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DAIANE ALVES

CONCEITOS E HISTÓRIA DA
BIOSSEGURANÇA
REVISÃO

• Importância da biossegurança  Pandemia 2020.


REVISÃO

• O conceito “escrito” de Biossegurança surgiu no século


XX, a partir da emergência de algumas novas patologias,
como AIDS, e tinha como principal definição a busca pela
eliminação ou diminuição do risco de exposição aos
organismos patogênicos.
• Entretanto, a ideia de Biossegurança surgiu muito antes.
Por exemplo, em 1619, durante uma epidemia de peste
em Paris, na França, Charles Delorme, médico do rei Luís
XIII, inventou uma longa vestimenta em couro, com botas
e luvas, para atender aos pacientes pestosos.
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• Nessa perspectiva, os médicos e outras pessoas que visitavam


os doentes utilizando a “Biossegurança” disponível, na época
pois acreditavam que a doença era decorrente da inalação de
materiais apodrecidos ou da água contaminada.
• Máscaras da época.
• Posteriormente, foi descoberto que a peste era causada por uma
bactéria, a Yersinia pestis e sua transmissão, principalmente
vetorial, ocorria através das picadas de pulgas  limitação.
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• Diante do exposto, percebe-se que a regulamentação


internacional da Biossegurança foi demorada.
• Em um contexto nacional, esta só foi regulamentada no Brasil
em 1995.
• Inicialmente, o objetivo era liberar os alimentos transgênicos
no mercado e a engenharia genética com a Lei nº 8.974 de
janeiro de 1995. Esta Lei foi revogada e substituída pela Lei nº
11.105, de 2005.
RESUMO DAS PANDEMIAS

• Varíola: a guerra biológica que custou uma viagem a lua;


• Peste Negra ou peste bubônica: o acordar para importância
do saneamento básico;
• Cólera: a doença do subdesenvolvimento;
• Gripe espanhola: o gigante do século XX;
• Gripe suína ou H1N1: um lobo em pele de cordeiro;
• Covid-19 e reavivamento da biossegurança.
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• Sob esse viés, “Fake News” são definidas como
informações/notícias/postagens sem a devida averiguação.
• Essas notícias falsas geralmente aparecem utilizando muitos recursos
atrativos, para que, mesmo sem a apresentação de evidências científicas,
o público-alvo se convença e assuma determinada conduta.
• Assim, a Biossegurança não é algo momentâneo, utilizado quando
convém, isto é, quando o caos já está instaurado.
• Importância de fazer parte do dia a dia.
RISCOS OCUPACIONAIS E MAPA DE
RISCO
REVISÃO

• A Norma Regulamentadora 32 (NR-32) é a portaria do então


Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicada no ano de
2005, que trata da Segurança do Trabalho no Serviço de Saúde.
• Esta estabelece diretrizes básicas, para que os serviços de saúde
possam lidar da melhor maneira com os riscos ocupacionais
com os quais são frequentemente expostos.
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• Importância de saber perceber os riscos.


• Outro aspecto não menos importante refere-se ao impacto
psicológico de lidar com um perigo constantemente, cenário
ordinário em várias profissões.
• Nestas situações é extremamente recomendável a aplicação das
normas de Biossegurança para o desenvolvimento de hábitos
biosseguros e a melhoria da qualidade de vida.
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• Os riscos ocupacionais podem ser classificados em:


• Biológicos;
• Físicos;
• Mecânicos (ou de acidentes);
• Químicos;
• Ergonômicos;
• Psicossociais.
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• Biológico: a fonte é normalmente impossível de dissociar do


objeto de trabalho, sendo, por exemplo, um paciente enfermo
ou um material contaminado.
• Ademais, a contaminação do profissional ou até do paciente
pode ocorrer por via digestiva, por via respiratória, pela mucosa
ocular ou por via cutânea (acidentes com perfurocortantes).
• Transmissão direta e indireta.
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• Riscos físicos: são aqueles associados a algumas formas de


