Você está na página 1de 3

O BOI E O BURRO A CAMINHO DE BELÉM


CENA 1

(Surgem o Boi e o Burro, ao ritmo da música dançando descontraídos e examinando o


ambiente. Ao terminar a música, eles se colocam um de cada lado do palco).
Sugestão de música: “Vinde Cristãos” – Coral cantando

BOI: Muuuuuu!!! (mugindo).


BURRO: Hiiiiiiiii!!! (relinchando).
BOI: Burro, ei Burro. Você está notando qualquer coisa hoje?
BURRO: Não estou notando nada, não, Boi!
BOI: Você é mesmo muito burro, hein amigo? Então não está vendo que tudo está meio
mudado?
BURRO: (cheirando o ar). É verdade, amigo Boi. Tudo cheira diferente por estas bandas
(cheirando com barulho).
BOI: (olhando o céu). E nunca o céu esteve tão estrelado, tão perto! (continua olhando o
céu, e o Burro faz o mesmo).
BURRO: Não é que é verdade, amigo Boi, não é que é verdade? Sou mesmo muito burro...
não tinha notado antes. Está tudo muito esquisito!(mudando de tom e olhando assustado
para o Boi). Será que o mundo vai acabar, hem, Boi?
BOI: Talvez comece um outro mundo!
BURRO: (triste): E nós? Haverá pastagens para nós dois no outro mundo?
BOI: Sei não! (Enquanto isso, mais um susto...)

CENA 2:

(Entra a estrela de Belém, lentamente ao som de uma música natalina Natal das crianças –
Coral Cantando. Ela segura uma grande estrela de papelão nas mãos. O Boi e o Burro vão
seguindo a estrela com os olhos)

BOI: Éhhhhh... esse lugar que era quieto, silencioso... agora... (olhando para o céu).
Boi: Oh! (nesse momento a estrela de Belém fixa a estrela de papelão bem em cima do
estábulo e sai de cena).
BURRO: (Seguindo o olhar do Boi). Oh!
BOI: (idem): A estrela parou.
BURRO: Parou.
BOI: Bem em cima.
OS DOIS: ... do nosso estábulo.
Boi: (Sempre fitando a estrela). Grande como um girassol!
BURRO: Única no céu distante!
BOI: Com o brilho de mil estrelas...
OS DOIS: Nunca se viu outra igual!
Burro: (Aflito). Boi, explica! Explica por que a estrela parou bem em cima do nosso
estábulo!?
Boi: Mistério! Mistério, amigo Boi. Mistério que um pobre Boi não pode desvendar.
BURRO: (Triste). Nem eu...
BOI: (Muito aflito, e ainda olhando para o céu). Burro! Ei burro!
BURRO: Que é boi?
BOI: (Aproximando-se bem do Burro, e falando quase em segredo). Estou muito
desconfiado.
BURRO: De que Boi?
BOI: (Cheio de mistério). De que ele vai nascer aqui.
BURRO: (Escandalizado). Nem digo isto, Boi. Numa estrebaria tão suja. Tão pobre.
BOI: Então por que tudo isto? Por que a estrela parou bem em cima?...
BURRO: (Rápido). A estrela deve ter se enganado.
BOI: (Correndo o estábulo). E este cheiro tão doce por toda a parte...
BURRO: (Chegando para a cesta de capim encostada ao estábulo). Até o capim nosso de
cada dia, cheira bem hoje...
(Corre e diz à platéia, assustado). Onde já se viu isto? Pensar que ele ia nascer aqui...
(Dá um salto, indo para o meio da cena, e indo nervosamente).
BURRO: (Assustado com a explosão do Boi, e segurando-o). Fica quieto, Boi. É bom irmos
arrumando as coisas por aqui! (pega uma vassoura) Vamos fazer uma limpezinha, porque
no caso de acontecer...
BOI: É mesmo (pega um pano e começa a limpar tudo, inclusive o rabo do burro e a própria
cara) Vou buscar palha seca e fofa! (Eles saem e tornam a voltar segurando um pouco de
palha. Cada um puxa a palha para seu lado e brigam).
BURRO: NÃO empurra, sou eu que arrumo!
BOI: Sou eu Burro, Sou eu! Saia Sou eu que quero arrumar a palhinha para o Menino!

