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Conceito de saúde
Saúde Mental: é um estado relativamente duradouro no qual a pessoa está bem ajustada, tem
alegria de viver e consegue auto-realização. É um estado positivo e não apenas ausência de
perturbação mental.
Nível psicótico
Tem afectação grave do funcionamento psicológico, caracteriza-se por:
Ausência de juízo crítico.
Presença de sintomas predominantemente qualitativos: alucinações, ideias delirantes,
pseudoalucinações.
Descuido dos hábitos de higiene.
Grande desorganização da personalidade.
Há distorção da realidade objectiva.
Incapacidade para sustentar as exigências da vida.
Síndromes que funcionam a nível psicótico:
Síndrome cerebral orgânico agudo.
Síndrome esquizofrénico.
Síndrome delirante.
Síndrome afectivo maníaco.
Síndrome afectivo depressivo de nível psicótico.
Síndrome hipocóndriaco de nível psicótico.
Síndrome discinético.
Doenças mentais que funcionam a nível psicótico:
Perturbação psicótica aguda e transcitória.
Esquizofrenias.
Perturbação de ideias delirantes persistentes.
Perturbação do humor afectivas: maníacas, depressivas ou mistas.
Perturbação esquizotípicas;
Perturbação esquizoafectiva.
Perturbação de ideias delirantes induzidas.
Perturbação psicótica associada ao parto ou puerpério.
Perturbação mental orgânica.
Nível psicopático
Caracteriza-se por padrões desajustados de personalidade que provocam incapacidade de
adaptação ao meio, satisfação inadequada de necessidades biológicas e sociais. Causam
sofrimento ao sujeito e a outras pessoas.
O nível psicopático tem as mesmas características do síndrome psicopático.
Doenças que funcionam a nível psicopático:
Perturbações de personalidade.
Perturbações da conduta alimentar.
Perturbações da conduta sexual.
Perturbações do control de hábitos e impulsos.
Nível deficitário
Caracteriza-se por diminuição das capacidades intelectuais que causam desadaptação ao meio.
Tem um dano cerebral irreversível em a sua etiologia, presença obrigatória do síndrome cerebral
orgânico crónico.
Doenças que funcionam a nível deficitário:
Atraso mental.
Demências.
Esquizofrenias com processo de deterioração intelectual e presença de sintomas
negativos: (simples, residual, crónica indiferenciada)
Neurose
Breve historial
O termo neurose foi usado pelo médico escocês William Cullen (1712-1790) para descrever uma
série de afecções nervosas inespecíficas, que ele julgava serem orgânicas.
No século XIX, o termo abarcava doenças de três campos: neurose, psicossomática e neurologia
(parkinson, epilepsia, etc).
Os primeiros escritos da obra freudiana categorizavam os transtornos emocionais em três grupos
e Freud os denominava de psiconeuroses:
As neuroses actuais - caracterizando-se como transtornos emocionais resultantes da
ausência ou inadequação da satisfação sexual;
As neuroses de transferência ou psiconeuroses de defesa - este agrupamento engloba as
histerias, fobias e as neuroses obsessivas;
Neuroses narcísicas.
Etiologia
È multifactorial:
Factores hereditários;
Situações externas, de tensão crónica ambiental ou de traumas emocionais (morte de
seres queridos, desastres, catástrofes, insucessos financeiros, amorosos ou sociais);
Interacção de factores constitucionais e factores vivenciais, acontecidos em etapas
precoce durante o desenvolvimento da personalidade.
Formas clínicas
Transtornos de ansiedade fóbica.
Transtornos de ansiedade.
Transtorno obsessivo compulsivo. (TOC)
Transtornos dissociativos.
Neuroastenia.
Formas clínicas
Agarofobia
Fobia social
Fobias específicas
Transtornos de ansiedade
Formas clínicas
Transtorno de pânico
Transtorno de ansiedade geralizada
Transtorno misto ansioso-depressivo
Transtorno de pânico: Os aspectos essenciais são ataque recorrentes de ansiedades grave
(pânico) os quais não estão restritos a nenhuma situação ou conjunto de circunstâncias em
particular e que são imprevisíveis.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, tem inicio súbito de palpitações, dor no peito,
sensações de choque, tonturas e sentimentos de irrealidades.
Há um medo secundário de morrer, perder o controle ou ficar louco.
Os ataques individuais duram apenas minutos, ainda que há vezes sejam prolongados, sua
frequência e curso dos transtornos são muito variáveis.
Transtorno de ansiedade generalizada: Vivência displacentera que caracteriza-se
subjectivamente por sensação de má noticia, desassossego e medo impreciso e objectivamente
por sintomas neurovegetativos e viscerais que acompanham à emoção do medo: palpitações,
aumento da actividade motora, taquicardia, HTA, dispneia, náuseas, asfixia, cefaleias, etc. Tem
insónia ao início da noite.
Transtorno misto ansioso-depressivo: Combina iguais níveis de ansiedade e depressão, sem
que um dos sintoma seja mais intenso que o outro.
Transtorno obsessivo compulsivo: O aspecto essencial desse transtorno é pensamentos
obsessivos ou actos compulsivos recorrentes. Pensamentos obsessivos são ideias, imagens ou
impulsos que entram na mente do indivíduo repetidamente duma forma estereotipada. Eles são
quase invariavelmente angustiantes e o paciente usualmente tenta sem sucesso, resistir-lhes. Eles
são reconhecidos como pensamentos do próprio indivíduo, ainda que sejam involuntários e
frequentemente.
