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O Fantástico Mistério de Feiurinha

De Pedro Bandeira

COLÉGIO FRANCISCANO SANT’ANNA 2023

Adaptação e direção: Oficinas Teatrais Taís Gauer

1. ESCRITORA - 10. JASMINE –


2. CAIO, LACAIO – 11. ROSAFLOR
3. BRANCA DE NEVE - 12. FEIURINHA -
4. CHAPEUZINHO VERMELHO – 13. MALVADA –
5. CINDERELA – 14. RUIM -
6. RAPUNZEL - 15. PIORAINDA -
7. AURORA - 16. PRINCIPE -
8. BELA - FERA - 17. RAINHA MAE –
9. ARIEL - 18. FADONA –
19. JERUSA –

Voz Escritora: “... e os dois viveram felizes para sempre... “Vocês já notaram? Todas as histórias
maravilhosas terminavam dizendo que a heroína casava-se com o Príncipe Encantado e pronto. Os dois
iam viver felizes para sempre e estava acabado. Mas, afinal de contas, o que significa “viver feliz para
sempre”? Significa casar, ter filhos, engordar e reunir a família no domingo pra comer macarronada? Ora,
quer dizer que a felicidade não é viver mais nenhuma aventura? Nada mais de anõezinhos, maçãs
envenenadas e sapatinhos de cristal? Ah, não pode ser! A vida de casado não pode ser tão chata! Como é
que alguém pode viver feliz sem aventuras? Não é possível que heróis e heroínas tão sensacionais tenham
passado o resto da vida vendo o tempo passar feito novela de televisão! É preciso saber o que acontece
depois do fim! Sabem? Eu sempre tive essa curiosidade e acabei, mesmo sem querer, descobrindo o que
aconteceu no fim de todas essas histórias maravilhosas. E é isso que eu quero contar para vocês. Naquela
época, eu era uma escritora iniciante, com muitas ideias na cabeça e poucas no papel. Vivia observando
as pessoas e a mim mesmo, tentando tudo entender e a tudo transformar em histórias que tivessem
verdade, que tivessem calor, que tivessem graça. Histórias cheias de Paixão, como as aventuras das
heroínas da minha infância. “Era uma vez, há muitos e muitos anos” ... Todas as histórias começavam
assim. Isso quer dizer que todas começaram ao mesmo tempo, não é verdade? E, se todas começaram ao
mesmo tempo, todas terminaram também mais ou menos ao mesmo tempo! Pois foi justamente há
muitos, muitos anos mais vinte e cinco anos, que começou o fantástico mistério de Feiurinha. Naquela
época eu estava extremamente ocupada com minha literatura, quando me entrou pela casa um sujeito
esquisitíssimo.
Escritora - Minha nossa!
Lacaio - Perdão, senhora escritora, se assim invado vosso castelo. Venho em nome de Dona
Branca Encantado!
Escritora - Só posso estar ficando louca! E quem é essa tal Dona Branca Encantado?
Lacaio – Antes de casar-se, o sobrenome da minha patroa era “De Neve”. Mas, depois que se
casou com o Príncipe Encantado, passou a usar o sobrenome do marido...
Escritora - Branca de Neve!?
Lacaio – Isso mesmo. E vim até aqui pedir um grande favor: Salvar os contos de fadas!
Escritora – Eu, salvar os contos de fadas? Como assim?
Lacaio – Bem, vou lhe contar tudo, desde o princípio. Essa história começou quando... (Os dois
saem de cena. Em seguida entram conversando Rainha Mãe e Branca de Neve).
Rainha Mãe - Não precisa agradecer, querida norinha. Como uma boa sogra que sou não poderia
deixar de vir pessoalmente conhecer a minha mais nova netinha.
Branca - É sempre uma honra recebe-la em nosso castelo.
Rainha Mãe - Claro que sim... Bem, agora tenho que ir, ainda preciso fiscalizar, digo, visitar mais
duas noras hoje. Fique bem, querida. Nada de maçãs envenenadas, hein...

