à saúde mental, abrangendo problemas emocionais,
comportamentais e mentais. Os psicólogos clínicos trabalham com indivíduos, famílias e
grupos para ajudá-los a lidar com uma ampla variedade de questões, incluindo ansiedade,
depressão, vícios, traumas, conflitos familiares e problemas interpessoais.

Para se tornar um psicólogo clínico, é necessário concluir uma graduação em


psicologia e, em seguida, um programa de pós-graduação em psicologia clínica. É importante
também obter uma licença para praticar psicologia clínica em seu estado ou país.

A prática clínica envolve diversas técnicas e abordagens terapêuticas, como a


terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, terapia familiar e terapia de grupo. O
psicólogo clínico pode usar uma abordagem específica ou integrar várias abordagens
dependendo das necessidades e preferências do paciente.

Para realizar o trabalho clínico, o psicólogo clínico conduz uma avaliação inicial
para entender os problemas do paciente e determinar o melhor curso de tratamento. A partir daí
o psicólogo clínico trabalha com o paciente para desenvolver estratégias para lidar com seus
problemas emocionais e comportamentais. As sessões terapêuticas podem ser conduzidas em
um consultório particular ou em um ambiente clínico.
13

4.1 Atuação do Psicólogo no Brasil


No Brasil, a atuação do psicólogo clínico é regulamentada pelo Conselho Federal
de Psicologia (CFP) e pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) de cada estado. De acordo
com a Lei n 4.119/1962, que regulamenta a profissão no país, e tem como objetivo orientar,
disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão.

Entre as principais atividades desenvolvidas pelo psicólogo clínico no Brasil, estão:

 Realização de avaliações psicológicas: o psicólogo clínico realiza


avaliações psicológicas para identificar a presença de transtornos mentais, como
ansiedade, depressão, transtornos de personalidade, entre outros.
 Realização de terapia: o psicólogo clínico realiza sessões de terapia com
o objetivo de auxiliar o paciente a compreender suas emoções, pensamentos e
comportamentos, e a encontrar formas de lidar com seus problemas.
 Orientação psicológica: o psicólogo clínico pode realizar orientação
psicológica, que consiste em um atendimento breve e focado em um problema
específico.
 Acompanhamento psicológico: o psicólogo clínico pode realizar
acompanhamento psicológico para pacientes que precisam de um suporte psicológico
contínuo.
 Participação em equipes multidisciplinares: o psicólogo clínico pode
fazer parte de equipes multidisciplinares em hospitais, clínicas e instituições de saúde
mental, trabalhando em conjunto com outros profissionais da saúde.

Além disso, o psicólogo clínico no Brasil pode atuar em diversas áreas, como
psicologia hospitalar, psicologia jurídica, psicologia do esporte, psicologia da saúde, entre
outras. É importante ressaltar que o psicólogo clínico deve seguir o Código de Ética Profissional
do Psicólogo, que estabelece princípios éticos e as normas de conduta para o exercício da
profissão, garantindo a qualidade e a responsabilidade de sua atuação.

4.2 Profissão e questões éticas relacionadas a profissão


Todas as profissões possuem questões éticas relacionadas ao exercício da profissão,
e isso não é diferente para a profissão de psicólogo.
14

O Código de Ética Profissional do Psicólogo, elaborado pelo Conselho Federal de


Psicologia, estabelece as normas e diretrizes que devem ser seguidas pelos psicólogos no
exercício de suas atividades. Esse código estabelece, por exemplo, a necessidade do psicólogo
manter o sigilo profissional, ou seja, garantir a confidencialidade das informações obtidas
durante as sessões.

Além disso, o código de ética também estabelece que o psicólogo deve atuar com
competência e responsabilidade, respeitando os valores e direitos dos indivíduos e da
coletividade. O psicólogo deve evitar práticas que possam causar prejuízo aos pacientes ou à
sociedade, e deve buscar o aprimoramento constante de suas habilidades e conhecimentos.

Outra questão ética importante é a necessidade do psicólogo de evitar conflitos de


interesse, buscando sempre agir de forma imparcial e objetiva em suas intervenções. O
psicólogo também deve respeitar as diferenças individuais e culturais, evitando qualquer forma
de discriminação.

