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Reflexão UFCD 10331- Agentes Químicos e Biológicos- Avaliação e Controlo de riscos

Alguns agentes químicos causam danos graves na saúde humana: intoxicações, queimaduras,
asfixia.

Na proteção da saúde humana de todos aqueles que utilizam agentes químicos perigosos não
se pode deixar de considerar os riscos inerentes à utilização de uma enorme gama destes
agentes, como meio de produção de outros, como produtos de consumo ou incluídos nos mais
variados artigos de uso específico ou corrente. Quando da sua utilização indiscriminada,
podem advir efeitos nocivos, uns ainda mal determinados, outros com grau de gravidade
elevado. A utilização dos agentes químicos na empresa, obriga ao conhecimento dos riscos,
por parte do empregador, direção, técnico superior e técnico de segurança no trabalho,
médico do trabalho, trabalhadores, etc. Logo, a prevenção dos riscos de exposição aos
agentes químicos perigosos deve, assim, constituir um objetivo de todos na empresa.

Caso um agente químico seja considerado perigoso, deverá ser acompanhado de uma ficha de
dados de segurança e adequadamente rotulado para que os trabalhadores tenham
conhecimento dos seus efeitos, antes de o manusear. As propriedades físico-químicas e
toxicológicas são características inerentes dos agentes químicos com perigo potencial. O risco
inerente a um agente químico, traduz-se na possibilidade de que esse perigo potencial se
concretize nas condições de utilização ou de exposição. São utilizados inúmeros agentes
químicos perigosos no nosso dia-a-dia, dos quais as tintas, os vernizas, os diluentes, os
desinfetantes, os de limpeza, são apenas alguns exemplos. É considerada uma atividade que
envolve agentes químicos, aquela onde são utilizados ou se destinam a sê-lo, incluindo a
produção, o manuseamento, a armazenagem, o transporte ou a eliminação e o tratamento, no
decurso da qual esses agentes sejam produzidos. Alguns destes agentes podem ser perigosos,
levando à ocorrência de acidentes de trabalho (projeções, queimaduras, intoxicações agudas),
ou mesmo a doenças profissionais (asbestose – provocada pelo amianto, silicose- provocada
pela sílica). Vários agentes químicos têm legislação própria devido á sua classificação e perigo
para a saúde humana.

Atualmente os agentes químicos deviam ser preocupação para todas as empresas que os usam
como consumíveis na produção do seu produto final. Há organizações que se importam e
levam legislação muito a sério e simplesmente temos outras que nem querem saber. No meu
caso já estive no lado em que levam a sério e agora estou no lado do tanto faz. Não vejo
qualquer preocupação por parte do empregador em informar e formar os seus colaboradores
para a utilização de produtos químicos perigosos. Não vejo fichas de segurança, bacias de
retenção ou sistemas de ventilação adequados aos postos de trabalho onde se usam os
produtos químicos e muito menos o uso dos equipamentos de proteção individuais.

A lei é clara! “Os empregadores devem assegurar aos trabalhadores condições de segurança e
de saúde em todos os aspetos do seu trabalho, prevenindo os riscos profissionais”. Neste
contexto, a prevenção dos riscos profissionais é uma oportunidade para incrementar a
organização da empresa a nível de qualidade dos processos de trabalho e de fabricação,
promovendo o envolvimento dos trabalhadores e potenciando a qualidade das relações
sociais, com o consequente reflexo no aumento da produtividade, no desenvolvimento da
cultura empresarial e do bem-estar do trabalhador e na melhoria da imagem interna e externa
da empresa.
“O Homem, ao longo do tempo, abraçou diferentes conceções explicativas das doenças: a
conceção punitiva da doença indicava uma ideologia do mal, uma força divina transmitida por
contacto; a demoníaca, a intervenção de um ser espiritual ou pneumático; e, a astral, em que
as leis do macrocosmos se aplicavam à realidade humana”.

A exposição a agentes biológicos relacionada com o trabalho pode ser associada a diversos
problemas de saúde, incluindo doenças infeciosas, cancro e alergias. Alguns agentes biológicos
podem também ser prejudiciais aos bebés.

Os trabalhadores de determinados serviços, tais como os serviços de cuidados de saúde e os


serviços veterinários, a agricultura, a gestão das águas residuais e os laboratórios, encontram-
se particularmente expostos a riscos biológicos. Estes trabalhadores podem trabalhar
diretamente com micróbios ou estar expostos a micróbios, através do contacto com, por
exemplo, fluidos corporais ou solo. Quando a fonte de exposição a um agente biológico é
conhecida, é relativamente fácil prevenir os efeitos adversos na saúde. A gestão dos riscos de
fontes de exposição desconhecidas é muito mais difícil. Não existe atualmente uma
abordagem sistemática para prevenir a exposição a agentes biológicos no local de trabalho e
reconhecer os problemas de saúde relacionados. Analisando os conhecimentos existentes
sobre estes fatores de risco, identificando lacunas de dados e propondo opções políticas
futuras poderemos sensibilizar para a questão e fornecer informações fiáveis que possam
apoiar esforços para estabelecer medidas preventivas eficazes.