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Branca: Adeus, até mais. (Olhando para ver se realmente saiu, respirando aliviada). Agora posso
continuar o meu crochê enquanto o bebê dorme.
Lacaio - Alteza, a Senhorita Vermelho acaba de chegar ao castelo e pede...
Branca - Chapeuzinho! Que ótimo, peça pra ela entrar. Rápido! (Chapeuzinho entra). Querida!
Há quanto tempo! Como vai a Vovozinha?
Chapéu - Branca! (Trocando beijos na face) Um... dois... e três! Pra ver se eu caso. Ai, ai! Sou
uma das poucas neste País das Fadas que não é princesa!
Branca - Sei, Chapéu! A sua história terminou dizendo que você ia ser feliz para sempre ao lado
da Vovozinha e o autor esqueceu de fazer aparecer um Príncipe Encantado no final pra casar
com você. Tadinha, ficou encalhada!
Chapéu - Também não precisa falar assim... Eu estou solteira mas... Quem sabe, não é? (Ficam
olhando-se por um tempo...). Porque você tem esses olhos tão grandes?
Branca - Ora, deixe de besteira, Chapéu!
Chapéu - Desculpe, estou sempre me distraindo com a minha história. Ela é tão linda...
Branca - Até que sua história é passável. Mas linda mesmo é a minha, que tem espelho mágico,
maça envenenada, bruxa, anões...
Chapéu - Questão de gosto... Por falar em gosto... Está na hora do meu lanchinho. (Ela pega a
sua cesta e começa a comer um sanduíche). Quer um pedaço?
Branca - Não obrigada...
Chapéu - Que tal uma maçã?
Branca - Não! Eu detesto maças!
Chapéu - Entendo... (Mudando de assunto) menina, você não imagina o que aconteceu!
Branca - Fofocas, adoro!
Chapéu - O príncipe está no castelo?
Branca - Príncipe? Que Príncipe?
Chapeuzinho - O Príncipe Encantado. Seu marido.
Branca - Não, ele foi à caça.
Chapéu - Vamos ao assunto. Eu falei com Rapunzel Encantado e ela me disse que Feiurinha...
Branca - Feiurinha! Há quanto tempo não a vejo!
Chapéu - Pois é exatamente essa a fofoca: há muito tempo ninguém vê a Feiurinha! Ela
simplesmente desapareceu!
Branca - Será que ela abandonou o seu marido, o Príncipe Encantado e fugiu com outro?
Chapéu - Acho difícil. A essa altura não existe mais nenhum Príncipe Encantado solteiro. Olha
que eu já procurei... Não encontrei nenhum.
Branca - Então, se Feiurinha desapareceu isso significa que ela pode estar correndo risco.
(Pensativas por um tempo). Já sei! Vou convocar uma reunião de todas nós!
Chapéu - Boa ideia!
Branca - Lacaio!
Lacaio - Às ordens, princesa.
Branca - Chamem todas as minhas cunhadas para uma reunião aqui. (Lacaio fica pensativo).
Chapéu e Branca - Depressa!
Voz Escritora: Em contos de fadas, esse negócio de tempo não tem a mínima importância. Por isso, em um
minuto as princesas já estavam chegando ao castelo de Dona Branca.
Lacaio - A Senhora Princesa Cinderela Encantado.
Cinderela - Ai, ai, ai. Esses sapatos de cristal estão me matando. Já estou cheia de calos...
Branca - Que bom que você veio! Fiquei sabendo que você acabou de ganhar outro bebê.
Cinderela - Sim! E na próxima semana eu e o Príncipe vamos fazer bodas de prata.
Branca - Outra coincidência. Eu também. Mas não venha comparar as bobagens da sua história
com as emoções da minha.
Cinderela - Bobagens!? Onde já se viu ficar morta anos e anos ao relento... Quanto mau gosto
do Príncipe seu marido, beijar uma múmia! Isso é coisa de vampiro!
Chapéu - Calma meninas... (Comendo sanduíche)

