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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Faculdade de Educação/FAED
Curso de Pedagogia

PRÁTICA DE ENSINO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Dálety Cantini Wengrat


Eduarda Gomes Araujo
Ligia Campos Duarte
Samira Danieli Lopes Pazeto

CAMPO GRANDE - MS
20/10/2023

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Pesquisas de escolas e professores que utilizam da pedagogia de projetos ou
projetos de ensino e aprendizagem (trabalho em grupo):

1. A Pedagogia de Projetos no Ensino de Química - O Caminho das Águas na


Região Metropolitana do Recife: dos Mananciais ao Reaproveitamento dos Esgotos

Um trabalho de Petronildo Bezarra da Silva, Vilma Sobral Bezerra, Ailton Grego e


Lúcia Helena Aguiar de Souza desenvolvido em uma turma de 3º Ano do Ensino Médio
em uma escola pública em Recife. Nesse projeto, foi utilizado a pedagogia de projetos
para desenvolver o tema "água", a ideia e os objetivos dos professores era de incentivar a
participação ativa dos alunos nas atividades. Os objetivos destacados pelos professores
são:

1- Utilizar informações técnicas para subsidiar o conhecimento dos diversos


aspectos necessários á compreensão do tema;
2- Trabalhar o tema para sensibilizar a comunidade estudantil para a importância
da preservação de recursos hídricos com enfoque na educação ambiental;
3- Usar o contexto dos sistemas de tratamento das águas de abastecimento e das
águas residuárias para ensinar conceitos químicos de formas integrada á estrutura
cognitiva dos alunos e á sua realidade;
4 - Conhecer os caminhos percorridos pelas águas na região metropolitana do
Recife, dos mananciais á reutilização dessa água na agricultura e nas diversas
atividades industriais;
5- Perceber a importância e as conseqüências da intervenção humana em seus
aspectos sociais, econônimos, tecnológicos. histórico e, nos processos naturais, do
ciclo hidrológico. (Silva, Bezerra, Grego e Souza, p.15, 2008)

Tabela de conteúdos e mapa conceitual de organização dos conceitos gerais até os


mais específicos.

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A dinâmica do projeto foi construída através de atividades de leitura, atividades de
campo, e atividades de laboratório. Nessa última, os alunos fazem observações em grupo
e em seguida discutem com toda a turma as observações que foram feitas.

Deve ser salientado que o estudo do conteúdo e todas as atividades propostas


para a turma não se esgotavam na finalização de cada etapa. Para as aulas
subseqüentes, foram propostos mais discussões, desafios, pesquisas, exercícios
no intuito de envolver a turma no questionamento das suas idéias prévias e
construção das novas idéias científicas. (Silva, Bezerra, Grego e Souza, p.17,
2008)

Pode- se notar que através dos resultados e discussões em sala, os alunos tem
mais interesse nas aulas de química (que por vezes não é tão atrativa para toda a turma).
O relato do professor, inclusive, demonstra que com o decorrer do projeto os alunos vão
adquirindo melhor comportamento, interesse e motivação para aprender. Mesmo aqueles
alunos que não se interessam pela matéria, acabam por demonstrar um "grande potencial
de articular suas ideias prévias com conteúdos científicos propostos." (Silva, Bezerra,
Grego e Souza, p. 17, 2008).

2. Utilizando a pedagogia de projetos para despertar o interesse da ciência em


alunos do Ensino Fundamental II - Plantando, estudando e acompanhando o
desenvolvimento de “Ervas Medicinais”

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Antes de permitir que os alunos escolhessem um tema, foi realizada uma discussão
com o objetivo de entender suas preferências em relação aos projetos. Durante essa
discussão, o docente apresentou os tópicos que seriam abordados ao longo do ano letivo.
Dado que a escola dispunha de um amplo espaço que poderia ser aproveitado em aulas,
o professor sugeriu que o tema a ser trabalhado envolvesse o reino vegetal.
Tendo em vista que a comunidade da região de Serra Negra tem uma tradição de
usar conhecimentos populares sobre ervas medicinais, transmitidos de geração em
geração, os alunos, em acordo com o professor, escolheram "ervas medicinais" como o
tema de seu projeto.
Nesse projeto, 25 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental II da Escola Básica
Reino, localizada em Serra Negra, São Paulo, participaram. A fim de avaliar o interesse
pela ciência, empregaram-se métodos comuns em pesquisa qualitativa, como observação
e análise da produção dos alunos, incluindo relatórios e atividades. Na abordagem, os
alunos se concentraram no tema de ervas medicinais, e os projetos foram divididos em
dois estágios: o primeiro consistiu em uma investigação junto aos membros da
comunidade e uma pesquisa bibliográfica, enquanto o segundo envolveu a fase
experimental, na qual eles foram convidados a criar uma horta com as ervas medicinais,
bem como outras plantas frutíferas que trouxeram durante o projeto e o objetivo de criar
essa horta foi de, segundo Amaral e Guerra (2012):

