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AGRICULTURA ORGÂNICA

FICHA TÉCNICA

CURSO: AGRICULTURA ORGÂNICA


Material Produzido em março de 2021
Módulo 4 - Edição 01 - Modalidade Autoinstrucional - Educação a Distância: 40h

Equipe Técnica do Projeto Redação e Revisão


Angela Bárbara Tischner Angela Barbara Tischner
Diogo Souza Santos Juliana Ester Lunkes
Juliana Ester Lunkes Milena Cornelio Olivi
Milena Cornelio Olivi
Poliana Cristina Correa Validação Técnica
Ariel Scheffer da Silva
Gerente do Projeto Rodrigo Launikas Cupelli
Rolf Massao Satake Gugisch Leila de Fátima S. Alberton
Inteligência e Gestão Territorial Silvana Vitorassi
Parque Tecnológico Itaipu - PTI Sergio Angheben
Ronaldo Juliano Pavlak
Coordenador Técnico do Projeto
Rodrigo Launikas Cupelli Realização
Departamento de Proteção Ambiental Escola Internacional para Sustentabilidade
Superintendência de Gestão Ambiental Inteligência e Gestão Territorial
Diretoria de Coordenação - CD Parque Tecnológico Itaipu – PTI
Itaipu Binacional Superintendência de Gestão Ambiental
Diretoria de Coordenação - CD
Redação Itaipu Binacional
Isis de Cristo

Projeto Educacional e Projeto Gráfico


Mota Produções
Equipe Técnica do Projeto - PTI - Brasil
ESCOLA INTERNACIONAL PARA

SUSTENTABILIDADE
A Escola Internacional para Sustentabilidade (EIS) trata-se de uma iniciativa educacional
que reúne de maneira didática os conceitos, metodologias, programas e ações socioambientais
desenvolvidas por Itaipu Binacional em seu território de influência, visando promover a visão sistêmica
do território e dos processos de gestão e mobilização, contribuindo assim, para a ampliação das
redes de conhecimento sobre gestão sustentável.

Durante sua trajetória de mais de 40 anos, a Itaipu desenvolveu uma série de iniciativas com foco
na contribuição para o desenvolvimento sustentável da Região Oeste do Paraná. Foram implementadas
diversas iniciativas socioambientais que mobilizaram instituições públicas e privadas, instituições
de ensino, governanças, terceiro setor, além dos moradores locais. Desta forma, a Usina tornou-se
reconhecida mundialmente como uma empresa comprometida com boas práticas sustentáveis.

Visando atender a demanda de compartilhar todo esse conhecimento acumulado ao longo


de sua existência, a Itaipu firmou parceria com o Parque Tecnológico Itaipu - Brasil (PTI-BR) para
oferecer um amplo acervo de informações sobre gestão territorial sustentável, em consonância com
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A partir dessa cooperação, surgiu a Escola
Internacional para Sustentabilidade (EIS).

O PTI-BR é responsável pela sistematização desses conteúdos e a disponibilização no formato


de cursos multitemáticos de diferentes níveis, nos idiomas português e espanhol. Essas formações
são oferecidas para públicos distintos, nas modalidades de Ensino à Distância (EaD) e semipresencial.

Para o desenvolvimento dos cursos EaD, é utilizado o Ambiente Virtual de Aprendizagem


(AVA) do Parque Tecnológico. Além disso, a trilha de aprendizagem dos cursos conta com conteúdos
complementares disponíveis de forma pública no Youtube e no Spotify.

CONHEÇA OS CURSOS MULTITEMÁTICOS DA EIS

Geoprocessamento aplicado à
Agricultura Orgânica gestão de recursos hídricos com
softwares livres

Sistema Plantio Direto com


Gestão para Sustentabilidade Qualidade e Índice de Qualidade
Territorial - nível básico Participativo - nível intermediário

Sistema Plantio Direto -


Nível básico
GESTÃO PARA SUSTENTABILIDADE TERRITORIAL - NÍVEL BÁSICO

10 turmas Total
em português 2013 curistas
(1770 cursistas)
Incluindo representantes de todos os
estados brasileiros e Distrito Federal,
além de representantes de 17 países da
América Latina como Paraguai, Chile,
Turmas Argentina, Colômbia, Bolívia, Venezuela,
concluídas Guatemala, El Salvador, Haiti, Peru,
2020 Equador, República Dominicana,
3 turmas em Honduras, México, Costa Rica,
espanhol (243 Uruguai e Cuba.
cursistas)

Esses resultados consolidaram a atuação da Escola Internacional para Sustentabilidade na


formação de uma rede de multiplicadores de boas práticas da sustentabilidade em seus territórios,
tendo como base os cases da Itaipu como inspiração para o planejamento, desenvolvimento, execução
e monitoramento de suas ações.

Fale com a equipe EIS

eis@pti.org.br pti.org.br/eis +55 45 99121-4862


MÓDULO 4

PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO


CONVENCIONAIS - PANC
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO___________________________________________________________________________7

4.1. CONCEITUANDO PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS - PANC__________________8

A ORGÂNICA
4.1.1. Histórico das PANC______________________________________________________________10

4.2. VALORIZAÇÃO CULTURAL DA ALIMENTAÇÃO__________________________________________14


4.2.1. Versatilidade na sazonalidade dos alimentos e redução dos agroquímicos_________________17

4.3. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E A AGROECOLOGIA_________________________24

4.4. PANORAMA DAS PANC NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ_________________________________30


4.4.1. Educação Ambiental para a Sustentabilidade________________________________________30
4.4.2. Hortas Escolares no município de Marechal Cândido Rondon – PR_____________________33
4.4.3. Vitrine Tecnológica de Agroecologia - VTA__________________________________________36
4.4.4. Rede de Agroecologia Ecovida___________________________________________________38
4.4.5. Coletivo Agroecológico da Fronteira - CAF__________________________________________40

PARA REFLETIR________________________________________________________________________41

REFERÊNCIAS__________________________________________________________________________ 42

PARA SABER MAIS______________________________________________________________________46

AGRICULTUR
TURA ORGÂNICA
AGRICULTURA ORGÂNICA

INTRODUÇÃO

Talvez você já tenha ouvido falar em Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC, ou até
mesmo já provou ou faz uso delas na sua alimentação? Será que você sabe diferenciá-las no seu
cardápio? A seguir, vamos descobrir o que são Plantas Alimentícias Não Convencionais, que existem
há muito tempo e já foram muito consumidas.

Neste módulo você também entenderá porque seu consumo caiu em desuso , como tem se
recuperado e por que são importantes para nossa saúde.

A alimentação de um povo faz parte da sua cultura, e aqui vamos entender quais são os benefícios
quando incorporamos em nossos hábitos o consumo das PANC . Este conteúdo foi preparado para
que você entenda que estas plantas apresentam muitos aspectos positivos relacionados não apenas
à saúde de quem as consome, mas também para quem as produz. Aproveite esta oportunidade para
conhecer mais sobre sua versatilidade e como elas podem influenciar no desenvolvimento social e
ambiental nos locais onde são produzidas e consumidas.

