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SUPORTE EM SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE COVID-19

Guia de cuidados aos profissionais da saúde

PROF° LUCAS ROCHA


O que é doença mental? E saúde mental?
Doença Mental
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo
com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências
sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no
sistema de produção, a postura sexual, etc. Medicamente, entretanto, Doença
Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação
esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social,
ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.
Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico,
mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num
critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e mal-
estar
Quanto a forma de manifestação

Há duas classificações básicas de doenças mentais:

A.Neuroses
B.Psicoses

A - Neurose é chamada neurose toda a psicopatologia leve, onde a


pessoa tem a noção (mesmo que vaga) de seu problema.
por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento
psicológico, ou psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada.
Existe inúmeras classificações menores; para citar algumas temos:
1)TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo: é a repetição de algum ato diversas vezes ao dia, não
controlável e causador de grande ansiedade;

2)Síndrome do pânico: causa grande aflição, e medo perante alguma situação.


3)Fobias: é o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados (claustrofobia), medo de
água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc.
4)Transtornos de andiedade: o indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de realizar algo,
ou muitas vezes nem realizá-lo. É comum em pequena escala na maioria das pessoas, porém seu
excesso é denominado como patológico.
5)Depressão: também chamada de distimia, ou depressão maior. Se caracteriza por intenso retraimento
e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suícidio.
6)Síndrome de burnout: é a conseqüência de um grande estímulo estressor, como conflitos no trabalho
ou família. Causa apagamento e falta de vontade.

Obs: FREUD citou, em uma de suas obras, que todas as pessoas têm um pouco de neurose em si.
É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico.
TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que se caracteriza pela
presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Entende-se por obsessão pensamentos, idéias e
imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir
sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por
algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas que
ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível
pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são
realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida
da família inteira.

Classificação

Existem dois tipos de TOC:

a)Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não
atrapalham a vida da pessoa;

b)Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que
alivia a ansiedade.
Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial.
Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que
utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis
causas desse distúrbio de ansiedade.

Sintomas

Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam
o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à
realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa. Preocupação
excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras, indecisão
diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma
desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de
sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Frequência

Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de
certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno
obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais
frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.

O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da
recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não
medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera
ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os
dois tipos de abordagem terapêutica.
Recomendações

* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se ele se repete a ponto de
prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa
de tratamento;
Síndrome do pânico

A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do


pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente
inesperadas de medo e desespero. A pessoa tem a impressão de que vai morrer
naquele momento de um ataque cardíaco porque o coração dispara, sente falta
de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do pânico sofre
durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a
menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco
dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do
paciente fica seriamente comprometida.
Sintomas físicos de uma crise de pânico
Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente (apesar
de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma
"coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de
aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em detrimento de outras
partes do corpo, incluindo os orgãos sexuais. Eles podem incluir:

✓Contração / tensão muscular, rijeza


✓Palpitações (o coração dispara)
✓Tontura, atordoamento, náusea
✓Dificuldade de respirar (boca seca)
✓Calafrios ou ondas de calor, sudorese
✓Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade
✓Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está
impotente para evitar tal acontecimento
✓Confusão, pensam
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais angustiantes que
podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá outras (se não tratar). Quando alguém
tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.

Tratamento

Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que se introduza um
tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através
de medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos pacientes. Numa segunda etapa
prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos
estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se
priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser
realizada com esse objetivo.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É importante que a
pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este mal e que queira fazer uma boa
"aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos superarem todas as adversidades que poderão surgir
na busca do seu equilíbrio pessoal.
Fobias (transtornos fóbico-ansiosos)

O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para proteger o indivíduo do perigo

. Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de escapar rapidamente para um local
seguro (em geral a própria casa). A pessoa pode ter medo de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de lugares onde
há; multidões, de viajar sozinho. Muitas pessoas referem um medo aterrorizante de se sentirem mal e serem abandonadas sem
socorro em público. Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o transtorno de pânico.

2.Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas que se encontram em grupos pequenos. Isto pode
acontecer em reuniões, festas, restaurantes e outros locais. Muitas vezes elas são restritas a uma situação, como por exemplo,
comer ou falar em publico, assinar um cheque na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto.
Muitas pessoas apresentam também baixa auto-estima e medo de criticas. Usualmente a pessoa nessas situações apresenta
rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode isolar-se completamente do convívio social.

3.Fobias especificas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma situação ou objeto altamente
específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços
fechados (claustrofobia), doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia depende do
tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.
Tratamento

O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com psicoterapia. Os


medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos antidepressivos; os ansiolíticos também são
freqüentemente indicados. A psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que podem agravar ou
perpetuar os sintomas fóbicos.

