Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PORQUINHOS:
O MUSICAL
De Ronaldo Ciambroni com direção de
Luiggi Francesco
Adaptado por Zé Alberto Martins em Janeiro de 2011
17
Comédia Infantil em Um Ato
(Música animada de apresentação. Os porquinhos entram fazendo ginásticas e brincadeiras
para se apresentarem. Primeiro Costelinha, o mais enérgico. É o porquinho mais novo. Logo
atrás, Pururuca o filhinho do meio. Por ultimo Rodela, o mais velho. Começam uma
pantomima, para que fiquem em destaque para a platéia. Costelinha os empurra e assume o
proscênio. Os irmãos indignados o tiram de cena. A música modifica-se e Costelinha volta com
uma bola de futebol. Faz algumas brincadeiras, mas pára, ao ouvir o uivo do Lobo Mau. Chama
seus irmãos para o ajudarem. Os dois entram em cena e discutem com o irmão um plano.
Determinados, saem de cena e ouve-se barulho de pancadaria. Os três voltam a cena e
reiniciam suas brincadeiras, até ouvirem novamente o uivo do Lobo Mau. Saem novamente e o
barulho das bordoadas recomeça. Os porquinhos voltam, dando risada, e se vangloriando por
terem dado um jeito no Lobo Mau.)
COSTELINHA: Então...
OS TRÊS: (Cantando) “Nós pegamos o Lobo! Nós pegamos o Lobo! Nós pegamos o Lobo!... Que
legal!”
(Saem de cena. Música misteriosa. Entra por outro lado o Lobo Mau. Machucado e ferido, não
percebe o público. Ao perceber, leva um susto. Tenta retomar sua dignidade, assustando o
público de forma caricata, mas sem sucesso.)
LOBO MAU: Há, qualé? Não vão se assustar não? Há... Eu me mato pra vocês morrerem de
medo de mim, e vocês nem se mexem? Ninguém grita? Ninguém sai correndo? Ninguém sai
gritando “MANHÊ, UM LOBO!!???” Há... vocês são é chatos! Exigentes! Cara feia pra mim é
fome!... Fome... Ai que fome... Quer saber? Não adianta vocês ficarem me olhando feio,
porque o Lobo Mau aqui, sou eu. É... Sou eu. Se bem que ultimamente, andaram colocando
tanta coisa na minha cabeça que... Que... QUE... Eu fiquei frouxo! Buááááá! Eu fiquei assim:
Bonzinho! Onde já se viu o Lobo Mau, bonzinho? Mas eu vou contar pra vocês como é que foi
essa encrenca toda. Foi assim: Eu estava inteirinho. Não tinha nada disso aqui. (Fala enquanto
remove ataduras e curativos) Não tinha machucado, curativo, gesso... Eu não tinha nada!
Estava na minha melhor forma de mau! Eu era o “Terrível Lobo Mau!” Desses que pega a
criancinha pra fazer mingau! Um dia desses eu andava elegantemente por perto da casa da
Dona Porca Porpeta... A gorda! HAHAHAHAHA. Eu andava elegantemente, assim ó! (O Lobo
Mau caminha de uma forma ridícula) Então, eu vi a fumacinha saindo da chaminé. Ouvi vozes
dentro da casinha, e me aproximei rapidamente com meus pequenos sapatinhos 47. Plect,
plect, plect, plect... Então eu ouvi...
DONA PORCA PORPETA: (Voz em Off) Fico muito feliz em saber que os meus três filhinhos
cresceram. Já são jovens porquinhos e querem ter as suas casinhas. Pois podem ir cuidar da
vida de vocês. Construam as suas casinhas e sejam felizes. Mas cuidado! O Lobo Mau anda
17
sempre por perto. É um tremendo mau-caráter e é capaz de arrancar o couro de vocês. Não
abram a porta nunca, pois ele além de Lobo... É mau! Adeus queridos!
