Você está na página 1de 5

PROJETO INTERDISCIPLINAR projeto integrador tema geral

SUSTENTABILIDADE

TEMA DO PROJETO: A REVITALIZAÇÃO DA HORTA ESCOLAR DA EEMTI LICEU DO


CONJUNTO CEARÁ COMO FERRRAMENTA DO ENSINO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
AUTOR: PROFESSOR JEAN BRILHANTE

PERÍODO DE EXECUÇÃO DO PROJETO: Fevereiro a junho de 2024

PÚBLICO-ALVO: 1 ANO DO ENSINO MÉDIO TURMA A


ÁREA GERAL: CIÊNCIAS DA NATUREZA – BIOLOGIA QUÍMICA E FÍSICA
SUBÁREAS TEMÁTICAS: TAXONOMIA, BOTÂNICA, QUÍMICA ORGÂNICA, FÍSICA DO SOLO, MEIO AMBIENTE,
FITOTERAPIA, SUSTENTABILIDADE.

1. INTRODUÇÃO (PROBLEMÁTICA)

As hortas têm sido plantadas, cada vez mais frequentemente, em diversas escolas. A ampliação de
projetos com hortas, no Brasil, objetiva principalmente a Educação Ambiental – EA, a promoção de hábitos
alimentares saudáveis e também as práticas sustentáveis. As pesquisas buscam considerar suas múltiplas
dimensões e a complexidade envolvida na transposição da agricultura para a escola urbana, também com
propósitos pedagógicos (MACHADO; MACHADO, 2002).
As hortas têm sido encontradas com frequência nas escolas brasileiras, com vistas a relacionar a
educação ambiental - EA e a alimentar, e consequentemente a participação da comunidade escolar na
construção de uma sociedade mais sustentável e a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Neste contexto
a EA é trabalhada a partir de uma matriz que concebe a educação como elemento de transformação social
(MORGADO, 2008).
Para alguns autores a horta escolar é considerada um “laboratório vivo” ideal para variadas
atividades pedagógicas. Sua implementação proporciona múltiplas vantagens à comunidade escolar e do
entorno, como a abordagem de temas relacionados à EA e educação para a saúde através dos aspectos
nutricional e alimentar. Nossa experiência permite a reflexão, no presente contexto, de que vivemos numa
sociedade em constante transformação, que instiga o ser humano a buscar soluções para os problemas do
cotidiano, ao mesmo tempo que produz novos conhecimentos, tornando-se um ser autônomo, capaz de
construir ferramentas em busca de suprir suas próprias necessidades e atuar enquanto construtor protagonista
de sua história.

2. JUSTIFICATIVA

A ideia de um projeto sobre Horta escolar: Práticas sustentáveis e alimentação saudável, nasceu
quando na ministração da disciplina de projeto integrador, parte integrante do currículo escolar da EEMTI
Liceu do conjunto Ceará.
A questão da sustentabilidade um tema amplamente discutido e noticiado nos jornais e mídias digitais
atuais, também está intimamente atrelada às atividades práticas envolvendo hortas escolares, pois na busca
consciente de meios saudáveis para a produção de alimentos, os envolvidos no projeto podem propor formas
alternativas para a produção de alimentos e adubos orgânicos, a utilização de material alternativo para cobrir
os canteiros, como telhas plásticas de garrafa pete e a coleta de água da chuva, tanto para regar, como para o
serviço de limpeza e descarga de banheiros na escola.
Ainda trabalhando práticas sustentáveis de reaproveitamento de materiais do lixo na aula de projeto
integrador, se procurou utilizar também pneus velhos jogados no lixo bem como tampinhas de refrigerantes e palitos de
churrasco, todos estes materiais sendo usados para elaboração dos canteiros, sua decoração e também para confecção de
placas de identificação taxonômica das espécies hortícolas.
Neste sentido, a horta no ambiente escolar se torna um lugar de vivências, pois possibilita o
desenvolvimento de atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar, conseguindo unir a teoria e a
prática, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através do trabalho coletivo.
Esta estratégia facilita a construção de uma horta escolar, e ao mesmo tempo, a desenvolver o sentimento de
pertencer, de fazer parte da comunidade escolar e do trabalho coletivo. Passou a se estabelecer um vínculo
comunitário que permitiu o aflorar de novos laços afetivos, abrindo oportunidades para o novo e o agradável
fazer pedagógico (MORGADO, 2008).