Os acidentes de trabalho normalmente são relacionados a episódios de quedas, queda de


materiais e objetos, derrame de produtos químicos entre outros. Porém, os riscos biológicos
também são causas comuns destes problemas. Conhecer quais são e como preveni-los e o que
as normas dizem a respeito do assunto é fundamental para garantir a integridade física dos
trabalhadores e da organização, que podem sofrer as consequências desses agentes
prejudiciais.

Face ao estudo da consequência das causas antevia-se o tratamento correspondente. Esta


aparente tranquilidade era inúmeras vezes interrompida pelo terror coletivo, despertado pelo
aparecimento de entidades mórbidas, mais mortíferas, as epidemias, quantas vezes
designadas genericamente de “Peste” ou “Praga”. Sob o ponto de vista da consequência das
causas, o termo “epidemia” designa uma doença que se abate sobre o povo. Caracteriza-se por
ser imprevisível, incontrolável, evidenciar a fragilidade e inoperância do ser humano. Durante
séculos prevaleceram os conceitos de saúde e de doença indicados na Antiguidade Clássica. A
situação de saúde dependia do equilíbrio dos humores, líquidos corporais nomeadamente o
sangue, e a doença do seu desequilíbrio.

A pandemia do novo coronavírus causou medo pelo mundo inteiro — e não é para menos. O
cenário é semelhante ao que já aconteceu noutros momentos da história da humanidade, em
que doenças alastraram-se pelo mundo e causaram estragos. Historicamente há 5 grandes
pandemias que se destacam.

A peste bubônica que é causada pela bactéria Yersinia pestis e pode-se disseminar pelo
contato com pulgas e roedores infetados. Os seus sintomas incluem inchaço dos gânglios
linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço. Outros sinais são febre, calafrios, dor de cabeça,
fadiga e dores musculares. A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste
Negra, que assolou a Europa no século XIV, matando entre 75 milhões e 200 milhões pessoas
na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de
pessoas para 350 milhões. Ficou famosa pelo número de infetados e mortos, mas também
pelas máscaras que eram usadas pelos médicos da peste negra.

A doença que atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O faraó egípcio Ramsés II, a
rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida varíola. O vírus
Orthopoxvírus variola e era transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias.
Os sintomas eram febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Felizmente, a
varíola foi erradicada do planeta em 1980, após uma campanha de vacinação em massa.

A primeira epidemia global, em 1817, que matou centenas de milhares de pessoas. Desde
então, a bactéria Vibrio cholerae sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de
tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia. A transmissão acontece a
partir do consumo de água ou alimentos contaminados, e é mais comum em países
subdesenvolvidos. Um dos mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010.No Iêmen, em 2019,
mais de 40 mil pessoas morreram devido à doença. Os sintomas são diarreia intensa, cólicas e
enjoo. Apesar de existir vacina contra a doença, esta não é 100% eficaz. O tratamento é à base
de antibióticos.

Acredita-se que entre 40 milhões e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de


Gripe Espanhola de 1918, causada por um subtipo de vírus Influenza. Mais de um quarto da
população mundial na época foi infetada. Os sintomas da doença eram muito parecidos com
os do atual coronavírus Sars-CoV-2, e não existia cura.

Por fim, o vírus H1N1, causador da chamada gripe suína, foi o primeiro a criar uma pandemia
no século XXI. O vírus surgido nos porcos no México, em 2009, e se espalhou rapidamente pelo
mundo, matando 16 mil pessoas. O contágio acontece a partir de gotículas respiratórias no ar
ou numa superfície contaminada. Os sintomas são os mesmos que uma gripe comum: febre,
tosse, dor de garganta, calafrios e dores no corpo.

Ainda hoje somos assombrados com notícias de surtos de Legionella em hospitais, a E-coli
presente em restaurantes e afins. Somos assombrados pela notícia de uma criança que faleceu
devido à presença de excesso de mofo (fungos) na sua própria casa. Sempre que se dá uma
grande catástrofe natural, somos imediatamente perseguidos pelo pensamento da cólera,
ébola, febre amarela e outras. Até quando? Até quando seremos assombrados pelo
pensamento da destruição da humanidade? Ou autodestruição, tendo em conta que já se
usam armas biológicas em guerras? O medo dos envelopes com o Antrax? Até quando?

Do passado ao presente, constata-se que há sentimentos e ações que são transversais à


existência humana como a surpresa, o desconhecimento, o medo, a desconfiança do Outro, o
marca individual e do coletivo. Claramente compreende-se que as vulnerabilidades criadas
pelo homem fazem a natureza e a dimensão das repercussões. Na era da globalização, as
facilidades de mobilidade explicam a propagação rápida a uma escala mundial.

Os microrganismos derrubaram impérios, impulsionaram outros e estiveram subjacentes às


grandes transformações económicas e sociais. Afirmaram-se valiosos instrumentos de poder
político. Foram mais mortíferos que qualquer armamento bélico em tempo de guerra.
Contudo, enquanto atentados reais à vida, sempre fizeram despertar o melhor das
potencialidades humanas em todos os domínios. É essencial dar continuidade ao trabalho de
cooperação internacional, sem fronteiras e sem imperativos de propriedades intelectuais,
sempre com o principal objetivo de preservar a saúde e a própria Humanidade.

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