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Terapia do Esquema

Prof. Daniel Constantino Cunha


TCC

Teorias/Abordagens
• As teorias não descrevem o que existe (a realidade),
• mas são descrições de fenômenos (interação entre fenômenos) que
servem como suporte para compreensão e intervenção da realidade.

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TCC

Terapia do Esquema

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TCC

Terapia do Esquema
• A terapia do esquema é uma proposta de terapia inovadora e
integradora, desenvolvida por Young e col. (1990), que amplia
significativamente os tratamentos e conceitos cognitivo-
comportamentais tradicionais.
• Mescla elementos das escolas:
• cognitivo-comportamental,
• de apego,
• da gestalt,
• de relações objetais,
• construtivista e
• psicanalítica
• em um modelo conceitual de tratamento rico e unificador.
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Terapia do Esquema
• A TE é especialmente adequada para pacientes difíceis (crônicos).
• A TE pode ser breve, de médio ou de longo prazo, dependendo do
paciente.
• Ela amplia a TCC tradicional ao dar ênfase muito maior à investigação
• das origens infantis e adolescentes dos problemas psicológicos,
• às técnicas emotivas,
• à relação terapeuta-paciente e
• aos estilos desadaptativos de enfrentamento.
• TE volta-se ao tratamento dos aspectos caracterológicos dos
transtornos, e não aos sintomas psiquiátricos agudos (como
depressão grave ou ataques de pânico recorrentes).

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Da Terapia cognitiva à Terapia do Esquema


• A Terapia Cognitiva tem se mostrado eficaz no tratamento dos
transtornos do Eixo 1 (transtornos de humor, ansiedade e uso
excessivo de álcool e drogas).
• Geralmente, os tratamentos são de curto prazo (em torno de 20
sessões).
• concentram-se:
• na redução dos sintomas,
• na formação de habilidades e na solução
• de problemas atuais na vida do paciente.

• Mas há exceções. (Recaídas, problemas caracterológicos, vagos)

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Pressupostos da TCC tradicional descumpridos por pacientes caracterológicos


• Cumprimento do protocolo de tratamento pelo paciente.
• (reduzir sintomas; desenvolver novas habilidades; resolver problemas;
motivação para a mudança; realização das atividades, etc. X lamento e
desabafo).
• Com pouco treinamento, pacientes acessam suas cognições e
emoções e as informam ao terapeuta.
• Os pacientes são capazes de mudar seus comportamentos e
cognições problemáticos por meio de práticas como análise empírica,
discurso lógico, experimentação, exposição gradual e repetição.
• Pressupõe que os pacientes possam desenvolver uma relação de
colaboração com o terapeuta em algumas poucas sessões.
• Supõe-se que o paciente tenha problemas-alvo prontamente
discerníveis.
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Esquemas Desadaptativos Remotos


• Definição:
• um tema ou padrão amplo, difuso;
• formado por memórias, emoções e sensações corporais;
• relacionado a si próprio ou aos relacionamentos com outras
pessoas;
• desenvolvido durante a infância ou adolescência;
• elaborado ao longo da vida do indivíduo;
• disfuncional em nível significativo.
• Síntese: os esquemas desadaptativos remotos são padrões
emocionais e cognitivos autoderrotista iniciados em nosso
desenvolvimento desde cedo e repetidos ao longo da vida.

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Elementos Constituintes
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Esquemas Desadaptativos Remotos – Pontos Importantes


• Esquemas são diferentes das respostas de enfrentamento.
• Esses comportamentos são “provocados” (influenciados) pelos esquemas, mas
não fazem parte do esquema.
• Coerência cognitiva
• Necessidade instintiva que os seres humanos tem de coerência.
• O esquema é o que o indivíduo conhece. Embora cause sofrimento, é
confortável e familiar, e ele se sente bem.
• As pessoas se sentem atraídas por eventos que ativam seus esquemas.
• Por isso, são tão difíceis de mudar.
• Os esquemas são dimensionais: têm diferentes níveis de gravidade e
penetração.
• Quanto mais grave o esquema, maior é o número de situações que podem
ativá-lo.
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Esquemas Desadaptativos Remotos – Pontos Importantes


• Young sugere que os esquemas estão presentes em populações não
clínicas, mas que se tornam exagerados e extremos em populações
clínicas.