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Branca - E a sua história, hein? Quer mal gosto maior do que o Príncipe ficar experimentando o
sapatinho de cristal no chulé de todas as mulheres do reino? Eca!
Cinderela - Você não é branca como a neve coisa nenhuma! Você é branca como defunto
fedorento!
Branca - Ora sua... Gata Borralheira!
Lacaio - A Senhora Princesa Aurora Encantado. (Ela entra bocejando)
Chapéu - Aposto que esta daí também vai fazer bodas de prata.
Aurora - Vou mesmo! Como adivinhou?
Chapéu - Intuição feminina.
Aurora - Branca, que história é essa de me chamar com tanta urgência? E bem na hora do meu
sono de beleza? (Antes de Branca responder, Lacaio anuncia mais uma princesa).
Lacaio - hum, hum (Interrompendo) A Senhora Princesa, Bela-Fera Encantado. (Ela entra
bocejando).
Bela-Fera - Uá... Que sono!
Branca - Ah, querida Bela-Fera! Meu lacaio tirou você da cama! Só que bocejos não combinam
bem com a sua história. Combinam melhor com a nossa amiga ali, a Bela Adormecida... (Ela está
dormindo)
Bela-Fera - É que eu não consegui dormir a noite toda. Ontem foi noite de Lua Cheia...
Branca - E o que é que tem isso?
Bela-Fera - É que, nessas ocasiões, meu marido passa a noite toda uivando pra Lua... Vocês
sabem, não é? Acho que ele tem saudades do seu tempo de Fera...
Cinderela - Desse jeito, o seu Príncipe vai acabar virando lobisomem...
Bela-Fera - Ele era lobisomem, sua fofoqueira! Fui eu quem o fez voltar a ser Príncipe!
Cinderela - Aquilo? Príncipe? Não me faça rir!
Lacaio - A Senhora Princesa Rapunzel Encantado.
Rapunzel - Não aguento mais de dor de cabeça! O Príncipe Encantado...
Todas: Que Príncipe!
Rapunzel - O Príncipe Encantado, meu marido. Toda noite ele esquece a chave do castelo e
cisma de entrar em casa subindo pelas minhas tranças. Lá se vão vinte e cinco anos.
Todas - Coitada...
Rapunzel - (senta-se e coloca a bolsa de gelo sobre a cabeça como se fosse um chapéu) Mas o
pior é o ciúme dele! Vive brigando comigo e dizendo que eu ando jogando as tranças pra todo
mundo...
Lacaio - A Senhora Princesa Jasmine Encantado.
Jasmine - Ai, ai... Espero que o assunto seja realmente importante, assim que recebi o recado,
peguei o tapete mágico do príncipe e...
Todas - Que príncipe!
Jasmine - O Príncipe Encantado, meu marido!
Lacaio - A Senhora Princesa Ariel Encantado. (Ela entra com falta de ar).
Cinderela - E você Ariel, está tudo bem com você? (Todas a abanam)
Ariel - Água, por favor!
Todas as Princesas - Lacaio! Água! (Lacaio entrega um como de água para ela beber).
Ariel - Agora sim, estou bem melhor! Já faz tanto tempo que não saio do fundo do mar que...
(Todas riem).
Lacaio – A Senhora Princesa (as princesas não escutam) A Senhora Princesa (novamente não
escutam o lacaio, ele aumenta o tom de voz) A Senhora Princesa!!!!! (Todas olham espantadas
e ele fica paralisado)
Jasmine – Fale de uma vez, não temos todo tempo do mundo!
Lacaio – (respirando fundo) A Senhora Princesa Rosaflor Encantado. (Entra nervosa)
Ariel – Rosaflor querida, você está bem?