Transtornos de Ansiedade

Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de ansiedade.
Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça
acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.

Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social,
Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada. É
comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de
transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão. No geral,
os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.
Estresse Pós Traumático:

Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência


que tenha sido muito traumática. Por exemplo, depois de ter sido
assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, ter medo de sair na
rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a
ansiedade diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências.
Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais tempo ou
reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado
como Estresse Pós Traumático.
Distúrbio de Ansiedade Generalizada:

Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida.


Este estado aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes
sintomas: irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e
humor deprimido.

Sinais e sintomas

A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em
excesso, palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade
em alterar-se. Esses
sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses.
É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um
esgotamento na saúde física e mental do indivíduo.

Tratamento

O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-


se necessário o uso de medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por
um determinado período. A maioria das pessoas experimenta uma
acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a
oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional
experiente.
Depressão

A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada,
perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou
cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações
que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais
de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda. A depressão pode
afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode
conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.

A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da


capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão pode
durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma
doença crónica. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.
Fatores de risco
✓Pessoas com episódios de depressão no passado;
✓Pessoas com história familiar de depressão;
✓Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda
a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e
pós-menopausa;
✓Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de
alguém próximo;
✓Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma,
com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA,
fibromialgia, cancro e outras doenças;
✓Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo,
pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
✓Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
✓Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem
stress;
✓Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
✓Pessoas idosas.
Sintomas da depressão
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada,
muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.

Os sintomas mais comuns são:

✓Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);


✓Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
✓Fadiga, cansaço e perda de energia;
✓Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de
incapacidade;
✓Falta ou alterações da concentração;
✓Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
✓Desinteresse, apatia e tristeza;
✓Alterações do desejo sexual;
✓Irritabilidade;
✓Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Causas da depressão

As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há fatores que influenciam o
aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a
perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar
obstáculos, etc.

Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois para o doente
poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse fator durante o tratamento.

Diagnóstico

Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos sintomas bem como
pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar. Não existem meios
complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o
diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso, um médico psiquiatra faz o diagnóstico e a orientação terapêutica (o
medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo
específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).
Tratamento
Normalmente, através do uso de medicamentos, de
intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas.
As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis
nas situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem
como em associação com medicamentos nas situações
moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento
das depressões são designados por antidepressivos.
Síndrome de burnout

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por
Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Sua principal característica é o estado
de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas
desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento
interpessoal direto e intenso.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários,
bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

Sintomas

O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em
atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor,
irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa
autoestima.
Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma,
distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome.

Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no
trabalho.

Tratamento
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento
também ajudam a controlar os sintomas.

Recomendações
*Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de
descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de
burnout;
*Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão
não é um bom remédio para resolver o problema;
B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes chamam, a loucura,
propriamente dita.
Pode ser classificada de três formas:

A)pela manifestação,

B)pelo aspecto neurofisiológico,

C)pela intensidade

A - Manifestação: se divide em dois tipos principais:

a)Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de perseguição, as alucinações, entre outros.
Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia paranóide, a esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica), a esquizofrenia
simples, a catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;

b)Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em pouco espaço de tempo, para o
lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também
conhecemos este transtorno como psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo
perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo.
B - Aspecto neurofisiológico:

1)Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas ligações.

2)Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do cérebro, ou em mudanças fisiológicas e estruturais.
C - Intensidade:

Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em:

3)Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo e fora da realidade. É necessária observação
psiquíatrica constante, pois o doente oferece risco para si, para outros e para o patrimônio.

4)Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe em risco os outros e sua vida. Este estágio é
permanente, e resulta de algum caso onde não há cura.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. Sua freqüência na população em geral
é da ordem de 1 para cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se que há
cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual
proporção homens e mulheres, em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-30
anos.
Sintomas

A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico. Os principais sintomas são:
2.1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se acha perseguido ou observado
por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.alucinações: são
percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O
paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão
ordens de como agir em determinada circunstancia. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer
também na esquizofrenia.

3.alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente
difícil de compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou
que pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela.

4.Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstancias, ficando
indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em
relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente que o
cerca.

5.Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas
do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade,
desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo
da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes
subtipos da doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde
aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações,
intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.

