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O CHAPEUZINHO VERMELHO

(adaptado por Otávio Augusto)

Um ato e três cenas sem intervalo

PERSONAGENS

DONA CHAPELÃO VERMELHO, a mãe

TINOCO, o anjo da vovozinha

CHAPEUZINHO VERMELHO

O CAÇADOR

O LOBO

DONA QUIQUINHAS, a vovozinha

MORALIDADE

“Aqui se pode ver que as criancinhas


Sobretudo as meninas
Bonitas e graciosas
Fazem mal dando ouvido a todo mundo,
E nem é de admirar
Que um lobo venha comê-las.
Digo um lobo, pois nem todos
São da mesma natureza;
Alguns há de gênio afável
Discretos, sem sinal algum de raiva,
E que, prestimosos e amáveis,
Acompanham as mocinhas
Por escuras vielas, até a casa;
Mas quem nos diz que tão mansinhos lobos
Entre todos não são os perigosos?”

(Do conto de Perrault, O Chapeuzinho Vermelho)


CENÁRIO

Uma casinha tendo ao fundo uma floresta. A casa deve ter telhado, porta e janela,
tudo em tamanho pequeno.

PRIMEIRA CENA

Ouvem-se passarinhos cantando na floresta. Correndo meio esfarrapado e esbaforido,


chega Tinoco.

TINOCO- Dona Chapelão! Dona Chapelão Vermelho! Meu Deus, onde estará esta
senhora?

CHAPELÃO- (Abrindo a janela) Que gritaria é esta? Quem é você?

TINOCO- Meu nome é Tinoco. Sou o anjo da guarda da vovozinha. Corri que não foi
brinquedo!

CHAPELÃO- Anjo da guarda? Assim esfarrapado?!...

TINOCO- Ora, roupa não é documento...

CHAPELÃO- Ok, ok. Que quer você, menino?

TINOCO- A senhora não é Dona Chapelão Vermelho? (Faz um gesto indicando chapéu
grande) Mãe de Chapeuzinho Vermelho? (Indica chapéu pequeno)

CHAPELÃO- Sou, sim.

TINOCO- Pois bem... ai... ai... ai...

CHAPELÃO- (Saindo de casa) Mas o que é que há, menino?

TINOCO- Deixa eu descansar um pouco primeiro, Dona Chapelão. Corri tanto para
chegar aqui depressa e avisar logo a senhora, que não aguento de tão cansado! Ah,
coitada, coitadinha!...

CHAPELÃO- Fale logo, você me põe aflita. Que aconteceu?

(O menino respira forte, sem poder falar de tão cansado.)

CHAPELÃO- Espera que vou te dar um pouco d’água. (Entra e torna a voltar com um
enorme regador) Vamos, bebe logo.

(Tinoco começa a beber e bebe todo o regador.)


CHAPELÃO- Chega, menino! Assim você me arrebenta...

TINOCO- Não arrebento não, Dona Chapelão. Estou mesmo é com sede...

CHAPELÃO- (aflita) E então?

TINOCO- E então o quê?

CHAPELÃO- Oh! Meu Deus! Que é que você tem para me dizer?

TINOCO-(agitado) Ah! É mesmo. Vim aqui para dizer à senhora que é para a senhora ir
lá, que ela está...

CHAPELÃO- Ela quem? Quem mandou você aqui?

TINOCO- A vovozinha, a senhora Quiquinhas.

CHAPELÃO- O que aconteceu à vovozinha?

TINOCO- Ela está doente, coitadinha, tão doentinha... (escuta-se um despertador


tocar) Meu Deus, hora do xarope... hora do xarope... adeus Dona Chapelão. (Sai
correndo)

CHAPELÃO- (atrás dele) Ei, Tinoco, espere! (Volta desanimada) Será verdade o que ele
disse? A vovozinha doente! Preciso mandar Chapeuzinho Vermelho depressa na
frente, enquanto preparo um bolo de fubá que a vovozinha gosta tanto... Mas... onde
andará esta menina? (Chamando) Chapeuzinho Vermelho! Chapeuzinho Vermelho!
(Chamando para fora de cena) Chapeuzinho Vermelho! Chapeuzinho Vermelho!

