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PARANAVAÍ
2023
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PROJETO INTEGRADOR I
PARANAVAÍ
2023
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Sumário
1. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 4
1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 4
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 5
3. A História da Psicologia Clínica ..................................................................................................... 6
3.1 A Psicologia Clínica no Brasil. ......................................................................................................... 7
3.2 Novas abordagens: Novas Perspectivas em Psicologia Clínica. ............................................... 10
4 Psicologia Clinica na prática. ........................................................................................................ 12
4.1 Atuação do Psicólogo no Brasil ................................................................................................ 13
4.2 Profissão e questões éticas relacionadas a profissão ................................................................. 13
5.1 A prática clínica sob perspectiva psicanalítica. ......................................................................... 14
5.2 Análise cognitiva comportamental na clinica. .......................................................................... 16
5.3 A clínica sob a ótica da teoria Gestalt. ...................................................................................... 16
5.4 A psicologia humanista no contexto clínico.............................................................................. 17
5.4.1 A teoria das necessidades humanas ....................................................................................... 17
5.5 Carl Rogers e a abordagem centrada na pessoa. ............................................................................ 18
5.6. A psicologia humanista na clínica .................................................................................................. 19
6 DESCRIÇÃO DETALHADA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO. ...................................... 20
6.1 Público alvo:.............................................................................................................................. 20
7 ESCRIÇÃO DETALHADA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO E ENTREVISTA:............ 20
7.1 Materiais necessários: Computador/celular e internet.............................................................. 20
7.2 A Entrevista: Psicologia História e Profissão.................................................................................. 20
8. RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................................... 23
9. CRONOGRAMA .......................................................................................................................... 24
10. ANEXOS................................................................................................................................... 25
11. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 27
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1. OBJETIVOS
Desmistificar a prática da terapia, buscando afastar o grande preconceito que permeia este tipo
de tratamento.
2. JUSTIFICATIVA:
Como supracitado, a Psicologia não surgiu como ciência autônoma, pelo contrário,
a princípio estava intrinsecamente ligada as demais Ciências Humanas. Entretanto, a partir do
século XIX, foi considerada uma ciência independente. Dessa forma, a Psicologia, segundo
Bock et al. (2009):
Em 1899, Freud citou o termo Psicologia Clínica em uma de suas cartas, todavia
não se aprofundou no estudo do assunto. Por outro lado, Witmer passou a perceber que, a
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Psicologia Clínica, poderia ser usada para além de métodos de pesquisa. Assim, em 1896, abriu
sua clínica para a Prática da Psicologia Clínica, localizada na Pensilvânia, Estados
Unidos. Sendo esta, a primeira Clínica de Psicologia Clínica existente no mundo.
Witmer, tinha como objetivo maior auxiliar as pessoas a resolverem seus problemas
internos, e contava com muito interesse na área da Psicologia Infantil. Objetivava desenvolver
métodos de aprendizagem e socialização, voltados especialmente a crianças e adolescentes,
chegando até a ministrar cursos para professores de escolas públicas da Pensilvânia.
Com o tempo, a prática da Psicologia Clínica, deixou de ser restrita aos médicos:
No Brasil também ocorreu a dúvida entre o que era restrito a medicina e o que se
estendia a psicologia.
“Hoje são milhares de psicólogos atuando nas mais diversas realidades, que
enriquecem a cada dia seus afazeres, permitindo que a psicologia cumpra com as
expectativas que a sociedade tem em relação a ela (...) A psicologia como profissão
busca um compromisso com as urgências e as necessidades da maioria da população
em nosso país, escampando de uma relação restrita aos interesses das elites”. (Bock
et al. 2009, p.110)
No século XIX, que como susodito foi o marco da psicologia como ciência
autônoma, o Brasil estava passando pela transição de Colônia para Império. Em razão disso, de
acordo com Antunes (2014), esse foi o período em que o país estava ganhando certa autonomia,
o que contribuía para que certas mudanças ocorressem em diversos âmbitos, dentre estes o
cultural, o que favoreceu o surgimento de ideias e teorias de cunho psicológico. As pessoas
sentiam mais liberdade para pensar e questionar.
inauguração de vários centros para tratamento psiquiátrico, que em sua maioria, ficavam longe
das cidades. Dentre esses locais, pode-se citar o Hospício de Juquery; que era localizado em
São Paulo, o Hospital Nacional dos Alienados; antigo Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, a Liga
Brasileira de Higiene mental; situada também no Rio de Janeiro e a Liga Paulista de Higiene
Mental.
