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Manual de

avaliação
nutricional
Material elaborado pelas nutricionistas Giliane Belarmino, Doutora em Ciências pela Faculdade
de Medicina da USP, Pós-Doutoranda pela Faculdade de Medicina da USP, Gerente de Marketing
e Científica do Ganepão e Pesquisadora Científica do LIM/35-USP; Camila de Aviler Pinello Rocha,
mestranda em Biotecnologia de Alimentos pela Universidade Europeia do Atlântico, pós-graduada
em Nutrição Clínica pela Universidade Redentor; e Maria Carolina Gonçalves Dias,
Nutricionista-Chefe da divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da USP e Coordenadora Administrativa da Equipe Multiprofissional de
Terapia Nutricional do Hospital das Clínicas. A nutrição nos conecta.
Passo a passo Sumário
da assistência 1.1. Definição e classificação 5

nutricional
1.2. MAN - Miniavaliação Nutricional 5
1.3. NRS 2002 7
1. Triagem nutricional
1.4. ASG - Avaliação Subjetiva Global 8
1.5. ASG-PPP - Avaliação Subjetiva
Global produzida pelo paciente 9

2.1. Definição e classificação 13


O objetivo da triagem é identificar
2.2. Peso: atual, habitual, ideal 13
risco nutricional. Na presença de risco,
TRIAGEM NUTRICIONAL 2.3. Perda ponderal, corrigido 14
o próximo passo é a avaliação
nutricional objetiva1. 2.4. Peso seco 15
2.5. Altura 15
2. Avaliação nutricional
2.6. IMC – Índice de Massa Corporal 16
A avaliação do estado nutricional tem 2.7. Circunferência da cintura e panturrilha 16
como objetivo identificar e avaliar a AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
2.8. Circunferência do braço 17
gravidade de distúrbios nutricionais1.
2.9. Circunferência muscular do braço 18
2.10. Dobras cutâneas 19
Através do resultado da avaliação nutricional,
é possível traçar condutas que possibilitem
CONDUTA NUTRICIONAL 3.1. Definição e classificação 22
a recuperação ou manutenção adequada do
estado de saúde1. 3.2. Gordura corporal 22
3.3. Massa muscular e funcionalidade 23
3.3.1. Diagnóstico de sarcopenia 23
O monitoramento do paciente, através da
3. Composição corporal 3.3.2. SARC-F 25
reavaliação, também é muito importante
MONITORAMENTO e funcionalidade 3.3.3. SARC-CP 26
para acompanhar as respostas do indivíduo
às intervenções nutricionais1. 3.3.4. Força muscular 27
3.3.5. Velocidade de marcha 27
3.3.6. Escala de fragilidade Fried 28
3.3.7. Escala de funcionalidade de Rankin 29

4.2. Triagem de disfagia 31


4. Disfagia 4.3. Intervenção mínima massiva (MMI) 32
4.4. Algoritmo para diagnóstico de disfagia sarcopênica 33
A DEFINIÇÃO
A triagem nutricional objetiva reconhecer
o risco nutricional, para que medidas de NOTA: a importância da triagem e avaliação
intervenção nutricional sejam instituídas mais nutricional é reconhecida pelo Ministério
precocemente. Deve ser aplicada em até 24 da Saúde do Brasil, que tornou obrigatória
horas da admissão do paciente2,3,4. a implantação de protocolos para pacientes
internados pelo SUS como condicionante
para remuneração de terapia nutricional.

A partir da triagem,
o paciente
é classificado em:

Sem Com
risco risco

Triagem • Não precisa fazer


avaliação objetiva
• Realizar avaliação
nutricional objetiva

nutricional
• Adequar ao plano • Desenvolver e
alimentar implementar plano de
cuidado nutricional
• Reavaliar
semanalmente • Monitorar e reavaliar

MAN – MINIAVALIAÇÃO NUTRICIONAL


Desenvolvida especificamente para triagem nutricional de idosos. É sensível para identificar risco
nutricional e desnutrição em estágio inicial, uma vez que inclui aspectos físicos e mentais que
frequentemente afetam o estado nutricional do idoso, além de aspectos dietéticos5.

A MAN pode ser preenchida periodicamente


no ambiente comunitário e hospitalar,
ou em locais de cuidados de longo prazo6.

5
Responda à seção “Triagem”, preenchendo as caixas

NRS 2002 - TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL


K) O doente consome:
com os números adequados e, depois, some-os. Se a
pontuação obtida for igual ou menor que 11, continue o - pelo menos uma porção diária de leite
Sim Não
ou derivados (leite, queijo, iogurte)?
preenchimento do questionário para obter a pontuação
indicadora de desnutrição. - duas ou mais porções semanais
Sim Não
de leguminosas ou ovos? • É um instrumento de detecção de desnutrição e do risco de desenvolvê-la durante a internação hospitalar.
Triagem - carne, peixe ou aves todos os dias? Sim Não • É realizada em duas partes, sendo que a segunda só é preenchida caso haja alguma
0,0 = nenhuma ou uma resposta <<sim>> Total de pontos
resposta positiva na triagem inicial.
A) Nos últimos três meses houve diminuição da ingesta alimentar 0,5 = duas respostas <<sim>>
devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade 1,0 = três respostas <<sim>> • Pode ser aplicada por profissionais de saúde da equipe multiprofissional7.
para mastigar ou deglutir?
0 = diminuição grave da ingesta L) O doente consome duas ou mais porções diárias de fruta ou Etapa 1: triagem inicial
1 = diminuição moderada da ingesta produtos hortícolas?
2 = sem diminuição da ingesta Sim Não
1 = sim 0 = não
B) Perda de peso nos últimos 3 meses:
1) O IMC é < 20,5 - kg/m2?
0 = superior a três quilos M) Quantos copos de líquidos (água, suco, café, chá, leite) o