Em resumo, as questões éticas são fundamentais para o exercício da profissão de


psicólogo, pois garantem a qualidade e a responsabilidade dos serviços prestados e a proteção
dos direitos e interesses dos pacientes.
5. TEORIAS E ABRODAGENS

5.1 A prática clínica sob perspectiva psicanalítica.

A Psicanálise não se refere apenas a uma teoria, mas também um método específico
de tratamento dos problemas emocionais (CARNEIRO,2021, p.6). Desenvolveu-se em sua
maior parte por Sigmund Freud (1856-1939), médico psiquiatra que dedicou a sua vida para
estudar a pisiqué humana.

Freud nasceu em Freiberg e mudou-se para Viena aos 4 anos de idade. Formou-se
em medicina em 1881 e especializou-se em psiquiatria, depois de algum tempo iniciou uma
residência em Paris onde conheceu e trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava
histeria com hipnose. Ao retornar para Viena passou a clinicar e seu principal instrumento de
trabalho na eliminação dos sintomas de distúrbios nervosos passou a ser a sugestão hipnótica
para buscar compreender e investigar os processos psíquicos relacionados a subjetividade,
sonhos, esquecimentos, etc. (BOCK,2009, p.47)
15

Para Bock (2009), o termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, um
método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto teoria caracteriza-se por um
conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como
método investigativo, caracteriza-se pelo modo interpretativo que busca o significado do oculto
e por meio daquilo que é externado por palavras, ações e por produções imaginárias como
sonhos, delírios, associações livres e atos falhos (troca de palavras, esquecimentos, etc.). A
prática profissional se dá através da análise que busca o autoconhecimento ou a cura que ocorre
por meio dessa investigação.

Carneiro (2021) explica que a Psicanalise pode ser considerada uma prática clínica
que tenta dar sentido aquilo que aparentemente não tem sentido algum. Para Bock (2009) o
principal sentido da Psicanálise é o deciframento do inconsciente e a integração de seus
conteúdos na consciência. Através da psicanálise é possível criar mecanismos de superação das
dificuldades através do autoconhecimento de maneira investigativa. O material de trabalho do
analista são os sonhos, associações livres e os atos falhos, e é possível compreender através do
material que cada símbolo, cada palavra, cada pensamento possui um significado particular que
pode ser compreendido através da história do indivíduo. A psicanálise usa o método
interpretativo para desvendar e compreender o sintoma individual ou social e suas
determinações através do material coletado.

Shultz (2014), revela que entre 1930 e 1940 vários conceitos de Freud foram
submetidos a testes experimentais e que obtiveram resultados questionáveis, que seus métodos
para coleta de dados foram alvo de muitas críticas. Apesar da falta de rigor científico e da
fragilidade metodológica, a psicanálise freudiana tornou-se uma força vital na psicologia
moderna e Freud ainda é a figura mais frequentemente citada na literatura de pesquisa da
psicologia de acordo com os catálogos de citações publicados investigações sobre os métodos,
com isso fica evidente que independente da credibilidade científica do trabalho de Freud, é
incontestável o tremendo impacto que teve na psicologia acadêmica e o grande interesse que a
psicanálise desperta.

A prática da psicanálise acontece de várias formas, como por exemplo, pode ser
usada como base para psicoterapias, aconselhamento e orientação, e também é aplicada no
trabalho com grupos. A psicanálise é um instrumento importante para análise e compreensão
de fenômenos sociais relevantes: novas formas de sofrimento psíquico, aumento da violência,
excesso de individualismo, dentre outros.
16

Bock enfatiza que atualmente a psicanálise percorre novos rumos no sentido de


tornar mais amplo o alcance social da prática clínica e torná-la mais acessível aos diversos
setores e camadas da sociedade. Os psicanalistas estão voltados para a produção de documentos
científicos e que sejam uteis na compreensão dos diversos fenômenos sociais graves que tem
surgido.