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Temperamento
• Cada criança tem um temperamento singular desde o nascimento.
• “Bases biológicas da personalidade”
• Lábil < > Não-reativo
• Distímico < > Otimista
• Ansioso < > Calmo
• Obsessivo < > Distraído
• Passivo < > Agressivo
• Tímido < > Sociável

• Temperamento e interações (eventos; pessoas; etc.) influenciam no


desenvolvimento dos esquemas.
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Necessidades emocionais fundamentais


• Esquemas surgem das necessidades emocionais não-satisfeitas na
infância.
• Todas as pessoas tem essas necessidades (algumas apresentam
necessidades mais fortes que outras).
• Interação entre temperamento e o primeiro ambiente da criança.
• Um indivíduo psicologicamente saudável é aquele que consegue
satisfazer de forma adaptativa as necessidades emocionais
fundamentais.
• O objetivo da TE é ajudar o paciente a satisfazer suas necessidades
emocionais.

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Necessidades emocionais fundamentais


Domínio esquemático
Necessidades emocionais
desadaptativo

Vínculos seguros com outros indivíduos (inclui segurança,


1º: Desconexão e rejeição estabilidade, cuidado, aceitação e pertencimento).

2º: Autonomia e Autonomia, competência e sentido de identidade.


desempenho prejudicados

Limites realistas e autocontrole.


3º: Limites prejudicados

4º: Orientação para o Espontaneidade e lazer. Respeito aos próprios desejos e


outro aspirações.

5º: Supervigilância e
inibição
Liberdade de expressão, necessidades e emoções válidas.
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Nota de rodapé
• Foto nota de rodapé p.24 mostrando a postura da TE sobre
evidências empíricas.

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Família
Domínio esquemático
Famílias típicas
desadaptativo
Geralmente fria, rejeitadora, isoladora, imprevisível e/ou
1º: Desconexão e rejeição
abusadora.

2º: Autonomia e desempenho Costuma ser superprotetora, emaranhada e destruidora da


prejudicados confiança da criança.

Caracterizada pela permissividade e falta de orientação à


3º: Limites prejudicados
criança quanto ao que é certo e errado.

A família tem relacionamento com a criança e/ou


4º: Orientação para o adolescente baseado na aceitação condicional, de modo
outro que devem suprimir aspectos importantes de si próprios
para obter amor, aceitação social ou status.

A família geralmente é punitiva, perfeccionista e tende a


5º: Supervigilância e evitar os “erros” decorrentes de atividades prazerosas.
inibição Há uma preocupação de que as coisas darão errado se
houver falha na vigilância. Prof. Daniel Constantino Cunha
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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


• 18 esquemas estão agrupados em cinco categorias amplas de
necessidades emocionais não-satisfeitas.

• Domínio I: Desconexão e Rejeição


• Domínio II: Autonomia e Desempenho Prejudicados
• Domínio III: Limites prejudicados
• Domínio IV: Direcionamento para o Outro
• Domínio V: Supervigilância e inibição

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio I: Desconexão e Rejeição
• Pacientes são incapazes de formar vínculos seguros e satisfatórios
com outras pessoas.
• Acreditam que suas necessidades de estabilidade, segurança,
cuidado, amor e pertencimento não serão atendidas.
• As famílias de origem costumam apresentar instabilidade, abuso,
frieza, rejeição ou isolamento do mundo exterior.
• Muitos tiveram infâncias traumáticas e, como adultos, tendem a passar
diretamente de um relacionamento autodestrutivo a outro, ou evitar por completo
os relacionamentos íntimos.
1. Abandono/instabilidade
2. Desconfiança/abuso
3. Privação emocional
4. Defectividade/vergonha
5. Isolamento social/alienação
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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio II: Autonomia e Desempenho Prejudicados
• Autonomia é a capacidade de separar-se se da própria família e
funcionar de forma independente (pessoas da mesma idade).
• Os pacientes têm expectativas sobre si próprios e sobre o mundo que
interferem em sua capacidade de se diferenciar das figuras paternas
ou maternas e funcionar de forma independente.
• Quando crianças, na maioria dos casos, os pais lhes satisfaziam todas
as vontades e os superprotegiam, ou, no extremo oposto (muito mais
raro), quase nunca os cuidavam nem se responsabilizavam por eles.
(Ambos os extremos levam a problemas na esfera da autonomia.)
• Com frequência, os pais minaram sua autoconfiança e não
reforçaram os filhos para que tivessem um desempenho competente
fora de casa.

