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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

NO AMBIENTE ODONTOLÓGICO:
departamento de odontologia
universidade federal do rio
grande do norte
1ª Edição
Catalogação da publicação na fonte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Secretaria de Educação a Distância

Manual de biossegurança em ambiente odontológico: Departamento de


Odontologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte [recurso
eletrônico] / Alane de Medeiros Silva [et al]. – 1. ed. – Natal: SEDIS-
UFRN, 2020.
158228 KB.; 1 PDF

ISBN 978-65-5569-088-0

1. Biossegurança - Manual. 2. Odontologia. 3. Educação. I. Silva


Junior, Danyllo do Nascimento. II. Sousa, Giselle Firmino Torres de. III.
Lima, Kenio Costa de. IV. Costa, Maria Regina Macedo. V. Maia, Paulo
Raphael Leite. VI. Dutra, Francemberg Ferreira. VII. Título.

CDU 37:42
M294

Elaborada por Edineide da Silva Marques CRB-15/488.


Reitor
José Daniel Diniz Melo
Vice-Reitor
Henio Ferreira de Miranda

Diretoria Administrativa da EDUFRN


Maria da Penha Casado Alves (Diretora)
Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto)
Bruno Francisco Xavier (Secretário)

Conselho Editorial Kamyla Álvares Pinto


Maria da Penha Casado Alves (Presidente) Leandro Ibiapina Bevilaqua
Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Lucélio Dantas de Aquino
Adriana Rosa Carvalho Luciene da Silva Santos
Anna Cecília Queiroz de Medeiros Marcelo da Silva Amorim
Cândida de Souza Marcelo de Sousa da Silva
Fabrício Germano Alves Márcia Maria de Cruz Castro
Francisco Dutra de Macedo Filho Marta Maria de Araújo
Gilberto Corso Martin Pablo Cammarota
Grinaura Medeiros de Morais Roberval Edson Pinheiro de Lima
José Flávio Vidal Coutinho Sibele Berenice Castella Pergher
Josenildo Soares Bezerra Tercia Maria Souza de Moura Marques
Tiago de Quadros Maia Carvalho

Secretária de Educação a Distância Aline de Pinho Dias – SEDIS


Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo André Morais Gurgel – CCSA
Secretária Adjunta de Educação a Distância Antônio de Pádua dos Santos – CS
Ione Rodrigues Diniz Morais Célia Maria de Araújo – SEDIS
Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos Eugênia Maria Dantas – CCHLA
Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Ione Rodrigues Diniz Morais – SEDIS
Coordenadora de Revisão Isabel Dillmann Nunes – IMD
Aline Pinho Dias Ivan Max Freire de Lacerda – EAJ
Coordenador Editorial Jefferson Fernandes Alves – SEDIS
José Correia Torres Neto José Querginaldo Bezerra – CCET
Gestão do Fluxo de Revisão Lilian Giotto Zaros – CB
Edineide Marques Marcos Aurélio Felipe – SEDIS
Gestão do Fluxo de Editoração Maria Cristina Leandro de Paiva – CE
Rosilene Paiva Maria da Penha Casado Alves – SEDIS
Nedja Suely Fernandes – CCET
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim –
Conselho Técnico-Científico – SEDIS SEDIS
Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo – SEDIS Sulemi Fabiano Campos – CCHLA
(Presidente) Wicliffe de Andrade Costa – CCHLA

Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte CCS/UFRN


Antônio Lisboa Lopes da Costa – Diretor
Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral – Vice-diretor

Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte


DOD/ UFRN
Hébel Cavalcanti Galvão – Chefe
Fábio Roberto Dametto – Vice-chefe

5
Elaboração e Organização Bibliotecárias
Alane de Medeiros Silva - DOD Cecilia Isabel dos Santos - DOD
Danyllo do Nascimento Silva Junior - DOD Hadassa Daniele Silva Bulhões - DOD
Giselle Firmino Torres de Sousa - DOD Mônica Karina Santos Reis - DOD
Kenio Costa de Lima - DOD
Maria Regina Macedo Costa - DOD Revisores
Paulo Raphael Leite Maia - DOD Diana Ferreira Gadelha de Araújo - DOD
Francemberg Ferreira Dutra Patrícia dos Santos Calderon - DOD
Alane de Medeiros Silva - DOD
Danyllo do Nascimento Silva Junior - DOD
Colaboradores Giselle Firmino Torres de Sousa - DOD
Angela Maria Fernandes Vieira Paiva - DOD Kenio Costa de Lima - DOD
Adriano Costa Germano - DOD
Samira Albuquerque de Souza - DOD Fotografia
Patrícia dos Santos Calderon – DOD Pedro Henrique Marinho de Oliveira

Diagramação
Michael Starllone de Araujo Arquilino

6
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS............................................................................................................................ 9
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................................. 10
PREFÁCIO............................................................................................................................................. 11
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................12
1 BIOSSEGURANÇA............................................................................................................................. 13
2 RISCOS OCUPACIONAIS................................................................................................................... 15
2.1 Risco físico..................................................................................................................................... 15
2.1.1 Estratégias para minimizar riscos físicos.............................................................................................................16
2.2 Risco químico................................................................................................................................ 17
2.2.1 Estratégias para minimizar riscos químicos.......................................................................................................17
2.3 Risco ergonômico......................................................................................................................... 17
2.3.1 Estratégias para minimizar riscos ergonômicos...............................................................................................18
2.4 Risco mecânico ou de acidente................................................................................................... 18
2.4.1 Estratégias para minimizar riscos mecânicos ou de acidentes...................................................................18
2.5 Risco biológico.............................................................................................................................. 19
2.5.1 Estratégias para minimizar riscos biológicos.....................................................................................................19
2.6 Infecções cruzadas....................................................................................................................... 19
2.6.1 Principais doenças infecciosas passíveis de transmissão durante o atendimento
odontológico...........................................................................................................................................................................20
3 AMBIENTE ODONTOLÓGICO........................................................................................................... 25
3.1 Classificação das áreas dos serviços de saúde........................................................................... 25
3.2 Classificação dos procedimentos clínicos................................................................................... 25
4 NORMAS APLICADAS A ODONTOLOGIA........................................................................................ 27
4.1 Medidas de precaução padrão.................................................................................................... 27
4.1.1 Proteção da equipe odontológica.........................................................................................................................27
4.1.1.1 Imunização.................................................................................................................................................................27
4.1.1.2 Higienização das mãos...........................................................................................................................................29
4.1.1.3 Equipamentos de Proteção Individual.............................................................................................................34
5 FLUXO E PROCESSAMENTO DE ARTIGOS....................................................................................... 49
5.1 Classificação dos artigos ............................................................................................................. 49
5.2 Limpeza e descontaminação de material odontológico na área do expurgo......................... 51
5.3 Cuidados especiais com canetas de alta e baixa rotação (micromotor), peças retas e
contra- ângulos................................................................................................................................... 51
5.4 Entrega de material descontaminado no Centro de Material e Esterilização (CME)............... 52
5.5 Esterilização por processo físico................................................................................................. 53
5.6 Armazenamento e retirada de material estéril.......................................................................... 58
5.7 Desinfecção................................................................................................................................... 59
5.7.1 Desinfecção de superfícies.......................................................................................................................................59
5.7.1.1 Barreiras em superfícies.........................................................................................................................................59

7
5.7.2 Desinfecção de moldes, próteses e aparelhos ortodônticos.......................................................................60
6 CUIDADOS EM LABORATÓRIOS...................................................................................................... 62
6.1 Cuidados no laboratório multidisciplinar.................................................................................. 62
6.2 Cuidados no laboratório de microbiologia................................................................................ 63
6.2.1 Design e infra-estrutura laboratorial (laboratórios NB-1, NB-2 e NB-3)...................................................65
6.2.2 Acesso .............................................................................................................................................................................66
6.2.3 Equipamentos e acessórios laboratoriais ...........................................................................................................66
6.2.3.1 Equipamentos essenciais de segurança .........................................................................................................66
6.2.3.2 Equipamentos de contenção exigidos ............................................................................................................67
6.2.4 Áreas de trabalho ........................................................................................................................................................67
6.2.5 Proteção pessoal .........................................................................................................................................................67
6.2.6 Segurança nos procedimentos laboratoriais ....................................................................................................68
6.2.7 Descontaminação e descarte de resíduos .........................................................................................................69
6.2.8 Medidas relativas à acidente e derramamento ................................................................................................70
6.2.9 Cuidados relativos aos riscos de contaminação biológica...........................................................................70
6.2.9.1 Produção de aerossóis............................................................................................................................................70
6.2.9.2 Pipetagem de material clínico.............................................................................................................................71
6.2.9.3 Flambagem de alça bacteriológica ...................................................................................................................71
6.3 Manejo de biópsia........................................................................................................................ 71
6.4 Manejo de dentes extraídos ....................................................................................................... 71
7 ACIDENTES MUCOCUTÂNEOS E PERFUROCORTANTES: CONTROLE E CONDUTAS
PÓS-ACIDENTE.................................................................................................................................... 73
8 NORMAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA......................................................................................... 76
9 TRATAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS..................................................................................... 78
10 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS..................................................... 83
ANEXOS............................................................................................................................................... 88
Anexo 1 – Protocolo de triagem para atendimento odontológico................................................. 88
Anexo 2 – Protocolo de colocação de EPIs para atendimento clínico ............................................ 89
Anexo 3 – Protocolo de limpeza e descontaminação de material odontológico na área do
expurgo............................................................................................................................................... 90
Anexo 4 – Fluxograma de condutas em caso de acidente com material biológico....................... 93
Anexo 5– Ficha de comunicação de acidente com exposição a material biológico em alunos de
odontologia da UFRN......................................................................................................................... 94
Anexo 6 – Protocolo de rotinas de atendimento nas clínicas odontológicas e pronto
atendimento ....................................................................................................................................... 95
Anexo 7– Protocolo de prevenção de infecção cruzada durante aquisição de exames
intraorais..............................................................................................................................................99
Anexo 8 – Rotinas de preparo, limpeza e desinfecção das superfícies fixas e equipamentos das
clínicas odontológicas pela empresa terceirizada........................................................................... 101
Anexo 9 – Mapa de limpeza concorrente de clínicas odontológicas.............................................. 105
Anexo 10 – Mapa de limpeza terminal de clínicas odontológicas.................................................. 106
Anexo 11 – Protocolo de desinfecção de moldes, próteses e aparelhos ortodônticos................. 107
Anexo 12 – Normas e rotinas do CME ............................................................................................... 108
Anexo 13 – Protocolo de remoção de EPIs pós atendimento sem uso do expurgo ...................... 110
Anexo 14 – Protocolo de rotinas de atendentes de clínica ............................................................. 111
Anexo 15 – Protocolo de rotinas de normas e rotinas de atividades em laboratório................... 112
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 114
SOBRE OS AUTORES........................................................................................................................... 119

8
lista de quadros
Quadro 1 – Principais vacinas recomendadas aos profissionais de saúde........................................................28
Quadro 2 – Classificação segundo a Resolução CONAMA nº 358/05 e RDC 222/2018.................................79
Quadro 3 – Identificação e classificação do RS gerados no DOD..........................................................................80
Quadro 4 – Frequência mínima de limpeza concorrente de acordo com a área............................................83
Quadro 5 – Frequência mínima de limpeza terminal de acordo com a área....................................................84
Quadro 6 – Descrição de limpeza concorrente para cada tipo de área..............................................................85
Quadro 7 – Descrição de limpeza terminal para cada tipo de área.....................................................................86

9
lista de figuras
Figura 1 – Sequência da higienização simples das mãos........................................................................................31
Figura 2 – Antissepsia cirúrgica das mãos.....................................................................................................................32
Figura 3 – Técnica para antissepsia cirúrgica das mãos com produto a base de álcool...............................33
Figura 4 – Técnica para colocação e retirada de luvas esterilizadas.....................................................................39
Figura 5 – Fluxo de processamento de produtos de saúde....................................................................................50
Figura 6 – Caixa para transporte de material...............................................................................................................52
Figura 7 – Exemplos de Indicadores Classe I: a) fita zebrada e b) papel grau-cirúrgico...............................55
Figura 8 – Exemplo de teste Bowie & Dick pacote pronto (a), fitas para PCD (b), folha com desafio
manual (c), análise do resultado (d).................................................................................................................................56
Figura 9 – Exemplo Indicador Classe V...........................................................................................................................57
Figura 10 – Exemplo indicador biológico autocontido, seguido de uma ampola não
aprovada (amarelo) e uma ampola aprovada (roxo) após incubação em calor..............................................58

10
prefácio

A Odontologia vem, ao longo dos tempos, enfrentando à altura todos os desafios que lhe são im-
postos. Um deles, que nos últimos meses tem sido pauta frequente, diz respeito às normativas de Biosse-
gurança. Contudo, não foi a COVID-19 que desencadeou uma significativa mudança nas rotinas clínicas.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi o grande marco na conscientização da comunidade odon-
tológica sobre a importância de rígidos protocolos de prevenção da contaminação cruzada no ambiente
clínico odontológico.
Entretanto, o comportamento do Sars-CoV-2, suas taxas de propagação e a mortalidade dele de-
corrente trouxeram uma enorme preocupação à prática da Odontologia, potencializada quando se trata
do ensino da profissão. Gestores, servidores e docentes têm trabalhado no sentido de adequação da in-
fraestrutura das clínicas-escola, assim como dos procedimentos e rotinas, de forma a incorporar às medi-
das de Biossegurança as questões relacionadas à COVID-19.
Um grande desafio que vem sendo enfrentado por todos! Nos meses iniciais da pandemia um
número expressivo de docentes e instituições construiu colaborativamente o “Consenso Abeno: biossegu-
rança no ensino odontológico pós-pandemia da COVID-19” e as comissões de biossegurança dos cursos
atualizam seus documentos normativos.
Foi com grande satisfação que recebi o convite para prefaciar o presente manual, fruto do trabalho
cuidadoso e competente de servidores e docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Um
material excelente, de grande abrangência – como o tema merece – e atualizado com base na melhor evi-
dência científica disponível, direcionado a todas as medidas de Biossegurança no campo da Odontologia,
reforçando práticas pré-existentes e incluindo as que se fizeram necessárias com o advento da Pandemia
da COVID-19 em 2020.

Profa. Dra. Vania Fontanella


Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Presidente da Associação Brasileira de Ensino Odontológico

11
apresentação
A Odontologia, como todas as outras áreas de saúde, cursou um caminho que iniciou com em-
pirismo, percorrendo o pré-ceticismo e chegando a fase científica. Assim, procedimentos voltados para
prevenção de infecções cruzadas em atendimentos impulsionaram o aperfeiçoamento de profissionais na
formulação de normas institucionais com fins de redução de riscos e danos.
As Comissões de Biossegurança instaladas na instituição deram continuidade ao trabalho com for-
mulação concreta dessas normas em 2020. Tais Comissões têm por objetivo basilar a criação e manuten-
ção do programa de prevenção e controle de infecção, com a finalidade de proteger a equipe de saúde
(professores, funcionários e alunos) e os pacientes dos riscos de transmissão de patógenos causadores de
doenças infecciosas nos atendimentos.
Neste ano, a partir da elaboração e divulgação desse Manual, pretende-se apresentar com clareza
ao leitor, seja professor, aluno ou funcionário, os principais conceitos de boas práticas em Odontologia.
Assim, tem-se a finalidade de que esses reconheçam, aprendam e assumam a responsabilidade de sua
participação nesse processo, garantindo excelência na execução de seu trabalho.
Por fim, ressalta-se que este Manual é passível de atualizações diante de novas informações oriundas
de pesquisas e do avanço do conhecimento da área da saúde no tocante aos temas tratados, especialmen-
te em situações de emergência de saúde pública.

COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA (DOD/UFRN)

12
1 BIOSSEGURANÇA
De acordo com as conceituações do Ministério da Saúde, a Biossegurança diz respeito a um conjun-
to de ações que objetivam a prevenção, o controle, a mitigação e a eliminação dos riscos inerentes a ativi-
dades que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e também o meio ambiente. Desse
modo, as ações de Biossegurança tornam-se estratégicas e essenciais para a promoção do bem-estar e da
proteção da vida, principalmente tendo em vista a evolução cada vez mais rápida do conhecimento e das
novas tecnologias em saúde (BRASIL, 2010a).
Ainda conforme o Ministério da Saúde, a institucionalização da Biossegurança no Brasil iniciou-se
por volta da década de 1980, quando o país participou do Programa de Treinamento Internacional em
Biossegurança, ministrado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de estabelecer pon-
tos focais na América Latina. Em 1985, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu o primeiro curso de
Biossegurança no setor saúde, que desencadeou uma série de cursos sobre o tema. Desde então, a Biosse-
gurança seguiu ampliando seu espaço no país (BRASIL, 2010a).
Em consonância com o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
afirma que a Biossegurança compreende a análise dos riscos a que está sujeita a vida. A reflexão sobre a
Biossegurança de todos os processos é primordial para garantir a vida das pessoas, uma vez que evita ou
minimiza os riscos de atividades potencialmente perigosas (BRASIL, 2005a).
Nesse contexto, entende-se a importância de todos os envolvidos incorporarem rotinas e protoco-
los básicos de prevenção durante o trabalho nos serviços de saúde. Na prática odontológica, tais medidas
(individuais e coletivas) reforçam os cuidados, previnem acidentes e minimizam os riscos de contaminação
cruzada de doenças infectocontagiosas. Desse modo, promovem a proteção dos profissionais, estudantes,
usuários e ambientes de assistência odontológica (PINELLI et al., 2011).
Nesse sentido, em diversos órgãos de saúde, Comissões de Biossegurança são compostas com fins
de permitir melhor avaliação, acompanhamento das ações em saúde, bem como estratégias de atuação.
Com isso, suas principais atribuições consistem em promover e assessorar a formulação, atualização e
implementação de ações de Biossegurança com finalidade de promoção, manutenção do bem-estar e
proteção à vida (BRASIL, 2010a).
A Comissão de Biossegurança do Departamento de Odontologia da UFRN possui como principais
objetivos:

• Fornecer subsídios que possam garantir assistência odontológica segura aos usuários que recebem
atendimento nas clínicas do Departamento de Odontologia da UFRN;
• Orientar a prática de atividades de modo a evitar propagação de infecções e prejuízos ao meio
ambiente e à saúde;
• Implantar normas e rotinas que minimizem os riscos ocupacionais a que estão expostos alunos,
docentes e funcionários;

13
• Estabelecer protocolos para a aplicação dos parâmetros de Biossegurança nas clínicas, laboratórios
e demais instalações utilizadas para o ensino, pesquisa e extensão;
• Estabelecer protocolos de acompanhamento dos acidentes com exposição a material biológico;
• Colaborar com a disseminação de informações confiáveis, científicas e atualizadas sobre Biossegu-
rança, seja por produção técnica e/ou em momentos presenciais ao longo da formação dos alunos,
bem como em planejamento educacional junto aos docentes e cirurgiões-dentistas.

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2 RISCOS OCUPACIONAIS

As atividades de prática clínica dos cirurgiões-dentistas, bem como dos estudantes de Odonto-
logia, envolvem ambientes caracterizados por situações que podem causar danos à saúde dos profissio-
nais e pacientes que ali transitam. Nos espaços clínicos odontológicos circula um grande quantitativo de
pessoas, que podem levar consigo agentes potencialmente contaminantes. Além do mais, existem riscos
à saúde provenientes de espaços físicos mal projetados e decorrentes de má postura corporal dos profis-
sionais da equipe odontológica durante a execução de seus procedimentos laborais (NOGUEIRA; BASTOS;
COSTA, 2010).
Nesse contexto, riscos ocupacionais são definidos pela possibilidade de perda ou dano e a proba-
bilidade de que tal perda ou dano ocorra. Os riscos mais frequentes aos que atuam em assistência odon-
tológica são: físicos, químicos, ergonômicos, mecânicos ou de acidente, os advindos da falta de conforto e
higiene e os biológicos (BRASIL, 2006a).
Assim, mesmo com os avanços tecnológicos, os quais contribuíram consideravelmente para a me-
lhoria das condições de trabalho do cirurgião-dentista, há, ainda, uma série de doenças que ocorrem com
frequência nestes profissionais, tais como: perda auditiva induzida por ruído (PAIR), cifoescoliose, lesões
por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT); contaminação
por mercúrio, por radiações ionizantes e não ionizantes; alergias, dermatites e eczemas de contato (COSTA
et al., 2006). No entanto, a maioria das doenças que acomete pacientes e cirurgiões-dentistas estão relacio-
nadas à comunicação face-a-face com os pacientes, permitindo exposição constante e frequente à saliva,
sangue e outros fluidos corporais. Esses fluidos proporcionam a transmissão de patógenos que podem
ser inalados, permanecer suspensos por longos períodos no ambiente, entrar em contato com mucosas
nasais, orais e conjuntiva ou ainda, através de tosse ou espirro alcançarem os instrumentais, bem como
outros materiais no consultório odontológico (THOMÉ et al., 2020).
Dentre os riscos de exposição no ambiente odontológico, destacam-se:

2.1 Risco físico

São considerados agentes físicos as diversas formas de energia as quais os trabalhadores possam
estar expostos. Os mais conhecidos são: ruído, vibração, radiação ionizante e não ionizante, temperaturas
extremas, iluminação deficiente ou excessiva e umidade (BRASIL, 2019a).
Aos atuantes em Odontologia, os principais causadores de riscos físicos são: caneta de alta rotação,
compressor de ar, equipamento de raios X, equipamento de laser, fotopolimerizador, autoclave e condi-
cionador de ar (BRASIL, 2006a).
Quanto aos ruídos, ressalta-se que a depender do tempo de exposição, nível sonoro e da sensi-
bilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se de forma imediata ou gradualmente.
Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional (BRASIL, 2019a).