5.2 Análise cognitiva comportamental na clinica.


Uma das formas de analise cognitiva foi o behaviorismo radical. Na área clinica,
teve inicio em 1950, por Burrhus Frederic Skinner, para compreensão do comportamento
humano partindo de dados científicos de investigação.
A visão determinista deste método vem de uma abordagem psicológica e (natural)
acreditando que todas as ações humanas são determinadas de um ponto, pensamentos, escolhas
percepção, intenções e atitudes que não ocorre ao caso, mas foram determinadas de eventos
passados (C. R. DE- FARIAS et al., 2010).
Na área clinica o analítico não tenta diretamente liberar os sentimentos do paciente,
mas sim buscar entender em quais condições ocorreu, como e porque o paciente estaria
armazenando essas emoções. (C. R. DE- FARIAS et al., 2010).
5.3 A clínica sob a ótica da teoria Gestalt.
A psicologia da Gestalt nasceu na Europa e surge como uma negação e uma
tentativa de superação da fragmentação das ações e dos processos humanos realizados pelas
tendências da psicologia científica do século XIX, buscando construir fundamentos filosóficos,
os autores de Gestalt levaram em consideração as formas de percepção, ou seja, como pessoas
compreendem a psicologia e a sua volta. A ilusão de óptica, por exemplo, nada mais é que
aquilo que não vejo formando assim uma percepção enganosa da minha realidade, mas é
determinada como correta através dessa avaliação em tal ponto de comportamento.
Segundo o autor "Gestalt" trabalha de certa forma com variadas possibilidades e
teve como base de informações o raciocínio, a linguagem e a memória entre outros trazendo a
conscientização do que está acontecendo facilitando que assim o sujeito consiga mudar o que
o incomoda, partindo dos três principais conceitos: o aqui e agora, a consciência e a
responsabilidade.
A teoria de Gestalt foi muito importante, mas não teve um bom retorno como as
outras, muitos seguidores desenvolveram os princípios, mas atualmente são raros os psicólogos
que aderiram o conceito, sendo o modelo teórico mais ligado à filosofia.
17

5.4 A psicologia humanista no contexto clínico.


A psicologia humanista surgiu entre a década de 1950 e 1960, como um movimento
que surgiu a partir de várias tendências opostas à Psicanálise e o Behavorismo, e ficou
conhecida como a terceira força da Psicologia. Para Shultz (2019), a psicologia humanista
destaca o poder do homem, suas aspirações, experiências, escolhas e a pleno uso do seu
potencial. Davidoff explica que os psicólogos humanistas em sua maioria tiveram influência da
filosofia europeia 1fenomenologia¹, que consiste na visão de mundo de cada pessoa sob a sua
própria e única perspectiva.

“Os psicólogos fenomenológicos concentram-se em tentar entender o si mesmo – self


– e sua vantagem singular é a sua direção para a vida. O Self é definido geralmente
como um conceito interno (imagem, modelo ou teoria) que evolui a medida que as
pessoas interagem umas com as outras.” (DAVIDOFF, 2001, p.522)

Uma característica da psicologia humanista é a busca pela construção de uma


sociedade mais humana com relações interpessoais mais abertas e com isso pessoas mais
felizes.
Alguns dos nomes mais importantes da Psicologia Humanista são os de Abraham
Maslow e Carl Rogers. Abraham Maslow era psicólogo e não se enquadrava nos ensinamentos
do Behavorismo e nem da Psicanálise, com isso reuniu outros psicólogos de sua época com
pensamentos semelhantes para compartilhar suas ideias, discutir e produzir trabalhos
acadêmicos sobre saúde psicológica. Essa rede de correspondência ficou conhecida como Rede
Epsiquiana e dela surgia a revista Psicologia Humanista, em1961 que foi o marco inicial do
movimento. Com o sucesso da revista, em 1963 nasce a Associação Americana de Psicologia
Humanista (CARNEIRO,2021).
O foco da psicologia humanista, diferentemente do enfoque clínico tradicional mais
relacionado com as psicopatologias, tem o seu compromisso com a autorrealização, o bem-
estar, o desenvolvimento emocional, a saúde, com isso, configurando um retorno ao próprio ser
humano e não generalizando os comportamentos ou buscando respostas no ambiente.

5.4.1 A teoria das necessidades humanas


Abraham Maslow ficou conhecido pela teoria da hierarquia das necessidades
humanas ou mais comumente chamado de pirâmide de Maslow. Para Maslow a psicologia deve
ser usada como “instrumento de promoção de bem-estar social e psicológico” (CARNEIRO,

1
Fenomenologia - São os significados associados as informações adquiridas. (Davidoff, Introdução à Psicologia,
p.522)
18

2021). Essa teoria é representada por uma pirâmide em que as necessidades estão organizadas
conforme o grau de hierarquia direcionada pela motivação humana. Conforme disposto na
imagem do anexo 1.
Na teoria de Maslow a base da pirâmide compreende às necessidades
fisiológicas como comida, água e sono por exemplo. Logo após temos as necessidades de
segurança, caracterizado pelo ambiente familiar, emprego e condições financeiras e engloba
integridade física. A necessidade social diz respeito a aceitação e relacionamento no geral. A
necessidade de estima corresponde ao desejo de ser reconhecido, amado, também à capacidade
de amar-se. No topo a necessidade de realização pessoal que envolve a criatividade, talento e
desenvolvimento pessoal.