energia, como a térmica, a radioativa e a mecânica.
• Em um hospital, suponha-se um material armazenado em
baixas temperaturas: ele é o perigo em questão.
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• Riscos mecânicos ou de acidentes: consistem em arranjo físico


inadequado ou deficiente; máquinas e equipamentos; ferramentas
defeituosas, inadequadas ou inexistentes; eletricidade; sinalização;
perigo de incêndio ou explosão; transporte de materiais; edificações;
e armazenamento inadequado que podem provocar acidentes.
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• Riscos químicos: são comuns no ambiente relacionado à saúde e, tais


quais os biológicos, são passíveis de adentrar no ser humano por via
digestiva, ocular, respiratória ou cutânea, consistindo em substâncias
químicas com essa capacidade.
• O óxido de etileno é um exemplo de composto gasoso que é utilizado
em serviços de saúde para esterilização de materiais que não podem
passar pela autoclave, mas apresenta vários riscos graves, tanto para a
saúde do profissional responsável quanto para a do paciente.
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• Riscos ergonômicos: envolvem a colocação postural do corpo


para a realização dos mais diversos procedimentos no ambiente
profissional. Ex: maqueiro, enfermeiro, e até um cirurgião
dentista.
• Todas essas situações requerem a observação cuidadosa da
postura do profissional bem como a devida disposição do
paciente para a aplicação do esforço físico.
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• A repetição é um dos fatores que facilita a concretização


desses riscos, pois leva à falta de sensibilidade para a tarefa
que se está operando, conduzindo os riscos psicossociais.
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• Segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, durante o período
de 2012 a 2018, houve um total de 4.503.631 acidentes de trabalhos notificados
no Brasil.
• A maioria no ambiente hospitalar, contabilizando 378.305 notificações,
destacando dentre diferentes ocupações, a de técnico em enfermagem, como
uma das que apresenta mais ocorrências (174.253 casos) devido ao manuseio
inadequado de perfurocortantes.
• Acompanhando dos agentes infecciosos (riscos biológicos), os quais são o
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o Vírus da Hepatite B e C.
• Medidas preventivas.
MAPAS DE RISCO
• Durante meados da década de 70- com o avanço da industrialização
o índice de acidentes sofridos pelos trabalhadores em empresas era
altíssimo.
• Pôde-se observar que os acidentes ocorridos eram devido ao
desconhecimento dos tipos de riscos aos quais os trabalhadores eram
diariamente submetidos, e, portanto, incapacitados de evitá-los.
• Diante deste fato, a Portaria nº 05, de 17 de agosto de 1992, do MTE,
tornou obrigatória a elaboração de Mapas de Riscos para empresas que
dispunham da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
MAPAS DE RISCO

• Os Mapas de Riscos são representações, em gráficos ou tabelas,


que apontam os riscos existentes em um determinado ambiente
de trabalho, sendo preferencialmente expostos em locais de
maior visualização.
• Os gráficos são representados por círculos e cores,
considerando o grau de intensidade e a natureza do risco,
respectivamente.
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• Grau de intensidade: Os riscos apresentam diferentes graus/


• níveis de intensidade podendo ser representados em três
• categorias:
• - Círculo pequeno → Leve
• - Círculo médio → Moderado
• - Círculo grande → Elevado
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• Natureza do risco: Os riscos são considerados de acordo com sua


natureza e podem ser classificados em cinco diferentes tipos, cada um
representado por uma cor específica:
• - Risco físico → Cor verde
• - Risco químico → Cor vermelha
• - Risco biológico → Cor marrom
• - Risco ergonômico → Cor amarela
• - Risco de acidentes → Cor azul
SINALIZAÇÃO

• Corresponde a uma alternativa rápida e eficaz para evitar


acidentes em ambientes de risco e é representada pelo uso de
símbolos e placas.
• É de extrema importância para todos os laboratórios que
possuam algum tipo de risco.
• Porém, para que essa medida seja eficaz, é necessário que os
usuários tenham conhecimento prévio sobre os significados de
cada uma dessas simbologias.
As placas devem ser legíveis,
preferencialmente com letras em caixa alta,
dimensões padronizadas e expostas em
locais de boa visibilidade.
A sua permanência deverá ocorrer
enquanto as exigências persistirem no
local.
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IMPORTANTE!
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• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