Bons estudos!

Ulluptaque aut

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.1. CONCEITUANDO
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO
CONVENCIONAIS - PANC

Flickr
Se você ainda está se perguntando o que são, afinal, as PANC, podemos lhe apresentar o
conceito de Kinupp (2007): as PANC são aquelas que não fazem parte do nosso dia a dia nem
estão à venda em quantidade e regularidade suficiente em supermercados, mercados ou feiras. O
termo é bastante genérico, incluindo as plantas nativas, exóticas ou introduzidas, plantas cultivadas,
espontâneas, e as hortaliças tradicionais, que são utilizadas na tradição culinária de certas regiões
do Brasil.

Outra forma de apresentar o conceito de PANC é de acordo com Instituto Kairós (2017) o qual
define o termo Plantas Alimentícias, como plantas usadas na alimentação, como verduras, hortaliças
frutas, castanhas, cereais e até mesmo condimentos e corantes naturais, enquanto que o termo Não
Convencionais corresponde àquelas que não são produzidas ou comercializadas em grande escala,
cujo cultivo e uso pode cair no esquecimento.

Antes, nossa alimentação era feita a partir do que estava à disposição na natureza, então era
possível aproveitar melhor a diversidade de plantas, o que ainda hoje ocorre em algumas comunidades
indígenas e tradicionais, normalmente as mais afastadas de grandes centros urbanos, o que não
ocorre mais nos dias de hoje, devido às grandes mudanças dos hábitos alimentares da população,
por isso o termo “Não Convencionais”.

As PANC não são facilmente encontradas em supermercados e geralmente são consideradas


“mato”, “ervas daninhas” ou “invasoras”, porque algumas crescem espontaneamente junto com
plantas que cultivamos ou em vasos, calçadas e terrenos baldios (ECYCLE, 2020).

Algumas PANC são chamadas de hortaliças tradicionais, que é uma referência ao seu cultivo
associado às populações tradicionais, sendo que esta associação e a tradição culinária regional, é
uma forma de valorizar a questão cultural agregada a essas espécies (MADEIRA et al, 2013).

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Flickr
Então, a partir das definições apresentadas, podemos entender que as PANC são plantas comuns,
simples, resistentes e que estão disponíveis em grande maioria pelas ruas e quintais das casas, pelas
calçadas. No entanto, por trás desta simplicidade, se escondem espécies de grande valor nutritivo.

Segundo o Brasil (2014), cerca de 10% da biodiversidade vegetal de qualquer bioma é formada
por plantas comestíveis. Isso significa que das cerca de 300 mil espécies de plantas conhecidas no
mundo, cerca de 30 mil servem como alimento.

O que podemos perceber é que há grande variedade de opções alimentares que ainda não são
aproveitadas e, neste sentido, existe um movimento acentuado na promoção do consumo destes alimentos.

Saiba mais

Acesse o link e veja a explicação do conceito de PANC,


feita pelo pesquisador Nuno Madeira, da EMBRAPA Hortaliças
e também sobre o projeto mantido pela instituição, de resgate
e valorização destas espécies não convencionais.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.1.1. Histórico das PANC


A partir do conceito de PANC, podemos considerar que elas já fazem parte da nossa história
há muito tempo e, segundo Castro (2019), algumas espécies já eram consumidas mesmo antes do
descobrimento do Brasil, como é o caso da araruta (Maranta arundinacea), utilizada pelos indígenas.

Flickr
Um dos primeiros registros da base alimentar brasileira aparece retratado na carta de Pero Vaz
de Caminha, na qual é descrita a alimentação dos povos indígenas que habitavam há milênios este
território, e tem como referência a mandioca - “nem comem senão desse ‘inhame’ que aqui há
muito...”. Na realidade, o “inhame” a que Caminha se referia era a mandioca (Manihot esculenta),
ainda desconhecida pelos colonizadores europeus (MADEIRA et al, 2013. p. 20).

Outras hortaliças também faziam parte da alimentação indígena como batata-doce, alguns
tipos de cará, abóboras, taiobas e mangaritos, cubiu, araruta, bem como amendoim, muitas frutas,
além de uma enorme gama de alimentos coletados nos campos ou florestas. Então, os portugueses,
durante o período das grandes navegações (séculos XV a XVII), tiveram papel fundamental no
intercâmbio de plantas entre o Brasil e a Europa. Neste contexto, algumas hortaliças passaram a
ter grande importância na formação da base alimentar e cultural brasileira, inclusive aquelas trazidas
pelos escravizados pelos europeus, vindos do continente africano. Por exemplo, o quiabo, maxixe,
inhame (cará) e vinagreira, e pimenta-do-reino e inhame, originários da Ásia, e de couve e repolho,
originários da Europa (MADEIRA et al, 2013).

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Há ainda algumas espécies, como a cenoura e a cebola, que foram trazidas para o Brasil por
colonos portugueses, já em um segundo ciclo migratório, visto que foram introduzidas da Ásia para a
Península Ibérica séculos antes pelos mouros. Portanto, as espécies que compõem as PANC sempre
estiveram presentes em nossa história, algumas pelos quintais, outras dispersas no meio do mato,
e diversas delas utilizadas em pratos regionais (MADEIRA et al, 2013).

Santa Catarina (2020)


Plantas alimentícias não convencionais.

Nossos antepassados se alimentavam das frutas da época, sementes e folhas que apareciam
no caminho e eventualmente conseguiam caçar algum outro animal. Ao longo de dez mil anos
pra cá, quando surgiu a agricultura, essa organização mudou, principalmente a partir da agricultura
convencional (DELIA, 2017).

Desde o início da nossa história, utilizamos plantas em nossa alimentação, e até a revolução
que ocorreu na agricultura, proveniente da revolução verde, como foi abordado no Módulo 2, quando
muitas mudanças começaram a ocorrer nos hábitos alimentares da população brasileira, e a grande
maioria das espécies vegetais que eram consumidas, caíram em desuso.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Desta alimentação faziam parte o que chamamos de hortaliças tradicionais que, de acordo
com Nuno Madeira, pesquisador da EMBRAPA Hortaliças, estão ligadas a tradição específica de
determinadas regiões do Brasil, como por exemplo o jambu e a chicória do Pará, na culinária do
norte, a vinagreira, no Maranhão e a ora-pró-nobis, em Minas Gerais e Goiás. Mas também estavam
inclusas as plantas que eram simplesmente coletadas, chamadas de plantas espontâneas, como o
dente de leão e a azedinha, que nascem naturalmente nos quintais, calçadas e terrenos baldios.

Pixabay
Plantas alimentícias Dente de Leão.

A partir de um estudo realizado pelo pesquisador Valdely Ferreira Kinupp, Plantas Alimentícias
Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS, pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, publicado no ano de 2007, passou-se a utilizar o termo que hoje é amplamente
utilizado o termo, Plantas Alimentícias Não Convencionais, que engloba todas essas categorias de
plantas alimentícias, que até então estavam à margem da alimentação padrão dos brasileiros.