3. METODOLOGIA

Primeiramente serão trabalhados conceitos básicos de sustentabilidade, biologia taxômica,


química orgânica, botânica e física do solo em sala de aula durante a disciplina de projeto integrador, para que
os alunos tenham subsidio teórico para a realização deste projeto. No mês de fevereiro e março dia, serão
concluídos os conteúdos básicos sobre o passo a passo para construção de uma horta na escola: escolha do
local, ferramentas, preparo do terreno, preparo dos canteiros, escolha das hortaliças, adubação, covas e seu
preparo, irrigação, buscar orientação, conhecer sistemas de planto, controle de pragas e a colheita. Os
conteúdos foram apresentados na forma de aula expositiva e por meio de recursos audiovisuais, exposição de
vídeos e textos.
Por conseguinte, os alunos farão uma visita de exploração do tereno na horta da escola da EEMTI
Liceu do conjunto Cear, com o intuito de conhecer todas as espécies botânicas ali presentes. Posteriormente os
alunos farão uma capinagem e limpeza da área no entorno da horta para evitar espécies invasoras e que
pudessem competir por nutrientes com as espécies botânicas e medicinais de interesse para o projeto. O
conteúdo desse projeto será amplamente discutido nas aulas de projeto integrador, para os alunos. Após serão
formadas em sala de aula equipes para divisão de tarefas com os alunos do 1 ano A, onde equipes ficarão
responsáveis pela limpeza da área, retiradas de plantas dos vasos que estejam competindo entre si e depois
replantadas em pneus reaproveitáveis. Serão de preferência para o plantio na horta, espécies hortícolas de
interesse alimentar e também algumas espécies com propriedades medicinais já comprovadas cientificamente
na literatura e por consequência sua classificação taxonômica, botânica, ecológica e medicinal.
Para isso os alunos procurarão baixar APPs disponíveis nas plataformas digitais que facilitará a
identificação de cada espécie. Após os alunos usarão toda a literatura disponível em revistas e sites botânicos,
bem como herbários digitais para facilitarão a identificação taxonômica. Após a identificação da espécie, ou
seja, seu nome científico e popular, os alunos irão procurar na literatura de medicina popular existente, quais
espécies botânicas presentes na horta, têm propriedades medicinais já comprovadas cientificamente.
Posteriormente os alunos confeccionarão placas com materiais recicláveis que constarão, o nome
científico, o nome popular e a indicação e os princípios ativos medicinais de cada espécie. Cada placa deverá
ser feita com toda a criatividade e materiais sustentáveis, onde a mesma, seja plastificada a fim de preservação
no tempo da mesma. Os alunos deverão também buscar na literatura disponível na biblioteca da escola e nos
meios digitais, todas as utilidades da espécie vegetal, tanto para o homem, como ecologicamente e para fins
medicinais.
A Lei 13.666/2018 que estabeleceu a inclusão do assunto educação alimentar e nutricional nos
currículos do ensino fundamental e médio, nas disciplinas de Ciências e Biologia, respectivamente. , ajudou a
sensibilizar os docentes e discentes sobre a importância e atualidade do valor nutricional das hortaliças e
leguminosas que pretendíamos produzir de maneira orgânica (sem o uso de agrotóxicos ou produtos químicos
sintéticos) na própria escola. A Lei oportunizou novas discussões entre os docentes e discentes sobre a relevância
dos conhecimentos que estávamos adquirindo quanto à produção e consumo de alimentos (orgânicos) saudáveis.
Há vários estudos comprovando que a maioria das hortaliças é rica em substâncias que apresentam
propriedades funcionais, ou seja, têm ação benéfica para a saúde na prevenção e controle de várias doenças, como
obesidade, diabetes, câncer de cólon, úlceras e doenças coronarianas. Segundo a portaria de publicação, a nova lei
tem exatamente esses objetivos: a de reduzir a obesidade infantil, além de assegurar informações sobre alimentação
saudável para os cidadãos desde novos (BRASIL, 2018).
Nas semanas iniciais do mês de março de 2024, as atividades iniciais do projeto serão: limpeza da
área dos canteiros já existentes da horta, retirar plantas de espécies botânicas invasoras ou que estejam juntas com
outras nos canteiros e daí ocorrendo competição entre as mesmas, iniciar o plantio das sementes e mudas de novas
espécies introduzidas na horta. Os alunos durante todo esse período no primeiro semestre de 2024, faram coletas de
pneus, para reaproveitamento como novos canteiros para replantio de espécies botânicas, bem como tampinha de
refrigerante para decorar os pneus e também pintar os pneus.
A proposição da compostagem orgânica utilizando os vegetais retirados pela capinagem da área
externas da escola e o esterco de vaca conseguido numa vacaria próxima a escola foi usada na adubação das
plantas. Para o combate aos fungos foi usado o álcool a 9% uma vez ao dia e sempre no final da tarde, evitando a
exposição das folhagens das hortaliças, embebidas em vinagre, a luz solar. Para as formigas a solução apresentada
foi separar os canteiros
Os caramujos têm preferência por solos úmidos, logo foram tomadas algumas medidas para reduzir a
umidade do solo como por exemplo, cobrir os canteiros com telhas transparentes, com filtro solar, e implantar os
reservatórios para a coleta de água da chuva. Estas medidas foram usadas como estratégia exitosa para redução na
população de caramujos, porém a equipe propôs que no período de chuvas intensas se fizesse uma ou duas vezes
por mês uma ação de catação doas caramujos, principalmente após os dias mais chuvosos.
Para esta ação foi necessário a aquisição de luvas de látex, máscaras e sacos plásticos para a proteção
dos agentes envolvidos. Para a eliminação dos caramujos capturados foi realizada a abertura de covas de 30 cm de
diâmetro por 45 cm de profundidade para queimar e enterrar os mesmos. Esta solução foi apresentada pelo
engenheiro agrônomo da Emater-Pa em uma das formações com os docentes. Durante todo o processo de
realização do projeto, buscamos orientação sobre o tema da horta e passamos a reconhecer essa atividade de
cultivo de hortaliças como um recurso didático, um laboratório vivo incluído na escola. Neste sentido, observamos
uma melhoria no trabalho pedagógico em decorrência de atividades práticas realizadas no contexto da horta, por
meio de um ensino prazeroso e envolvente no que demostra o envolvimento coletivo de discentes e docentes na
realização das atividades propostas.