Causa da esquizofrenia

Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma


importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem
chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado,
não se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p.
ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros) que possam alterar
o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação parecem ter
importância na doença. Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como
tomografia computadorizada e ressonância magnética mostram que alguns pacientes
tem pequenas alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho de algumas
áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais,
particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença.
Diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das


manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de
laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia,
eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da
doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem
apenas para excluir outras doenças que podem apresentar
manifestações semelhantes à esquizofrenia.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração
do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens:
medicamentosa e psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com
remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na
fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos
períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos
pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas
crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas;
o médico procura manter a medicação na menor dose possível para evitar
recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais.
Unidades básicas de saúde:

• As ações de saúde mental desenvolvidas nas UBS caracterizam-se como de


atenção primária, integrando a profilaxia e tratamento dentro do limite de atuação
e complexidade.

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS):

• São estruturas terapêuticas intermediárias entre a hospitalização integral e a vida


comunitária.
•É uma forma de assistência do SUS.
•Os CAPS tem como objetivos:
estímulo à participação de atividades produtivas dentro e fora do centro, buscando
a reinserção profissional.

-promoção de eventos culturais e/ou recreativos, produzindo espaços para trocas


entre usuário, familiares e comunidade.
Lares abrigados:
• São locais onde pode viver ou morar um grupo de portadores de transtornos mentais num clima familiar, sob
tutela de uma equipe assistencial.
• São totalmente integrados à comunidade.
Equipe terapêutica:
• É composta por aqueles profissionais encarregados do tratamento de um grupo de pacientes.
Membros da equipe terapêutica:
• Enfermeiro
• Assistente social
• Terapeuta ocupacional
• Psicólogos
• Psiquiatras
• Técnicos de enfermagem
• Professor de educação física
• Musico terapeutas
• Artistas plásticos
• Fisioterapeutas
• Fonoaudiólogos
• Nutricionista
Para atuar junto ao doente mental, os membros da equipe devem::
• Gostar da profissão e da especialidade;
• Ter maturidade emocional;
• Ser sensível às necessidades do outro;
• Ter discernimento;
• Ter percepção aguçada;
CUIDADOS COM A SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA
A Organização Mundial da Saúde conceitua saúde mental como um estado de bem-estar no qual a pessoa percebe
suas habilidades, é produtivo em suas atividades de trabalho, consegue manejar o estresse da rotina diária e tem a
capacidade de trazer contribuições positivas para a sua comunidade. Sendo assim, pensar no cuidado a saúde mental
implica considerar o indivíduo como um ser composto pelas dimensões física, psicológica, social e espiritual, que, ao
interagirem entre si, constroem formas de lidar com as situações de crise que se apresentem no decorrer de sua vida.
Aqui é fundamental enfatizar a importância desses recursos de enfrentamento para aqueles que desempenham
atividades de trabalho na área de saúde, tendo em vista que crises são frequentes nesse cenário.

O contexto de atuação dos profissionais de saúde é permeado por


experiências de perdas, estresse, ansiedade e medo que podem ou
não trazer importantes impactos a vida psicológica desses
profissionais. Logo, torna-se imprescindível cuidar da saúde
mental desses sujeitos a fim de prevenir ou diminuir sofrimento
psíquico e o aparecimento de manifestações psicopatológicas.
Diante da pandemia do COVID-19 e da sua gravidade, das
repercussões psicossociais relacionadas a doença e da natureza
do trabalho realizado pelos profissionais que se encontram na
linha de frente, tais cuidados devem ser constantes e ter a sua
necessidade e próprios trabalhadores da quanto pelos gestores.
Emocionais

REAÇÕES MAIS FREQUENTES DIANTE DA EPIDEMIA


Medo. Pode se ter medo de adoecimento e morte,
da perda de pessoas queridas, de ser separado de
cuidadores, ser estigmatizado e excluído socialmente,
transmitir o vírus a outras pessoas, perder os meios
de subsistência e não receber auxílios financeiros, de
não serem garantidas as necessidades básicas,
dentre outros; Comportamentais

Sentimentos de impotência e vulnerabilidade Alterações ou distúrbios do apetite e do sono;


relacionados ao avanço do vírus, a inexistência de
cura até o momento, a instabilidade das deliberações Conflitos interpessoais;
institucionais (imposta pelas alterações constantes
nas estratégias de enfrentamento que a pandemia Aumento dos atos agressivos e da ocorrência de
impõe), maior limitação de autonomia no ambiente violência contra o outro e contra si mesmo;
de trabalho e nas relações, e, especialmente aos
profissionais de saúde, maior exposição ao vírus; Atos compulsivos desencadeados por
pensamentos
Irritabilidade devido ao aumento do estresse e obsessivos;
especificidades do trabalho;
Letargia ou agitação;
Angústia que poder ter relação com o constante
estado de vigilância e alerta, insuficiência de Crises de pânico.
informações e descontrole sobre a situação;

Tristeza relacionando-se ao isolamento, às perdas, ao


sentimento de desamparo, à solidão e a capacidade
reduzida de recorrer ao social em decorrência de
longas jornadas de trabalho.
Transtornos psíquicos imediatos
Episódios depressivos;

Crises ou agravamento do transtorno de ansiedade; Estresse agudo transitório.

