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ECOLOGIA E BIOTECNOLOGIA

1
Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

ECOLOGIA COMPORTAMENTAL .......................................................... 5

A importância do estudo do comportamento para a compreensão


correta das interações entre animais e plantas .............................................. 6
O comportamento animal como ferramenta básica na compreensão da
biodiversidade das interações animais e plantas ............................................ 8
ECOLOGIA DE POPULAÇÕES ............................................................ 12

O que é a Ecologia de Populações? .................................................. 12


Problema das Mudanças Climáticas .................................................. 13
ECOLOGIA DE COMUNIDADES .......................................................... 14

História do conceito de comunidades clements (holista) x gleason


(reducionista) ................................................................................................ 14
O conceito de comunidades ............................................................... 14
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO ........................................................... 17

BIOTECNOLOGIA ................................................................................. 20

Tecnologia do DNA ............................................................................ 21


BIOSSEGURANÇA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E RISCOS
BIOLÓGICOS EM LABORATÓRIOS DE PESQUISA ...................................... 24

BIOSSEGURANÇA E BACTÉRIAS PATOGÊNICAS ............................ 29

BIOTECNOLOGIA E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE ..... 32

BIODIVERSIDADE E TRANSGÊNICOS ............................................... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 36

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

Os assuntos abordados na apostila Ecologia e Biotecnologia têm como


objetivo tratar de uma atividade multidisciplinar, englobando diversos setores da
sociedade, como saúde, meio ambiente e indústria, variando em cada país, em
virtude dos recursos naturais, econômicos, políticos e as empresas públicas e
privadas envolvidas nestas atividades (MALAJOVICH, 2007). Além de, promover
as qualificações dos professores de biologia a partir de várias perspectivas
práticas na escola democrática e na realização dos direitos educacionais com
qualidades sociais, desenvolvendo habilidades específicas para o professor de
biologia, promovendo assim, práticas de ensino que melhorem a participação na
educação Gestão do Processo de Ensino de Biologia.
Sabe-se que atualmente a biotecnologia está constantemente presente
em nossa sociedade, visto que, ela se apresenta desde o início da civilização. A
biotecnologia existiu em vários processos como a produção de cerveja, vinho,
queijo e no tratamento de certas doenças, porém, na sociedade de hoje ela se
apresenta de uma forma mais técnica, principalmente na manipulação genética
de animais e plantas.
A apostila em questão contempla os fundamentos da ecologia e
biotecnologia, abordando aspectos históricos e técnicos no direcionamento dos
conteúdos, os objetivos estipulados e questões quanto aos saberes relativos do
tema.
Os textos foram escritos para subsidiar a formação de professores,
proporcionando-os lidar com questões de ensino de ecologia e biotecnologia.
Visa também aumentar a compreensão das escolhas teóricas que embasam as
práticas docentes que são estabelecidas ao longo da formação e atuação dos
professores. Em outras palavras, como a orientação teórica é reconhecida em
termos de metodologia em um determinado campo, os professores terão
melhores condições para escolher suas percepções sobre o homem, o mundo e
a sociedade com mais autonomia.
A organização dos materiais é apresentada por diferentes autores que
discutem, enfocam e orientam a disciplina em questão. Utilizou-se também,

3
autores que discutem questões técnicas, sociais e científicas com certo grau de
métodos sociológicos e filosóficos.

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ECOLOGIA COMPORTAMENTAL

Operações experimentais e expressões comportamentais são apenas


dois exemplos das muitas ferramentas que a ecologia comportamental usa para
aprimorar nossa interação com plantas e animais. A ecologia comportamental
pode avaliar como um determinado comportamento maximiza os talentos do
indivíduo que o realiza, e é possível quantificar suas mudanças na população.
Também permite testar o valor adaptativo dos comportamentos exibidos por
diferentes membros da rede nutricional, fornecendo assim informações sobre a
comunidade.
Deste modo, as ferramentas etológicas empregadas na ecologia
comportamental podem auxiliar na compreensão da natureza das relações
animais-plantas, evidenciando o papel ecológico das espécies, os tipos de
interações e seus resultados, a estrutura trófica da teia estabelecida, assim como
os reflexos da pressão de seleção, a heterogeneidade de habitat e a variação
geográfica. (Del-Claro, Kleber; Maura, Helena; Belchior, Ceres; Alves, Estevão,
2009).
Quando Krebs & Davies (1978) publicaram a primeira edição de seu livro
“Ecologia comportamental: uma perspectiva evolutiva”, uma nova maneira de
estudar o comportamento animal estava se sedimentando. Aquela era uma nova
tendência empírica para a investigação do comportamento, o elemento chave
era o uso da adaptação como um conceito central, o qual dava aos ecólogos
comportamentais uma precisa linha mestra: avaliar como um comportamento
poderia maximizar a aptidão dos indivíduos que o apresentassem em seu
genoma.

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A importância do estudo do comportamento para a compreensão
correta das interações entre animais e plantas

A manipulação experimental é uma ferramenta básica da ecologia


comportamental que objetiva o entendimento da função e do significado
adaptativo de um determinado conjunto de atos (Del-Claro 2004b). As técnicas
de polinização manual, emasculações e análises de crescimento de tubo
polínico, aliadas à clássica observação e quantificação de comportamentos dos
visitantes florais, talvez sejam dos mais claros exemplos da utilização das
ferramentas etológicas adaptadas ao interesse ecológico, botânico e zoológico,
no estudo das relações animais-plantas.
Ainda no campo das relações harmônicas entre animais e plantas
podemos encontrar diversos exemplos, onde métodos etológicos têm sido
empregados na solução de questões claramente ecológicas. Sabemos que a
maioria das árvores e arbustos das florestas tropicais depende de vertebrados
frugívoros, como pássaros, morcegos e macacos para a dispersão de suas
sementes (Jordano 1993). Estudos sobre a dispersão de sementes têm
freqüentemente recorrido a observações comportamentais, em sua maioria
simples, buscando explicar apenas a forma de dispersão das sementes, usando
algumas vezes a abordagem comportamental apenas para diferir entre predação
de sementes e sua dispersão efetiva (Fleming & Estrada 1993).