CHAPÉU- (Entrando em cena) Alguém me chamou! Mamãe?

CHAPELÃO- (Aflita) Ah, aí está você! Onde é que você andava e não me escutou?...

CHAPÉU- Eu estava passeando no bosque... brincando com os passarinhos e as


plantinhas...

CHAPELÃO- Enquanto sua mãe varria a casa, hein?

CHAPÉU- Desculpe, mamãe... eu... eu vou varrer agora mesmo.

CHAPELÃO- Agora você vai é depressa à casa da vovozinha ver o que ela tem,
enquanto eu acabo de preparar o bolo de fubá para ir depois. (Entra na casa e fala da
janela enquanto prepara a cesta.)

CHAPÉU- Que aconteceu à vovozinha, mamãe?

CHAPELÃO- Ela está muito doente.

CHAPÉU- Coitada da vovó. Mamãe, vou dormir hoje com a vovó?


CHAPELÃO- Vai sim. E amanhã cedinho estarei lá.

CHAPÉU- Adeus, mamãe...

CHAPELÃO- Espere, minha filha. Você sabe mesmo o caminho da floresta? Me


promete ir direitinho sem conversar com ninguém?

CHAPÉU- Sim, mamãe. Não converso não, mas...

CHAPELÃO- Mas o quê?

CHAPÉU- Mas e se eu encontrar...

CHAPELÃO- Se você encontrar o Lobo Mau?

CHAPÉU- Ora, mamãe!... O Lobo Mau está presinho atrás das grades do Jardim
Zoológico. Não há perigo! Vou indo, pois a vovó deve estar me esperando. (Vai saindo
sem a cestinha)

CHAPELÃO- Não está esquecendo de nada, Chapéu?

CHAPÉU- Ah, a minha cestinha!

CHAPELÃO- (Entrega-lhe a cestinha) Juízo, hein minha filha... juízo! (Fecha a janela)

CAÇADOR- (Anunciando) Atenção! Fechem suas janelas e portas e não saiam de suas
casas... o Lobo Mau fugiu do Jardim Zoológico!

CHAPELÃO- O queeeê? Chapeuzinho Vermelho saiu agorinha mesmo e vai atravessar a


floresta sozinha!

CAÇADOR- Saiu? Que perigo! Por esta não esperava...

CHAPELÃO- (Ajoelhando dramaticamente) Salvai a minha filha!

CAÇADOR- (Heroicamente) Vou agir agorinha mesmo... (Sai marchando)

CHAPELÃO- (Correndo atrás dele) Me espera... me espera, senhor caçador... também


vou procurar minha filha... (Torna a voltar. Para.) O bolo! (Entra em casa e pega um
enorme bolo. Vai saindo atrás do Caçador, mas para novamente, volta à casa e põe um
enorme chapéu vermelho na cabeça. Sai correndo) Senhor Caçador! Senhor Caçador!
Me espera! Me espera!...

SEGUNDA CENA

Escurece a cena. A casa é retirada. Vê-se apenas uma floresta. Passa Chapeuzinho
cantando – “Pela estrada afora...” etc. Tempo depois ouve-se uma risada na plateia e
surge o Lobo levando uma maleta de viagem escrito Jardim Zoológico. Sobe o
proscênio.)
LOBO- Cheguei! Cheguei à minha floresta! E todos já estão com medo! Vou dar uma
passeada. Quero ver se está tudo normal como antes. (Sai dando gargalhadas
maléficas)