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Rosaflor – Estou aflita, sempre que me chamam com urgência penso que pode ser a Moura
Torta. Ouvi dizer que ela ainda não superou o meu casamento com o Príncipe. E se ela me
transformar em pomba outra vez? (todas riem e cochicham)
Chapéu – (tom de voz alterado) Chega princesas! Nós estamos aqui porque a Feiurinha
desapareceu!
Aurora - (Acordando) O que aconteceu?
Ariel - Explique Dona Branca.
Branca - Não sabemos de nada. Ela desapareceu bem desaparecida e pronto.
Cinderela - Que tristeza. Se algum mal aconteceu com Feiurinha isso quer dizer que a felicidade
eterna de qualquer uma de nós pode ser destruída de uma hora para outra!
Rapunzel - É preciso interrogar todos os personagens secundários da história da Feiurinha!
Cinderela - Boa ideia! Vamos repassar toda sua história, sem esquecer nenhum detalhe. Depois
vai ser fácil localizar os personagens secundários. Você começa, Rapunzel!
Rapunzel - Bem... não me lembro direito da história dela... Sabe? É uma história meio boba, não
tem o charme da minha...
Bela-Fera - Ora, deixe de ser presunçosa! A sua história não passa de um monte de baboseira.
Charme tem a minha história, que ...
Branca - Vamos deixar a vaidade de lado. O perigo que nós corremos é muito mais sério. Não há
tempo a perder!
Jasmine - Tem razão, Branca. Comece você então a contar a história da Feiurinha.
Branca - Eu... eu não me lembro direito... Talvez, se você começar, Ariel...
Ariel - Eu também não me lembro da história da Feiurinha...
Rosaflor – Nem eu...
Cinderela: O que vamos fazer agora? Como vamos investigar o desaparecimento sem conhecer
a história da desaparecida?
(Ficam pensativas, depois de um tempo ouve-se o som de trombetas. Entrada da Rainha Mãe).
Lacaio - A Rainha Mãe!
Todas - (Reverenciando) Sogrinha queridinha!
RAINHA MAE - Queridinha? Eu? Sei bem... Vim até aqui saber o que vocês, minhas norinhas,
estão fazendo, quando deveriam estar em seus castelos junto de meus filhos, os príncipes mais
famosos do mundo encantado.
Branca - Pelo jeito nossos maridos aproveitaram muito bem a nossa ausência indo até a sua casa
sogrinha.
Rainha Mãe - Ai, ai, linda norinha! Pra quem come maça estragada você até que falou alguma
coisa descente. Mas digam, o que está acontecendo?
Chapeuzinho Vermelho - Feiurinha desapareceu!
Bela Fera - E se isso se confirmar todas nós estamos correndo risco de desaparecer também.
Todas - Para sempre! (Todas choram)
Rainha Mãe - Então Feiurinha desapareceu? Uma a menos...
Todas - O quê?
Rainha Mãe - Nada, nada.... Descobrir onde foi parar Feiurinha não é tarefa para vocês!
Todas - Não?
Rainha Mãe -Isso é trabalho para quem nos inventa. Agora preciso ir. Tenho mais o que fazer.
Adeus, norinhas... ah, talvez Fadona saiba de algo.
(Todas saem pensativas. Exceto Branca)
Branca de Neve - Fadona? Fadona? Fadona?
Fadona - Branca de Neve, mas que surpresa! Um príncipe!
Branca de Neve - Onde?
Fadona - Querida... Na sua barriga.
Branca de Neve - É menino?
Fadona - Sim, você irá gerar o primeiro príncipe herdeiro. O primeiro dessa geração. Ah, mas eu
sei que você está preocupada com a princesa que sumiu.