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Figura 1. Abelhas em flores de Campomanesiapubescens (Myrtaceae).

Abelha européia, Apismellifera, coletando pólen através da raspagem das


anteras, sem contatar o estigma floral (A).
Abelha indígena, Eulaemanigrita que coleta pólen por vibração (buzz-pollination)
nas mesmas flores (B).

Fonte: Artigo Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia

O uso de manipulação experimental aprimorada e de ferramentas mais


modernas da análise comportamental nesta área da ecologia de interações tem
ocorrido apenas mais recentemente. Uma grande quantidade das sementes
produzidas pelas plantas cai diretamente no solo, sem que seja manipulada
pelos seus dispersores. Outras têm o mesmo destino, ou por acidente do agente
dispersor, que as derrubam durante a manipulação, ou na tentativa de captura
do fruto. Há ainda uma boa quantidade de sementes que são removidas dos
frutos pelos animais e lançadas ao solo ou que passam pelo trato digestivo de
vertebrados sendo depositadas com as fezes (Jordano 1993).
A ecologia de populações vegetais tem mostrado que os eventos pós-
dispersão são fundamentais para o destino final das sementes e para a
demografia vegetal (Forgetet al. 2005). Percebendo que frutos e sementes
(diásporos carnosos) constituem uma porção expressiva da serrapilheira
florestal e que formigas são organismos dominantes neste ambiente (Kaspari
1993), alguns ecólogos comportamentais têm se aventurado com muito sucesso
neste universo, conseguindo decifrar os mecanismos envolvidos nas relações
entre formigas e plantas zoocóricas nas florestas tropicais.

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Em uma série de experimentos de manipulação de frutos e observações
comportamentais diretamente no campo, Oliveira (2007) mostrou que formigas
podem direta ou indiretamente beneficiar as plantas através da redução de dano
por fungos e aumento no sucesso da germinação das sementes. Além disso,
podem dispersar as sementes para microsítios favoráveis garantindo uma maior
sobrevivência para plântulas.

O comportamento animal como ferramenta básica na compreensão


da biodiversidade das interações animais e plantas

Fica claro que as relações envolvendo animais e plantas são importantes


modelos para o estudo de mutualismos condicionais (Bronstein& Barbosa 2002)
e que o uso de todas as ferramentas modernas da ecologia comportamental,
genética molecular, ferramentas estatísticas e computacionais, podem e devem
ser usados (Owens 2006). Del-Claro & Oliveira (2000) exemplificaram isto para
a vegetação de cerrado, demonstrando a clara importância de uma abordagem
comportamental e do uso de manipulação experimental nesses estudos.
Estes autores mostraram que relações multitróficas animais-plantas
(plantaformigas-herbívoros) em sistemas naturais, podem variar dependendo do
clima, da variação temporal, além de características comportamentais
específicas dos organismos envolvidos. Mostram ainda que esses sistemas não
estão isolados e que podem afetar e ser afetados pelos outros à sua volta.
A biodiversidade deve ser vista e avaliada de modo a também contemplar
a riqueza inerente das interações entre animais e plantas, incluindo o papel
ecológico das espécies, os tipos de interações e seus resultados, a estrutura
trófica da teia, pressão de seleção, heterogeneidade de habitat e variação
geográfica (Figura 3, Oliveira & Del-Claro 2005).
Veja-se um exemplo final, os “engenheiros dos ecossistemas”. Insetos
que se alimentam de plantas e constroem abrigos sobre essas plantas, como
folhas enroladas (Figura 4) ou aderidas umas as outras, fazem isso por diversas
razões: conseguem abrigo contra predadores e parasitóides; para reduzir o
impacto da ação de fatores abióticos negativos, como dessecação pelo sol ou
vento; e diminuem as defesas químicas nas folhas onde se alimentam, dentre
outros (veja Lill&Marquis 2007, para uma revisão).

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De fato, esses insetos são considerados “engenheiros dos ecossistemas”,
pois seu comportamento modifica as características estruturais do ambiente
(plantas no caso), criando novos micro-habitats, que permitem um aumento
rápido e vigoroso da diversidade e abundância de outros artrópodes que vêm se
utilizar desses abrigos, tais como formigas, aranhas, besouros, e hemípteros
(Lill&Marquis 2007).
Mais interessante ainda, por ser um sistema comum, com ocorrência em
vários biomas distintos, tanto tropicais quanto temperados, esse modelo permite
avaliar o quanto podem ser condicionais os resultados das interações entre
animais e plantas dependendo de variação sazonal e espacial.
A análise em distintos gradientes geográficos pode também revelar se
essas relações animais-plantas são filogeneticamente conservativas, ou seja, o
grau de modificação na diversidade de espécies interagindo e a semelhança
taxonômica entre os grupos. A variação na diversidade poderia interferir nos
resultados finais das relações ecológicas estabelecidas (Thompson 2005).
Estudos como esses envolvem uma enorme multidisciplinaridade, pois
usam ferramentas da geografia, geologia, botânica, zoologia, genética,
estatística e ecologia. Entretanto, revelam o quão importantes são os estudos de
história natural e comportamento animal.
A ecologia comportamental é hoje uma tendência agregadora que, a partir
de exemplos simples e do estudo do comportamento, busca indicar diretrizes
consistentes para a manutenção de comunidades ecológicas viáveis, ou seja,
ainda com chances de terem sua biodiversidade de interações preservada.

Figura 2 – Interação entre animais e plantas

A – Relações iniciais em um sistema trófico comum em interações animais-


plantas; onde o produtor afeta os seus consumidores seja por seu valor
nutricional ou defesas contra a ação de herbívoros, seja por oferecer ou reduzir
as chances de ocorrência de microhabitats. B – Numa visão mais ampla notamos
que as forças topo-base (predadores e parasitóides), sempre presentes, irão
afetar as relações inicialmente observadas (em A), podendo ter impacto até
mesmo sobre as defesas induzidas das plantas contra a ação de herbívoros. C
– Em uma perspectiva mais realista admite-se que cada sistema multitrófico
pontual (como em B) afeta e é afetado por outros sistemas em seu habitat,

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caracterizando uma rede de interações que pode contar com maior ou menor
conectividade, ao que se convencionou chamar de “biodiversidade interativa”.
Em cada uma das conexões (setas), a compreensão da função do
comportamento dos animais relacionados é fundamental para que possamos
entender o resultado final (valor adaptativo) das interações sobre cada agente
conectado.

