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POR QUE TERAPIA DE

ESQUEMAS PARA CASAIS?


 Fornece uma abordagem estruturada aos conflitos e estresse
conjugais;

 Relaciona a dinâmica atual do casal aos temas emocionais


centrais e padrões de vida disfuncionais;

 Vincula as dificuldades relacionais dos cônjuges aos déficits


iniciais, que conduziram a necessidades emocionais não satisfeitas
e ao desenvolvimento de esquemas correspondentes;

 Compreende a repetição dos padrões de interação disfuncionais a


partir da ativação de esquemas desadaptativos e modos
esquemáticos;

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POR QUE TERAPIA DE
ESQUEMAS PARA CASAIS?
 Fornece estratégias de intervenção aos ciclos de ativação
esquemática, direcionando o casal ao atendimento de suas
necessidades emocionais de forma adaptativa;

 Enfatiza mais a mudança de caráter e a quebra de ciclos


repetitivos no casal, do que o treinamento de habilidades, de
comunicação ou resolução de problemas;

 Pode ser utilizada com casais que apresentam razoáveis níveis de


funcionamento e com problemas de personalidade mais graves;

CONCEITOS BÁSICOS
 Esquemas iniciais desadaptativos resultam da frustração de
necessidades básicas emocionais;

 Servem como modelos para o processamento das experiências,


ameaçando a criação e o estabelecimento de uma “base segura”
para cada parceiro na relação conjugal;

 A escolha do parceiro baseia-se na “química esquemática;”

 A interação conjugal disfuncional evidencia a reciproca ativação


dos estilos de enfrentamento desadaptativos, bem como de modos
esquemáticos complementares.

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“QUÍMICA” DE ESQUEMAS NO
CASAL
 Geralmente produzida pela ativação de um ou mais
esquemas centrais em seus parceiros;

 Caracteriza os relacionamentos onde a atração inicial e o


nível de idealização do parceiro são elevados;

 Tipicamente desencadeada pela reexperimentação de


emoções ou situações familiares na infância ou
adolescência;

 O senso de familiaridade e/ou excitação geralmente leva


os membros a selecionar seus parceiros e permanecerem
no relacionamento, mesmo quando seria mais saudável
deixá-lo.

QUESTÕES UNIVERSAIS DE
APEGO NAS RELAÇÕES
 Posso contar com você quando precisar?

 Posso confiar em você?

 Quando precisar você estará disponível para mim?

 Você se importa comigo? Ou Sou importante para você?

 Você me aceita como sou?

 Tenho valor para você?

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ESQUEMAS E NECESSIDADES EMOCIONAIS
CENTRAIS
AUTONOMIA E DESEMPENHO LIMITES
DESCONEXÃO E REJEIÇÃO PREJUDICADOS ESFORÇOS EXTREMOS
Conexão e Aceitação Autonomia e Desempenho sem PREJUDICADOS Esforços Balanceados
Prejuízos Limites Realistas

VULNERABILIDADE AO MERECIMENTO E AUTO--SACRIFÍCIO


AUTO
DESCONFIANÇA E ABUSO GRANDIOSIDADE
Confiança e Proteção
DANO E À DOENÇA Empatia, Consideração,
Autocuidado e
Segurança e Saúde Respeito pelos outros Autointeresse Saudáveis

DEPENDÊNCIA E AUTOCONTROLE E
DEFECTIVIDADE E PADRÕES INFLEXÍVEIS E
AUTODISCIPLINA
INCOMPETÊNCIA CRÍTICA EXAGERADA
VERGONHA INSUFICIENTES
Padrões e Expectativas
Autoconfiança Saudável e autocontrole/autodisciplina
Aceitação e Reconhecimento Realistas
Competência adequados

EMARANHAMENTO OU SELF
PRIVAÇÃO EMOCIONAL SUBDESENVOLVIDO
Preenchimento Emocional Fronteiras Saudáveis e Self
Desenvolvido