1 = não soube informar doente consome por dia?
2) O paciente perdeu peso nos 3 últimos meses?
2 = entre um e três quilos
3 = sem perda de peso
0,0 = menos de três copos
3) O paciente teve sua ingestão dietética reduzida na última semana?
0,5 = três a cinco copos
C) Mobilidade: 1,0 = mais de cinco copos
4) O paciente é gravemente doente?
0 = restrito(a) ao leito ou à cadeira de rodas
1 = deambula mas não é capaz de sair de casa N) Modo de se alimentar:
2 = normal SIM: quando as respostas são “sim” para qualquer questão, deve ser feita a segunda parte da NRS.
NÃO: se a resposta for “não” para todas as questões, reavalie o paciente semanalmente.
D) Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda 0 = não é capaz de se alimentar sozinho Se o paciente tiver indicação de cirurgia de grande porte, deve-se considerar terapia nutricional para evitar riscos e preencher a etapa 2.
nos últimos três meses? 1 = alimenta-se sozinho, porém com dificuldade
2 = alimenta-se sozinho sem dificuldade
0 = sim
2 = não
Etapa 2: triagem final
O) O doente acredita ter algum problema nutricional?
E) Problemas neuropsicológicos
Estado nutricional Gravidade da doença
0 = demência ou depressão graves 0 = acredita estar desnutrido (aumento das necessidades nutricionais)
1 = demência ligeira 1 = não sabe dizer
2 = sem problemas psicológicos 2 = acredita não ter um problema nutricional
0- ausência de escore Estado nutricional normal. 0- ausência de escore Necessidades nutricionais normais.
F) Índice de Massa Corporal = peso (em kg)/estatura2 (em m)
P) Em comparação com outras pessoas da mesma idade,
0 = IMC < 19 como o doente considera a sua própria saúde? Fratura de quadril, pacientes crônicos,
Perda de peso > 5% em 3 meses ou
1 = 19 ≤ IMC < 21 em particular com complicações agudas:
ingestão alimentar na última semana
2 = 21 ≤ IMC < 23 0,0 = pior 1- leve escore 1- leve escore
entre 50%-75% das necessidades cirrose, DPOC, hemodiálise, diabetes,
3 = IMC ≥ 23 0,5 = não sabe oncologia. Paciente fraco, mas deambula.
nutricionais.
Pontuação da triagem (subtotal máximo: 14 pontos) 1,0 = igual
12-14 pontos: estado nutricional normal 2,0 = melhor
Perda de peso > 5% em 2 meses ou
8-11 pontos: sob risco de desnutrição IMC entre 18,5-20,5 + condição geral Cirurgia abdominal de grande porte,
0-7 pontos: desnutrido 2- moderado escore prejudicada (enfraquecida) ou ingestão 2- moderado escore AVC. Pneumonia grave, doença
Q) Perímetro braquial (PB) em centímetros:
alimentar na última semana entre hematológica maligna (leucemia,
Para uma avaliação mais detalhada, continue com as perguntas G-R. linfoma). Paciente confinado ao leito.
11 pontos ou menos = realizar a avaliação G-R 0,0 = PB < 21 25%-60% das necessidades nutricionais.
12-14 pontos = desnecessário continuar a avaliação 0,5 = 21 ≤ PB ≤ 22
1,0 = PB > 22
Perda de peso > 5% em 1 mês
(> 15% em 3 meses) ou IMC < 18,5 +
Avaliação global R) Perímetro da perna (PP) em centímetros: 3- grave escore
condição geral prejudicada
3- grave escore
Trauma, transplante de medula
óssea, paciente em terapia intensiva
(enfraquecida) ou ingestão alimentar
(APACHE > 10).
G) O doente vive na sua própria casa (não em instituição geriátrica 0 = PP < 31 na última semana entre 0-25%
ou hospitalar) 1 = PP ≥ 31 das necessidades nutricionais.

1 = sim 0 = não Avaliação global (máximo: 16 pontos)


Pontuação da triagem Escore nutricional =__________ Escore gravidade da doença =__________
H) Utiliza mais de três medicamentos diferentes por dia? Pontuação total (máximo: 30 pontos) Some 1 ponto para idosos acima de 70 anos. Some ambos os escores para obter a pontuação final.
1 = sim 0 = não Pontuação NRS:
Avaliação do estado nutricional
I) Lesões de pele ou escaras? < 3 pontos: sem risco nutricional. Reavaliar o paciente semanalmente.
≥ 3 pontos: em risco nutricional. Realizar avaliação nutricional completa, e o cuidado nutricional deve ser iniciado.
1 = sim 0 = não De 24 a 30 pontos ( )
De 17 a 23,5 pontos ( ) Classificação por gravidade da doença:
J) Quantas refeições faz por dia? Menos de 17 pontos ( ) Escore 1: necessidade proteica aumentada. Déficit proteico pode ser recuperado pela VO* ou com suplementos VO*.
Escore 2: necessidade proteica substancialmente aumentada. Déficit proteico pode ser recuperado com suplementos VO*.
0 = uma refeição De 24 a 30 pontos = sem risco de desnutrição Escore 3: necessidade proteica substancialmente aumentada. Déficit proteico não pode ser recuperado somente pelo
1 = duas refeições De 17 a 23,5 pontos = risco de desnutrição uso de suplementos VO*, possui indicação de dieta enteral (KRONDRUP, 2003).
2 = três refeições Menor que 17 pontos = desnutrição *Via oral.

6 7
ASG - AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL ASG-PPP - AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL
PREENCHIDA PELO PACIENTE
Scored Patient-Generated Subjetive Global Assessment
[Avaliação Subjetiva Global - Preenchida pelo paciente]
INDICADA PARA PACIENTE
ASG-PPP ONCOLÓGICO AMBULATORIAL
Selecione a categoria apropriada com um X ou entre com valor
numérico onde estiver indicado por “#”. História: as caixas 1-4 foram feitas para
A. História.
serem completadas pelo paciente e são chamadas
de versão reduzida da ASG-PPP.
1. Alteração no peso.
Perda total nos últimos 6 meses:
QUESTIONÁRIO AUTOAPLICÁVEL
total = # ____________________kg; DIVIDIDO EM 2 PARTES
% perda = #_______________
Alteração nas últimas duas semanas: Identificação do paciente:
_____aumento _____sem alteração _____diminuição
Método simples e de baixo custo.
2. Alteração na ingestão alimentar:
Preenchida pelo nutricionista
Primeira parte: perda de peso, alteração da
ou profissional treinado _____sem alteração
_____alterada ingestão, sintomas e alterações na capacidade
da equipe multiprofissional. _____duração = #_____semanas
_____tipo: _____dieta sólida subótima _____dieta líquida completa
funcional.
_____líquidos hipocalóricos _____inanição 1. Peso

3. Sintomas gastrintestinais (que persistam por > 2 semanas): Resumindo meu peso atual e recente:
Segunda parte: preenchida pelo nutricionista,
médico ou enfermeiro, considera a avaliação
Pode ser utilizada _____nenhum _____náusea _____vômitos _____diarreia _____anorexia Eu atualmente peso aproximadamente _____ kg de fatores associados ao diagnóstico e exame
como método de triagem 4. Capacidade funcional:
Eu tenho aproximadamente ____ metro e ____ cm
físico. Para cada item avaliado, é dado um
Há 1 mês eu pesava _____ kg
e como parte da escore numérico de 0 a 4 para determinação
Há 6 meses eu pesava _____ kg
avaliação nutricional. _____sem disfunção (capacidade completa)
_____disfunção_____ duração = #_____semanas do estado nutricional. Sendo assim, um maior
Durante as duas últimas semanas o meu peso:
_____tipo:_____ trabalho subótimo _____ambulatório _____acamado escore irá determinar maior risco
5. Doença e sua relação com necessidades nutricionais:
( ) diminuiu (1) de desnutrição10.
( ) ficou igual (0)
( ) aumentou (0)
Diagnóstico (especificar)_____________________________________
O questionário é dividido Demanda metabólica (estresse):_____sem estresse _____baixo estresse
CAIXA 1 ( )
Indicar soma total (ver formulário 1) 3. Sintomas
em 3 partes: história do _____estresse moderado _____estresse elevado