• As CIPAs surgiram no Brasil por volta de 1944.
• Foram introduzidas pelas empresas estrangeiras instaladas no país e tinham o
objetivo de garantir os cuidados com a segurança do trabalhador.
• Tornou-se um agente vital na prevenção de acidentes no ambiente de trabalho.
• Composição e função.
• A formação da CIPA é determinada pelo artigo 163 da Consolidação das Leis
do Trabalho e regulamentada pela NR 5.
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• Segundo essa NR, o número de funcionários de uma empresa


determina a necessidade da formação dessa comissão.
• É responsabilidade dessa comissão a divulgação de informações
relativas à segurança e à saúde aos trabalhadores, indicando as
medidas necessárias para enfrentá-las como, por exemplo, a
implementação de EPI e EPC nos locais de trabalho.
• Cargos.
• Duração do mandato.
• Eleição.
PERCEPÇÃO DO INVISÍVEL
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL E COLETIVA
EPC

• São equipamentos que protegem inúmeras pessoas ao


mesmo tempo, beneficiam todos os funcionários,
indistintamente.
• Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os
manuais de fabricantes estabelecem, devendo ser reparados
sempre que apresentarem qualquer deficiência.
OBJETIVO EPC

• Prevenir os trabalhadores ou qualquer terceiro que esteja transitando


pelo ambiente de qualquer acidente que possivelmente possa
ocorrer;
• Reduzir ou até mesmo anular qualquer risco comum à todos os
colaboradores que o ambiente de trabalho possa fornecer;
• Por fim, minimizar perdas e aumentar a produtividade, ao fornecer
aos trabalhadores um local de trabalho mais seguro.
EPC

• Alguns exemplos de aplicação de EPCs:


• Chuveiro de emergência;
• Lava-olhos: utilização em caso de acidentes;
• Extintores de combate a incêndio: combate ao fogo;
• Cabine de segurança: evita contato com substâncias tóxicas e
microrganismos;
• Caixa de primeiros socorros: auxilio na atenção primária ao acidente;
• Sinalizadores de seguranças;
• Pipetadores: evita contato dos produtos com os profissionais e a
disseminação dos aerossóis.
EPI
• É todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
• Touca
• Óculos e protetor facial
• Jaleco
• Protetor respiratório
• Máscara N95 descartável
• Luvas
EPI X PARTES DO CORPO

• Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações,


ação dos agentes meteorológicos etc.

• Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a


conjuntivite. É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto
de amostras biológicas, estilhaços e limalhas. Também utilizados em
procedimentos em laboratórios de pesquisa ou de análise clínica,
evitando o respingo de líquidos e substâncias contaminantes.
EPI X PARTES DO CORPO

• Vias respiratórias: protetor respiratório (máscaras), que previne


problemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser
utilizado em ambientes com microrganismos, poeiras, gases,
vapores nocivos.
• Existem inúmeros modelos, na área da saúde, para proteção de
gotículas é recomendada máscara cirúrgica, e para proteção
contra aerossóis, máscara N95 ou PFF2.

AEROSSOIS X GOTÍCULAS
EPI X PARTES DO CORPO
• Face: protetor facial, que protege contra impactos de partículas,
respingos de produtos químicos, algumas protegem de radiação
(infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento, além de conferir
proteção contra os respingos que podem conter vírus, fungos e
bactérias.