Fonte: Artigo Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia

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Figura 3 – Interação entre animais e plantas

Lagarta de Lepidoptera (Oecophoridae) que enrola folhas de Croton


(Euphorbiaceae) para se alimentar e proteger. Exemplo de “engenheiro de
ecossistemas”.

Fonte: Artigo Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia

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ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

A ecologia necessita da colaboração dos cidadãos para manter equilíbrio


qualitativo entre os seres vivos e nichos ecológicos. Dessa forma, encontram-se
diferentes maneiras de conceituar o termo população nos livros didáticos.
Segundo o Professor Marcus Vinícius Vieira, do Instituto de Biologia da
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), populações são definidas como
conjuntos de indivíduos da mesma espécie. São consideradas propriedades com
maior nível abstrato e fluído do que células ou organismos vivos. Seus limites
estão nas pequenas chances de haver cruzamento com outras espécies.
Portanto, pode-se conceituar a população como: "Indivíduos da mesma
espécie em uma área específica, ou sob investigação". Os limites da população
podem ser: naturais, dependendo do escopo geográfico do habitat, ou
arbitrariamente definido pelos pesquisadores.
As populações estão separadas por zonas de isolamento especial, onde
promovem ações para defender as sociedades em que vivem. Cada espécie
possui inúmeras populações nas distribuições geográficas correspondentes à
mesma família.

O que é a Ecologia de Populações?

 O estudo de como e por que a distribuição, abundância e composição de


populações mudam no tempo e no espaço;
 Enfoque histórico nas mudanças de abundância no tempo (como modelos
de crescimento populacional e ciclos populacionais);
 Atualmente enfoque nos aspetos da estrutura e dinâmica espacial (como
a dispersão e metapopulações);
 A ponte entre a ecologia de organismos e a ecologia de comunidades, e
tipicamente inclua as interações de duas espécies (competição,
predação, parasitismo).

O estudo de populações em relação ao ambiente, afeta e influencia nos


meios ambientais sobre a densidade, distribuição, estrutura etária e a variação

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do tamanho populacional. Além de, concentrar principalmente nos fatores que
afetam quantos indivíduos de uma espécie vivem numa área.
Um dos objetivos da disciplina é manter o balance entre a teoria e
aplicações práticas da ecologia de populações. “…o lugar onde o mundo
imaginário do matemático e o mundo real do biólogo cruzam.” Sharon Kingsland
(1995).

Problema das Mudanças Climáticas

Aspectos temporais são pontos indispensáveis no ordenamento dinâmico


das populações. Com o desequilíbrio ecológico, as tragédias naturais aumentam
e destroem espécies que nem ao menos foram conhecidas ou classificadas de
acordo com as regras de taxonomização ambiental científica. Sabe-se que na
biologia, a taxonomia é o ramo responsável pela identificação e classificação de
todos os animais e plantas que habitam a Terra, com base nas diferentes
características que estes partilham entre si.

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ECOLOGIA DE COMUNIDADES

As comunidades biológicas são conjuntos de populações de espécies em


um dado local e momento.
Dessa forma, a Ecologia de Comunidades identifica os padrões de
riqueza, abundância e composição de espécies nas comunidades biológicas, e
os mecanismos que criam esses padrões.

História do conceito de comunidades clements (holista) x gleason


(reducionista)

No começo do século teve início o debate para definir o conceito de


comunidades. O ecólogo Clements achava que as comunidades de plantas eram
um sistema integrado fechado, com propriedades emergentes análogas que
chamou supra-organismo. Pelo contrário, Gleason via as comunidades vegetais
como uma combinação aleatória de espécies com as mesmas adaptações e sem
nenhuma das propriedades de um organismo (homeostasis, elasticidade,
desenvolvimento previsível, etc.).

O conceito de comunidades

Denomina-se população, todos os indivíduos de uma espécie de


organismos. Cada ecossistema contém diversas populações. Um ecossistema
pode conter uma população de árvores, uma população de esquilos e uma
população de gafanhotos. Suas fronteiras naturais são determinadas
principalmente pela capacidade de dispersão, pelo fluxo de indivíduos, tolerância
ecológica e pelas interações com outros indivíduos da mesma população ou
mesmo de outras espécies.
Diferentes populações pertencentes a um conjunto de espécies de plantas
e animais aparecem dentro de determinadas combinações de condições
ambientais. Elas formam as Comunidades Ecológicas.
Em maior ou menor escala, o desempenho de cada espécie (que pode
ser inferida pelo tamanho de sua população) influencia e é influenciada, é claro

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que algumas têm efeitos bem mais marcantes que outras, podendo ser devido à
sua representatividade que pode ser somada à importância da função que
desempenham. Estas espécies de maior importância, conhecidas como
espécies-chave, são fortes reguladoras do funcionamento e, consequentemente,
da estrutura e da própria evolução das comunidades. Em função disso,
alterações nas abundâncias das espécies componentes provocam modificações
de diferentes circunstâncias que se propagam no espaço e no tempo, alterando
o funcionamento e o destino das comunidades a que pertencem.
Do mesmo modo que nas populações, as comunidades também têm
estruturas que nos falam sobre suas propriedades e funcionamentos. Pode-se
representá-las através da frequência relativa das diferentes espécies de plantas
e animais, de suas similaridades morfológicas e/ou dos grupos funcionais, como
as categorias alimentares, a que pertencem. Para viabilizar o estudo de
comunidades, geralmente são tratados grupos de organismos específicos, como
as plantas de uma floresta, herbívoros da savana, peixes dos recifes de coral,
predadores e suas presas.
Uma comunidade pode ser caracterizada por dois atributos, a composição
e a estrutura. Para definir a composição podemos distinguir várias características
como a abundância (número de indivíduos que apresenta uma comunidade por
superfície ou volume), a diversidade (variedade de espécies que constituem uma
comunidade) e dominância (referente àquela espécie que sobressai na
comunidade, seja pelo número de organismos, o tamanho). A estrutura numa
comunidade pode ser definida pelos patrões espaciais da distribuição, ou seja,
os estratos presentes, por exemplo, estrato arbustivo e estrato arbóreo.

