Você está na página 1de 9

TEOLOGIA

JEFERSON HELY MORAIS MOREIRA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR


As epidemias na história

Cachoeiro de Itapemirim
2020
JEFERSON HELY MORAIS MOREIRA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR


As epidemias na história

Trabalho de Teologia apresentado como requisito parcial


para a obtenção de média bimestral na disciplina de
Prática e Produção de Textos, História Medieval e
Moderna, História Contemporânea, Fundamentos
Antropológicos e Sociológicos, Direitos Humanos.

Orientador: Prof(a). Cibelia Aparecida Pereira

Cachoeiro de Itapemirim
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONCLUSÃO........................................................................................................7
4 REFERÊNCIAS......................................................................................................8
3

1 INTRODUÇÃO

A questão das epidemias, presente desde o início do homem, vem


sofrido com o desenrolar da história e para as diversas práticas de controle em
resposta a elas. Através de diversos pensadores e cientistas de diferentes épocas
buscou-se retratar essas alterações históricas.
As epidemias aqui apresentadas, estão em sua ações coletiva e
singular; coletiva enquanto fenômeno que atinge grupos de indivíduos provocando
alterações e singular enquanto ocorrência única na unidade de tempo e espaço.
Analisaremos as práticas de intervenção para o combate às epidemias refletem, o
conhecimento que se tem do fenômeno e as formas de atuação do Estado em cada
período histórico. Doenças como cólera, peste, tifo, gripe e varíola que será tratada
neste trabalho, estiveram sempre presentes na história do homem na Terra, sempre
mostrando referencias a atos divinos. Inúmeros são os relatos de epidemias durante
a Antigüidade e a Idade Média, a que acomete um grande número de pessoas ao
mesmo tempo, sem indicar, obrigatoriamente, a doença em questão. Analisaremos
como essas doenças foram apresentadas nos artigos e anúncios do texto de Maria
Antonia Almeida Pires.
4

2 DESENVOLVIMENTO

Nos artigos de Mário Jorge da Motta Bastos " Pecado, Castigo e


Redenção: a Peste como Elemento do Proselitismo Cristão (Portugal, Séculos
XIV/XVI)" e Maria Antónia Pires de Almeida " As epidemias nas notícias em Portugal:
cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918. História, Ciências, Saúde –
Manguinhos, Rio de Janeiro, v.21, n.2, abr.-jun. 2014, p.687-708", são apresentados
dois pensamentos de como eram os pensamentos de uma epidemia ocasionados
por uma doença na era primitiva e medieval do homem. De acordo com Marcus
Vinicius Polignanoas, as palavras latinas "pestes" e "pestilência" são usadas para
indicar qualquer doença com mortalidade elevada que acomete um grande número
de pessoas ao mesmo tempo, sem indicar, obrigatoriamente, a doença em questão.

Mário Jorge da Motta Bastos nos fala que "a assimilação das
epidemias a um castigo divino explicita-se como um processo de investimento de
sentido cujos principais artífices foram membros da Igreja, que o instrumentalizaram,
instituindo e disseminando esta concepção através de discursos (orais e escritos),
imagens, ritos e cerimônias estabelecidas, salvo engano, no Ocidente a partir de fins
do século V".

Devido ao medo de algo divino a Igreja e o Estado das época não


permitiram um estudo profundo das doenças creditando como sagrado e somente
eles os libertadores,ente essas doenças conhecidas hoje como varíola, tifo, cólera,
malária ou gripe e outras.

"No seu sentido mais profundo, o "tempo da epidemia" converte-se e


traduz-se no tempo da ocorrência terrena do purgatório, concepção embasada em
santo Agostinho. Como destacamos anteriormente, nas fontes religiosas
portuguesas as epidemias são sempre expressas como fogo divino, à exceção do
Breue Summario, no qual a peste é identificada com o dilúvio. Articulam-se, assim,
atuando em meio a doença divina, os dois ingredientes essenciais das penas do
purgatório - o fogo e a água - cuja função última é a da purificação", segundo Mário
Jorge da Motta Bastos.
5

Maria Antónia Pires de Almeida no seu artigo comenta: "Em


períodos de crise sanitária grave como os de 1854-1856, 1899 e 1918,
especialmente no Porto, onde cólera-morbo, peste bubônica, tifo exantemático, gripe
pneumônica e varíola mataram percentagens elevadas da população, as imagens
das epidemias na imprensa permitem-nos identificar os conhecimentos científicos
num país considerado periférico, mas que dispunha de estudos e pessoal
especializado no nível dos mais avançados da época". A partir desse período
começou-se dar mais atenção aos estudos das doenças, saindo de algo divino para
algo cientifico.