Algumas espécies de PANC são chamadas de naturalizadas, resultado do forte intercâmbio


genético que ocorreu no processo histórico de formação do Brasil e da plena adaptação ao solo e
clima em algumas regiões do Brasil (BRASIL, 2014), como por exemplo o cará (Dioscorea sp), que
foi introduzido no Brasil, a partir da colonização dos português e dos escravos trazidos por eles, e
hoje está amplamente distribuído e difundido em muitas regiões do Brasil.

Madeira et al (2013) ainda destaca que essa integração cultural brasileira, refletida na
questão alimentar, que foi miscigenada mais intensamente a partir da chegada dos colonizadores
e incorporada à nossa cultura corre o risco de ser perdida ou drasticamente reduzida devido

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AGRICULTURA ORGÂNICA

às transformações da sociedade e ao desuso de plantas anteriormente conhecidas e utilizadas,


substituídas por outros alimentos com cadeias produtivas estabelecidas em larga escala e,
principalmente, por alimentos industrializados.

Hoje temos uma vasta quantidade de alimentos processados e ultraprocessados à disposição,


além do domínio de espécies de frutas, legumes, verduras e cereais, cujo padrão de produção é
sempre o mesmo, assim agricultores plantam, colhem e vendem aos consumidores, todos dentro
do mesmo padrão alimentar.

Antes, a araruta, uma planta originária da América do Sul, era utilizada para produzir uma fécula,
que segundo o Brasil (2010), era comumente utilizada na alimentação durante a primeira infância,
hoje nem se escuta mais sobre ela.

No ano de 2017, a EMBRAPA Hortaliças promoveu o I Encontro Nacional de Hortaliças Não


Convencionais (I HortPANC). Este evento representou importante passo no sentido de estender o
trabalho de preservação das hortaliças PANC, dada a importância do tema, que além de divulgar e
promover as PANC.

EMBRAPA

O encontro teve como um dos seus objetivos, discutir uma das estratégias adotadas pela
EMBRAPA e outras instituições envolvidas, que é manutenção de bancos comunitários para
atuarem como bancos locais de multiplicação de sementes e mudas, salvaguardando assim
estas espécies (MACEDO, 2017).

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.2. VALORIZAÇÃO CULTURAL


DA ALIMENTAÇÃO

Flirck
Sabemos que em cada região do nosso país, existem diferentes hábitos alimentares, que se formaram
ao longo da história, de acordo com características relacionadas com clima, relevo, desenvolvimento de
colônias de imigrantes, influências indígenas, de comunidades tradicionais, entre outras.

Para Marques (2020) a alimentação é uma das necessidades mais básicas e primordiais do
ser humano, assim no desenvolvimento cultural dos povos, o elemento alimentação também faz
parte da cultural local e regional, e hoje podemos perceber isso a partir de festivais gastronômicos,
festas típicas, turismo gastronômico. Assim podemos afirmar que existe um movimento em direção
à percepção da alimentação como elemento formador de cultura em cada comunidade, que está
sendo despertado nos consumidores.

Marques (2020) afirma que esta cultura transpassa o dia-a-dia de toda a sociedade, e a molda,
evoluindo de forma conjunta, e neste sentido, a alimentação está incorporada na cultura de um povo,
de uma comunidade.

As PANC fazem parte da cultura de cada região do nosso país, que por algum tempo foi deixada
de lado por grande parte da população, resistindo apenas nas comunidades tradicionais, devido a
fatores da globalização alimentar, que está sendo resgatada e retomando seu espaço ao longo dos
últimos anos.

Assim, as práticas alimentares, seus insumos e as preparações são representantes da cultura


de um povo, sendo consequência de diversos fatores que influenciam essas comunidades, como
ambientais, históricos, religiosos e econômicos, que levam a alimentação a se tornar, parte de uma
identidade cultural de cada povo, como ocorre por exemplo, nas festas populares e festivais, sempre
permeados por comidas locais (MARQUES, 2020)

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Crespo (2013)
Arroz de Arado, prato típico de Minas Gerais, utilizando taioba.

Santos (2005) ainda destaca, que o peso do valor cultural das PANC, aponta para a necessidade
de preservação, inerente a qualquer patrimônio material ou imaterial de valor histórico, para servir de
base para a construção de conhecimento e continuidade destes saberes.

Ainda, Brasil (2010) afirma que a alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, mas também
aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes, como alimentos são combinados entre si e
preparados, agregados às características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das
práticas alimentares, e que todos esses aspectos influenciam a saúde e, o bem-estar dos consumidores.

Neste sentido, a utilização das PANC traz diversos pontos positivos, que segundo EMBRAPA
(2020), podemos destacar:

a valorização cultural da alimentação local,

alternativa saudável para alimentação das pessoas e

valorização dos pequenos agricultores, já que o cultivo das PANC no Brasil é feito
predominantemente pela agricultura familiar, muitos deles caracterizados como populações tradicionais,
cujo conhecimento sobre o cultivo e consumo dessas plantas é passado de geração a geração.

Schirmann et al. (2017) afirmam que a agricultura orgânica proveniente da agricultura familiar,
representa uma atividade diversificada de produção e uma estratégia para promover o desenvolvimento
econômico e social das propriedades agregando valor aos seus produtos, representando assim, uma forma
de desenvolvimento econômico para quem produz e em consequência para a região onde tem seu cultivo.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Ainda, o Instituto Kairós (2017), destaca que adicionar o cultivo das PANC, as produção já
desenvolvidas, como ocorre na agricultura familiar, ajudam a aproveitar áreas antes improdutivas,
aumentando a oferta de alimentos com qualidade ao longo do ano, gerando mais renda a estas famílias.

Assim, destacamos o importante papel da agricultura familiar, dentro do atual cenário de


ressurgimento e revalorização das PANC, uma vez que estes atores são detentores de conhecimentos
de cultivo, uso e benefícios, contribuem para a divulgação e restabelecimento do consumo destas
plantas, contribuindo com o fortalecimento da atividade econômica no meio rural e disponibilização
de uma maior variedade de alimentos a população, isso sem contar ainda com os diversos benefícios
ambientais, que você já estudou no módulo 2.

Fickr

Então o que podemos perceber, é que incluir as PANC em nossa alimentação, promove o
resgate e fortalecimento cultural destas plantas, agregando história a nossa alimentação e fortalecendo
o vínculo histórico cultural dos pequenos agricultores.