LOBO MAU: (Arremedando) “Adeus queridos...” Que ótima notícia! Quer dizer então que os
três porquinhos vão morar sozinhos? É agora que eu me dou bem, e mato essa fome! (Percebe
as ataduras que havia jogado no chão) É... Bem... Mas antes deixa eu recolher essas coisas
aqui, porque jogar lixo no chão da floresta é muito feio. Por isso eu vou reaproveitar isso aqui.
Afinal a gente nunca sabe quando vai apanhar de novo, não é? Três porquinhos... Aí vou eu!
(O Lobo uiva bem alto e sai correndo. Os porquinhos voltam cantando e dançando)
Abre a porta
Pra eu sair
Pra eu conquistar o meu lugar [2x]
O meu nariz
Vai escolher
Não sou eu quem vai dizer [2x]
(O Lobo sai uivando de maneira assustadora. As luzes mudam. Som de passarinhos e água de
rios. Os três estão no meio do bosque.)
17
COSTELINHA: Eu adorei! E você Pururuca?
PURURUCA: Eu amei!
(Costelinha caminhava distraído na direção de Pururuca que assopra a terra em seu rosto,
deixando-o muito bravo.)
PURURUCA: Seu leitãozinho de meia tigela! Vem aqui que eu vou te pegar, vem!
(Os dois ficam em posição para começarem a brigar, mas Rodela intervém.)
RODELA: Parem com isso, vocês dois! É muito feio irmãos ficarem brigando. (Para o público)
Não é verdade mamães e papais? Viram só? Tratem de fazer as pazes vocês dois.
PURURUCA: Não!
RODELA: Pururuca.
PURURUCA: Não!
RODELA: Pururuca!
17
PURURUCA: Aí, ó!
RODELA: Costelinha!
RODELA: Isso mesmo. Irmãos não brigam. Escuta Costelinha. Como você é nosso irmãozinho
mais novo, eu e o Pururuca, vamos deixar você construir a sua casinha aqui, nesta cabana.
PURURUCA: É... Bem legal. E assim eu tenho mais tempo pra pensar onde eu vou fazer a
minha.
RODELA: Mas nem com todo o tempo do mundo, você chegaria em alguma conclusão.
PURURUCA: Báh... Como é que vai ser a sua casa, heim Costelinha?
COSTELINHA: Vai ser bem fresquinha, porque eu sou um porquinho muito calorento. E
também vai ter uma geladeira enorme, cheia de doces. (Para a platéia) Quem aqui gosta de
doces? Eu adoro doces... E também Pururuca, olha só. Eu vou pendurar a minha rede nessa
árvore aqui. E eu vou dormir nela, contar as estrelas... comendo franguinho com farofa da
mamãe!
(Os irmãos morrem de rir da cara de Costelinha que, muito malandro consegue contornara a
situação.)
COSTELINHA: É verdade! Eu sou um porquinho light! O Lobo Mau gosta de porquinhos bem
gordinhos... Igual ao nosso irmão Rodela ali!
(Costelinha e Pururuca tiram sarro do irmão que estava rindo, mas fechou a cara.)
RODELA: Eu não sou gordinho! Eu sou fortinho! E eu vou construir uma casa tão forte, mas tão
forte, que o lobo não vai me pegar!
COSTELINHA: É. De palha. Assim ela fica bem fresquinha no calor e no inverno vai ficar bem
quentinha.
17
RODELA: Mas Costelinha... O sopro do Lobo é muito forte. E se ele assoprar bem forte, a sua
casa vai voar... E aí sim ele vai... Te pegar!
COSTELINHA: Que eu não vou contar pra vocês. (Para a platéia) E eu também não vou contar
pra vocês, não. Dizem que aqui na floresta, até as árvores tem ouvidos...
(Se esconde novamente. Os porquinhos se abraçam, apavorados, até perceberem que é o Lobo
Mau. Rodela toma a frente, para falar com a platéia.)
