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CADERNETA

ODONTOLÓGICA
Autora: Laryssa Hillary
@odontostudyy
SUMÁRIO

1.1. Ácido Acetilsalicílico ............................................................ 4


1.2. Ibuprofeno ............................................................................. 5
1.3. Diclofenaco ........................................................................... 6
1.4. Nimesulida............................................................................. 7
1.5. Coxibes (Celecoxib e Etoricoxib) ....................................... 8
2. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES) –
GLICOCORTICÓIDES .................................................................... 8
2.1. Betametasona e Dexametasona ....................................... 9
3. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES ........................................... 10
3.1. Dipirona ............................................................................... 10
3.2. Paracetamol ........................................................................ 11
4. ANALGÉSICOS OPIÓIDES..................................................... 13
4.1. Codeína e Tramadol .......................................................... 13
5. ANSIOLÍTICOS.......................................................................... 14
5.1. Diazepam, Lorazepam, Midazolam ................................. 15
6. ANTIBACTERIANOS ................................................................ 16
6.1. Penicilinas (Amoxicilina, Ampicilina e Penicilina V) ...... 18
6.2. Clindamicina ....................................................................... 20
6.3. Claritromicina e Azitromicina ............................................ 21
6.4. Metronidazol ....................................................................... 22
7. ANTIVIRAIS ............................................................................... 24
8. ANTIFÚNGICOS ....................................................................... 25

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9. ANTISSÉPTICOS ...................................................................... 26
9.1. Solução de iodopovidona (PVPI) ..................................... 27
9.2. Clorexidina .......................................................................... 27
10. ANESTÉSICOS LOCAIS ....................................................... 28
10.1. Sais anestésicos .............................................................. 28
10.2. Vasoconstritores .............................................................. 32
10.3. Escolha da solução anestésica ..................................... 34
10.4. Observações importantes............................................... 35
11. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MAXILA ................................. 38
11.1. Nervo Alveolar Superior Posterior ................................. 38
11.2. Nervo Alveolar Superior Médio ...................................... 39
11.3. Nervo Alveolar Superior Anterior ................................... 40
11.4. Nervo Infraorbital ............................................................. 41
11.5. Nervo Palatino Maior ....................................................... 42
11.6. Nervo Nasopalatino ......................................................... 43
12. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MANDÍBULA ......................... 44
12.1. Nervo Alveolar Inferior .................................................... 44
12.2. Nervo Bucal ...................................................................... 45
12.3. Nervo Lingual ................................................................... 46
12.4. Nervos Mentoniano e Incisivos ...................................... 47
13. BÔNUS: RECEITUÁRIO ........................................................ 48
14. REFERÊNCIAS ....................................................................... 48

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1. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
(AINES)

1.1. Ácido Acetilsalicílico


1.1.1. Efeitos terapêuticos: reduz a temperatura de forma
rápida e eficaz; alívio da dor de baixa e média
intensidade, originada de estruturas músculo-
esqueléticas; é o medicamento padrão para o tratamento
da artrite reumatóide, em doses maiores; usado na
profilaxia de doença cardioembólica (100 mg/dia).
1.1.2. Efeitos adversos: salicismo (intoxicação – zumbido,
tontura, diminuição da audição, náuseas, vômitos),
distúrbios gastrointestinais, hipersensibilidade cutânea,
alterações metabólicas, síndrome de Reye (não
administrar em crianças com infecção viral).
1.1.3. Observações: não é indicado em pacientes com
asma, não tem bom efeito anti-inflamatório. Não é
utilizado na Odontologia, devido ao risco de
sangramento. Atentar-se aos pacientes que fazem o uso
desse medicamento, principalmente em procedimentos
cirúrgicos.
1.1.4. Posologia: 500 mg – 4/4h.
1.1.5. Marcas comuns: aspirina, melhoral.
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1.2. Ibuprofeno
1.2.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico, antipirético
e anti-inflamatório significativos. Indicado para tratamento
da dor e da inflamação, inclusive causados por
procedimentos cirúrgicos.
1.2.2. Efeitos adversos: distúrbios gastrintestinais
indesejados.
1.2.3. Posologia:
Adultos: comprimidos 300 ou 600 mg – 6/6h por 1 a 3
dias.
Crianças: 5 a 10 mg/kg, de 6/6h, dose máxima 40
mg/kg/dia.
1.2.3.1. Apresentação: comprimidos 300 e 600 mg;
suspensão oral 30 mg/ml e 100 mg/5 ml; cápsulas 400
mg; envelopes com grânulos de 400 e 600 mg.
1.2.4. Marcas comuns: alivium, advil, ibupril.

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1.3. Diclofenaco
1.3.1. Efeitos terapêuticos: promove efeito analgésico,
antipirético e anti-inflamatório bastante significativos.
Indicado para o tratamento da dor e da inflamação.
1.3.2. Efeitos adversos: apresenta efeitos gastrintestinais
indesejados; pode aumentar o efeito dos anticoagulantes
orais; interfere na ação de medicamentos anti-
hipertensivos.
1.3.3. Posologia:
Adultos: comprimidos 50 mg – 8/8h por 1 a 3 dias.
Crianças: não administrado na Odontologia.
1.3.4. Marcas comuns: voltarén (diclofenaco sódico) e
cataflan (diclofenaco potássico).