4. AVALIAÇÃO DO PROJETO

Para culminância do projeto da UC68, os alunos apresentarão através de fotos em um Blogger ou

no INSTAGRAM criado pelas turmas da EEMTI Liceu do conjunto Ceará ( LCC na rede ) todas as placas de

identificação taxonômica das plantas presentes na horta, bem como elaborarão um minisseminário para

apresentar em sala, todas as propriedades medicinais das espécies estudadas durante a execução do projeto,

bem como sua importância econômica e ecológica. Também será preparado um banner como todo o projeto

ilustrado e resultados relevantes do mesmo e sendo fixado na escola. A nota final desse projeto servirá para

avaliação da disciplina de projeto integrador.

5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. Lei 9.394 de 20/12/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília-DF: Ministério da Educação. 1997.
BRASIL. Lei nº 13.666, de 16 de maio de 2018. Diário oficial da União, Brasília, DF, página 1 da seção 1 de
17 de maio de 2018.
MACHADO, A.T.; MACHADO, C.T.T. Agricultura Urbana. Documentos. Planaltina, DF: Embrapa
Cerrados, 2002.
MORGADO, F; S. A Horta Escolar na Educação Ambiental e Alimentar: Experiência do Projeto Horta
Viva nas Escolas Municipais de Florianópolis, 2008. Disponível em: <http://www. extensio.ufsc.br/20081/A-
hortaescolar.pdf> Acesso em: 20 Set. 2023.
TAVARES, B.V. et al. Os desafios na implantação de um projeto de horta escolar. Ouro Preto (MG): XXI
Seminário de Iniciação Científica da UFOP, s/n, p. 1-9, 2014.

Você também pode gostar