paciente, exame físico e B. Exame físico (para cada categoria, especificar: 0 = normal; Durante as duas últimas semanas, eu tenho tido os seguintes
problemas que me impedem de comer o suficiente (marque todos
estado nutricional8,9. 1+ = leve; 2+ = moderada; 3+ = grave).
os que estiver sentindo):
# _____perda de gordura subcutânea (tríceps, tórax) 2. Ingestão alimentar
# _____perda muscular (quadríceps, deltoide) [ ] sem problemas para me alimentar (0)
# _____edema tornozelo [ ] sem apetite, apenas sem vontade de comer (3)
Comparado com a minha alimentação habitual, no último mês, [ ] náuseas (enjoos) (1)
# _____edema sacral eu tenho comido:
# _____ascite [ ] obstipação (intestino preso) (1)
[ ] feridas na boca (2)
[ ] a mesma coisa (0) [ ] as coisas têm gosto estranho ou não têm gosto (1)
C. Avaliação subjetiva global (selecione uma). [ ] mais que o habitual (0) [ ] problemas para engolir (2)
[ ] menos que o habitual (1) [ ] dor; onde? (3) __________________
_____A = bem nutrido
_____B = moderadamente (ou suspeita de ser) desnutrido [ ] outros*: (3) _____________________
Atualmente, eu estou comendo: [ ] vômitos (3)
_____C = gravemente desnutrido
[ ] diarreia (3)
[ ] a mesma comida (sólida) em menor quantidade que a habitual (1) [ ] boca seca (1)
Fonte: Adaptado Avaliação subjetiva global segundo DETSKY et al.1998. [ ] a mesma comida (sólida) em pouca quantidade (2) [ ] os cheiros incomodam (1)
[ ] apenas alimentos líquidos (3) [ ] me sinto rapidamente satisfeito (1)
[ ] apenas suplementos nutricionais (3) [ ] cansaço (fadiga) (1)
[ ] muito pouca quantidade de qualquer alimento (4)
[ ] apenas alimentação por sonda ou pela veia (0) CAIXA 3 ( )
Indicar soma total
CAIXA 2 ( ) *Ex.: depressão, problemas dentários ou financeiros, etc.
Indicar valor mais alto
8 9
4. Atividade e função Formulário 5 - Avaliação global das categorias da ASG-PPP

No último mês, de um modo geral, eu consideraria a minha situação em relação a minha atividade (função) como: A avaliação global é subjetiva e pretende refletir uma avaliação qualitativa das caixas 1 a 4 e do formulário 4 (exame físico).
Assinale cada item e, conforme os resultados obtidos, selecione a categoria (A, B ou C).
[ ] normal, sem nenhuma limitação (0)
[ ] não totalmente normal, mas sou capaz de manter quase todas as atividades normais (1) CATEGORIA A CATEGORIA B CATEGORIA C
[ ] sem disposição para a maioria das coisas, mas ficando na cama ou na cadeira menos da metade do dia (2) (Bem nutrido) (Desnutrição suspeita ou moderada) (Gravemente desnutrido)
[ ] capaz de fazer pouca atividade e passando a maior parte do dia na cadeira ou na cama (3) CAIXA 4 ( )
[ ] praticamente acamado, raramente fora da cama (3) Indicar valor mais alto
Sem perda de peso ≤ 5% perda de peso em 1 mês > 5% perda de peso em 1 mês
O restante do questionário será preenchido pelo seu nutricionista, médico ou enfermeiro. Peso ou ganho recente de (ou ≤ 10% em 6 meses) ou perda (ou > 10% em 6 meses) ou
Soma da pontuação das caixas 1 a 4 ( ) de peso progressiva. perda de peso progressiva.
™FD Ottery 2005, 2006, 2015 v03.22.15 • Brazil 18-008 v05.21.18 • E-mail: faithotterymdphd@aol.com ou info@pt-global.org peso (não hídrico).

Soma da pontuação das caixas 1 a 4 Formulário 2 - Doenças e suas relações com as necessidades
nutricionais Sem déficit ou melhora
Ingestão de nutrientes Diminuição evidente da ingestão. Grave déficit da ingestão.
significativa recente.
Formulário 1 - Pontuando a perda de peso Outros diagnósticos relevantes (especifique)
Para pontuar, use o peso de 1 mês atrás, se disponível. Use o peso Nenhum ou melhora
Quando houver Sintomas persistentes,
de 6 meses atrás apenas se não tiver dados do peso do mês passado. significativa recente Sintomas persistentes
Estadiamento da doença primária (circule se conhecido ou sintomas de impacto mas de gravidade moderada
Use os pontos abaixo para pontuar a mudança do peso e acrescente permitindo ingestão e graves (caixa 3).
apropriado) I II III IV Outro: nutricional (caixa 3).
1 ponto extra se o paciente perdeu peso nas duas últimas semanas. adequadas.

P anterior - P atual A pontuação é obtida somando um ponto para cada uma das
x 100 seguintes condições:
P anterior Sem déficit ou melhora Déficit funcional moderado Grave déficit funcional
Função
significativa recente. ou piora recente. ou piora recente.
[ ] câncer
Perda de peso em 1 mês Pontos Perda de peso em 6 meses
[ ] aids
≥ 10% 4 ≥ 20% [ ] caquexia cardíaca ou pulmonar Evidência de perda leve a moderada Sinais óbvios de desnutrição
5 - 9,9% 3 10 - 19,9% [ ] úlcera de decúbito, ferida aberta ou fístula Sem déficit ou déficit
de massa muscular (ex.: perda intensa de massa
3 - 4,9% 2 6 - 9,9% [ ] presença de trauma Exame físico crônico, mas melhora
e/ou tônus muscular à palpação muscular, gordura e possível
2 - 2,9% 1 2 - 5,9% [ ] idade maior que 65 anos clínica recente.
e/ou perda de gordura subcutânea. edema).
0 - 1,9% 0 0 - 1,9% [ ] insuficiência renal crônica

Pontuação para o formulário 1 [ ] A Pontuação para o formulário 2 [ ] B


Avaliação Global Pontuação total da ASG-PPP
Categoria A, B ou C (Total de pontuação de A + B + C + D)
Formulário 3 - Demanda metabólica
Ver formulário 5. Ver recomendações de triagem nutricional.
A pontuação para o estresse metabólico é determinada pelo número de variáveis que aumentam as necessidades proteicas e calóricas.
Nota: pontuar a intensidade da febre ou da sua duração (o que for maior). A pontuação é aditiva, então o paciente que tem febre > 38,9ºC
(3 pontos) por menos de 72 horas (1 ponto) e toma 10mg de prednisona cronicamente (2 pontos) terá uma pontuação de 5 pontos para esta
seção. Recomendações para triagem nutricional:
Sem estresse (0 pts) Baixo estresse (1 pt) Estresse moderado (2 pts) Estresse elevado (3 pts) A soma da pontuação da ASG-PPP é usada para definir intervenções nutricionais específicas, incluindo o aconselhamento do paciente
Febre Sem febre > 37,2 e < 38,3ºC ≥ 38,3 e < 38,9ºC ≥ 38,9ºC e seus familiares; manuseio dos sintomas (incluindo intervenções farmacológicas) e a intervenção nutricional apropriada (através de
Duração da febre Sem febre < 72 horas 72 horas > 72 horas alimentos, suplementos nutricionais, nutrição enteral ou parental).
Corticosteroides Sem corticosteroides dose baixa dose moderada dose elevada
(< 10mg/dia equival. prednisona) (≥ 10 a < 30mg/dia equival. prednisona) (≥ 30mg/dia equival. prendisona) A intervenção nutricional de 1ª linha inclui o manuseio adequado dos sintomas. TRIAGEM BASEADA NA PONTUAÇÃO TOTAL ASG-PPP:

Pontuação para o formulário 3 [ ] C 0-1 Nenhuma intervenção necessária no momento. Reavaliar de maneira rotineira e regular durante o tratamento;

2-3 Aconselhamento do paciente e de seus familiares pela nutricionista, enfermeira ou outro clínico, com intervenção farmacológica
Formulário 4 - Exame físico conforme indicado pela avaliação dos sintomas (Caixa 3) e exames laboratoriais, conforme o caso;

O exame físico inclui a avaliação subjetiva de 3 aspectos de composição corporal: músculo, gordura e estado de hidratação. Como é subjetivo, 4-8 Requer intervenção da nutricionista, juntamente com a enfermeira ou médico, conforme indicado pelos sintomas (Caixa 3);
cada item do exame é graduado pelo grau de déficit. O déficit muscular tem maior impacto no escore do que o déficit de gordura. Definição
das categorias: 0 = sem déficit; 1+ = déficit leve; 2+ = déficit moderado; 3+ = déficit grave. A avaliação dos déficits nestas categorias não é ≥ 9 Indica uma necessidade urgente de conduta para melhora dos sintomas e/ou opções de intervenção nutricional.
aditiva, mas é usada para avaliar clinicamente o grau global de déficit (ou presença de líquidos em excesso).

Estado muscular: Sem Déficit Déficit Déficit Estado de hidratação Sem Edema Edema Edema
déficit leve mod. grave edema leve mod. grave
Têmporas (músculos temporais) 0 1+ 2+ 3+ Edema do tornozelo 0 1+ 2+ 3+
Clavículas (peitorais e deltoides) 0 1+ 2+ 3+ Edema sacral 0 1+ 2+ 3+ Assinatura do clínico: ____________________________________________________________ Data _____/______/_____
Ombros (deltoides) 0 1+ 2+ 3+ Ascite 0 1+ 2+ 3+
Musculatura interóssea (mãos) 0 1+ 2+ 3+ Avaliação geral estado de hidratação 0 1+ 2+ 3+
Escápula (dorsal maior, trapézio, deltoide) 0 1+ 2+ 3+ Avaliação global subjetiva - preenchida pelo doente (ASG-PPP). Traduzido, adaptado e validado para a população brasileira de Scored Patient-Generated Subjective Global Assessment ASG-PPP
(FD Ottery, 2005, 2006, 2015). Brazil 18-008 v.05.21.18, com permissão e colaboração de Dr. Faith Ottery, MD, PhD. E-mail: faithotterymdphd@aol.com ou info@pt-global.org.
Coxa (quadríceps) 0 1+ 2+ 3+ Novamente, o déficit muscular prevalece sobre a perda de gordura
Panturrilha (gastrocnêmio) 0 1+ 2+ 3+ e o excesso de líquidos.
Avaliação geral do estado muscular 0 1+ 2+ 3+
A pontuação do exame físico é determinada pela avaliação
Reservas de gordura: subjetiva geral do déficit corporal total.
Região periorbital 0 1+ 2+ 3+ Sem déficit = 0 pontos Déficit leve = 1 ponto
Prega cutânea do tríceps 0 1+ 2+ 3+ Déficit mod. = 2 pontos Déficit grave = 3 pontos
Gordura sobre as costelas inferiores 0 1+ 2+ 3+
Avaliação geral do déficit de gordura 0 1+ 2+ 3+ Pontuação para o formulário 4 [ ] D

10 11
DEFINIÇÃO
Tem como objetivo o acompanhamento
e a verificação da evolução do estado NOTA: a avaliação do estado nutricional do
nutricional, auxiliando na recuperação e /ou paciente deve ser repetida, no máximo, a
manutenção do estado nutricional e evitando cada 10 dias, precede a indicação da terapia
distúrbios nutricionais. Dentre os métodos nutricional e é de competência do
disponíveis, a antropometria é um dos mais nutricionista11,12,13.
utilizados para verificar
as alterações nutricionais que ocorrem
frequentemente em pacientes hospitalizados.
Sendo que a avaliação antropométrica - Peso atual, habitual, ideal,
contempla peso, altura, circunferências ajustado, estimado, perda
ponderal, corrigido, seco
e dobras11,12,13.
- Altura aferida e estimada
PESO E
ALTURA

ANTROPOMETRIA

Bicipital, tricipital, CIRCUNFE- Cintura, braço, muscular


subescapular, DOBRAS do braço, panturrilha
RÊNCIAS
suprailíaca

PESO ATUAL, HABITUAL, IDEAL


Avaliação O peso é a medida antropométrica mais simples e habitualmente aferida. É a soma de todos os

nutricional
componentes corporais e reflete o equilíbrio proteico-energético do indivíduo14,15.

Peso aferido na balança no dia ou em até Percentil 50 de IMC para cálculo


PESO ATUAL 24 horas do atendimento14,15.
de peso ideal em idosos
Idade (anos) Percentil 50 (kg/m²)

Homens Mulheres
Referido pelo paciente como sendo o seu peso 65 a 69 24,3 26,5
PESO HABITUAL “normal”. Deve ser utilizado quando não houver,
por parte do paciente, relato de perda de peso14,15. 70 a 74 25,1 26,3

75 a 79 23,9 26,1
Definido segundo o IMC médio 80 a 84 23,7 25,5
Peso Ideal = IMC médio ou IMC P50 x Altura² (em m)
Sendo: IMC médio para homens = 22; > 85 23,1 23,6
PESO IDEAL IMC médio para mulheres = 21 e para idosos = 24,5.
Fonte: Burn e Phillips, 1984.
Somente idosos: levando em consideração o IMC referente
ao percentil 50, de acordo com sua faixa etária16.
12 13
PESO ATUAL, HABITUAL, IDEAL PESO SECO
Cálculo de peso estimado para adultos
Peso seco é o peso descontado de retenção hídrica (edema e ascite)
Sexo feminino
Estimado a partir do peso atual e
do ideal16. Negro 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) - 82,48
PESO AJUSTADO Peso ajustado = (P atual + P ideal)
Branco 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,01) + (CB x 2,81) - 66,04 Estimativa de peso de edema
x 0,25 + P ideal.
Grau e local do edema Peso a ser subtraído*
Sexo masculino
O valor a ser descontado + Tornozelo 1 kg
Negro 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,09) + (CB x 3,14) - 83,72 dependerá do local e grau
EDEMA de edema apresentado
++ Joelho 3 a 4 kg
Branco 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,19) + (CB x 3,21) - 86,82 +++ Raiz de coxa 5 a 6 kg
pelo indivíduo 20.
++++ Anasarca 10 a 12 kg
Fonte: Chumlea et al., 1988.
Utilizado para os casos em que *Em caso de edema bilateral, as porcentagens dobram.
não é possível realizar a medida Idosos Fonte: Duarte e Castellani, 2002.
PESO ESTIMADO do peso e não há outras formas
de determiná-lo17. Sexo feminino
Estimativa de peso de ascite e edema
Negro Idoso Peso = (AJ x 1,50) + (CB x 2,58) – 84,22
Grau de ascite/edema Peso ascítico (kg) Edema periférico (kg)
Branco Idoso Peso = (AJ x 1,09) + (CB x 2,68) – 65,51 O valor a ser descontado
Leve 2,2 1,0
ASCITE dependerá do grau da ascite
Sexo masculino e edema periférico 21. Moderado 6,0 5,0
Grave 14,0 10,0
Negro Idoso Peso = (AJ x 0,44) + (CB x 2,86) – 39,21
Fonte: James, 1989.
Branco Idoso Peso = (AJ x 1,10) + (CB x 3,07) – 75,81