CHAPÉU- (Entrando em cena meia ofegante) Ah, estou tão cansada! Acho que se eu
dormir um pouquinho aqui, não fará mal. (Deixa a cestinha no chão) Mas preciso de
chegar à casa da vovó antes que anoiteça mais. Estou muito cansada. Vou dormir só
um pouquinho, não terá problema... (Vai deitando lentamente. Em seguida, entra o
Lobo)

LOBO- (Farejando) Que cheiro bom! E parece estar perto... que cheiro apetitoso... Oh!
(Dá com a cesta) Uma cestinha cheia de petiscos! Quem será o dono destas
guloseimas? Será de Chapeuzinho Vermelho? (Dá com a menina) É sim. E lá está ela
dormindo... Que delícia vai ser comê-la com batatas fritas e batida de maracujá. Mas é
preciso primeiro não assustá-la. Deixe me ver... (Fica pensativo) Vou fingir que sou um
homem. Ha! Ha! Ha!... (Sai de cena e logo entra com fraque e cartola. Cutuca a
menina.) Ei, garotinha! Você está bem?

CHAPÉU- (Bocejando) Hein? Oi? Meu Deus! Tenho que ir a casa da vovozinha.
Obrigada seu moço! (Saindo)

LOBO- Ei, espere! Ela mora muito longe?

CHAPÉU- Mora na virada da segunda curva. Você vai me levar de carro até lá?

LOBO- Ora, como vou levá-la de carro se nem carro eu tenho? Mas posso te ensinar
um caminho mais curto e sem lobo mau!

CHAPÉU- Bondade sua, Sr. Homem.

LOBO- Olhe. Você vai por ali até encontrar um pé de tangerina. Depois dobre para
onde o Sol se põe, até chegar ao mamoeiro.

CHAPÉU- Adeus, moço. Muito obrigada... (sai)

LOBO- Adeus, menininha... Caiu que nem um patinho! Ha! Ha! Ha! Ha! Ensinei a ela o
caminho mais comprido... Farei farofa de ovo e comerei a vovozinha frita no azeite...
Enquanto à Chapeuzinho, será a minha sobremesa... Ha! Ha! Ha! Ha! (sai)

CAÇADOR- (Sozinho) Vocês viram por aqui um lobo muito fingido e feio? (Espera a
resposta) Viram? Ah! Então lá vou eu também... Ainda pego este bichão. (Sai)

CHAPELÃO- (Passa correndo atrás do Caçador, gritando) Caçador! Caçador!...

TERCEIRA CENA
É a mesma casinha da primeira cena vista por dentro (biombo). É o interior da casa da
vovozinha, que dorme numa cadeira de balanço. Um baú de folha, o retrato do
vovozinho na parede com flores. Fora, a mesma floresta.

TINOCO- (Ainda em fora de cena) O xarope! O xarope! (Entra em casa e pega o xarope)
Vovó! Vovozinha! (Aumentando a voz) Vovozinha! Dona Quiquinhas! Oh! Como é difícil
ser anjo da guarda de gente surda! Não quero parecer um anjo mal educado, mas é
preciso... Não gosto de gritar com ninguém... Dona Quiquinhas!... (Para a plateia)
Querem me ajudar?

(Tinoco senta-se no baú e rege animadamente com os gritos da plateia com a colher de
pau)

VOVÓ- (Acordando) Oh! Sonhei que ouvia todos os anjos do céu cantando...

TINOCO- Anjinhos, sim. Se não fossem estes meninos, nem sei como haveria de
acordar a senhora...

VOVÓ- O quê?

TINOCO- (Servindo o xarope) Nada, vovó; está na hora do seu xarope...

VOVÓ- Não quero mais remédio, Tinoco... (Bebe fazendo careta)

(Tinoco lambe a colher)

VOVÓ- O que eu quero é ir visitar a minha netinha...

TINOCO- (Gritando) Não precisa ir visitá-la, Dona Quiquinhas, pois ela já vem aí... (Sai
para dentro da casa)

VOVÓ- Tinoco, Tinoco, meu anjinho... deixa-me passear um pouco...

