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EPIDEMIOLOGIA

E SAÚDE COLETIVA

Aula teórica 01

Profa. Dra. Danielle

danielle.araujo@facunicamps.edu.br
A palavra “epidemiologia” é
derivada das palavras gregas: epi
“sobre”, demos “povo” e logos
“estudo”.
OBJETIVO DA DISCIPLINA

Fornecer subsídios para a compreensão do


processo saúde/doença, para a análise e Por vectorstock

avaliação dos determinantes do processo saúde-


doença, assim como para a solução dos
problemas de saúde da população.
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
Causa
Situação Doença (onde, quando, como)
Impacto Econômico

Importância da
Epidemiologia
INTERVENÇÕES
Controle e Prevenção
Avaliação
PANDEMIA
20.177.757

563.562
Prevenção de mortes
Fonte: https://portal.fiocruz.br/

“o milagre da medicina moderna”


102 Vacinas em desenvolvimento
clínico

185 Vacinas em desenvolvimento


pré-clínico
Protein Viral Vector Inactivated DNA/RNA VLP
subunit Virus

Vacinas
Covid-19
32 18 16 26 5
1 Identificar fatores etiológicos na gênese das
enfermidades

O que causa esse problema?


Existe medida de controle?

2 Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas


de saúde nas populações humanas

Onde ocorrem os problemas?


Que pessoas são atingidas?
Quando ocorrem os problemas?
Proporcionar dados essenciais para o planejamento,
execução e avaliação das ações de prevenção, controle e
tratamento das doenças, bem como estabelecer
prioridades

Quais características existem nesse local que


favorecem o aparecimento desse problema?
Essas características são passíveis de intervenção?
Que tipo de intervenção?
EPIDEMIOLOGIA

População Estudo

Saúde  Doença
É o bem estar físico, Ausência do bem estar físico,
mental e social. mental ou social.
Art. 3º
Ações destinadas a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e social.

LEI 8080

Alimentação Moradia Saneamento básico Educação Trabalho Transporte

e outros...
Aumento da mortalidade DCNT
infantil

Condições sanitárias e
epidemiológicas Envelhecimento
Populacional
Melhorias nas condições
Doenças
de vida
infecciosas
Transformações sociais
Históricas e políticas
Modelos de assistências de
saúde
HIPÓCRATES (460 c – 377 a C)

Médico grego que viveu há


cerca de 2.500 anos.

Analisava as doenças em bases


racionais, afastando a ideia do
sobrenatural.

Ao invés de atribuir uma origem


divina às doenças, discute suas
causas ambientais.
Sugere que considerações tais como o clima
de uma população, a água ou sua situação
num lugar em que os ventos sejam
favoráveis são elementos que podem ajudar
ao médico a avaliar a situação geral de seus
habitantes.
Um tratado sobre a epilepsia, revela o
conhecimento rudimentar da anatomia que
imperava na antiga Grécia.

Se acreditava que sua causa era a falta de ar,


transportada ao cérebro e às extremidades
através das veias.
Os primeiros médicos romanos eram, geralmente,
escravos gregos.

Galeno demonstrou que as artérias


transportavam sangue e não ar.

Foi o responsável pela saúde do imperador


romano Marco Aurélio.

Responsável pelo controle de óbitos e


nascimentos.
O MÁGICO RELIGIOSO
O objetivo era a salvação da alma,
porque em terra tudo estava condenado.

Europa: Foco no indivíduo.


Oriente Médio: Foco no coletivo.
TEORIA MIASMÁTICA

1 Doenças eram punições


2 Demônios que apareciam como odores
fétidos de esgotos
3 Vapores venenosos dos pântanos.

Micróbios pudessem viajar pelo ar e infectar plantas e animais, ou permanecer em


roupas e camas para serem transmitidos de uma pessoa para outra.

1. TORTORA, G.J; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 10ª edição, Porto Alegre, Artmed, 2012.
JOHN GRAUNT (1620 -1674)

1662 – Londres – John Graunt publicou um


tratado sobre tabelas mortuárias de Londres.

Analisou nascimentos e óbitos semanais e


quantificou o padrão de doença na população
londrina.