• Ouvidos: protetores auriculares, que previne a surdez, o cansaço, a


irritação e outros problemas psicológicos. Deve ser usada sempre
que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis,
de acordo com a norma regulamentadora.
EPI X PARTES DO CORPO

• Mãos e braços: luvas, existem inúmeros modelos: as que


protegem de microrganismos, de reagentes, choque elétrico,
queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos
de manipulação de produtos químicos, materiais cortantes,
ásperos, pesados e quentes.
• Para área da saúde as indicadas são as de látex ou de nitrilo, as
de vinil não são adequadas, pois possuem porosidade elevada,
que podem permitir a passagem de microrganismos.
EPI X PARTES DO CORPO

• Pés: sapato fechado e botas, que proporcionam proteção


contra materiais que podem cair nos pés, alguns modelos
conferem isolamento contra eletricidade e umidade. Devem
ser utilizadas por todos os profissionais da área da saúde.

• Tronco: jalecos e aventais, que protegem de impactos,


amostras contaminadas com microrganismos, gotas de
produtos químicos.
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❌ ✅
REVISÃO
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• N95 x PFF2
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JALECO
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REVISÃO
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BIOSSEGURANÇA

Você precisa estar muito mais seguro do que produzido!


Biossegurança deve ser a prioridade!
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DE
ACORDO COM A ANVISA
REVISÃO
COMO LAVAR AS MÃOS?
• 0 - Molhe as mãos com água;
• 1 - Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete
líquido para cobrir toda a superfície das mãos;
• 2 - Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si;
• 3 - Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão
esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa;
• 4 - Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais;
• 5 - Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da
mão oposta, segurando os dedos, com movimentos de vai-e-
vem e vice-versa;
COMO LAVAR AS MÃOS?

• 6 - Esfregue o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão


direita utilizando-se de movimento circular e vice-versa;
• 7 – Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a
palma da mão esquerda, fazendo movimento circular e vice-
versa;
• 8 – enxague bem as mãos com água;
• 9 – Seque as mãos com papel toalha descartável;
• 10 – No caso de torneiras de fechamento manual, para fechar
sempre utilize o papel toalha.
REVISÃO

• O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos.


• Manter líquidos antissépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
• Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas e quando
se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta.
• Mantenha as unhas tão curtas quanto possível, e remova todas as jóias antes da
lavagem das mãos.
• Realize o mesmo procedimento a cada paciente ou ensaio.
TIPOS DE HIGIENIZAÇÃO

• Higienização simples das mãos;


• Higienização antisséptica das mãos;
• Higienização por fricção antisséptica;
• Higienização antisséptica cirúrgica ou pré-operatória.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

• Higienização simples: com sabonete líquido e água.


• Finalidade: Remover os micro-organismos que colonizam
as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a
oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia
à permanência e à proliferação de micro-organismos.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

• Higienização antisséptica: antisséptico degermante e água.


• Finalidade: Promover a remoção de sujidades e da
microbiota transitória, reduzindo a microbiota residente das
mãos, com auxílio de um antisséptico.
• 40 a 60 segundos.
• Técnica.
Clorexidina
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

• Higienização por fricção antisséptica:


• Quando não há agua e sabão disponíveis.
• Finalidade: reduzir a carga microbiana das mãos e pode substituir a
higienização com água e sabonete líquido quando as mãos não
estiverem visivelmente sujas.
• A Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica não realiza
remoção de sujidades.
• Tempo.
PROCEDIMENTOS

• Higienização antisséptica cirúrgica:


• Realizado antes de cirurgias;
• Finalidade: Eliminar a microbiota
transitória da pele e reduzir a microbiota
residente, além de proporcionar efeito
residual na pele do profissional.
• Duração do Procedimento: de 3 a 5
minutos para a primeira cirurgia e de 2 a
3 minutos para as cirurgias subsequentes.
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REVISÃO
OBRIGADA!
ATIVIDADE AVALIATIVA
• 1- Explique as principais características dos principais tipos de riscos
ocupacionais.
• 2- Descreva sobre o descarte do lixo hospitalar.
• 3- Explique como é realizada a higienização das mãos.
• 4- Cite as 4 formas de higienização das mãos.
• 5- Explique os 4 tipos de precauções, destacando a diferença entre essas.
• 6- Descreva as principais recomendações para uma boa prática laboratorial.
• 7- Explique as características e diferença dos 4 tipos de precauções.
• 8- Cite os principais tipos de EPI e EPC.

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