São comportamentos compulsivos, estereotipados que se repetem muitas vezes.
O transtorno é igualmente comum em homens e em mulheres e frequentemente há aspectos
anacásticos proeminentes na personalidade de base. O início é usualmente na infância ou no
começo da vida adulta. O curso é variável mas é crónico no 2% dos casos.
Origem
Pensamento autista: não reflecte a realidade circundante, é fruto de vivências alucinatórias,
delirantes e fantásticas. (Doenças que funcionam a nivel psicótico, o modelo é a esquizofrenia).
Curso
Aceleração do pensamento: há rapidez nas ideias, diminuí o tempo entre a pergunta e a
resposta. (sindrome maníaco).
Lentificação do pensamento: as ideias cursam com lentidão. Pode haver inibição do
pensamento. (sindrome depressivo)
Prolixidade: incapacidade de separar o essencial do secundário.Doente perde-se em
pormenores desnecessários. (demências)
Fuga de ideias: forma extrema da aceleração do pensamento com variação do tema e
incapacidade de exprimir pensamento até o fim . (agitação maníaca)
Bloqueio do curso do pensamento: o doente pára de falar de maneira súbita sem causa
que o justifique. (esquizofrenia)
Perservação: repetição de uma ideia ou conjunto de ideias.
Desagregação: associação de conceitos e frases incongruentes com uma relação
gramatical correta mas sem lógica. Exp: onde você tirou o casaco minha pasta enche de
ar. (esquizofrenia)
Incoerência: palavras incompreensíveis que entre elas não existe relação gramatical. Ex:
a pedra bebe estrada para sair vermelho pó. (esquizofrenia).
Conteúdo
Ideia sobrevalorizada: ideia real onde o individuo atribui um valor que na realidade não
tem. (sindrome ansioso e depressivo)
Ideia fixa: ideia real que aparece na consciência contra vontade do indivíduo de forma
repetitiva. (TOC)
Ideia obsessiva: aparece na consciência do indivíduo contra sua vontade de forma
repetitiva, individuo tem crítica sobre ela é sentida como própria e com tendência a
reijeitar. Ex: doente acha que está contaminada nas mãos e lava frequentemente.
Ideias fóbicas: medo dum objecto ou situação que não representa perigo real. Medo sem
motivo. Doente pode adoptar atitudes activas e hiperactividade.
Ideia delirante: conjunto de juízos falsos, que se desenvolvem em condições patológicas
pré existentes, que não se corrige em meios racionais.
De acordo com o mecanismo de produção clasificam-se em 3 tipos:
Ideia delirante 1ª ou Indutiva: surgem por desintegração do fenómeno psíquico, sem
fundamento perceptivo. (esquizofrenia)
Ideia delirante dedutivas: apartir duma correcta e verdadeira percepção chega a uma
conclusão falsa sobre o fenómeno que ocorreu. (psicose reactiva)
Ideia delirante interpretativa ou 2ª: tem origem numa ilusão ou alucinação.
(esquizofrenia e psicose orgânica).
Quanto ao conteúdo as ideias delirantes podem classificarem-se em:
1. Ideia delirante de dano e perseguição: doente tem ideia de perseguição da sua pessoa,
família ou bens. Pensa que pessoas tentam matar-lhe ou prejudicar-lhe. (esquizofrenia e
outras psicose)
2. Ideia delirante de referência: pensa que as pessoas que o rodeiam falam sobre ele, que
se riem e estão atentos nele. (esquizofrenia e outras psicose)
3. Ideia delirante de influência: o doente sente que forças externas estão a dirigir o seu
pensamento, podem ser extraterrestres, ou alguma pessoa. (esquizofrenia)
4. Ideia delirante do duplo: o doente acredita que pessoas significativas (mãe, pai, irmãos
são impostores. ( esquizofrenia)
5. Ideia de grandeza: doente sente-se superior em relação aos demais em saúde,
intelectualidade, força física, categoria, etc. (sindrome maníaco, perturbação de ideias
delirantes persistentes, esquizofrenia)
6. Ideia delirante de autodestruição: tem ideias de decomposição do próprio corpo.
(depressões profundas)
7. Ideia delirante de auto acusação: doente acusa-se referindo ter cometido crimes, culpa
se de actos horríveis. (depressões profundas)
8. Ideia delirante de negação: o doente nega a existência das coisas, do mundo e do seu
próprio corpo. (depressões profundas)
9. Ideia delirante hipocondríaca: há preocupações e queixas de natureza somática ou
orgânica, sobretudo em relação a doenças graves: TB, SIDA, cancro. (depressões graves,
perturbações de ideias delirantes persistentes e esquizofrenia)
10. Outros tipos de ideias delirantes: delírio do invenção, reivindicativo, ciúme, etc.
(perturbações de ideias delirantes persistentes e esquizofrenia
11. Ideia delirante de roubo, inserção, difusão e sonorização do pensamento. O Doente
acredita que alguém está roubando ideias ou pensamento. (Esquizofrenia)
12. Ideia delirante erótica: o doente acredita que pessoas importantes estão apaixonadas por
ele. (Perturbação de ideias delirantes persistentes)