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Branca de Neve - Você sabe como que eu faço para encontrá-la?
Fadona - Quem sabe no mundo real alguém se lembre dela...
Branca de Neve - Mundo real?
Fadona - É de lá que vem todas as histórias.
Branca de Neve - Eu quero ir para lá!
Fadona - Isso é muito perigoso, você corre o risco de não conseguir mais voltar.
Branca de Neve - Mas eu preciso ir.
Fadona - Está bem, aqui neste livro está a passagem. O ponto final irá transportá-la para o
mundo real num piscar de olhos (Entra a escritora, em seguida o Lacaio anuncia a chegada das
princesas ao mundo real).
Escritora - Branca de Neve! Então era tudo verdade? E eu pensando que esse Lacaio estava
alucinando...
Branca - É esta a escritora?
Lacaio - Sim, senhora. Só havia esta disponível.
Branca - Pelo jeito ainda não encontrou nada sobre e Feiurinha.
Escritora - Eu... Bem. Estou investigando. Até o momento, pouca coisa... De concreto, nada.
Branca - Feiurinha é uma heroína dos contos de fadas, como eu, Cinderela, Chapeuzinho..., mas
desapareceu. (Nesse momento todas as princesas entraram pela sala).
Fadona – Me desculpe, Dona Branca. Elas insistiram muito! (todas princesas rodeiam e
pressionam a escritora por respostas).
Escritora - Feiurinha! Onde está você? Quem é você, Princesa!
Jerusa - (Entra segurando alguns livros). Feiurinha! Ouvi muito essa história quando criança.
Branca - Quem é você?
Jerusa - Muito prazer, sou Jerusa. estagiária da escritora.
Branca - Jerusa, por favor, conte para nós. Só você pode trazer Feiurinha de volta. (Rapidamente
as princesas acomodam-se para ouvir a história).
Jerusa - Assim fico sem jeito. Bem, a história da Feiurinha é dos antigas. Quem me contou, há
mais de sessenta anos, foi a minha avó, que também ouviu a avó dela contar. A história da
Feiurinha era a minha preferida, com o perdão das princesinhas... Era uma vez, há muitos,
muitos anos, uma menina muito linda que tinha acabado de nascer numa casa muito pobre, mas
cheia de amor e felicidade. A beleza da menina logo foi muito comentada e só se falava nisso
em todos os lugares. Até num lugar distante, feio, escuro, tenebroso, chegou a fama daquele
bebê tão lindo. Naquele lugar, moravam sozinhas três bruxas terríveis: Ruim, Malvada e
Piorainda. Com a ajuda de seus poderes mágicos, rapidamente elas conseguiram raptar a linda
garotinha. (Todos saem de cena)
Malvada - Ah, ah, ah! Conseguimos! (Entrando com o bebê no colo)
Piorainda - Ah, ah, ah! Essa coisinha horrorosa agora é nossa!
Ruim - (aponta para fora das coxias) Os pais vão despertar daqui a pouco, Malvada. O que a
gente faz?
Malvada - Vamos levá-la até nossa casa. Mas antes temos que encontrar um nome apropriado.
Piorainda - Um nome digno de sua feiura. Já sei! Ela vai chamar-se Feiurinha!
Ruim - Feiurinha! Ótimo! Feiurinha é perfeito!
Malvada - Feiurinha! Feiurinha! Ah, ah, ah! Como nós somos terríveis!
Jerusa - As bruxas levaram a menina para um lugar muito longe, onde nem gente ou bicho teria
coragem de ir. O tempo passou e a pequena se tornou uma linda jovem, porém as bruxas a
maltratavam e a faziam acreditar que ela era o pior e o mais feio ser já existente no mundo.
(Todos dão voltas ao redor de Feiurinha, xingando, beliscando).
Malvada - Ai, ai, Feiurinha, o tempo passou e você não seguiu os meus conselhos de beleza.
Piorainda - Você é um horror! Nariz retinho, dentes brancos!
Ruim - Você deveria se envergonhar! Olha esse cabelo liso!
Malvada - Ela tem cheiro de flores, eca!
Bruxas - Feiurinha! Feiurinha! Feiurinha! (Vão saindo, ela fica sozinha com seu cachorro).