Figura 1
Pirâmide de MASLOW.

A lógica contida na teoria da pirâmide revela que quando uma necessidade não é
satisfeita, o ser humano reage passando a produzir sentimentos e comportamentos negativos
(mau humor, frustração, desinteresse, agressividade, tristeza etc.) para compensar a necessidade
não suprida. (CARNEIRO,2021)
Outro conceito importante de Maslow é o da homeostase psicológica, que
corresponde à tendência do organismo a manter o equilíbrio e tratando do aspecto psicológico
e este equilíbrio pode estar ligado às necessidades humanas e sua satisfação.(CARNEIRO,
2021)
Tendo esses conceitos, na psicologia humanista o profissional terapeuta pode ajudar
os seus clientes na autocompreensão através do processo terapêutico que Maslow nomeou de
terapia do insight2, onde o terapeuta se torna um facilitador da autoavaliação da pessoa atendida.

5.5 Carl Rogers e a abordagem centrada na pessoa.

Rogers foi um psicólogo americano que teve um papel fundamental no


conhecimento do trabalho dos psicólogos clínicos que na época dividiam espaço com até então

2
Insight – Conceito de compreensão interna amplamente usada na psicanálise e em outras teorias psicológicas.
19

psiquiatras e psicanalistas. Desenvolveu um método chamado de terapia centrada na pessoa que


consiste em valorizar as experiências das pessoas, levando em conta a subjetividade do
terapeuta e do cliente. (CARNEIRO, 2021). O objetivo da terapia centrada no cliente é ajudar
as pessoas a satisfazerem as suas necessidades buscando entender a si próprio e buscar sua
direção, conhecendo a si mesmo e construindo um caminho para realizar os seus anseios.
Davidoff (2001) relata que para Rogers, ao receber o afeto e ser aceito, o cliente buscará o
crescimento de forma positiva e construtiva dos seus objetivos.
Para o êxito na terapia centrada na pessoa é indispensável que haja um elo entre
cliente e terapeuta, sendo, portanto, de suma importância a construção de um relacionamento
empático e acolhedor.
“Os clientes são incapazes de ser verdadeiros e não entendem e nem aprovam os
outros e a si mesmos. Quando percebem que são ouvidos, aceitos e entendidos,
tornam-se cada vez mais capazes de enfrentar a si mesmos e suas experiências.
Conseguem examinar sentimentos e pensamentos que o estavam ameaçando antes. A
aceitação afetuosa e a consideração positiva do terapeuta abrem o indivíduo para todos
os aspectos da identidade.” (DAVIDOFF, 2001, p.606)

A autenticidade, a aceitação e compreensão são importantes para criar um ambiente


seguro para o cliente, e assim haja melhor exploração das experiências. A compreensão a cada
momento mostra o lado humanístico, permitindo ao cliente que o terapeuta adentrarem o seu
mundo e através de uma estratégia reflexiva ele consiga encarar seus próprios sentimentos.

5.6. A psicologia humanista na clínica


Na terapia centrada na pessoa, o terapeuta cria um ambiente sem interferências com
aconselhamentos, pré-julgamentos ou interpretação positiva ou negativa em relação ao seu
cliente. O início do processo terapêutico só deve ser considerado a partir do momento em que
o cliente tem um grau mínimo de convicção de que está em um ambiente seguro e que é aceito
e ouvido. A terapia centrada na pessoa é considerada de sucesso quando proporciona ao seu
cliente uma vida plena e a capacidade de experimentar de forma completa os seus sentimentos
e comportamentos (CANEIRO, 2021).
20

6 DESCRIÇÃO DETALHADA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.


6.1 Público alvo: Profissionais da Psicologia e comunidade em geral

A intervenção consistiu na divulgação de material impresso para


todos da comunidade acadêmica pertencente a Unifatecie. O material em formato de
panfleto (conforme anexo 2) trazia informações sobre os benefícios da prática de
terapia, deixando claro que tais benefícios são indispensáveis à saúde e bem-estar dos
indivíduos. A intervenção se deu na data do dia 15/06/2023, às 20h nas dependências
da UniFatecie unidade BR e contou com a participação de todos os integrantes do
grupo responsável (Conforme anexo 3).