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Figura 4 – Populações de espécies

Fonte: Autor Desconhecido

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BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO

É uma ciência multidisciplinar que foi desenvolvida como resposta à crise


com a qual a diversidade biológica se confronta atualmente. Os biólogos da
conservação pesquisam e educam sobre as tendências e processos de perda
de biodiversidade, extinção de espécies, e o efeito negativo que têm sobre a
manutenção do bem-estar da sociedade humana. Esta tarefa é guiada por
alguns pressupostos básicos:

(I) Toda espécie tem o direito de existir, pois são frutos de uma história evolutiva
e são adaptadas;

(II) Todas as espécies são interdependentes, pois estas interagem de modo


complexo no mundo natural, e a perda de uma espécie leva a consequente
influência sobre as demais;

(III) Os humanos vivem dentro das mesmas limitações que as demais espécies,
que são restritas a um desenvolvimento, em razão a capacidade do meio
ambiente, e a espécie humana deveria seguir esta regra, para não prejudicar a
sua e as outras espécies;

(IV) A sociedade tem responsabilidade de proteger a Terra, devendo usar os


recursos de modo a não esgotá-los para as próximas gerações;

(V) O respeito pela diversidade humana é compatível com o respeito pela


diversidade biológica, pois como apreciamos a diversidade cultural humana
deveríamos apreciar a diversidade biológica;

(VI) A natureza tem um valor estético e espiritual que transcende o seu valor
econômico, e isto deve ser mantido independente de qualquer coisa;

(VII) A diversidade biológica é necessária para determinar a origem da vida,


espécies que vão se extinguindo poderiam ser importantes nas pesquisas sobre
a origem da vida (PRIMACK, R. B.; Rodrigues, E. Biologia da conservação.
Londrina: Vida, 2001).

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Além dos pressupostos, a Biologia da Conservação adota três principais
diretrizes (Groom, Meffe& Carroll 2006):

(I) A evolução é o axioma básico que unifica toda a biologia (papel evolutivo);

(II) o mundo ecológico é dinâmico e comumente não está em equilíbrio (O teatro


ecológico, ou o contexto ecológico);

(III) a presença humana deve ser incluída no planejamento da conservação


(humanos são parte do jogo).

A Biologia da Conservação complementa as disciplinas aplicadas,


fornecendo uma abordagem mais teórica e geral para a proteção da diversidade
biológica. Difere das outras disciplinas porque leva em consideração, em
primeiro lugar, a preservação a longo prazo de todas as comunidades biológicas
e coloca os fatores econômicos em segundo plano.

São alguns objetivos da biologia da conservação:

 Entender os efeitos da atividade humana nas espécies, comunidades e


ecossistemas;
 Desenvolver abordagens práticas para prevenir a extinção de espécies e,
se possível, reintegrar as espécies ameaçadas ao seu ecossistema
funcional.

Uma vez que grande parte da crise da biodiversidade tem origem na ação
exercida pelo homem, a Biologia da Conservação também incorpora ideias e
especificidades de várias outras áreas, além da biologia. Por exemplo, legislação
e política ambiental dão sustentação à proteção governamental de espécies
raras e ameaçadas e de habitats em situação crítica. A ética ambiental oferece
fundamento lógico para a preservação das espécies.
A biologia de conservação tenta fornecer respostas às questões
específicas aplicáveis a situações reais. Tais questões são levantadas no
processo de determinar as melhores estratégias para proteger espécies raras,
delinear reservas naturais, iniciar programas de reprodução para manter a
variação genética de pequenas populações e harmonizar as preocupações
conservacionistas com as necessidades do povo e do governo local.

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Os biólogos e outros conservacionistas de áreas afins são pessoas
adequadas para fornecer a orientação que os governos, as empresas e o público
em geral necessitam quando têm de tomar decisões cruciais. Embora alguns
biólogos conservacionistas possam hesitar em fazer recomendações sem ter
conhecimento detalhado das especificidades de um caso, a urgência de muitas
situações pede decisões com base em determinados princípios fundamentais da
biologia.

Figura 5 – Conservação do sistema ecológico

Fonte: Autor Desconhecido

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BIOTECNOLOGIA

Biotecnologia é o uso de um organismo, componente de qualquer outro


sistema biológico para fazer um produto ou processo para um uso específico. De
uma forma bem simples, é um conjunto multidisciplinar de conhecimentos que
visa o desenvolvimento de métodos, técnicas e meios associados a seres vivos,
macro e microscópicos, que originem produtos úteis e contribuam para a
resolução de problemas.
Desta forma, tem-se que a inovação e o desenvolvimento de novos
produtos é uma constante e está presente em nosso dia a dia sem que
percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação, formas que
possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados
pela ação destruidora humana.
Esta definição é muito ampla e, como mencionado acima, pode incluir
tanto técnicas laboratoriais de ponta, técnicas agrícolas tradicionais e técnicas
culinárias praticadas há centenas de anos. Observam-se três exemplos de
biotecnologia e como eles se encaixam na definição:
Fabricação de cerveja - Na fabricação de cerveja, minúsculos fungos
(leveduras) são introduzidos em uma solução de açúcar de cevada maltada, que
é vorazmente metabolizada por eles através de um processo chamado
fermentação. O subproduto da fermentação é o álcool encontrado na cerveja.
Aqui, vemos um organismo – a levedura – sendo usado para fazer um produto
para o consumo humano.
Penicillina - O antibiótico penicilina é gerado por certos fungos. Para obter
as pequenas quantidades de penicilina utilizadas nos primeiros ensaios clínicos,
pesquisadores tiveram que cultivar quase 500 litros de "caldo de fungo" por
semana. O processo foi então aperfeiçoado para a produção industrial, com o
uso de cepas de fungos mais produtivos e melhores condições de cultura para
aumentar o rendimento. Aqui, vemos um organismo (fungo), sendo usado para
fazer um produto de uso humano – neste caso, um antibiótico para tratar
infecções bacterianas.

