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BIOSSEGURANÇ

Dra Thais Fernanda Tortorelli Zarili

NOVEMBRO 2021
+ A Biossegurança é o conjunto de ações voltadas
para a prevenção, minimização ou eliminação de
riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, riscos que podem com prometer a saúde
do homem, dos animais, do meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos
Biossegurança: Histórico, conceitos e
importância
+ Saúde – campo de práticas desde o início da humanidade
+ Roma - descrição dos primeiros equipamentos de proteção
individual, com a descrição de Plínio do uso de bexiga animal para
proteger as narinas e a boca em trabalho de mineração.
+ Período medieval – necessidade de melhoria das condições
sanitárias, período de grandes e letais epidemias
proteger os médicos do miasma, já que causa da peste negra foi associada a qualquer
matéria orgânica em decomposição e aos odores que exalavam - ar envenenado que, mais
tarde, criava um desequilíbrio nos fluidos corporais das pessoas

A roupa que ele usava era caracterizada por um casaco, calças presas a
uma bota e luvas de couro. Os especialistas também portavam uma
vara que lhes permitia a possibilidade de afastar as vítimas.
+ Urbanização – necessidade de preservação de alimentos
comercializados e às fontes de água para consumo humano
+ Noção da existência de transmissibilidade como causa de
disseminação de grande número de doenças graves, o que,
apesar do erro de suas concepções teóricas, levou a que se
estabelecesse a prática das quarentenas, que se perpetua até os
dias atuais
+ Séculos XV e XVI, já na
Renascença, antigas e
novas epidemias
rasgavam o solo europeu.
Emergiam a sífilis e a
difteria e permaneceram
em seus cursos a malária,
a peste bubônica e a
varíola.
+ Tomaram-se medidas de isolamento, criaram-se
dispensários/hospitais especiais e havia a
notificação de casos.
+ Ao lado da crença no determinismo das variações
metereológicas e do caráter das estações na geração
de epidemias, Fracastoro (1478-1553) apresentou,
em 1546 uma outra teoria para a transmissão de
doenças: a teoria do ‘contágio’.
Teoria do contágio
+ As infecções seriam causadas por
pequenos agentes infecciosos
(seminaria) transmissíveis e que se
reproduziriam por si mesmos
(entretanto, a possibilidade de que
doenças pudessem ser causadas por
animais diminutos já havia sido
levantada antes por Cardano, no
mesmo século). A transmissão das
doenças se daria por via direta
(pessoa a pessoa), indireta (através
de contaminação dos trajes, por
exemplo) ou à distância (pelo ar).
+ CURIOSIDADES...
+ primeiro microscópio ser invenção holandesa do século XVI,
seu maior desenvolvimento e sua aplicação na área médica
contam-se a partir do século XVII.
+ A varíola, uma das principais causas de morte no início do
século XVIII, flagelo antigo da humanidade, pôde, graças aos
trabalhos de Jenner (1749-1823) e outros, com o
desenvolvimento da vacinação antivariólica e seus
aperfeiçoamentos futuros, ser considerada extinta em fins do
século XX
https://www.bbc.com/portuguese/vert-earth-39905298
+ A anestesia surgia na primeira metade do século XIX, com o uso do
éter, e teve desenvolvimento exponencial, com métodos anestésicos
endovenosos, locais e espinhais elaborados ainda nesse século.
+ Semmelweiss (1818-1865), que, observando que as infecções
podiam ser ‘transportadas’ por instrumental cirúrgico, instituiu
a lavagem e antissepsia das mãos e do instrumental por
obstetras e parteiras em enfermaria em Viena
+ Lister (1827-1912), redução das infecções pós-operatórias – via
limpeza de ferimentos, mãos, instrumental cirúrgico e vestes dos
pacientes e uso de antissépticos
CONTROLE DE
INFECÇÃO?
+ Koch desenvolveu grande número de
métodos de coloração e detecção de
bactérias, como é o caso do agente da
tuberculose, a Mycobacterium
tuberculosis, ALÉM DE estabelecer a
causa bacteriana do antraz
+ Já Pasteur, estudando os processos de
fermentação, pôde estabelecer suas
causas e determinar como evitar que
gerassem produtos indesejados.
Descobriu a vida anaeróbia, provou a
inexistência da geração espontânea E
a existência de insetos vetores de
doenças infecciosas
+ A segunda RS, a Revolução Terapêutica - Ehrlich
(1854-1915), que produziu as bases científicas da
imunologia e sintetizou uma série de substâncias
arseniacais para o tratamento da sífilis, inaugurando a
quimioterapia.
+ Década de 1940, quando é sintetizada a penicilina, cujos
efeitos antiestafilocócicos foram notificados por Fleming,
trouxe novas perspectivas de vida e mudanças de
comportamento em relação às doenças infecciosas
ATUALIDADES

+ Pôde-se conhecer os vírus, com a microscopia eletrônica


+ Empregando as mais diversas tecnologias, e avançou-se na
síntese de novos e poderosos medicamentos.
+ Descoberta do DNA por Watson e Crick, em 1953.
+ Novas técnicas produziam drogas e métodos novos.
ATUALIDADES

+ Precisão dos métodos diagnósticos;