15
Os cirurgiões-dentistas/ alunos estão constantemente expostos às condições de ruídos em consultório,
acarretando desgaste e redução de rendimento profissional. Os efeitos nocivos do ruído podem acarretar
comprometimentos diversos nas esferas física, mental e social do cirurgião-dentista, podendo levar a PAIR
(COSTA et al., 2006). Com isso, é imprescindível que se mantenha os níveis de ruído até 80 decibéis, confor-
me a Norma Regulamentadora da Legislação Trabalhista Brasileira NR-15 (BRASIL, 1978a).
Em relação às vibrações, essas podem ser localizadas ou generalizadas. Na Odontologia as primei-
ras são mais comuns, podendo ocorrer alterações neurovasculares nas articulações das mãos e braços
e osteoporose em consequência, por exemplo, do uso de instrumentos rotatórios e ultrassom (BRASIL,
2019a).
Por sua vez, as radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com uma
determinada velocidade e podem se enquadrar como ionizantes ou não ionizantes, a depender da quan-
tidade de energia. As radiações ionizantes são caracterizadas por terem altos níveis de energia, ao passo
que as não ionizantes possuem relativamente baixa energia (BRASIL, 2019a).
No tocante às temperaturas excessivas, salienta-se que altas temperaturas podem provocar: de-
sidratação, erupção da pele, câimbras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardiocircula-
tórios e insolação. Isso pode acontecer por exemplo nas salas de utilização de autoclave se não forem
utilizadas conforme protocolos estabelecidos. Por sua vez, baixas temperaturas podem provocar: feridas,
rachaduras e necrose na pele, congelamento, predisposição para acidentes e agravamento de doenças
reumáticas e respiratórias, por isso a importância de manter a temperatura do ambiente em níveis de sa-
lubridade adequados (BRASIL, 2019a).
No que se refere ao aspecto iluminação, ressalta-se a necessidade da presença de boa iluminação e
também da importância da luz natural vinda das janelas, o que permite um meio de trabalho mais agradá-
vel, em contato com o mundo exterior. Com isso, a iluminação deve obedecer a aspectos quanti e qualita-
tivos, com vistas à prevenção de acidentes decorrentes da fadiga visual (BRASIL, 2019a).
Quanto à umidade, destaca-se que a exposição do trabalhador pode acarretar doenças do aparelho
respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras.

2.1.1 Estratégias para minimizar riscos físicos

1- Proteção auricular.
2- Utilização de óculos de proteção para procedimentos odontológicos durante o manu-
seio de equipamentos que possuem luz alógena e o laser.
3- Utilização de equipamentos de proteção radiológica em pacientes (avental e colar plum-
bífero com equivalência de pelo menos 0,25mm de chumbo, posicionado sobre o tórax,
região genital e tireoide).
4- Parede com blindagem radiológica.
5- Iluminação e temperatura adequadas no ambiente de trabalho.
6- Precaução ao manusear equipamentos de elevada temperatura.
7- O risco de exposição à umidade pode ser contornado se tomadas medidas de proteção
coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, instalação de estrados
de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimen-
to de Equipamento de Proteção Individual - EPI) (BRASIL, 2019a).

16
2.2 Risco químico

Os riscos químicos surgem a partir da exposição do indivíduo durante a manipulação de produtos


químicos que podem acarretar danos físicos ou outros tipos de prejuízos à saúde. Os danos à saúde estão
associados ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e os olhos, assim como a inalação de seus
vapores. O contato com tais produtos pode causar irritação na pele e olhos, queimaduras leves, modera-
das ou graves. A inalação pode afetar o sistema respiratório, nervoso, renal e até mesmo ocasionar alguns
tipos de câncer. A severidade das lesões depende da magnitude dos fatores causadores (BRASIL, 2019a).
Quando se pensa na prática clínica odontológica, os principais riscos químicos relacionam-se ao
mercúrio do amálgama de prata, monômeros de resinas acrílicas, desinfetantes químicos (por exemplo,
álcool, formaldeídos, hipoclorito de sódio e clorexidina) e os gases medicinais (óxido nitroso e outros).
Além disso, problemas locais ou sistêmicos, como dermatites de contato, podem ser causados por meio
do contato com materiais e substâncias químicas, como resinas acrílicas, ionômeros, ligas metálicas, luvas
de látex e máscaras (NOGUEIRA; BASTOS; COSTA, 2010).

2.2.1 Estratégias para minimizar riscos químicos

1- Utilizar pano umedecido para limpar a sujeira do chão, evitar poeiras.


2- Uso de EPIs adequados para o manuseio de produtos químicos desinfetantes descritos
nos protocolos operacionais.
3- Utilizar preferivelmente amalgamador de cápsulas.
4- Acondicionar os resíduos de amálgama em recipiente inquebrável, de paredes rígidas,
contendo água suficiente para cobri-los, e encaminhá-los para coleta especial de resíduos
contaminados.
5- Armazenar os produtos químicos de maneira correta e segura, conforme instruções do
fabricante, para evitar acidentes.
6- Uso de EPI descritos em protocolos operacionais para manipulação de resinas acrílicas,
ligas metálicas e demais materiais com potencial alergênico.

2.3 Risco ergonômico

Os riscos ergonômicos referem-se aos riscos advindos da relação do homem e seu ambiente de tra-
balho. Esses riscos podem afetar a integridade física ou mental dos sujeitos envolvidos, causando descon-
forto ou certos tipos de doenças. São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de
peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período
noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade e imposição de rotina intensa. Nessa
conjuntura, os riscos ergonômicos podem gerar diversas alterações no organismo, tais como: LER/DORT,
cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, problemas na coluna, doenças
nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo, tensão, ansiedade, entre outras (BRASIL, 2019a).
Na profissão odontológica, o aspecto ergonômico é algo bastante peculiar. Há um maior desgaste
mecânico, haja vista os movimentos repetitivos, bem como as inclinações laterais, flexões e extensões de
coluna que são práticas comuns dos cirurgiões-dentistas na execução de seus procedimentos. Tais com-
portamentos de risco podem gerar alterações de origem postural, como: escolioses, cifoses e lordoses,

17
bursite dos ombros, dos cotovelos, inflamação das bainhas tendinosas e artrite das mãos (NOGUEIRA; BAS-
TOS; COSTA, 2010).

2.3.1 Estratégias para minimizar riscos ergonômicos

1- Melhoria no processo de trabalho (por exemplo, trabalho a quatro mãos).


2- Melhores condições no local de trabalho.
3- Modernização de máquinas e equipamentos (por exemplo, uso de lupas ou microscó-
pios operatórios).
4- Melhoria no relacionamento entre as pessoas.
5- Alteração no ritmo de trabalho (por exemplo, incluir intervalos de descanso).
6- Utilização de ferramentas adequadas.
7- Postura corporal adequada.
8- Disposição adequada de equipamentos e mobiliário.
9- Definição de zona de trabalho para aumentar produtividade e reduzir desgaste.

2.4 Risco mecânico ou de acidente

A equipe odontológica também corre o risco de ser atingida por agentes mecânicos ou que possam
ocasionar determinados acidentes. Os riscos mais frequentes estão relacionados com espaço físico sub-
dimensionado e arranjo físico inadequado; instrumental com defeito ou impróprio para o procedimento;
perigo de incêndio ou explosão; edificação com defeitos; improvisações na instalação da rede hidráulica e
elétrica; ausência de equipamento de proteção individual; riscos de perfurações ou cortes de dedos e/ou
mãos no manuseio de instrumentos odontológicos; queimaduras (MARQUES, 2014; NOGUEIRA; BASTOS;
COSTA, 2010).

2.4.1 Estratégias para minimizar riscos mecânicos ou de acidentes

1- Adquirir somente equipamentos com registro no Ministério da Saúde, ergonomicamen-


te testados.
2- Instalações adequadas de acordo com as normas vigentes.
3- Assegurar o uso somente de materiais, medicamentos e produtos registrados na ANVISA.
4- Ter sempre instrumental de qualidade e em condições de trabalho.
5- Instalar extintores de incêndio obedecendo ao preconizado pelas normas vigentes e ca-
pacitar a equipe para sua utilização.
6- Realizar periodicamente manutenção preventiva e corretiva da estrutura física, incluindo
instalações hidráulicas e elétricas;.
7- Usar óculos de proteção e protetor facial para prevenir a penetração de corpos estranhos
nos olhos.

18
2.5 Risco biológico

Os riscos biológicos estão atrelados aos seguintes micro-organismos: vírus, bactérias, protozoários
e fungos. Uma vez em contato com o organismo humano, esses agentes podem provocar diversas doen-
ças, as quais serão desenvolvidas mediante o potencial patogênico de seu respectivo agente e o sistema
imunológico do hospedeiro. As principais vias relacionadas ao processo de contaminação biológica são:
cutânea ou percutânea (acidente com agulhas e vidraria, tendo ou não lesões; arranhaduras e mordeduras
de animais), a via respiratória, a via conjuntiva e a via oral (BRASIL, 2019a).

2.5.1 Estratégias para minimizar riscos biológicos

1- Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente das Normas de


Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.
2- Conhecimento dos riscos pelo manipulador.
3- A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à ma-
neira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do
micro-organismo ou vetor com o qual se trabalha.
4- Respeito das regras gerais de segurança e ainda a realização das medidas de proteção
individual.
5- Lavagem das mãos, utilização de EPIs conforme o tipo de precaução adotada, como
avental/capote, luvas descartáveis, máscara cirúrgica ou de proteção respiratória, óculos
de proteção e protetor facial e demais EPIs que se façam necessários a depender do tipo de
manipulação.
6- Autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum, em
autoclave própria para esse fim (diferente da utilizada para autoclavagem de instrumentais
usados em pacientes).
7- Uso de desinfetante de espectro e segurança apropriados para inativação de micro-or-
ganismos específicos.

2.6 Infecções cruzadas

Infecção cruzada é a passagem de um agente etiológico de uma doença, de um indivíduo para


outro susceptível. Existem quatro possíveis vias de infecção cruzada no consultório odontológico: a) do
paciente para a equipe odontológica; b) da equipe odontológica para o paciente; c) de paciente para
paciente por meio do pessoal da equipe odontológica; d) de paciente para paciente por intermédio de
instrumentos, equipamentos ou superfícies contaminadas (REGO; JORGE, 2012). Há ainda a contaminação
através da equipe odontológica ou paciente para o pessoal do laboratório de prótese e vice-versa.
O exercício profissional da equipe odontológica está diretamente relacionado ao contato com flui-
dos orgânicos que podem carrear patógenos causadores de doenças infecciosas, o que gera risco biológi-
co. Tais condições envolvem tanto os profissionais de saúde encarregados pela assistência, como também
os próprios usuários atendidos.
Desse modo, torna-se fundamental salientar a importância da adoção dos preceitos da Biossegu-

19
rança e do controle de infecção cruzada, sendo este um dos maiores desafios nos espaços de atuação dos
profissionais da Odontologia. A transmissão de doenças infecciosas de usuários para profissionais e de
profissionais para usuários, bem como entre os próprios usuários, continua sendo uma grande preocupa-
ção nessa área.
Entre outros fatores associados à ocorrência de infecções cruzadas, aponta-se o descuido de mui-
tos profissionais no tocante às normas oficiais preconizadas pelos órgãos de saúde. Ou seja, existe uma di-
ferença significativa entre o que está nas normas e o que é feito pelos profissionais em seus ambientes de
trabalho. Além disso, um quantitativo considerável de profissionais parece estar indiferente à implantação
de medidas de controle das doenças infectocontagiosas (MACHADO; KATHER, 2002; ORESTES-CARDOSO,
2009).
Nesse contexto, ressalta-se que a prática odontológica abrange uma gama de procedimentos de
distintos níveis de complexidade, implicando em contato com secreções do meio ambiente bucal, sangue
e outros tipos de secreções, assim como em exposição a partículas provenientes das vias aéreas superio-
res. Destacam-se ainda o contato com mucosas ou lesões de pele e o risco de injúria percutânea causada
por agulha ou outro objeto pontiagudo contaminado (ORESTES-CARDOSO, 2009).
Diante do exposto, frisa-se que deve haver uma maior atenção ao tema da Biossegurança, primor-
dialmente entre os profissionais, com vistas a reduzir os riscos de infecção cruzada. Assim sendo, o comba-
te à contaminação deve ser uma preocupação de todos os serviços e de todos os envolvidos na assistência,
seja indireta ou direta, objetivando barrar o ciclo de intensificação da infecção. Por fim, autores têm enfati-
zado também a relevância de se aperfeiçoar as estratégias educacionais, objetivando motivar a adesão às
normas de Biossegurança com ênfase no exemplo (PINELLI et al., 2011).

2.6.1 Principais doenças infecciosas passíveis de transmissão durante o atendimento odontológico

• SÍFILIS
Desde 2016, esta infecção foi declarada como um grave problema de saúde pública no Bra-
sil (GALVÃO, 2019). Trata-se de uma infecção transmitida predominantemente pelo contato sexual
desprotegido ou verticalmente (congênita) pela mãe contaminada para o seu feto. Todavia, seu
contágio também pode se dar por meio do contato com o sangue contaminado, o que se configura
um risco na prática clínica odontológica. É causada pela bactéria Treponema pallidum e apresenta
um período de incubação que pode variar de uma a três semanas. Os períodos de maior risco de
transmissão do micro-organismo são as fases primária e secundária da doença (há ainda as fases
latente e terciária). A vida extracorpórea do micro-organismo é curta, sendo descrita como de se-
gundos na temperatura de 25ºC (BRASIL, 2019b).

• GONORRÉIA
Trata-se de uma infecção causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, sendo a infecção sexual-
mente transmissível (IST) mais prevalente no mundo e também a mais antiga. O risco de contágio é
aumentado durante a prática odontológica em virtude das lesões bucais características e pela boca
e nasofaringe serem habitat para o referido micro-organismo. Sua sobrevida extracorpórea é de

20
poucas horas em superfície seca (BRASIL, 2000; BRASIL, 2019b).

• TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que apresenta alta prevalência mundialmente.
No Brasil, a cada ano, aproximadamente 70 mil novos casos são notificados e 4,6 mil mortes ocor-
rem em detrimento dessa doença (FONTES et al., 2019). Afeta prioritariamente os pulmões, embora
possa acometer outros órgãos e sistemas do corpo, como ossos, rins e meninges. É causada pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (BK). O principal reservatório é o ser huma-
no. É uma doença de transmissão aérea - ocorre a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar
e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de
aerossóis que contêm bacilos.
Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se disper-
sam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. A
transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início
do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral,
após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes (BRASIL, 2016; BRASIL, 2019b).

• DIFTERIA
Trata-se de uma doença transmissível aguda, toxiinfecciosa e imunoprevenível, causada pela
bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se aloja principalmente nas amígdalas, faringe, laringe,
nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas do corpo, além da pele. A via respiratória superior e a
pele são os locais preferidos, e normalmente colonizados pela bactéria. A transmissão da difteria
ocorre basicamente por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. O período de incubação é, em
geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Já o período de transmissibilidade da doença dura, em
média, até 2 semanas após o início dos sintomas (BRASIL, 2019b).

• SARAMPO
É uma doença infecciosa aguda, viral (Measles morbillivirus), grave, que pode ser transmitida
pela fala, tosse e espirro. É muito contagiosa, mas prevenida pela vacina. Pessoas de qualquer faixa
etária podem adquirir a doença. A transmissão, que pode ser por gotículas nasofaríngeas ou por
aerossóis, ocorre de 4 a 6 dias antes e até 4 dias após o aparecimento do exantema. O período de
maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. A sobrevida do vírus
no meio ambiente é superior a 24 horas, sendo inativado a 56ºC por 30 minutos (BRASIL, 2019b).

• CAXUMBA
É causada por vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. A transmissão ocorre por
via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas in-
fectadas. A transmissão indireta é menos frequente, mas pode ocorrer pelo contato com objetos
e/ou utensílios contaminados com secreção do nariz e/ou boca. O período de transmissibilidade
da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos
sintomas. O sintoma mais comum é o aumento das glândulas salivares, acompanhado de febre.

21
Ainda, é comum que a infecção provoque orquite (inflamação nos testículos) em homens adultos e
mastite (infecção do tecido mamário) nas mulheres (BRASIL, 2019b).

• RUBÉOLA
É uma doença aguda, muito contagiosa, transmitida pelo vírus da família Togaviridae. A trans-
missão é diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelidas pelo
doente ao tossir, respirar ou falar. A transmissão ocorre de 5 a 7 dias antes e depois do início do
exantema (erupção cutânea) (BRASIL, 2019b).

• HERPES
Trata-se de uma doença infecciosa aguda que, à exceção das infecções respiratórias virais, é a
virose humana mais comum. Os vírus do herpes simples (VHS; ou HSH, em literatura inglesa) apre-
sentam dois sorotipos distintos: VHS-1 e VHS-2. O primeiro é o principal responsável pelas lesões
que acometem a região orofacial; e o segundo envolve, principalmente, as lesões genitais. O VHS é
transmitido com maior frequência no contato direto com lesões ou objetos contaminados. A disse-
minação assintomática do vírus através de fluidos orgânicos (sangue, saliva, secreções vaginais) ou
das lesões crostosas constitui uma importante forma de transmissão (BRASIL, 2000).

• VARICELA
Popularmente conhecida como catapora, trata-se de uma doença infecciosa, altamente conta-
giosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster. O contágio acontece por meio
do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo
vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias. Indiretamente, é transmitida por meio
de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de infectados. Rara-
mente é transmitida por meio de contato com lesões de pele (BRASIL, 2019b).
Esse vírus pode ficar latente no indivíduo durante toda vida e ser reativado durante a idade adul-
ta ou em pessoas com comprometimento imunológico sendo definido como Herpes Zóster. Excep-
cionalmente, há pacientes que desenvolvem Herpes Zóster após contato com doentes de varicela e,
até mesmo, com outro doente de Zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em paciente
já previamente imunizado. A sintomatologia principal é o surgimento de lesão vesicular, geralmente
unilateral que segue o trajeto de um nervo, podendo haver inclusive comprometimento do nervo
trigêmeo em 15% dos casos. Nesses casos, é imprescindível a suspensão do atendimento odonto-
lógico (BRASIL, 2019b; CONSOLARO; CONSOLARO, 2009).

• HEPATITES
Inflamação do fígado, podendo ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e
outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Podem não apresen-
tar sintomatologia. As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por
letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. A transmissão varia de acordo com o tipo de hepatite. Há
o contágio fecal-oral, por condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e
dos alimentos (hepatite A e E), há transmissão por contato com sangue, por meio de compartilha-

22
mento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro cortan-
tes (vírus B, C e D); também pode ocorrer transmissão pelo modo vertical (mãe para o bebê) e por
transfusão de sangue contaminado (vírus B, C e D) (BRASIL, 2019b). O vírus da Hepatite B apresenta
capacidade de resistência ambiental, permanecendo vivo por cerca de 7 dias em utensílios ou ins-
trumentais cirúrgicos, em temperatura ambiente (WHO, 2019).

• HIV/AIDS
A AIDS é a doença sexualmente transmissível causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiên-
cia Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus compromete o sistema imunológico, que é o res-
ponsável por defender o nosso organismo de doenças. O HIV é um retrovírus, classificado na sub-
família dos Lentiviridae. A transmissão do HIV acontece das seguintes formas: sexo desprotegido,
uso de seringa compartilhado, transfusão de sangue contaminado, da mãe para o filho durante a
gravidez, no parto e na amamentação e também por meio de instrumentos perfuro-cortantes não
limpos/esterilizados (BRASIL, 2019b).
O HIV é extremamente sensível ao meio externo, podendo ser facilmente inativado por agentes
físicos e químicos. O risco de transmissão do HIV após a penetração na pele de um instrumento
médico contaminado com sangue infectado é de cerca de 1/300, sem profilaxia antirretroviral
pós-exposição. A profilaxia imediata reduz o risco para menos que 1/1.500. O risco parece ser
maior se a lesão for profunda ou o sangue estiver inoculado (p. ex., com agulha oca contaminada)
(BRASIL, 2019b).

• INFLUENZA
Popularmente conhecida como gripe, trata-se de uma infecção aguda do sistema respiratório,
ocasionada pelo vírus influenza (no Brasil circulam os tipos A, B e C), com elevado potencial de
transmissão. Pessoas de todas as faixas etárias podem ser acometidas pela infecção pelo vírus in-
fluenza, porém, algumas pessoas, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com alguma comor-
bidade, possuem um risco maior de desenvolver complicações devido à doença. Esse vírus tem
uma capacidade de propagação fácil e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. O vírus
pode ser transmitido entre 24 e 48 horas antes do início dos sintomas e em quantidades mais
baixas durante a fase sintomática (BRASIL, 2019b). Seus principais sintomas são febre, dor de gar-
ganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça (BRASIL, 2018a). A melhor maneira de se prevenir contra
a doença é vacinar-se anualmente.

• COVID-19
Doença causada pelo novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, o qual gerou a pandemia
declarada no dia 11 de março de 2020, pela OMS. Inicialmente detectado na China, esse vírus per-
tence a uma grande família de coronavírus que está presente em diferentes espécies de animais,
como gado, gatos, camelos e morcegos. Entretanto, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) apresentou
alto índice de transmissão pessoa a pessoa, sendo hoje bem definido que possui alta e sustentada
transmissibilidade (BRASIL, 2020a).

23
A COVID-19 infectou rapidamente comunidades de diversos países por meio de transmissão
como espirro, tosse, inalação de gotículas e aerossóis ou por contato indireto a mucosas orais, na-
sais e oculares. A doença apresenta geralmente os sintomas de febre, tosse, mialgia e fadiga, alte-
rações do olfato e paladar, dispneia, sintomas respiratórios superiores, e mais raramente, sintomas
gastrointestinais (BRASIL, 2020b). No entanto, de acordo com a OMS, a maioria (cerca de 80%) dos
pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos e, aproximadamente,
20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respira-
tória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório. Assim como na
Influenza, pessoas que possuam alguma comorbidade ou condições clínicas podem evoluir para
quadros mais graves da doença, sendo elas: pessoas acima de 60 anos, cardiopatas, pneumopatas,
imunodeprimidos, doentes renais, diabéticos, gestantes de alto risco, obesos, entre outros (BRASIL,
2020c). Diferentemente da Influenza, essa doença não apresenta vacina desenvolvida, nem mesmo
tratamento comprovadamente eficaz até Novembro de 2020, sendo, portanto, a prevenção a me-
lhor maneira de evitar a sua propagação.