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1.4. Nimesulida
1.4.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico, antipirético
e anti-inflamatório significativos; inibe geração de
citocinas inflamatórias; inibe a infiltração de
polimorfonucleares e formação de edema no local
inflamado; inibe contrações uterinas.
1.4.2. Efeitos adversos: não apresenta efeitos
gastrintestinais adversos, por ser seletivo da COX-2 e
não exerce efeitos tóxicos cardiovasculares.
1.4.3. Observação: fármaco bastante indicado em
Odontologia.
1.4.4. Posologia:
Adultos: comprimidos 100 mg – 1 a 2 vezes ao dia de 1 a
3 dias.
Crianças: 5 mg/kg/dia (suspensão oral 10 mg/ml), ou 1
gota/kg (solução 50 mg/ml) duas vezes por dia.
Marca comum: nisulid, nimelit

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1.5. Coxibes (Celecoxib e Etoricoxib)
1.5.1. Efeitos terapêuticos: são potentes em reduzir dor
moderada a intensa, como a que se segue a exodontias.
1.5.2. Efeitos adversos: a incidência de efeitos
gastrintestinais é baixa, porém aumentam o risco de
eventos tromboembólicos (infarto agudo do miocárdio e
AVC isquêmico).
1.5.3. Observações: pouco utilizado na Odontologia. São
fármacos sujeitos a controle especial, com retenção de
uma via da receita na farmácia.
1.5.4. Posologia: celecoxib – cápsulas 100 mg – 1 a 2
vezes ao dia; etoricoxib – comprimidos 60 a 120 mg – 1 a
2 vezes ao dia.
1.5.5. Marcas comuns: arcoxia (etoricoxib) e celebra
(celecoxib).

2. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES) –


GLICOCORTICÓIDES

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2.1. Betametasona e Dexametasona
2.1.1. Efeitos terapêuticos: são potentes anti-
inflamatórios, inibem eritema, edema, calor, dor. Em
Odontologia, são indicados no controle de processos
inflamatórios agudos, como traumas pós-cirúrgicos e
ulcerações bucais auto-imunes.
2.1.2. Efeitos adversos: comuns em terapia em longo
prazo, como: úlceras pépticas, hipertensão arterial,
aumento da gordura abdominal, síndrome de Cushing,
catarata, glaucoma.
2.1.3. Observações: a corticoterapia só deve ser utilizada
após tentativas com medicamentos de menor risco;
empregam-se as menores doses eficazes, pelo menor
tempo possível; descontinuação do tratamento
prolongado deve ser lenta e gradual, a fim de permitir
reativação funcional progressiva do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal.
2.1.4. Posologia: dexametasona – comprimido 4 mg – 1
ao dia; betametasona – comprimido 2 mg – 12/12h. Na
Odontologia, geralmente usado 1h antes do
procedimento. Após, receitar um anti-inflamatório não
esteroidal.

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2.1.5. Marcas comuns: decadron (dexametasona) e
celestone (betametasona).

3. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES

3.1. Dipirona
3.1.1. Efeitos terapêuticos: são potentes agentes
analgésicos e antipiréticos; analgésico muito útil para
modular a dor já estabelecida, após o estímulo álgico.
3.1.2. Efeitos adversos: toxicidade gastrintestinal e
reações cutâneas.
3.1.3. Observações: possui fraca ação anti-inflamatória.
Deve ser evitado na gravidez e lactação.
3.1.4. Posologia:
Adultos: expectativa de dor leve a moderada após o
procedimento – comprimidos 500 mg – 6/6h por 1 a 2
dias; expectativa de dor moderada, procedimentos mais

10
invasivos – 1g de dipirona logo após o término do
procedimento + doses de manutenção de 500 mg por até
2 dias.
Crianças: com mais de 3 meses e acima de 5 kg – 10 a
25 mg/kg/dose, de 6/6h, máximo 500 mg. Supositório – 3
a 7 anos – 300 mg, 1 a 4 vezes ao dia; 12 a 14 anos –
600 mg, 1 a 4 vezes ao dia.
3.1.4.1. Apresentação: gotas 500 mg/ml (usa-se 1 gota
por kg; 1ml de solução gotas equivale a 20 gotas),
comprimidos 500 mg, solução oral 50 mg/ml, supositório
infantil 300 mg.
3.1.5. Marcas comuns: novalgina, anador, dorflex.

3.2. Paracetamol
3.2.1. Efeitos terapêuticos: utilizado como analgésico e
antipirético.
3.2.2. Efeitos adversos: poucos e raros em doses ideais
– reações cutâneas, náuseas, vômitos.
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3.2.3. Observações: substituto eficaz da aspirina;
fármaco de escolha em caso de dengue; alternativa
quando a dipirona não for indicada; pode ser utilizado
durante a gravidez. Atividade anti-inflamatória fraca.
3.2.4. Posologia:
Adultos: expectativa de dor leve a moderada após o
procedimento – comprimidos 500 a 750 mg – 6/6h por 1
a 2 dias; expectativa de dor moderada, procedimentos
mais invasivos – 750 mg logo após o término do
procedimento + doses de manutenção de 500 mg por até
2 dias.
Crianças: via oral – 10 a 15 mg/kg de 6/6h, dose máxima
– 5 doses ao dia. Supositório – 10 a 20 mg/kg/dia,
máximo 60 mg/kg/dia.
3.2.4.1. Apresentação: suspensão oral 100 mg/ml; gotas
200 mg/ml (usa-se 1 gota por kg; 1ml de solução gotas
equivale a 20 gotas); comprimidos 500 e 750 mg; líquido
em suspensão 160 mg/5 ml.
3.2.5. Marcas comuns: tylenol, piremol.