E é também um trabalho de resgate, que segundo Brasil (2010) é fundamental para que se
evite o processo de extinção hoje verificado em algumas destas plantas, destacando que quando
uma planta destas some, também somem parte da tradição, cultura e herança de nossos pais e avós.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Saiba mais

Para entender mais sobre as PANC, acesse o


Guia Prático de PANC – Plantas Alimentícias
Não Convencionais, elaborado pelo Instituto
Kairós, ele apresenta uma breve explicação e
quais são as partes comestíveis de mais de
40 plantas. Instituto Kairós
São Paulo
2017
1

Para localizar feiras de produtos orgânicos e conhecer receitas


utilizando PANC, acesse o site Mapa de Feiras Orgânicas, que
é uma ferramenta de busca, idealizada pelo Instituto Brasileiro
de Defesa ao Consumidor – IDEC, com o objetivo de estimular
a alimentação saudável em todo o Brasil e mostrar que os
produtos orgânicos podem ser mais acessíveis.

Acesse o link aqui.

4.2.1. Versatilidade na sazonalidade dos alimentos e redução dos


agroquímicos
Agora que já abordamos os aspectos culturais e a valorização das PANC, vamos estudar a
versatilidade destas espécies e seus diversos benefícios.

A versatilidade das PANC é um fator que destaca sua importância, primeiramente existe uma
enorme variedade de espécies, podem ser preparadas e incluídas em nossa alimentação de diversas
formas, são muito fáceis de serem cultivadas, apresentam significativo valor nutricional, e apresentam
características nutracêuticas1.

1 De acordo com Moraes (2006), nutracêutico é um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios
médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Por exemplo, a goiaba-do-mato (Acca sellowiana) conhecida também como feijoa ou goiaba
serrana é uma espécie nativa no sul do Brasil que possui propriedades nutricionais de extrema
relevância, pois segundo Amarante (2011), este fruto apresenta substâncias antibactericidas,
antioxidantes e anti alérgicas, e ainda apresenta flavonóides, que auxiliam na atividade imunológica.

Santa Catarina (2020)


Árvore da goiaba-do mato, com seus frutos.

Santa Catarina (2020)

Fruto da goiaba do mato.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

As PANC são altamente adaptadas a diferentes ambientes e climas e, nascendo sozinhas, não
precisam necessariamente ser cultivadas, e sim mantidas e manejadas (KELEN, 2015).

A adaptação ao ambiente e a variabilidade genética das plantas espontâneas proporcionam


maior rusticidade a estas espécies, contribuindo para a concentração de altos teores de minerais
(FONSECA, 2018).

Devido a enorme variedade de espécies, as PANC, podem ser consumidas ao longo de todo o
ano, pois existem plantas que produzem em certos períodos do ano, as sazonais e as que produzem
o ano todo, sendo este um dos motivos que levam as PANC, a serem consideradas uma excelente
alternativa de complementação alimentar.

Segundo Pollan e Figueiredo (2007), mais de dois terços das calorias consumidas diariamente
vêm de apenas quatro vegetais cultivados em escala mundial e vinculados aos grandes impérios
alimentares: milho, soja, trigo e arroz, que segundo Kelen (2015), representam mais de 50% das
calorias que consumimos no mundo, e afirma ainda que 90% dos alimentos consumidos vêm de
somente 20 tipos de plantas.

Nós consumimos apenas cerca de cem espécies diferentes por ano, em média dez espécies
por dia, ou seja, temos uma alimentação bem restrita, quando falamos em variedade de nutrientes,
no entanto poderíamos estar utilizando a grande biodiversidade disponível, já que temos uma oferta
potencial de alimentos de pelo menos 30 mil plantas diferentes (KELEN, 2015).

O modelo sistema agroalimentar acima citado, segundo Tassi


(2020), está voltado para o monocultivo destas espécies. A pesquisadora
Vandana Shiva, bacharel em física e Ph.D. em filosofia, chamou a
atenção ao publicar o livro, “Monoculturas da Mente”, que apresenta a
realidade de seu país, a Índia, onde as matas nativas foram substituídas
por monoculturas de eucaliptos e espécies geneticamente modificadas
para a agricultura, por acreditarem serem espécies mais importantes que
as de ocorrência natural, neste sentido a autora traça um paralelo entre
as monoculturas plantadas e a mente do ser humano, invocando o leitor
a refletir sobre o assunto.

Assim, a partir de uma reflexão mais profunda quanto ao estilo de cultivo e consumo imposto
e atualmente mais praticado, temos uma importante mudança que vem crescendo dia a dia, com a
implementação de sistemas alternativos de agricultura, representados principalmente pelas atividades
da agricultura familiar, como você já estudou no módulo 2.

Neste sentido, as PANC somam forças a este movimento de mudanças que vem ocorrendo em
nossos comportamentos alimentares, pela busca de alternativas mais saudáveis e ambientalmente
corretas, diante dos inúmeros benefícios que elas apresentam.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Dentre as espécies de PANC temos opções medicinais, que também fazem parte da nossa
história, e gradativamente têm sido menos utilizadas, frente às diversas opções de drogas oferecidas
pela indústria farmacêutica, porém estas espécies têm grande potencial e estão sendo resgatadas,
diante da mudança de comportamento de consumo consciente da população. O quadro 1 apresenta
algumas PANC, alguns de seus nutrientes e suas potencialidades medicinais.

Apresentação de algumas espécies de PANC, relacionando alguns de seus


valores nutricionais e medicinais, já identificados pela ciência.

Ora Pro Nobis (Pereskia aculeata)

Altos teores de proteínas e fibras, com teor de ferro,


superior ao apresentado pela beterraba, couve manteiga
refogada, fígado bovino grelhado, e vários tipos de feijões crus
(FERNANDES, 2019);

Agostini-Costa et al. (2012 apud FERNANDES, 2019)


cita quantidade considerável de carotenoides presentes nas
folhas, que podem prevenir e inibir certos tipos de câncer;

Para Uenojo et al. (2007 apud FERNANDES, 2019)

MFRuraL (2020)
tem potencial antioxidante, efeitos na resposta imune e na
comunicação intracelular, apresentando também benefícios
contra doenças relacionadas ao envelhecimento.

Beldroega (Portulaca oleracea)

Apresenta ômega 3, que normalmente, não é encontrado


em plantas, e é essencial para o aprimoramento da função
imunológica, para prevenção e tratamento da hipertensão
arterial coronariana, câncer e outras doenças inflamatórias
e distúrbios autoimunes (SIMOPOULOS et al., 2005 apud
FERNANDES, 2019);

Possui vitamina A, um antioxidante que desempenha


papel importante na visão, mantém a saúde das membranas
GreenMe (2020

mucosas e protege a cavidade oral contra câncer (ZHOU et


al., 2014 apud FERNANDES, 2019);

É uma fonte de ferro, e pode amenizar a anemia ferropriva (OLIVEIRA et al., 2019 apud
FERNANDES, 2019);

Yang et al. (2012), cita presença de inibidores AChE, que são empregados como um tratamento
promissor para a doença de Alzheimer, podendo esta planta ser alternativa natural e efetiva na
profilaxia e tratamento do Alzheimer.
20
AGRICULTURA ORGÂNICA

Caruru (Amaranthus sp.)