TINOCO- (Entrando) Não e não, pronto. Fica aí bem quietinha que eu vou dar uma
volta. (Tira o relógio) Tenho muito tempo. A hora do xarope está longe. Dorme mais
um pouco que sua filha já vem aí. (Começa a balançar a cadeira, saindo bem devagar)

(A vovozinha adormece. O Lobo aparece na janela e diz:)

LOBO- Ha! Ha! Ha! Lá está ela, bem sentadinha na cadeira... (olhando para o lado da
floresta) Quando chegar a menina, que ainda custará uma boa meia hora... então... ai
que delícia! Adorarei comer a velha empanada e depois a neta de sobremesa gelada!
Ha! Ha! Ha!

(Ouve- se o caçador)

LOBO- Não é possível, que perseguição! (Esconde-se)


CAÇADOR- (Bate à porta) Ó de casa! Ó de casa! (Torna a bater) Dona Quiquinhas!

VOVÓ- Alguém me chamou?

CAÇADOR- (Entrando) Fui eu, Dona Quiquinhas... Sou o caçador da floresta!

VOVÓ- Ah! O vendedor da festa? Então vai ter festa na “terceira idade”? Eba! Senta,
meu filho... vou buscar um cafezinho para refrescar um pouco.

CAÇADOR- Não precisa não, Dona Quiquinhas, quero só saber se não passou por aqui
um lobo muito peludo, muito magro, muito feio?...

VOVÓ- O quê?

CAÇADOR- Um LOBO!

VOVÓ- Ah! Bolo! Então o senhor prefere um café com bolo, não é? Está bem, vou
buscá-lo... (Sai resmungando) Vendedor da festa... vendedor da festa...

CAÇADOR- Não é isto não. Oh! Ela é surda. Não adianta insistir. Não há tempo a
perder. O bichão deve estar por aqui, não posso deixá-lo escapar. Esta senhora está
em perigo. Ela precisa de mim. Como cansa ser herói! (Sai de cena)

LOBO- (Entra em cena) Como cansa ser bandido! Ha! Ha! Ha!... (Entra na casa,
examina um pouco e, quando pressente a velhinha voltando, põe apressadamente o
chapéu do caçador na cabeça)

VOVÓ- (Entrando) O bolo já vem aí... (Ri, dá a xícara ao Lobo e senta-se na cadeira.)
Pois é, meu filho, eu estava mesmo precisando de companhia... (Notando que o Lobo é
feio) O senhor está sentindo alguma coisa, Senhor Vendedor? Está com dor?

LOBO- (Perdendo a paciência com a lerdeza da velha) Não sou vendedor e nem tenho
dor nenhuma... Sou o Lobo Mau e vou comer a senhora agora mesmo... (Trepa no baú
e ameaça a vovó com caras horríveis)

VOVÓ- Coitadinho do senhor... Imagino como essa dor o põe nervoso... Vou buscar um
chá de ervas que cura tudo...

(O Lobo rosna)

VOVÓ- Cura... cura tudo, até o nervoso... (Da porta) É uma erva milagrosa que plantei
na minha horta... (Sai) Feio este vendedor, meu Deus! Parece o finado compadre
Gervásio.

LOBO- Esta velha surda me põe maluco! Vou esperá-la aqui detrás da porta e vou
comê-la de uma vez, que minha barriga já está roncando de fome...

(Ouve-se o canto da menina)


LOBO- (Vai à janela) Ora bolas, lá vem a menina! Que diabo, não gosto de comer
sobremesa antes do almoço... Tenho que me disfarçar. Esta menina é tão bobinha!... É
de família... Vai ser fácil. (Enquanto fala, abre o baú de folha e tira um xale da
vovozinha, a touca e os óculos; veste-os e se mete debaixo da coberta, sentando se na
cadeira)

(Chapeuzinho se aproxima-se e para na janela)

CHAPÉU- (Da janela) Vovóoo... Vovozinha!...