24
3 AMBIENTE ODONTOLÓGICO
As áreas dos serviços de saúde são definidas considerando o risco potencial para a transmissão de
infecções com base nas atividades realizadas em cada local. Essa classificação, além de auxiliar nas estraté-
gias contra a transmissão de infecções, direciona os processos de limpeza e desinfecção de superfícies em
serviços de saúde (ASAKURA, 2010).

3.1 Classificação das áreas dos serviços de saúde

Áreas não críticas: são aquelas em que os pacientes não têm acesso ou não são utilizadas para
atendimentos. Exigem limpeza com água e sabão. Exemplos: secretaria e biblioteca.
Áreas semicríticas: áreas onde somente são permitidas entradas de pessoas que trabalham
no ambiente. Exige limpeza e desinfecção constante. Exemplo: laboratórios.
Áreas críticas: são aquelas destinadas à assistência direta ao paciente. Exige rigorosa limpeza
e desinfecção. Exemplos: áreas clínicas de atendimento.

Atualmente, essa classificação é bastante questionada, uma vez que o risco de infecção está mais
relacionado ao tipo de procedimento ao qual o paciente é submetido do que à área na qual ele se encon-
tra (ASAKURA, 2010). Por isso, nos processos de limpeza e desinfecção das áreas dos serviços de saúde é
importante que se considere também a classificação dos procedimentos.

3.2 Classificação dos procedimentos clínicos

A classificação dos procedimentos em Odontologia como críticos, semicríticos e não críticos é de


difícil exatidão em sua definição pois, durante o atendimento clínico, situações não planejadas podem
surgir, bem como o simples fato de o ambiente estar constantemente exposto a aerossóis potencialmente
infectantes. Para critérios de entendimento considera-se:

• Procedimentos críticos: são todos aqueles procedimentos onde há a penetração no sistema vascu-
lar. Em Odontologia, podemos dar como exemplos as cirurgias de tecidos moles e duros, as exo-
dontias, os preparos protéticos subgengivais e as raspagens subgengivais.
• Procedimentos semicríticos: são aqueles procedimentos em que ocorre o contato com secreções
orgânicas (por exemplo, saliva) sem que haja a invasão do sistema vascular. Na Odontologia pode-
mos citar como exemplos o exame clínico odontológico, a instalação de aparelho ortodôntico, os
preparos cavitários e a inserção de material restaurador numa cavidade.
• Procedimentos não críticos: são aqueles procedimentos onde não ocorre penetração no sistema
vascular e não existe o contato com secreções orgânicas. Não existem procedimentos clínicos
odontológicos que possam ser classificados nessa categoria.

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Nas diversas especialidades da saúde, a área de trabalho torna-se contaminada com micro-orga-
nismos assim que se iniciam os procedimentos clínicos. Em Odontologia, esse problema de contaminação
é ainda mais grave, pois a execução dos procedimentos leva à formação de aerossóis, que podem lançar
bactérias por até 2 metros ao redor do campo operatório. Além disso, os móveis, equipamentos e aces-
sórios presentes na área de trabalho podem ser contaminados por saliva, sangue ou outras secreções
provenientes das mãos (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009). Para reduzir o risco de infecção cruzada no ambiente
clínico é necessário fazer o tratamento destas superfícies por limpeza e desinfecção, bem como a adoção
das medidas de precaução padrão, abordadas no capítulo a seguir.
Levando em consideração que é mais fácil e seguro evitar a contaminação do que descontaminar
uma superfície, indica-se o uso de barreiras físicas nas superfícies de equipamentos e acessórios com pro-
babilidade de serem tocadas durante o atendimento odontológico. Seu uso é recomendado para as super-
fícies que podem ser recobertas e que são de difícil desinfecção. As barreiras físicas podem ser descartáveis
ou não, esterilizadas ou não, dependendo da natureza do procedimento a ser realizado (LORENZO; ROSA;
GODOY, 2010; SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).
As áreas que não ficam em contato com o paciente ou com grandes quantidades de material infec-
tado, como a parte de cima de armários e luminárias não necessitam ser desinfetadas regularmente entre
pacientes, mas devem ser limpas e desinfetadas ao fim do dia a partir da limpeza terminal (SILVA, RIBEIRO;
RISSO, 2009). O uso das barreiras físicas será explorado com mais detalhes no capítulo 6 deste Manual. Os
protocolos para a utilização das barreiras físicas, bem como de limpeza e desinfecção de superfícies estão
disponibilizados nos Anexos 6 e 8.
No Departamento de Odontologia da UFRN, a limpeza e desinfecção dos ambientes clínicos são de
responsabilidade dos alunos, dos servidores lotados nas clínicas e do pessoal terceirizado. Nessas áreas, os
procedimentos de higienização deverão obedecer rigorosamente às regras padronizadas detalhadas no
Anexo 8.

26
4 NORMAS APLICADAS À ODONTOLOGIA

Tendo em vista o conhecimento previamente esclarecido neste Manual, bem como os conteúdos
abordados nos componentes teórico-práticos do projeto pedagógico dos alunos de Odontologia da UFRN,
a melhor maneira de evitar contaminação com doenças transmissíveis é a prevenção. O atendimento nas
clínicas odontológicas se inicia no processo de triagem abordado no Anexo 1 até o processamento de
materiais, sendo todas as condutas pautadas na segurança do paciente e dos alunos/profissionais e tem
como base principal as precauções padrões.

4.1 Medidas de precaução padrão

Precaução padrão é o conjunto de medidas que devem ser adotadas a todos os pacientes, inde-
pendente da suspeita ou não de infecções, para redução do risco ocupacional e da transmissão de agentes
infecciosos nos serviços de saúde. Abrange a imunização, a higienização das mãos, o uso de EPIs, a prepa-
ração do ambiente, os cuidados com o instrumental e na manipulação e descarte de materiais perfuro-cor-
tantes (BRASIL, 2000; BRASIL, 2006a).

4.1.1 Proteção da equipe odontológica

4.1.1.1 Imunização

Os profissionais da área da saúde, por estarem mais expostos, possuem um risco elevado de con-
taminação por doenças infecciosas, devendo estar devidamente imunizados. As vacinas mais recomenda-
das para os profissionais de saúde são: hepatite A e B, influenza, tríplice viral, dT (difteria e tétano), varicela,
pneumocócica, meningocócica conjugada C e HPV. Algumas dessas vacinas estão disponíveis nos serviços
públicos de saúde, mostradas no Quadro 1. As demais, como a varicela, por exemplo, encontram-se dis-
poníveis em serviços privados àqueles que não tenham sido vacinados quando crianças ou não tenham
apresentado a manifestação da doença. Dependendo das características da região e da população a ser
atendida, outras vacinas podem ser indicadas ao profissional (BRASIL, 2006a). O esquema vacinal deve ser
observado antes do início das atividades clínicas, sendo obrigatório que os estudantes, funcionários e pro-
fessores de Odontologia procurem se vacinar conforme calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde.
A cada semestre, os professores devem solicitar dos alunos comprovação da vacinação como critério de
participação nos componentes curriculares clínicos.
As informações sobre as principais vacinas recomendadas para profissionais de saúde, professores,
funcionários e alunos de Odontologia estão resumidas no quadro abaixo adaptado do Calendário Nacio-
nal de Vacinação do Ministério da Saúde e são disponibilizadas pelo sistema público para profissionais de
saúde (BRASIL, 2020d).

27
Quadro 1 – Principais vacinas recomendadas aos profissionais de saúde.

Vacina Doença Esquema vacinal Observações

> 30 a 60 dias após o esquema


vacinal completo, recomenda-se
a realização de testes sorológicos
para verificar se houve sorocon-
versão (Teste Anti-HBsAg)
Hepatite B Hepatite B 3 doses (0, 1 e 6 meses) > Os indivíduos que não respon-
derem ao primeiro esquema va-
cinal deverão ser submetidos à
revacinação com as três doses da
vacina;
> Em caso de esquema vacinal in-
completo, não reinicie o esquema,
apenas o complete de acordo com
a situação encontrada.

> Independente da idade.


Influenza Gripe Anual

> Indicado se não tiver recebido


esquema completo na infância;
> Não é indicada dose de reforço.
> Trabalhadores de saúde inde-
Sarampo, 2 doses (de 20 a 29 anos) pendentemente da idade devem
Tríplice Viral caxumba e 1 dose (30 a 59 anos) receber 2 (duas) doses de tríplice
rubéola viral, conforme situação vacinal
encontrada, observando o inter-
valo mínimo de 30 dias entre as
doses.
> Pessoas que se acidentaram com
algum ferimento grave podem fa-
zer um reforço antes dos 10 anos,
caso o último tenha sido feito há
mais de 5 anos;
Com esquema incompleto: > Para profissionais de saúde, ad-
complete o esquema ministração da dTpa (difteria, té-
dT (Dupla tipo Difteria e tétano Sem comprovação vacinal: tano e pertussis acelular) como
adulto três doses. reforço a cada dez anos em subs-
(Intervalo de 60 dias, com no tituição da dT;
mínimo 30) > Profissionais de saúde com me-
nos de 3 (três) doses com a vacina
dT: administrar 1 (uma) dose de
dTpa e completar o esquema com
1 (uma) ou 2 (duas) doses de dT
(dupla adulto) de forma a totalizar
3 (três) doses da vacina contendo
o componente tetânico.

Fonte: Calendário nacional de vacinação (BRASIL, 2020d).

28
O fato de estar vacinado não permite aos membros da equipe negligenciar os demais cuidados
de proteção, uma vez que não existe vacina para todos os tipos de doenças infecciosas, e em algumas si-
tuações específicas, mesmo após a vacinação, pode não haver imunização (GONÇALES; GODOY; TRIPODI,
2014).

4.1.1.2 Higienização das mãos

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 50 determina que sempre que houver paciente (aca-
mado ou não), examinado, manipulado, tocado, medicado ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos
para a lavagem de mãos através de lavatórios ou pias para uso da equipe de assistência, sendo também
obrigatórios nos locais de manuseio de insumos, amostras, medicamentos e alimentos (BRASIL,2002).
Para a ANVISA, a “higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar
as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar que pacientes e
profissionais de saúde adquiram infecções relacionadas à assistência à saúde. Engloba a higiene simples
(ato de higienizar as mãos com água e sabonete líquido comum), a higiene antisséptica (ato de higienizar
as mãos associado a agente antisséptico) e a antissepsia cirúrgica das mãos (BRASIL, 2002). Tal prática
permite a remoção da microbiota transitória da pele reduzindo a possibilidade de infecção cruzada entre
pacientes.
Essa prática é a principal aliada na prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde e
deve ser realizada antes de tocar o paciente, antes de realizar procedimento, após risco de exposição a
fluidos corporais, após tocar o paciente, após contato com superfícies próximas ao paciente e antes e após
tocar qualquer objeto, como maçanetas e prontuários que possam estar possivelmente contaminados
(BRASIL, 2018b).
Para prevenir a transmissão de micro-organismos pelas mãos, três elementos são essenciais para
essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana; procedimento adequado ao utilizá-lo, com téc-
nica adequada e no tempo preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos indicados (ROTTER,
1999). O tempo médio de higienização das mãos dura de 20 a 60 segundos, sendo de 40 a 60 considerado
o tempo ideal, com técnica correta, conforme a Figura 1 (BRASIL, 2009a).
É importante frisar que, antes de realizar a higiene das mãos, os profissionais de serviços de saúde
devem remover quaisquer tipos de adornos das mãos e punhos, como anéis, alianças, pulseiras, relógios,
além de manter as unhas curtas e bem cuidadas (BRASIL, 2006a).

• Higienização antisséptica das mãos:


Tal prática objetiva promover a remoção de sujidades e de micro-organismos, reduzindo a car-
ga microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico. A técnica deve ter duração entre 40 a 60
segundos e deverá ser realizada com as mesmas orientações da higienização simples das mãos (Fi-
gura 1), substituindo o sabonete pelo agente antisséptico. É importante ressaltar que na presença
de sujidade visível, a lavagem simples com água e sabão é preferível (BRASIL, 2009a).

• Antissepsia cirúrgica das mãos:


A antissepsia cirúrgica das mãos constitui uma medida importante, entre outras, para a preven-

29
ção da infecção de sítio cirúrgico. Está indicada no pré-operatório, antes de qualquer procedimento
cirúrgico, para toda a equipe cirúrgica.
Atualmente ela pode ser realizada de duas maneiras:
• Utilizando escovas com cerdas macias impregnadas ou não com antisséptico, tais como clorexi-
dina degermante ou PVP-I (Figura 2) (BRASIL, 2009a).
• Utilizando técnica com produto a base de álcool: deve ser realizada após higienização simples
das mãos com sabonete líquido e água (Figura 3) (BRASIL, 2017).

30
Figura 1 – Sequência da higienização simples das mãos.

Fonte: BRASIL, 2009a, p. 66.

31
Figura 2 – Antissepsia cirúrgica das mãos.

Fonte: BRASIL, 2009a, p. 62.

32
Figura 3 – Técnica para antissepsia cirúrgica das mãos com produto a base de álcool.

Fonte: Cartaz do Ministério da Saúde sobre Antissepsia Cirúrgica das Mãos com Produto à Base de Álcool (BRASIL, 2017).

33
4.1.1.3 Equipamentos de Proteção Individual

De acordo com a NR-06 da Portaria 3.114/78, EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaça à segurança e à saúde do trabalhador (BRASIL, 1978b).
A utilização de EPI nos ambientes de saúde constitui-se como uma medida de precaução padrão e
deve ser adotada na assistência a todos os pacientes (BRASIL, 2006a).
Os EPIs utilizados pelos cirurgiões-dentistas constituem barreiras físicas para proteção da pele e
das mucosas dos olhos, nariz e boca da exposição à material infeccioso ou potencialmente infeccioso du-
rante a realização de procedimentos odontológicos (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).
Ressalta-se que, em virtude do alto risco de contágio do novo coronavírus na assistência odonto-
lógica, a ANVISA tem recomendado aos profissionais, além da adoção de precauções padrão, precauções
para contato e para aerossóis para todos os atendimentos odontológicos, conforme explicitado a seguir
(BRASIL, 2020b).
Para atendimento a pacientes nas clínicas odontológicas do DOD/UFRN é obrigatório o uso de
vestimenta branca completa, podendo ser substituído pelo pijama cirúrgico, que cubra completamente as
pernas, o tórax e o abdome (sem orifícios ou rasgos) e sapato fechado (sem exposição dos dedos, da plan-
ta ou dorso do pé) e dos seguintes EPIs: avental não descartável (jaleco – em caso da vestimenta branca),
avental descartável para cada atendimento, gorro descartável, máscara (cirúrgicas ou de proteção respira-
tória para aerossóis como a N95), óculos de proteção, protetores faciais e luvas.
No setor de cirurgia, o jaleco e a vestimenta branca são obrigatoriamente substituídos pelo pijama
cirúrgico.
Além de serem indicados para o atendimento ao paciente e nas práticas laboratoriais, os EPIs de-
vem ser empregados rotineiramente nos procedimentos de limpeza do ambiente e no reprocessamento
dos artigos (BRASIL, 2006a).
A manutenção e limpeza dos EPIs utilizados pelo aluno são de sua responsabilidade.
O fornecimento dos EPIs dos servidores que prestam serviço no Departamento de Odontologia da
UFRN é obrigação da instituição, sendo um dever do profissional sua utilização de forma correta.
Os EPIs do pessoal terceirizado são de responsabilidade da empresa contratada sendo um dever do
profissional sua utilização de forma correta.

ATENÇÃO: Medidas administrativas devem ser tomadas caso o trabalhador, sem motivo justificado,
se recuse a utilizar os EPIs em suas atividades diárias, assim como medidas disciplinares em se tratando
dos alunos.

• AVENTAL/CAPOTES
Dependendo da atividade que será realizada, a equipe odontológica poderá utilizar aventais
reutilizáveis, descartáveis ou uniformes (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014).
• Avental de tecido reutilizável – “Bata” ou “jaleco comum” (não estéril): é indicado em procedi-
mentos semicríticos ou não críticos, como atendimentos laboratoriais. Deve ser confeccionado
em tecido de cor clara (preferencialmente branco), ter gola fechada (de padre), mangas longas,
punho elástico e comprimento suficiente para cobrir as coxas quando sentado. Detalhes como

34
bolsos, adornos, rendas, dobras, pregas e apliques devem ser evitados (GONÇALES; GODOY; TRI-
PODI, 2014; SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).
Normas de uso do avental reutilizável:
1- Tanto o (s) operador (es) quanto o(s) auxiliar(es) e os circulantes devem estar utilizando
aventais do tipo jaleco que devem ser mantidos fechados durante todo o procedimento
(BRASIL, 2006a; GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014);
2- Devem ser trocados diariamente e/ou sempre que forem contaminados por fluidos cor-
póreos ou apresentarem sujidades visíveis (BRASIL, 2000; GONÇALES; GODOY; TRIPODI,
2014);
3- Os aventais utilizados devem ser retirados na própria clínica e transportados para casa
ou lavanderia dentro de sacos plásticos fechados destinados a esse fim (um para o jaleco
limpo, outro para o jaleco contaminado);
4- Sua lavagem deve ser realizada separadamente das roupas da família (GONÇALES; GO-
DOY; TRIPODI, 2014; SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).

ATENÇÃO: Para promover uma barreira eficiente, evitando-se a veiculação de micro-organismos da


clínica para outros ambientes, inclusive doméstico, o jaleco deve ser usado somente no ambiente de tra-
balho (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009). Sua utilização fora do ambiente de trabalho é proibida conforme o art.
32.2.4.6.2 da NR 32 e a lei municipal n° 6.847 de 11/09/2018 (NATAL, 2018).

• Capote descartável (não estéril): é indicado em procedimentos semicríticos e críticos não es-
téreis. Deve ser confeccionado com material de boa qualidade, atóxico, hidro/hemorrepelen-
te, hipoalergênico, com baixo desprendimento de partículas e resistente, proporcionar barreira
antimicrobiana efetiva (Teste de Eficiência de Filtração Bacteriológica - BFE), além de permitir a
execução de atividades com conforto e estar disponível em vários tamanhos. Pode ser utilizado
por cima do jaleco ou por cima do pijama cirúrgico. A ANVISA recomenda gramatura superior a
50g/m², porém admite o uso de menor gramatura (30 m/g²) em situação de escassez, desde que
haja comprovação da impermeabilidade por parte do fabricante (BRASIL, 2006a; BRASIL, 2020b).
• Capote descartável – ou “capote cirúrgico” (estéril): indicado em procedimentos críticos estéreis.
Deve apresentar as mesmas características do capote não-estéril, porém deve estar estéril (BRA-
SIL, 2006a). Deve ser utilizado por cima do pijama cirúrgico. A gramatura segue o padrão do item
anterior. Pode ser utilizado por cima do jaleco ou por cima do pijama cirúrgico.
• Capote impermeável de napa: indicado para a execução de procedimentos de limpeza e desin-
fecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Deve ser confeccionado em material impermeá-
vel, como napa, e preferencialmente possuir mangas longas.

• ÓCULOS DE PROTEÇÃO/ PROTETORES FACIAIS


Óculos de proteção devem ser utilizados durante a realização dos procedimentos odontológicos,
em atividades laboratoriais e na limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes.
Promovem proteção ocular contra acidentes ocupacionais (partículas advindas de restaurações,
biofilme dentário e polimento) e contaminação proveniente de aerossóis ou respingo de sangue e
saliva (BRASIL, 2006a; GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014).

35
Os óculos utilizados para proteção devem ser confortáveis, possuir boa vedação lateral e serem
totalmente transparentes (BRASIL, 2006a). Devem ser lavados rotineiramente entre pacientes com
solução detergente e desinfetados com fricção em álcool 70% sempre que apresentarem contami-
nação por secreções orgânicas. Recomenda-se o uso também pelo paciente para evitar acidentes
(BRASIL, 2006a; SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009). Óculos de grau não são eficazes para proteção ocular
por não apresentarem vedação lateral (BRASIL, 2006a). Óculos de proteção especiais devem ser usa-
dos durante o manuseio de aparelhos fotopolimerizadores ou lasers (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).

Protetores faciais devem ser usados associados aos óculos de proteção, pois protegem a face
contra impactos ou respingos de partículas ou secreções.

• MÁSCARAS
A máscara é uma barreira de uso individual indicada para proteger o trabalhador de saúde de
doenças de transmissão respiratória por gotículas a curta distância e pela projeção de sangue ou
outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias aéreas superiores (HINRICHSEN, 2013).
Máscaras cirúrgicas: devem ser descartáveis, de camada tripla e cobrir completamente a boca e
o nariz, permitindo a respiração normal e não irritando a pele (BRASIL, 2006a). São recomendadas
para fins de evitar contaminação por gotículas respiratórias e devem ser utilizadas por todos os pro-
fissionais dentro de clínica, ambientes de atendimento odontológico e quando indicada por POPs
e normas vigentes em situações especiais como a Pandemia da COVID-19.

Normas de uso da máscara:


• Devem ser descartadas após o atendimento de cada paciente ou sempre que estiverem umede-
cidas (BRASIL, 2006a).
• As máscaras devem ser manuseadas o mínimo possível e removidas somente pelos cordões,
para evitar contato com sua porção anterior contaminada. Deve-se evitar pendurá-las no pesco-
ço (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014).
• Evitar utilizar com os elásticos cruzados, pois pode não gerar boa adaptação/vedação na face.
Máscaras de proteção respiratória: são indicadas quando o profissional atuar em procedimentos
com risco de geração de aerossóis (como por exemplo procedimento com uso de caneta de alta
rotação), em pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus, bem como
para o atendimento de pacientes portadores de bacilo da tuberculose, sintomático e não medica-
do (bacilíferos ativos). A máscara de proteção respiratória (respirador particulado) deve ter eficácia
mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) (BRASIL,
2020b; HINRICHSEN, 2013).