Efeitos tardios
Luto patológico;

Transtornos de adaptação;

Manifestações de estresse pós-traumático;

Abuso do álcool e/ou outras substâncias psicoativas; Transtornos de humor.

OBS.: As reações psíquicas são consideradas normais, pois estamos no momento inicial do enfrentamento e o desconhecido
provoca a necessidade de adaptação. Porém, caso não hajam intervenções preventivas, essas reações podem evoluir para o
desenvolvimento de quadros psicopatológicos.

Nem tudo está perdido, podemos pensar em algumas


ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Autocuidado - Lembre-se de descansar entre os turnos e, caso necessário, faça pausas também durante o expediente.
De preferência, em um local tranquilo. Além disso, é importante manter uma boa alimentação e hidratar-se.

Evite hábitos prejudiciais - Cuidado com o uso abusivo de tabaco, bebidas alcoólicas e outras drogas como forma de
fugir da angústia.

Converse com os colegas - É fortalecedor trocar experiências e compartilhar vivências com os outros profissionais que
estão passando por situações semelhantes.
Não se isole - Algumas pessoas podem se afastar de profissionais de saúde por medo de contaminação,
compreenda que se trata de algo passageiro e mantenha contato, mesmo que à distância por meios virtuais,
com familiares e amigos.

Compartilhe o cuidado - Sempre que possível, estimule ações de cuidado compartilhadas, pois assim evita se
sobrecarregar e gera uma sensação de pertencimento social.
Pratique a Resiliência - Reflita sobre as dificuldades enfrentadas e o que pode aprender com elas, ressignifique sua experiência!

Exercício de respiração e meditação - Em momentos de maior ansiedade ou estresse algumas técnicas podem trazer bastante bem
estar, segue uma delas:
Primeiro encontre um local tranquilo e confortável, sente-
se com as mãos próximas ao umbigo.
Inspire pelas narinas enchendo os pulmões de ar e conte mentalmente até 4
Segure o ar contando até 2
Expire devagar pela boca, contando até 6, esvaziando
totalmente os pulmões e a barriga.
Faça esse exercício durante 5 minutos.

Retome estratégia de enfretamento já utilizadas em crises anteriores - Recorra às habilidades que você usou no passado e que o
ajudaram a gerenciar as adversidades da vida. Tente perceber o que pode aprender com tudo o que está passando, descubra qual o
seu melhor jeito de passar por tudo isso e lembre-se que isso não durará para sempre.
Cuide de seu corpo: - Atividades físicas e alongamentos são importantes para evitar estresse e diminuir a ansiedade. É possível
realizar atividades antes praticadas, adaptando-as ao ambiente domiciliar. Incluir essas atividades na rotina diária fará diferença na
saúde física e mental.
Evite excesso de informações - consumir muitas notícias de diferentes
fontes o tempo todo pode disparar sua ansiedade e te levar a um
estado mental de constante alerta. Tente se informar apenas de uma a
duas vezes, de preferência, não faça isso após acordar ou antes de
dormir. Filtre conteúdos e imponha limites quanto a sua exposição a
informações que alterem seu estado de humor.
Realize atividades que produzam tranquilidade - O medo, pânico e
estresse não ajudam individualmente nem coletivamente. Realize
atividades que te tranquilize, escute uma boa música, faça um curso
online, leia aquele livro esquecido ou assista aquela série que te
recomendaram, faça coisas que gosta.

Estabeleça uma rotina - Pessoas que podem fazer escolhas e decidir


sobre sua rotina diária, que têm acesso a atividades estruturadas e uma
rotina estão mais propensas a lidar melhor com diminuição de
autonomia. Por isso, crie uma rotina de trabalho e autocuidado. Procure
realizar atividades prazerosas e significativas, isso ajudará o dia a
acontecer de um jeito mais organizado e tranquilo.