LOBO- (Com voz grossa) O que é, minha netinha?

CHAPÉU- (Ainda da janela) Iiiiih, vovó, que voz tão grossa! (Sai da janela e entra na
casa)

LOBO- É que eu peguei um resfriado.

CHAPÉU- Coitadinha!... Olha, trouxe ovos, vinho e queijinho fresquinho de Minas para
a senhora... (Enquanto fala, vai arrumando a coberta do Lobo) Vovó... que pele é essa
tão escura?

LOBO- É que eu tomei muito sol nesta noite passada.

CHAPÉU- Oh! Acho que a vovó está sofrendo da bola... (Dá uma volta em torno da
cadeira, observando-a) Vovóooo... por que a senhora tem essas orelhas tão grandes?
Esses olhos... Esse nariz? (Quase chorando) Ai, ai, e essa boca... (Aproximando-se do
Lobo, olhando bem de perto.) Vovóo, a senhora tem rabo?... (Para a plateia) Vovó não
tinha antes. Então, se ela não tem, só pode ser... (Gritando desesperadamente) O Lobo
Mau!

(Caçador ouve o grito e logo aparece)

LOBO- Sou eu mesmo!

CAÇADOR- (Entrando rapidamente) Seu comedor de crianças, ladrão de passarinhos...


bandido!

(O Lobo levanta-se e os dois ficam em posição de luta. O Caçador pega o Lobo pelas
mãos e as amarram na cadeira com uma corda. O Lobo levanta e tenta desamarrar a
corda. Seus movimentos são tão engraçados que parece que ele está dançando. Neste
momento chega Tinoco.)

TINOCO- O Lo... Lo...

CHAPELÃO- (Entrando em cena e completando a fala de Tinoco) ... bo Mau!

LOBO- (Desamarrado) Sim, sou eu. Vou acabar com vocês!


CHAPÉU- Mamãe! Mamãe! (Corre em direção à mãe com medo)

(O Lobo empurra o caçador que cai no chão e sai correndo de braços abertos para
atacar Tinoco, Chapelão e a menina. Vovó sai de casa e entra na frente do Lobo
cercando- o, achando que é uma dança)

VOVÓ- Ah, é uma nova dança? (Dançando enlouquecidamente) Dois pra lá... Dois pra
cá...

CAÇADOR- (Aproveitando a distração do Lobo, chega por trás e dá várias pauladas nele
até desmaiá-lo) Toma, seu Lobo malvado! Toma!... (O animal desmaia.) Vamos para o
Jardim Zoológico! (Sai puxando o Lobo pelo o colarinho.)

VOVÓ- Espera... espera seu vendedor da festa... espera o cafezinho... (Sai correndo
atrás dele. Volta indignada) Já se foi e nem esperou pelo meu café.

CHAPELÃO- (Para Chapéu) Minha filhinha! Deixa eu ver se você está inteirinha. (Conta
alto os dedos das mãos) Está sim! Que susto, minha filha! (À Vovó) E a senhora,
mamãe? Deixa eu ver. (Também conta alto os dedos das mãos. Tinoco com ciúmes
estende as mãos para Chapelão também contar.) Eu sei que você está inteirinho,
Tinoco. (Eles riem e se abraçam. Em seguida, começam a cantar a clássica música:)

CHAPÉU: Pela estrada afora, eu vou bem sozinha...

CORO: Levar esses doces para a Vovozinha.

CHAPÉU: Ela mora longe e o caminho é deserto...

CORO: E o Lobo Mau passeia aqui por perto.

CHAPÉU: Mas ele foi preso, não há mais perigo...

CORO: (à Chapeuzinho) Ficamos felizes por estar contigo

(Neste momento entram os atores e finalizam o teatro)

~ FIM~

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