Terapia gênica - A terapia gênica é uma técnica emergente usada para


tratar doenças genéticas causadas por um gene defeituoso. Ela funciona

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fornecendo às células do corpo o gene do DNA "deficiente" . Por exemplo, na
doença genética fibrose cística, o gene não possui a capacidade de produzir
canais de íons cloreto nos pulmões. Em um recente experimento clínico de
terapia gênica, uma cópia do gene funcional foi inserida em uma molécula de
DNA circular chamada plasmídeo que foi então fornecida às células pulmonares
dos pacientes em esferas de lipídios (na forma de um spray).
Como mostram esses exemplos, a biotecnologia é usada na elaboração
de produtos encontrados na vida cotidiana, tais como o álcool e a penicilina. Ela
também pode ser usada para desenvolver novos tratamentos médicos, tais como
a terapia gênica para tratamento da fibrose cística. A biotecnologia tem outras
aplicações em áreas como a produção de alimentos e a remediação (limpeza)
da poluição ambiental.

Tecnologia do DNA

Muitos exemplos da biotecnologia moderna dependem da capacidade de


analisar, manipular, cortar e colar pedaços do DNA. Ocasionalmente, as
manobras de sequenciamento e manipulação de DNA são chamadas de
tecnologia do DNA. Por exemplo, no experimento da terapia gênica para a
fibrose cística os pesquisadores usaram técnicas de manipulação de DNA para
inserir o gene do canal de cloreto em uma parte do DNA transportador (um vetor)
que permitiu a expressão gênica nas células pulmonares humanas.
A tecnologia do DNA é importante para a biologia geral e aplicada
(prática). Por exemplo, uma técnica usada para fazer muitas cópias de uma
seqüência de DNA chamada reação em cadeia da polimerase (PCR) é usada
em muitos testes de diagnóstico médico e aplicações forenses, bem como em
pesquisas de laboratório geral.
Alguns exemplos de tecnologia do DNA:
Clonagem do DNA - Na clonagem do DNA, os pesquisadores "clonam" –
fazem muitas cópias do fragmento de DNA de interesse, tal como um gene. Em
muitos casos, a clonagem do DNA envolve a inserção do gene de interesse em
uma molécula de DNA circular chamada plasmídeo. O plasmídeo pode ser
replicado nas bactérias, fazendo muitas cópias do gene de interesse. Em alguns

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casos, o gene é expresso também nas bactérias pela formação de uma proteína
(por exemplo, a insulina usada pelos diabéticos).
Reação em cadeia da polimerase (PCR) - A reação em cadeia da
polimerase é a técnica de manipulação do DNA mais amplamente utilizada, com
aplicações em quase todas as áreas da biologia moderna. As reações da PCR
produzem várias cópias da sequência de DNA de interesse, a partir da sequência
de um DNA modelo. Essa técnica pode ser usada para fazer muitas cópias de
um DNA que está presente em pequenas quantidades (por exemplo, uma
gotícula de sangue na cena do crime).
Eletroforese em gel - A eletroforese em gel é uma técnica usada para
visualizar os fragmentos de DNA (exame direto). Por exemplo, os pesquisadores
podem analisar os resultados da PCR examinando os fragmentos de DNA que
ela produz na reação em um gel. A eletroforese em gel separa os fragmentos de
DNA com base em seu tamanho, em seguida os fragmentos são pigmentados
com um corante que possibilita a visualização pelo pesquisador.
Sequenciamento de DNA - O sequenciamento de DNA consiste em
determinar a sequência das bases dos nucleotídeos (As, Ts, Cs e Gs) na
molécula de DNA. Em alguns casos, apenas um fragmento de DNA é
sequenciado por vez, enquanto em outros casos muitos fragmentos de DNA
(como um genoma inteiro) podem ser sequenciados conjuntamente.

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Figura 6 – Clonagem do DNA

Fonte: Artigo Introdução à biotecnologia (Khan Academy)

A biotecnologia pode ser usada para várias situações positivas, mas para
negativas também, por isso é necessário que haja ética profissional envolvida
em todo processo de alteração de DNA.

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BIOSSEGURANÇA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E RISCOS
BIOLÓGICOS EM LABORATÓRIOS DE PESQUISA

Biossegurança é no seu conceito amplo, o conjunto de saberes


direcionados para ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do
homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente ou da qualidade dos
trabalhos desenvolvidos (CTBIO/FIOCRUZ, 2005), tendo como base, o respeito
à vida, os valores éticos e a responsabilidade social; e como objetivos a proteção
do indivíduo, da sociedade e do meio ambiente.
Representa também o conjunto de medidas técnicas, administrativas,
educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em
ambientes biotecnológicos (COSTA, 1996).
No Brasil, a legislação vigente trata exclusivamente da biossegurança
com organismo geneticamente modificado (OGM), não regulamentando as
atividades que envolvam outros riscos biológicos, logo devemos utilizar o
Princípio da precaução – “Quando uma atividade representa ameaças de danos
ao meio ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser
tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente
estabelecidas cientificamente" (BERG et al. 1975).
As instituições devem estar comprometidas com as boas práticas de
laboratório nas atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico
sempre de acordo com os princípios da biossegurança. Para isso, devem
oferecer cursos e treinamentos que promovem a capacitação dos profissionais,
reduzindo possíveis riscos à saúde do homem, dos animais e do meio ambiente.
No que diz respeito à experimentação animal, sua missão é a manutenção
e oferta das instalações condominiais multiusuário para a utilização destes
animais, regulamentando seu uso e acesso. Esse uso é permitido somente nos
casos em que não existem métodos alternativos ao uso de animais para
comprovação de conceitos científicos em elaboração e/ou em ensaios pré-
clínicos de abordagens terapêuticas ou farmacológicas, cumprindo as