Em 1923, Gustavo Riedel, criou a Liga Brasileira de Higiene Mental, com sede no
Rio de Janeiro. Apesar das boas intenções iniciais, com proposições interessantes para o
desenvolvimento da psicologia como profissão autônoma, acabou usando práticas e criando
teorias que reforçavam pensamentos eugenistas. De acordo com Antunes (2014), a Liga acabou
reforçando estereótipos racistas afirmando que pessoas negras pertenciam a uma raça inferior,
e atribuindo a estas e aos miscigenados, o atraso no desenvolvimento do país. Além disso, a
Liga pregava que deveria haver uma política de branqueamento racial no Brasil, objetivando-
se chegar ao que definiam como pureza racial.
Também existiu a Liga Paulista de Higiene Mental, esta estabeleceu uma relação
entre a psicologia e a organização de trabalho. Acreditavam em um tratamento voltado ao
incentivo ao trabalho, o que resultou em clínicas muito semelhantes às de psicologia clínica que
conhecemos hoje.
(2014), acredita que o início do exercício da psicologia clínica no Brasil, foi tardio se
comparado a outros países. Assevera que, provavelmente, a demora se deu pela ambiguidade
que existia, resultando em grande dificuldade de se definir na prática, o que era da área da
psiquiatria e o que era do ramo da psicologia.
Por fim, salienta-se que foi a partir da Lei Federal n. 4.119, de 27 de agosto de 1962,
que legislou sobre a profissão do psicólogo no Brasil, discorrendo sobre os cursos de formação
em psicologia, bem como, os regulamentos da profissão do psicólogo, que a psicologia passou
a ser objeto de graduação e foi considerada uma profissão no Brasil.
Ainda, através de testes, segundo Tardivo et al. (2008), percebeu-se que a prática
do psicodiagnóstico interventivo, possibilita que se atenda um maior número de pessoas em
menor espaço de tempo. Sendo assim, interessante para suprir a grande demanda nacional.
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Com relação a psicologia clínica voltada para o público infantil, tem-se usado o
psicodiagnóstico com foco no conceito de transmissão transgeracional. Em que, para se
compreender o que se passa com a criança, faz-se uma análise das relações familiares que a
circundam, bem como, das dinâmicas familiares. Tem como objetivo, descobrir situações da
vida da criança que servem como estressores, para que se possa tratar e prevenir os agentes
patogênicos.
Para realizar o trabalho clínico, o psicólogo clínico conduz uma avaliação inicial
para entender os problemas do paciente e determinar o melhor curso de tratamento. A partir daí
o psicólogo clínico trabalha com o paciente para desenvolver estratégias para lidar com seus
problemas emocionais e comportamentais. As sessões terapêuticas podem ser conduzidas em
um consultório particular ou em um ambiente clínico.
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Além disso, o psicólogo clínico no Brasil pode atuar em diversas áreas, como
psicologia hospitalar, psicologia jurídica, psicologia do esporte, psicologia da saúde, entre
outras. É importante ressaltar que o psicólogo clínico deve seguir o Código de Ética Profissional
do Psicólogo, que estabelece princípios éticos e as normas de conduta para o exercício da
profissão, garantindo a qualidade e a responsabilidade de sua atuação.
Além disso, o código de ética também estabelece que o psicólogo deve atuar com
competência e responsabilidade, respeitando os valores e direitos dos indivíduos e da
coletividade. O psicólogo deve evitar práticas que possam causar prejuízo aos pacientes ou à
sociedade, e deve buscar o aprimoramento constante de suas habilidades e conhecimentos.
A Psicanálise não se refere apenas a uma teoria, mas também um método específico
de tratamento dos problemas emocionais (CARNEIRO,2021, p.6). Desenvolveu-se em sua
maior parte por Sigmund Freud (1856-1939), médico psiquiatra que dedicou a sua vida para
estudar a pisiqué humana.