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4. ANALGÉSICOS OPIÓIDES

4.1. Codeína e Tramadol


4.1.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico significativo;
reduz componente afetivo da dor, causa euforia e bem
estar. Indicado para tratar dores moderadas, que não
responderam bem a outros analgésicos, ou em caso de
intolerância aos AINES.
4.1.2. Efeitos adversos: causa dependência e tolerância
ao ser usado por muito tempo. Induz náusea e vômitos,
provoca depressão respiratória.
4.1.3. Posologia: codeína – 15 a 30 mg – 4/4h por 2 a 3
dias; tramadol – 50 mg – 4/4h por 2 a 3 dias.
Em Odontologia, comumente emprega-se a associação
de analgésicos não-opióides e opióides em doses fixas,
por 2 a 3 dias, período em que as dores pós-operatórias
são mais intensas.
- Fosfato de codeína + paracetamol (uso oral de 30 mg +
500 mg, a cada 4 horas);
- Fosfato de codeína + diclofenaco sódico (uso oral de 50
mg + 50 mg, a cada 8 horas);
- Tramadol + paracetamol (uso oral de 37,5 mg + 325
mg, a cada 4 ou 6 horas).
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4.1.4. Marcas comuns: tylex (paracetamol + fosfato de
codeína) e tramacet (paracetamol + tramadol).

5. ANSIOLÍTICOS

Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais


empregados em Odontologia para se obter sedação
mínima por via oral, devido à sua grande eficácia, relativa
seletividade de efeitos, baixa toxicidade e pouca
capacidade de produzirem dependência. Os
medicamentos ansiolíticos estão indicados no tratamento
da ansiedade aguda, resultante de estresse transitório,
não controlado por métodos não farmacológicos. Essa
classe de medicamentos não cura, apenas trata os
sintomas da ansiedade, permitindo que o paciente se
adapte melhor à situação clínica.

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5.1. Diazepam, Lorazepam, Midazolam
5.1.1. Efeitos terapêuticos: reduz a ansiedade, reduz a
agressividade, sedação, indução do sono, redução do
tônus muscular, efeito anticonvulsivante.
5.1.2. Efeitos adversos: sonolência (mais frequente com
midazolam), efeitos paradoxais (efeitos contrários ao que
seria esperado; lorazepam dificilmente produz efeitos
paradoxais), amnésia anterógrada (esquecimento dos
fatos que se seguem ao uso do medicamento; mais
comum em midazolam e lorazepam), pode ocorrer
discreta redução da pressão arterial e da frequência
respiratória, pode provocar alucinações e fantasias.
5.1.3. Posologia: via oral, com uso de um comprimido em
torno de uma hora antes do procedimento odontológico
e, quando necessário, um comprimido na noite anterior.
Adultos: midazolam – 7,5 mg – 30 minutos antes;
diazepam – 5 a 10 mg – 1 hora antes.
Idosos: lorazepam – 1 mg – 2 horas antes.
5.1.4. Cuidados adicionais: o paciente deve comparecer
à consulta acompanhado; não dirigir ou operar máquinas
após uso do medicamento; não ingerir bebidas
alcoólicas, pelo risco de potencializar o efeito depressor
no SNC.
15
5.1.5. Observação: para prescrição, deve-se utilizar
notificação da receita B (azul).

6. ANTIBACTERIANOS

Uso terapêutico: a principal conduta frente a uma


infecção é a remoção da causa, geralmente de origem
endodôntica ou periodontal, através da remoção de
placa, cálculos, descontaminação do sistema de canais
radiculares, drenagem de abscessos, etc. Então, na
prática odontológica, no tratamento de processo
infeccioso bacteriano localizado, delimitado, sem sinais
de disseminação ou manifestações sistêmicas, o uso
coadjuvante de antibióticos não é necessário. Essa
recomendação é válida para infecções bacterianas
agudas de origem endodôntica ou periodontal. Quando a
descontaminação do local, por si só, não surte efeito
desejado, e há sinais e sintomas que indicam
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disseminação da infecção (edema pronunciado, trismo,
linfadenite, febre, falta de apetite, disfagia, mal estar
geral), o uso de antibióticos é recomendado, como
auxiliar na terapêutica das infecções.
Obs.: Recomenda-se iniciar o tratamento com uma dose
de ataque (geralmente o dobro da dose de manutenção),
para atingir concentrações eficazes no sangue
rapidamente.

Uso profilático: consiste no uso de antibióticos em


pacientes que não apresentam sinais de infecção, com o
objetivo de prevenir a colonização por bactérias e suas
complicações, no pós operatório. É utilizado em
procedimentos mais invasivos, como nas exodontias de
terceiros molares mandibulares inclusos, cirurgias
periodontais e inserção de implantes dentários, mas há
muita controvérsia quanto a necessidade de seu uso; em
pacientes imunocomprometidos (diabetes
descompensado, pacientes em tratamento
quimioterápico contra câncer, pacientes que receberam
transplante de medula óssea, pacientes com leucemias),
mas deve-se avaliar cada caso; em pacientes que
apresentam cardiopatias que podem predispor à
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endocardite infecciosa, por ocasião de intervenções
odontológicas (manipulação de tecido gengival ou região
periapical de dentes ou perfuração da mucosa bucal) que
causem bacteremia transitória (pacientes com histórico
prévio de EI, pacientes com cardiopatias congênitas,
valvopatias adquiridas, portadores de prótese cardíaca
valvar); portadores de próteses ortopédicas que
apresentam algum imunocomprometimento ou que
colocaram a prótese nos dois anos anteriores ao
procedimento.