Fonte: Chumlea et al., 1988. AJ: altura do joelho


CB: circunferência do braço

PERDA PONDERAL, PESO CORRIGIDO ALTURA


Classificação da perda de peso
A perda ponderal (PP%) refere-se
à porcentagem de perda de peso Sexo feminino
PERDA PONDERAL tendo como base o peso habitual. Pode ser estimada,
Seu grau é estimado conforme Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) É a altura aferida principalmente, de duas
equação abaixo18.
1 semana 1a2 >2 no dia ou em até 24 horas ALTURA formas: altura do joelho
(PH-PA) x 100 A significância da perda de peso do atendimento. ou envergadura dos braços 22,23
.
PP% = em relação ao tempo pode ser 1 mês 5 >5
PH verificada na tabela ao lado18.
3 meses 7,5 > 7,5

≥ 6 meses 10 > 10
TÉCNICA PARA AFERIÇÃO DA
Fonte: Blackburn e Bistrian, 1977.
ENVERGADURA DOS BRAÇOS
Porcentagens desconsideradas para O paciente idealmente* deve estar de pé,
o cálculo do peso em amputações de frente para o avaliador e de costas para
Utilizado para pacientes a parede, tronco reto, braços estendidos na
PESO CORRIGIDO amputados19. Membro amputado Proporção de peso (%)* altura do ombro, sem flexionar o cotovelo,
Mão 0,8
Equações para estimativa pela altura do joelho e idade calcanhares tocando a parede e peso
distribuído em ambos os pés. Marcar
Antebraço 2,3 População Masculino Feminino
(Peso antes da amputação ×100) na parede (com fita adesiva) a distância
PCorrigido = Braço até o ombro 6,6 Brancos (18 a 60 anos) 71,85 + (1,88 x AJ) 70,25 + (1,87 x AJ) - (0,06 x idade) obtida entre a extremidade distal do terceiro
(100% - porcentagem de amputação) quirodáctilo direito e a extremidade distal
Pé 1,7 73,42 + (1,79 x AJ)
Negros (18 a 60 anos) 68,10 + (1,86 x AJ) - (0,06 x idade) do terceiro quirodáctilo esquerdo
Perna abaixo do joelho 7,0 (a extremidade final do maior dedo da mão).
Idosos 64,19 - (0,04 x idade ) + (2,04 x AJ) 84,88 + (0,24 x idade ) + (1,23 x AJ)
Perna acima do joelho 11,0
AJ = altura do joelho *Caso não seja possível, avaliar a melhor
Perna inteira 18,6
Fonte: Chumlea et al., 1994. abordagem junto com a equipe de nutrição.
*Para amputações bilaterais, as % dobram.
14 Fonte: Osterkamo LK, 1995. 15
IMC - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO
Medida antropométrica relacionada a adiposidade mais utilizada no mundo .
24,25,26

Classificação da circunferência do braço


A circunferência do braço (CB) é um bom (cm) por percentis e por idade de indivíduos
Peso (kg)
IMC= Não considera sexo, idade, etnia, condições clínicas. indicador de reserva muscular. do sexo masculino e feminino
Altura² (em m)
• Para aferição dessa medida, o paciente deve Masculino

formar um ângulo de 90o com o braço não Idade 5 10 25 50 75 90 95


Prática, de baixo custo e de fácil aplicação. dominante.
Por isso: MAS cuidado na interpretação, porque pode mascarar estado nutricional, 18 - 18,9 245 260 273 297 321 321 379

SEMPRE deve ser associado a outros métodos de avaliação nutricional. • O avaliador deve palpar a extremidade da 19 - 24,9 262 272 288 308 331 331 372

proeminência do olécrano e do acrômio. 25 - 34,9 271 282 300 319 342 342 375
Classificação do IMC Pontos de corte 25,26

35 - 44,9 278 287 305 326 345 345 374


IMC (kg/Altura²) Classificação • Com a fita métrica, medir o ponto médio entre
Peso: 98 kg < 16,0 Magreza grau III essas duas proeminências, passando 45 - 54,9 267 281 301 322 342 342 376
Altura: 1,79 m 16,0 - 16,9 Magreza grau II a fita métrica na altura do ponto médio pelo 55 - 64,9 258 273 296 317 336 336 369
IMC = 30,58 17,0 - 18,4 Magreza grau I
braço, sem comprimir a pele 32. 65 - 74,9 248 263 285 307 325 325 355
18,5 - 24,9 Adequado
25,0 - 29,9 Pré-obeso
ADEQUAÇÃO DA CB (%)
30,0 - 34,9 Obesidade grau I Feminino
35,0 - 39,9 Obesidade grau II
Essa medida compara a CB atual
Peso: 98 kg 40, - 49,9 Obesidade grau III
à recomendada (percentil 50) Idade 5 10 25 50 75 90 95

Altura: 1,79 m ≥ 50,0 Superobeso para a idade .


33,34
18 - 18,9 222 227 251 268 281 312 325

IMC = 30,58 Fonte: OMS, 1998.


19 - 24,9 221 230 247 265 290 319 345

Classificação do IMC para idosos


CB aferida (cm) x 100 25 - 34,9 233 240 256 277 304 348 368
IMC (kg/Altura²) Classificação Adequação da CB (%) =
35 - 44,9 241 251 267 291 317 356 378
< 22,0 Desnutrição
CB percentil 50
Mesmo IMC, estado nutricional 22 - 27 Eutrófico 45 - 54,9 242 256 274 299 328 362 384
completamente diferente > 27 Sobrepeso
55 - 64,9 243 257 208 303 335 367 385
Fonte: Lipschitz, 1994.
65 - 74,9 240 252 274 299 326 356 373

Fonte: Frisancho, 1981.

CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA E PANTURRILHA Classificação da adequação


da circunferência do braço
Risco Risco muito Classificação Adequação da CB (%)
• Indicador de risco cardiovascular Sexo aumentado aumentado
Grave < 70
CINTURA Deve ser feita encontrando o ponto Homens ≥ 94 cm ≥ 102 cm Desnutrição
médio entre a crista ilíaca e a última Moderada 70 - 80
Energético-proteica
costela flutuante27,28.
Mulheres ≥ 80 cm ≥ 88 cm Leve 80 - 90

Fonte: Poullot MC, 1994. Eutrófico 90 - 110

Sobrepeso 110 - 120


• Medida sensível da massa muscular CP Classificação
em idosos Obesidade > 120

PANTURRILHA Deve ser realizada na perna esquerda,


≥ 31 cm Adequada Fonte: Blackburn e Tornton, 1979.
com fita métrica inelástica, na sua parte
mais protuberante29,30,31. < 31 cm Desnutrição / Baixa massa muscular

Fonte: WHO, 1995.