7 DESCRIÇÃO DETALHADA ENTREVISTA:

7.1 Materiais necessários: Computador/celular e internet.


7.2 A Entrevista: Psicologia História e Profissão

A Entrevista foi realizada no dia 16/06/2023 de forma virtual e


contou com a participação de duas integrantes do grupo. A psicóloga Cecília Ponce
Martins, CRP: 08-23697, aceitou participar do projeto acadêmico conforme termo de
consentimento anexo ( Anexo 1). A entrevistada atendeu de forma satisfatória e
forneceu todas as respostas que foram levadas, conforme dados abaixo.
1- Por que você escolheu a Psicologia como profissão e porque preferiu atuar na área
clínica e não em outras áreas?
“A psicologia veio pra mim na época da adolescência, mais precisamente no ensino médio,
quando eu tinha mais menos uns quinze anos e começava o enfoque para o vestibular. Fiz um
teste de orientação vocacional e uma das áreas que surgiu foi a Psicologia. Após fazer uma pós
em Psicologia analítica juguiana, decidi que queria atuar na clínica mesmo. Com o passar do
tempo comecei a atuar em psicologia comportamental ABA e atendo crianças com autismo em
intervenção precoce, mas já atendi adolescentes, adultos e crianças que era um público bem
maior.”
2- O que você pode nos falar sobre essa abordagem junguinana?
“Sobre Jung, você percebe que ele desbravou diversos universos, estudou religião, estudou
bastante mitologia, ciência, antropologia, teve uma conexão com Freud, mas chegou o momento
que ele percebeu que a psicanálise não dava todas as respostas para psique humana. Diante
21

disso ele retraiu muito, estudou bastante até conseguir montar a sua própria teoria, que também
como a psicanálise tem uma abordagem psicodinâmica de estudar o inconsciente. O que mais
me chama atenção é o tipo de atendimento que é a dialética, em algumas abordagens, ou
algumas orientações dentro da psicanálise, o terapeuta que deixa o paciente livre nas suas
próprias reflexões, existe a troca, esse é dos pontos principais, não estamos em uma posição de
superioridade, é uma relação horizontal.”
03 – Faz quanto tempo que você está atuando como psicóloga clínica?
“Se não me engano comecei a atuar no meu consultório pronto em 2018, faz uns cinco anos e
alguns meses que estou na área clínica.”
04 - Sobre o início da sua carreira, quais foram os desafios?
“A faculdade não te ensina a pós formatura, quando você sai de lá, sai com conhecimento
teórico. Quando montei meu consultório tive o apoio da minha família. A minha primeira
paciente era uma estudante de psicologia e depois começaram a aparecer mais pessoas. No
começo é assim depois vamos adquirindo experiencia e mais confiança.”
05- E hoje, quais são os desafios depois de alguns anos formada e já atuando?
“Bem eu acho que é organizar o meu tempo, descansar mesmo, tentar relaxar, porque a rotina
é muito cansativa, precisamos estar atentos, observando, analisando cada caso e isso é bem
desgastante, cansativo.”
06- Como lidar com os próprios sentimentos e emoções durante o atendimento dos
pacientes? Como não se envolver com as situações trazidas?
“Aprendemos a diferenciar o que é nosso e o que é do outro com o tempo, principalmente não
deixando de fazer a nossa terapia.”
07- O que mais traz satisfação para você nessa profissão?
“Eu trabalho na intervenção precoce e é muito gratificante ver a evolução, a mudança do
comportamento, eu gosto da palavra ressignificação, porque é isso que acontece quando a
pessoa chega com um conflito e conseguimos ressignificar e transformar com o nosso trabalho,
nós ajudamos as pessoas a lidar com seus conflitos, seus desafios, delimitações, ansiedade,
depressão etc.”

08- Uma matéria que circulou na Folha de São Paulo no mês de março diz que a procura
pelo curso de Psicologia explodiu no Brasil e que desde 2010 o número de matrículas nesse
curso mais do que dobrou, hoje ficando abaixo apenas do curso de Medicina. Diante disso,
como você enxerga o futuro da profissão? Como você acha que estará o mercado daqui a
22

alguns anos? (https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/03/procura-por-curso-de-


psicologia-nas-faculdades-explode-no-brasil.shtml)

“Tenho uma visão bastante otimista, hoje as pessoas já buscam fazer terapia por iniciativa
própria, por exemplo, alguns adolescentes já identificam cedo a necessidade de buscar
aconselhamento psicológico, ate por apresentar dificuldades no diálogos com os pais, cenário
diferente do que apresentava a sociedade há alguns anos, em que só se buscava ajuda
psicológica as pessoas que apresentassem um quadro clínico muito grave. Acredito que haverá
campo para todos, só me preocupo em relação à qualidade do atendimento desses
profissionais.”