6.1. Penicilinas (Amoxicilina, Ampicilina e Penicilina


V)
6.1.1. Indicações: penicilinas semissintéticas de primeira
escolha para tratamento de infecções bucais bacterianas.
São ativas contra cocos gram positivos e cocos e bacilos
gram negativos.
6.1.2. Efeitos adversos: tontura, dor abdominal, náuseas,
vômitos, diarréia. Muitos interpretam esses sinais como
alergia à penicilina, sendo que nem sempre são sinais de
hipersensibilidade.
6.1.3. Observações: algumas bactérias resistentes
produzem enzimas betalactamases, que conseguem
18
destruir o anel betalactâmico das penicilinas, inativando-
as. Nesses casos, deve-se associar o uso com
clavulanato de potássio. A amoxicilina é a primeira
escolha entre as penicilinas e entre os antibacterianos
em geral, por ser mais bem absorvida por via oral, ter um
tempo de meia vida maior e ser bem tolerada.
6.1.4. Posologia:
6.1.4.1. Uso terapêutico:
Adultos: amoxicilina – 500 mg – 8/8h por 7 dias;
ampicilina e penicilina V – 500 mg – 6/6h por 7 dias;
amoxicilina + clavulanato de potássio – 500 mg + 125 mg
– 8/8h por 7 dias.
Crianças: amoxicilina – suspensão oral 250 mg/5 ml –
dose de manutenção 20 mg/kg – 8/8h por 7 dias.
6.1.4.2. Uso profilático:
Adultos: amoxicilina – 2 g (4 cápsulas de 500 mg) – 1
hora antes do procedimento.
Crianças: amoxicilina - suspensão oral 250 mg/5 ml –
dose de manutenção 50 mg/kg – 1 hora antes do
procedimento.

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6.2. Clindamicina
6.2.1. Indicações: usada para tratamento de infecções
mais avançadas. Atualmente é o fármaco de primeira
escolha para tratamento de infecções em pacientes
alérgicos à penicilina em infecções graves ou profilaxia
de endocardite infecciosa.
6.2.2. Efeitos adversos: diarreia. Complicação mais
importante é a colite pseudomembranosa, caracterizada
por diarreia com sangue.
6.2.3. Observações: possui espectro de ação semelhante
às penicilinas, porém atingem bactérias produtoras de
betalactamases e atua contra bacilos aeróbios gram
negativos. É o fármaco de escolha em pacientes
alérgicos as penicilinas.
6.2.4. Posologia:
6.2.4.1. Uso terapêutico:
Adultos: clindamicina – 300 mg – 8/8h por 7 dias.
6.2.4.2. Uso profilático:
20
Adultos: clindamicina – 600 mg – 1 hora antes do
procedimento.

6.3. Claritromicina e Azitromicina


6.3.1. Indicações: espectro de ação semelhante às
penicilinas, são eficazes no tratamento de abcessos
periapicais agudos. Também são alternativas para
tratamento de pacientes alérgicos à penicilina.
6.3.2. Efeitos adversos: a claritromicina inibe enzimas
hepáticas, aumentando o efeito de anticonvulsivantes,
opióides, midazolam, etc; azitromicina não possui
interações clínicas relevantes com outras drogas.
6.3.3. Posologia:
6.3.3.1. Uso terapêutico:
Adultos: claritromicina – 500 mg – 12/12h por 5 a 7 dias;
azitromicina – 500 mg – 1 vez ao dia por 3 dias.
Crianças: claritromicina – suspensão oral 250 mg/5 ml –
dose de manutenção 7,5 mg/kg – 12/12h por 5 a 7 dias;
azitromicina – suspensão oral 200 mg/5 ml – dose de
manutenção 10 mg/kg – 1 vez ao dia por 3 dias.
21
6.3.3.2. Uso profilático:
Adultos: claritromicina – 500 mg – 1 hora antes do
procedimento; azitromicina – 500 mg – 1 hora antes do
procedimento.
Crianças: claritromicina – suspensão oral 250 mg/5 ml –
dose de manutenção 15 mg/kg – 1 hora antes do
procedimento; azitromicina – suspensão oral 200 mg/5 ml
– dose de manutenção 15 mg/kg – 1 hora antes do
procedimento.

6.4. Metronidazol
6.4.1. Indicações: muito eficazes contra bacilos
anaeróbios gram negativos, em infecções agudas como
pericoronarite, abscessos periapicais, periodontites
agressivas, associado a amoxicilina.
6.4.2. Efeitos adversos: gosto metálico na boca, dor
estomacal, náuseas, vômitos. Pode potencializar o efeito
de anticoagulantes.

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6.4.3. Observação: não deve ser usado com álcool. Para
Odontologia, deve ser usado associado a amoxicilina.
6.4.4. Posologia:
6.4.4.1. Uso terapêutico:
Adultos: metronidazol – 250 ou 400 mg – 8/8h ou 12/12h
por 7 dias.