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio II: Autonomia e Desempenho Prejudicados
• Quando adultos, tornam-se incapazes de moldar suas próprias
identidades e criar suas próprias vidas, nem de estabelecer objetivos
pessoais e dominar as habilidades necessárias.
• Com relação à competência, permanecem crianças durante boa
parte de suas vidas adultas.

6. Dependência/incompetência
7. Vulnerabilidade ao dano ou doença
8. Emaranhamento/self subdesenvolvido
9. Fracasso

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio III: Limites prejudicados
• Os pacientes não desenvolveram limites internos adequados em
relação a reciprocidade ou autodisciplina.
• Podem ter dificuldade de respeitar os direitos de terceiros, cooperar,
manter compromissos ou cumprir objetivos de longo prazo.
• Muitas vezes são egoístas, mimados, irresponsáveis ou narcisistas.
• Na maioria dos casos, cresceram em famílias exageradamente
permissivas ou indulgentes.

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio III: Limites prejudicados
• Quando crianças, não lhes foi exigido que seguissem as regras
aplicadas a todas as outras pessoas, que considerassem os demais ou
que desenvolvessem autocontrole.
• Como adultos, carecem da capacidade de restringir seus impulsos e
de postergar a gratificação em função de benefícios futuros.

10. Arrogo/grandiosidade
11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio IV: Direcionamento para o Outro
• Os pacientes enfatizam em excesso o atendimento às necessidades
dos outros em lugar de suas próprias.
• Fazem-no para obter aprovação, manter a conexão emocional e
evitar retaliações.
• Quando interagem com outras pessoas, tendem a se concentrar
exclusivamente nas solicitações destas em detrimento de suas próprias
necessidades e, por vezes, não têm consciência de sua própria raiva e de
suas preferências.
• Quando crianças, não eram livres para seguir as próprias inclinações.
• Como adultos, em lugar de se voltarem para si, voltam-se para fora e
seguem os desejos alheios.

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio IV: Direcionamento para o Outro
• A origem familiar típica caracteriza-se pela aceitação condicional: as
crianças devem restringir aspectos importantes de si mesmas para obter amor ou
aprovação.
• Em várias dessas famílias, os pais valorizam suas próprias
necessidades emocionais ou a “aparência” mais do que as
necessidades únicas da criança.

12. Subjugação
13. Auto-sacrifício
14. Busca de aprovação/busca de reconhecimento

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio V: Supervigilância e inibição
• Suprimem seus sentimentos e impulsos espontâneos e se esforçam
para cumprir rígidas regras internalizadas com relação a seu próprio
desempenho, à custa da felicidade, auto-expressão, relaxamento,
relacionamentos íntimos e boa saúde.
• A origem típica caracteriza-se por uma infância severa, reprimida e
rígida, na qual o autocontrole e a negação de si próprio
predominaram sobre a espontaneidade e sobre o prazer.

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Domínios de Esquemas Desadaptativos Remotos


Domínio V: Supervigilância e inibição
• Quando crianças, não foram estimulados a ter momentos de lazer e a
buscar a felicidade, e sim a estar supervigilantes em relação a
eventos negativos na vida e a considerá-la triste.
• Transmitem uma sensação de pessimismo e preocupação, pois
temem que suas vidas possam ruir se não estiverem alertas nem
forem cuidadosos o tempo todo.