Mantenha sua fé e atividades religiosas e/ou espirituais,


caso façam parte de sua rotina - São atividades importante
para sua saúde mental, mas nesse contexto elas precisam ser
mantidas longe de aglomerados e espaços fechados. Cuidar
do outro/do próximo é também cuidar da sua saúde e bem
estar coletivo.
Principais objetivos de um atendimento de emergência

1. Estabilização do Quadro;
2. Hipóteses diagnósticas;
3. Exclusão de causa orgânica
4. Encaminhamento.

5. Estabilização do quadro
Abordagem + Controle (verbal, medicamentoso e físico) simultaneamente – os demais processos de atendimento vão se
desenvolvendo (história, exame do paciente)

2. Hipóteses diagnósticas
Idéia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de ansiedade, de personalidade (hipótese provisória) –
referência para a condução do atendimento.
3.Exclusão da causa orgânica Exames laboratoriais de imagem Indícios de causa
orgânica:
História do paciente; Exame físico;

Exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orientação e


memória).
4. Encaminhamento
Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo. Estabilização do Quadro + Controle de
risco – Sequência do tratamento

Local de atendimento da emergência psiquiátrica


Com maior privacidade possível – facilita que o paciente fale livremente; Evitar exposição física e moral.

Seguro – acesso a materiais cortantes ou que possam ser utilizados para agredir.
Paciente com risco de violência:

Acesso de outros profissionais de saúde e de segurança;


Ficando sozinho – manter a porta do consultório aberta e permanecer perto dela; Ser prudente.
Se possível saber com antecedência que tipo de paciente será atendido : Preparação do material para a
contenção mecânica;
Medicação – agitação motora; Suporte de pessoal para o atendimento

Serviços diagnósticos e auxílio de outros profissionais


1. Paciente deprimido grave

Sempre indagar sobre idéias suicidas

- falar sobre ideação ou tentativa de suicídio = alívio para o paciente;


-falar sobre suicídio não vai “dar uma idéia” para ele se matar. Maior privacidade possível, com tempo para uma
avaliação adequada

Na tentativa do suicídio: tentar reconstruir eventos que o desencadearam.

2. Tentativa de suicídio

Quem tenta suicídio nem sempre quer morrer:

Pode ser para que os outros sintam pena e culpa;


Mostrar o quanto está desesperado; Influenciar outras pessoas a mudar de idéia;

Escapar de um sofrimento psíquico muito grande;

Buscar ajuda;
Testar se alguém gosta dela; Escapar de uma situação intolerável.
Paciente psicótico
Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado em uma percepção inadequada e persistente do mundo
externo (alucinações e delírios), com ausência de juízo crítico ou com conduta intensamente desorganizada.

Manejo
Atenção às possíveis interpretações delirantes do próprio papel do médico, dos objetivos das perguntas feitas e da conduta;
Linguagem clara e frases curtas, explicando na medida do possível os procedimentos a serem realizados e o fato de que tudo está
sendo feito para ajudá-lo;
Entrevista com a família – esclarecer a extensão do problema, o comprometimento funcional do paciente, os riscos existentes.

Principais dificuldades
Não adesão ao tratamento farmacológico; Falta de crítica;
Falta de suporte familiar e social; Agitação motora.
Atitudes alucinatórias – inquietação.

Possíveis agressões

Geralmente mais voltadas aos familiares;


Geralmente para se defender (delírio) – Internação/encaminhamento
Paciente violento

Pacientes podem estar violentos por muitas causas e razões – tentar determinar a causa (relação com o contexto em que se
expressa) – tratamento.

Situações mais comuns:


Transtornos mentais – delirium e intoxicação/abstinência de drogas;

Transtornos cerebrais – epilepsia (alterações dos lobos frontal e temporal); Transtornos de personalidade – anti-

social, paranóide e borderline; Transtornos psicóticos – esquizofrenia, psicose puerperal

Preditores de comportamento violento

O próprio comportamento do paciente durante a consulta;

História de consumo de álcool ou drogas excessivos; Histórias de atos violentos;

História de abuso na infância;

Baixa tolerância a frustrações, baixa auto-estima, impulsividade.


Manejo
Deixar o paciente falar livremente, sem pressioná-lo com muitas perguntas; Não ser confrontativo e nem negar a
gravidade da situação;

Deve-se ser claro, firme e conciso nas suas intervenções, mover-se calmamente e manter suas mãos em local visível pelo
paciente;

Não tocar o paciente ou realizar movimentos bruscos.


Técnica de contenção mecânica
Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente; A faixa utilizada deverá ser de material
resistente;

Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;

Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de droga ou arma; Monitorização frequente em

relação ao nível de consciência e aos sinais vitais;

Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrado adequadamente no prontuário médico;


Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas.

Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;


Indicações de internação psiquiátrica

Risco de suicídio;
Risco de agressão;
Risco de homicídio;
Autonegligência grave;
Patologia de difícil controle em ambulatório;
Paciente sem suporte familiar;

Piora dos sintomas.

Sigmund Freud
SAÚDE: É O COMPLETO BEM ESTAR FISICO, MENTAL E SOCIAL. (OMS)

END

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