Observação: exemplo de cálculo para antibióticos


usados por via oral em crianças.
Amoxicilina – suspensão oral 250 mg/5 mL; dose de
manutenção 20mg/kg
Idade: 6 anos
Peso = idade x 2 + 8
P = 6 x 2 + 8 = 20kg
20 kg x 20 mg/kg = 400 mg

5ml ----- 250mg


X -------- 400mg
X= 8ml
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7. ANTIVIRAIS

A infecção pelo herpes simples humano é muito comum


na boca, cujo agente etiológico principal é o HSV-1,
sendo adquirido geralmente na primeira infância.
Costuma manifestar-se em duas formas, manifestação
primária e manifestação recorrente.

Estomatite herpética primária: afeta geralmente


crianças de 1-6 anos, produz manifestações bucais nos
lábios, gengivas, língua, mucosa, com vesículas e feridas
doloridas, febre, perda de apetite dificuldade de
deglutição. Geralmente é autolimitada, cicatrizando entre
10-14 dias.
Tratamento: analgésico para dor, dieta líquida ou
pastosa, repouso.

Herpes labial recorrente: não há cura, mas podem-se


reduzir os sintomas e a duração com uso de
medicamentos administrados no início das
manifestações. Começa com uma coceira, até formar
bolhas com líquido altamente contagioso, essas bolhas
estouram e formam úlceras no local.
24
Tratamento: aciclovir creme dermatológico 5% – aplicar 5
vezes ao dia por 5 dias; aciclovir – comprimidos 200 mg
– administrar, por via oral, 5 vezes ao dia por 5 dias.
Observação: caso o paciente esteja com herpes labial
deve-se adiar a consulta, pois pode causar transferência
do vírus para outros lugares da cavidade bucal, além da
sensação dolorosa e desconfortável para o paciente e o
risco de contaminação cruzada.

8. ANTIFÚNGICOS

As candidoses bucais são infecções fúngicas que afetam


a mucosa bucal, geralmente oportunista, com variadas
manifestações clínicas. O Candida albicans é o agente
etiológico mais comum. Possui como característica
lesões esbranquiçadas na mucosa e pontos
avermelhados no palato.
Fatores predisponentes: uso de próteses, redução do
fluxo salivar, idade avançada, distúrbios metabólicos,
25
imunossupressão, tratamento com antibiótico de largo
espectro.
Tratamento: remoção da causa, higienização da boca,
higienização da prótese.
- Nistatita: suspensão oral 100000 UI/ml – frasco com 50
ml – uso tópico. Bochechar com 5 ml 4 vezes ao dia por
14 dias. Reter a solução na boca por 2 minutos. Pode
deglutir.
- Cetoconazol: comprimidos 200 mg – uso oral – 1
comprimido por dia por 7-14 dias.
- Miconazol: gel em bisnaga de 40 g – uso tópico –
aplicar sobre a prótese 4 vezes ao dia por 7-14 dias.

9. ANTISSÉPTICOS

Antissepsia consiste na utilização de produtos sobre a


pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-
organismos em sua superfície.
26
9.1. Solução de iodopovidona (PVPI)
Solução de iodopovidona 10% em solução aquosa com
1% de iodo ativo (PVPI) é empregado na antissepsia das
mãos e braços da equipe e antissepsia extra bucal do
paciente, com gaze estéril embebida na solução, por 10
minutos, antes de retirar o excesso. É removido
facilmente com água, é seguro, pode provocar manchas
nos dentes e tecidos bucais.

9.2. Clorexidina
Muito utilizado para uso bucal tópico, por ser solúvel em
água. Empregada no controle químico da placa
bacteriana supra e subgengival e na assepsia extra e
intrabucal previamente a intervenções cirúrgicas
odontológicas.
9.2.1. Solução tópica para bochechos diários: digluconato
de clorexidina 0,12%.
9.2.2. Solução para antissepsia pré-operatória intra oral:
digluconato de clorexidina 0,2%
27
9.2.3. Solução para antissepsia extra bucal: digluconato
de clorexidina 2%.

10. ANESTÉSICOS LOCAIS

Os anestésicos locais são agentes que causam redução


da sensibilidade, através do bloqueio reversível da
condução nervosa, quando aplicados a uma região
circunscrita do corpo, sem perda da consciência. Após
sua remoção, há retorno completo e espontâneo da
transmissão.

10.1. Sais anestésicos


10.1.1. Lidocaína: anestésico padrão em Odontologia.
Encontrada comercialmente nas concentrações de 2%.
Possui ação vasodilatadora, por isso, não há indicação
de seu uso sem vasoconstritor. Início da ação de 2 a 3
min. Quando associada a vasoconstritor, proporciona em
28
torno de 60 min de anestesia pulpar e até 180 min em
tecidos moles. Dose máxima: 7,0 mg/kg, até o máximo
de 500 mg (Malamed 2013).

10.1.2. Prilocaína: potência anestésica pouco menor que


o da lidocaína e um início de ação por volta de 2 a 4 min.
Duração de 60 min (pulpar) e 180 min (tecidos moles).
Encontrado na concentração de 3% tendo a felipressina
como vasoconstritor. Menos tóxica que a lidocaína e
mepivacaína, mas em caso de superdosagem, pode
aumentar os níveis de meta hemoglobina no sangue
(cuidado com pacientes com deficiência de oxigenação).
Dose máxima: 8,0 mg/kg, até o máximo de 600 mg
(Malamed 2013).

10.1.3. Mepivacaína: amplamente utilizada no campo


odontológico. Apresenta potência e toxicidade duas
29
vezes maior que a lidocaína, tendo seu início de ação por
volta de 1 ½ a 2 min. Duração de 60 min (pulpar) e 2 a 4h
(tecidos moles). Produz pouca ação vasodilatadora,
então consegue ter um tempo maior de anestesia do que
os outros anestésicos sem o uso do vasoconstritor. A
concentração eficaz é 2% (com vasoconstritor) e 3%
(sem vasoconstritor). Dose máxima: 6,6 mg/kg, até o
máximo de 400 mg (Malamed 2013).