16 17
CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO DOBRAS CUTÂNEAS
Para cálculo da ADEQUAÇÃO DA DCT (DCT%)
A CMB reflete a reserva de tecido muscular sem Classificação da circunferência muscular DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL (DCT) utiliza-se a fórmula:
correção da massa óssea. É obtida a partir dos do braço (cm) por percentis e por idade É a mais utilizada na prática clínica,
valores da CB e da dobra cutânea tricipital (DCT) de indivíduos do sexo masculino e feminino pois considera que a região do tríceps
aplicados na seguinte fórmula32,34,35: DCT obtida (cm) x 100
Masculino seja a mais representativa da camada Adequação da DCT (%) =
subcutânea de gordura 32,34,35. DCT percentil 50
Idade 5 10 25 50 75 90 95

18 - 18,9 22,6 23,7 25,2 26,4 28,3 29,8 32,4


CMB (cm) = CB (cm) – 0,314 x [DCT /10] Classificação da dobra cutânea tricipital (DCT) (mm)
Para o cálculo da adequação da CMB, 19 - 24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1
por percentis e por idade de indivíduos do sexo masculino
utiliza-se a fórmula: 25 - 34,9 24,3 25,0 26,4 27,9 29,8 31,4 32,6 e feminino
35 - 44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7
Masculino
45 - 54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30,0 31,5 32,6
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
CMB obtida (cm) x 100
Adequação da CMB (%) = 55 - 64,9 23,6 24,5 26,0 27,8 29,8 31,0 32,0
18 - 24,9 4,0 5,0 5,5 6,5 10,0 14,5 17,5 20,0 23,5
CMB percentil 50
65 - 74,9 22,3 23,5 25,1 26,8 28,4 29,8 30,6
25,0 - 29,0 4,0 5,0 6,0 7,0 11,0 15,5 19,0 21,5 25,0

30,0 - 34,9 4,5 6,0 6,5 8,0 12,0 16,5 29,0 22,0 25,0
Feminino
35,0 - 39,9 4,5 6,0 7,0 8,5 12,0 16,0 18,5 29,5 24,5
Idade 5 10 25 50 75 90 95

40,0 - 44,9 5,0 6,0 6,9 8,0 12,0 16,0 19,0 21,5 26,0
18 - 18,9 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5
45,0 - 49,9 5,0 6,0 7,0 8,0 12,0 16,0 19,0 21,0 25,0
19 - 24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9

50,0 - 54,9 5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,0 18,5 20,8 25,0
25 - 34,9 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4

55,0 - 59,9 5,0 6,0 6,5 8,0 11,5 15,0 18,0 20,5 25,0
35 - 44,9 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2

60,0 - 64,9 5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,5 18,5 20,5 24,0
45 - 54,9 18,7 19,3 20,6 22,0 23,8 26,0 28,0

65, 0 - 69,9 4,5 5,0 6,5 8,0 11,0 15,0 18,0 20,0 23,5
55 - 64,9 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28,0

70,0 - 74,9 4,5 6,0 6,5 8,0 11,0 15,0 17,0 19,0 23,0
65 - 74,9 18,5 19,5 20,8 22,5 24,4 26,4 27,9

Fonte: Frisancho, 1981.


Masculino

Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
Classificação do estado nutricional segundo
18, 24,9
adequação da CMB 9,0 11,0 12,0 14,0 18,5 24,5 28,5 31,0 36,0

25,0 - 29,0 10,0 12,0 13,0 15,0 20,0 26,5 31,0 34,0 38,0
Desnutrição
30,0 - 34,9 10,5 13,0 15,0 17,0 22,5 29,5 33,0 35,5 41,5
Grave Moderada Leve Eutrofia
35,0 - 39,9 11,0 13,0 15,5 18,0 23,5 30,0 35,0 37,0 41,0
CMB < 70% 70 - 80% 80 - 90% > 90%
40,0 - 44,9 12,0 14,0 16,0 19,0 24,5 30,5 35,0 37,0 41,0
Fonte: Blackburn e Tornton, 1979 (adaptado).
45,0 - 49,9 12,0 14,5 16,5 19,5 25,5 32,0 35,5 38,0 42,5

50,0 - 54,9 12,0 15,0 17,5 20,5 25,5 32,0 36,0 38,5 42,0

55,0 - 59,9 12,0 15,0 17,0 20,5 26,0 32,0 36,0 39,0 42,5

60,0 - 64,9 12,5 16,0 17,5 20,5 26,0 32,0 35,5 38,0 42,5

65, 0 - 69,9 12,0 14,5 16,5 19,0 25,0 30,0 33,5 36,0 40,0

70,0 - 74,9 11,0 13,5 15,5 18,0 24,0 29,5 32,0 35,0 38,5

18 Fonte: Frisancho, 1981 19


A medida é realizada do lado posterior do braço não dominante,
da escápula e a margem inferior do olecrano da ulna com o braço
relaxado ao lado do corpo, com a palma da mão voltada para frente.

Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT

Desnutrição
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada Leve

DCT < 70% 70 - 80% 80 - 90% 90 - 100% 110 - 120 % > 120%

Fonte: Blackburn e Tornton, 1979 (adaptado).

DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR: está localizada de 1 a 2 cm abaixo do ângulo inferior


da escápula. O ideal é pedir que o avaliado levante o braço, deixando assim a escápula mais
Composição
corporal e
evidente para medição 32.

funcionalidade
DOBRA CUTÂNEA SUPRAILÍACA: feita em direção oblíqua, é medida na lateral abdominal,
a 1 cm sobre a crista ilíaca anterior superior, sobre o quadril e em posição diagonal 32.

DOBRA CUTÂNEA BICIPITAL: está localizada na linha média anterior do braço e superior ao
músculo principal do bíceps. Deve ser medida em ponto médio a 1 cm acima do músculo.
A medição deve ser feita no mesmo nível da dobra cutânea tricipial32.

Os valores obtidos dessas dobras são utilizados para predição da gordura corporal
(assunto do próximo capítulo). Não existem valores de referência isolados para estas dobras 23.

20 21
COMPOSIÇÃO CORPORAL MASSA MUSCULAR E FUNCIONALIDADE
Um dos princípios da composição corporal diz que o corpo é dividido em 2 compartimentos: SARCOPENIA: é considerada distúrbio muscular esquelético generalizado e progressivo.
massa magra e gordura corporal, sendo que a massa magra compreende proteínas, ossos Foi reconhecida como uma insuficiência muscular resultante de uma redução de massa
e água e as proteínas contemplam a massa muscular e os órgãos. muscular associada à redução da força e função desse músculo39.

A massa muscular tem função vital no organismo e é de extrema importância utilizar métodos
de avaliação nutricional que reflitam além do peso, ou seja, a composição corporal 36.

PROTEÍNAS
21%
MASSA
MUSCULAR
Massa
muscular + Força
muscular + Função
muscular

ÓRGÃOS
MASSA OSSOS
MAGRA 7% A SARCOPENIA TEM RELAÇÃO COM DESFECHOS NEGATIVOS, COMO:
quedas, fraturas, imobilidade física e mortalidade.
É reconhecida como doença.