[...] levá-los a compreensão de valores éticos para a preservação ambiental. Além


disso, a horta é um ambiente onde podem ser abordados vários conteúdos
curriculares de forma contextualizada e promove vivências que resgata valores
indispensáveis para a formação da cidadania. Nesse ambiente, as aulas de
ciências ocorreram aliando teoria e prática e possibilitou trabalhar, além do estudo
da planta em si (desenvolvimento, partes da planta, etc), abordagens relativas à
saúde, nutrição e aos hábitos alimentares das crianças, bem como vários conceitos
escolares de ciências [...] (Amaral e Guerra, p. 2-3, 2012)

Para iniciar o projeto dos alunos, foi conduzida uma pesquisa na comunidade rural
e urbana para identificar quais ervas medicinais eram conhecidas e utilizadas, assim como
suas aplicações. Além disso, realizaram a mesma pesquisa com profissionais da área de
saúde, como médicos e nutricionistas, para comparar dados populares com informações
científicas. Após apresentar os resultados dessa pesquisa em sala de aula, os alunos, em
grupos, escolheram uma ou mais ervas medicinais e conduziram pesquisas bibliográficas
sobre elas. Para orientar os alunos, forneceram perguntas, como os nomes científicos e
populares das ervas, sua origem, uso cotidiano, técnicas de colheita e as ervas mais
cultivadas na região.
Os grupos levaram mudas ou sementes das ervas escolhidas, além de mudas de
plantas frutíferas, e as plantaram em uma estufa construída pela escola, com um sistema
de irrigação que captava água da chuva. Os alunos acompanharam o crescimento das
plantas e fizeram relatórios descrevendo o processo, o que contribuiu para melhorar suas
habilidades de escrita e gramática. Para lidar com pragas, os alunos aprenderam a criar
pulverizadores naturais, como o extrato de cebola, e discutiram os perigos dos agrotóxicos
para a saúde. Eles também visitaram uma fazenda de agricultura orgânica em Serra
Negra para obter informações sobre o cultivo de suas plantas, prevenção de pragas e
colheita.

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Durante as visitas, discutiram tópicos relacionados à agricultura orgânica, como a
preparação do solo, o custo de produção e consumo de produtos orgânicos, cultivo em
estufas e muito mais. Após o acompanhamento do crescimento das plantas, os alunos
colheram suas ervas e as levaram ao laboratório para a preparação de produtos à base de
ervas.
Para a colheita, os alunos aplicaram técnicas específicas aprendidas durante suas
visitas à fazenda, visando maximizar as propriedades das plantas, de acordo com a parte
da planta que estava sendo colhida: folhas (antes da floração), flores (no início da
floração), frutos (durante a maturação natural) e raízes (durante o inverno). As plantas
eram colhidas nas primeiras horas do dia ou no final da tarde.
Para extrair os princípios ativos das plantas, os alunos empregaram o processo de
destilação. Os destilados resultantes foram usados na preparação de pomadas, perfumes,
sabonetes, vinagres aromáticos, essências, sais de banho, indicadores ácido-base, tintas
e colas. Plantas danificadas por insetos, manchadas ou contaminadas por fungos não
eram descartadas imediatamente. Em vez disso, os alunos as utilizavam para criar uma
caixa de compostagem, na qual estudavam o processo de decomposição e produção de
adubo orgânico. Esse adubo orgânico, por sua vez, era usado para fertilizar os canteiros e
vasos da escola.
A fim de compartilhar os resultados do projeto, realizou-se uma feira de ciências.
Após a feira, os alunos foram entrevistados sobre suas atividades durante o
desenvolvimento do projeto. A maioria deles expressou entusiasmo em participar da feira,
pois isso lhes permitiu mostrar os resultados de seu projeto a seus amigos e familiares na
comunidade.

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