Lemos et al. (2012 apud FERNANDES, 2019) diz


que pelo fato do caruru ser um pseudocereal, ele pode
ser utilizado em produtos alimentícios para aumentar o
fornecimento de nutrientes que são ausentes em dietas
celíacas;

Viana et al. (2015 apud FERNANDES, 2019) ainda relata


em seus estudos a presença de micro e macro nutrientes

Santa Catarina (2020)


na planta: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,
enxofre, ferro, manganês, cobre, zinco e boro.

Vinagreira ou Hibisco (Hibiscus sabdariffa)

É comumente utilizada na medicina tradicional porque


possui propriedades bioativas, propriedades antitumorais,
anti-inflamatórias, antioxidantes e antibacterianas (MEHDI
et al., 2013 apud FERNANDES, 2019);

Formagio et al. (2015 apud FERNANDES, 2019) em


estudos avaliando a atividade de estrados de vinagreira
contra linhas de câncer humano, e seus resultados
EMBRAPA (2020)

demonstraram que o extrato metanólico de cálices da planta


possui atividade contra uma linha de leucemia e inibem a
proliferação de células HeLa.

Major-Gomes (Talinum
paniculatum)

É utilizado na medicina popular


para tratar úlceras, problemas
gastrointestinais,feridas e infecções
de pele (DOS REIS et al., 2015 apud
FERNANDES, 2019).
EMBRAPA (2020)

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Dente-de-Leão (Taraxacum officinale)

Na medicina popular o Dente-de-Leão é


empregado como laxante, diurético, agente
antirreumático e hipoglicêmico, sendo também
capaz de aumentar a produção e a excreção das
secreções biliares facilitando assim a digestão dos
alimentos com elevado teor de gorduras (LIMA,
2011 apud FERNANDES, 2019).

Legnaioli(2020)

Azedinha (Rumex acetosa)

Apresenta altos valores de B-caroteno


(VIANA et al., 2015 apud FERNANDES,
2019), que é chamado de pró-vitamina
A, associado à proteção contra doenças
cardiovasculares (CARVALHO et al., 2006
apud FERNANDES, 2019).

EMBRAPA (2020)
Adaptado de Fernandes (2019).

Fernandes (2019) realizou uma pesquisa bibliográfica, com pesquisas que abordavam o assunto
“Potencial nutritivo e terapêutico de plantas alimentícias não convencionais (PANC)”, tema da sua
pesquisa, após análise, concluiu que as PANC possuem ações antioxidantes, anti-inflamatórias e
antitumorais, conferindo a elas um grande potencial terapêutico, e que apresentam também alto teor
de proteínas, fibras e ferro, fazendo dessas hortaliças uma alternativa para dietas mais balanceadas.

22
AGRICULTURA ORGÂNICA

Saiba mais

Assista ao vídeo “Plantas Medicinais e PANC”, produzido pela


Escola Internacional para a Sustentabilidade, e conta com o
depoimento da Engenheira Agrônoma Liziane Kadine, e do
Técnico em Agropecuária Ronaldo Juliano Pavlak, ambos da
Itaipu Binacional.

Se você tem interesse em saber mais sobre o teor de nutrientes


e propriedades medicinais, acesse o e-book “Conheça as PANCS
– Plantas Alimentícias Não Convencionais’’, elaborado pelo Dr.
Victor Sorrentino, ele apresenta 5 espécies, porém com foco nos
benefícios que as plantas oferecem aos consumidores.

Alimentos Regionais Brasileiros, é um livro lançado pelo


Ministério da Saúde, nele você encontrará uma série de espécies
agrupadas por região, com o objetivo de divulgar a imensa
variedade de frutas, hortaliças, tubérculos e leguminosas brasileiras.
São apresentadas características, uso culinário, curiosidades, e
ainda apresenta uma análise nutricional de cada planta.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.3. SEGURANÇA ALIMENTAR


E NUTRICIONAL E A
AGROECOLOGIA

Flickr
Outro destaque das PANC, é que com sua produção e consumo, contribui para se alcançar a
segurança alimentar e nutricional da nossa população.

A Lei Nº 11.346, de 15 de Setembro de 2006, define segurança


alimentar e nutricional: “consiste na realização do direito de todos ao acesso
regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base
práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural

Freepik
e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.

A segurança alimentar e nutricional é um assunto muito discutido atualmente, levando em


consideração a qualidade da alimentação disponível, conforme você já estudou no módulo 2, onde
temos uma porcentagem considerável de produtos contaminados com agrotóxicos, sem contar a
quantidade de alimentos processados e ultraprocessados a disposição, ofertando uma facilidade no
momento da preparação e consumo das refeições diárias.

Você pode produzir PANC em casa se tiver interesse, em pequenos vasos ou em uma horta, até
mesmo no seu jardim, elas também podem ser produzidas em hortas comunitárias e/ou escolares,
mas existe uma alternativa, quando não se pode cultivar em casa, que é a aquisição em feiras, através
da comercialização que é realizada pela agricultura familiar, que você já estudou no módulo 2.

A imagem a seguir apresenta um exemplo de uma horta com cultivo de PANC, que pode ser
feita em casa, condomínio, escola ou comunidade.

24
AGRICULTURA ORGÂNICA

Alimentação em Foco (2018)


Exemplo de uma horta de PANC.

Para alcançar a conquista da segurança alimentar e nutricional, é necessária a diversificação de


cultivos e criações na propriedade, ou seja, significa que temos que ter à disposição para o consumo
várias espécies vegetais destinadas à produção de grãos, hortaliças e frutas.

A diversificação dos cultivos, pode ser realizada de três formas: consórcios, rotações de culturas
ou pelo sistema agroflorestal, que serão descritas a seguir.

O consórcio de culturas corresponde ao plantio de dois ou mais tipos de culturas agrícolas


ao mesmo tempo, na mesma área, onde uma tenha raízes bem diferentes da outra. São alguns
exemplos de combinações: mandioca com feijão, milho e hortaliças; milho com arroz e feijão; milho
com feijão e abóbora; café com feijão e amendoim; alface com cenoura e cebolinha, por exemplo.

Campos (2018)

Exemplo de consórcio de culturas em uma horta.

25
AGRICULTURA ORGÂNICA

Procafé (2020)
Exemplo de consórcio entre as culturas de café e de feijão.

Já a rotação de culturas é uma forma de diversificação em que se cultiva pequenas porções


de terras com as diferentes culturas de interesse alimentar, onde determinada espécie vegetal não é
cultivada na mesma área seguidamente. Exemplo: onde se cultivou milho, na sequência é cultivada outra
espécie vegetal de família diferente. O ideal é que a cultura seja plantada na mesma área novamente
após dois anos, pelo menos, conforme apresentado na imagem a seguir (PADOVAN et al, 2014).

SOJA PASTAGEM

ALGODÃO SOJA

Exemplo de rotação de culturas realizada em uma mesma área, com alternância entre algodão, soja, pastagem e soja.
Hendler (2019).