15. Negativismo/pessimismo
16. Inibição emocional
17. Padrões inflexíveis/postura crítica exagerada
18. Postura Punitiva

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Esquemas
• Domínio I: Desconexão e Rejeição • Domínio V: Supervigilância e inibição
1. Abandono/instabilidade 15. Negativismo/pessimismo
2. Desconfiança/abuso 16. Inibição emocional
3. Privação emocional 17. Padrões inflexíveis/postura crítica
4. Defectividade/vergonha exagerada
5. Isolamento social/alienação 18. Postura Punitiva
• Domínio II: Autonomia e Desempenho Prejudicados
6. Dependência/incompetência
7. Vulnerabilidade ao dano ou doença
8. Emaranhamento/self subdesenvolvido
9. Fracasso
• Domínio III: Limites prejudicados
10. Arrogo/grandiosidade
11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes
• Domínio IV: Direcionamento para o Outro
12. Subjugação
13. Auto-sacrifício
14. Busca de aprovação/busca de reconhecimento

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Interação
• Biologia
• Temperamento
• Necessidades emocionais
• Família (ambiente)
• Domínios
Biologia Temperamento Necessidades Emocionais

• Características biológicas. • Lábil < > Não-reativo • Vínculos seguros.


• Problemas biológicos. • Distímico < > Otimista • Autonomia/identidade.
• Ansioso < > Calmo • Limites realistas e autocontrole.
• Obsessivo < > Distraído • Espontaneidade.
• Passivo < > Agressivo • Liberdade de expressão,
• Tímido < > Sociável

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Interação
• Biologia
• Temperamento
• Necessidades emocionais
• Família (ambiente)
• Domínios
Necessidades Emocionais Família Domínios
(ambiente)
• Vínculos seguros. Negligente. • Desconexão
• Autonomia/identidade. Superprotetora. • Autonomia e desempenho ↓
• Limites realistas e autocontrole. Permissiva. • Limites ↓
• Espontaneidade. Condicional. • Direcionamento para o Outro
• Liberdade de expressão, Autoritária. • Supervigilância e Inibição

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Biologia dos Esquemas


• Processamento da informação de aprendizagem e medo.
• 2 sistemas que operam em paralelo:
• o sistema consciente, mediado por hipocampo e áreas
corticais, e o
• sistema inconsciente, mediado pela amígdala.

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Biologia dos Esquemas


• Consciente – Hipocampo e neocortex.
• Inconsciente – Amígdala

• Em uma situação de aprendizagem traumática:


• Os dois sistemas operam em paralelo e armazenam diferentes
tipos de informação relacionada à experiência.
• Quando os estímulos presentes durante o trauma inicial são
encontrados mais tarde, cada sistema é potencialmente capaz de
recuperar suas memórias.

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Biologia dos Esquemas


• Consciente – Hipocampo e neocortex.
• Inconsciente – Amígdala

• Em uma situação de aprendizagem traumática:


• Sistema amigdaliano – (aval. do perigo) a recuperação resulta na
expressão de respostas corporais que preparam para o perigo.
• Memória emocional.
• Sistema hipocampal – ocorrem lembranças conscientes.
• Memória cognitiva.

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Características do Sistema Amigdaliano


• O sistema amigdaliano é inconsciente.
• Não envolve memória cognitiva.
• O sistema amigdaliano é mais rápido.
• A amígdala é ativada antes do córtex.*
• O sistema amigdaliano é automático.
• Elicia respostas emocionais automáticas. Se há cognição, há opção.
• As memórias emocionais no sistema amigdaliano parecem ficar
permanentes.
• Medos que há tempos não são vividos podem voltar.

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Características do Sistema Amigdaliano


• O sistema amigdaliano não faz discriminações
minuciosas.
• Sistema é ativado na exposição à estímulos
levemente parecidos ao evento original.
• O sistema amigdaliano é anterior, em termos evolutivos, aos córtices
superiores.
• O medo (sensibilidade à uma ameaça) é muito antigo no reino animal; já o
neocórtex tem desenvolvimento posterior.