10.1.4. Articaína: início rápido de ação (1-3 min).


Potência 1,5 maior que a lidocaína. Toxicidade
semelhante à lidocaína. Duração média de 180 min
(pulpar). Adequada para idosos e pacientes com
disfunção hepática ou renal, pois é metabolizada no
plasma e rapidamente eliminada pelos rins.
Concentração ideal: 4%. Dose máxima: 7,0 mg/kg, até o
máximo de 500 mg (Malamed 2005).

30
10.1.5. Cloridrato de Bupivacaína: apresenta potência
quatro vezes maior que a lidocaína. Encontrado na
concentração de 0,5% (com ou sem vasoconstritor).
Início de ação de 6 a 10 min. É anestésico de longa
duração, e a anestesia pode persistir de 4 a 9 horas. Não
é recomendada para menores de 12 anos pelo risco de
mordedura nos lábios e língua. Útil para controle da dor
pós operatória apenas nas primeiras horas, pois aumenta
a intensidade da dor no local da aplicação 24h após o
procedimento. Dose máxima: 1,3 mg/kg, até o máximo de
90 mg (Malamed 2005).

10.1.6. Benzocaína: único anestésico do grupo éster


disponível no Brasil. Empregado apenas como
anestésico tópico. Na concentração 20% promove
anestesia da mucosa superficial após 2 min, diminuindo a
dor à punção da agulha. Não é muito utilizada, pois pode
provocar reações alérgicas.

31
10.2. Vasoconstritores
Todos os anestésicos locais possuem ação
vasodilatadora, que promove sua rápida absorção para a
corrente sanguínea, limitando o tempo de duração da
anestesia e aumentando o risco de toxicidade. A
associação de vasoconstritores a anestésicos locais
possibilita que o sal anestésico permaneça por mais
tempo no local na injeção, em contato com as fibras
nervosas, prolonga a duração da anestesia, reduz o risco
de toxicidade e ainda produz hemostasia, pela redução
do calibre dos vasos, reduzindo o sangramento em
procedimentos cirúrgicos.
10.2.1. Epinefrina (adrenalina): primeira escolha para a
maioria dos procedimentos odontológicos na maioria dos
pacientes, incluindo crianças, gestantes e idosos. Em
pacientes com doenças cardiovasculares a dosagem de
epinefrina deve ser reduzida. Concentração: 1:100000
(1g: 100000ml) – mais indicada. Dose máxima segura:
em pacientes saudáveis – 0,2 mg por sessão (equivale a
32
11 tubetes de 1,8 ml); pacientes com doença cardíaca
(ASA III ou ASA IV) – 0,04 mg (equivale a 2 tubetes).
Pode elevar a glicemia. Evitar em pacientes diabéticos
descompensados.
Cálculo epinefrina 1:100000
1 g de epinefrina em 100.000 ml de solução
1000 mg ----------------- 100.000 ml
1 mg ---------------------- 100 ml
0,01 mg/ml -------------- 0,018 mg/tubete (1,8 ml)
10.2.2. Norepinefrina (noradrenalina): não apresenta
nenhuma vantagem sobre a epinefrina e a maioria dos
relatos de reações adversas a vasoconstritores ocorre
com o uso da noradrenalina, como cefaléias intensas,
elevação da pressão arterial, necrose e descamação
tecidual. Em função disso, seu uso em Odontologia está
sendo abolido.
10.2.3. Corbadrina (levonordefrina): possui menor
atividade vasopressora e não apresenta nenhuma
vantagem sobre a epinefrina. Dose máxima: 1 mg por
consulta para qualquer paciente (11 tubetes).
Concentração disponível: 1: 20000 (1 g: 20000 ml).
10.2.4. Fenilefrina: vasoconstritor sintético. Na
concentração empregada, promove vasoconstrição
33
prolongada. Os efeitos adversos, quando na
sobredosagem, também são mais duradouros. Não
apresenta vantagem sobre a epinefrina. Dose máxima: 4
mg por consulta para pacientes saudáveis (5,5 tubetes) e
de 1,6 mg para pacientes ASA III e ASA IV (2 tubetes).
Concentração disponível: 1:2500 (1 g: 2500 ml).
10.2.5. Felipressina (octapressina): vasoconstritor
sintético análogo da vasopressina (ADH). Por sua
semelhança com a ocitocina, pode induzir contrações
uterinas, sendo contra indicada para grávidas. Presente
em soluções em que o sal anestésico é a prilocaína.
Dose máxima: 0,27 UI por consulta para pacientes ASA
III e ASA IV (5 tubetes). Em pacientes saudáveis, a dose
máxima é maior. Concentração disponível: 0,03 UI/ml.

10.3. Escolha da solução anestésica


10.3.1. Procedimentos de curta e média duração que
demandem anestesia > 30 minutos:
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000.
• Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100000.
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000.
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml.