26
AGRICULTURA ORGÂNICA

A opção mais interessante e benéfica ao meio ambiente, é o sistema agroflorestal, que


compreende arranjos de espécies vegetais consorciadas com espécies de arbustos e árvores,
preferencialmente as nativas.

De acordo com Padovan (2018) este sistema apresenta alguns princípios, dos quais se
destacam, o privilégio a processos naturais como o aumento contínuo da biodiversidade, ciclagem
de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, produção local de materiais orgânicos para o solo,
equilíbrio biológico, entre outros. Quando necessária a utilização de insumos externos, optam-se por
fertilizantes e defensivos naturais ou orgânicos, ou seja, livres de agrotóxicos.

Ranieri (2018) afirma que em um espaço de 1m², por exemplo, de um canteiro com consórcio
de PANC, é possível produzir o dobro do volume de folhosas, se comparado, por exemplo, com 1m²
de alface em plantio convencional, e que além de aumentar a quantidade de alimento disponível, elas
aumentam em muito o teor nutricional se comparadas com espécies como, por exemplo, o alface.

O mesmo pesquisador citado anteriormente, ainda compara uma área com consórcio de
azedinha, beldroega e vinagreira, espécies de PANC com canteiro de alface da mesma área, e o
resultado é que no canteiro de PANC, ocorre um aumento da oferta de nutrientes:

3,5 vezes o 11 vezes


teor de proteínas
mais ferro
e de cálcio

3 vezes as
vitaminas do 6 vezes mais
complexo B em fósforo
relação ao alface

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Veja na imagem a seguir, um exemplo de sistema agroflorestal.

Instituto Ventura (2015)


Exemplo de um Sistema Agroflorestal.

Padovan et al (2014, p. 19 e 20), destacam os seguintes benefícios ambientais relacionados


ao cultivo de PANC, que serão potencializados se associados a sistemas agroflorestais:

Produção de alimentos diversificados ao longo do ano, garantindo a segurança alimentar


e nutricional da família;

Produção de excedente para a comercialização e geração de


renda em diferentes épocas do ano;

Melhoria no aproveitamento da água das chuvas e de


nutrientes do solo;

Produção de grande quantidade de materiais orgânicos para


o solo;

Aumento da matéria orgânica do solo;

Diminuição e até eliminação de erosões no solo;

Melhoria da fertilidade do solo;

Melhoria da infiltração de água no solo;

28
AGRICULTURA ORGÂNICA

Diminuição da ocorrência de pragas e doenças nas lavouras;

Melhoria do controle de plantas espontâneas (plantas daninhas);

Melhoria do uso das áreas de produção, necessitando de menos terra para produzir e
atender às necessidades de subsistência da família;

Diminuição de mão de obra para controle de plantas infestantes.

Diante dos dados apresentados, pode-se perceber a importância das PANC, então agora vamos
analisar os benefícios que elas geram, conforme apresentado a seguir (Adaptado de VIEIRA et al, 2018):

Pelo alto teor de nutrientes, sabores e aromas, aumenta


a diversidade e a qualidade nutricional da alimentação
humana;

Aumenta a diversidade agrícola do Brasil com plantas


nativas, diminuindo a exploração comercial de poucas
espécies, em geral, exóticas e produzidas a partir do uso
de agroquímicos, como os agrotóxicos;

Podem ser cultivadas em casa, gerando economia ao


consumidor;

Podem ser cultivadas por pequenos produtores rurais, gerando renda a estes
e aumentando a diversidade biológica da propriedade, contribuindo para a melhoria e
conservação do meio ambiente;

Pelas características nutracêuticas, ajudam a prevenir doenças;

Agregam valor histórico-cultural à alimentação que está sendo produzida;

Pela grande variedade de espécies, disponibiliza alimento de qualidade ao longo de


todo o ano.

As PANC entram em cena, como uma opção a mais para complementar a alimentação dos
consumidores, que aliados aos produtos orgânicos, que têm cada vez mais ganhado espaço em
nossa sociedade, somam esforços para levar a população, opções para uma vida mais saudável.

Os benefícios do consumo de PANC, vão além da saúde do consumidor, se estendem às


famílias que produzem esses alimentos, como você já estudou no módulo 2, os pequenos produtores,
que trabalham com agricultura familiar, também saem ganhando, pois aumentam suas rendas,
refletindo inclusive no meio ambiente, que se beneficia com a diversidade de espécies cultivadas.

29
AGRICULTURA ORGÂNICA

4.4. PANORAMA DAS PANC


NA REGIÃO OESTE
DO PARANÁ

Pixabay
A seguir você conhecerá um pouco dos projetos e ações que têm sido desenvolvidos na região
oeste do Paraná no fomento do cultivo e consumo das PANC, e que tem alcançado excelentes resultados.

4.4.1. Educação Ambiental para a Sustentabilidade


A Itaipu Binacional desenvolve um importante programa em toda a região oeste paranaense,
de Educação Ambiental para a Sustentabilidade, onde atua na promoção de valores, conhecimentos
e habilidades voltados ao enfrentamento das questões ambientais e sociais presentes na sua área
de influência, que inclui 53 municípios da região Oeste do Paraná, um município do noroeste do
estado, Altônia e mais um do estado do Mato Grosso do Sul, Mundo Novo, que aborda os seguintes
temas prioritários:

Segurança
hídrica e Conservação da Gestão de
defesa da Biodiversidade Resíduos Sólidos
hidroeletricidade

Sustentabilidade,
Consumo Saúde e
Consciente Segurança
Alimentar

30
AGRICULTURA ORGÂNICA

Dentro dos temas Consumo Consciente e Sustentabilidade, Saúde e Segurança Alimentar, tem
desenvolvido três importantes ações que estão relacionadas à temática das Plantas Alimentícias não
Convencionais: a Formação em Saúde Integrativa, Cursos de capacitação de nutricionistas e merendeiras
e o Concurso de Receitas. A seguir, serão apresentados cada um deles, com mais detalhes:

A Formação em Saúde Integrativa é direcionada aos profissionais da Educação (Secretarias


de Educação, orientadores pedagógicos e professores), oportunizando aos participantes a aquisição
de um conhecimento para mudanças individuais e coletivas. São trabalhados principalmente temas
relacionados à adoção de comportamentos que refletem na saúde individual e coletiva, estimulando
mudanças nos padrões de comportamento individuais, quando somados, levam a uma mudança de
padrão na sociedade, trazendo benefícios sociais, culturais e ecológicos.

Itaipu Binacional (s/d)

Seminário de Formação em Saúde Integrativa.

Os Cursos de Capacitação de Nutricionistas e Merendeiras são realizados por meio de seminários,


onde ocorre a difusão de conhecimento sobre a segurança alimentar nas escolas. São abordados,
entre outros temas, o consumo consciente e responsável e a importância da alimentação orgânica.