ISOLAMENTO SOCIAL E SUBJUGAÇÃO


ALIENAÇÃO Assertividade e
Pertencimento Social Autoexpressão

INIBIÇÃO EMOCIONAL FRACASSO


Abertura e Espontaneidade Desempenho Bem Sucedido

ABANDONO E
INSTABILIDADE
Apego seguro / Base
Estável

For Cluster EMS-EAS Model, 2011, Lockwood, Perris & Young

EXEMPLOS DE ESTILOS DE
ENFRENTAMENTO DESADAPTATIVOS
ESQUEMA MANUTENÇÃO EVITAÇÃO COMPENSAÇÃO

Afastam parceiros por


Escolhem parceiros que
comportamentos de
não podem se Evitam relações
agarramento, de
Abandono comprometer, não íntimas por medo de
ataque ou agressão
disponíveis ou abandono
para obtenção de
imprevisíveis
respostas

Exploram ou
Evitam a
Selecionam parceiros maltratam os
Desconfiança vulnerabilidade e a
abusivos e complementam parceiros; agem de
Abuso possibilidade de confiar
o abuso forma exageradamente
em alguém
crédula

Escolhem parceiros frios ou


Evitam relações Comportam-se de modo
Privação distantes, incapazes de
íntimas, mantendo as exigente, com grande
Emocional preencherem necessidades
superficiais demanda emocional
emocionais básicas

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EXEMPLOS DE ESTILOS DE
ENFRENTAMENTO DESADAPTATIVOS
ESQUEMA MANUTENÇÃO EVITAÇÃO COMPENSAÇÃO

Selecionam parceiros
Evitam expressar Comportam-se de
críticos ou
pensamentos e maneira crítica e
Defectividade desqualificadores;
sentimentos superior, tentando
diminuem a si
genuínos parecer “perfeitos”
mesmos

Escolhem parceiros
dominadores, Agem de modo
Evitam situações passivo-agressivo;
deixam que
Subjugação que possam gerar
controlem a situação Rebelam-se contra
conflitos
e obedecem as suas o parceiro
escolhas

MODOS DESADAPTATIVOS DE
ENFRENTAMENTO NO CASAL
 Formas disfuncionais as quais nos adaptamos a situações de
estresse emocional quando são acionados nossos esquemas;
 Respostas desadaptativas básicas de:
- Criança Zangada
Modos Infantis
LUTA - Criança Impulsiva

- Auto-engrandecedor ou Superior

Modos - Agressor
Enfrentamento - Exigente
- Pais Punitivos

FUGA Modo Protetor


Desligado

CONGELAMENTO Modo Capitulador


Complacente

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MODOS DESADAPTATIVOS DE
ENFRENTAMENTO EM CASAIS MAIS
COMUNS

o Protetor Desligado o Modo Dependente


o Modo Isolado o Modo Punitivo
o Modo Agressor o Modo Demandante
o Modo Hipercrítico o Modo Superior
o Modo Pegajoso o Modo Controlador
o Modo Passivo Reclamador o Modo Manipulador
o Modo Buscador de Atenção o Modo Exageradamente racional

CICLOS ESQUEMÁTICOS DO CASAL


 Padrões repetitivos, autoperpetuadores, que envolvem sucessões de respostas
cognitivas, emocionais, biológicas e comportamentais;

 Na interação conjugal os parceiros apresentam esquemas e estratégias de


enfrentamento desadaptativos, que entram em choque e formam ciclos de
modos esquemáticos destrutivos;
Eventos Desencadeantes
 Os ciclos incluem:

Ativação de Esquemas - P1

Ativação de Modos Desadaptativos


de Enfrentamentos / Infantis – P1

Ativação de Esquemas e
Estilos de Enfrentamento - P2

Ciclo continua em escaladas


de negatividade entre parceiros

 Os ciclos de modos esquemáticos são utlizados na identificação do estilo de interação


desadaptativo principal do casal que reforça os esquemas de cada parceiro.