34
10.3.2. Procedimentos mais invasivos ou de maior tempo
de duração (tratamento endodôntico, exodontias,
implantes, enxertos, etc):
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000.
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000 ou
1:200000.
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200000.
10.3.3. Na contra indicação absoluta ao uso de
epinefrina, em procedimentos de curta e média duração
que demandem anestesia pulpar de até 30 minutos:
• Mepivacaína 3% sem vasoconstritor – promove
anestesia pulpar de 20 a 40 minutos.
10.3.4. Na contra indicação absoluta ao uso de
epinefrina, em procedimentos que demandem de
anestesia pulpar com duração > 30 minutos:
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml.

10.4. Observações importantes


10.4.1. É muito importante que o profissional conheça as
doses máximas dos sais anestésicos, realize a injeção
somente após aspiração negativa e de forma lenta (1
ml/minuto), ou seja, aproximadamente 90s para cada
tubete.
35
10.4.2. O fator limitante para a dose máxima é o sal
anestésico, e não o vasoconstritor.
10.4.3. Situações especiais:
10.4.3.1. Pacientes com problemas cardíacos e
hipertensão controlada: utilizar no máximo 2 tubetes de
mepivacaína com epinefrina (1:100000) que é menos
vasodilatador, ou prilocaína com felipressina (influencia
menos na PA).
10.4.3.2. Casos de hipertensão severa (PAS > 180
mm/HG): não tratar no consultório, encaminhar para
atendimento hospitalar.
10.4.3.3. Se houver contra indicação absoluta ao uso de
vasoconstritores, usar mepivacaína 3% sem
vasoconstritor.
10.4.3.4. Lembrar que o mais importante em pacientes
saudáveis e com comprometimento sistêmico é controlar
a dor e ansiedade e o uso de anestésicos sem
vasoconstritor reduz a duração da anestesia, requer
suplementação, aumenta o estresse e a toxicidade.
10.4.3.5. Gestantes: preferência para lidocaína 2% com
epinefrina 1:100000, no máximo 2 tubetes. Evitar
prilocaína e mepivacaína (risco de metahemoglobina) e
felipressina (induz contrações uterinas).
36
10.4.3.6. Diabéticos: dar preferência para prilocaína 3% +
felipressina. Evitar o vasoconstritor epinefrina pelo risco
de aumento da glicemia.
10.4.3.7. Idosos e pacientes com disfunção renal ou
hepática: a articaína é metabolizada no plasma gerando
metabólitos inativos e inertes, eliminados pelos rins. É o
anestésico ideal para esses pacientes.
10.4.3.8. Crianças: preferência por lidocaína 2% com
epinefrina 1:100000. O maior cuidado deve ser em
relação à dose, para não provocar sobredosagem, em
função do peso corporal.
10.4.4. Exemplo de cálculo de dose máxima e número de
tubetes de solução lidocaína 2%, por sessão, para
adultos e crianças ASA I:

LIDOCAÍNA 2%
2g do sal ------------------- 100 ml solução
2000mg -------------------- 100 ml
20 mg/ml
Em 1 tubete há 1,8 ml
Então: 20 mg x 1,8 = 36 mg de lidocaína em 1 tubete.

Dose máxima para criança de 20 kg: 20 x 7,0 = 140 mg


37
140 ÷ 36 = 3,88 tubetes

Dose máxima para adulto de 60 kg: 60 x 7,0 = 420 mg


420 ÷ 36 = 11,66 tubetes

Dose máxima para adulto de 80 kg: 80 x 7,0 = 560 mg


(dose máxima é 500 mg), então 500 ÷ 36 = 13,88 tubetes

Obs.: usar sempre a mínima dose clinicamente eficaz.

11. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MAXILA

11.1. Nervo Alveolar Superior Posterior


11.1.1. Áreas anestesiadas: molares superiores, exceto a
raiz mesiovestibular do primeiro molar; tecido periodontal,
osso, periósteo, tecido conjuntivo e a mucosa vestibular
adjacente à região.
11.1.2. Técnica: inserir a agulha no fundo do saco
vestibular, na altura da raiz distovestibular do segundo
molar, em ângulo de 45° com a linha média e o plano
oclusal, avançando a agulha lentamente para dentro,
para trás e para cima. Introduzir aproximadamente 16

38
mm da agulha, e injetar 0,9 a 1,8 ml de solução
anestésica.

11.2. Nervo Alveolar Superior Médio


11.2.1. Áreas anestesiadas: primeiro e segundo pré-
molares, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior;
tecido periodontal, osso, periósteo, tecido conjuntivo e a
mucosa vestibular adjacente à região.
11.2.2. Técnica: inserir a agulha até que alcance o ápice
do segundo pré-molar superior, semelhante a uma
anestesia supraperióstea. Injetar o anestésico
lentamente, na quantidade de aproximadamente 0,9 a
1,2 ml de solução anestésica.

39
11.3. Nervo Alveolar Superior Anterior
11.3.1. Áreas anestesiadas: incisivo central, incisivo
lateral, canino, maxilar, tecidos periodontais, osso,
periósteo, mucosa vestibular adjacente à região e lábio
superior.
11.3.2. Técnica: introduzir a agulha até que alcance uma
posição acima do ápice do canino superior, além da
possibilidade de anestesia supraperióstea da região.
Injetar o anestésico lentamente, na quantidade de
aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica.
Obs.: as fibras desse ramo podem cruzar o plano
mediano, então deve-se anestesiar também o lado
oposto, para anestesiar incisivo central.