• GORRO
É uma barreira mecânica contra a possibilidade de contaminação por secreções, aerossóis e pro-
dutos, além de prevenir acidentes e evitar a queda de cabelos nas áreas de procedimento (BRASIL,
2006a). Deve ser DESCARTÁVEL, impermeável (30g/m2), cobrir todo o cabelo e as orelhas e ser tro-
cado sempre que houver sujidade visível ou a cada paciente (BRASIL, 2006a; SILVA; RIBEIRO; RISSO,
2009).

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Em procedimentos cirúrgicos, recomenda-se seu uso também pelo paciente (BRASIL 2006a).
• LUVAS
Seu uso está indicado sempre que houver contato com sangue, saliva, mucosa ou superfície
contaminada (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014), pois constituem uma barreira física eficaz que
previne a infecção cruzada e a contaminação do profissional de saúde e reduz os riscos de acidentes
(BRASIL, 2006a). Embora não protejam contra a perfuração de agulhas, podem reduzir a penetração
de sangue em até 50% do seu volume (BRASIL, 2000).
Devem ser calçadas após a colocação do capote, máscara, óculos/protetor facial e gorro.

Os principais tipos de luvas e suas indicações de uso:


• Luvas de procedimentos em látex: são indicadas para procedimentos semicríticos, nas áreas de
dentística, radiologia, ortodontia e prótese (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).
• Luvas de procedimento à base de vinil: geralmente são usadas por pessoas alérgicas ao látex ou
quando há necessidade de manusear material de moldagem à base de silicona de adição. Devi-
do à sua menor resistência, à sudorese e à multiplicação bacteriana causada, aconselha-se que
seu uso não ultrapasse 15 minutos (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).
• Luvas de procedimentos de nitrilo: constituem-se como uma boa opção para os profissionais
que não se adaptam ao uso das luvas de látex (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014).
• Luvas cirúrgicas estéreis: seu uso é indicado para todos os procedimentos críticos, nas áreas de
cirurgia buco-maxilo-facial, periodontia, implantodontia e endodontia. Após seu uso devem ser
descartadas no resíduo infectante (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009). A figura 4 demonstra como deve
ser a colocação desse tipo de luva.
• Luvas de plástico: usadas como sobreluvas durante o trabalho a quatro mãos ou quando o cirur-
gião-dentista se encontre sem auxiliar e necessite de manusear objetos fora do seu campo de
trabalho (BRASIL, 2006a).
• Luvas grossas de borracha e cano longo: devem ser utilizadas durante os processos de limpeza
de artigos e de ambientes, quando em contato com superfícies, artigos, instrumentos e equi-
pamentos contaminados (BRASIL, 2006a). Após o uso, ainda com as mãos calçadas, as luvas de
borracha devem ser lavadas com água e sabão, desinfetadas com álcool a 70%, colocadas para
secar ao ar e guardadas em recipiente plástico (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).

Normas para o uso das luvas:


• O uso das luvas não dispensa a lavagem prévia das mãos (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009);
• O tamanho da luva deve ser adequado, pois o uso de uma luva de tamanho maior pode causar
perda da destreza e aumentar o risco de acidentes (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009);
• As luvas devem ser imediatamente substituídas sempre que, durante o atendimento de um pa-
ciente, forem danificadas (furos e rasgos). Nesse caso, as mãos do operador devem ser lavadas
antes de serem novamente enluvadas (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014);
• Uma vez calçadas, as luvas devem tocar exclusivamente o meio ambiente bucal e os instrumen-
tos clínicos livres de contaminação, não devendo tocar outras superfícies, como canetas, telefo-
nes, maçanetas, etc. (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009);
• As luvas de procedimento ou cirúrgicas devem ser retiradas imediatamente após o atendimento

37
do paciente (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014; SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009);
• A parte externa das luvas não deve ser tocada durante a sua remoção. Luvas de procedimento
e luvas cirúrgicas são descartáveis. Não devem ser lavadas antes do uso, nem reutilizadas (GON-
ÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014);
• Devem ser descartadas no lixo contaminado, independentemente do tipo de procedimento em
que foram utilizadas (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014).

38
Figura 4 – Técnica para colocação e retirada de luvas esterilizadas

Fonte: GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2014, p. 28.

• TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DOS EPIs


Após a entrevista de triagem por telefone (ANEXO 1) e antes de adentrar ao ambiente de clínica,
o aluno deve proceder a colocação dos EPIs na área de paramentação indicada.
Retirar todos os adornos (anéis, colares, brincos, piercings, pulseiras e relógios) antes de

39
vestir os EPIs.
• No caso de procedimentos geradores de aerossóis seguir a ordem de colocação dos EPIs (ANE-
XO 2).
1- Higienize as mãos com água e sabão e seque com papel toalha.
2- Coloque o avental ou capote por cima do jaleco de tecido ou pijama cirúrgico.

Vista o avental ou capote primeiramente pelas man-


gas, ajustando as amarras nas costas e cintura.

Certifique-se de que o tronco esteja totalmente co-


berto, bem como os braços e os punhos.

3- Higienize as mãos com álcool em gel 70%.


4- Coloque a máscara de proteção respiratória (N95 ou PFF2) (utilizar a máscara cirúrgica
para procedimentos que não gerem aerossol).

Segure o respirador com o clip nasal próximo à ponta


dos dedos, deixando as alças pendentes.

40
Encaixe o respirador sob o queixo.

Posicione uma das alças na nuca e a outra na cabeça.

Puxe a parte inferior da máscara para que ela cubra


sua boca e o seu queixo.

Ajuste o clip nasal.

Verifique a vedação pelo teste de pressão positiva e


negativa.

41
Verificação positiva da vedação:
• Expire profundamente. Uma pressão positiva dentro da máscara significa que não tem vazamento.
• Se houver vazamento, ajuste a posição e/ou as alças de tensão. Teste novamente a vedação.
• Repita os passos até que a máscara esteja vedando corretamente.

Verificação negativa da vedação:


• Inspire profundamente. Se não houve vazamento, a pressão negativa fará o respirador agarrar-se
no seu rosto.
• O vazamento resultará em perda de pressão negativa na máscara devido à entrada de ar através de
lacunas de vedação.

• No caso da máscara cirúrgica:

Verifique se a máscara está danificada.

Utilize o clip nasal como referência para identificar a parte


superior.

Coloque a máscara em seu rosto e prenda as alças atrás da


cabeça mantendo-as paralelas (nunca cruzadas) ou ajuste
os elásticos atrás da orelha(modelo com elástico).

Aperte o clip nasal ou a borda rígida da máscara para que


ela se adapte ao formato do seu nariz, visando minimizar
espaços entre a face e a máscara.
.

5- Higienize as mãos com álcool em gel 70%.

42
6- Coloque os óculos.

Coloque os óculos da forma usual, pelas hastes.

7. Coloque o gorro ou touca.

Coloque o gorro ou touca na cabeça começando pela testa,


em direção à base da nuca.

Adapte na cabeça de modo confortável, cobrindo todo o


cabelo e as orelhas.

Sempre que o gorro ou touca aparentarem sinais de umidade ou de danos devem ser substituídos.
Cabelos compridos devem ser adequadamente presos antes da colocação do gorro e devem estar total-
mente posicionados dentro do gorro após sua colocação.

8. Coloque o protetor facial.

Apoie a viseira do protetor facial na testa e passe o elástico


pela parte superior da cabeça.

43
9- Higienize as mãos com álcool em gel 70%.
10- Calce as luvas.

Calce as luvas e estenda-as até cobrir o punho do avental.


Troque as luvas sempre que for necessário ou quando for
entrar em contato com outro paciente.

Nunca toque desnecessariamente em superfícies e mate-


riais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando esti-
ver com luvas.

ATENÇÃO: as luvas não podem ser reutilizadas; o uso das


luvas não dispensa a higiene das mãos.

ATENÇÃO: as luvas não podem ser reutilizadas; o uso das luvas não dispensa a higiene das mãos.

• TÉCNICA DE RETIRADA DOS EPIs


Após finalizar o atendimento no box destinado a esse fim, o aluno deverá colocar em recipiente
hermeticamente fechado todo o material utilizado, e realizar a retirada dos EPIs indicados abaixo
conforme técnica correta, ainda no BOX para as etapas iniciais.

1- Retire as luvas.

Com as duas mãos enluvadas, segure a parte EXTERNA de


uma luva na parte superior do pulso.

Retire a primeira luva afastando-a do corpo e do pulso até


as pontas dos dedos, virando a luva de dentro para fora.

Segure a luva que acabou de remover em sua mão


enluvada.

Com a mão sem luva, retire a segunda luva inserindo os


dedos dentro da luva na parte superior do pulso.

44
Vire a segunda luva do avesso enquanto a inclina para lon-
ge do corpo, deixando a primeira luva dentro da segunda.

Descarte as luvas na lixeira com lixo infectado. Não reutilize


luvas.

2- Higienize as mãos com álcool em gel 70%.

3- Retire o avental descartável e coloque o capote de napa impermeável.

Abra as tiras e solte as amarras do avental/capote.

Empurre pelo pescoço e pelos ombros, tocando apenas a


parte interna do avental/capote.

Retire-o pelo avesso.

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Dobre ou enrole em uma trouxa e descarte em recipiente
apropriado.

Permaneça de jaleco de tecido.

ATENÇÃO: durante a retirada do avental/capote evite tocar o lado externo.

4- Higienize as mãos com água e sabão.


5- Coloque o capote impermeável destinado ao uso em expurgo por cima do jaleco de
tecido.
6- Higienize as mãos com álcool em gel 70%.
7- Calce as luvas de borracha de cano longo destinadas ao expurgo.
8- Direcione-se a área de expurgo com recipiente hermeticamente fechado para efetuar
limpeza do instrumental.
9- Siga as orientações do Anexo 3 que orienta a limpeza de instrumentais utilizados.
10- Após finalizar as orientações do Anexo 3, siga a área de desparamentação e dê continui-
dade a retirada dos EPIs.

11- Retire o protetor facial.

Proceda a limpeza seguida da desinfecção com álcool a


70%.

Acondicione em depósito destinado para esse fim.

46
12- Retire o gorro ou touca.

Para retirar o gorro/touca, puxe pela parte superior central,


sem tocar nos cabelos.

Descarte o gorro/touca em recipiente apropriado.

13- Retire o óculos.

Remova pela lateral ou pelas hastes, considerando que a


parte frontal está contaminada.

14- Higienize as mãos.


15- Proceda a limpeza e desinfecção dos óculos e protetor facial (água e sabão seguido de
fricção com álcool 70%).
16- Higienize as mãos.
17- Retire a máscara de proteção respiratória ou máscara cirúrgica.

Segurar o elástico inferior com as duas mãos, passando-o


por cima da cabeça para removê-lo.

Segurar o elástico superior com as duas mãos, passando-o


por cima da cabeça para removê-lo.

Remover a máscara segurando-a pelos elásticos, tomando


cuidado para não tocar na face interna.

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ATENÇÃO: As máscaras de proteção respiratória são de uso único, havendo excepcionalidade de reu-
so em caso de falta deste EPI em consequência do período da PANDEMIA COVID-19. Não é recomendado
o reuso a menos que seja estritamente necessário.
ATENÇÃO: Em caso da necessidade do reuso, acondicione a máscara em um saco ou envelope de
papel respirável e em seguida armazene em algum depósito destinado a esse fim, sem fechamento her-
mético.
ATENÇÃO: Se for preciso acondicionar a máscara para reuso, observe se a integridade da mesma não
está comprometida. Caso esteja, descarte.

No caso da máscara cirúrgica:

Segure as alças inferiores e depois as alças superiores


ou elásticos e remova-a.

Descarte em lixeira destinada a lixo infectante.

Durante a retirada evite tocar a parte frontal da máscara,


pois ela está contaminada.

Fonte: Manual de orientações de colocação


e retirada de EPIs do COFEN (COFEN, 2020).

18- Higienize as mãos.


19- Remova o jaleco ou pijama cirúrgico e coloque-o em sacola destinada a esse fim.
20- Higienize as mãos.
21- Realizar inspeção visual dos artigos limpos.
22- Transporte o instrumental limpo até o CME.

ATENÇÃO: é proibida a circulação em ambientes não clínicos com EPIs usados em atendimentos.

48
5 FLUXO E PROCESSAMENTO DE ARTIGOS
Os produtos para saúde apresentam características estruturais e funcionais que implicam nas va-
riadas formas de utilização dos mesmos, ou seja, são projetados para uso específico em determinados
procedimentos clínicos ou cirúrgicos. Assim, fez-se necessária classificação desses artigos conforme seu
processamento e uso.

5.1 Classificação dos artigos

Os artigos de saúde podem ser classificados segundo os riscos potenciais de transmissão de infec-
ções e de acordo com sua utilização direta ou indireta nos pacientes, o que implicará na decisão da forma
de processamento desses artigos:

• Artigos não críticos: de uso externo ao paciente, entrando em contato apenas com a pele íntegra,
de manipulação pelos profissionais de saúde, o que exige que tenham um processamento especí-
fico na forma de limpeza e/ou desinfecção de baixo nível. Ex.: termômetro, equipo odontológico,
prendedor do babador.
• Artigos semicríticos: são os que entram em contato com mucosas íntegras e/ou pele não-íntegra
Ex.: material para exame clínico (pinça, sonda e espelho), condensadores, moldeiras. Geralmente
passam pelos processos de esterilização ou desinfecção de alto nível.
• Artigos críticos: são os que penetram em mucosas ou pele, invadindo o sistema vascular e tecidos
subepiteliais, expondo os materiais ao contato direto com sangue ou outros fluidos contaminantes.
A esterilização é o processo indicado para o processamento desses materiais. Ex.: instrumentos de
corte ou ponta e outros artigos cirúrgicos.
Os processamentos de produtos de saúde devem seguir um fluxo que evite o cruzamento de ar-
tigos contaminados com artigos desinfetados ou estéreis. Assim, no DOD recomenda-se o fluxograma
abaixo nesse processo:

49
Figura 5 – Fluxo de processamento de produtos de saúde.

ARTIGO CONTAMINADO

AMBIENTE: EXPURGO
(área destinada às etapas
consideradas contaminadas no
processamento de materiais)
EXPOSIÇÃO AO AGENTE
DE LIMPEZA

AMBIENTE: ÁREA
DE PREPARO DAS CLÍNICAS
(área destinada a secagem
e organização das caixas) ENXÁGUE

Barreira física (paredes, janelas ou divisórias)


SECAGEM E
ORGANIZAÇÃO
AMBIENTE: ÁREA DE
PREPARO DO CENTRO
DE MATERIAIS E
ESTERILIZAÇÃO (CME)
Barreira física (paredes, janelas ou divisórias)
(área destinada à inspeção
e embalagem do material)
INSPEÇÃO VISUAL

AMBIENTE: ÁREA
PREPARO E EMBALAGEM
DE ESTERILIZAÇÃO
(área destinada ao processo
de esterilização dos
instrumentais)

Barreira física (paredes, janelas ou divisórias)


ESTERILIZAÇÃO OU
DESINFECÇÃO
AMBIENTE: ÁREA
DE ARMAZENAMENTO
(área destinada ao
armazenamento de material
estéril) Barreira física (paredes, janelas ou divisórias)

ARMAZENAMENTO

Fonte: autoria própria.

50
5.2 Limpeza e descontaminação de material odontológico na área do expurgo

A limpeza corresponde à remoção mecânica de sujidades com a finalidade de reduzir considera-


velmente a carga microbiana, matéria orgânica e contaminantes inorgânicos, garantindo a eficácia dos
processos de desinfecção e esterilização, bem como manutenção da vida útil do artigo (BRASIL, 2006a;
GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).
Surtos infecciosos foram identificados como decorrentes de falhas no processo de limpeza, espe-
cialmente em materiais com lúmen, que abrigavam restos de tecido humano e das cerdas das escovas
utilizadas nesse processo (TOSH et al., 2011), reforçando a importância dessa etapa para garantia da desin-
fecção e esterilização.
Na Odontologia, destacam-se algumas fontes de transmissão de doenças infecciosas na presença
de matéria orgânica com sangue, saliva e secreções das vias aéreas superiores. Os micro-organismos são
transmitidos através dessa matéria e a depender do mecanismo de defesa local e sistêmico do paciente ou
do profissional, pode-se desenvolver desde uma gripe até doenças mais graves.
Um agravante importante é a presença de aerossóis, aumentando, portanto, as chances de inala-
ção de micro-organismos em suspensão no ar, como estafilococos, pneumococos, bacilo da tuberculose,
SARS-CoV-2, entre outros.
O sangue e outros fluidos impregnam os instrumentais e impedem que os meios físicos e químicos
possam agir eficientemente. Com isso, é necessária a cuidadosa lavagem dos instrumentos (GUIMARÃES
JÚNIOR, 2001).
Esse procedimento deve ser realizado em todos os artigos expostos ao campo operatório/box de
atendimento. A execução é realizada com uso de EPIs próprios para este fim (luvas de borracha resistentes
de cano longo, gorro, máscara de proteção respiratória ou máscara cirúrgica, óculos de proteção, prote-
tor facial, avental impermeável de mangas longas e calçados fechados). A limpeza dos artigos pode ser
manual, com fricção mecânica com detergente enzimático, ou automatizada com auxílio de lavadoras
ultrassônicas de baixa frequência.
Essa limpeza deve ser realizada imediatamente após a utilização do artigo. Os instrumentais arti-
culados necessitam ser desarticulados; pinças e tesouras abertas, garantindo assim a exposição das reen-
trâncias.
O anexo 3 evidencia o protocolo de limpeza dos instrumentais no DOD, mostrando detalhadamen-
te os passos a serem seguidos. É fundamental que esse procedimento seja seguido para continuidade do
processamento de materiais. Não há desinfecção, nem esterilização, sem realização de limpeza prévia de
artigos, barreiras ou superfícies.

5.3 Cuidados especiais com canetas de alta e baixa rotação (micromotor), peças retas e
contra- ângulos

As canetas de alta rotação (CAR) são instrumentais utilizados em diversos procedimentos em Odon-
tologia, que variam de criticidade a depender da natureza dos mesmos. Assim, esse instrumental pode ser
considerado como semicrítico ou crítico, devendo ser processado ou por desinfecção de alto nível ou es-
terilização (PINTO et al., 2017).
Sabe-se que atualmente muitos cirurgiões-dentistas utilizam-se de fricção com álcool 70% (desin-

51
fetante de nível intermediário) dessas peças entre um paciente e outro. No entanto, tal prática é compro-
vadamente ineficaz, tendo em vista que fluidos ou resíduos depositados durante o uso das CAR impedem
atuação do álcool por si só, necessitando, por isso, de limpeza prévia (PINTO et al., 2017). Por conseguinte,
considerando que o uso de tal instrumental está dentro da classificação de risco de causar infecção, a re-
comendação oficial das sociedades científicas para a descontaminação segura das CAR é a limpeza prévia
com água, detergente e fricção mecânica, e posterior esterilização (ADA, 2006; CDC, 2008).
A Comissão de Biossegurança do DOD da UFRN recomenda a esterilização das peças de mão (cane-
tas de alta e baixa rotação, peças retas e contra-ângulos) entre os pacientes para evitar infecção cruzada.
Recomenda-se, ainda, o seguimento das instruções dos fabricantes para lubrificação. De forma geral, a
lubrificação desses elementos é feita antes da esterilização e depois do uso, imediatamente.
Métodos de esterilização que utilizem de menor temperatura podem ser considerados como forma
de se obter uma menor deterioração deste artigo. No entanto, tais métodos ainda não estão em disponi-
bilização no DOD. O Anexo 3 demonstra o protocolo de como deve ser realizado o processamento desses
materiais.

5.4 Entrega de material descontaminado no Centro de Material e Esterilização (CME)

Após os procedimentos de limpeza do material utilizado em atendimento, os alunos deverão se


encaminhar ao CME com o material previamente limpo em depósito destinado para esse fim (Figura 6).

Figura 6 – Caixa para transporte de material.

Fonte: acervo do DOD.

Na área de preparo, os funcionários desta sala inspecionarão a limpeza de forma macroscópica do


material, seguido de cadastro via QR Code ou disponibilização e checagem de cadernos de registro (caso
não haja etiqueta). Com isso, é de responsabilidade do aluno realizar cadastro no Software ODONTOKITS
com um dos enfermeiros responsáveis pelo CME, o qual funciona de 07:00 às 19:00.
Os usuários do CME deverão se organizar para deixar o material com o máximo de antecedência
possível para que o Centro possa processá-lo adequadamente e em tempo hábil aos atendimentos do
turno seguinte (ANEXO 12).
Depois de recebidos, os instrumentais são acondicionados em papel grau cirúrgico, embalagem

52
indicada para o processo de vapor saturado sob pressão. Pinças, tesouras ou outros instrumentos articu-
láveis necessitam estar desarticulados antes de serem processados. As caixas não podem estar cheias, pois
é necessário espaço para circulação do vapor. O fechamento do papel grau cirúrgico se dá por selamento
hermético, com faixa de selagem de uma borda de pelo menos 3 cm, o que facilitará a abertura asséptica
do pacote.

5.5 Esterilização por processo físico

A esterilização é um processo que tem como objetivo destruir todas as formas de vida com capaci-
dade de desenvolvimento durante os períodos de conservação e de utilização do produto. Nesse sentido,
para que um produto para saúde seja considerado estéril, é necessário que não seja possível detectar
micro-organismos e que a probabilidade de sobrevivência de alguma forma de vida seja menor do que 1:
1.000.000 (10-6) (BRASIL, 2012; GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000; SOBECC, 2017).