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EXEMPLO CICLO 1

 Ana estabelece limites a sua filha em um tom de voz zangado;

 Paulo tem seu ESQUEMA DE ABUSO ativado pelo seu tom de


voz e através do modo hipercompensador, contra-ataca,
defendendo excessivamente sua filha;

 A aliança entre seu marido e sua filha contra Ana ativa seu
ESQUEMA DE ABANDONO.

 Ana enfrenta a situação, de forma a compensar seu esquema,


através do MODO AGRESSOR, atacando Paulo;

 Paulo, com seu ESQUEMA DE ABUSO ainda mais ativado, se


retira da cena para se defender da “esposa abusadora”, mudando
para o MODO PROTETOR DESLIGADO.

EXEMPLO CICLO 2

 Ana tem seu ESQUEMA DE ABANDONO potencialmente


ativado e, permanece compensando-o afastando Paulo com suas
agressões verbais;

 A escalada chega ao ponto em que Paulo sai de casa para


encontrar seus amigos e deixa Ana sozinha, com raiva e medo de
que ele não retorne, MODO CRIANÇA VULNERÁVEL,
confirmando ambos os esquemas:

 “Preocupa-me que as pessoas a quem estou ligada me deixem ou me


abandonem”

 “Às vezes, o medo que tenho com a possibilidade das pessoas me


deixarem é tão grande que acabo por afastá-las”

 “tenho sempre que me defender na presença das pessoas, senão me


magoarão intencionalmente”

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FONTES ESQUEMÁTICAS DE
PROBLEMAS CONJUGAIS

o Parceiros não conseguem atender as necessidades


primordiais do outro.
o Parceiros com esquemas que levam a
hipersensibilidade ou distorções nas interações
diárias.
o Parceiros não conseguem acessar vulnerabilidades.
o Parceiros com esquemas e estilos de enfrentamento
que se chocam e levam a ciclos esquemáticos
repetitivos e destrutivos.

OBJETIVOS GERAIS DA TE PARA


CASAIS
 Ajudar os membros do casal a atender suas necessidades
emocionais básicas;

 Promover mudanças nos padrões de interação


desadaptativos que propiciem experiências emocionais
corretivas;

 Modificar a valência dos esquemas iniciais disfuncionais,


com estilos de respostas que favoreçam a cura esquemática
central, e uma conexão segura que proteja o vínculo
conjugal.

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TRATAMENTO
 Relação Terapêutica
 Formação de vínculo emocional genuíno com cada membro – empatia, carinho e
autenticidade;

 Principais Conceitos
 “Repaternalização limitada”: proporcionar aos membros do casal, dentro dos
limites da relação terapêutica, o atendimento de necessidades emocionais
básicas, modelando a reparação entre eles;

 “Confrontação Empática Balanceada”: alternância e equilíbrio constante entre


empatia e testagem da disfuncionalidade atual. O terapeuta expressa
compreensão sobre as razões que cada membro perpetua seus esquemas, ao
mesmo tempo em que confronta a necessidade de mudança na relação.

 Foco na Emoção
 Não despender muito tempo na discussão das questões práticas específicas,
exceto como exemplo dos padrões de interação típicos do casal, direcionando os
parceiros para a expressão emocional e os comentários sobre os sentimentos de
cada um.

FASE DE AVALIAÇÃO

 Histórico e Problemas Atuais

 Verificação da história do relacionamento, segundo a


descrição de cada membro acerca do desenvolvimento da
relação ao longo do tempo;

 Solicitação a cada membro da apresentação de aspectos


positivos e negativos – queixas – do relacionamento;

 Discussão sobre quais necessidades emocionais centrais –


e como – estão sendo atendidas para cada membro no
relacionamento;

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FASE DE AVALIAÇÃO
 Identificação dos padrões disfuncionais de interação, subjacentes aos
problemas apresentados;

 Identificação dos esquemas e compreensão de suas origens;

 Identificação dos estilos de enfrentamento desadaptativos e dos modos de


esquema de cada parceiro;

 Identificação dos ciclos esquemáticos


 O casal relata seus conflitos padrão em detalhes, utilizando
exemplos típicos que se repetem;
 Cada parceiro explica o que aconteceu, passo a passo, sob sua
perspectiva;
 O ciclo esquemático e sua escalada são representados graficamente
pelo terapeuta e discutidos com o casal;
 Conjuntamente é estabelecida a relação entre os ciclos e as queixas
apresentadas.