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Estilos de Enfrentamento
• Os pacientes desenvolvem estilos e respostas de enfrentamento
desadaptativas desde cedo para se adaptar a esquemas.
• Para que não tenham de vivenciar as emoções intensas e pesadas.
• Produzem alívio.
• Enfrentamento do esquema (e não enfrentamento superação – coping).
• Os estilos de enfrentamento desadaptativos não são cura; ainda servem como
elementos de perpetuação do esquema.
• Para um mesmo esquema é possível variar estilos de enfrentamento.
• Os estilos costumam operar fora da consciência.
• Resignação
• Evitação
• Hipercompensação
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Estilos de Enfrentamento
• Resignação
• Aceitam o esquema como verdadeiro.
• Sentem o sofrimento emocional e agem de maneira a confirmar o esquema.
• Evitação
• Se organizam para que o esquema não seja ativado.
• Bloqueiam pensamentos e imagens que ativem os esquemas.
• Evitam grandes desafios e/ou relacionamentos íntimos.
• Podem se distrair em comportamentos exagerados (bebida, drogas, sexo,
comida, limpeza, exercício, trabalho).
• Hipercompensação
• Agem como se o oposto do esquema fosse verdadeiro (contra-atacam).
• Na superfície, são autoconfiantes e seguros, mas, no íntimo, sentem a pressão
do esquema.
• Muitos parecem saudáveis, mas os comportamentos não são proporcionais às
situações.
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Respostas de Enfrentamento
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Respostas de Enfrentamento
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Respostas de Enfrentamento
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Respostas de Enfrentamento
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Respostas de Enfrentamento
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Modos de Operação dos Esquemas


• São os estados emocionais e respostas de enfrentamento –
adaptativos e desadaptativos - que vivenciamos a cada momento.
• Nossos modos de esquemas são ativados por situações de vida às
quais somos supersensíveis (nossos “botões emocionais”).
• Tentamos ajudar os pacientes a mudar de um modo disfuncional a
um modo funcional, como parte do processo de cura do esquema.
• Origem do conceito
• O número de esquemas e respostas de enfrentamento apresentado
pelos pacientes era muito elevado para que paciente e terapeuta
lidassem com todos ao mesmo tempo.
• Foi necessário criar uma unidade de análise diferente, que pudesse
agrupar os esquemas e os tomasse mais manejáveis.
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Modos de Operação dos Esquemas


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Modos de Operação dos Esquemas


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Modos de Operação dos Esquemas


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Modos de Operação dos Esquemas


Tópicos Especiais em Psicologia

Condução Terapêutica
• Cura de esquemas - Por que é tão difícil mudar?
• Modificar os esquemas é difícil, pois configuram crenças
profundamente arraigadas sobre si e sobre o mundo,
aprendidas desde muito cedo.
• Por mais destrutivos que sejam, os esquemas proporcionam
ao paciente um sentimento de segurança e previsibilidade.
• Os pacientes resistem a abster-se deles porque são
fundamentais à sua sensação de identidade.
• É desagregador renunciar a um esquema, por isso, a
resistência à terapia configura uma forma de
autopreservação, uma tentativa de se agarrar à sensação de
controle e coerência interior.
• Renunciar a um esquema é abrir mão do conhecimento de
quem se é ou de como é o mundo.
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Condução Terapêutica
• Cura de esquemas
• A cura de esquemas requer a disposição de enfrentar o
esquema, demanda disciplina e prática frequentes.
• Os pacientes devem observar sistematicamente o esquema e
trabalhar a cada dia para mudá-lo.
• A menos que seja corrigido, o esquema irá se perpetuar.
• A maioria dos esquemas nunca se cura completamente,
porque não se pode erradicar as memórias associadas a eles.
• Os esquemas nunca desaparecem de todo.
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Condução Terapêutica
• Cura de esquemas
• Os esquemas nunca desaparecem de todo.
• Quando curados, ativam-se com menos frequência, e o
sentimento associado torna-se menos intenso, não
durando tanto.
• Os pacientes respondem à ativação de seus esquemas de
maneira saudável.
• Escolhem parceiros e amigos mais amorosos, e veem a si
mesmos de forma mais positiva.
Tópicos Especiais em Psicologia