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legislações e normas pertinentes. Seu uso depende de aprovação dos projetos
no Comitê de Ética no uso de Animais.
Os modelos animais, aqueles que possuem enfermidades similares ou
idênticas as do homem, possibilitam inúmeras vantagens, sendo as mais
importantes:
 Conhecer a história natural da enfermidade, cuja etiologia, patogenia,
sintomatologia e evolução podem manter-se em condições
experimentais, sem a influência de fatores estranhos que a
modifiquem;
 Reproduzir uma enfermidade, inúmeras vezes, em forma
experimental, permitindo dispor de casuística suficiente;
 Desenvolver estudos fisiopatológicos e patológicos, que são difíceis
ou inacessíveis em pessoa enferma;
 Utilizar meios terapêuticos, cuja aplicação na espécie humana se
considera perigosa ou ainda não legalizada;
 Estudar fatores ambientais e genéticos que incidem na evolução da
enfermidade;
 Estudar algumas enfermidades em raças e/ou linhagens de animais
criadas para esse fim;
 Abrir-se um imenso campo de investigação em imunologia, oncologia
e, sobretudo, em enfermidades hereditárias. Neste sentido, o
aprimoramento técnico-científico das diversas áreas da ciência de
animais de laboratório é importante fator ao desenvolvimento da saúde
humana e animal
Entretanto, a segurança no manejo com animais é de vital importância
para a segurança das pessoas. Ter segurança significa poder confiar. Para isso,
devem ser observados e respeitados as regras e os procedimentos de trabalho
formulados para eliminar práticas perigosas e evitar riscos desnecessários
(ANDRADE, 2 004).
A contaminação depende da susceptibilidade dos técnicos, manejo
experimental, estado de doença do animal e do agente infeccioso.
As instituições que utilizam animais geneticamente modificados devem
possuir instalações de contenção para estas atividades e os projetos de

25
engenharia e arquitetura devem ter acompanhamento da Comissão Interna de
Biossegurança (CIBio) com vistas à incorporação das medidas de
Biossegurança. Os biotérios de experimentação (infectórios) que albergam
animais geneticamente modificados devem localizar-se em áreas especialmente
isoladas e devidamente credenciadas pela Comissão Técnica de Biosegurança
(CTNBio).
As atividades com animais de laboratórios são especiais, visto as
particularidades que só são encontradas em biotérios, como por exemplo, os
riscos inerentes aos animais, especialmente os físicos, que compreendem
aqueles em que o profissional é exposto a mordidas, arranhões ou outra forma
de defesa; os biológicos próprios da sua biota, zoonótica ou experimental e a
produção de alérgenos; os químicos, tais como, os produtos de limpeza e
desinfecção e os relacionados aos trabalhos.
Recomenda-se que os profissionais que desenvolvem atividades em
laboratórios, por estarem mais expostos a certas doenças transmissíveis,
estejam adequadamente imunizados para doenças passíveis de imunização.
Sendo importante ressaltar também a importância do uso correto dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para minimizar o risco de aquisição
de certas doenças infecciosas, principalmente para as atividades realizadas no
trabalho de campo.
Os animais de laboratório e os animais capturados no campo
representam um risco para quem os maneja, mesmo que não estejam
experimentalmente infectados, podem estar carregando agentes patogênicos,
inclusive zoonóticos.
São também produtores de alérgenos e que dependendo da sensibilidade
individual da pessoa podem desencadear o desenvolvimento de reação de
hipersensibilidade (alergia) e levar a problemas alérgicos de baixa gravidade até
doença respiratória grave.
Em relação à manipulação dos animais propriamente dita, é importante
lembrar os mecanismos mais comuns de exposição (CIBio/IOC, 2006):
Inoculação direta por agulhas, contaminação de cortes ou arranhões pré-
existentes, por instrumentos contaminados e agressão animal; Inalação de
aerossóis durante o manejo animal e nos procedimentos e manipulação na
experimentação animal; Contato das membranas mucosas dos olhos, boca ou

26
narinas por gotículas de materiais, mãos e superfícies contaminadas; Ingestão
através de pipetagem com a boca, apesar desta prática ser proibida.
Existem quatro classes de risco, baseadas no potencial patogênico do
microrganismo a ser manipulado, sendo assim definidas: (NIH, 2000).
 Classe de risco 1 - (baixo risco individual e baixo risco para a
comunidade) - organismo que não cause doença ao homem ou animal.
 Classe de risco 2 - (risco individual moderado e risco limitado para a
comunidade) - patógeno que cause doença ao homem ou aos animais,
mas que não consiste em sério risco, a quem o manipula em condições
de contenção, à comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente. As
exposições laboratoriais podem causar infecção, mas a existência de
medidas eficazes de tratamento e prevenção limita o risco, sendo o
risco de disseminação bastante limitado.
 Classe de risco 3 - (elevado risco individual e risco limitado para a
comunidade) - patógeno que geralmente causa doenças graves ao
homem ou aos animais e pode representar um sério risco a quem o
manipula. Pode representar um risco se disseminado na comunidade,
mas usualmente existem medidas de tratamento e de prevenção.
 Classe de risco 4 - (elevado risco individual e elevado risco para a
comunidade) - patógeno que representa grande ameaça para o ser
humano e para os animais, representando grande risco a quem o
manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo
a outro. Normalmente não existem medidas preventivas e de
tratamento para esses agentes.
É importante ressaltar que os riscos biológicos são frutos ou
consequências da atividade humana (SIMONS, 1991 apud TEIXEIRA; BORBA,
2010), portanto, nunca é demais lembrar que todo esforço deve ser concentrado
na formação de recursos humanos, pois somente a questão educacional
articulada a políticas que estimulem a criação de núcleos de excelência
contribuirá para a formação de massa crítica, pela qual, itens como o
financiamento de linhas de pesquisas e o intercâmbio com países desenvolvidos
são essenciais para a aceleração das etapas no desenvolvimento desta área.
Para avaliarmos o risco necessitamos, então, desenvolver uma ou várias
ações que visem reconhecer ou identificar o perigo, e medir o risco ou a