RODELA: Olha... Nós vamos bolar um plano. Não contem nada para o Lobo, O.K.? A gente já
volta!
LOBO MAU: Há há! Que porquinho mais bobinho... Bem, sempre na história dos três
porquinhos, o Lobo assopra a casinha, e o porquinho foge desesperado para a casa dos seus
irmãozinhos, não é verdade? Mas dessa vez eu tive um plano. Primeiro, eu vou deixa o chão
coberto de Super-Cola. Quando o Porquinho correr, vai ficar grudado. Então eu poderei comê-
lo com uns temperos que eu roubei lá da casa da Vovozinha da Chapeuzinho Vermelho!
HAHAHAHAHAHA!
(O que o Lobo não sabia, é que os porquinhos estavam escondidos pela cena e ouviram todos
os seus planos.)
COSTELINHA: Há... Que Chapeuzinho Vermelho o que? E aí? Vocês vão me ajudar, sim ou não?
RODELA: Sim!
PURURUCA: Não!
PURURUCA: Hei! Essa fala é dos “Três Mosqueteiros.” E não dos Três Porquinhos, poxa!
RODELA: Mas serve pra nós também! Porque “A união faz a força”, “Uma andorinha só, não
faz verão”, e “Quem não tem cão, caça com gato!”
PURURUCA: Essa última não tem nada a ver. Nós não temos cão e nem gato pra nos ajudar!
RODELA: Sim!
PURURUCA: Não!
17
COSTELINHA: A minha casinha de palha vai ser...
(Os três irmãos fazem algumas brincadeiras no palco, estilo velho oeste e aos poucos trazem os
materiais da casa de palha. Com tudo ajeitado eles estão um pouco cansados.)
(Eles puxam Pururuca para começarem a brincar. Pururuca, para variar, brinca de má
vontade.)
PURURUCA: (Se afasta) “...Essa brincadeira é chata e eu não quero mais brincar!”
(Os irmãos começam a construção da casinha enquanto cantam bem animados.Porém no início
da canção, Costelinha está sentado em uma cadeirinha, enquanto Pururuca e Rodela
constroem a casa sozinhos.)
17
(Com a casa terminada, Pururuca e Rodela estão muito cansados. Costelinha vem observar a
casinha.)
COSTELINHA: Olha só. Minha casa ficou muito bonita. Obrigado meus irmãos.
PURURUCA: Que é isso Costelinha. Sempre que precisar de ajuda pra construir uma casinha...
COSTELINHA: Eu? Contar com vocês? Mas vocês não fizeram nada!
OS DOIS: Hã?
COSTELINHA: Eu que fiz tudo sozinho. (Para a platéia) Não é verdade pessoal? Há... vocês
devem ter dormido e não viram. Mas eu fiz tudo sozinho. Coloquei a porta, o telhado, palha
por palha. Mas desde criança é assim. A mamãe sempre dizia: “O Costelinha faz TUDO! E os
irmãos não fazem NADA!
PURURUCA: É verdade viu, ô Rodela. A mamãe sempre disse que o Costelinha faz tudo. Ele
lava, passa, cozinha... ele COME... ele DORME!
RODELA: É Costelinha. Toma cuidado, porque com o tanto que você trabalha, pode ser que
você vá parar num hospital.
RODELA: Descansar? Aiiiiii... Tchau! Viu Costelinha! A sua casinha ficou muito bonita, mesmo!
(Rodela sai injuriado)
COSTELINHA: Nem fez nada e já vai embora? É por isso que está gordinho assim...
PURURUCA: Tudo bem então. Pode relaxar. Mas se eu fosse você, tomaria cuidado... Com o
Lobo que anda aqui por perto...
PURURUCA: Tudo bem então. Boa sorte Costelinha... Boa sorte com o Lobo!!! (Sai de cena)
COSTELINHA: Lo-lo-lo-lo-lo-LOBO??? O Lobo Mau vem aqui? E ele é Mau? Há... eu não tenho
medo de Lobo. E de mais a mais eu lembrei que tenho um plano. Agora, se vocês me dão
licença, eu vou tirar um cochilo. Mas antes, vejam se eu não fico bonitão com esses óculos.