Freud nasceu em Freiberg e mudou-se para Viena aos 4 anos de idade. Formou-se
em medicina em 1881 e especializou-se em psiquiatria, depois de algum tempo iniciou uma
residência em Paris onde conheceu e trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava
histeria com hipnose. Ao retornar para Viena passou a clinicar e seu principal instrumento de
trabalho na eliminação dos sintomas de distúrbios nervosos passou a ser a sugestão hipnótica
para buscar compreender e investigar os processos psíquicos relacionados a subjetividade,
sonhos, esquecimentos, etc. (BOCK,2009, p.47)
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Para Bock (2009), o termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, um
método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto teoria caracteriza-se por um
conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como
método investigativo, caracteriza-se pelo modo interpretativo que busca o significado do oculto
e por meio daquilo que é externado por palavras, ações e por produções imaginárias como
sonhos, delírios, associações livres e atos falhos (troca de palavras, esquecimentos, etc.). A
prática profissional se dá através da análise que busca o autoconhecimento ou a cura que ocorre
por meio dessa investigação.
Carneiro (2021) explica que a Psicanalise pode ser considerada uma prática clínica
que tenta dar sentido aquilo que aparentemente não tem sentido algum. Para Bock (2009) o
principal sentido da Psicanálise é o deciframento do inconsciente e a integração de seus
conteúdos na consciência. Através da psicanálise é possível criar mecanismos de superação das
dificuldades através do autoconhecimento de maneira investigativa. O material de trabalho do
analista são os sonhos, associações livres e os atos falhos, e é possível compreender através do
material que cada símbolo, cada palavra, cada pensamento possui um significado particular que
pode ser compreendido através da história do indivíduo. A psicanálise usa o método
interpretativo para desvendar e compreender o sintoma individual ou social e suas
determinações através do material coletado.
Shultz (2014), revela que entre 1930 e 1940 vários conceitos de Freud foram
submetidos a testes experimentais e que obtiveram resultados questionáveis, que seus métodos
para coleta de dados foram alvo de muitas críticas. Apesar da falta de rigor científico e da
fragilidade metodológica, a psicanálise freudiana tornou-se uma força vital na psicologia
moderna e Freud ainda é a figura mais frequentemente citada na literatura de pesquisa da
psicologia de acordo com os catálogos de citações publicados investigações sobre os métodos,
com isso fica evidente que independente da credibilidade científica do trabalho de Freud, é
incontestável o tremendo impacto que teve na psicologia acadêmica e o grande interesse que a
psicanálise desperta.
A prática da psicanálise acontece de várias formas, como por exemplo, pode ser
usada como base para psicoterapias, aconselhamento e orientação, e também é aplicada no
trabalho com grupos. A psicanálise é um instrumento importante para análise e compreensão
de fenômenos sociais relevantes: novas formas de sofrimento psíquico, aumento da violência,
excesso de individualismo, dentre outros.
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Fenomenologia - São os significados associados as informações adquiridas. (Davidoff, Introdução à Psicologia,
p.522)
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2021). Essa teoria é representada por uma pirâmide em que as necessidades estão organizadas
conforme o grau de hierarquia direcionada pela motivação humana. Conforme disposto na
imagem do anexo 1.
Na teoria de Maslow a base da pirâmide compreende às necessidades
fisiológicas como comida, água e sono por exemplo. Logo após temos as necessidades de
segurança, caracterizado pelo ambiente familiar, emprego e condições financeiras e engloba
integridade física. A necessidade social diz respeito a aceitação e relacionamento no geral. A
necessidade de estima corresponde ao desejo de ser reconhecido, amado, também à capacidade
de amar-se. No topo a necessidade de realização pessoal que envolve a criatividade, talento e
desenvolvimento pessoal.
Figura 1
Pirâmide de MASLOW.
A lógica contida na teoria da pirâmide revela que quando uma necessidade não é
satisfeita, o ser humano reage passando a produzir sentimentos e comportamentos negativos
(mau humor, frustração, desinteresse, agressividade, tristeza etc.) para compensar a necessidade
não suprida. (CARNEIRO,2021)
Outro conceito importante de Maslow é o da homeostase psicológica, que
corresponde à tendência do organismo a manter o equilíbrio e tratando do aspecto psicológico
e este equilíbrio pode estar ligado às necessidades humanas e sua satisfação.(CARNEIRO,
2021)
Tendo esses conceitos, na psicologia humanista o profissional terapeuta pode ajudar
os seus clientes na autocompreensão através do processo terapêutico que Maslow nomeou de
terapia do insight2, onde o terapeuta se torna um facilitador da autoavaliação da pessoa atendida.
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Insight – Conceito de compreensão interna amplamente usada na psicanálise e em outras teorias psicológicas.