27
probabilidade de algum evento ocorrer devido ao perigo. Na avaliação do risco,
devemos considerar também, a severidade das consequências possíveis
de ocorrer caso o risco venha gerar um acidente (CDC, 1998 apud
MASTROENI, 2004).
O gerenciamento dos riscos envolve a avaliação e identificação destes,
aliado a análise de custo/benefício das medidas de controle adotadas (COLLINS;
KENNEDY, 1999 apud MASTROENI, 2004). Devemos sempre ter em mente
que, em laboratórios de pesquisa, principalmente os de microbiologia, existem
vários tipos de riscos isolados ou associados, onde diferentes tipos de
microrganismos são manipulados e potencialmente capazes de gerar doenças.
Estes incluem agentes biológicos, agentes químicos, fontes de radiação, fogo,
perigo com a eletricidade e equipamentos relacionados ao perigo. Mesmo em
diferentes ambientes de laboratórios de pesquisa, provavelmente sempre
teremos situações de perigo e risco.
Nossa atitude deve se concentrar no princípio básico da Biossegurança:
a prevenção. Quando possuímos o conhecimento do perigo, ao desenvolvermos
determinada atividade, certamente precisamos fazer uso dos equipamentos de
proteção individual (EPI), os quais são desenvolvidos para proporcionar
segurança ao trabalhador. Aliado a utilização dos EPls faz-se necessário,
também, a adoção das normas e procedimentos de Biossegurança elaboradas
com o intuito de propiciar trabalho seguro e minimizar a geração de riscos.
Estas duas características, a utilização de EPI e a prática das normas de
Biossegurança, consequentemente, só poderão trazer resultado se houver
treinamento adequado para seu desenvolvimento, caso contrário, possivelmente
ocorrerá o estabelecimento da situação inversa: geração do risco.

28
BIOSSEGURANÇA E BACTÉRIAS PATOGÊNICAS

De acordo com a Comissão Técnica de Biossegurança da Fundação


Oswaldo Cruz (CTFBio/Fiocruz), bactérias patogênicas são agentes biológicos
capazes de produzir doenças nos homens e animais e, portanto, são distribuídas
em classes de risco biológico em função de critérios que incluem o nível de
capacidade de se disseminar no meio ambiente, a estabilidade no meio
ambiente, a endemicidade, o modo de transmissão, a existência ou não de
medidas profiláticas (como vacinas) e a existência ou não de tratamentos
eficazes. Outros fatores podem ser ainda levados em conta, como perdas
econômicas geradas, vias de infecção, existência ou não da bactéria no país e
a capacidade da mesma de se implantar em uma nova área.
Entende-se, assim, que todos os laboratórios clínicos ou de pesquisa na
área de bacteriologia devam possuir uma cópia da classificação de bactérias por
classe de risco biológico, bem como instalações apropriadas e compatíveis com
a prática necessária para cada nível de biossegurança ou risco biológico. Além
disso, devem dispor de equipamentos de proteção individual e coletiva e
instruções específicas de referência para uso da equipe do laboratório.
Do ponto de vista de adequação e infra-estrutura, os laboratórios são
classificados em quatro níveis de biossegurança \u2013 NB-1, NB-2, NB-3 e NB-
4 \u2013 que estão associados a uma progressão crescente de risco biológico
que varia de acordo com a classe de risco do patógeno a ser manipulado.
Normalmente, o nível de biossegurança a ser utilizado irá depender da
classe de microrganismo de maior risco envolvido em uma determinada
atividade laboratorial. Quando o potencial patogênico do espécime a ser
processado for desconhecido, o recomendável é fazer uma análise prévia a partir
do maior número de informações possíveis para se determinar a categoria de
laboratório a ser utilizada para aquela situação (TEIXEIRA; BORBA, 2010).
De uma maneira geral, todos os laboratórios clínicos e de pesquisa devem
possuir, no mínimo, instalações e infra-estrutura apropriadas para o
processamento e a manipulação de espécimes ou microrganismos de classe de
risco 2 (laboratório NB-2 ou nível de biossegurança 2). Laboratórios que
processam espécimes suspeitos de conter patógenos ou que os cultivam, como

29
o Mycobacterium tuberculosis, cepas de Escherichia coli (verotoxigênicas),
Brucella spp, Clostridium botulinum, Bartonela spp, multocida (tipo B), Yersinia
pestis, Bacillus anthracis, entre outras bactérias definidas como de classe 3,
devem ter instalações compatíveis com o nível de biossegurança 3 (NB-3)
(CTBio/Fiocruz, 2005 apud TEIXEIRA; BORBA, 2010).
Os laboratórios NB-4, por sua vez, destinam-se à manipulação de
bactérias e outros microrganismos classificados como de risco biológico 4 e que
demandam as condições mais rigorosas em termos de contenção e controle,
uma vez que são extremamente perigosos para o pessoal de laboratório e
podem causar doença epidêmica de alta gravidade. Rabinovich e Armôa (2010)
também ressaltam que de acordo com a Lei de Biossegurança, o risco relativo à
manipulação de bactérias patogênicas (classes 1- 4) é gerenciável e deve ser
minimizado, ou abolido, através da construção de laboratórios de segurança
biológica adequados (NB-1 a NB-4) contendo EPls e EPCs necessários às suas
atividades, além de POP\u2019s apropriados e descritivos para orientar as
ações de seu funcionamento.
No contexto da Lei de Biossegurança e do conhecimento atual, é
inaceitável a falta de controle sobre o risco nas atividades com bactérias em
universidades, instituições de pesquisa, laboratórios clínicos, hospitais ou rede
de saúde pública. Todos os laboratórios, sem exceção, devem se adequar no
tocante à sua estrutura física e ambiental, bem como atualizar seus
equipamentos. Adicionalmente, devem buscar a implementação desse conceito,
além de qualificar seu pessoal para melhor gerenciá-los (RABINOVICH;
ARMÔA, 2010).
No âmbito desses conhecimentos, as boas práticas laboratoriais,
preocupadas com a infra-estrutura de laboratórios que lidam com representantes
patogênicos do domínio Bactéria, bem como com a qualidade de trabalho que
executam e as implicações dos fluxos de materiais e técnicos operadores, que
geram riscos de infecções, suscitaram o progressivo surgimento de
regulamentações nos níveis internacional e nacional.
Dentro desse contexto, emergiu o conceito de biossegurança que, no seu
sentido mais abrangente, significa conjunto de saberes direcionados para ações
de prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de

30
serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das
plantas e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
(CTBIO/FIOCRUZ, 2005)
No Brasil, o conceito de biossegurança e sua aplicação em todo o território
nacional foi definido pela Lei de Biossegurança, nº 11.105, de 24 de março de
2005. Esta lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização,
entre outras determinações sobre manipulação, cultivo, transporte,
transferência, importação, exportação, armazenamento, pesquisa e descarte de
microrganismos geneticamente modificados e seus derivados, dentro de um
princípio de segurança total para o homem e o meio ambiente, e que se aplica,
por extensão, à manipulação de todo e qualquer microrganismo vivo de
interesse, uma vez que a biossegurança é, em sua essência, um conceito
universal independentemente do microrganismo manipulado. Os benefícios
dessa legislação para o país são notáveis e já perceptíveis em instituições de
pesquisa estatais e privadas, universidades, hospitais, laboratórios de saúde
pública e laboratórios clínicos, além de instituições voltadas para atividades de
produção que utilizam células e microrganismos vivos.