09 – O que você acha da exigência de avaliação de capacidade para que os psicólogos


pudessem exercitar a profissão, assim como acontece hoje no curso de Direito?

“Eu sou a favor, sair de uma faculdade formada não é tão difícil, mas sim estar apto e preparado
a exercer a profissão “

10 – Qual conselho você daria para alunos de psicologia cursando o primeiro semestre e
que tem inclinação para a psicologia clínica?

“Estudem bastante, façam terapia e a ferramenta mais importante para o sucesso de vocês é
disponibilidade interna para viver o processo, para ajudar quem precisa, para se doar e trabalhar
nessa área.”
23

8. RESULTADOS ESPERADOS

O resultado esperado para esse projeto é a obtenção da experiência através do contato


direto com a área da psicologia clínica e a representação da profissão como forma de estímulo
para os acadêmicos e comunidade geral. Contudo é pretendido a disseminação da prática clínica
na psicologia em forma de apoio e conscientização do público geral para as necessidades das
pessoas. Muitas pessoas não sabem que a psicologia é dividida em áreas de atuação diferentes,
com abordagens diferentes. Com essa intervenção pretendemos alcançar o máximo de pessoas
possíveis para demonstrar sua importância.
24

UNIFATECIE – Centro Universitário UniFatecie


Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, publicada no D.O.U.
em 15 de junho de 2020 Rodovia BR-376, KM 102, N.º 1000 -
Paranavaí – PR Fone: (44) 3045.9898 CNPJ: 07724708/0001-
34 Insc. Municipal: 14.579

9. CRONOGRAMA

MÊS/ETAPAS MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO

Distribuição do tema X

Fundamentação teórica X

Elaboração do projeto XX

Entrevista X

Confecção do banner e exposição para a X


Comunidade

Elaboração do relatório final X


25

10. ANEXOS

Anexo 1 – Termo de Consentimento


26

Anexo 3 – Grupo 05
Anexo 2 - Panfleto

Anexo 4 – Entrevista
27

11. REFERÊNCIAS

ARANHA CARNEIRO, Stella Luiza. Principais Abordagens em Psicologia Clínica. 1ª ed.


ed. SÃO PAULO: Plautos Soluções Educacionais S.A, 2021.

ANTUNES, Mitsuko. A Psicologia no Brasil: Leitura Histórica sobre sua constituição. São
Paulo: EDUC, 2014.

BARBOSA DE SOUZA, Alberto Carneiro. Introdução a Psicologia Clínica. 1ª ed. ed. SÃO
PAULO: Plautos Soluções Educacionais S.A, 2021.

BOCK, A. M.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. Psicologias: Uma introdução ao estudo da


Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2009.

BRASIL. Lei n. 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em


psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1962.
<Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4119-27-agosto-
1962-353841-publicacaooriginal-1-pl.html> Acesso em: 09 de abril, 2023.

CARNEIRO, Stella Luiza Moura A. Principais abordagens em psicologia clínica. SÃO


PAULO: Saraiva, 2021. ISBN 9786589965039. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786589965039. Acesso em: 15 abr. 2023.

C. R. DE- FARIAS, Ana karina et al. ANALISE COMPORTAMENTAL CLINICA:


ASPECTOS TEORICOS E ESTUDO DE CASO. DADOS ELETRONICOS. ed. PORTO
ALEGRE: ARTMED, 2010. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=UOdiyhxIyhgC&oi=fnd&pg=PA11&dq=an%C3%A1lise+comportamental+cl%
C3%ADnica&ots=y-
rHb9OwPw&sig=hntCEfJZuZQG8pu523DN6hNLq_0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em:
15 abr. 2023.

DAVIDOFF, Linda F. Introdução à Psicologia. 3 . ed. SÃO PAULO: Pearson, 2001.

PLANTE, Thomas G. Contemporary Clinical Psychology. New Jersey: Wiley, 2005.

ROUDINESCO, E; PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

SHULTZ, Duane P. História da Psicologia Moderna. 10º Edição . ed. SÃO PAULO: Cengage
Learning, 2014.
28

TARDIVO, Leila; GIL, Cláudia. Apoiar: novas propostas em psicologia clínica. São Paulo:
Sarvier, 2008.

VILELA, A; FERREIRA, A; PORTUGAL, F. História da Psicologia: Rumos e percursos.


Rio de Janeiro: NAV, 2005.

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