+ Viabilizar a produção industrial de substâncias humanas, a partir
de células bacterianas e fúngicas geneticamente modificadas;
+ Selecionar genes e cromossomos e interferir/elaborar um novo
ser a partir de determinantes precondicionados, gerando riscos e
desafios éticos inovadores.
+ Presente no cotidiano das
pessoas, os medicamentos
diversificaram-se em todos os
níveis de uso e fazem com que na
atualidade as indústrias
farmacêuticas estejam entre as de
maior poder mundial
Riscos, fatores de risco – Definição
+ riscos biológicos são fruto ou consequência da atividade humana
+ agentes que não eram considerados patogênicos atualmente têm emergido com frequência
como causa importante de morbidade e mortalidade
+ avanços da medicina têm melhorado a prevenção, o diagnóstico e as terapias para uma
variedade de doenças.
+ IATROGENIAS
+ uso de procedimentos cirúrgicos invasivos, próteses ou agentes quimioterápicos induzem a
imunossupressão, tornando o hospedeiro vulnerável a um grande grupo de fungos
oportunistas
+ Em relação à proteção das vias aéreas, as máscaras estão, muitas vezes, ausentes ou com
uso inadequado em ambientes onde são necessárias.
+ o crescimento populacional humano, os
avanços tecnológicos e as mudanças no
comportamento social têm levado à seleção
de novos patógenos microbianos
+ RESSURGIMENTO DE ANTIGOS

+ programa de biossegurança onde estejam


descritas as principais técnicas de
prevenção, a adoção das boas práticas, o
controle da qualidade e a notificação dos
acidentes, enfatizando a criação de um
sistema de monitoramento da saúde dos
trabalhadores
+ Os agentes biológicos apresentam um risco real ou potencial
para o homem e para o meio ambiente
+ Classificação de Risco dos Agentes Biológicos (Brasil, 2010)
visando à padronização e categorização dos agentes biológicos
que são manipulados por diferentes instituições de ensino e
pesquisa e estabelecimentos de saúde.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/classificacao_risco_
agentes_biologicos_3ed.pdf
+ Os agentes biológicos são divididos em quatro classes de risco,
com base nos seguintes critérios: a patogenicidade para o homem e
animal; a virulência; o modo de transmissão, a endemicidade e a
existência ou não de profilaxia e de terapêutica eficazes.
+ o conhecimento da classe de risco de um agente biológico é
determinante na definição do nível de contenção (nível de
biossegurança) necessário para se trabalhar em segurança. Os níveis
de biossegurança são denominados NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4.
+ Classe de Risco 1
Inclui os agentes que nunca foram descritos como causadores de
doenças para o homem ou animais e que não constituem risco para o
meio ambiente. Possuem baixo risco individual e coletivo.
+ Classe de Risco 2
Inclui os agentes que podem provocar doenças no homem ou nos
animais, com pouca probabilidade de alto risco para os profissionais
do laboratório, cujo potencial de propagação e de disseminação no
meio ambiente é limitado, além de existirem medidas terapêuticas e
profiláticas eficazes. Possuem risco individual moderado e risco
coletivo limitado.
+ Classe de Risco 3
Inclui os agentes com capacidade de transmissão por via respiratória e
que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para
as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção.
Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente,
podendo se propagar de pessoa a pessoa. Possuem risco individual
elevado e risco coletivo baixo.
+ Classe de Risco 4
Inclui os agentes que causam doenças graves para o homem ou para os
animais e que representam um sério risco para os profissionais de
laboratório e para a coletividade. São agentes patogênicos altamente
infecciosos, que se propagam facilmente, podendo causar a morte.
Possuem alto risco individual assim como para a coletividade.
Mapa de risco

+ é uma representação em papel dos riscos existentes no


ambiente de trabalho. Ou seja, são Plantas Baixas, Layouts ou
Designs impressos do local, demonstrando os riscos.
+ é um instrumento obrigatório para clínicas, hospitais,
consultórios, ou qualquer tipo de empresa do ramo
1 – Análise do Ambiente de Trabalho: Os trabalhadores: número
(quantidade), sexo, idade, treinamento profissionais e de segurança
e saúde; Os instrumentos e materiais de trabalho; As atividades
exercidas; O ambiente.
2 – Identificação e Classificação dos Riscos Existentes:
1. Grupo 1: Risco Físico (Verde)
2. Grupos 2: Risco Químico (Vermelho)
3. Grupo 3: Risco Biológico (Marrom)
4. Grupo 4: Risco Ergonômico (Amarelo)
5. Grupo 5: Risco Acidental (Azul)
+ 3 – Execução do Mapa de Risco
+ Os itens que devem constar no desenho (layout) são:
1. Planta Baixa do local (total ou por setor);
2. Nome dos locais, identificação de maquinas e equipamentos;
3. Círculos pequenos, médios e grandes, em cores e numeração de
funcionários conforme sua intensidade e classificação,
respectivamente.
4. Legenda.
+ A NR-5 determina que o responsável pela elaboração do
Mapa é a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes), com auxílio do SESMT (Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho).
+ Devendo ser elaborado de modo participativo, com o
envolvimento de todos os colaboradores do ambiente de
trabalho.

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