• TIPOS DE PROCESSOS
Os métodos de esterilização atualmente disponíveis são os físicos e físico-químicos gasosos. No
Brasil, desde 2009, a esterilização química manual por imersão está proibida pela ANVISA por meio
da RDC 8 de 27 de fevereiro de 2009 (BRASIL, 2009b), com algumas excepcionalidades possíveis. Tal
proibição foi justificada pelo risco de ocorrências de falhas em razão do mau uso de esterilizantes
líquidos pelo método manual (SOBECC, 2017). É proibida também a esterilização por calor seco (es-
tufa) devido ao alto risco de falhas humanas nos complexos controles necessários para esterilização
segura (BRASIL, 2012).
A escolha do método mais adequado deve considerar variados fatores. O CME do DOD faz uso
do vapor saturado sob pressão, o qual processa os materiais por meio da autoclave. Esse equipa-
mento constitui-se uma câmara de aço inoxidável, com portas, válvula de segurança, manômetro
de pressão e indicador de temperatura. Para que a esterilização aconteça de forma adequada na
autoclave, torna-se necessário que haja o contato do vapor em todos os produtos e isso ocorre
quando existe a remoção do ar de dentro da câmara. A autoclave utilizada no DOD é do tipo pré-vá-
cuo, a qual possui um sistema de bomba de vácuo que remove o ar de dentro dos pacotes a serem
esterilizados. Tal processo acontece por meio de pulsos de vácuo que promovem a drenagem do
ar e a penetração mais rápida do vapor dentro dos pacotes/kits. Após a esterilização, a bomba de
vácuo também faz a tarefa de sugar o vapor e a umidade interna da carga, tornando a secagem
mais rápida, completando assim o ciclo do processo de esterilização (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).
Esse tipo de esterilização é o que oferece maior segurança quando se refere aos serviços de saú-
de, com a destruição das formas de vida em temperaturas que podem variar entre 121ºC e 134ºC.
Tal processo, guiado pelo uso do calor úmido, destrói os micro-organismos a partir da coagulação
e desnaturação irreversíveis de suas enzimas e proteínas, as quais compõem a estrutura dos micro-
-organismos.
Pode-se utilizar a temperatura menor (121ºC) em materiais com constituição mais leve (como
plásticos e vidros) e temperatura maior (134ºC) em produtos constituídos por material mais pe-
sado (metal) e tecidos (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017). O tempo de esterilização de cada autoclave
varia conforme a rotina do serviço, qualificação da instalação, operação e desempenho da máquina
(BRASIL, 2012) e o tipo de material que pode ser submetido às duas temperaturas citadas anterior-
53
mente. No CME do DOD realizamos ciclos de 134ºC em 5 minutos, com isso, devido o tempo redu-
zido, plásticos e vidros também são processados a essa temperatura.

• EMBALAGENS
O tipo de embalagem que é utilizada no processo de esterilização depende do tipo de equi-
pamento e do tipo de esterilização, devendo-se observar as recomendações da Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT). Dentre as principais recomendações, destaca-se: ser permeável
ao ar e permitir a sua saída; ser permeável ao agente esterilizante; permitir a sua secagem e do seu
conteúdo e ser uma barreira efetiva à passagem de micro-organismos, manutenção da esterilidade
do conteúdo, bem como a sua transferência sob técnica asséptica (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).
Dentre as embalagens recomendadas pela ANVISA estão o tecido de algodão 100%, papel
grau cirúrgico, papel crepado, caixas metálicas, tecidos não tecidos 100% prolipropileno. Não sendo
permitido o uso de embalagens de papel kraft, papel toalha, papel manilha, papel jornal e lâminas
de alumínio, assim como as embalagens tipo envelope de plástico transparente não destinadas ao
uso em equipamentos de esterilização (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).
No DOD o invólucro utilizado no processo de esterilização é o papel grau cirúrgico. Esse ma-
terial é desenvolvido para proporcionar uma vedação mais segura, através do processo de selagem;
possui uma estrutura no papel que garante a circulação dos agentes esterilizantes vapor ou Oxido
de Etileno (ETO). Forma uma barreira contra micro-organismos eficiente devido a sua estrutura com
entrelaçamento de fibras (SOBECC, 2017).
No rótulo de identificação das embalagens deve conter obrigatoriamente o nome do pro-
duto, o número do lote, a data de esterilização, o método de esterilização, data de limite do uso e o
nome do responsável pelo preparo (BRASIL, 2012).

• MONITORIZAÇÃO
A monitorização do processo de esterilização por calor úmido ou vapor saturado sob pressão
(autoclave) é feita por meio da análise da eficácia do equipamento (manutenções preventivas e/ou
corretivas, validação de equipamentos), do registro de seus parâmetros (tempo, temperatura, pres-
são de vapor e vácuo a cada ciclo), do teste Bowie & Dick (medição do sistema de vácuo, no primeiro
ciclo com equipamento aquecido e câmara vazia), da utilização de indicadores químicos externos e
internos e também de indicadores biológicos (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).
A validação dos equipamentos é definida como evidência documentada de um processo que,
com alto grau de segurança, produzirá um produto que atenda à especificação predeterminada e
aos atributos da qualidade. No CME, equipamentos como autoclave passam anualmente por esses
processos de validação conforme norma técnica NBR ISO 17.665-1/2010 (ABNT, 2010).
Os testes químicos podem indicar falha potencial no processo de esterilização pela mudança
de coloração dos indicadores ou por outros mecanismos. Os indicadores químicos comercialmente
conhecidos oferecem informações diferenciadas, sendo capazes de avaliar a temperatura atingida
pelo equipamento sem associar ao tempo de exposição; outros ainda podem responder a integra-
ção de todos os parâmetros essenciais para garantir a esterilização (SOBECC, 2017).
Atualmente, há 6 tipos de testes químicos disponíveis: I, II, III, IV, V e VI. Os indicadores Tipo I, indi-
cadores de processo: são tintas termocrômicas impregnadas em fitas adesivas ou mesmo localiza-

54
das no sistema de barreira estéril (papel grau cirúrgico) que têm o objetivo de diferenciar o material
que foi exposto ao agente esterilizante dos que não foram (Figura 7). Não é indicação de garantias
de que as condições de esterilização foram alcançadas, reflete apenas um indicador de passagem
pelo processo (SOBECC, 2017).

Figura 7 – Exemplos de Indicadores Classe I: a) fita zebrada e b) papel grau-cirúrgico.

Fonte: acervo do DOD.

O indicador do Tipo II mais frequentemente utilizado é o teste Bowie & Dick, indicado para au-
toclave a vapor com sistema de pré-vácuo. Esse teste é especialmente útil para verificar a presença
de gases não condensáveis, os quais, se presentes, indicam falhas na remoção do ar nas autoclaves
durante as fases de pulsos (acondicionamento), falha na vedação das portas ou presença de fissu-
ras nas tubulações (SOBECC, 2017). A recomendação do uso é diária, antes da primeira carga a ser
processada, com autoclave vazia, após a realização de um pequeno ciclo de aquecimento também
em autoclave vazia. Os testes atualmente disponíveis podem ser constituídos por pacotes prontos
de uso único ou folhas testes (Figura 8). Estes últimos devem estar associados a um conjunto de
toalhas de algodão dobradas e empilhadas que atinjam uma altura entre 25 e 28 cm, simulando um
tipo de barreira de penetração de vapor (Figura 8c). Os pacotes prontos são fabricados com papéis
que substituem essa barreira desafio (Figura 8a). Há ainda os tipos de folha teste Bowie & Dick que
podem ser acondicionadas em PCD (Process Challenge Devices - Dispositivo de Desafio do Processo),
que são dispositivos de conformação canulada, simulando a dificuldade de processamento de ins-
trumentais canulados (Figura 8b) (SOBECC, 2017).
O ciclo próprio para esse teste é de 3,5 minutos a 4 minutos em 134ºC, sem a fase de secagem.
Ao final do ciclo, deve ser verificado se existe homogeneidade no escurecimento do indicador quí-
mico presente. Caso não haja homogeneidade, é possível concluir que houve formação de vapor
de ar não condensável, indicando falha no sistema de vácuo ou desgastes nas portas da autoclave
(Figura 8d) (SOBECC, 2017).

55
Figura 8 – Exemplo de teste Bowie & Dick pacote pronto (a), fitas para PCD (b), folha com desafio manual (c), análise do resulta-
do (d).

Fonte: (a) repositório digital SISPACK*, (b) repositório digital FAMOS**, (c) repositório digital OSTEO SOLUTION*** (d) COELHO
E GODINHO, 2018, p. 19.

* Disponível em: http://sispack.com.br/pdf/TESTE_BOWIE_E_DICK.pdf. Acesso em 08 nov 2020.


**Disponível em: https://www.famos-medical.com/product/bowie-dick-test-set-pcd-helix-for-pre-vacuum-hospital-steam-sterilizers/. Aces-
so em 08 nov 2020.
***Disponível em: http://www.osteos.com.br/arquivos/BD-historia-teste-green-card.pdf. Acesso em 08 nov 2020.

56
Os testes do tipo III são indicadores de parâmetro único, como temperatura, no caso da autocla-
ve. Na prática, este tipo de teste não é mais utilizado. Os testes do tipo IV são indicadores multipa-
ramétricos, podendo avaliar dois ou mais parâmetros críticos como temperatura e tempo de expo-
sição. Já os testes do tipo V, são chamados de integradores que reagem com todos os parâmetros
críticos de um ciclo (temperatura, tempo de exposição e qualidade do vapor, o qual deve ter acima
de 95% de umidade) (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).
Por fim, os testes do tipo VI, conhecidos como simulador ou emulador, respondem a todos os
parâmetros críticos com o adicional, em relação aos do tipo V, que o seu ponto de viragem (quando
o teste está completo) ocorre quando 95% do ciclo estiver concluído (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).

Figura 9 – Exemplo Indicador Classe V.

Fonte: acervo do DOD.

No CME do DOD são utilizados os indicadores do tipo I para todos os pacotes produzidos e
os indicadores tipo V nas caixas consideradas mais desafiadoras como caixas de cirurgia, endo-
dontia e implantodontia, conforme disponibilidade. Os alunos e professores, ao visualizarem o in-
dicador tipo V no interior dessas caixas, deverão analisar a coloração do teste (se todo preto ou
todo marrom) ou se há falhas na coloração e então anexar ao prontuário do paciente na ficha do
procedimento realizado com esse material. Caso haja falhas na coloração, é indicado suspender o
atendimento e comunicar ao CME. O teste Bowie & Dick é também utilizado diariamente no setor
em questão, só havendo liberação da autoclave para uso com a realização do mesmo, bem como
resultados aprovados.
O indicador biológico (IB) é formado por uma preparação padronizada com esporos bacteria-
nos do Geobacillus stearothermophillus comprovadamente resistentes ao método a que se propõe
monitorar, contendo em torno de 106 UFC (Unidades Formadoras de Colônia) por unidade de pape-
l-filtro. Existem três gerações de IBs.
Os IBs de primeira geração são tiras de papel-filtro impregnados com esporos contidos em um
envelope de embalagem compatível com o método de esterilização. Esses IBs, após passarem pelo
processo de esterilização, necessitam ser encaminhados a um laboratório de microbiologia para
evidenciar se ainda há algum esporo viável. O tempo de avaliação ocorre após 7 dias ou 168 horas.
Esse tipo de IB é o único capaz de analisar a eficácia dos processos de esterilização por estufa. Dada
a alta complexidade desse monitoramento, a esterilização por estufa para produtos para saúde foi
proibida, sendo esta utilizada apenas para fins de pesquisa ou em casos excepcionais (SOBECC,
2017).
Os IBs de segunda geração são autocontidos, onde um suporte impregnado de esporos é acon-

57
dicionado no fundo de um frasco, separado do meio de cultura contido em uma ampola de vidro,
com um indicador de cor para mudança de pH do meio (cor violeta transparente para amarelo tur-
vo). Após a esterilização, a ampola é quebrada e o meio de cultura entra em contato com o suporte
de esporos. Em seguida esse indicador é incubado por 48 horas, a temperaturas que variam confor-
me o micro-organismo utilizado, sendo entre 37ºC ou 56ºC. A leitura do teste é feita pela mudança
de cor decorrente da alteração do pH (permanece violeta se não houver crescimento de cultura, ou
amarelo, se houver).
Os IBs de terceira geração diferenciam-se dos de segunda, pois o crescimento bacteriano é de-
tectado na interação de uma enzima alfa-D-Glicosidase que é associada à germinação do esporo
bacteriano sobrevivente com um substrato fluorescente presente no meio de cultura. Após a es-
terilização, o IB também possui ampola de vidro quebrada e é colocado em incubadora específica
para esse tipo por período de 1 a 3 horas. A leitura dos resultados se dá por meio da incidência de
luz ultravioleta, de modo que a ausência de fluorescência indica que a enzima não foi liberada no
meio de cultura (SOBECC, 2017).
É recomendada a utilização diária do IB em CME, e em consultórios odontológicos, no mínimo,
semanalmente (BRASIL, 2006a; SOBECC, 2017). Em caso de não aprovação desse teste, a carga este-
rilizada necessita ser recolhida e a manutenção realizada no equipamento.

Figura 10 – Exemplo indicador biológico autocontido, seguido de uma ampola não aprovada (amarelo) e uma ampola aprova-
da (roxo) após incubação em calor.

Fonte: acervo do DOD.

5.6 Armazenamento e retirada de material estéril

A área de armazenamento do CME é constituída por armários fechados em que cada armário pos-
sui divisões por alunos de graduação, mestrado, doutorado, projetos, especializações e demais atividades
e setores do DOD.
Tal sala apresenta controle diário de temperatura e umidade como recomendado pela RDC nº15
de 2012, a qual dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e
orientações da SOBECC (Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica
e Centro de Material e Esterilização). Esta sala deve manter a temperatura em torno de 25°C e umidade re-
lativa entre 30% e 60%. Além disso, limpeza e desinfecção com álcool 70% devem ser feitas regularmente
em todos os armários e superfícies desta sala.

58
O CME dispõe de normas as quais estão dispostas no Anexo 12 e devem ser respeitadas pela comu-
nidade acadêmica.

5.7 Desinfecção

A desinfecção é o processo físico ou químico de destruição dos micro-organismos patogênicos


contidos em objetos inanimados e superfícies. A partir da desinfecção ocorre a redução da carga de mi-
cro-organismos a uma quantidade considerada segura, sem, no entanto, haver a eliminação de todas as
formas de patógenos do respectivo material. Dessa forma, não se pode confundir desinfecção com esteri-
lização, uma vez que a desinfecção não garante a destruição de esporos bacterianos (BRASIL, 2006b).
A desinfecção, em geral, é dividida em 3 categorias: alto, médio e baixo nível, a depender da subs-
tância química e do tempo de imersão. Alto nível: destruição de todos os micro-organismos, exceto um nú-
mero elevado de esporos bacterianos (Ex.: aldeídos e ácido peracético). Médio nível: eliminação de todas
as bactérias vegetativas, micobactérias da tuberculose e a maioria dos vírus e fungos (Ex.: hipoclorito de
sódio 1%, álcool 70%). Baixo nível: destruição da maioria das bactérias vegetativas e alguns vírus e fungos
(quaternário de amônio, hipoclorito de sódio 0,2%) (BRASIL, 2006b; JORGE, 2002; KALIL; COSTA, 1994).
No DOD, esse processo se destina basicamente a tudo o que não pode ser esterilizado, como ban-
cadas e outros materiais de matéria prima não compatível com o método, sendo, portanto, realizada de-
sinfecção química. Os desinfetantes de nível intermediário utilizados são o hipoclorito de sódio a 1% e o
álcool 70%.
O uso do álcool 70%, que possui ótima ação germicida, se dá por fricção tripla intercalada pelo
tempo natural de secagem. É considerada desinfecção de nível médio, sendo tuberculicida, bactericida,
fungicida, virucida, mas não esporicida. Tal substância é inativada por matéria orgânica, reforçando a im-
portância da limpeza dos artigos ou superfícies antes de sua aplicação (BRASIL, 2006b).
O uso do hipoclorito de sódio 1% é indicado em imersão por 30 minutos, sendo utilizado para super-
fícies e artigos não metálicos e materiais termossensíveis não críticos. Contudo, o manuseio desse material
deve ser realizado com a devida proteção e em sala com exaustão, tendo em vista que é corrosivo e instá-
vel. Essa substância é utilizada para a desinfecção de moldes, próteses, descontaminação de reservatórios,
dutos e tubulações (BRASIL, 2006b).
Outros agentes desinfetantes utilizados em Odontologia são: o ácido peracético de 0,001 a 0,2% e o
quaternário de amônio (BRASIL, 2006a).

5.7.1 Desinfecção de superfícies

Como todo princípio de processamento de materiais, a desinfecção de superfícies deve ser reali-
zada após as etapas de limpeza. Neste caso, feita com água e sabão neutro, seguida da desinfecção pro-
priamente dita com álcool 70% ou hipoclorito de sódio 1%, ou outros desinfetantes de nível intermediário
designados a esse fim, conforme a RDC 15 (BRASIL, 2012).

5.7.1.1 Barreiras em superfícies

As barreiras de superfícies devem, essencialmente, apresentar baixo custo, ser impermeáveis e te-

59
rem tamanho suficiente para cobrir toda a área a ser protegida. Alguns tipos principais de barreiras são:
tecido (duplo), que pode ser reprocessado, com limpeza/lavagem e esterilização, TNT (tecido não tecido),
que pode ser esterilizado, mas de uso único e o PVC, de uso descartável (GONÇALES; GODOY; TRIPODI,
2014). Antes de sua colocação, as superfícies devem ser desinfetadas por fricção tripla com um desinfe-
tante de ação intermediária (álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% (PIRES; FONTANELLA, 2020; SILVA;
RIBEIRO; RISSO, 2009).
O uso de barreira é indicado nas seguintes superfícies:
• Botões manuais de acionamento da cadeira, alças e botões de liga/desliga dos refletores, encosto
da cadeira e braço da cadeira odontológica, encosto do mocho e os encaixes das unidades de suc-
ção (aplicar filme de PVC);
• Superfícies da bancada e do carrinho auxiliar (cobrir com campo descartável e impermeável);
• Pontas: caneta de alta rotação, envolver em protetor descartável de látex ou “sacolés”;
• Manoplas, cones e controle de aparelhos de raios X;
• Cabos de espelho (não odontológicos);
• Envolver com filme de PVC outras superfícies como: seringa tríplice e seus encaixes, preferencial-
mente usar pontas descartáveis; não dispondo desse produto, cobrir com tubo plástico descartá-
vel (canudo de refrigerante) e recobrimento plástico com “sacolés”; pontas, mangueiras, botões de
controle de periféricos e cabos de fibra ótica de fotopolimerizador e demais equipamentos a serem
utilizados na área clínica.
Ressalta-se que todas as barreiras devem ser colocadas apenas em superfícies que serão utilizadas
em cada atendimento, haja vista que o excesso de barreiras pode ter efeito contrário ao pretendido, po-
dendo facilitar infecções cruzadas. Ao término do atendimento, todas as barreiras devem ser removidas
e descartadas no lixo infectante, sendo imprescindível a troca dessas barreiras entre cada atendimento
realizado, precedida de desinfecção das superfícies (SILVA; RIBEIRO; RISSO, 2009).

5.7.2 Desinfecção de moldes, próteses e aparelhos ortodônticos

O desinfetante eleito para esse tipo de desinfecção é o hipoclorito de sódio 1-2%, o qual pode ser
usado para poliéter, alginato, hidrocolóide, silicona, polissulfeto e godiva (GONÇALES; GODOY; TRIPODI,
2014).
A desinfecção dos moldes deve acontecer imediatamente após a remoção do molde da boca do
paciente. No DOD, para todos os materiais de moldagem, a técnica de eleição será a da imersão, uma vez
que tal técnica é capaz de desinfetar todas as superfícies do molde e a alteração dimensional produzida
por essa técnica não influencia os resultados clínicos (KOTSIOMITI; TZIALLA; HATJIVASILIOU, 2008).
Antes e após o procedimento de desinfecção os moldes devem ser lavados em água corrente por
30 segundos (AL-JABRAH; AL-SHUMAILAN; AL-RASHDAN, 2007; GUPTA; RANI; GARG, 2017) (ANEXO 11).
Durante a desinfecção, os moldes devem ser alocados em saco plástico descartável fechado por 10 minu-
tos em imersão na substância desinfetante.
Os aparelhos ortodônticos, as próteses finais e os dispositivos das etapas de provas (plano de orien-
tação, prova de dentes, estruturas metálicas e cerâmicas, registro oclusais, muralhas de silicone, etc.) ne-
cessitam ser desinfetados quando são recebidos e enviados ao laboratório, utilizando a mesma técnica de
desinfecção descrita para os moldes, inclusive para estruturas metálicas (ORSI et al.,2010).

60
No DOD, os procedimentos de desinfecção devem acontecer em bancada determinada exclusiva-
mente para esse fim. É importante ter em mente que o processo de desinfecção não esteriliza os dispositi-
vos, sendo indicado o manuseio cuidadoso.