ÁGUA
72%
GORDURA Falência de órgão = insuficiência muscular (CID 10 M62.5)
CORPORAL

GORDURA CORPORAL DIAGNÓSTICO DE SARCOPENIA


Método para estimativa de gordura corporal
O passo a passo para diagnóstico de sarcopenia, segundo o novo consenso de sarcopenia é:
SOMA DAS 4 DOBRAS: Homens:
Utiliza a soma em mm das dobras tricipital, DC = -0,0525 (Soma 4 DC*) + 1,1193 1o Aplicação do questionário SARC-F. Se positivo, partir para o 2º passo.
1 subescapular, bicipital e suprailíaca36,37,38.
Mulheres:
*Soma (DC) = DCT + DCSI + DCB + DCSE DC = 1,1339 – 0,0645 (Soma 4 DC*)
2o Avaliação da força muscular através da força do aperto de mão por dinamometria (método
descrito a seguir). Se positivo, partir para o 3o passo.
Referência
3o Quantificação da massa muscular através do DXA ou bioimpedância elétrica. Se positivo,
MULHERES HOMENS a sarcopenia é confirmada e, para avaliar a gravidade, partir para o 4º passo.
Equação de Siri (1961): Desejável ≤ 23% Desejável ≤ 15%

%GC = [(4,95/DC)-4,5] x 100 4o Avaliar desempenho físico através da velocidade de marcha (método descrito a seguir).
Limítrofe 23,1 a 31,9% Limítrofe 15,1 a 24,9%
Se o resultado positivo, a sarcopenia é classificada como grave.
Elevado ≥ 32% Elevado ≥ 25%

Fonte: Lohman, 1992.


22 23
SARC-F
SARC-F ou Negativo O SARC-F é uma escala para triagem da sarcopenia que avalia as seguintes questões:40.
Sem sarcopenia:
TRIAGEM suspeita reavaliar depois
clínica Componente Pergunta Pontuação

Positivo ou presente Quanto de dificuldade Nenhuma = 0


Força você tem para levantar e Alguma = 1
Normal carregar 5 kg? Muita, ou não consegue = 2
Força Sem sarcopenia:
AVALIAÇÃO
muscular reavaliar depois
Nenhuma = 0
Quanto de dificuldade
Ajuda para Alguma = 1
Baixo você tem para
caminhar Muita, usa apoios,
atravessar um cômodo?
Na prática clínica, isso ou incapaz = 2
Provável é suficiente para indicar
sarcopenia as causas e iniciar Nenhuma = 0
intervenção Quanto de dificuldade você
Levantar Alguma = 1
tem para levantar de uma
da cadeira Muita, ou não consegue
cama ou cadeira?
sem ajuda = 2
Quantidade Normal
CONFIRMAÇÃO e qualidade Quanto de dificuldade você Nenhuma = 0
muscular Subir escadas tem para subir um lance de Alguma = 1
escadas de 10 degraus? Muita, ou não consegue = 2
Baixo
Nenhuma = 0
Quantas vezes você caiu
Sarcopenia Quedas 1-3 quedas = 1
no último ano?
confirmada 4 ou mais quedas = 2

ESCORE TOTAL:________

REFERÊNCIA: BARBOSA-SILVA, T.G. et al. SUN-PP113: Portuguese-Translated Sarc-F Validation and Methods to improve its efficacy: a new
Baixo algorithm for sarcopenia screening. Clinical Nutrition, v. 34. sup.1, p. S65, 2015.
Desempenho Sarcopenia
GRAVIDADE grave
físico

Risco de sarcopenia é identificado pelo critério 1.


Diagnóstico é confirmado pela adição do critério 2.
Se os critérios 1, 2 e 3 estiverem presentes,
é considerado sarcopenia severa 39.  

(1) Baixa força muscular


(2) Baixa quantidade ou qualidade muscular
(3) Baixo desempenho físico

24 25
SARC-CP FORÇA MUSCULAR
O SARC-CP é uma ferramenta para diagnóstico de sarcopenia que contém seis itens avaliados41:
Força de aperto de mão (dinamômetro)
• capacidade do indivíduo de carregar peso

• dificuldade para andar • Barato, simples, utilizado em rotina de avaliação


em hospitais e clínicas e de idosos da comunidade.
• dificuldade para se levantar ou se sentar

• dificuldade para subir escadas • Marcador de baixa funcionalidade.

• ocorrência de quedas
• Relaciona-se mais com prognósticos
• circunferência da panturrilha negativos do que a massa muscular:
maior tempo de internação hospitalar, aumento
Componente Pergunta Pontuação das limitações funcionais, baixa qualidade de vida
relacionada à saúde e morte39.
Quanto de dificuldade Nenhuma = 0
Força você tem para levantar e Alguma = 1
carregar 5 kg? Muita, ou não consegue = 2

Nenhuma = 0 Pontos de corte: H ≤ 27 kg | M ≤ 16 kg


Quanto de dificuldade
Ajuda para Alguma = 1
você tem para
caminhar Muita, usa apoios,
atravessar um cômodo?
ou incapaz = 2

Nenhuma = 0
Quanto de dificuldade
Levantar Alguma = 1
você tem para levantar de
da cadeira Muita, ou não consegue
uma cama ou cadeira?
sem ajuda = 2

O quanto de dificuldade você Nenhuma = 0 VELOCIDADE DE MARCHA


Subir escadas tem para subir um lance de Alguma = 1
escadas de 10 degraus? Muita, ou não consegue = 2

Nenhuma = 0 O teste de velocidade de marcha é parte do SPPB (short physical performance battery), porém
Quantas vezes você caiu
Quedas 1-3 quedas = 1 pode ser utilizado individualmente para avaliar desempenho físico em idosos39.
no último ano?
4 ou mais quedas = 2

Mulheres: • Avalia o tempo necessário para realização de um percurso de 4 metros


Meça a circunferência da
> 33 cm = 0
panturrilha direita exposta
≤ 33 cm = 10 • Relaciona a força muscular das pernas e o aparecimento de limitação de mobilidade
do(a) paciente em pé, com
Panturrilha
as pernas relaxadas e com
Homens: • Ponto de corte: ≤ 0,8m/s*
os pés afastados 20 cm
> 34 cm = 0
um do outro
≤ 34 cm = 10 *Indica sarcopenia grave.

Somatório (0-20 pontos)


0-10: sem sinais sugestivos de sarcopenia no momento (cogitar reavaliação periódica)
11-20: sugestivo de sarcopenia (prosseguir com investigação diagnóstica completa)
26 27
ESCALA DE FRAGILIDADE FRIED ESCALA DE FUNCIONALIDADE DE RANKIN
FRAGILIDADE: descrita como diminuição de reservas fisiológicas e aumento da vulnerabilidade
dos indivíduos, reduzindo sua capacidade de adaptação homeostática, resultado de processo A Escala de Rankin foi desenvolvida com o objetivo de mensurar o grau de incapacidade e
interno e progressivo exteriorizado por um fenótipo constituído por 5 componentes dependência nas atividades da vida diária em pacientes acometidos por AVC43,44.
mensuráveis que compõem as questões da escala Fried42:
Grau Descrição
• Perda de peso não intencional
• Fadiga 0 Sem sintomas

• Redução da força 1
Nenhuma deficiência significativa a despeito
Capaz de conduzir todos os deveres e atividades habituais
dos sintomas
• Redução da velocidade de caminhada
Incapaz de conduzir todas as atividades de antes, mas é capaz
• Baixa atividade física 2 Leve deficiência
de cuidar dos próprios interesses sem assistência

Normalmente antecede e sempre acompanha o diagnóstico de sarcopenia.