31
BIOTECNOLOGIA E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

A biodiversidade abrange a variedade e a variabilidade de todos os


organismos vivos do planeta. É estudada considerando os seguintes níveis
hierárquicos de organização:
 A diversidade genética refere-se à variabilidade dentro da espécie,
podendo ser medida através da variação genética em determinada
população;
 A diversidade de espécies refere-se à riqueza de espécies encontrada em
escala local, regional ou global;
 A diversidade taxonômica refere-se à variedade de organismos de um
nível taxonômico acima de espécie (gênero, família, ordem, etc.) Em
determinada região;
 A diversidade de interações refere-se a grupos de diversas espécies que
coexistem interagindo troficamente ou através de outros processos
bióticos como a polinização e a competição
 A diversidade de ecossistemas se refere à comunidade de organismos e
ambiente físico interagindo como uma unidade ecológica.

Nos níveis de interações e ecossistemas, a preservação não significa manter


somente um grupo de espécies, mas também os padrões e processos nas mais
diversas escalas (JONHSON, 1995 apud MENDONÇA-HAGLER; ODA, 2004).
A espécie representa o ponto focal dos mecanismos evolutivos, sendo
definida como grupos de populações que são capazes, ou potencialmente
capazes, de cruzamento fértil (MAYR, 1969 apud MENDONÇA-HAGLER;
ODA, 20 04). Esse conceito não é aplicável para os organismos procariontes e
outros que possuem reprodução exclusivamente vegetativa. Esta limitação pode
ser contornada usando o conceito filogenético de espécie, que considera o grupo
de populações oriundas de um ancestral comum e que são distintas
geneticamente de outras populações.
A filogenia pode ser determinada para todos os seres vivos usando a
comparação de fósseis moleculares, em particular o DNA. A avaliação da
biodiversidade deve considerar o papel ecológico das espécies na estrutura das

32
comunidades, a estimativa de abundância relativa de cada espécie e o número
de espécies representativas nos diferentes grupos taxonômicos da escala
evolutiva. A avaliação global da biodiversidade considera adicionalmente, os
conceitos de endemismo, centros de origem e de diversidade das espécies.
Como o conceito de biodiversidade é abrangente e complexo, prioridades
devem ser definidas para que as iniciativas e recursos aplicados na sua
conservação não sejam inócuos. Os países industrializados, na sua maioria,
pobres em espécies e habitats naturais, defendem a importância global da
biodiversidade como patrimônio da humanidade, onde todas as nações
compartilharam as responsabilidades e benefícios. Os países em
desenvolvimento, na maioria, ricos em biodiversidade, defendem o uso de seus
recursos genéticos como fator de desenvolvimento econômico (JOHNSON, 1995
apud MENDONÇA-HAGLER; ODA, 2004).

33
BIODIVERSIDADE E TRANSGÊNICOS

A evolução da ciência e a produção de alimentos transgênicos são dois


campos férteis para polêmicas, preocupações, desconfianças e mitos tanto nos
países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento por dois motivos
principais: primeiro porque o processo e os impactos desses alimentos não
são de domínio público e segundo porque existe um interesse econômico
de empresas que produzem sementes transgênicas e das que atuam na
área de defensivos agrícolas também não de domínio público.
A verdade é que na história da humanidade , os acontecimentos são
cíclicos, pois, a cada mudança, novas adaptações são necessárias e,
atualmente, a evolução tem sido rápida, obrigando a sociedade a se adequar a
essas transformações
No Brasil, a discussão a respeito dos riscos dos alimentos
geneticamente modificados (OGMs), apesar de recente, provoca a
manifestação de diversos segmentos sociais, como vem ocorrendo em
todo o mundo. A sociedade, de maneira geral tem informações insuficientes
a respeito do assunto, e as empresas que estão envolvidas com essa
nova tecnologia, também, não realizam a devida divulgação a respeito do
tema.
Estudiosos ligados à pesquisa agropecuária argumentam sobre a
importância da biotecnologia no aumento da produtividade agrícola, na
redução de custos de produção, na implantação de sistemas produtivos
ambientalmente sustentáveis, além de criar novas alternativas metodológicas
para a conservação, caracterização, avaliação e utilização de recursos
genéticos e naturais (JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2002).
Há pessoas que defendem que, diferentemente do que se possa parecer
aos críticos ideológicos das sementes genéticas, os agricultores há muito
trabalham em parceria com grandes empresas multinacionais. Por meio
dessas parcerias, compram maquinários, implementos agrícolas e até aviões,
no caso dos produtores com maior poder aquisitivo. Desde o fim da 1ª
Grande Guerra, os produtores rurais de países menos desenvolvidos se
relacionam com grandes fabricantes de plantadeiras, tratores e

34
colheitadeiras, setor este, também dominado por grandes empresas. Outra
parceria vital é encontrada com as empresas de herbicidas, inseticidas e
produtos químicos em que também operam companhias internacionais
gigantescas.
A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de efeito
sobre a saúde resultante do consumo de alimento geneticamente modificado
(GM) “entre a população dos países em que eles foram aprovados”.
Que os avanços biotecnológicos são acelerados não resta dúvida, o
que precisa ser refletido e pesquisado passa necessariamente por não
cometer erros do passado, estar vigilante, avaliar sempre os impactos
ambientais e buscar um modelo que não preconize somente os modelos
econômicos, mas agregue valor à biodiversidade e à qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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