61
6 CUIDADOS EM LABORATÓRIOS
6.1 Cuidados no laboratório multidisciplinar

Muitas atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas na graduação e pós-graduação exigem in-


fraestrutura laboratorial equipada com manequins e equipos modulares de bancada simulando um aten-
dimento clínico odontológico.
No DOD dispomos de um laboratório multidisciplinar que tem como finalidade proporcionar aos
discentes do curso de Odontologia a vivência da prática odontológica através da realização de procedi-
mentos laboratoriais, tais como: manipulação de materiais, execução e demonstração de procedimentos
odontológicos, confecção de aparelhos ortodônticos, dentre outros.
Os componentes curriculares que desenvolvem suas práticas no laboratório multidisciplinar são:
Anatomia funcional da oclusão I, Anatomia funcional da oclusão II, Pré-clínica I, Doenças biofilme depen-
dentes, Pré-clínica II, Pré-clínica III, Pré-clínica IV, Pré-clínica infantil.
No que diz respeito às normas de uso do laboratório multidisciplinar de Odontologia destaca-se
(ANEXO 15):
• É obrigatório o uso de jaleco na cor branca, dentro das dependências do laboratório.
• É obrigatório o uso de EPIs pois simula um atendimento clínico. Nesse caso, discentes, docentes,
monitores e estagiários precisam usar vestimenta branca, composta de calça comprida e sapatos
fechados com meia, além de toucas, máscaras, luvas, óculos de proteção e protetor facial. Conservar
os cabelos compridos presos, e as mãos longe dos olhos, nariz e boca. Lavar sempre as mãos ao
entrar e ao sair do laboratório e lavar as mãos antes de manipular os manequins e simuladores.
• A entrada e permanência dos alunos no laboratório será permitida somente com a presença ou
autorização dos professores responsáveis, técnicos laboratoriais, monitores ou estagiários.
• Não é permitido ingerir alimentos e bebidas, fumar, atender celular e brincar com equipamentos e
materiais quando estiver nas dependências do laboratório.
• É proibido sentar ou deitar nas bancadas e pias ou outros locais prováveis de contaminação. Esses
locais devem ser mantidos sempre limpos durante toda a aula e ao seu término.
• Os materiais perfuro-cortantes devem ser descartados em caixas próprias disponíveis no laborató-
rio. Os resíduos químicos gerados neste laboratório deverão ser devidamente identificados, caben-
do ao técnico responsável realizar as atividades referentes ao gerenciamento dos resíduos gerados
neste laboratório.
• Nunca deixar frascos de matérias-primas e produtos químicos destampados. Após pesagem, medi-
da de volume ou acesso ao material, devolvê-los rapidamente ao local de origem para que outros
alunos possam também utilizá-los, evitando-se perdas e quebras. Em caso de derramamento aci-
dental providenciar a limpeza o mais rapidamente possível.
• É de responsabilidade do docente, dos discentes, dos técnicos, estagiários e monitores a organização
e conservação do ambiente laboratorial, da bancada de trabalho e de todos os equipamentos.

62
• Cuidado ao manusear luminárias e simuladores de cabeça para que não sofram colisões e quebras.
• Cuidado ao manusear as mangueiras de ar comprimido, evitando pisar nas mesmas, bem como
evitar que os pés das cadeiras danifiquem as borrachas das mangueiras.
• Após a utilização dos terminais de encaixe das turbinas de alta rotação e baixa rotação, reposicio-
ná-los nos referidos suportes.
• Ao acender lamparinas, observar a presença de materiais inflamáveis e solventes nas proximidades
e retirá-los.
• Ao final de cada procedimento, verificar se os equipamentos estão limpos e em adequadas condi-
ções de conservação e uso.
• Jamais esquecer que o laboratório é um dos ambientes de trabalho, submetido a riscos de aciden-
tes, na maioria das vezes causados por atos inseguros. O trabalho em laboratório exige concentra-
ção e bom desempenho. Para tanto, o aluno precisa seguir as recomendações e instruções forneci-
das pelos professores e por esse Manual.
• Mesmo tomando os devidos cuidados, caso aconteça algum acidente, não se desespere, tenha
calma e chame imediatamente o professor, ou responsável, que estará apto a tomar as devidas
providências.

6.2 Cuidados no laboratório de microbiologia

A rotina do Laboratório de Microbiologia envolve exposição tanto com material clínico e reagentes
químicos como com potenciais agentes patogênicos semeados em meio de cultura. Assim, profissionais
da área de saúde e outros trabalhadores que exercem suas atividades em laboratórios, estão sob risco de
desenvolver doença por exposição a agentes infecciosos, produtos químicos tóxicos e inflamáveis, entre
outros. Logo, se faz necessária a adesão às técnicas microbiológicas seguras e incorporação das normas
de Biossegurança delineadas nesse Manual. Dentre os regulamentos de segurança inclui-se medidas de
proteção pessoal; manuseio de equipamentos, amostras e materiais; imunização ou exame dos profissio-
nais quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por exemplo, vacina
contra a hepatite B ou teste cutâneo para a tuberculose) e outras precauções descritas abaixo.
A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) é responsável pela maioria das atribuições
relativas ao estabelecimento de normas, análise de risco, acompanhamento, emissão de certificados de
qualidade em Biossegurança (CQB) para o desenvolvimento de atividades em laboratório nessa área, defi-
nição do nível de Biossegurança e classificação dos OGM (organismos geneticamente modificados). Tam-
bém cabe a essa Comissão emitir parecer técnico prévio conclusivo sobre a Biossegurança desses organis-
mos e seus derivados nas atividades de pesquisa e uso comercial. As características físicas estruturais e de
contenção de um laboratório determinam o tipo de micro-organismo que pode ser manipulado em suas
dependências (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013):

NÍVEL 1 DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) OU PROTEÇÃO BÁSICA (P1)

As práticas, o equipamento de segurança e o projeto das instalações são apropriados para o treina-
mento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos, e de professores de técnicas laborato-
riais. É adequado ao trabalho que envolva agente com o menor grau de risco para o pessoal do laboratório

63
e para o meio ambiente. O laboratório, neste caso, não está separado das demais dependências do edifício.
O trabalho é conduzido, em geral, em bancada, não exigindo equipamentos especiais de contenção. Os
equipamentos de contenção específicos não são exigidos. Devem ser preconizadas as boas práticas mi-
crobiológicas (BPLs) e utilização de EPIs. O pessoal de laboratório deverá ter treinamento específico nos
procedimentos realizados no laboratório e deverão ser supervisionados por docente com treinamento em
Microbiologia ou ciência correlata.

NÍVEL 2 DE BIOSSEGURANÇA (NB-2) OU (P2)

As práticas, os equipamentos, a planta e a construção das instalações são aplicáveis aos laborató-
rios clínicos, de diagnóstico, laboratórios escolas e outros laboratórios onde o trabalho é realizado com
um maior espectro de agentes de risco moderado presentes na comunidade e que estejam associados
a uma doença humana de gravidade variável. Com técnicas adequadas de Microbiologia, esses agentes
podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que
o potencial para a produção de aerossóis é baixo. O Nível de Biossegurança 2 é adequado para qualquer
trabalho que envolva sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias
onde a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecida. O pessoal de laboratório deve ter treina-
mento técnico específico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por docentes
dos componentes. O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais e
determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis infecciosos, devem
ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outro equipamento de contenção física.

NÍVEL 3 DE BIOSSEGURANÇA (NB-3) OU (P3)

É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde o


trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultado de
exposição por inalação. A equipe laboratorial deve possuir treinamento específico no manejo de agentes
patogênicos e potencialmente letais devendo ser supervisionados por competentes cientistas que
possuam vasta experiência com estes agentes. Todos os procedimentos que envolverem a manipulação
de material infeccioso devem ser conduzidos dentro de cabines de segurança biológica ou outro sistema
de contenção física. Os manipuladores devem usar roupas de proteção individual. O laboratório deverá
ter instalações compatíveis para o NB-3. Para alguns casos, quando não existirem as condições específicas
para o NB-3, particularmente em instalações laboratoriais sem área de acesso específica, com ambientes
selados ou fluxo de ar unidirecional, as atividades de rotina e operações repetitivas podem ser realizadas
em laboratório com instalações NB-2, desde que acrescidas das práticas recomendadas para NB-3 e do uso
de equipamentos de contenção para NB-3.

NÍVEL 4 DE BIOSSEGURANÇA (NB-4) OU (P4)

As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das dependências são


aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratório escola, de pesquisa ou de produções.

64
Nestes locais, realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que possuam um potencial de trans-
missão via respiratória e que podem causar infecções sérias e potencialmente fatais. Os riscos primários
causados aos trabalhadores que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a expo-
sição aos aerossóis infecciosos. São poucos laboratórios no mundo que possuem instalações compatíveis
com nível 4 de Biossegurança.

6.2.1 Design e infra-estrutura laboratorial (laboratórios NB-1, NB-2 e NB-3)

• Tais laboratórios devem ter espaço suficiente de modo a permitir a execução dos procedimentos
laboratoriais de forma organizada e segura, e acesso fácil para limpeza e descontaminação.
• Paredes, tetos, pavimentos e bancadas devem ser duráveis, lisas, facilmente laváveis, impermeáveis
a líquidos, resistentes ao calor moderado e aos produtos químicos e desinfetantes normalmente
utilizados no laboratório; o piso deve ser antiderrapante e a exposição de tubulações deve ser evi-
tada, quando possível.
• A iluminação deve ser adequada para todas as atividades.
• Espaço para o armazenamento de insumos e suprimentos deve ser adequado para uso imediato,
evitando assim aglomeração nas bancadas e áreas de circulação; espaço adicional para estoque de
insumos e suprimentos laboratoriais deve ser projetado em locais fora das áreas de trabalho.
• Locais específicos para o armazenamento e o manuseio seguro de solventes, materiais radioativos
e gases comprimidos e liquefeitos devem ser proporcionados.
• Pertences pessoais dos trabalhadores devem ser mantidos em locais fora das instalações do labo-
ratório. Os laboratórios NB-3 devem dispor de sala para a troca de roupas.
• Cada laboratório deve possuir uma pia para lavagem das mãos, preferencialmente próxima à saída.
Recomenda-se a instalação de pias que funcionem automaticamente ou que sejam acionadas com
o pé ou com o joelho.
• As portas devem ter abertura para fora, serem corta-fogo, dotadas com visores de vidro e que se
fechem automaticamente. É exigido um sistema de portas com trancas em dependências que abri-
garem agentes restritos.
• Uma autoclave deve estar disponível no interior ou próximo ao laboratório.
• Os sistemas de segurança devem atender emergências elétricas e de incêndio, e os locais que se
encontram o chuveiro e lavador de olho.
• As áreas de primeiro-socorro devem estar adequadamente equipadas e de fácil acesso.
• Recomenda-se um sistema de ventilação mecânico que ofereça uma circulação interna do ar sem
recirculação; ou janelas que abram e sejam providas de telas de proteção contra insetos.
Para NB-3: Separado de áreas de trânsito, sistema de dupla porta, portas com fechamento automáti-
co., sistema de ar independente, ventilação unidirecional, sem recirculação de ar e filtrado com filtro HEPA
para eliminação., linhas de vácuo protegidas por sifão contendo desinfetante e filtro HEPA ou semelhantes.
• Deve haver suprimento de boa qualidade de gás, eletricidade assim como de luz de emergência; o
gerador é aconselhável para os equipamentos essenciais como estufas, cabine de segurança bioló-
gica, refrigeradores, etc. A manutenção regular e eficiente desses serviços é obrigatória.
• A água de torneira, não é própria para uso no Laboratório Clínico, logo deve ser providenciado um
sistema adequado de suprimento de água purificada a fim de evitar interferências nos testes ou

65
ensaios.
• Segurança contra incêndios e atos de vandalismo deve ser considerado; portanto, portas e janelas
apropriadas e chaves de uso restrito são fundamentais.
• As instalações deverão ser verificadas uma vez por ano e filtros substituídos quando necessário
(BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.2 Acesso

• Menores de idade não devem ser autorizados ou permitidos dentro do laboratório.


• As pessoas que apresentarem um risco maior de contaminação ou que possam ter sérias conse-
quências caso sejam contaminadas, não devem ser permitidas dentro dos laboratórios NB-2 e NB-3.
• NB-2 e NB-3: as portas devem ser mantidas fechadas e adequadamente identificadas: o símbolo
de “Risco Biológico” deverá ser colocado na entrada do laboratório onde agentes etiológicos esti-
verem sendo utilizados. Este sinal de alerta deverá conter informações como o (s) nome (s) do(s)
agente(s) manipulado(s), o nível de Biossegurança, as imunizações necessárias, o nome e número
do telefone do pesquisador, o tipo de equipamento de proteção individual que deverá ser usado
no laboratório e os procedimentos necessários para entrar e sair do laboratório.
• É proibida a admissão de plantas e animais que não estejam relacionados ao trabalho em execução
no laboratório.
• Nos laboratórios NB-3 nenhum indivíduo deve trabalhar sozinho; no mínimo duas pessoas devem
estar nas instalações do laboratório (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.3 Equipamentos e acessórios laboratoriais

O chefe de laboratório deve assegurar que os equipamentos e acessórios apropriados estejam dis-
poníveis e que sejam utilizados adequadamente. Os equipamentos devem ser selecionados baseados nas
seguintes premissas:
• Projetado para evitar ou limitar o contato do operador e o material infectante.
• Desenvolvido com materiais impermeáveis a líquidos, resistentes à corrosão e que atendem aos
requerimentos estruturais.
• Projetado e instalado para facilitar a operação, manutenção, limpeza e descontaminação; vidraria e
outros produtos quebráveis devem ser evitados sempre que possível.
• Especificações devem ser consultadas para se certificar que o equipamento e/ou acessório possui
os dispositivos de segurança.

6.2.3.1 Equipamentos essenciais de segurança

• Pipetas automáticas, bulbos de borracha ou outros disponíveis; é impróprio e arriscado pipetar


com a boca.
• Cabines de segurança biológica para os laboratórios NB-2 e NB-3.
• Alças de plástico descartáveis.
• Tubos e frascos com rosca.
• Autoclaves.

66
Obs.: Equipamentos como autoclaves e cabines de segurança biológica devem ser certificadas; a
calibração dever ser efetuada regularmente de acordo com as instruções do fabricante.

6.2.3.2 Equipamentos de contenção exigidos

Para os laboratórios NB-1 não são exigidos equipamentos de contenção de agentes. Para os labora-
tórios NB-2, devem ser utilizadas Cabines de Segurança Biológica Classe I ou II, conforme a classificação, ou
outro dispositivo de contenção pessoal ou de contenção física sempre que:
• Sejam realizados procedimentos com elevado potencial de criação de aerossóis, como centrifuga-
ção, trituração, homogeneização, agitação vigorosa, ruptura por sonicação, abertura de recipientes
contendo material onde a pressão interna possa ser diferente da pressão ambiental, inoculação
intranasal em animais e em cultura de tecidos infectados.
• Altas concentrações ou grandes volumes de organismos contendo DNA/RNA recombinante. Tais
materiais só poderão ser centrifugados fora de cabines de segurança se forem utilizadas centrífu-
gas de segurança e frascos lacrados. Estes só deverão ser abertos no interior da cabine de seguran-
ça biológica.
As cabines devem ser instaladas, de forma que a variação da entrada e saída de ar da sala, não provo-
que alteração nos padrões de contenção de seu funcionamento. As cabines de segurança biológica devem
estar localizadas longe de portas, janelas que possam ser abertas, áreas laboratoriais muito cheias e que
possuam outros equipamentos potencialmente dilaceradores, de forma que sejam mantidos os parâme-
tros de fluxo de ar nestas cabines de segurança biológica (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.4 Áreas de trabalho

• O laboratório deve ser mantido limpo, arrumado e livre de materiais que não são pertinentes ao
trabalho.
• As superfícies das bancadas devem ser desinfetadas no final do trabalho ou ao fim do dia ou sem-
pre que ocorrer derramamento ou borrifada de material potencialmente perigoso.
• Todos os materiais, espécimes e culturas devem ser desinfetados antes do descarte ou da lavagem
para a reutilização.
• É proibido comer, beber, fumar e aplicar cosméticos nas áreas de trabalho; alimentos devem ser
guardados em áreas específicas para este fim, fora do laboratório.
• Avisos como “não comer”, “não beber” e “não fumar” devem ser expostos claramente nas instalações
do laboratório (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.5 Proteção pessoal

• No interior do laboratório, os frequentadores devem utilizar roupas apropriadas como jalecos, gor-
ros, máscaras e óculos. Antes de sair do laboratório para áreas externas (biblioteca, cantina, escri-
tório administrativo), a roupa protetora deve ser retirada e deixada no laboratório e guardados em
locais diferentemente do vestuário pessoal.
• Jaleco para todos que trabalham em ambiente laboratorial, confeccionado em algodão, com man-

67
ga longa e punho elástico, na altura dos joelhos e usado abotoado. Não usar fora da área de traba-
lho, nem guardar junto com objetos pessoais.
• As máscaras cirúrgicas e protetores oculares (óculos com proteção lateral) são obrigatórios para
evitar a exposição das mucosas da boca e dos olhos e impedir o risco de inalação nos procedimen-
tos que possam produzir aerossóis ou causar borrifamento de sangue; também devem ser usados
no manuseio de material biológico e diante de fontes de radiação de ultravioleta artificial.
• Devem ser usadas luvas quando houver um contato direto com materiais e superfícies potencial-
mente infecciosas ou equipamentos contaminados. Essas luvas devem ser desprezadas quando
estiverem contaminadas, quando o trabalho com materiais infecciosos for concluído ou quando a
integridade da luva estiver comprometida. Luvas descartáveis não poderão ser lavadas, reutilizadas
ou usadas para tocar superfícies “limpas” (teclado, telefones, etc.), e não devem ser usadas fora do
laboratório. São utilizadas luvas de procedimento, luvas cirúrgicas, luvas de borracha ou luvas do
tipo Kevlar.
• Kevlar: usadas para trabalhar em baixas ou altas temperaturas (autoclaves e estufas e freezer a –
80°).
• Máscaras e respiradores: proteção de boca e nariz contra respingos e inalação de partículas em
aerossol e substâncias químicas voláteis e tóxicas.
• Óculos de Proteção: destinado à proteção dos olhos contra respingos de material biológico,
substâncias químicas e partículas.
• Protetor Facial: destinado à proteção da face contra respingos de material biológico, substâncias
químicas e partículas. Deve ser leve, resistente, com visor em acrílico.
• Lavar as mãos frequentemente: fazendo-se ou não do uso de luvas, lavar as mãos sempre que hou-
ver mudança de atividade, após a manipulação de materiais infecciosos, após a remoção das luvas,
antes de saírem do laboratório e antes de comer, beber e mesmo fumar. A lavagem deve envolver
mãos e antebraços, usando-se água e sabão líquido. Friccionar com álcool a 70% contendo 1% a 2%
de glicerina. Usar de preferência toalhas descartáveis.
• Não comer e beber no local de trabalho, assim como não armazenar bebidas e comidas nas insta-
lações do laboratório.
• Não fumar, pois há um aumento do risco de contaminação com microrganismos potencialmente
patogênicos ou com produtos químicos; risco de incêndio e inconveniência com relação aos cole-
gas de trabalho.
• Não passar cosméticos nas instalações do laboratório.
• Não manusear lentes de contato e quando utilizados, proteger com óculos de segurança. As lentes
de contato absorvem certos solventes e podem ser perigosas em casos de respingo e derramamen-
tos.
• Não usar calçados abertos no laboratório como sandálias, chinelos (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.6 Segurança nos procedimentos laboratoriais

• Culturas, tecidos e amostras de fluídos corpóreos ou dejetos potencialmente infecciosos devem ser
colocados em um recipiente com uma tampa que evite o vazamento durante a coleta, o manuseio,
o processamento, o armazenamento, o transporte ou o embarque.

68
• Nos laboratórios NB-2 e NB-3, todas as manipulações abertas que envolvam materiais infecciosos
deverão ser conduzidas no interior das cabines de segurança biológica ou de outros dispositivos
de contenção física.
• Pipetagem com a boca deve ser proibido.
• Nenhum tipo de material deve ser levado à boca; etiquetas ou rótulos não devem ser lambidos.
• Material descartável (seringas, agulhas, luvas, toalhas, etc.) deve ser utilizado sempre que possível.
• Todo procedimento técnico deve ser executado minimizando a formação de aerossóis; sempre que
houver uma probabilidade de formação de aerossol, o trabalho deve ser conduzido na cabine de
segurança.
• Todos devem ter treinamento adequado para o desempenho competente de ensaios e operação
de equipamentos. Isso inclui treinamento em técnicas básicas, tais como: semeadura em placas,
contagem de colônias, trabalhos em condição de assepsia etc. O pessoal do laboratório somente
pode realizar ensaios se for reconhecidamente capacitado para fazê-lo ou se estiver sob supervisão
adequada. A capacitação contínua deve ser monitorada, sendo capaz de detectar necessidades de
reciclagem.
• Ensaios microbiológicos devem ser realizados ou supervisionados por pessoal experiente, qualifi-
cado em microbiologia ou equivalente (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.7 Descontaminação e descarte de resíduos

Todos os resíduos do laboratório deverão ser descontaminados antes de serem descartados atra-
vés de um método de descontaminação aprovado como, por exemplo, esterilização por calor úmido (au-
toclave). Os materiais que forem ser descontaminados fora do próprio laboratório deverão ser colocados
em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem transporta-
dos ao local desejado.
Um sistema de separação e identificação do material infeccioso e seus respectivos recipientes são
recomendados:
• N ão contaminado (não infeccioso) – resíduo que pode ser reciclado, reutilizado ou descartado
como lixo doméstico.
• Contaminado perfurocortante (infeccioso) – resíduo como agulhas, seringas, lancetas e outros as-
semelhados devem ser descartados em recipientes estanques, rígidos, com tampa, e identificados
com símbolo e expressão de resíduo infectante. As agulhas não devem ser entortadas, quebradas,
recapeadas ou removidas da seringa após o uso. Agulhas e seringas devem ser imediatamente
colocadas em recipientes resistentes à prova de perfurações, localizados convenientemente, e des-
contaminadas na autoclave antes do descarte. As seringas não podem ser esvaziadas para reapro-
veitamento; as seringas descartáveis, utilizadas com ou sem agulha devem ser depositadas nos
recipientes e autoclavadas antes do descarte.
• Contaminado para descontaminação e reutilização – recipientes, preferencialmente plásticos, com
desinfetantes preparados diariamente, devem ser colocados em todas as áreas de trabalho. O ma-
terial a ser reutilizado ou reciclado deve permanecer em contato com o desinfetante o tempo que
for necessário, segundo as instruções do fabricante do produto. Após a desinfecção, o desinfetante
e o material deve ser adequadamente descontaminado na autoclave. Em seguida, o desinfetante
deve ser descartado e o material então lavado para a reutilização. Em nenhuma circunstância o

69
material contaminado deve ser submetido a uma pré-lavagem.
• Contaminado para descarte – resíduo deve ser descontaminado na autoclave em recipientes resis-
tentes a vazamento antes do descarte. Após autoclavagem, este deve ser colocado em recipiente
próprio para transporte, também resistente a vazamento e danos físicos, e vedado apropriadamen-
te.
• Contaminado para incineração – resíduo para descarte na incineração. A incineração de resíduo
biológico deve seguir as normas estabelecidas pelas autoridades locais (BRASIL, 2004; BRASIL,
2013).