Requer alguma ajuda mas é capaz de caminhar
3 Deficiência moderada
sem assistência (pode usar bengala ou andador)
Componente da fragilidade Perguntas e respostas
Nos últimos 12 meses, o(a) sr.(a) perdeu peso sem fazer nenhuma dieta? Incapaz de caminhar sem assistência e
4 Deficiência moderadamente grave incapaz de atender às próprias
Perda de peso necessidades fisiológicas sem assistência
Sim, quantos quilos? Entre 1 kg e 3 kg;
Pontua-se neste componente o idoso que refere mais de 3 kg
mais de 3 kg
Não
Confinado à cama, incontinente, requerendo cuidados e
Nos últimos 12 meses (último ano), o(a) sr.(a) se sente mais
5 Deficiência grave atenção de enfermagem
enfraquecido, acha que sua força diminuiu?
Redução da força Sim
Não
6 Óbito

Fonte: Hean, 1995.


O(A) sr.(a) acha que hoje está caminhando mais devagar do que
caminhava há 12 meses (há um ano)?
Redução da velocidade de caminhada
Sim
Não

O(A) sr.(a) acha que faz menos atividades físicas do que fazia há
12 meses (há um ano)?
Baixa atividade física
Sim
Não

Com que frequência, na última semana, o(a) sr.(a) sentiu que


não conseguiria levar adiante suas coisas (iniciava alguma coisa
mas não conseguia terminar):
Nunca ou raramente (menos de 1 dia)
Poucas vezes (1 - 2 dias)
Algumas vezes (3 - 4 dias)
Fadiga relatada (pontua-se neste componente o idoso que
refere “algumas vezes” ou “a maior parte do tempo” em A maior parte do tempo
pelo menos uma das perguntas)
Com que frequência, na última semana, a realização de suas
atividades rotineiras exigiram do(a) sr.(a) um grande esforço
para serem realizadas:
Nunca ou raramente (menos de 1 dia)
Poucas vezes (1 - 2 dias)
Algumas vezes (3 - 4 dias)
A maior parte do tempo

Fonte: Fried , 2001. Classificação: 0 = NÃO FRÁGEIS Pontuação:__________


1 ou 2 sintomas = PRÉ-FRÁGEIS
3 ou mais sintomas = FRÁGEIS
28 29
TRIAGEM DE DISFAGIA
• Disfagia é qualquer dificuldade na efetiva condução do alimento da boca até o estômago por
meio das fases inter-relacionadas, comandadas por um complexo mecanismo neuromotor.

• Os sintomas devem ser abordados interdisciplinarmente por médicos, fonoaudiólogos,


nutricionistas e enfermeiros, uma vez que cada profissional contribui de forma interdependente
para a melhora do paciente.

• A disfagia pode levar à desnutrição e à desidratação por inadequação dietética e em razão da


consistência dos alimentos 45.

Disfagia
Os profissionais da equipe podem identificar situações de risco para disfagia por
meio da checagem de critérios de risco, sem necessariamente oferecer alimentos.

No quadro abaixo, encontram-se descritos esses critérios:

Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem

Fatores de risco Relação com aumento de risco

Disfagia neurogênica: AVE, TCE, doença de Parkinson,


demências, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares,
miastenia grave, polineuropatia do doente crítico
Doenças de base, antecedentes e Disfagia mecânica: cirurgias e ferimento por arma de fogo em região de cabeça
comorbidades e pescoço, cirurgias e osteófito cervical
Demais condições clínicas: IOT, TQT, rebaixamento do nível de consciência,
delirium
Comorbidades: DPOC, DRGE

Tosse
Presença de sinais clínicos de aspiração Engasgo
durante e após as refeições Voz molhada
Dispneia

Ocorrência de complicações Investigar a ocorrência de episódios de pneumonia e a


pulmonares relação com disfagia

Dependência motora para alimentação: utilização de utensílios


modificados e ajuda para alimentação
Funcionalidade da alimentação
Tempo de refeição: maior ou igual 30 a 40 min
Mudança de consistência alimentar: involução da consistência 

Investigar se houve perda de peso não programada nos


Perda de peso
últimos 3 meses

AVE: acidente vascular encefálico; TCE: traumatismo cranioencefálico; ELA: esclerose lateral amiotrófica; EM: esclerose múltipla; SNC: sistema nervoso central;
IOT: intubação orotraqueal; TQT: traqueostomia; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; DRGE: doença do refluxo gastroesofágico.

30 31
Identificação de risco de disfagia em idosos ALGORITMO PARA DIAGNÓSTICO
Número de
critérios para
Indicação para avaliação DE DISFAGIA SARCOPÊNICA
Critérios Sinais de risco para disfagia fonoaudiológica
caracterizar (número de critérios presentes)
risco

Doenças de base, antecedentes A disfagia sarcopênica:


Presença de 1 ou mais
e comorbidades
• É um aspecto importante na medicina de reabilitação e nos cuidados nutricionais;
Critérios Presença de sinais clínicos
maiores de aspiração • É caracterizada por dificuldade de deglutição devido à perda de massa e função nos
músculos esqueléticos e de deglutição de todo o corpo;
Ocorrências de complicações
pulmonares • Pode ser diagnosticada usando um algoritmo de 6 etapas para a condição47:

Funcionalidade da alimentação Presença de 2 ou mais


Critérios
menores
Perda de peso
Idade ≥ 65 anos ou mais, seguir
próximos passos

INTERVENÇÃO MÍNIMA MASSIVA (MMI) Normal Força do aperto de mão por


dinamometria e velocidade de marcha

Baixa força muscular ou baixa velocidade marcha


O MMI é baseado em evidências de medidas terapêuticas que devem ser aplicadas aos pacientes Normal
Avaliar massa muscular total
durante 14 dias46:
Baixa massa muscular
1. Espessamento de fluidos e modificação de textura: Normal
Ver avaliação de deglutição

a) Recomendações gerais para pacientes com disfagia orofaríngea. Disfunção


Sim
b) Adaptação reológica para líquidos incluindo volume (5, 10 e 20 mL) e consistência (néctar e Doenças que causam disfagia
pudim), se necessário, de acordo com a avaliação da deglutição.
Não

c) Dietas adaptadas à textura baseadas em comida tradicional. Sem disfagia sarcopênica Força muscular para deglutição Medir através da força da língua

Baixa
2. Suplementação nutricional (calórica e proteica) de acordo com os resultados da avaliação
Normal ou não avaliada
nutricional.

3. Intervenção de saúde bucal, consistindo em recomendações de escovação dentária pelo menos


uma vez por dia e o uso de bochechos de clorexidina 0,12% pelo menos duas vezes por dia. Possivelmente disfagia sarcopênica Provavelmente disfagia sarcopênica
Pacientes com dentaduras: é aconselhado removê-las, escová-las e limpá-las com clorexidina 0,12%.

32 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na escolha do método de avaliação do estado nutricional que será utilizado na prática clínica;
é importante considerar:

• Associação de mais de um método e/ou parâmetro para determinar o diagnóstico nutricional;

•N
 ão utilizar apenas o resultado do método como diagnóstico, e sim para comparar com
resultados anteriores e/ou futuros do paciente.

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avantenestle.com.br

NOTA IMPORTANTE: o tratamento do paciente envolve tanto o acompanhamento nutricional quanto um


conjunto de procedimentos terapêuticos que fazem parte da avaliação de uma equipe multidisciplinar.

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