(Coloca um óculos escuro e faz pose). E aí? Mamãe me acha lindo! Agora eu vou tirar um
cochilo aqui, e eu vou pedir pra vocês fazerem bastante silêncio, porque eu acordo com
qualquer barulhinho. E eu também demoro muito. Mas muito pra pegar no sono... ZZZZZZZZ!
(O Lobo Mau entra, com uma brocha e uma lata de cola. Vai verificar se Costelinha está mesmo
dormindo.)
17
LOBO MAU: Há Há há! Nem adianta gritar, que esse aqui não acorda hoje não! Ei! Espera aí!
Mas que Porcaria é essa? Um porco dormindo de óculos escuros, em plena noite?
Entenderam? Porco, porcaria? Hã-hã?... Bah! Bem, como eu já havia explicado a vocês, esta é
aquela parte da historinha em que o Lobo tem que assoprar a casinha de palha, não é
verdade? Não! Pois hoje eu vou mudar essa história... ao invés de assoprar, eu vou usar a
minha força ninja!
LOBO MAU: Hóóó. Muito plazer, né? Eu sô... Lobu Kimija Nakama, né?
LOBO MAU: Hóóóó! Que casinha mais flaquinha, né?... Hehehe... Agora eu me dou bem, e vou
comer Costelinha frito... (Vai passando cola no chão enquanto fala) Costelinha! Costelinha!
COSTELINHA: (Fala dormindo) “Hã? O que? Mamãe? Olha mamãe, no café da manhã eu quero
quatro frangos e doze pãezinhos, mas um refrigerante diet. Que é pra eu não engordar... ZZZZ”
LOBO MAU: Mamãe? Esse porquinho me chamou de mamãe? Que mamãe o que, rapaz? Aqui
é o Lobo! E na minha dieta agora vai ter... Costelinha, inha, inha, inha! (Costelinha ronca)
Costelinha! (Costelinha ronca) Hô Costelinha... Vâmo, meu filho! (Costelinha ronca) Olha
pessoal. Vamos contar até três, aí todo mundo grita “Costelinha” comigo, pra ver se acorda
esse preguiçoso. Vamos lá. Um... Dois... Três... COSTELINHA!
COSTELINHA: Ai! Que é? Que gritaria é essa? Até parece que vocês viram um Lobo... Um
Lobo!!! Ai meu Deus! E ninguém me avisa?
(Começa uma perseguição pela cena. Costelinha engana o Lobo, que acaba colado em sua
própria armadilha.)
COSTELINHA: Hahahaha! Tá colado aí é, seu Lobo? Bem feito. Olha Lobo. Se eu fosse você,
tomaria cuidado.
COSTELINHA: Porque dizem, que aqui na floresta tem um Lobo muito perigoso!
COSTELINHA: É... E ele é mau... Ele é terrível... E se ele te ver grudado aí ele pode até...
HÁÁÁÁÁ! Até mais, viu? (Sai de cena)
LOBO MAU: Espera aí! Não vai não!... Buáááá! Vocês ouviram o que ele disse? Que tem um
Lobo Mau à solta por aqui, e o Lobo... Pode... O Lobo... O Lobo Mau sou eu!... PALHAÇO! O.K.
Como é que eu vou sair daqui? Pensa, pensa, pensa, pensa... Há! Já sei. Força de ninja!
(O Lobo cria uma série de movimentos para soltar um dos pés. Conseqüentemente ele se
desequilibra e se estabaca no chão.)
17
LOBO MAU: Ai, ai, ai... Que meleca! Mas também, a culpa é toda minha. (Pega a lata de cola,
pela beirada e não pela alça.) Quem foi que mandou eu usar uma porcaria de uma cola tão
forte? (Finge que vai jogar a lata no público, mas está colada em sua mão) Tão forte? Forte?