6.2.8 Medidas relativas à acidente e derramamento

• Adotar manuais de primeiros socorros, acompanhados de treinamento e orientação verbal, sempre


que necessário.
• Manter os equipamentos de segurança em lugar visível, de fácil acesso e à imediata disposição do
acidentado. Os equipamentos são:
1- Chuveiro de emergência, com grande fluxo de água
2- Lavador de olhos
3- Kit de primeiros socorros
4- Extintores de incêndio, vistoriados regularmente
5- Mantas contra-fogo

• Respingos, derramamento e acidentes resultantes de uma exposição de produtos químicos e mate-


riais infecciosos aos organismos deverão ser imediatamente notificados ao diretor do laboratório. A
avaliação médica, a vigilância e o tratamento deverão ser providenciados e registros do acidente e
das providências adotadas deverão ser mantidos por escrito (BRASIL, 2004; BRASIL, 2013).

6.2.9 Cuidados relativos aos riscos de contaminação biológica

6.2.9.1 Produção de aerossóis

O uso incorreto de equipamento de laboratório como pipetas, alças de inoculação, agulhas, serin-
gas, centrífugas e homogeneizadores, pode produzir grandes quantidades de aerossóis potencialmente
infectantes. Exemplos de procedimentos que produzem aerossóis:
• Destampar frascos que foram fechados com tampa de pressão.
• Esvaziar seringas, eliminar o ar das seringas.
• Quebrar frascos que contenham cultura de microrganismos.
• Centrifugar tubos ou frascos sem tampa adequada.
Quando houver risco de contaminação por aerossóis, recomenda-se o emprego de cabines de se-
gurança biológica (fluxo laminar), juntamente com o uso de luvas, máscaras e óculos de proteção. Nestas
condições, manusear frascos e seringas envolvendo-os com gaze ou algodão, embebidos em álcool a 70%
ou hipoclorito a 0,5%.

70
6.2.9.2 Pipetagem de material clínico

É contra-indicada a pipetagem, com a boca, de material clínico (sangue, liquor, urina, etc.) ou de
suspensões bacterianas. Deve-se utilizar, sempre que possível, pipetas automáticas ou bulbos de borracha.

6.2.9.3 Flambagem de alça bacteriológica

A flambagem da alça bacteriológica durante a manipulação do material biológico ou na transfe-


rência de massa bacteriana (raspado de colônias) deve ser feita através de chama, que deve estar entre
o manipulador e a alça. Recomenda-se esgotar a alça num frasco contendo álcool a 95% e areia (BRASIL,
2004; BRASIL, 2013).

6.3 Manejo de biópsia

As biópsias processadas no DOD são extraídas pelos alunos e então acondicionadas em frasco co-
letor universal, resistente e com tampa rosqueada contendo formol a 10%. Tais frascos são devidamente
identificados com nome do paciente e cirurgião responsável.
É importante destacar que os frascos utilizados não são estéreis, recomendando-se atenção para
não o expor a campos estéreis durante a realização de procedimentos. Em caso de contaminação interna
de tais frascos, proceder a limpeza e desinfecção com álcool 70%.
Recomenda-se o uso de gorro ou touca, máscara, avental, óculos de proteção e luvas ao manipular
as peças no laboratório. Em ambiente laboratorial para manejo das biópsias, as superfícies devem estar
devidamente limpas e desinfetadas com álcool 70%, assim como os instrumentais utilizados para esse fim.
O formol deverá ser descartado no mesmo frasco em que veio acondicionado, conforme Política Nacional
de Resíduos Sólidos, devidamente identificado. Caso tal prática não seja possível, poderá ser armazenado
em galões ou bombonas destinadas a esse fim (BRASIL, 2010b).

6.4 Manejo de dentes extraídos

O Banco de Dentes Humanos (BDH) é órgão autônomo, sem personalidade jurídica própria,
vinculado ao DOD/UFRN. Compreende o espaço destinado a coletar, preparar, desinfetar, manipular, sele-
cionar, preservar, catalogar, estocar, ceder, emprestar, administrar, armazenar e distribuir elementos den-
tários humanos para fins de ensino, proporcionando segurança e legalidade nessa utilização (PEREIRA,
2012).
Os elementos dentários extraídos no ambiente das clínicas do DOD serão acondicionados em re-
cipientes de água destilada e encaminhados ao Biobanco de Dentes, juntamente ao Termo de Consenti-
mento Livre e Esclarecido.
Os elementos dentários encaminhados ao Biobanco de Dentes Humanos serão higienizados, clas-
sificados e separados em dentes para pesquisa ou para ensino.
Os dentes que forem encaminhados para ensino, seguirão o seguinte protocolo:
1- Lavagem prévia com água corrente, detergente e escova;

71
2- Raspagem dos dentes: remoção mecânica de restos orgânicos com curetas periodontais;
3- Empacotamento e esterilização pelo calor úmido;
4- Distribuição em recipientes específicos e identificados;
5- Armazenamento.
• Os dentes serão armazenados em água destilada, sob refrigeração, que deverá ser tro-
cada a cada sete dias;
• Os recipientes deverão possuir etiquetas, com as seguintes anotações: data da última
troca da solução de armazenamento e tipo de dente armazenado.

6- Em todas as etapas do processamento, devem ser utilizadas barreiras de proteção com


filme de PVC nas superfícies de trabalho e, em seguida, realizar a desinfecção dos equipa-
mentos e superfícies com álcool 70%.
7- Toda a manipulação deve ser realizada com o uso de EPIs.

Os que forem selecionados para pesquisa também devem ser higienizados e mantidos em reci-
pientes individuais contendo água destilada sob refrigeração (troca da água a cada 7 dias). O processo de
esterilização desses dentes ficará sob a responsabilidade dos pesquisadores, considerando o método em-
pregado em cada estudo. Os protocolos podem ser atualizados e deverão seguir a orientação estabelecida
pelo BDH e de seu regimento interno.

72
7 ACIDENTES MUCOCUTÂNEOS E
PERFUROCORTANTES: CONTROLE E
CONDUTAS PÓS-ACIDENTE
Todos os acidentes que envolvam material biológico são considerados como potencialmente de
risco e devem ser tratados como emergência médica, já que para se obter maior eficácia, as intervenções
para profilaxia do HIV e para o vírus da hepatite B necessitam ser iniciadas imediatamente após a ocorrên-
cia do acidente. Entretanto, vale ressaltar que as profilaxias medicamentosas atualmente adotadas não
são totalmente eficazes, portanto, a prevenção do contato com material infectante, incluindo o uso de
EPI e a realização segura dos procedimentos é a medida mais eficiente para prevenção da transmissão de
doenças por patógenos veiculados por sangue ou outros fluidos. O anexo 4 evidencia o fluxograma a ser
seguido em caso de acidentes (BRASIL, 2006a).

• CONDUTAS GERAIS
• Tempo para avaliação após o acidente
A avaliação do acidente deve ser realizada o mais precocemente possível, nas primeiras 2 horas,
e, no máximo, até 72 horas após o acidente.
• Materiais biológicos de risco
São materiais biológicos com risco comprovado de transmissão de patógenos veiculados por
sangue e líquidos corporais (ex.: HIV, Hepatite B): sangue, qualquer fluido contendo sangue, secre-
ção vaginal, sêmen, tecidos, líquido peritoneal, líquido pleural, líquido pericárdico, líquido amnióti-
co, líquor, líquido articular, saliva (em ambiente odontológico).
• Condutas imediatas após a exposição
• Cuidados locais
• Acidentes com materiais perfuro-cortantes, como agulhas, bisturis, tesouras e outros:
1- Lavar a lesão com água e sabão abundantemente. A utilização de soluções antissépticas
degermantes é uma opção (PVPI ou clorexidina), apesar de não haver nenhum estudo que
demonstre o benefício adicional ao uso do sabão neutro nesses casos.
2- Realizar a limpeza suavemente, tomando cuidado para não escarificar o local ou aumen-
tar a lesão.
3- Não tentar extrair os líquidos espremendo a lesão, pois isto aumenta a exposição à con-
taminação.

• Acidente decorrente de respingo ou contato com membranas mucosas (boca, olhos):


1- Lavar as mucosas afetadas com água corrente em abundância ou soro fisiológico a 0,9%.

ATENÇÃO: Deve-se evitar o uso de substâncias irritantes ou cáusticas (como hipoclorito de sódio,
éter e glutaraldeído), pois estas aumentam a área lesada e, consequentemente, a exposição ao material

73
infectante.
Coleta de informações preliminares (em caso de alunos):
1- Informar ao professor/profissional responsável pela disciplina sobre a ocorrência do aci-
dente, para que ele possa proceder às condutas normatizadas no serviço.
2- Se o acidente tiver um paciente-fonte reconhecido, solicitar ao responsável da disciplina
a realização de conversa com a fonte para colaboração dos procedimentos a serem segui-
dos.
Locais de atendimento após a exposição
O aluno, juntamente com o paciente-fonte, deverá ser encaminhado para uma instituição de saúde
de referência nesse serviço:
• Unidade Básica de Saúde de Nova Descoberta
Av. Xavier da Silveira, s/n – Natal-RN | Telefone: 3232-8285
• Hospital Giselda Trigueiro
Rua Cônego Monte, s/n – Natal-RN | Telefone: (84) 3232-7900/ 3232-4649

ATENÇÃO: Caso o paciente-fonte não seja conhecido, por algum motivo, ou o acidente tenha ocorri-
do no horário noturno (após 19h), o aluno deverá se dirigir obrigatoriamente ao Hospital Giselda Trigueiro.
Caso o paciente-fonte seja conhecido, recomenda-se que aluno e paciente-fonte se dirijam à Unidade
Básica de Saúde de Nova Descoberta para realização dos testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C
no paciente-fonte. No caso da ida ao Giselda Trigueiro, o aluno acidentado deve se dirigir para o primeiro
atendimento e, posteriormente, referenciado à consulta com um médico responsável pelo atendimento
de acidentes com material biológico, para acompanhamento.
• No atendimento, com base em dados investigativos, será decidido se estarão indicados:
• Medidas de prevenção pós-exposição para hepatite B – vacina e gamaglobulina hiperimune;
• Medidas de prevenção pós-exposição para HIV – medicamentos anti-retrovirais;
• Acompanhamento clínico e epidemiológico para HIV, HBV ou HCV.
Notificação
O docente responsável pelo ensino no componente curricular ou o enfermeiro responsável pelo
CME deve preencher a ficha de comunicação de acidente com exposição a material biológico de alunos
de graduação (ANEXO 5).

CONDUTAS NORMATIZADAS DO SERVIÇO APÓS EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO EM ALUNOS


DE ODONTOLOGIA – INSTRUÇÕES AO PROFESSOR RESPONSÁVEL

• Após acidente:
• Encaminhar o paciente-fonte, se conhecido, juntamente com o aluno acidentado, para coleta de
amostra de sangue nos serviços de saúde supracitados a fim de testar a presença de patógenos
de transmissão sanguínea. Procurar chefia do departamento para providências de transporte do
dia.
• É imprescindível buscar atendimento médico e avaliação do tipo de material biológico envolvi-

74
do, da gravidade, tipo de exposição e estado sorológico de ambos, especialmente em caso de
ausência de informações sobre o paciente-fonte.

Após o devido atendimento do aluno acidentado nos serviços de saúde de referência, torna-se
necessário o preenchimento da Ficha de comunicação de acidente com exposição a material bio-
lógico de alunos de graduação (ANEXO 5). Esse preenchimento deve ser feito, de forma mais breve
possível, pelo docente responsável ou pelo enfermeiro do CME para fins de controle e planejamen-
to de ações preventivas. O arquivamento dessa ficha é de responsabilidade dos enfermeiros do
Centro de Material e Esterilização, os quais arquivarão em pasta específica para esse fim.

• Orientação de prevenção:
• A Comissão de Biossegurança orienta aos professores que solicitem comprovante de vacinação
obrigatório de todas as vacinas recomendadas e teste anti-HBsAg atualizado antes do início das
atividades clínicas.
• Orientar os alunos a exigirem que todos os pacientes assinem a autorização presente no pron-
tuário odontológico comprometendo-se a seguir as orientações em caso de acidente com ma-
terial biológico.

75
8 NORMAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
As normas de proteção radiológica desse Manual seguem as diretrizes e orientações preconizadas
pela resolução RDC 330 de 2019 da ANVISA (BRASIL, 2019).
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Pelo princípio da Justificação, toda exposição radiográfica realizada no DOD da UFRN deve resultar
em um benefício real para a saúde do paciente e/ou para sociedade, em detrimento ao risco causado pela
radiação ao indivíduo.
Todas as tomadas radiográficas com fins diagnóstico na prática odontológica nesse Departamento
devem ser justificadas individualmente, tendo em vista os objetivos específicos da exposição e as carac-
terísticas do indivíduo envolvido. Ficando, assim, proibida toda exposição que não possa ser justificada,
incluindo:
• Exposição deliberada de seres humanos aos raios-x diagnósticos com o objetivo único de demons-
tração, treinamento ou outros fins que contrariem o princípio da justificação.
O princípio de otimização estabelece que as instalações e as práticas neste Departamento devem
ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o número
de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais sejam tão baixos quanto razoavelmente
exequível. Desta forma, as doses de exposições aos pacientes devem ser otimizadas ao valor mínimo ne-
cessário para obtenção do objetivo radiológico (diagnóstico e terapêutico), compatível com os padrões
aceitáveis de qualidade de imagem.

INSTRUÇÕES QUANTO AOS PROCEDIMENTOS RADIOGRÁFICOS:

• Os exames radiográficos intraorais realizados neste Departamento são os do tipo periapicais, in-
terproximais e oclusais. No setor de Imagenologia, além desses citados, também são realizados os
exames extraorais como panorâmicas e telerradiografias.
• Para a realização das técnicas periapicais e interproximais são usados posicionadores radiográfi-
cos. Esses, obrigatoriamente, devem ser esterilizados em autoclave, após cada uso, e mantidos la-
crados em seus respectivos envoltórios. O uso dos posicionadores radiográficos apresenta como
vantagens o fato de o paciente não necessitar utilizar seus dedos para manter o filme em posição e
proporcionar maior padronização da técnica, diminuindo a probabilidade de eventuais repetições
(PIRES; FONTANELLA, 2020).
• Qualquer dúvida, ou intercorrência durante a realização dos exames, os alunos ou técnicos devem
avisar aos cirurgiões-dentistas ou aos professores das respectivas clínicas.
• Deve estar afixada, ao lado do disparador do aparelho intraoral, uma tabela, especificando para
cada técnica, os tempos de exposições adequados para cada região a ser radiografada. Qualquer
alteração na qualidade final da imagem deve ser informada aos cirurgiões-dentistas ou aos profes-

76
sores, para que seja feita uma revisão desses tempos.
• Para proteção do paciente durante aquisições intraorais, devem ser utilizados, obrigatoriamente,
avental e colar plumbífero com equivalência de pelo menos 0,25 mm de chumbo, posicionado
sobre o tórax, região genital e tireoide. No caso de necessidade da presença de acompanhante, o
mesmo também deverá usar esse EPI de proteção radiológica. Para os exames extraorais, é obriga-
tório apenas o uso de avental de chumbo com cobertura da coluna.
• O botão disparador deve ser localizado fora da sala de exame. Dessa forma, os operadores devem
se situar externamente à sala durante o disparo de radiação, ficando, assim, protegidos dos feixes
de raios X.
• O processamento radiográfico deve ser feito, preferencialmente, logo em seguida às tomadas ra-
diográficas, e os tempos de imersão nos químicos devem seguir rigorosamente aqueles preconi-
zados pelo fabricante. Qualquer alteração na qualidade final das imagens deve ser informada aos
odontólogos ou aos professores, para que seja feita uma revisão desses tempos.
• Demais cuidados e normas de Biossegurança para controle e prevenção de infecção cruzada nos
procedimentos radiográficos, estão descritos no Protocolo de “Prevenção de Infecção Cruzada”, no
Anexo 7, elaborado pela Comissão de Biossegurança do Departamento de Odontologia da UFRN.

77
9 TRATAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS
Dentre os diversos tipos de resíduos sólidos, têm-se os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), os
quais são classificados como todos aqueles resultantes de atividades exercidas em diversos serviços, dos
quais estão todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal; laboratórios
analíticos de produtos para saúde; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; entre outros
similares. Ambas atribuem aos geradores desses tipos de resíduos a responsabilidade da elaboração do
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) (BRASIL, 2005b; BRASIL, 2018c).
Com o intuito de melhorar a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os
RSS, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b), dispondo sobre seus princípios,
definições, objetivos e instrumento.
Quando se trata de classificação, tratamento e disposição final dos RSS existem duas resoluções:
a Resolução CONAMA nº 358/2005 (BRASIL, 2005b) e a RDC ANVISA nº 222/2018 (BRASIL, 2018c), sendo
o conhecimento sobre essa última primordial para a efetividade no gerenciamento do PGRS. Segundo a
Resolução da Diretoria Colegiada nº 222 (2018), bem como a Resolução do Conselho Nacional de Meio
Ambiente nº 358 (2005), os RSS são classificados em cinco grupos:
I – Grupo A: estão inseridos os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que,
por suas características, maior concentração e virulência, podem apresentar risco de infecção. Há
uma subdivisão deste grupo em cinco subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5).
II – Grupo B: neste grupo estão inseridos os resíduos de substâncias químicas que, depen-
dendo das suas características de inflamabilidade, reatividade, mutagenicidade, corrosividade, to-
xicidade, teratogenicidade, carcinogenicidade e quantidade, apresentam periculosidade à saúde
e/ou ao meio ambiente.
III – Grupo C: são definidos e classificados como qualquer material que contenha radionuclí-
deo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da Comissão Nacional
de Energia Nuclear - CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Essa não se
aplica ao Departamento de Odontologia da UFRN.
IV – Grupo D: são os resíduos semelhantes ao domiciliares, que não apresentam risco
químico, radiológico e biológico, à saúde ou ao meio ambiente. Esses resíduos são divididos pela
UFRN entre resíduos comuns passíveis de reciclagem e resíduos comuns não recicláveis (rejeitos).
V – Grupo E: neste grupo estão inseridos os materiais perfuro-cortantes ou escarificantes. O
Quadro 2 traz um resumo de alguns dos RSS que estão classificados e exemplificados na Resolução
CONAMA nº 358/2005, bem como na RDC ANVISA n° 222/2018; também foi usado a mesma simbo-
logia proposta em Brasil (2018) para identificação dos resíduos.

78
Quadro 2 – Classificação segundo a Resolução CONAMA nº 358/05 e RDC 222/2018.
Características de risco Grupo Alguns exemplos de resíduos por subgrupo

A1 - Culturas e estoques de micro-organismos, resíduos


laboratoriais de manipulação genética, bolsas transfu-
sionais e sobras de amostras contendo sangue; Materiais
utilizados em atendimentos e EPIs descartáveis, como
gorros, máscaras e luvas que entraram em contato com
sangue ou outros líquidos corpóreos.
A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resídu-
os provenientes de animais submetidos a processos de
experimentação com inoculação de micro-organismos;
A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano, produ-
to de fecundação sem sinais vitais e que se enquadram
A na legislação;
RESÍDUO INFECTANTE A4 - Recipientes e materiais resultantes do processo de
assistência à saúde, que não contenha sangue ou líqui-
dos corpóreos na forma livre. Cadáveres, carcaças, peças
anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais não submetidos a processos de experimentação
com inoculação de micro-organismos;
A5 - Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectivi-
dade para príons, de casos suspeitos ou confirmados.

ACONDIONAMENTO: SACOS PLÁSTICOS BRANCOS LEI-


TOSOS COM SÍMBOLO DE INFECTANTE (NBR 9191/08).

Efluentes de processadores de imagem (reveladores e


fixadores), produtos farmacêuticos, reagentes para labo-
ratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

ACONDICIONAMENTO: BOMBONAS OU GALÕES ESPE-


CÍFICOS REVESTIDOS DE SACOS IDENTIFICADOS COM O
risco químico SÍMBOLO E O TIPO DE PRODUTO (BRASIL, 2018c, p. 10).

Rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesqui-


sa e ensino na área da saúde e de laboratório de análise
clínica.
C

ACONDICIONAMENTO: BOMBONAS OU GALÕES ESPECÍ-


FICOS DE MATERIAL RESISTENTE, RÍGIDO, COMPATÍVEL
material radioativo
REVESTIDOS DE SACOS IDENTIFICADOS COM O SÍMBOLO
E O TIPO DE PRODUTO(BRASIL, 2018c, p. 10).

79
Características de risco Grupo Alguns exemplos de resíduos por subgrupo

Peças descartáveis de vestuário, gorros e máscaras des-


cartáveis, luvas de procedimentos que não entraram em
contato com sangue ou líquidos corpóreos, resíduos de
gesso gerados na assistência à saúde, resíduos recicláveis
D sem contaminação biológica, química e radiológica as-
sociada (exemplo: grau cirúrgico não contaminado), re-
síduos provenientes das áreas administrativas, resíduos
da varrição, podas e jardins.

ACONDICIONAMENTO: SACOS PLÁSTICOS DE COR PRETA


(NBR 9191/08).
Agulhas, limas endodônticas e vidros quebrados utiliza-
dos em laboratórios.

ACONDICIONAMENTO: COLETORES PARA MATERIAIS


resíduo perfurocortante
PERFURO-CORTANTES CONFORME ABNT NBR 13853-
1:2018.
Fonte: Adaptado de Dutra (2018).

O Quadro 3 demonstra os resíduos gerados por grupos e subgrupos, identificados de acordo com
suas características e ambientes em que há geração no DOD. A classificação foi realizada de acordo com
os cinco grupos e respectivos subgrupos descritos na RDC nº 222/2018 ANVISA e Resolução CONAMA
358/2005.

