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Nome: Mirella Abreu de Lima

Capitulo 5 - Estrutura da primeira sessão

Aprenderemos como estruturar a sessão inicial, incluindo: Discutir o diagnóstico do paciente,


fazer uma verificação do humor; definir objetivos; começar a trabalhar em um problema;
definir os exercícios de casa e solicitar feedback.

A maioria dos pacientes se sente confortável quando você̂ diz como e por que gostaria de
estruturar as sessões. Fazer isso desmistifica o processo de terapia e mantém o tratamento no
caminho.

Antes da primeira sessão, você̂ vai examinar a avaliação que fez do paciente e terá ́ em mente
sua conceituação inicial e o plano de tratamento enquanto conduz a sessão, estando
preparado para mudar o curso, caso seja necessário.

A maioria das sessões de terapia cognitivo-comportamental padrão dura em torno de 45 a 50


minutos, mas a primeira leva 1 hora.

Os objetivos da primeira sessão serão:

- Estabelecer rapport e confiança com o paciente, normalizar suas dificuldades e instilar


esperança;

- Familiarizar o paciente no tratamento, educando-o a respeito do(s)

seu(s) transtorno(s), do modelo cognitivo e do processo de terapia;

- Coletar dados adicionais que ajudem a conceituar o paciente;

- Desenvolver uma lista de objetivos;

- Começar a resolver um problema importante para o paciente (e/ou

ativar o paciente comportamentalmente).

Para atingir esses objetivos, usaremos o seguinte formato:

Parte inicial da Sessão 1

- Defina a pauta (e dê uma justificativa para isso);

- Faça uma verificação do humor;

- Obtenha uma atualização (desde a avaliação);

- Discuta o diagnóstico do paciente.

Parte intermediária da Sessão 1

- Identifique problemas e defina objetivos;

- Eduque o paciente sobre o modelo cognitivo;

- Discuta um problema.

Final da Sessão 1
- Apresente ou solicite um resumo;

- Examine a prescrição do exercício de casa;

- Solicite feedback.

Como essa é a primeira sessão, você̂ começará cumprimentando o paciente e definindo a


pauta. Fazer isso geralmente reduz a ansiedade do paciente, apresentaremos uma justificativa
e temos que certificar de que o paciente concorda com os tópicos propostos.

A definição da pauta é rápida e direta. Explicar por que você̂ quer definir uma pauta torna o
processo da terapia mais compreensível para o paciente e estimula sua participação ativa de
modo estruturado e produtivo.

Após definir a pauta, você̂ vai fazer uma breve verificação do humor. Além de pedir ao
paciente que faça um rápido relato do seu humor desde que você ̂ o viu pela última vez, você̂
pode examinar rapidamente a lista de sintomas que ele preencheu antes da primeira sessão.

Na parte seguinte da sessão, você questionará o paciente para descobrir se existem problemas
importantes ou temas que ele ainda não mencionou e que poderiam ter prioridade na sessão.
Depois, você vai sondar a respeito das experiências positivas que o paciente deve durante a
semana. Com isso, você obterá uma atualização acerca do caso do paciente.

Na parte seguinte da sessão, você irá examinar rapidamente os problemas atuais do paciente e
pedirá que o deixe atualizado:

“Eu gostaria de discutir o que descobri na sessão de avaliação na semana passada. Tudo bem
para você se eu falar um pouco sobre o seu diagnóstico? ”

A maioria dos pacientes quer saber o seu diagnóstico geral e constatar que você não acha que
eles são estranhos ou anormais. Geralmente, é preferível evitar o rótulo do diagnóstico de um
transtorno da personalidade. Em vez disso, é melhor dizer algo mais geral como : “Parece que
você tem estado deprimido durante o último ano e teve alguns problemas com
relacionamentos e no trabalho”. Também é recomendável dar ao paciente alguma informação
inicial sobre a sua situação para que ele possa começar a atribuir alguns dos seus problemas ao
seu transtorno, em vez de ao seu caráter.

A seguir, você irá focar na identificação de problemas específicos. Como uma extensão lógica,
você ajudará o paciente a transformar esses problemas em objetivos a serem trabalhados no
tratamento. Um exemplo de objetivo: melhorar nos trabalhos da faculdade, passar mais
tempo com os amigos..

Uma característica importante da primeira sessão é ajudar o paciente a entender como o seu
pensamento afeta suas reações, usando seus próprios exemplos. Você pode aproveitar as
afirmações espontâneas do paciente durante a sessão. Ou você pode perguntar: “O que está
passando pela sua cabeça neste momento? ” quando notar uma alteração no afeto. No
entanto, provavelmente será mais fácil para o terapeuta novato dedicar uma parte da primeira
sessão à psicoeducação sobre a relação entre situações desencadeantes, imagens ou
pensamentos automáticos e reações (emocionais, comportamentais e fisiológicas).

Se houver tempo nessa primeira sessão, você começará a discutir um problema específico de
interesse significativo para o paciente. O desenvolvimento de formas alternativas de encarar o
problema tendem a aumentar a esperança de que o tratamento será efetivo.
O resumo final conecta os assuntos da sessão e reforça os pontos importantes. Também inclui
uma revisão do que o paciente concordou em fazer como exercício de casa.

O elemento final de cada sessão é o feedback. Quase no fim da sessão, a maioria dos pacientes
se sente confiante em relação ao terapeuta e à terapia. Estimular o feedback fortalece ainda
mais o rapport, transmitindo a mensagem de que você se importa com o que o paciente
pensa. Também dá ao paciente a oportunidade de expressar algum mal-entendido e a você a
chance de esclarecer. Ocasionalmente, o paciente poderá fazer uma interpretação
idiossincrática de algo que você disse ou fez. Perguntar se houve alguma coisa que o aborreceu
dará a oportunidade de expressar e depois testar suas conclusões. Além do feedback verbal,
você poderá decidir fazer o paciente preencher um Relatório de Terapia.

A sessão inicial tem vários objetivos importantes: estabelecer o rapport, refinar a


conceituação, familiarizar o paciente o processo e estrutura da terapia cognitivo-
comportamental, educar o paciente sobre o modelo cognitivo e os seus transtornos e instilar
esperança e algum alívio do sintoma. Desenvolver uma aliança terapêutica sólida e estimular o
paciente a aliar-se a você para atingir os objetivos terapêuticos é de importância fundamental
nessa sessão.

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