Estes cursos, além de serem uma estratégia para movimentar a produção e o consumo local
de alimentos orgânicos e a inclusão das PANC, incentivam as habilidades para aproveitamento
total dos alimentos. As merendeiras que participam dos seminários, acabam se transformando em
agentes multiplicadores, pois ao retornarem às escolas que capacitam as demais, formando uma
rede envolvendo todas as escolas municipais da região.

31
AGRICULTURA ORGÂNICA

Itaipu Binacional (s/d)


Curso de formação de merendeiras.

Como forma de reconhecer e premiar o trabalho das merendeiras que participam das
capacitações é realizado um Concurso de Receitas, onde as participantes têm suas receitas
avaliadas por um grupo de jurados em cada município. As receitas vencedoras compõem o Cadernos
de Receitas Saudáveis que é distribuído a todos os municípios participantes, incentivando outras
merendeiras no preparo dos pratos (ITAIPU BINACIONAL, s/d).

Itaipu Binacional (s/d)

Concurso de receitas saudáveis.

32
AGRICULTURA ORGÂNICA

Essas são ações que promovem e estimulam novos conhecimentos, momentos de reflexões
e consequentemente mudanças de hábitos, como por exemplo o máximo de aproveitamento dos
alimentos e o consumo de PANC no dia a dia das escolas, que refletindo assim, nas atitudes em
relação ao modo de ser, viver, produzir e consumir dos participantes, que multiplicam e levam suas
experiências a família e comunidade.

4.4.2. Hortas Escolares no município de Marechal Cândido Rondon – PR


A Prefeitura Municipal de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, tem desenvolvido um trabalho
muito interessante junto às escolas municipais, com o apoio de nutricionistas que têm implementado
e desenvolvido uma série de projetos, voltados a educação alimentar e nutricional, priorizando a
utilização de alimentos orgânicos, provenientes da agricultura familiar, também tem sido incluso nos
cardápios da merenda escolar, as PANC (MARECHAL CÂNDIDO RONDON, 2017).

O destaque vai para o Projeto Horta é Mais Saúde, o qual possibilita a utilização da horta
escolar no processo de educação nutricional como ferramenta pedagógica nas escolas e Centros
Municipais de Educação Infantil (CMEI´s).

Rodrigues (2019) afirma que a manutenção de hortas nas escolas pode contribuir na perspectiva
de incentivar nas crianças e jovens, tanto da cidade como do campo, práticas sustentáveis do
meio ambiente, destacando ainda que uma horta na escola é um laboratório, no qual podem
ser desenvolvidas muitas atividades pedagógicas de educação ambiental. Assim, as crianças têm
oportunidade de vivenciar, entre outros temas, educação nutricional, alimentação orgânica, reciclagem
e consumo consciente, assim como você estudou no módulo 3.

Flickr

33
AGRICULTURA ORGÂNICA

Saiba mais
Como fazer uma horta escolar de PANC:

Para sabe mais sobre o assunto, acesse o blog do Projeto


Viva Agroecologia, do Instituto Kairós, e acesse a uma série de
matérias desenvolvidos para estimular a produção de hortas
PANC em escolas, lá você terá acesso a um Guia Prático de
PANC para Escolas, Tabelas de PANC recomendadas, e uma
Cartilha explicativa sobre hortas escolares.

Assista também ao vídeo produzido para o Projeto Viva


Agroecologia, e veja como funciona na prática a implantação
de uma horta e seus benefícios.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia a matéria: “Curso aborda plantas


alimentícias não convencionais - Dinâmica será desenvolvida
com sete núcleos pelo Conselho dos Lindeiros, Itaipu Binacional
e parceiros”, publicada no dia 04 de novembro de 2019, pelo
site Terra Notícias, e veja um pouco do trabalho realizado na
formação continuada de coordenadores da alimentação escolar, nutricionistas
e cozinheiras, sobre o tema Segurança Alimentar e Nutricional com o apoio
da Itaipu Binacional, realizado nos 55 municípios da sua área de influência.

No ano de 2019, aconteceu a 4º edição do concurso Receitas Saudáveis da Alimentação


Escolar, em todos os municípios da Região Oeste do Paraná. Esta é uma ação desenvolvida
através dos programas da Itaipu Binacional, com o objetivo de incentivar e valorizar o
trabalho realizado nas escolas públicas, em prol da Segurança Alimentar e Nutricional,
com a apresentação de receitas que serão utilizadas nas merendas, resultado do curso
apresentado acima.

O presente

35
AGRICULTURA ORGÂNICA

Acesse o vídeo promovido pelo Guia Medianeira, sobre o


concurso realizado no município de Medianeira, no dia 30 de
novembro de 2019.

4.4.3. Vitrine Tecnológica de Agroecologia - VITAL

Pimentel (2020)

Vitrine Tecnológica de Agroecologia.

Um projeto muito importante desenvolvido na região oeste do Paraná, é o da Vitrine Tecnológica


de Agroecologia (VTA), desenvolvido em parceria entre Itaipu Binacional e outras 11 entidades:
BIOLABORE, COOPAVEL, EMBRAPA, FLD/CAPA, GEBANA, IDR-PARANÁ, INSTITUTO PEDRA DA MATA,
REDE ECOVIDA, UFFS - LARANJEIRAS, UFPR - PALOTINA e UNIOESTE.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Segundo Pavlak (2017) a VTA teve seu início em 2003, quando a EMBRAPA iniciou essa
atividade com o cultivo de soja no sistema orgânico na cidade de Cascavel/PR, dentro do espaço
do Show Rural Coopavel2, e dois anos depois, foram cultivadas parcelas, com várias espécies
tradicionais na região, dentre elas o milho, a soja, o feijão, o arroz e culturas potenciais. E, desde
então, a VITAL vem crescendo e expandindo seus horizontes, e atualmente se apresenta no formato
de uma propriedade agrícola familiar diversificada, com casa, pastagens, grãos, frutíferas e horta,
trazendo a visão sistêmica da Vitrine.

A VITAL mostra que a agricultura pode trilhar caminhos diversos, usando conceitos científicos
avançados, aliados a técnicas acessíveis aos agricultores e tem a oportunidade de disseminar experiências
e conhecimentos em agroecologia nos eventos anuais do Show Rural Coopavel, que no ano de 2020,
está em sua 32º. Edição, teve um público de 298.910 pessoas, segundo Ogawa (2020).

Além de disseminar boas práticas na agricultura, tem mostrado ao público que visita o Show
Rural Coopavel, que existem outras alternativas de alimentação saudável, de fácil produção e
importantes no contexto ambiental e social, como as PANC e as Plantas Medicinais, tornando-se
assim um importante instrumento educativo.

Saiba mais

Vídeo institucional da Itaipu Binacional sobre a Vitrine


Tecnológica de Agroecologia, acesse aqui.

Acesse também a revista “Vitrine Tecnológica de Agroecologia”,


produzida pela Itaipu Binacional e conheça mais sobre os
resultados deste projeto.