HÁÁÁÁÁ, Costelinha! Eu te pego!
(O Lobo sai correndo. Pururuca que estava assistindo toda a cena por trás das árvores, toma o
proscênio, dando muita risada do Lobo Mau.)
PURURUCA: Bem... Só de castigo o Lobo ficou o dia todo com os pés colados no chão. A nossa
mãe nos ensinou que não se deve castigar os outros... Mas nesse caso, o Lobo bem que
mereceu. Sabe... Eu sempre sonhei em construir uma casinha de madeira. Acho que elas são
bonitas, aconchegantes e bem quentinhas no inverno. Quem aqui já viu uma casinha de
madeira? Os meus irmãos me ajudaram na construção, e nós pegamos madeiras pela floresta.
Claro... Madeiras de árvores que já estavam caídas, para não desmatar a floresta. Eu lembro
que quando a casa estava quase ficando pronta, apareceu um sujeito esquisito. Ele era
estranho, peludo, tinha um vozeirão e dizia que era um Guarda Florestal.
LOBO MAU: Isso mesmo! Eu sou um guarda florestal! O dia está muito bonito, não é?
PURURUCA: É verdade. Tudo está muito bem. Só o Lobo Mau que está andando aqui por
perto.
LOBO MAU: Há não? Sério? O Lobo? E me diga... O que é que você acha desse tal, Lobo?
LOBO MAU: (Indignado) Como assim da... (Percebe que está perdendo o personagem, e
suaviza o tom da voz) Como assim da bondade dos outros?
PURURUCA: De quem dá de comer pra ele, de quem dá de beber pra ele. Esse Lobo é um
coitado. Precisa sempre dos outros.
LOBO MAU: É... Pode até ser. Mas pelo menos, esse tal Lobo aí, não é feio não é?
PURURUCA: Háháhá! Ele é horrível! Se eu fosse ele, eu nem sairia de casa para não assustar os
outros de tão feio que ele é.
LOBO MAU: Poxa vida... Você não o acha, assim... Nem um pouquinho... Simpático?
PURURUCA: Que simpático, o que? Ele é desdentado! O pé é maior que uma pá de lixo! O pelo
é todo sarnento e desgrenhado. E eu sei de uma coisa... Que ele tem mau hálito! Eu fiquei
sabendo que ele nunca escovou os dentes!
(Entram Costelinha e Rodela que estavam brincando de pega-pega e nem percebem o Guarda
Florestal. Pururuca pede silêncio)
17
PURURUCA: Silêncio! Puxa! Vocês já viram quem está aí? O Lobo!
PURURUCA: Não!
RODELA E COSTELINHA: Sim! (Piscando para que o irmão entenda o plano) Sim! Sim!
(Música. Rodela e Costelinha saem para buscar as tábuas da casinha, enquanto Pururuca
conversa com o Lobo. Os porquinhos voltam e despejam todo o material da construção em
cima do Lobo, que fica desequilibrado.)
PURURUCA: (Para o público)Muito bem pessoal! Agora nós vamos contar até três...
(O Lobo tenta levantar, mas são muitas coisas e ele se desequilibra. Cai para um lado e é
amparado por Pururuca. Cai para outro e é amparado por Rodela. Por fim, consegue se
equilibrar, mas muito cansado. Os porquinhos pegam as tábuas de suas mãos, um a um.
Costelinha pega a primeira, e ao se virar bate a tábua na barriga do Lobo. O segundo é Rodela,
que bate a tábua na cabeça do Lobo. Pururuca bate a tábua na Bunda do Lobo. Costelinha
volta, e deixa a tábua cair no pé do Lobo. O Lobo leva a tábua até a casinha, mas Rodela o
empurra, e bate com a tábua em sua bunda novamente. O Lobo está todo quebrado.)
17
COSTELINHA: Vamos brincar?