Importante – reconhecimento do valor dos


dados coletados rotineiramente = BASE DA
EPIDEMIOLOGIA MODERNA
• Revolução industrial na
Inglaterra em 1750 deslocando
as pessoas do campo.

• Epidemia de cólera, febre


O SÉCULO XIX tifoide e febre amarela.

• Alguns defendiam as teorias


miasmáticas e outros
acreditavam em germes.
PIERRE LOUIS (1787 -1872) França

• Estudou a tuberculose e a febre tifoide.


• Propôs a contagem rigoroso de caso de
doenças.
• Introduzindo o método estatístico.
• Mostrou através de dados que a sangria
feita no tratamento de pneumonias era
prejudicial e aumentava a letalidade.
LOUIS VILLERMÉ (1782 -1863) França

Investigou a pobreza e o trabalho e as condições


de trabalho e suas repercussões sobre a saúde.

Realçando a estreita relação entre situação


socioeconômica e mortalidade.
WILLIAM FARR (1807 -1883) França
• Lei de Farr: leis das epidemias.

• Lei das epidemias: Ascensão rápida no início, elevação


lenta até o ápice e, em seguida uma queda mais rápida.

• Em 1839 apresentou dados que apontavam para as


desigualdades sociais relacionados às mortalidades.

• “Doenças são mais facilmente prevenidas do que curadas,


e o primeiro papel para a prevenção é a descoberta das
suas respectivas causas.”
Estudou as epidemias de cólera em Londres e
conseguiu incriminar o uso de água contaminada
como a responsável pelos eventos.

Traçou métodos de controle de novos surtos que


são válidos até hoje.
Koch estabelece que um microrganismo
específico causava o antraz.

Práticas antes da invenção da vacina


Médicos chineses podem ter sido os primeiros a tentar a prevenir doenças quando
fizeram crianças inalar crostas secas de feridas de varíola.

Edward Jenner, descobre um modo de proteger as


pessoas da varíola https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1738-
1. TORTORA, G.J; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 10ª edição, Porto Alegre, Artmed, 2012. conheca-a-historia-das-vacinas
o Bactéria causadora da
cólera aviária avirulenta

o Capazes de induzir
imunidade contra infecções

o Pasteur cunhou o termo


vacina

o A palavra em latim vacca


significa vaca

o O termo vacina é uma


homenagem ao trabalho
anterior de Jenner, sobre a
inoculação da varíola
bovina.
Semmelweis: investigou infecções puerperais e
óbitos, concluindo que higiene e lavagem das mãos
diminuíam os índices de mortalidade e morbidade.
A CIÊNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO SÉC. XX

Oswaldo Cruz (1872 – 1917) – criou em Manguinhos o instituto que


possibilitou numerosas pesquisas entre elas e descoberta do agente
da Doença de Chagas.
Saneamento ambiental, vetores e reservatório de
agentes.

– Coloca-se o papel do meio


ambiente na transmissão das
doenças.
– Descoberta dos ciclos dos
parasitas.
Ninguém tem toda a
experiência num mundo
que muda com velocidade

" PROTIDÃO" PARA AQUILO QUE AINDA


NÃO SE SABE E PARA TRILHAR ROTAS
INÉDITAS'

MÁRIO SERGIO CORTELLA


Bibliografia
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BONITA, R., BEAGLEHOLE, R. KJELLSTROM, T. Epidemiologia básica.
2. ed. São Paulo, Santos, 2011.
ALEXANDRE, Lourdes Bernadete dos Santos Pito. Epidemiologia:
aplicada a serviços de saúde. São Paulo: Martinari, 2012.
FLETCHER, Robert H.; FLETCHER, Suzanne W. Epidemiologia clínica:
elementos essenciais. 4. ed. São Paulo: Artmed, 2006.

BIBLIOGRAFIA Complementar:
CZERESNIA, Dina (org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões,
tendências. 2 ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.
ALMEIDA FILHO, Naomar de; ROUQUAYROL, Maria Zélia.
Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de Janeiro, 2003.
SILVA. Ana Carla da. Manual de vigilância epidemiológica e sanitária.
Goiânia: AB, 2010.
PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
LESER, Walter et. al. Elementos de epidemiologia geral. Rio de
Janeiro: Atheneu; 1988.

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