2 O Show Rural Coopavel é um evento de difusão de tecnologia agropecuária que acontece anualmente no município
de Cascavel, estado do Paraná. Organizada pela Cooperativa Agroindustrial de Cascavel. Para obter mais informações
sobre este evento acesse: https://showrural.com.br/digital/

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.4.4. Rede de Agroecologia Ecovida

Um ótimo exemplo de organização agroecológica que tem se expandido bastante é a Rede


Ecovida de Agroecologia. Ela está organizada em associações, cooperativas ou grupos informais
de famílias de agricultores, e estas se articulam com grupos de consumidores, organizações não
governamentais e outras instituições.

A Rede Ecovida conta com 27 núcleos regionais distribuídos entre os estados do RS, SC e PR,
abrangendo cerca de 352 municípios, que congrega aproximadamente, 340 grupos de agricultores
(cerca de 4.500 famílias envolvidas) e 20 organizações não governamentais. E dentro do espaço
de atuação da Rede, acontecem mais de 120 feiras livres ecológicas e ainda outras formas de
comercialização (REDE DE AGROECOLOGIA ECOVIDA, 2020).

Tem como compromisso, a valorização dos saberes do campo, com a segurança e a soberania
alimentar, a preservação ambiental, a priorização da relação direta com os consumidores através de
uma economia popular e solidária, visando o abastecimento local e regional.

Um dos seus núcleos está localizado na região oeste do Paraná, composto pelos municípios de
Cascavel, Diamante d’Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Mercedes,
Missal, Palotina, Pato Bragado, Ramilândia, Santa Tereza do Oeste, São Miguel do Iguaçu e Toledo.
A soma dos diferentes núcleos (RS, SC e PR) formam a Rede Ecovida de Agroecologia (REDE DE
AGROECOLOGIA ECOVIDA, 2020).

A Rede Ecovida possui um sistema de certificação, chamado Selo de Produto Ecológico,


que é concedido de duas formas:

A primeira é se integrar a um grupo já pertencente à Rede.

A segunda forma é constituir um grupo e esse deve ser apadrinhado por outro grupo já
pertencente à Rede, recebendo acompanhamento para se familiarizar com a organização
da Rede.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

O Selo da Ecovida é uma forma de expressão pública do trabalho do


produtor. A Rede espera que ele seja reconhecido pelo consumidor como um

Rede de Agroecologia Ecovida (2020)


selo carregado de valores e compromissos assumidos pela Rede, direcionados
à preocupação com o meio ambiente para além das exigências legais, estímulo
à organização das famílias produtoras, incentivo à transformação comunitária
dos alimentos, prioridade aos circuitos curtos de comercialização.

Rede Agroecológica Ecovida (2017)

Comercialização de produtos provenientes da Rede Agroecológica Ecovida.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

4.4.5. Coletivo Agroecológico da Fronteira - CAF


Outro projeto que tem sido desenvolvido localmente, na cidade de Foz do Iguaçu - PR, é
realizado pelo Coletivo Agroecológico da Fronteira. Trata-se de um sistema de compras coletivas
de produtos agroecológicos organizado por consumidores locais que valorizam o trabalho dos
agricultores familiares e incentivam o consumo de alimentos de base agroecológica.

Os interessados realizam um cadastro para se tornarem um associado, depois podem comprar


verduras sem agrotóxicos de maneira simples e rápida, pelo celular, a partir de um grupo de
mensagens eletrônicas, onde o consumidor poderá ver os produtos disponíveis, selecionar e depois
retirá-los diretamente da sede do coletivo.

Revista Aldeia (2020)

Saiba mais

Acesse a reportagem “Agricultores utilizam tecnologia


para facilitar as vendas de orgânicos”, produzido pela RPC,
em 12 nov. 2017, que apresenta o CAF, com o depoimento de
agricultores locais sobre sua experiência com este sistema de
comercialização online.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

PARA REFLETIR

Neste módulo você pôde conhecer um pouco mais sobre o interessante universo das PANC,
seu conceito, versatilidade e poder nutricional e medicinal. Além disso, você conheceu mais sobre os
valores culturais destas espécies e sua associação com as agroflorestas e seu poder de potencializar
o trabalho de manutenção do nosso meio ambiente, influenciando ainda de forma expressiva no
meio social e econômico de diversas comunidades.

Até aqui você também teve a oportunidade de conhecer diferentes exemplos de projetos
e arranjos produtivos locais, por meio de redes agroecológicas que estão se estendendo na
região oeste do Paraná, demonstrando a viabilidade das PANC e seus inúmeros benefícios.
Vale destacar a contribuição da produção de PANC para a segurança alimentar e nutricional,
por meio da agroecologia.

Prepare-se, pois no próximo módulo você irá entender como tudo o que você estudou até agora
é organizado e planejado por meio de Políticas Públicas, nas três esferas de governança.

Até lá!

Vecteezy

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AGRICULTURA ORGÂNICA

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E-book “Guia Prático de PANC para Escolas, Tabelas de PANC recomendadas, e Cartilha explicativa
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desenvolvida com sete núcleos pelo Conselho dos Lindeiros, Itaipu Binacional e parceiros”. Disponível
em: https://www.catve.com/noticia/6/269386/curso-aborda-plantas-alimenticias-nao-convencionais.
Acesso em: 02 out. 2020.

Reportagem “Agricultores utilizam tecnologia para facilitar as vendas de orgânicos”. Disponível e:


https://globoplay.globo.com/v/6279371/. Acesso em: 12 out. 2020.

Revista “Vitrine Tecnológica de Agroecologia” , produzida pela Itaipu Binacional. Disponível em:
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1081653/cartilhas-de-tecnologias-
vitrine-tecnologica-de-agroecologia-vilson-nilson-redel. Acesso em: 09 out. 20.

Vídeo “O que são hortaliças tradicionais ou hortaliças PANCS” . Produzido por EMBRAPA Hortaliças.
Disponível em: https://youtu.be/R9Bib-h-X2o. Acesso em: 01 out. 2020.

Vídeo “Plantas Medicinais e PANCS” . Produzido pela Escola Internacional para a Sustentabilidade.
Disponível em: https://youtu.be/q6ZfkquMMEU. Acesso em: 03 out. 2020.

Vídeo “Receitas Saudáveis da Alimentação Escolar . Produzido por Guia Medianeira. Disponível em:
https://youtu.be/hzGAkwgRnPE. Acesso em: 01 out. 2020.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Vídeo “Viva Agroecologia na EMEF” . Produzido para o Projeto Viva Agroecologia. Disponível em:
https://www.youtube.com/channel/UCo0eW8VCMWV-GfSNRSHvhxg. Acesso em: 09 out. 2020.

Vídeo institucional da Itaipu Binacional sobre a Vitrine Tecnológica de Agroecologia . Disponível em:
https://youtu.be/3oANswNAt6k. Acesso em: 09 out. 2020.

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ESCOLA INTERNACIONAL PARA

SUSTENTABILIDADE

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