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Feiurinha - Ai amigo, vamos comigo buscar água. Como sou infeliz! Minhas tias até tem razão
de brigar tanto comigo. Como podem elas viver com alguém tão horrorosa como eu? (Ela larga
o cachorro na coxia. Entra o Príncipe)
Feiurinha - O que é isso! Quem é você?
Príncipe - Por favor! Não fuja! Passei anos ao seu lado, sonhando com esse dia. Eu sou um
príncipe Encantado que foi transformado em cachorro pelos bruxos. Sua beleza me libertou da
maldição. Você é o anjo mais lindo da terra. Elas sim são um horror!
Feiurinha - Tem certeza?
Príncipe - Você vai ver Feiurinha. Espere-me. Vou voltar para o reino para retomar todas as
posses e logo virei busca-la! Seremos felizes para sempre!
Feiurinha - Para sempre, meu Príncipe. (Feiurinha fica feliz, cantarolando e dançando no placo,
os bruxos espiam e desconfiam do comportamento de Feiurinha).
Ruim - Onde está o cachorro Feiurinha?
Feiurinha - O cachorro? Não sei...
Malvada - Então você desenfeitiçou o cachorro.
Ruim - Nós já esperávamos por isso!
Piorainda - Era o que queríamos!
Feiurinha - Como? Ele me disse que foram vocês que o transformaram num cachorro.
Malvada - Não Feiurinha! Na verdade nós não somos bruxas! Somos fadas e vamos te ajudar.
Feiurinha - Que bom! Então vocês vão ficar muito felizes em saber que o Príncipe prometeu
casar comigo.
Malvada - Mas que maravilha! Então precisamos preparar você para o casamento. Ruim,
Piorainda, tragam as suas vestes.
Ruim e Piorainda - É pra já!! (Música de terror/suspense. As bruxas transformam Feiurinha em
um ser tão horroroso quanto elas mesmas).
Feiurinha - Socorro! O que está acontecendo comigo?
Ruim - Agora você é uma de nós.
Piorainda - Agora você tem verrugas! (Som de corneta)
Todas - O Príncipe!!! (As bruxas se ajoelham)
Príncipe - Suas bruxas malvadas! Onde está a Feiurinha?
Feiurinha - Sou eu, elas me transformaram numa bruxa.
Malvada - Não acredite nela! Sou eu!
Ruim - Sou eu, claro que sou eu!
Piorainda - Não! Eu sou a Feiurinha! (As três brigam)
Príncipe - Suas ruindades! Eu vou cortar a cabeça de todas com a minha espada.
Feiurinha - Não faça isso. Elas são ruins, mas me criaram desde criança e eu não quero mal a
elas.
Príncipe - Só pode ser você a Feiurinha! Só um coração generoso teria essa ideia. O que eles
fizeram com você?
Feiurinha - Elas me enfeitiçaram e disseram que eu nunca voltarei a ser como antes.
Príncipe - Então vocês não sabem dos poderes da minha espada de prata! (Ruim e Malvada
empurram o Príncipe, ele deixa cair a espada de prata. Feiurinha pega a espada e lança para o
alto)
Bruxas - A espada de prata, não! (Som de trovão, As bruxas saem se arrastando. Feiurinha sai
para as coxias volta sem o feitiço).
Príncipe - Venha comigo, Feiurinha. Seus pais estão lhe esperando e meu reino está preparando
uma linda festa de casamento.
Jerusa - E assim eles foram...
Todas - (suspirando e chorando): Felizes para sempre! Princesas unidas jamais serão vencidas!
Rainha Mãe - (Entrando) serão vencidas sim, se vocês não voltarem agora mesmo para o mundo
encantado!
Branca - Sogrinha! Você por aqui?

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Rainha Mãe - Vim até aqui para dizer que o trabalho de vocês foi... (Suspense) ótimo! Estão de
parabéns! (Todas abraçam a Rainha). Mas está na hora de voltarem. Meus filhinhos estão
sentido muito falta de vocês. E os bebês também!
Todas - (Desesperadas): Os bebês! Fadona! Fadona!
Fadona - Estou aqui, princesas! Desejam voltar, não é mesmo?
Chapéu – Elas sim, eu até gostaria de ficar por aqui.
Fadona – Lamento informar que é meu dever de Fadona levar todas de volta, querendo ou não.
Cinderela – Isso mesmo, já está mais do que na hora de voltarmos ao mundo encantado.
Fadona - O ponto final. Ele levará vocês de volta em um instante.
Branca - Já estamos indo. Mas antes precisamos dizer uma coisa:
Todas - Obrigada Jerusa!
Jerusa - De nada princesas, foi uma honra.
Todas - Adeus... (Todos saem. Ficam Jerusa e escritora)
Escritora - Parabéns Jerusa, você fez um ótimo trabalho. Está contratada!
Jerusa - Puxa, muito obrigada. Talvez algum dia eu seja uma grande escritora. Assim como você!
Escritor - Tenho certeza que será! Agora vamos, temos uma linda história para reescrever.

FIM

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