Condução Terapêutica
• Fase de avaliação e educação
• Histórico de vida, questionários, automonitoramento, exercícios
vivenciais que ativem esquemas.
• Conceituação e plano de tratamento definidos
colaborativamente.
• O terapeuta ajuda os pacientes a identificar seus esquemas e as
origens dos mesmos na infância e na adolescência.
• O terapeuta instrui o paciente em relação ao modelo de
esquemas.
• Os pacientes aprendem a reconhecer seus estilos de
enfrentamento desadaptativos e a perceber como suas respostas
de enfrentamento ajudam a perpetuar os esquemas.
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Tópicos Especiais em Psicologia

Condução Terapêutica
• Fase de mudança
• O terapeuta mescla estratégias
• cognitivas (evidências),
• vivenciais (emoções),
• comportamentais (atividades, cartões, ensaio, etc.)
• e interpessoais (modelo; confrontação empática; reparação
parental limitada)
• de maneira flexível, dependendo das necessidades do
paciente a cada semana.
• O terapeuta do esquema não adere a um protocolo ou a um
conjunto rígido de procedimentos.

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Terapia do Esquema
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Terapia do Esquema

Avaliação dos Esquemas


• Avaliação por análise situacional.
• Avaliação e identificação dos esquemas pela história de vida.
• Avaliação e identificação dos esquemas por inventários.
• Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ)
• Inventário Parental de Young (Young Parenting Inventory – YPI)
• Inventário de Modos Esquemáticos de Young-Atkinson (Young-Atkinson Mode Inventory – YAMI)
• Inventário de Evitação de Young-Rygh (Young-Rygh Avoidance Inventory – YRAI)
• Inventário de Compensação de Young (Young Compensation Inventory – YCI)
• Avaliação e identificação dos esquemas por imagens mentais.
• Avaliação e identificação dos esquemas pela relação terapêutica.
Terapia do Esquema

Avaliação por inventários


• Inventários podem servir de auxílio para o terapeuta formular e
confirmar hipóteses.
• Geralmente, é solicitado como exercício de casa. A análise das
respostas é feita nas sessões anteriores.
• Embora existam escores quantitativos, a utilização deve ter uma
compreensão qualitativa e ser complementar aos outros métodos
avaliativos.
• Escores interpretados de forma isolada não são suficientes para
afirmar que um paciente tem um EID.
Terapia do Esquema

Avaliação por inventários


• Os inventários são medidas autoavaliativas.
• Escala likert de 6 pontos.

ESCALA DE RESPOSTA
1 = Completamente falso, isto é, não tem absolutamente nada a ver com o que acontece
comigo.
2 = Falso na maioria das vezes, isto é, não tem quase nada a ver com o que acontece comigo.
3 = Ligeiramente mais verdadeiro do que falso, isto é, tem ligeiramente a ver com o que
acontece comigo.
4 = Moderadamente verdadeiro, isto é, tem moderadamente a ver com o que acontece comigo.
5 = Verdadeiro a maioria das vezes, isto é, tem muito a ver com o que acontece comigo.
6 = Descreve-me perfeitamente, isto é, tem tudo a ver com o que acontece comigo.
Terapia do Esquema

Avaliação por inventários


• Terapeuta de orientar:
1. as questões podem gerar desconforto emocional significativo;
2. as respostas devem ser dadas de forma mais emocional do que
racional;
3. o preenchimento deve acontecer em um ambiente silencioso e
com poucos estímulos;
4. quaisquer dúvidas, questionamentos ou considerações devem
ser anotados para conversar com o terapeuta.
Terapia do Esquema

Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)