CENA 3 – ANJOS

(Ouvem-se vários sininhos (Musica Manda teus anjos – Coral Cantando) que vão
aumentando de volume. Entram os anjinhos. Um, segurando uma vassoura prateada e
bailando, vai varrendo a cena. O segundo carrega um jarro de água e o terceiro, uma bacia.
Eles se encontram no meio do palco e o segundo anjo despeja água na bacia que é
colocada perto da manjedoura. Dois outros as palhas espalhadas pelo Boi e pelo Burro,
arrumando-as na manjedoura. O primeiro e o segundo anjos trazem uma toalhinha branca
e colocam-na sobre as palhas. O terceiro anjo entra com um turíbulo, incensando todo o
ambiente, inclusive o Boi e o Burro. Os anjinhos entram e saem num movimento contínuo e
na ponta dos pés, como se dançassem. Durante toda a cena, os animais ficam
estarrecidos, parados, um de cada lado, do palco. Quando o último anjinho sai, cessam os
sininhos e o boi e o burro aproximam-se do estábulo)

CENA 4

(O boi e o burro observam a transformação do ambiente).


BURRO: Eles vieram arrumar...
BOI: Tudo está tão limpinho...
BURRO: (Desconsolado, dirige-se para a platéia e encosta a cabeça em algum lugar, como
se estivesse chorando).
BOI: O que é burro?
BURRO: E nós, pobres bichos, que queríamos fazer este trabalho...
BOI: (triste): Quanta pretensão!
BURRO: Não percebemos que isto era trabalho para anjos e não para um boi babento...
BOI: Nem para um burro sujo
BURRO: (conciliador) Deixa pra lá, Boi! Não vamos brigar hoje. (aproximando-se do
estábulo) Tudo está pronto!
BOI: Só falta acontecer... E só nós dois aqui...
BURRO: Um burro!
BOI: um boi!
OS DOIS: Pra tamanho acontecimento!
CENA 05 – MARIA E JOSÉ

(Ao som de uma música (Pe. Fábio de Melo – Filho de Belém) entram José e Maria, este
levando Jesus debaixo do manto invisível, enquanto caminham até o palco – Música baixa,
enquanto o Burro e o Boi falam).
BOI: Oh!
BURRO: Oh!
BOI: (Ternamente, mas solene). Lá vem Maria lentamente carregando o mistério.
BURRO: Parece leve como a brisa.
BOI: Parece uma gota no capim da manhã.
BURRO: Lá vem José.
(Quando José e Maria chegam bem perto do estábulo, aumenta-se o volume da música.
Quando entram no estábulo, cessa a música e sinhôs começam a soar. Os anjinhos
chegam na ponta dos pés e, sempre bailando, fazem um círculo em torno de Maria. Eles
escondem Maria que, de costas para o público, coloca o Menino Jesus na Manjedoura. Os
anjinhos continuam a dançar, enquanto Maria e José se colocam na posição clássica do
presépio. Ela ajoelhada e ele, no outro lado, de pé, apoiado no cajado. Os anjinhos vão se
afastando e saem, sempre dançando. Um foco de luz cai sobre o Menino. Música durante
toda a cena. O Boi e o Burro ficam num canto, só assistindo) – Mùsica – Noite Feliz
(Coral) – Com velas artificiais

CENA 06

(O boi e o Burro aproximam-se na ponta dos pés)


BOI: Que maravilha!
BURRO: (puxando o Boi) Não se aproxime tanto! Não é bom que ele veja logo nossas caras
feias...
BOI: Tem razão! Ele pode se assustar! (Maria sorri para eles)
BURRO: (Emocionado): A mãe dele está sorrindo!
BOI: Pra quem? Para nós dois?
BURRO: Éééé´! Só pode ser pra nós dois?! (Eles começam a pular de alegria. Maria sorri de
novo e eles vão se aproximando com cuidado).
BOI: Acho que ele esta com frio.
BURRO: Pois então, aqueça ele com seu bafo quente né Boi!
BOI: (experimentando o bafo na mão) Boa ideia, Burro. Até que você ficou menos burro!
BURRO: E eu, com meu rabo, espanto as moscas.
(Eles dirigem-se para a plateia e dizem:)
BOI: Nunca imaginei ser mais do que um boi!
BURRO: E eu então? Tão burro... Tão burro... Nunca imaginei... Nós dois, um boi e um burro,
ligados para sempre ao mistério.

CENA 07

(O boi e o burro afastam-se lentamente até se colocarem nas posições clássicas do


presépio, cada um de um lado, atrás do Menino Jesus. Ao som de NOITE FELIZ, pastores e
pastoras, entram pelo meio do teatro, depois, os reis magos com seus presentes. Todos se
ajoelham para adorar o Menino. O público pode ser orientado com antecedência para
também trazer suas ofertas, que serão colocadas num cesto à frente do presépio vivo e,
mais tarde doadas a irmãos carentes). - FIM – Música Bate o sino – Coral – com Alegria.

Você também pode gostar