Quadro 3 – Identificação e classificação do RS gerados no DOD.


Grupo/ Características Ambientes em que há geração
subgrupo
Algodão*, campos cirúrgicos, espá- Centro de materiais e esterilização, clínicas ci-
tula de madeira, filme de PVC trans- rúrgicas (I e II), clínicas multidisciplinares (I,
parente*, fio de sutura, fio dental, II, III, IV, V e VI), laboratório de prótese dentá-
A1 gaze*, indicador biológico*, luvas*, ria, pronto atendimento e setor de raios-X.
lixa, papel carbono*, siliconas, suga-
dores e tira de lixa, EPIs descartáveis
(avental, gorro, propés e máscara)*

Papel filtro, dentes não aproveitá- Clínicas cirúrgicas (I e II), clínicas multidisciplinares
veis, restos de tecidos, recipientes (I, II, III, IV, V e VI), laboratório de histoquímica-eo-
A4 e materiais que são resultantes de sina (Anatomia patológica), laboratório de imuno-
assistência à saúde, que não conte- -histoquímica (Anatomia patológica), laboratório
nham sangue ou líquidos corpóreos de prótese dentária, pronto atendimento e setor de
na forma livre. raios-X.

80
Grupo/ Características Ambientes em que há geração
subgrupo
3 – aminipropil – trietoxisilano, 3-3´ Clínica cirúrgica I (06 consultórios), clínica cirúrgi-
Diaminobenzidine, ácido clorídrico, ca II (03 consultórios), clínica multidisciplinar I (16
ácido fórmico, álcool butílico, álcool consultórios), clínica multidisciplinar II (22 consul-
metanol, alginato, cloreto de cálcio, tórios), clínica multidisciplinar III (26 consultórios),
cloreto de sódio, detergente enzi- clínica multidisciplinar IV (22 consultórios), clíni-
mático, eosina, formol, hematoxilina, ca multidisciplinar V, clínica multidisciplinar VI (22
B lâminas de chumbo, medicamentos consultórios), laboratório de histoquímica-eosina
vencidos, meio de cultura BHI-AGAR, (Anatomia patológica), laboratório de imunohisto-
meio de cultura BHI – BROTH, meta- química (Anatomia patológica), laboratório de mi-
crilato dimetila, moldes de alginato, crobiologia, laboratório de prótese dentária, pronto
parafina, película radiográfica, res- atendimento (03 consultórios) e setor de raios-X.
to de amálgama, soluções químicas
radiológicas, solução reveladora de
raio-X, solução fixadora de raio-X e
xilol.
Absorventes, copos descartáveis, la- Almoxarifado geral, auditórios, banheiros, can-
tas de metais, papel toalha, papelão, tinas, central de materiais e esterilização, centro
restos de comidas, embalagens plás- acadêmico, clínicas cirúrgicas (I e II), clínicas multi-
ticas em geral, gesso, gorros, isopor, disciplinares (I, II, III, IV, V e VI), coordenação da pós-
máscaras descartáveis, panos rasga- -graduação em ciências odontológicas, coordena-
D dos, papelão, papel alumínio, papel ção do DOD, copas, direção do DOD, laboratório de
comum, papel grau cirúrgico, papel histoquímicaeosina, laboratório de imuno-histo-
higiênico, papel toalha, restos de co- química, laboratório de informática, laboratório de
midas, rolo do papel higiênico e tu- microbiologia, laboratório de prótese dentária, lan-
bete plástico. chonete, lavabos, pronto atendimento, recepções,
refeitórios, sala da pós-graduação (patologia), sala
de reprografia, salas de aulas, salas de professores,
secretarias, setor de pós-graduação em saúde cole-
tiva e setor de raios-X.

Agulhas, lâminas, lâminas de bisturis, Clínicas cirúrgicas (I e II), clínicas multidisciplinares


E lamínulas, navalha, seringas e vidra- (I, II, III, IV, V e VI), laboratório de histoquímica-eosi-
rias quebradas. na, laboratório de imunohistoquímica, laboratório
de microbiologia e pronto atendimento.

Fonte: Adaptado de Dutra (2018).

* Resultante de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.


De acordo com a classificação do resíduo, o mesmo deve ter manejo, segregação, acondicionamen-
to, transporte interno, armazenamento e transporte externo adequado, até seu destino final.
Quanto aos tipos de materiais usados para os resíduos do grupo A, a RDC nº 222 (BRASIL, 2018c)
recomenda que “os sacos para acondicionamento de RSS devem ser substituídos ao atingirem o limite de
2/3 de sua capacidade ou então a cada 48 horas, independente do volume, visando o conforto ambiental
e segurança dos usuários e profissionais” (BRASIL, 2018c, p. 9); ela também especifica que se o saco for de

81
fácil putrefação, independente do seu volume, é recomendável a substituição a cada 24 horas.
Em relação aos recipientes para o acondicionamento de resíduos químicos a NBR nº 222/18 cita que
“o coletor revestido de saco para acondicionamento dos RSS dever ser de material liso lavável, resistente
à punctura, vazamento e tombamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual,
com cantos arredondados” (BRASIL, 2018c, p. 10).
Quando não for possível reutilizar o frasco que foi com o material antes do uso, os resíduos quími-
cos devem ser acondicionados em bombonas ou galões específicos para cada resíduo químico. Se não for
possível, pode ser acondicionado mais de um tipo de resíduo líquido químico, desde que sejam respeita-
dos os limites de incompatibilidade. Portanto, a identificação dos resíduos é obrigatória.
A RDC nº 222 (BRASIL, 2018c) orienta ainda que o acondicionamento dos RSS no estado líquido deve
ser em material resistente, rígido, compatível com as características químicas dos resíduos e devidamente
identificado, como reveladores de raios-X.

82
10 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS
A limpeza e a desinfecção de superfícies são elementos capazes de dar a sensação de bem-es-
tar, segurança e conforto aos pacientes, profissionais e familiares nos serviços de saúde. Além disso, esses
processos são fundamentais para a prevenção e redução das infecções relacionadas à assistência à saúde,
pois reduzem a carga microbiana no ambiente de atendimento clínico (BRASIL, 2012; SILVA, RIBEIRO; RIS-
SO, 2009).
A desinfecção deve ser realizada após a limpeza de superfícies ou equipamentos que tiveram
contato com matéria orgânica, como sangue ou outros fluidos corpóreos (BRASIL, 2012). Para evitar a
ocorrência de contaminação cruzada, a desinfecção deve ser realizada por fricção, utilizando desinfetantes
químicos de nível alto ou intermediário, em todos os locais onde for possível serem encontrados micro-or-
ganismos carreados pelos aerossóis produzidos durante os procedimentos clínicos ou através das mãos da
equipe odontológica (SILVA, RIBEIRO; RISSO, 2009).
Os processos de limpeza de superfícies em serviços de saúde envolvem a limpeza concorrente
(diária) e a limpeza terminal (BRASIL, 2012).
• Limpeza concorrente: é aquela realizada diariamente, antes do início das atividades e ao término
das mesmas. Tem por finalidade limpar e organizar o ambiente, repor materiais de consumo diário
(por exemplo: sabonete líquido, papel toalha, etc.) e realizar o recolhimento dos resíduos, de acor-
do com a sua classificação. A limpeza concorrente permite ainda, a detecção de problemas nos
equipamentos que deve ser prontamente comunicada à chefia (BRASIL, 2012).

Quadro 4 – Frequência mínima de limpeza concorrente de acordo com a área.


CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS FREQUÊNCIA MÍNIMA
Áreas críticas 3x dia
Áreas semicríticas 2x dia
Áreas não críticas 1 dia
Fonte: Adaptado de: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e
desinfecção de superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2012.

• Limpeza terminal: Trata-se de uma limpeza mais completa, incluindo todas as superfícies horizon-
tais e verticais, internas e externas. Inclui a limpeza de paredes, pisos, teto, mobiliário, equipamen-
tos, bancadas, luminárias, janelas, portas, divisórias, filtros e grades de ar condicionado. As limpezas
terminais devem ser programadas de acordo com a classificação das áreas (BRASIL, 2012).

83
Quadro 5 – Frequência mínima de limpeza terminal de acordo com a área.
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS FREQUÊNCIA MÍNIMA
Áreas críticas Semanal
Áreas semicríticas Quinzenal
Áreas não críticas Mensal
Fonte: Adaptado de: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e
desinfecção de superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2012.

A higienização das clínicas odontológicas deve obedecer a regras rígidas e padronizadas. O pessoal
envolvido nessa operação deve entender a diferença entre limpar um ambiente clínico e um ambiente ad-
ministrativo ou doméstico (SILVA, RIBEIRO; RISSO, 2009). Os horários das limpezas dos ambientes precisam
estar listados em quadro exposto na clínica odontológica (BRASIL, 2012).
Tendo como base o Manual da ANVISA de orientações de limpeza e desinfecção de superfícies em
saúde, a Comissão de Biossegurança deste Departamento sugere a implantação de um protocolo de nor-
mas e rotinas a partir de capacitações com o pessoal terceirizado, responsável pelas limpezas de clínica,
bem como dos técnicos responsáveis pelas mesmas, alunos e professores, para que assim haja padroniza-
ção dos métodos utilizados (ANEXO 8).
As clínicas de atendimento são todas consideradas áreas críticas, assim, a limpeza das mesmas deve
ser feita antes e ao final de cada período de atendimento, com a participação de alunos, atendentes das
clínicas e pessoal do serviço terceirizado de limpeza. Possíveis falhas nos processos de limpeza deverão ser
registradas em Livro de Ocorrência presente em cada clínica para que então possam ser posteriormente
discutidos e avaliados em vistorias mensais realizadas pela Comissão de Biossegurança.
Com isso, seguem as competências do corpo integrado das clínicas:

• COMPETE AO FUNCIONÁRIO TERCEIRIZADO (AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS)


• Utilizar EPIs (farda disponibilizada pela empresa, avental impermeável, botas antiderrapantes
de borracha de cano alto, luvas de borracha de cano longo e de tamanho adequado à estrutura
física do funcionário, óculos de proteção, protetor facial e máscara) para limpeza das clínicas e
preencher ficha de controle de retirada desses equipamentos, junto à empresa responsável, para
haver controle do tempo de uso.
• Manter hábito de lavagem de mãos sempre que trocar de luvas e não manusear telefones, abrir
portas ou tocar em quaisquer outros objetos no momento que estiver utilizando luvas para lim-
peza.
• Realizar limpeza concorrente diariamente, antes e após os atendimentos, sendo, portanto, 3 ve-
zes ao dia, preenchendo quadro de controle de realização da limpeza, devidamente assinado
por funcionário de supervisor de limpeza (ANEXO 8).

84
Quadro 6 – Descrição de limpeza concorrente para cada tipo de área.
ÁREA LIMPEZA CONCORRENTE
Varredura úmida, antes de passar o pano, para retirar sujidades.
Passar pano úmido com detergente neutro – sempre usando 02
(dois) baldes, um com detergente diluído em água e outro com
PISO água para o enxague do pano. Na presença de matéria orgâni-
ca, retirar o excesso com papel toalha ou com auxílio de rodo e
pá; realizar a limpeza e proceder à técnica de desinfecção com
desinfetante eleito (água sanitária/ hipoclorito de sódio 0,2%).
BANCADAS, LA- Realizar a limpeza com água e detergente neutro, secar e então fric-
VATÓRIOS, PIAS E cionar com álcool a 70% as bancadas. Para lavatórios, pias e tornei-
TORNEIRAS ras, utilizar hipoclorito de sódio 1% e deixar agir por 2 a 5 minutos.
Realizar a limpeza com água e detergente neutro. Remover
EQUIPOS E DIVISÓ-
excesso com pano embebido em água e secar. Friccionar com
RIAS
álcool a 70%.
Lavar com água e detergente neutro e auxílio de escova de
cabo própria para esse fim. Desprezar pequena quantida-
de de hipoclorito 1% nos ralos e desinfetar toda a cuspidei-
ra com pano úmido com hipoclorito 1%. Em seguida, enxa-
CUSPIDEIRAS
guar e secar. Peneiras das cuspideiras devem ser lavadas com
detergente neutro e água e colocadas em imersão no hipo-
clorito 1% por 10 minutos, enxaguadas e colocadas em uso.

Externamente: Realizar a limpeza com água e detergente neutro,


com auxílio de escovas, enxaguar, secar e então aplicar álcool 70%.
Internamente: a limpeza das mangueiras que compõem o siste-
ma de sucção e a cuspideira deve ser realizada ao término de cada
atendimento, com desinfetante a base de cloro na concentração
de 2500 mg de cloro por litro de água (hipoclorito de sódio a 2,5%)
RESERVATÓRIO DE ou ácido peracético a 0,2%. Colocar no recipiente tal solução e
ÁGUA DO EQUIPO E pressionar o pedal do equipo por 30 segundos. Em seguida acio-
MANGUEIRAS nar apenas com água por mais 30 segundos. Processar limpeza de
reservatório. O reservatório deve ser removido, escovado e lavado
com água e detergente neutro, e enxaguado em água corrente
(preferencialmente usando água destilada também para o enxá-
gue). Após limpeza, repor água destilada.
Fonte: adaptado de BRASIL (2012) e GONÇALES; GODOY; TRIPODI (2014).

ATENÇÃO: Preencher a ficha de controle de limpeza concorrente (ANEXO 9).

ATENÇÃO: Recarregar o papel toalha, saboneteiras e caixas para perfuro-cortantes sempre que ne-
cessário, realizar observação e escuta ativa.

ATENÇÃO: Conduzir, usando EPIs, o lixo contaminado e reciclável à central de lixo, para serem enca-
minhados ao seu destino final em carrinhos de transporte fechado destinado para esse fim.

85
Quadro 7 – Descrição de limpeza terminal para cada tipo de área.
ÁREA LIMPEZA TERMINAL*
PAREDES, JANELAS, Realizar a limpeza com água e detergente neutro, com auxílio de panos, prefe-
MOBILIÁRIOS, POR- rencialmente descartáveis: o material usado deve ser reservado para esse fim
TAS E TETO em cada setor.
Utilizar, preferencialmente, máquinas de lavar piso (realizando-se movimen-
tos “oito deitado” e unidirecional), cabo regulável com esponjas sintéticas com
PISO duas faces para parede e os kits de limpeza de vidros e de teto. Utilizar de-
tergente neutro para limpeza e desinfetantes para pós-limpeza, preferencial-
mente água sanitária/ hipoclorito de sódio 0,2%.
Realizar a limpeza com água e detergente neutro, com auxílio de escovas; en-
CESTOS DE LIXO
xaguar, secar e então aplicar álcool 70%.
Fonte: adaptado de BRASIL (2012) e GONÇALES; GODOY; TRIPODI (2014).

* Além dos itens citados na limpeza concorrente, incluir novos procedimentos listados no quadro.

OBS: Preencher a ficha de controle de limpeza terminal (ANEXO 10).


OBS: Todos os materiais utilizados na limpeza, tais como balde, rodo, vassoura, devem ser exclusivos
de cada setor e lavados com água e detergente neutro com desinfecção em hipoclorito de sódio 1% antes
de serem guardados.
• COMPETE AO ALUNO
Observação inicial:
Todos os equipamentos odontológicos que são acionados por sistema pneumático apresen-
tam refluxo do sistema de água das peças de mão, consequentemente, tal refluxo pode carrear
micro-organismos para o interior dessas peças e de suas mangueiras, facilitando a formação de
biofilmes. Caso essas peças ou sistema de mangueiras não sejam devidamente limpos e desinfe-
tados entre um atendimento e outro, é possível que haja infecção cruzada entre pacientes. Assim,
faz-se imprescindível a participação dos futuros cirurgiões-dentistas no processo de limpeza e ma-
nutenção de seus ambientes de atendimento.
O Anexo 6 aborda todas as competências dos alunos no que se trata das rotinas de atendi-
mento nas clínicas odontológicas.

• COMPETE AO ATENDENTE DA CLÍNICA (ANEXO 14)


• Realizar desinfecção com álcool 70% diariamente em bancadas e armários de insumos;
• Realizar desinfecção com álcool 70% no início do dia, entre turnos e no final do dia em todos os
reservatórios de insumos.
• Apresentarem-se paramentados com avental branco de manga longa ou pijama cirúrgico, sapa-
to fechado, máscara cirúrgica, protetor facial e gorro.
• Verificar funcionamento dos equipamentos odontológicos, comunicando à administração qual-
quer falha, para que possa vir a ser corrigida.
• Prover a clínica com água destilada.
• Comunicar aos responsáveis pelo componente curricular os usuários relapsos para com os equi-
pamentos odontológicos.
• Participar na organização e provimento de insumos das clínicas.
• Preparar solução da limpeza do reservatório de água do equipo e mangueiras (hipoclorito de

86
sódio 2,5%).
• Atuar na vigilância do processo de limpeza de instrumentos por parte de alunos nos expurgos.
• Registrar verbalmente ou no livro de ocorrências qualquer fato que precise ser de conhecimento
dos usuários das clínicas.
• Realizar a guarda e organização dos prontuários clínicos e outros documentos de sua responsa-
bilidade.
• Realizar a troca dos agentes revelador e fixador, sempre que necessário.
• Controlar distribuição do detergente enzimático ou preparar solução do detergente enzimático
por turno, conforme norma vigente.

87
ANEXOS
Anexo 1 – Protocolo de triagem para atendimento odontológico

88
Anexo 2 – Protocolo de colocação de EPIs para atendimento clínico

89
Anexo 3 – Protocolo de limpeza e descontaminação de material odontológico na área do
expurgo

90
91
92
Anexo 4 – Fluxograma de condutas em caso de acidente com material biológico

93
Anexo 5 – Ficha de comunicação de acidente com exposição material biológico em alunos de
odontologia da UFRN

94
Anexo 6 – Protocolo de rotinas de atendimento nas clínicas odontológicas e pronto atendimento

95
96
97
98
Anexo 7 – Protocolo de prevenção de infecção cruzada durante aquisição de exames intraorais

99
100
Anexo 8 – Rotinas de preparo, limpeza e desinfecção das superfícies fixas e equipamentos das
clínicas odontológicas pela empresa terceirizada

101
102
103
104
Anexo 9 – Mapa de limpeza concorrente de clínicas odontológicas

105
Anexo 10 – Mapa de limpeza terminal de clínicas odontológicas

106
Anexo 11 – Protocolo de desinfecção de moldes, próteses e aparelhos ortodônticos

107
Anexo 12 – Normas e rotinas do CME

108
109
Anexo 13 – Protocolo de remoção de EPIs pós atendimento sem uso do expurgo

110
Anexo 14 – Protocolo de rotinas de atendentes de clínica

111
Anexo 15 – Protocolo de rotinas de normas e rotinas de atividades em laboratório

112
113
REFERÊNCIAS
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SOBRE OS AUTORES
ALANE DE MEDEIROS SILVA
Licenciada e bacharel em enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN -
2006-2010). Mestre e Doutora em Psicobiologia pela UFRN (2011-2018). Especialista em Enfermagem
do Trabalho pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP). MBA em andamento em Centro de Materiais e
Esterilização Faculdade CEAT-SP. Atualmente é enfermeira chefia imediata do Centro de Materiais e Este-
rilização (CME) do Departamento de Odontologia (DOD) UFRN. Membro da Comissão de Biossegurança
do DOD.
http://lattes.cnpq.br/5010602559312461

DANYLLO DO NASCIMENTO SILVA JÚNIOR


Licenciado e bacharel em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN -
2011-2015). Mestre (2016-2018) e Doutorando em Saúde Coletiva pela UFRN. Atualmente é Enfermeiro
do Centro de Materiais e Esterilização (CME) do Departamento de Odontologia (DOD) da UFRN, bem
como atua na Atenção Básica pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal-RN. Membro da Comissão de
Biossegurança do DOD.
http://lattes.cnpq.br/5188361199420386

GISELLE FIRMINO TORRES DE SOUSA


Cirurgiã-Dentista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN - 1991-1995). Especialista
em Vigilância sanitária pela Universidade Potiguar (UNP - 2011- 2013). Mestre em Saúde Coletiva pela
UFRN (2014-2017). Atualmente é odontóloga do Departamento de Odontologia (DOD) UFRN. Membro
da Comissão de Biossegurança do DOD.
http://lattes.cnpq.br/4221160637703534

KENIO COSTA DE LIMA


Professor titular do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(DOD-UFRN), Doutor em Microbiologia Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
pós-doutorado pela Agência de Saúde Pública de Barcelona. Membro da Comissão de Biossegurança
do DOD.
http://lattes.cnpq.br/5835673385014578

119
MARIA REGINA MACEDO COSTA
Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) da área de Mecanismos bio-
lógicos de doenças infecciosas. Doutora em Ciências da Saúde pela UFRN. Mestre em Odontologia pela
UFRN. Especialista em Microbiologia Clínica pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP). Especialista em
Saúde Coletiva e da Família pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Graduada em Odontologia
pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Membro da Comissão de Biossegurança do DOD.
http://lattes.cnpq.br/6052263447335417

PAULO RAPHAEL LEITE MAIA


Cirurgião-dentista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN - 2002-2006). Especializa-
ção em Radiologia odontológica e Estomatologia pela Sl Mandic (2011-2012). Mestre em Saúde coletiva
pela UFRN (2014-2017). Atualmente é Odontólogo radiologista do Serviço de Imagem do Departamen-
to de Odontologia (DOD) da UFRN.
http://lattes.cnpq.br/3729137341418832

FRANCEMBERG FERREIRTA DUTRA


Bacharel em Ciências e Tecnologia (UFRN - 2012-2016) e graduado em Engenharia Ambiental (UFRN -
2017-2018). Atualmente é mestrando em Ciência, Tecnologia e Inovação pelo Programa de pós-gradua-
ção em Ciência, tecnologia e inovação (PPgCTI/UFRN).
http://lattes.cnpq.br/0615606528016064

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