40
11.4. Nervo Infraorbital
11.4.1. Áreas anestesiadas: incisivo central, incisivo
lateral, canino, primeiro e segundo pré-molares e raiz
mesiovestibular do primeiro molar superior; tecido
gengival vestibular, osso alveolar da região, periósteo,
pálpebra inferior, asa do nariz e lábio superior.
11.4.2. Técnica: introduzir a agulha na prega muco-jugal,
de preferência, no primeiro pré-molar superior. Avançar a
agulha lentamente até tocar suavemente o osso, sendo o
ponto de contato a borda superior do forame infraorbital e
a profundidade de penetração da agulha de 16 mm.
Injetar o anestésico lentamente, na quantidade de
aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica.

41
11.5. Nervo Palatino Maior
11.5.1. Áreas anestesiadas: porção posterior do palato
duro e tecidos moles sobrejacentes, limitando-se
anteriormente a área do primeiro pré-molar e
medialmente pela linha média.
11.5.2. Técnica: introduzir a agulha na região do forame
palatino maior, localizado entre os segundos e terceiros
molares superiores, aproximadamente a 1 cm da
margem gengival palatina, no sentido da linha média.
Posicionar a agulha de forma que faça um ângulo reto
com a região palatina, com o corpo da seringa
direcionado do lado oposto ao que será anestesiado.
Introduzir a agulha na profundidade de 4 mm e injetar o
anestésico lentamente, na quantidade de 0,25 a 0,5 ml.

42
11.6. Nervo Nasopalatino
11.6.1. Áreas anestesiadas: porção anterior do palato
duro desde a face medial do primeiro pré-molar superior
esquerdo ao primeiro pré-molar superior direito.
11.6.2. Técnica: introduzir a agulha lateralmente à papila
incisiva, em um ângulo de aproximadamente 45° com a
linha média, em direção à papila palatina. Penetrar a
agulha na profundidade de 5 mm e injetar o anestésico
lentamente, na quantidade de 0,3 a 0,4 ml de solução.

43
12. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MANDÍBULA

12.1. Nervo Alveolar Inferior


12.1.1. Nervos anestesiados: nervo alveolar inferior e
seus ramos, nervo mentoniano e nervo incisivo, além do
nervo lingual.
12.1.2. Áreas anestesiadas: todos os dentes
mandibulares do hemiarco até a linha média, corpo da
mandíbula e porção inferior do ramo mandibular (nervo
alveolar inferior), mucosa vestibular anterior ao primeiro
molar inferior (nervo mentoniano), dois terços anteriores
da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual|).
12.1.3. Técnica: o ponto de introdução da agulha situa-se
a três quartos da distância ântero-posterior da incisura
coronóide até a rafe pterigomandibular, a 1 cm acima do
plano oclusal. O corpo da seringa deve estar posicionado
na direção contralateral à injeção, aproximadamente ao
nível do segundo pré-molar do lado oposto ao que será
anestesiado. Deve-se usar agulha longa e penetrá-la até
que toque levemente o osso (20 a 25 mm, em torno de
2/3 da agulha). Ao tocar o osso, recuar 1 mm e injetar
aproximadamente 1 ml da solução anestésica
lentamente. Assim, o nervo alveolar inferior estará sendo
44
anestesiado. Depois, recuar 1/3 da agulha e injetar mais
0,5 ml da solução. Assim, será anestesiado o nervo
lingual.

12.2. Nervo Bucal


12.2.1. Áreas anestesiadas: o nervo bucal é um ramo da
divisão anterior do nervo mandibular e não é anestesiado
quando se realiza a técnica direta de anestesia do nervo
alveolar inferior. Portanto, após essa técnica, geralmente
deve-se anestesiar o nervo bucal quando se deseja
realizar procedimentos envolvendo tecidos moles
vestibulares da região de molares inferiores.
12.2.2. Técnica: introduzir a agulha no fundo da região
vestibular do último molar, na profundidade máxima de 4
mm. Injetar o anestésico lentamente, na quantidade
aproximada de 0,3 ml da solução.

45
12.3. Nervo Lingual
12.3.1. Observação: essa anestesia é geralmente obtida
durante a técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior.
Nos casos em que se pretende anestesiar apenas o
nervo lingual, utiliza-se os mesmos parâmetros,
entretanto a profundidade em que será injetada a
solução será menor, pois o nervo lingual se posiciona
mais superficialmente.
12.3.2. Áreas anestesiadas: dois terços anteriores da
língua e assoalho da cavidade oral.
12.3.3. Técnica: deve-se introduzir a agulha no mesmo
local da técnica do nervo alveolar inferior, na
profundidade de aproximadamente 10 mm (1/3 da
agulha) e injetar de 0,5 a 1 ml da solução anestésica
lentamente.

46
12.4. Nervos Mentoniano e Incisivos
12.4.1. Áreas anestesiadas: dentes entre o primeiro pré-
molar e incisivo central, mucosa vestibular, lábio inferior e
mento.
12.4.2. Técnica: deve-se introduzir a agulha no fundo do
saco do vestíbulo, na direção do primeiro pré-molar,
orientando a seringa para o forame mentoniano. Penetrar
aproximadamente 5 mm e injetar de 0,5 a 1 ml da
solução anestésica, lentamente.

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13. BÔNUS: RECEITUÁRIO

14. REFERÊNCIAS

Material de apoio cedido pela professora da disciplina.

ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em


Odontologia. 3. Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014.

MALAMED, S. F. Manual de Anestesia Local. 5. Ed. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2005.

48
MALAMED, S. F. Manual de Anestesia Local. 6. Ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2013.

TEIXEIRA, L. M. S., et al. Anatomia Aplicada à


Odontologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2015.

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