"A partir de 1851, as potências européias começaram a enviar os


seus melhores especialistas a conferências sanitárias internacionais que visavam à
uniformização das medidas sanitárias a pôr em prática. Essas conferências,
iniciadas em Paris e repetidas em Constantinopla em 1866, Viena em 1874,
Washington em 1881, Roma em 1885, Veneza em 1892, Dresden em 1893 e de
novo em Veneza em 1897, revelaram “um conhecimento científico em constante
mutação” e “posições nacionais divergentes e mutáveis ao longo do tempo. As
grandes potências européias – Inglaterra, França e mais tarde a Alemanha –
posicionaram-se em campos por vezes antagônicos, pressionando os países mais
pequenos e periféricos a prescindirem da severidade das medidas quarentenárias”
(Garnel, 2009, p.231)", segundo Maria Antónia Pires de Almeida.

A partir desse período deixou-se de lado que as doenças era algo


sagrado e passou a ter estudos científicos de descobertas das doenças e formas de
controle e erradicações.

Veremos algumas doenças apresentadas nos artigo descritos acima:

A peste bubônica ganhou o nome de peste negra por causa da pior


epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela foi sendo combatida à medida que
se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de
ratos urbanos, comum em roedores como o rato, é transmitida para o homem pela
pulga desses animais contaminados.

Cólera conhecida desde a antiguidade, teve sua primeira epidemia


global em 1817. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas
6

mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempo, sua


contaminação é por meio de água ou alimentos contaminados.

Varíola A doença atormentou a humanidade por mais de 3.000 anos,


O Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por
meio das vias respiratórias.

Gripe o vírus está em permanente mutação, por isso o homem


nunca está imune. As vacinas antigripais previnem a contaminação com formas já
conhecidas do vírus, propaga-se pelo ar, por meio de gotículas de saliva e espirros.

Tifo A doença é causada pelas bactérias do gênero Rickettsia, como


a miséria apresenta as condições ideais para a proliferação, O tifo exantemático (ou
epidêmico) aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes
contaminadas do inseto na própria corrente sangüínea. O tifo murino (ou endêmico)
é transmitido pela pulga do rato, seu tratamento é através de antibióticos.

A Organização Mundial de Saúde define a saúde como "um estado


de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades". "É um direito fundamental da pessoa humana, que deve ser
assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou condição
socioeconômica" segundo Almeida Gouveia.

Analisando o artigo de Maria Antónia Pires de Almeida, vemos que


"todas as epidemias descritas relaciona-se com a injustiça da aplicação das medidas
sanitárias e as falhas na sua aplicação, que resultavam na sua ineficácia". E de
extrema importância as medidas higiênicas e limpeza no controle de doenças e na
sua erradicação.
7

3 CONCLUSÃO

A história da humanidade é peculiarmente marcada por doenças que


atingiram o mundo em diferentes épocas e deixaram suas marcas profundas por
conta da quantidade de mortos. As medidas necessárias para combater as
patologias bem como as significativas transformações vieram desembocar no
desenvolvimento científico com o objetivo de garantir a sobrevivência.
O tempo da epidemia era, por excelência, o da purificação, espiritual
sobretudo, para o discurso cristão. Mas, consubstanciada na introjeção de valores
piedosos, expressar-se-ia pela conduta social renovada, revigorada pelos preceitos
morais da religião, segundo Mário Jorge da Motta Bastos.
De acordo com Maria Antónia Pires de Almeida "como
consequência, a negação da epidemia, para que as restrições fossem
imediatamente levantadas." O medo e o terror são também fatores recorrentes,
assim como a questão moral da doença e o fator comportamental: a epidemia como
castigo para comportamentos excessivos e desregrados.
A responsabilidade dos Estados, meios de comunicação e
sociedade sobre a intenção de educar e formar o público leitor e ouvinte a
identificação e compartilhamento de divulgação sobre informações de meios de
identificação e tratamentos para as doenças que aparecem no meio social da
humanidade.
8

4 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Antónia Pires de. As epidemias nas notícias em Portugal: cólera,
peste, tifo ,gripe e varíola,1854-1918. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio
de Janeiro, v.21, n.2, abr.-jun.2014, p.687-708. Disponível em:
ttps://www.scielo.br/pdf/hcsm/v21n2/0104-5970-hcsm-21-2-687.pdf. Acesso em:
15jul.2020.

BASTOS, Mario Jorge da Motta. Pecado, Castigo e Redenção: a Peste como


Elemento do Proselitismo Cristão (Portugal, Séculos XIV/XVI). Tempo, Rio de
Janeiro, Vol. 2, n° 3, 1997, pp. 183-205. Disponível em:
https://www.historia.uff.br/tempo/artigos_livres/artg3-8.pdf. Acesso em: 15 jul. 2020.

As grandes epidemias ao longo da historia - Acessado dia 06/11/2020. Disponível


em: https://super.abril.com.br/saude/as-grandes-epidemias-ao-longo-da-historia/

Você também pode gostar