(O Lobo vai Pular, mas Costelinha o impede, obrigando-o a assumir o papel da mula)
(Os porquinhos maliciosos aproveitam para dar bordoadas no lobo, conforme os pulos
sugerem.)
(O Lobo já não agüenta mais tanta bordoada e sai se arrastando. Os porquinhos morrem de
rir.)
LOBO MAU: Há... Não me enche menino... Há é! O guarda! O guarda Sou eu!
OS TRÊS: Sim.
17
OS TRÊS: Sim!!!
OS TRÊS: ÉÉÉÉ!!!!
LOBO MAU: Não... Obrigado... (Os três ficam injuriados) Eu preciso ir para estar em forma esta
noite!
LOBO MAU: É... É... Bem... Pra... Pra... Dormir! É isso, dormir! Com saúde se dorme melhor,
então eu vou indo pra dormir... Tchau, viu? (O Lobo vai saindo)
RODELA: Tchau!
TODOS: Tchaaaauuuu!
(O Lobo sai furioso! Os porquinhos ficam rindo enquanto iniciam a nova canção.)
17
MÚSICA: A Casa de Madeira.
COSTELINHA: Vamos!
(Os três vão para trás da casinha de madeira. O Lobo surge por uma das laterais e toma o
proscênio.)
LOBO MAU: Esses porquinhos safados! Podem ter me enganado uma... Uma... Uma porção de
vezes! Mas agora eu tive um plano perfeito! Dessa vez eu vou colocar fogo atrás da casinha.
Quando eles menos esperarem, essa casinha aqui, ó... Já era! Hahahaha! Eu sou muito
esperto!
(O Lobo sai correndo para trás da casinha. Logo que o Lobo desaparece, saem Os três
porquinhos conversando.)
17
PURURUCA: É! Esse Lobo malvado tem mania de entrar sempre pelos fundos da casa! Mas se
ele tentar entrar, sabem o que vai acontecer? Vai explodir uma bomba?
OS TRÊS: BUUMMM!!
PURURUCA: Sem contar, que eu também coloquei uma colméia enorme, cheinha de abelhas!
E as abelhas vão devorar ele todo! Vamos ver pra crer?
TODOS: Vamos!!!
(Som de explosão. Voam pedaços da casa de madeira para todos os lados. O Lobo Mau sai
gritando enquanto os porquinhos morrem de rir.)
LOBO MAU: Ai, ai, ai! Meu nariz tá pegando fogo! Ai, Ai, Ai! Abelhas! Abelhas! ABELHAS!!
RODELA: Não fica assim, Pururuca. (Para o público) Bem, pessoal. Como vocês viram, o meu
irmão Costelinha construiu uma casinha de palha, mas ela é muito fraquinha. O meu irmão
Pururuca construiu uma casa de madeira, mas o fogo pode queimá-la. Alguém aí tem alguma
idéia do que eu possa fazer a minha casa? O que? Eu ouvi direito? De tijolos? Quem acha que a
minha casinha tem que ser de tijolos, levanta uma mão! Quem tem certeza que a minha
casinha tem que ser de tijolos, levanta as duas mãos! Quem tem muita certeza absoluta que a
minha casinha tem que ser de tijolos, então levanta o pé! Legal... Então a minha casinha vai ser
de... TI-JO-LOS!! Hú-hú!!
PURURUCA: De tijolos?
RODELA: É!
17
COSTELINHA: Eu também! Eu também!
RODELA: Então a gente faz assim. O Costelinha e eu comemos, enquanto o Pururuca cozinha.
RODELA: Há para com isso, Pururuca! Só você que sabe fazer um monte de coisa difícil, tipo...
(Enquanto falam, vão empurrando Pururuca para fora da cena, que pra variar, está mal
humorado.)
(Black-Out. Em cena, acende-se um foco central. O Lobo está vestido de Elvis Presley para
cantar um rock.)
Sou duro
Na queda
Não quebro, não envergo sou aço
Sou palhaço do mal
17
Quem vai querer
Me enfrentar?