FASE DE AVALIAÇÃO

 Estrutura e Compromisso

 Discutir a combinação entre sessões conjuntas e


individuais com cada;

 Regras sobre sigilo e questões que podem comprometer a


confidencialidade;

 Disponibilidade para se responsabilizarem pelos


problemas e adesão a mudanças;

 Verificação do nível de comprometimento dos parceiros


com a terapia e/ou suas considerações em deixar o
relacionamento.

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FASE DE AVALIAÇÃO

 Adequação do Casal à Terapia de Esquemas

Possíveis Contra Indicações


 Padrões de violência no relacionamento que inviabiliza
a segurança da exposição pessoal na terapia de casal;
 Um ou os dois membros apresentarem abuso de
substâncias;
 Na existência de caso extraconjugal no momento em
que estiverem em terapia, sem a concordância em
terminar e revelar ao parceiro;
 Os objetivos de um ou os dois membros divergirem dos
princípios éticos do terapeuta.

FASE DE EDUCAÇÃO

 Estabelecer a relação entre os esquemas e modos, seus


padrões disfuncionais recorrentes, e seus problemas
relacionais atuais;

 Explicar aos membros do casal, em termos gerais, os


objetivos da terapia, as questões de apego na relação e as
necessidades emocionais básicas para seu desenvolvimento;

 Integrar as informações precedentes em uma conceituação


do caso, de forma conjunta com os membros;

 Recomendar leituras, filmes e material para auto-


monitoramento - Reinvente sua Vida ( Young & Klosko )

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FASE DE MUDANÇA

 Estratégias cognitivas, experienciais e


comportamentais são utilizadas para a
modificação dos ciclos esquemáticos e o auxílio a
cada membro na reparentalização saudável do
outro.

TÉCNICAS COGNITIVAS

 Testar a validade de seus esquemas;

 Procurar evidências que desconfirmem a sustentação de


seus esquemas;

 Avaliar vantagens e desvantagens de seus estilos de


enfrentamento;

 Utilizar diários de esquemas e cartões-lembrete.

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TÉCNICAS EXPERIENCIAIS

 Realizar o role-play para “reparação” das necessidades


emocionais básicas de cada parceiro;

 Acessar os modos saudáveis para o enfraquecimento dos


ciclos esquemáticos;

 Fazer o diálogo a partir do Modo Criança Vulnerável, no


sentido de favorecer a empatia entre os parceiros.

ROMPIMENTO DE PADRÕES
COMPORTAMENTAIS
 Confrontar empaticamente os padrões disfuncionais de
interação a partir da ativação dos esquemas e modos de
cada membro;

 Identificar eventos desencadeantes de vulnerabilidade para


cada membro e promover consciência sobre sua parte no
conflito;

 Diminuir os confrontos esquemáticos entre o casal e


realizar ensaio comportamental para substituir reações
desadaptativas.

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FINAL DO TRATAMENTO

 Ajudar o casal a avaliar realisticamente seu progresso;

 Discutir o prognóstico para mudanças;

 Reforçar as mudanças realizadas e a importância de manter os


comportamentos positivos baseados nas necessidades centrais de
cada um;

 No caso de dúvidas ou permanente insatisfação por parte de


algum dos membros do casal, discutir a possibilidade de uma
separação temporária, estruturada para tomada de decisão.

 Realizar terapia de separação quando necessário e preparar para


futuros relacionamentos;

 Auxiliar o casal a entender e aprender com o que ocorreu naquela


relação.

Obrigada pela Atenção!


adrianalenzi.maia@gmail.com

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