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disso ele retraiu muito, estudou bastante até conseguir montar a sua própria teoria, que também
como a psicanálise tem uma abordagem psicodinâmica de estudar o inconsciente. O que mais
me chama atenção é o tipo de atendimento que é a dialética, em algumas abordagens, ou
algumas orientações dentro da psicanálise, o terapeuta que deixa o paciente livre nas suas
próprias reflexões, existe a troca, esse é dos pontos principais, não estamos em uma posição de
superioridade, é uma relação horizontal.”
03 – Faz quanto tempo que você está atuando como psicóloga clínica?
“Se não me engano comecei a atuar no meu consultório pronto em 2018, faz uns cinco anos e
alguns meses que estou na área clínica.”
04 - Sobre o início da sua carreira, quais foram os desafios?
“A faculdade não te ensina a pós formatura, quando você sai de lá, sai com conhecimento
teórico. Quando montei meu consultório tive o apoio da minha família. A minha primeira
paciente era uma estudante de psicologia e depois começaram a aparecer mais pessoas. No
começo é assim depois vamos adquirindo experiencia e mais confiança.”
05- E hoje, quais são os desafios depois de alguns anos formada e já atuando?
“Bem eu acho que é organizar o meu tempo, descansar mesmo, tentar relaxar, porque a rotina
é muito cansativa, precisamos estar atentos, observando, analisando cada caso e isso é bem
desgastante, cansativo.”
06- Como lidar com os próprios sentimentos e emoções durante o atendimento dos
pacientes? Como não se envolver com as situações trazidas?
“Aprendemos a diferenciar o que é nosso e o que é do outro com o tempo, principalmente não
deixando de fazer a nossa terapia.”
07- O que mais traz satisfação para você nessa profissão?
“Eu trabalho na intervenção precoce e é muito gratificante ver a evolução, a mudança do
comportamento, eu gosto da palavra ressignificação, porque é isso que acontece quando a
pessoa chega com um conflito e conseguimos ressignificar e transformar com o nosso trabalho,
nós ajudamos as pessoas a lidar com seus conflitos, seus desafios, delimitações, ansiedade,
depressão etc.”
08- Uma matéria que circulou na Folha de São Paulo no mês de março diz que a procura
pelo curso de Psicologia explodiu no Brasil e que desde 2010 o número de matrículas nesse
curso mais do que dobrou, hoje ficando abaixo apenas do curso de Medicina. Diante disso,
como você enxerga o futuro da profissão? Como você acha que estará o mercado daqui a
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“Tenho uma visão bastante otimista, hoje as pessoas já buscam fazer terapia por iniciativa
própria, por exemplo, alguns adolescentes já identificam cedo a necessidade de buscar
aconselhamento psicológico, ate por apresentar dificuldades no diálogos com os pais, cenário
diferente do que apresentava a sociedade há alguns anos, em que só se buscava ajuda
psicológica as pessoas que apresentassem um quadro clínico muito grave. Acredito que haverá
campo para todos, só me preocupo em relação à qualidade do atendimento desses
profissionais.”
“Eu sou a favor, sair de uma faculdade formada não é tão difícil, mas sim estar apto e preparado
a exercer a profissão “
10 – Qual conselho você daria para alunos de psicologia cursando o primeiro semestre e
que tem inclinação para a psicologia clínica?
“Estudem bastante, façam terapia e a ferramenta mais importante para o sucesso de vocês é
disponibilidade interna para viver o processo, para ajudar quem precisa, para se doar e trabalhar
nessa área.”
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8. RESULTADOS ESPERADOS
9. CRONOGRAMA
Distribuição do tema X
Fundamentação teórica X
Elaboração do projeto XX
Entrevista X
10. ANEXOS
Anexo 3 – Grupo 05
Anexo 2 - Panfleto
Anexo 4 – Entrevista
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11. REFERÊNCIAS
ANTUNES, Mitsuko. A Psicologia no Brasil: Leitura Histórica sobre sua constituição. São
Paulo: EDUC, 2014.
BARBOSA DE SOUZA, Alberto Carneiro. Introdução a Psicologia Clínica. 1ª ed. ed. SÃO
PAULO: Plautos Soluções Educacionais S.A, 2021.
SHULTZ, Duane P. História da Psicologia Moderna. 10º Edição . ed. SÃO PAULO: Cengage
Learning, 2014.
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TARDIVO, Leila; GIL, Cláudia. Apoiar: novas propostas em psicologia clínica. São Paulo:
Sarvier, 2008.