Você?
Você?
Vai me pegar?
Sou duro
Na queda
Não quebro, não envergo sou aço
Sou palhaço do mal [3x]
HOU YEAH!!!!
LOBO MAU: Obrigado, muito obrigado! E aí, gostaram? Que pena, pois gostando ou não, eu
vou cantar mais uma. Essa quem souber canta junto, porque eu já to sem fôlego. Deixa eu
afinar a voz... HÁÁÁÁÁÁÁÁ! Pronto. Vamos lá. 1,2,3 e... “Ai levarô o meu porquinho! Ai cortarô
os quatro pé! Num quero sabê de nada, quero o meu porcô de pé!
(Dependendo da reação do público, o Lobo deve sair muito agradecido, ou pisando duro. Logo
com a saída do Lobo, Rodela entra pelo outro lado e começa a observar as árvores da floresta.
Pururuca entra após um tempo, e fica intrigado, observando o irmão.)
RODELA: Eu estou pensando em construir a minha casinha do lado dessa árvore bonita.
RODELA: (Indignado, para o público)Pessoal, essa árvore é feia ou é bonita? Viu só? Ei... Onde
é que está o Costelinha?
COSTELINHA: (Aparecendo apressado) O que foi? Eu como e não escovo os dentes, aí eles me
chamam de porco!
(Os três começam a conversar sobre modos de construção. Vão buscar materiais e fazem a
maior algazarra.)
17
Da altura do nariz
Minha casa, tem janela
Tem uma porta
E um jardim
Tem uma sala e uma varanda
E pra você tem muito amor [2x]
RODELA: É! Se aquele Lobo tentar soprar, não vai cair. E se colocar fogo, não vai pegar.
PURURUCA: Porque parece que ele não faz outra coisa da vida a não ser querer destruir tudo
aquilo que a gente constrói.
OS TRÊS: Um pedreiro?
LOBO MAU: Isso mesmo, meus filhos! Eu num só sô pedreiro, como sô arquiteto e ingenhero!
Eu sozinho construo uma casa! Sem falá que tamém sô cozinhero, quié pá cume bem!
LOBO MAU: Pelo jeito ocêis tã carecido de ajuda pá conclui a obra aqui, num tão?
LOBO MAU: Então me dêem os tijolo que em dois tempo nóis termina isso aqui!
(Os porquinhos muito eufóricos trabalham com o Lobo numa cena típica de pastelão. Correrias
e trombadas, mas a casinha está finalmente pronta.)
LOBO MAU: Oxe... Oxe... Oxe... Oxente meus filho... pelo jeito oceis não tão mais caricido de
minha ajuda não né? Intão eu vô me embora, viu?... Antes que eu vá parar num hospital!
LOBO MAU: Há! A “minha esposa está muito mal...” por isso eu vou para casa.
17
LOBO MAU: Casa? Eu? Casa?
OS TRÊS: Aqui?
LOBO MAU: NÃO! Aqui não! Eu moro longe, longe! Pense num lugar longe... Pensou? Então é
mais longe ainda. É tão longe, mas tão longe, que quando eu saio de casa já ta na hora de
vortá. Então com sua licença...
COSTELINHA: Olha, seu pedreiro... Se um dia o senhor precisar de ajuda pra construir a sua
casinha...
PURURUCA: Se...
COSTELINHA: Se...
RODELA: Se...
LOBO MAU: Se algum dia eu encontrar esse... ”Maravilhoso e Incrível Lobo Mau”... Eu dou o
recado a ele. (Para Pururuca) Toque aqui menino.
(Pururuca recua, mas o Lobo insiste. Os irmãos dão um incentivo. Pururuca decide
cumprimentar o Lobo)
(Lobo sai. Pururuca fica bem bravo. Os irmãos, se despedindo como bobos, acabam esbarrando
nele.)