• Os itens correspondem a crenças e pressupostos típicos de cada
Esquema.
• São 90 itens que avaliam os 18 esquemas.
Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)
• INSTRUÇÕES: Estão indicadas a seguir algumas afirmações que
podemos utilizar quando queremos nos descrever. Por favor, leia
cada uma das afirmações e decida até que ponto ela se aplica a você,
ao longo do último ano. Quando tiver dúvidas, responda baseando-
se no que sente emocionalmente e não no que pensa ser verdade.
• Algumas das afirmações referem-se à sua relação com os seus pais ou
companheiro(a). Se alguma destas pessoas faleceu, por favor responda a
estas questões com base na relação que tinha anteriormente com elas. Se,
atualmente, não tem um(a) companheiro(a) mas teve relacionamentos
amorosos no passado, por favor, responda com base no seu relacionamento
amoroso significativo mais recente.
• Para responder até que ponto a afirmação o(a) descreve, utilize a
escala de resposta abaixo indicada, escolhendo, de entre as seis
respostas possíveis, aquela que melhor se ajusta ao seu caso. Escreva
o número da resposta no respectivo espaço em branco.
Terapia do Esquema

Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)


• Interpretação dos resultados:
• Quantitativo - EID ativado a partir de escore médio de 4,5.
• Qualitativo - considerar as frases com maior escore.
• Caso o paciente apresente três ou mais escores altos (5 ou 6) em
determinado conjunto, é provável que ele tenha o esquema em
questão.
• Caso alguma hipótese do terapeuta não se confirme, as questões
referentes ao provável EID devem ser revisadas para checar uma
evitação esquemática.
• É importante salientar que o questionário tem como objetivo
assinalar os EIDs ativados naquele momento, podendo haver
alteração do resultado se aplicado em ocasiões diferentes.
Terapia do Esquema

Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)


• Intervenções exploratórias:
• Após aplicar o questionário, o terapeuta deve utilizar as sentenças
para induzir o paciente a falar a respeito dos seus esquemas.
• Isso pode acontecer por meio de perguntas como:
• “De que forma isso aparece na sua história?”
• “E, no momento, como isso é visível?”
• “Você pode me descrever em que momentos se sentiu assim?”
• “Atualmente, em que momentos você ainda sente isso?”.
Terapia do Esquema

Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)


• Cuidados com resultados falsos.
• Para alguns pacientes, o questionário pode ser desencadeador de
respostas de enfrentamento desadaptativas (evitação ou
hipercompensação).

• Em outros casos, os pacientes não conseguem se identificar com as


frases ou não têm consciência de que funcionam daquela forma.
• O paciente pode oscilar em seus modos de funcionamento, acabando
por não ter clareza quanto ao escore que deve assinalar.
• É importante ter cuidado com aqueles pacientes muito reativos
emocionalmente, pois as questões podem desencadear sentimentos
bastante intensos e desconfortáveis.
• Solicitar ao paciente que responda a certo número de questões a
cada semana ou que o preencha durante a sessão.
Questionário de Esquemas de Young (Young Schema Questionnaire – YSQ – S3)
Privação Emocional
1 19 37 55 73 Total Média
Abandono
2 20 38 56 74 Total Média
Desconfiança/abuso
3 21 39 57 75 Total Média
Isolamento Social/Alienação
4 22 40 58 76 Total Média
Defectividade/Vergonha
5 23 41 59 77 Total Média
Fracasso
6 24 42 60 78 Total Média
Dependência/Incompetência
7 25 43 61 79 Total Média
Vulnerabilidade
8 26 44 62 80 Total Média
Emaranhamento
9 27 45 63 81 Total Média
Subjulgação
10 28 46 64 82 Total Média
Autossacrifício
11 29 47 65 83 Total Média
Inibição Emocional
12 30 48 66 84 Total Média
Padrões Inflexíveis
13 31 49 67 85 Total Média
Grandiosidade/Arrogo
14 32 50 68 86 Total Média
Autocontrole e Autodisciplina Insuficientes
15 33 51 69 87 Total Média
Busca de Aprovação
16 34 52 70 88 Total Média
Negativismo
17 35 53 71 89 Total Média
Postura Punitiva
18 36 54 72 90 Total Média

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