PURURUCA: Ei! Essa fala é dos Teletubies e não dos três porquinhos!
17
PURURUCA: Vai mesmo.
PURURUCA: Ainda bem que temos a nossa casa pra nos proteger!
(Depois de entrarem, mais alguns trovões. Eles voltam e se agrupam para dançar)
LOBO MAU: Oi pessoal! Tudo bem? Oi amiga! Como vai você? Aparece no bingo! Dá licença
que eu vou chamar na casinha ali, viu? Hô de casa! Abram a porta pra uma velhinha tão
velhinha que parece uma uva passa! Hô de casa!
COSTELINHA: Quem é?
LOBO MAU: Meu nome? Meu nome é... é... Mariana... É... Gertrudes... Hum... Maria!
17
LOBO MAU: Uma só, né? Pergunta idio... Há... é claro uma velhinha só! E aí? São três
porquinhos... Bonzinhos?
OS TRÊS: Sim!!!
LOBO MAU: Há... então me deixem entrar, porque eu ainda não tomeis todas as vacinas, e se
eu pegar essa chuva, eu posso até... Morrer!
LOBO MAU: Hô, meu filho. Eu tenho tanta certeza, mas tanta certeza... que nem dente eu
tenho, ó!
LOBO MAU: Ai!!! Não grita que eu não sou surda! Mal criado!
(O Lobo vai para trás da casinha, porém os porquinhos já haviam preparado uma armadilha.
Pedaços do disfarce voam por cima da casa. O lobo sai correndo, todo estrupiado, e os
porquinhos o cercam, cada um com um porrete.)
LOBO MAU: Pára! Chega! Acabou a palhaçada, porque agora eu to nervoso. Quer dizer que
esse tempo todo, vocês (Para os três) e vocês (para o público)... Sabiam que era eu?
OS TRÊS: Sim!!!!
17
(Cena de perseguição. Os porcos vão atrás do Lobo com os porretes. O Lobo corre pelo público,
grita e faz o maior escândalo. Corre para a floresta, e volta com uma corda. Os três porquinhos,
que foram despistados, nem percebem que o Lobo os está amarrando.)
LOBO MAU: Olha o presentinho, presentinho! Olha o presente! (Vê que prendeu os três).
Peguei? Peguei? Peguei!!!! HAHAHAHAHAHA! “Pegue-ei, pegue-ei, foi mais fácil do que eu
pense-ei”... Agora... Porquinhos... VOCÊS VÃO VER SÓ!!!
OS TRÊS: NÃÃÃÃÃOOO!!!!
LOBO MAU: Bonzinhos? Bonzinhos? Sumam daqui, seus malas! Eu nunca mais quero ver
vocês!
LOBO MAU: Anjinhos? Anjinhos? ANJINHO SOU EU!!! Não sou? O que? Vocês também estão
do lado deles? Há... Bem gente. Essa foi a minha história. Assim aconteceu a minha encrenca.
Sabe qual foi a única coisa que eu aprendi com isso tudo? Que hoje em dia, não vale mais a
pena ser mau! É... A gente apanha, o salário é baixo... E eu ainda fiquei sem almoço. A única
coisa que eu queria agora é a minha mamãe. É... Eu tenho mãe sim! Ou vocês pensaram que
eu era filho de chocadeira? Eu quero a minha mãe! Mamãe! Buáááááááá!
(O Lobo sai correndo chorando. Luzes. Os porquinhos voltam dançando e o lobo passa a cada
momento todo quebrado, fazendo alguma graça.)
NARRAÇÃO: “Hoje quem vê o Lobo na rua, não acredita que ele é mau... Ficou tão
desmoralizado, que estão dizendo que este Lobo... É gato!”
17
Ele estava inteiro
E ficou quebrado
O feitiço virou contra o feiticeiro
Então...
O caldo entornou
Nessa gamela
O lobo que era mau (O que?)
Ficou bonzinho
Foram os três...
Foram os três porquinhos [4x]
FIM
17